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A ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA COMO CUSTOS


VULNERABILIS: UMA NOVA ATUAÇÃO PROCESSUAL

THE PERFORMANCE OF PUBLIC DEFENSE AS VULNERABILIS COSTS: A


NEW PROCEDURAL PERFORMANCE

Larissa Flávia Oliveira da Silva1


Lindanila Penedo Dantas2
Patrick José Souto 3

Resumo: Com o advento da Constituição Federal de 1988, a Defensoria Pública emerge através da
nova ótica constitucional como instituição essencial à justiça. Ao promover a atividade jurisdicional, o
seu atuar vai além de orientação jurídica e defesa dos necessitados, a Defensoria ao estabelecer novas
balizas de atuação, como a condição de custos vulnerabilis assegura o princípio democrático do direito
universal à Justiça. O presente artigo tem como objetivo explicitar uma análise da intervenção da
instituição enquanto terceiro no processo individual e coletivo, ao atuar como custos vulnerabilis. A
Defensoria Pública se apresenta, nesse cenário, como mediadora capaz de propiciar as partes uma
nova perspectiva do processo e até mesmo a resolução do conflito, sem atuar como representante de
um dos litigantes. Além disso, busca-se esclarecer a sua missão processual, à luz do artigo 134, caput,
da Constituição Federal, uma vez que o termo “necessitado” não aborda apenas uma vulnerabilidade
meramente econômica. Sendo assim, é através dessa atuação processual, ainda não tão conhecida no
meio jurídico, que o Estado-defensor contribui com a sociedade ao ampliar as chances reais de
paridades de armas. De forma geral, tal análise objetiva apontar os benefícios para as partes no
processo quando a sua atuação é como custos vulnerabilis, bem como, aperfeiçoar o entendimento das
futuras decisões judiciais que tratarão dessa característica defensorial de agente democrático.
Palavras-chave: Constituição Federal. Custos Vulnerabilis. Defensoria Pública. Democracia.
Abstract: With the advence of 1988's Federal Constitution, the Public Defense (PD) resurge through a
new constitutional point of view as a justice's essenscial institution. Promoving to jurisdictional
activity, its actions are beond the justice orientation and defense of those who are in need, the Public
Defense put in a igualitary level whom are disparates when participating as vulnerable costs. The
follow article has as objective explain an overview of the intervention of the institution like third on
the individual process and colective, while acting as vulnerable costs. The PD represents, in this act, as
a moderator capable of offer the parte a new perspective of the process and evenen a resolution of the
conflict, without acting as a litigator's agent. In addition, the reserch for clarify your processual
mission, over the light of article 134, caput, of the Federal Constitution, once the term "needed" don't
embrace just the economical vulnerability type. Thus, is through this processual action, not so known
in the juridic enviroment, the the Defender State helps wih ther society in amplify the real chances of
weapon parities. Over all, this analysis has as objective pointing the advantages for the parts on the
process while its atuation is like vulnerable costs, just as like, refine the understanding of the futures
judicial decisions wich will treat this defensive characteristic of democratic agent.
Keywords: Federal Constitution. Vulnerability Costs. Public Defense. Democracy.

1
Graduanda em Direito pela Faculdade Castelo Branco. E-mail: larissa_flaviaa@hotmail.com
2
Graduanda em Direito pela Faculdade Castelo Branco. E-mail: lindanila2011@hotmail.com
3
Orientador: Mestre em Direito Processual pela Universidade Federal do Espírito Santo. Professor da Faculdade
Castelo Branco. Defensor Público do Estado do Espírito Santo. E-mail: patricksouto@yahoo.com.br
2

