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Resumo:
Abstract
This research develops on issues related to the intervention of the State in economic
activity from the perspective of Mozambican economic law, its general objective is to
analyze the Economic Constitution in the Constitutional text Approved in the Assembly
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Informações sobre o Autor
Licenciado em Administração Pública pelo Instituto Superior de Relações Internacionais.
Autor do Artigo: “Um olhar sobre as Sociedades Africanas numa perspectiva antropológica:
Caso da Escravidão em África.”. Publicado em 2017 na Segunda Conferência Internacional da
Oficina de História – Moçambique.
Publicou igualmente no instituto Superior de Relações Internacionais o artigo “Reflexão em
Torno do Estágio do Direito Democrático em Moçambique (2013 – 2015) ”.
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of the Republic on November 16, 2004. Through a bibliographical research and
interview conducted to some scholars in the field, the research presents the following
conclusions: There is a simple interventionism and a dirigisme regarding the
intervention of the State in the current economic constitution; the State guarantees
freedom of public and private initiative. Nevertheless, the Mozambican Economic
Constitution still does not encourage the promotion of production for the national
business, especially the exploration of natural resources, especially the exploitation of
natural resources in particular highlight to agriculture which is an inexhaustible source
and does not need many investments.
Keywords: Constitution, Economic Constitution and Mozambique
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Índice
Capítulo I. Introdução.................................................................................................... 4
Bibliografia .................................................................................................................... 13
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Capítulo I. Introdução
O presente trabalho propõe-se a desenvolver sobre a Constituição Económica Actual,
analisa os aspectos ligados as normas da Constituição Moçambicana que de uma forma
directa ou indirecta influenciam na actividade económica e servem de base para
elaboração de qualquer lei que incide sobre os agente económicos, revelando deste
modo, a intervenção estatal através de enunciados basilares para uma melhor harmonia
das actividades económicas.
1.1 Objectivos
1.2 Problema
As normas estruturantes de natureza económica podem ser localizadas na constituição
económica dos Estados contemporâneos. É na Constituição Económica onde se observa
o sistema económico e modelo económico adoptado por aquele ente (maxime), não
distante disso, a Constituição Económica poderá revelar-se de uma forma formal e
material, a primeira refere-se ao documento ou texto constitucional per si, enquanto
documento solene resultante do exercício do poder constituinte2, diferenciando da
segunda, referente a acepção material que é o conjunto de normas ou princípios que
incidem sobre a actividade económica. A problematização da Constituição Económica
emerge na constituição material, visto que todos os Estados têm uma Constituição mas
não significa sempre um modo de limitação de poder, é muitas vezes uma forma de
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É a entidade material e formal que emana em nome do povo as normas do direito consagrado na
constituição.
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legitimação do arbítrio estatal3, a despeito desse paradoxo a realidade trás a tónica de
que o poder económico é também uma questão de poder “politico”.
1.3 Metodologia
O trabalho que se segue é caracterizado por ser um trabalho de natureza básica, e não
aplicada, pois não é originado por uma inquietação com vista a solução imediata de uma
dado problema prático. Para além disso, o trabalho quanto ao objectivo é explicativo,
dado que os esforços serão aplicados com vista a analisar a Constituição Económica no
texto Constitucional Actual. Portanto, a realização do presente trabalho teve como
suportes metodológicos os seguintes métodos e técnicas de pesquisa:
1.3.1 Métodos
Histórico, que segundo Marconi e Lakatos (2003:91-92), consiste em preencher os
vazios dos factos e acontecimentos apoiando-se em um tempo, mesmo que
artificialmente reconstituído, que assegura a percepção da continuidade e do
entrelaçamento. Este método ajudou na análise dos factos relativo a pesquisa.
1.3.2 Técnicas
Documental – para Marconi e Lakatos (2003:173), consiste na colecta de dados nos
documentos, escritos ou não. Esta técnica auxiliou na leitura, análise crítica e
interpretativa das documentações, com vista a garantir a credibilidade e autenticidade da
informação.
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Capítulo II. Constituição Económica numa Abordagem Doutrinária
I. Teve os seus primeiros passos no século XIX quando a Lei desenha relações
entre o Estado com a sociedade e os cidadãos.
II. 1830-1848 (revolução francesa) período no qual se busca um equilíbrio entre os
poderes do Estado.
III. 1914-1918 (Primeira Guerra Mundial) período em que a racionalização conduz a
programas económico-sociais consagrados constitucionalmente;
IV. Pós 1945 (Fim da Segunda Guerra Mundial) momento em que se regista
independências dos territórios colonizados e a extensão da constitucionalização.