1. INTRODUÇÃO

A busca pela diminuição das desigualdades sociais e de uma garantia no acesso à


justiça, incumbiu a Defensoria Pública o papel de executora dessas tarefas em prol dos
necessitados. Motivada, principalmente, pelas mudanças democráticas e retrocessos jurídicos
e sociais, a instituição se reinventa de acordo com as necessidades daqueles que se encontram
em situações de desvantagens.
A partir da Constituição Federal de 1988, uma nova interpretação do termo
“necessitado” foi acolhida pelo Estado-defensor, que enquanto agente democrático opta
sempre pela oportunidade de auxiliar a todos, e ultrapassou os limites de atuação da
vulnerabilidade econômica, alcançando agora uma vulnerabilidade social, técnica, jurídica,
cultural, dentre outras.
E é nessa linha que os limites do órgão, quanto a sua atuação processual, também
foram ultrapassados nos últimos anos, protagonizando a responsabilidade que carrega com os
seus objetivos de primazia da dignidade da pessoa humana, a redução das desigualdades
sociais, a afirmação do Estado Democrático de Direito, a prevalência e efetividade dos
direitos humanos, e a garantia dos princípios constitucionais da ampla defesa e do
contraditório, elencados no artigo 3º-A da Lei Complementar nº 80/94 - incluídos pela Lei
Complementar nº 132/09.4
Com o surgimento da figura de custos vulnerabilis, a missão da Defensoria Pública de
prestar orientação jurídica também foi ampliada, e agora o órgão é encarregado de satisfazer
os direitos de grupos que se encontram em vulnerabilidades decorrentes das mais variadas
necessidades humanas.
É recente ainda para doutrina e a jurisprudência brasileira, o uso do termo custos
vulnerabilis, papel desempenhado pelos Defensores Públicos do país. E foi o Defensor
Público do Amazonas Maurílio Casas Maia, que atuou pela primeira vez como custos
vulnerabilis.
Segundo Maia,5 a atuação da Defensoria é de terceiro interveniente no processo, que
atua em prol do interesse institucional, como ocorre com o Ministério Público (custos legis).

4
BRASIL. Lei Complementar n. 80 de 12 de janeiro de 1994. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp80.htm. Acesso em: 27 jun. 2020.

5
CASAS MAIA, Maurílio. A Intervenção De Terceiro da Defensoria Pública nas Ações Possessórias
Multitudinárias do NCPC: Colisão de Interesses (art. 4º-A, V, LC n. 80/1994) e Posições Processuais
Dinâmicas. In: DIDIER, Fredie (Coord.). Novo CPC – Doutrina Selecionada. Salvador: Juspodivm, 2016, p.
1282.
3

Com esse papel, ela é capaz de proporcionar ao julgador múltiplos pontos de vista que antes
não eram vistos, o que evidencia que a sua participação vai além do que lhe é previsto no
artigo 185 do Código de Processo Civil, pois como custos vulnerabilis ela irá promover a
paridade de armas e uma decisão mais justa.
Dessa forma, no presente artigo será observado inicialmente sobre a ausência de
adjetivação constitucional do termo “necessitados” e como isso proporcionou múltiplas
modalidades de atuação para a instituição, contribuindo para o surgimento do defensor custos
vulnerabilis.
Em um segundo momento será abordada a novidade da figura do Defensor Público
custos vulnerabilis e como essa intervenção afeta processualmente as decisões, além dos
desafios enfrentados no tema. E por último, e uma melhor compreensão, restará evidenciar
algumas diferenças entre os termos custos vulnerabilis, amicus curiae e custos legis.
Por fim, o objeto do presente estudo fica concentrado ao desejo de demonstrar como a
Defensoria Pública na posição de custos vulnerabilis contribui para um Estado garantidor de
direitos, ao promover através da sua atuação processual a paridade de armas.

2. O ATUAR DE UMA INSTITUIÇÃO ESSENCIAL

Tema recente sobre a Defensoria Pública é a atuação do órgão como custos


vulnerabilis, sabendo que é essencial a função jurisdicional do Estado e é responsável pela
orientação jurídica, ainda que não vertidos em uma causa deduzida em juízo 6, resta claro que
a atuação da Defensoria produz efeitos além do ordenamento jurídico. Dessa forma, é
fundamental entender os impactos causados pela instituição, enquanto custos vulnerabilis.
Para tanto, inicialmente é importante a compreensão acerca da expressão
“vulnerabilidade” que parte da leitura do termo “necessitado” do artigo 134, caput, da
Constituição Federal, haja vista que o surgimento do instituto custos vulnerabilis reforçou o
papel de proteção dos interesses dos necessitados que a Defensoria desde sempre
desenvolveu.
Sobre o assunto, a XIV Conferência Judicial Ibero-Americana, das Regras de Brasília,
trouxe que o acesso à justiça das pessoas em condição de vulnerabilidade, dependerá de
causas específicas de vulnerabilidade como a idade, a incapacidade, a pertença a comunidade

6
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de
Direito Constitucional. 4ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 1047.
4

indígenas, a migração e o deslocamento interno, entre outros. Na mesma conferência foram


definidos também as pessoas consideradas em condição de vulnerabilidade:
Consideram-se em condição de vulnerabilidade aquelas pessoas que, por razão da
sua idade, gênero, estado físico ou mental, ou por circunstâncias sociais,
econômicas, étnicas e/ou culturais, encontram especiais dificuldades em exercitar
com plenitude perante o sistema de justiça os direitos reconhecidos pelo
ordenamento jurídico.7

Posto isso, a partir da leitura do artigo 134, caput, da CRFB/88 verifica-se que a
Defensoria Pública não deve ser vista apenas como a “protetora” dos pobres, pois a expressão
“necessitados” é vaga e não especifica se a tal necessidade seria econômica:
Art. 134. A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime
democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a promoção dos direitos
humanos e a defesa, em todos os graus, judicial e extrajudicial, dos direitos
individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º desta Constituição Federal . (grifo nosso)

Estamos diante de uma expressão ampla e com variáveis que precisam ser estudadas
para que se possa identificar as necessidades públicas em determinada sociedade, e assim,
poder finalmente concluir no ordenamento jurídico quem seria o necessitado e o tipo da
necessidade a ser suprida8.
Nesse contexto, a Defensoria enfrenta diariamente o dilema de trabalhar por uma
sociedade sem exclusão, mas que é repleta de injustiças e que exclui diariamente, e
experimenta de perto as dificuldades dos excluídos dentro e fora das lides judiciais 9,
trabalhando para conter os múltiplos tipos de vulnerabilidades.
A respeito do tema, Maia também, destaca que o legislador fez uso do termo
“necessitado” de forma proposital:
Bem, o primeiro contra-argumento ao supracitado mito é que não há palavras mortas
e sem sentidos na Constituição. Nessa senda, quisesse a Constituição vincular a
Defensoria Pública tão somente aos pobres (enquanto “necessitados econômicos ou
financeiros”) teria adjetivado os termos “necessitados” e “insuficiência de recursos”
- mas não o fez. Ora, quando a Constituição quis mencionar o pobre (necessitado
econômico), assim o fez expressamente no inciso LXXVI do artigo 5º da
Constituição.
Em verdade, a Constituição tratou de expor o “necessitado” e a “insuficiência de
recursos” sem qualquer pré-qualificação ou adjetivação. Ou seja, trata-se de

7
XIV CONFERÊNCIA JUDICIAL IBERO-AMERICANA. Regras de Brasília sobre acesso à justiça das
pessoas em condição de vulnerabilidade. Brasília, 2008, p. 5-6. Disponível em:
https://www.anadep.org.br/wtksite/100-Regras-de-Brasilia-versao-reduzida.pdf. Acesso em: 01/07/2020.
8
CASAS MAIA, Maurílio. Op.Cit., p. 1261.
9
MACHADO, Antonio Alberto. A Defensoria Pública e seus dilemas. 2014. Disponível em:
https://avessoedireito.wordpress.com/2014/12/02/a-defensoria-publica-e-seus dilemas. Acesso em: 27/06/2020.
5

conceitos jurídicos indeterminados cujos termos são vagos e o são propositalmente,


a fim de garantir operabilidade ao sistema de acesso à justiça.10

Assim, os Defensores Públicos ganham mais autonomia em seus trabalhos, não se


limitando apenas à questão da hipossuficiência de recursos financeiros. A Carta Magna
também concede espaço para o Estado-defensor desenvolver e exercer o seu papel além da
defesa da dignidade da pessoa humana, podendo atuar em diversas modalidades como a
orientação jurídica aos necessitados em todos os graus, incluindo-se a atuação institucional
nas instâncias administrativas, exercer a composição extrajudicial de conflitos, através das
técnicas de solução de litígios11, e atuar como custos vulnerabilis.