Franco (1982) trás algo de novo, mencionando que para além da Constituição de
Weimar, a Constituição Espanhola de 9 de Dezembro de 1931 é um exemplo de texto
constitucional com uma série de novas formas de regulação jurídica da actividade
económica.
Com uma abordagem paralela ao de Watty (2009), Santos; Gonçalves et al. (1999) são
da opinião de que:
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Watty, Teodoro (2009), Direito Económico, W & W Editora, limitada: Maputo - Moçambique
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contivessem já uma ordem económica explícita. Ela inspirou constituições posteriores -
com a espanhola de 1931, a portuguesa de 1933 e brasileira de 1934 – e, no período que
se seguiu à II Guerra Mundial, […], varias constituições dedicaram alguns preceitos à
conformação da respectiva ordem económica. Foi caso da Constituição francesa de
1946, da helvética de 1947 e da italiana no mesmo ano. (Santos, Gonçalves et al.,
1999:38).
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Nome da cidade onde teve sede a Assembleia constituinte (Alemanha) que a votou.
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2.3.2 Constituição Programática
Refere-se constituição económica programática ou directiva é a que encerra o conjunto
de normas que visam reagir sobre a ordem económica de modo a provocar certos
efeitos, pré estabelecendo-a ou modificando-a, através da acção dos órgãos do Estado.
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Capítulo III. Constituição Económica Moçambique a Luz da Actual Constituição
A necessidade de existência de uma constituição económica em Moçambique não é
questão meramente de capricho, mas sim, conforme explica Serrano (2010) O Estado
Moçambicano actua para coibir os excessos da iniciativa privada e evitar que
desatenda às suas finalidades, ou para realizar o desenvolvimento nacional e a justiça
social, fazendo-o pela repressão ao abuso do poder económico, do controle dos
mercados e do tabelamento de preços. Visto que é uma intervenção de base ou
estruturante não se faz arbitrariamente, por critérios pessoais das autoridades, mas sim
com base na Lei. Assim, a intervenção estatal no Estado moçambicano é instituída pela
Constituição e regulada por leis específicas que disciplinam as medidas interventivas e
estabelecendo o modo e a forma de sua execução, sempre tendo em consideração ao
atendimento do interesse público, ao respeito dos interesses individuais garantidos na
Constituição da República de Moçambique.
De acordo com Chipanga6 (2017) a nossa constituição da República trata sobre essa
matéria de domínio económica, através da seguinte forma, os artigos que compõem a
constituição económica distribuem-se por diferentes partes do texto constitucional:
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António Salomão Chipanga - Professor, Doutor, e Regente da Faculdade de Direito da UEM
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unidade coesa tem que e deve ser vista do ponto de vista vertical e do ponto vista
horizontal e que todo seu articulado para sua interpretação e compreensão deve ser
combinado, por conseguinte, os artigos não podem ser compreendidos na sua plenitude
quanto aos fins, o seu sentido e alcance sem se ter em conta os princípios fundamentais
da Constituição da República que começa do artigo primeiro até ao artigo 22, onde se
encontram os princípios fundamentais7. Assim, os direitos e deveres económicos e
sociais – delimitam a esfera de liberdades e a protecção de que dispõem os diferentes
intervenientes ou destinatários do processo económico e as normas de organização
económica – dão o enquadramento jurídico básico do processo económico nas suas
diferentes dimensões.
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Porque são um tronco comum, que interferem em todo articulado da Constituição República e estão
numa lei fundamental (Constituição).
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Estado de direito Democrático (art. 3 da CRM) – a CRM faz assentar a organização
económica, social, financeira e fiscal do país (art. 96 da CRM). O Estado promove,
coordena e fiscaliza a actividade económica agindo directa ou indirectamente para a
solução dos problemas fundamentais do povo e para a redução das desigualdades
sociais e regionais. O investimento do Estado deve desempenhar um papel
impulsionador na promoção do desenvolvimento equilibrado (art. 101 da CRM).
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3.3 Considerações Finais
Em jeito de conclusão importa referir que no domínio económico (conjuntos de bens e
riquezas a serviço de actividade lucrativa) a constituição assegura a liberdade de
iniciativa pública e privada mas no interesse do desenvolvimento nacional e da justiça
social, pelo que impõe a valorização do trabalho, a harmonia entre as categorias sociais
de produção de modo a apartar-se do capitalismo selvagem. A conclusão que se chega é
que a constituição actual moçambicana tem forte indícios de uma constituição mista
pelas seguintes razões: Há uma combinação, em graus diversos de liberdade e iniciativa
privada e a iniciativa pública social; Há tentativas de combinar o plano com o mercado;
e definição de regimes diversos, pelo que observa-se um simples intervencionismo, um
dirigismo relativamente a intervenção do Estado.
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Bibliografia
• Referências bibliográficas
• Legislação
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