3. A ATUAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA COMO CUSTOS VULNERABILIS

A atuação do Estado-defensor enquanto custos vulnerabilis ainda está em fase de


amadurecimento no meio jurídico. Entendendo que a Defensoria Pública é um órgão essencial
às funções da justiça brasileira, é necessário dessa forma, mostrar no presente artigo os
impactos processuais desse papel defensorial em fase gestacional que causa discussões na
doutrina e na jurisprudência brasileira.

3.1 DA FIGURA CUSTOS VULNERABILIS

Como destacado no capítulo anterior, a previsão do artigo 134, caput, da CRFB/88


deve ser interpretada de forma diferente da leitura seca do mesmo, uma vez que o papel
interventor da Defensoria como custos vulnerabilis à luz dos interesses constitucionais do
órgão, tem como objetivo ampliar a interpretação do termo “necessitados” e
consequentemente a defesa destes grupos, resultando na multiplicidade de pontos de vistas ao
julgador e na promoção da paridade de armas entre as partes e o Estado. Nesta senda, surge
em grande escala nas ações judiciais do país certa dificuldade na aceitação dessa nova forma
de participação processual do órgão, que será discutida no tópico seguinte.
Superado esse ponto a respeito da abrangência da vulnerabilidade que deve ser
aplicada ao artigo 134, caput, da CRFB/88, pode-se afirmar que o surgimento da figura custos
vulnerabilis, nasce da necessidade da instituição em proteger grupos que se encontram em

10
CASAS MAIA, Maurílio. Op.Cit., p.1260.
11
ESTEVES, Diogo; e SILVA, Franklyn Roger Alves. Princípios Institucionais da Defensoria Pública. De
acordo com a EC 74/2013 (Defensoria Pública da União). Rio de Janeiro: Forense, 2014, p. 41.
6

vulnerabilidade individual ou coletiva, cultural, jurídica, étnica, social e muitas outras, ou


seja, que não estejam ligados necessariamente a dificuldade financeira.
Salienta-se que além da proteção desses grupos vulneráveis, a própria Defensoria
Pública tem a sua missão institucional protegida ao atuar como custos vulnerabilis, nessa
linha, o Defensor Público Maia12, afirma que o exercício desse papel na posição de instituição
pública preserva as missões da Defensoria.
Acrescenta o Defensor Público Jorge Bheron Rocha 13, que a atuação do órgão como
interveniente na condição de custos vulnerabilis, justifica e fundamenta a aplicabilidade do
princípio da máxima efetividade das normas constitucionais, no seu regular exercício da
Procuratura Constitucional dos Necessitados.
Assim, entendemos que de maneira parecida com a atuação do Ministério Público
como custos legis, ou fiscal da lei, em ações de interesse público, temos a atuação da
Defensoria em termos parecidos, confirmando a sua admissão como terceiro interveniente em
virtude da sua legitimidade para intervir em ações que produzam efeitos em grupos de
necessitados.
Nesse sentido, Maia assevera que:
[...] (e) Terceiro interveniente, quando o ente público ingressará no feito processual
com lastro em suas atribuições constitucionais e legais, embora não integrando o
esquema subjetivo mínimo do processo (autor-juiz-réu) – tudo em prol do respectivo
interesse institucional, como ocorre com o Ministério Público (Custos Legis et Iuris)
e a Defensoria Pública (Custos Peblis et vulnerabilis).14

Desde então, a participação da instituição como custos vulnerabilis vem crescendo nas
demandas judiciais. Sua atuação pode ser de ofício, ou seja, por iniciativa própria da
Defensoria Pública, ou por requerimento das partes. Cabe mencionar também que, enquanto
custos a instituição pode interpor o recurso que achar apropriado à demanda, e é independente
em relação a constituição de advogado particular na causa.
Outro ponto importante que merece ser mencionado é a respeito dos precedentes. A
cada processo que envolve a participação do órgão como custos, não é apenas a situação do
caso concreto de vulnerabilidade que é alterada, a formação de precedentes que embasam a
sua atuação produz efeitos benéficos para outros grupos que futuramente possam necessitar
das mesmas garantias de direitos.

12
CASAS MAIA, Maurílio. Op.Cit., p. 1256.
13
ROCHA, Jorge Bheron. Diálogo Ambiental, Constitucional e Internacional: Breves notas sobre
Defensoria Pública e Acesso à Justiça no Novo Código de Processo Civil. Edição Especial. Volume 10. Rio
de Janeiro: Lumen Juris. Organizadores: Bleine Queiroz Caúla, Júlia Maia de Meneses Coutinho e Rômulo
Guilherme Leitão. 2018, p. 298-299.
14
CASAS MAIA, Maurílio. Op.Cit., p. 1282.
7

A título exemplificativo da intervenção defensorial como custos vulnerabilis temos as


previsões do artigo 81-A da Lei nº 7.210/84 e artigo 554 do CPC, respectivamente:
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular execução da pena e da medida
de segurança, oficiando, no processo executivo e nos incidentes da execução, para a
defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de forma individual e
coletiva. (Incluído pela Lei nº 12.313/2010).

Art. 554. § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande
número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem
encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a
intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de
hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

Maia15, explica que a intervenção da Defensoria no exemplo acima, prevista no § 1º do


artigo 554 do CPC, que dispõe sobre ações possessórias com grande de número de pessoas no
polo passivo, também ocorre de maneira independente da existência de advogado em
representação dos interesses dos envolvidos, com foco na busca pela efetivação dos direitos
da comunidade necessitada de posse, moradia, habitação, etc.
Posto isso, insta frisar que, como instituição protetora dos vulneráveis e excluídos, ao
atuar com legitimidade coletiva ou individual na posição de custos vulnerabilis, a Defensoria
Pública representa o seu interesse institucional, ou seja, exerce a tutela dos vulneráveis,
sempre respeitando a zona de atuação da advocacia privada.16
Na seara processual penal a figura do custos também se faz presente, uma vez que a
previsão constitucional do art. 5º, LXXIV garante assistência jurídica integral e gratuita aos
que comprovarem insuficiência de recursos. Esta assistência, efetivada pela Defensoria
Pública, abarca tanto o âmbito cível, quanto penal. Na seara penal é frequente a atuação na
execução penal, e para tal, existe fundamento legal na Lei da Defensoria Pública pautado nos
princípios do contraditório e ampla defesa.
O Defensor Público do Pará, Bruno Braga Cavalcante17, explica que na condição de
custos vulnerabilis no processo penal, o papel da Defensoria não é de curadora especial, já
que a instituição atuará de forma direta ao detectar violação a direito ou garantia fundamental
de um grupo no processo.
Nesse ínterim, Cavalcante:
A atuação do Estado defensor nesses casos e em outros correlatos se dá de modo
absolutamente parcial (como de resto acontece com as partes no processo penal de

15
CASAS MAIA, Maurílio. Op.Cit., p. 1269.
16
CASAS MAIA, Maurílio. Op.Cit., p. 1270.
17
CAVALCANTE, Bruno Braga. A atuação defensorial como custos vulnerabilis no processo penal.
Consultor Jurídico. 2018. Disponível em:https://www.conjur.com.br/2018-mai-22/tribuna-defensoriaatuacao-
defensorial-custos-vulnerabilis-processo-penal#_ftn4. Acesso em: 02/08/2020.
8

cunho acusatório), no interesse dos direitos e garantias de defesa do vulnerável, não


se confundindo com a atuação do órgão de acusação e do órgão de decisão. Como
espécie de terceiro interventor pró-vulnerável, a atuação defensorial nesta qualidade
em nada interfere, senão agrega e complementa o atuar da defesa técnica privada,
caso devidamente habilitada nos autos, ou mesmo a pública, executada por
escritórios de universidades, defensores dativos ou defensores públicos como
representantes processuais).18

Assim, ainda nas palavras de Cavalcante19, a intervenção da Defensoria como custos


vulnerabilis está alinhada à Teoria dos Jogos, estando o defensor público dotado de
importante papel na garantia dos princípios da ampla defesa e contraditório, incluindo no jogo
discursivo da Justiça grupos marginalizados perante a sociedade. Assim, temos o defensor na
posição de atuante na defesa de uma coletividade que muitas vezes não possui paridade de
armas, perante um Estado acusador e julgador.
Em suma, a intervenção da instituição na qualidade de custos no processo penal, ainda
que vista como uma atuação amadora, produz significativo número de impactos positivos
como a diminuição da excessiva massa carcerária, humanização do atendimento ao
encarcerado e até mesmo o aprimoramento dos serviços públicos oferecidos dentro das
instalações carcerárias. 20
Assim, por via dessa função essencial à justiça, que confirma a sua missão
constitucional, a Defensoria Pública ao atuar processualmente como custos vulnerabilis tanto
no processo penal, quanto no processo civil, com outros participantes aumenta
significativamente a efetivação de direitos e garantias fundamentais e a aplicação dos
princípios do contraditório e de ampla defesa, enfatizando o seu objetivo de paridade de
armas.
Em uma breve passagem pela história da instituição, é notável que ainda em meados
dos anos 1993/1994, época da Lei Complementar nº 80 que previa a sua organização, a
Defensoria Pública já buscava a paridade de armas, se dedicando além da defesa e promoção
de direitos individuais dos mais pobres.21
Como esclarecido anteriormente, segundo tese da própria instituição, ao atuar como
custos vulnerabilis, sua participação no processo visa a proteção dos interesses dos
vulneráveis com necessidades além da financeira. Nessa mesma linha, a Ministra Cármen

18
CAVALCANTE, Bruno Braga. Op.Cit.
19
CAVALCANTE, Bruno Braga. Op.Cit.
20
ROCHA, Jorge Bheron. Livro Profissão Defensor Público: Teoria e Prática - Associação dos Defensores
Públicos do Estado do Ceará – ADPEC. Organizadora: Ana Carolina Neiva Gondim Ferreira Gomes. 2019, p.
78. Disponível em: https://issuu.com/glaymerson/docs/livro_colet_nea_de_artigos_adpec_20. Acesso em:
02/08/2020.
21
ROCHA, Jorge Bheron. Op.Cit., p. 294.
9

Lúcia22 alerta que condicionar a atuação da Defensoria Pública à comprovação prévia da


pobreza do público-alvo é incondizente com princípios e regras norteadores de uma
instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado.
No contexto exposto, fica clara a confirmação da atribuição mínima compulsória da
Defensoria Pública imposta pela Constituição Federal, ao dizer que os Estados devem prestar
assistência judiciária aos necessitados. Contudo, não seria sensato limitar a atuação da
instituição e desconsiderar os feitos positivos que a figura do custos vulnerabilis tem
provocado.

3.2 DAS DIFERENÇAS ENTRE OS INSTITUTOS CUSTOS VULNERABILIS, AMICUS


CURIAE E CUSTOS LEGIS

A Defensoria Pública, como instituição interveniente, pode atuar tanto como custos
vulnerabilis dentro do processo, como também é possível que ela desempenhe seu papel como
amicus curiae. No entanto, no momento de intervenção nas causas que tratem de direitos de
coletividades vulneráveis, existe uma diferença entre as duas atuações do órgão que
precisamos tratar.

Cabe ressaltar que a intervenção realizada pela Defensoria não se confundirá com a
defesa da ordem jurídica reservada ao Ministério Público e órgãos de defesa do Estado, já que
o papel defensorial visa desempenhar sua função constitucional pela defesa de grupos
socialmente vulneráveis. Rocha23, afirma que essa intervenção tem o objetivo de prover
argumentos e informações capazes de para formar no julgador uma visão ampla sobre a
problemática a ser decidida. Informa, ainda, que a atuação como custos vulnerabilis não
dispensa a atividade desempenhada pelo particular representante processual do preso, pois “o
advogado privado presta serviço público e exerce função social (artigo 2º, parágrafo 1º,
Estatuto da OAB) indispensável à administração da justiça (artigo 133, CRFB).

22
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ADI 3943. Relatora Ministra Cármen Lúcia. Disponível em:
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9058261. Acesso em: 02/08/2020.
23
ROCHA, Jorge Bheron. A Defensoria como custos vulnerabilis e a advocacia privada. 2017. Disponível
em: https://www.conjur.com.br/2017-mai-23/tribuna-defensoria-defensoria-custos-vulnerabilis-advocacia-
privada. Acesso em: 03/08/2020.
10

De acordo com Cassio Scarpinella Bueno 24, o amicus curiae é um terceiro


interveniente, o qual não atua em favor de um indivíduo ou uma pessoa, diferente da figura do
assistente. A sua atuação é em prol de um interesse, que pode não ser titularizado por
ninguém, embora seja compartilhado difusa ou coletivamente por um grupo de pessoas, que
poderá ser afetado pelo resultado do processo.

No entanto, a função de amicus curiae não é exclusiva da Defensoria Pública, tendo


em vista que qualquer pessoa, natural ou jurídica, adequadamente pode desenvolver esse
papel.

Para o Defensor Lucas Resurreição25, a figura do amicus curiae atua no “interesse


institucional” como fiscal da ordem jurídica, e sua função é aprimorar a decisão jurisdicional
a ser proferida, levando ao Estado-juiz informações complementares, que provavelmente, não
seria do conhecimento deste, contribuindo com a pluralização e legitimação do debate
judicial. Alguns de seus pressupostos são: a relevância da matéria, a especificidade do tema
objeto da demanda e a repercussão social da controvérsia. Assim, é possível que haja uma
decisão mais justa dentro do processo.

A figura do amicus curiae está prevista no artigo 138 do Código de Processo Civil:

Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade


do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por
decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda
manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão
ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15
(quinze) dias de sua intimação.
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem
autoriza a interposição de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de
declaração e a hipótese do § 3º.
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção,
definir os poderes do amicus curiae.
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de
demandas repetitivas.

Podemos observar que a legislação traz limitações quanto a atuação do amicus curiae.
Assim, a decisão que admite ou não tal atuação é irrecorrível; o Juiz é quem define os poderes

24
BUENO, Cassio Scarpinella. Amicus curiae: uma homenagem a Athos Gusmão Carneiro. São Paulo,
2010, p. 1. Disponível em: http://www.scarpinellabueno.com/images/textos-pdf/005.pdf. Acesso em:
03/08/2020.
25
RESURREIÇÃO, Lucas. A Defensoria Pública como interveniente: amicus curiae e custos vulnerabilis.
2018. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-jul-10/defensoria-publica-instituicao-
interveniente#author. Acesso em: 03/08/2020.
11

dados ao amigo da corte, ou seja, sustentação oral, participação em audiência, apresentação de


meios de prova, entre outros, só poderão se dar com autorização judicial específica; e a
possibilidade de recurso se restringe a oposição de embargos de declaração e contra a decisão
que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas.

Bheron26 esclarece a distinção entre a intervenção institucional da Defensoria Pública


como custos vulnerabilis e amicus curiae:

Diferencia-se o atuar como custos vulnerabilis daquele efetivado como amicus


curiae, porque neste a Defensoria Pública atua como amigo da corte, possui
restrição recursal aos embargos de declaração e necessita comprovar a repercussão
social da controvérsia, enquanto que, naquela, trata-se de atuação em prol do
vulnerável, sendo também cabível interpor todo e qualquer recurso (até porque,
muitas vezes, a própria instituição poderia ter ajuizado a demanda em nome próprio,
como nos casos de ações civis públicas ou Habeas Corpus) e, ainda, porque a
demanda pode ter cunho exclusivamente individual, relacionado à dignidade
humana e aos direitos fundamentais da pessoa.

Assim, podemos observar que a Defensoria Pública, enquanto custos vulnerabilis,


pode interpor todo e qualquer recurso em prol do vulnerável, diferente do que acontece com a
figura do amicus curiae, que sofre limitações da legislação. Além disso, é possível que o
órgão defensório intervenha como custos vulnerabilis, em qualquer processo no qual estejam
sendo discutidos direitos de vulneráveis.

Como dito anteriormente, o objetivo do custos vulnerabilis é agir em prol do


vulnerável, levando informações e documentos aptos a instruir o processo, possibilitando ao
julgador uma visão ampla da lide, independente da parte já possuir advogado constituído nos
autos, resultando em uma decisão mais justa, visando consolidar teses defensivas para que
sejam benéficas e protetivas aos necessitados.

Importante frisar que a atuação como custos vulnerabilis não será considerada como
mero auxílio ao Judiciário, pois diferente da figura do amicus curiae, esta função é exclusiva
da Defensoria Pública, não podendo ser exercida por outro órgão ou entidade, Resurreição
afirma que:

Logo, o papel do custos vulnerabilis não será de mero auxílio ao Judiciário, nem
estará adstrito a uma cooperação por expertise, mas sim estará atrelado à defesa de
vulneráveis através do posicionamento (vinculado) sobre questões que nesse grupo

26
ROCHA, Jorge Bheron. Op.Cit
12

repercutam, caracterizando uma atuação em prol do interesse organizacional,


entendido como vulnerabilidade além da econômica.27

Por outro lado, o Ministério Público atua como custos legis (fiscal da lei ou guardião
da ordem jurídica), diferente da Defensoria Pública, que como custos vulnerabilis atua como
guardiã dos vulneráveis. No mais, outra diferença é que a lei estabelece situações onde o
Ministério Público deve exercer seu papel como fiscal da lei, enquanto a Defensoria pode
intervir em qualquer processo que envolva direitos de vulneráveis.

4. CONCLUSÃO

Muito já se pesquisou sobre o papel da Defensoria Pública na defesa dos interesses dos
hipossuficientes. A instituição que é destinada ao auxílio jurídico de necessitados, bem como
órgão essencial à justiça e sua democratização, passou por consideráveis mudanças à respeito
da sua atuação, resultando na ascensão de medidas eficazes que asseguram o acesso da justiça
à todos, inclusive aos vulneráveis.

Da análise realizada no presente trabalho, é notável que entre os objetivos da


Defensoria, a garantia e efetivação dos direitos humanos e a redução das desigualdades socais,
foram os que mais impulsionaram as novas medidas para assegurar o acesso à justiça aos
vulneráveis, que por sua vez, como explicado nos capítulos anteriores, possuem definição
ampla conforme instituído pelas Regras de Brasília28, nas quais as condições de
vulnerabilidade atingem os aspectos sociais, econômicos, cultuais, éticos, dentre outros.

Dessa nova perspectiva de vulnerabilidade, o órgão viu a necessidade de alcançar o


maior número possível de pessoas em situação de vulnerabilidade e colaborar com o papel do
Estado Democrático de Direito, dando origem à um novo entendimento institucional e nova
forma de atuação, qual seja, o papel da Defensoria Pública como custos vulnerabilis,
constitucionalmente previsto.

Nesse contexto, abordamos os passos caminhados pela Defensoria para que pudesse se
tornar instrumento de inclusão de uma multidão de desassistidos da Justiça brasileira.

27
RESURREIÇÃO, Lucas. A Defensoria Pública como interveniente: amicus curiae e custos vulnerabilis.
2018. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-jul-10/defensoria-publica-instituicao-
interveniente#author. Acesso em: 03/08/2020.
28
XIV CONFERÊNCIA JUDICIAL IBERO-AMERICANA. Regras de Brasília sobre acesso à justiça das
pessoas em condição de vulnerabilidade. Brasília, 2008, p. 5-6. Disponível em:
https://www.anadep.org.br/wtksite/100-Regras-de-Brasilia-versao-reduzida.pdf. Acesso em: 01/07/2020.
13

O tema aqui proposto, prevê que a Defensoria Pública atuará como espécie de terceiro
interveniente em processos que tenham como parte grupos vulneráveis. A atuação poderá se
dar de ofício, por iniciativa própria ou por requerimento das partes, e apesar de possuir
semelhanças com o instituto do amicus curiae, verificou-se que a atuação como custos é mais
ampla e constitui função institucional do órgão, não podendo ser substituída por outros, como
ocorre com o amicus curiae.

Em que pese as dificuldades enfrentadas, a Defensoria Pública conseguiu mais uma


vez disponibilizar o amparo que processualmente faltava aos vulneráveis. Em seu trabalho
árduo, é notável o resultado de todo o esforço através do reconhecimento da população e do
Supremo Tribunal Federal, que tem reafirmado as prerrogativas e disposições
constitucionalmente estabelecidas relativas à Instituição.

É certo que este artigo não esgotou a exploração acerca do tema, mas caminhou para o
alcance do objetivo proposto ao reunir elementos que indicam como a Defensoria Pública, na
posição de custos vulnerabilis, contribuiu para um Estado garantidor de direitos, promovendo,
através da sua atuação processual a paridade de armas, como também um novo meio de
concretização das normas fundamentais, que abriu espaço para uma nova ótica processual.
14

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15

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