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INTRODUÇÃO

O presente trabalho visa abordar o regime jurídico das empresas públicas estatais em
moçambique, tema este atribuído na cadeira de Direito Economico.

Acreditamos que o tema do presente trabalho vai ser um alicerce para aquilo que é o escopo do
grupo dos estudantes que aceitou o desafio de trabalhar em volta deste assunto, com o intuito
de alcançar o tao almejado conhecimento em volta do funcionamento das empresas estatais e
públicas no seu ponto de vista legal.

Para um desenvolvimento inteligível e conciso traremos a tona para o presente trabalho


pensamentos de alguns autores Moçambicanos que achamos serem de fácil compreensão.
Deste modo o trabalho na sua fase de desenvolvimento é caracterizado por alguns conceitos
chaves que achamos serem a base para um entendimento inicial.

Dado o pontapé de saída para aquilo que vai o presente trabalho cingir-se, desejamo-nos bom
trabalho e não sorte, pois estamos convictos de que os bons não carecem de sorte, mas sim de
paciência, esforço e dedicação.

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REGIME JURIDICO DE EMPRESAS PUBLICAS E ESTATAIS
Escusamos neste capítulo de falar de empresas mistas, resguardando uma intervenção para uma
próxima oportunidade, importa-nos do momento falar do regime das empresas públicas e deste
modo falar também de empresas estatais.

Noção de empresas públicas e estatais


Empresa pública segundo Teodoro Waty é toda aquela que sujeita-se a Direção e orientação
pública, não sendo necessariamente Estatal. Assim sendo segundo a lei 6/2012 de 8 de
Fevereiro, que revogou a lei 17/91 de 3 de Agosto, refere que são empresas públicas, entidades
de natureza empresarial criada pelo estado, com capitais próprios ou de outras entidades
públicas e que realiza a sua actividade no quadro dos objectivos traçados no diploma de criação.

Segundo a lei 2/81 de 10 de Setembro, pelo artº 1º (definição) “são empresas estatais as
unidades socioeconómicas, propriedade do Estado que as cria, dirige e afecta os recursos
materiais, financeiros e humanos adequados à aplicação do seu processo de reprodução no
cumprimento do plano, no sentido de consolidar e aumentar um sector estatal que domine e
determine a economia nacional” (…) “As empresas estatais realizam a sua actividade no quadro
do cumprimento do plano”.

Personalidade, capacidade Jurídica e autonomia


Pode-se ler no artigo 5 da lei n 2/81 que as empresas estatais gozam de personalidade Jurídica.
Na letra é previsão clara, mas, como sabido, na prática fica-se aquém do desiderato do
legislador, pese embora ainda a imperatividade do registo no acto da constituição (artigo 11)
Aliás, é antes de mais o próprio legislador que aborda a possibilidade da personalidade jurídica
quando as define como propriedade do Estado que as cria, dirige e afecta recursos. Uma
possibilidade prática da pretensa da capacidade jurídica na medida em que há subordinação a
órgãos centrais do aparelho de estado. Havendo autonomia, a repleção do ente autónomo para
com o ente superior deve traduzir-se na mera superintendência ou tutela, e jamais em
subordinação hierárquica.
Por via de consequência a despersonalização, nem a autonomia administrativa, nem a
financeira ou patrimonial são claramente previstas, embora podendo ser inferidas de alguns
dispositivos, nem têm relevância prática. Antes, é o estado que dirige e afecta recursos ás
empresas estatais.

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A empresa pública é autónoma face ao Estado. Dispõe de personalidade própria. A
Personalidade jurídica autónoma, face ao Estado, é a condição indispensável para que a
actividade empresarial se constitua como a actividade principal da empresa e assim se constitua
o seu regime jurídico.

A sua capacidade jurídica não diverge da capacidade das pessoas colectivas previstas no art.º
160 do Código Civil. Também para as empresas públicas vigora o princípio da especialidade,
nos termos do qual, não podem praticar actos contrários as seus fins. Para A interpretação deste
artigo n. 2 da Lei N. 17/91 podemos referir que objecto da empresa pública é sempre definido
pela lei e constitui um limite à sua competência, sendo nulos todos os actos e contratos
praticados e celebrados pela empresa, os quais contrariem ou transcendam o seu objecto.
Para a prática de actos só indiretamente relacionados com o objecto da empresa, é
Necessária a autorização do Governo ou o parecer dos órgãos da empresa, consoante os casos,
e de acordo com os estatutos.
A capacidade jurídica de direito público é aquela que a lei lhes concede ao determinar a sua
competência.

Autonomia Administrativa: Segundo o n.º 2 do Art.º 40 revogado pela lei n.6/2012 de 8 de


fevereiro no seu artigo 22 dispõe da autonomia administrativa que determina que as empresas
públicas podem praticar actos administrativos e executórios e que, dos seus actos (praticados
pelos seus órgãos no âmbito das suas competências) não cabe recurso hierárquico mas só
contencioso, para os tribunais administrativos se for a pretenção

Autonomia financeira: A autonomia financeira assenta na existência de um orçamento


próprio, elaborado pela própria empresa e aprovado pelo governo. No caso de Moçambique, a
Lei 17/91, no seu artº 24º / nº 1 estabelece que as empresas públicas devem elaborar, em cada
ano económico, orçamentos de exploração e investimento, por grandes rubricas, a serem
submetidos à aprovação do Ministro das Finanças, sob proposta do ministro da respectiva área
de subordinação.

O orçamento não faz parte integrante do Orçamento de Estado nem incide sobre ele qualquer
acto de aprovação parlamentar.
A fiscalização da execução do orçamento compete ao Conselho Fiscal (lei 17/91, artº 14º/
alínea c).
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Para poderem ter um orçamento próprio, as empresas públicas têm competência para cobrar
receitas provenientes das suas actividades ou que lhes sejam facultadas nos termos dos estatutos
ou da lei, bem como realizar as despesas inerentes à prossecução do seu objecto (lei 17/91, artº
19º).

Autonomia Patrimonial: A existência de autonomia patrimonial significa que é apenas o


património da empresa que responde pelas suas dívidas (lei 17/91, artº 16º/ nº 4: vide art.19,
n.º 4,da lei n.6/2012 de 8 de fevereiro) excluindo-se os bens de domínio público sob
administração da empresa pública.

O património da empresa pública é o limite da garantia dos credores. Esta não pode exercer-se
sobre os bens do domínio público administrados pelas empresas, bens esses cuja titularidade é
do Estado ou de outras pessoas colectivas públicas. É o caso dos portos, aeroportos, linhas
férreas, minas, etc.

Os bens que integram o património da empresa podem ser penhorados e executados


judicialmente bem como podem ser constituídas, sobre eles, garantias reais de modo a
privilegiar determinados credores numa eventual execução.
No entanto, o regime de autonomia patrimonial das empresas públicas não permite a sua
falência ou insolvência não sendo possível liquidação concursal plena do seu património por
iniciativa dos credores.

Extinção da Empresas estatais e públicas


em nenhum momento a Lei refere-se a extinção das empresas estatais. A explicação para tal
talvez esteja na função de principal dirigente e impulsionador do desenvolvimento da economia
nacional, bem como a ideologia dominante que elevavam a que não se considerasse nem por
hipótese a possibilidade legal da sua extinção. Terá sido por isso que durante longos anos o
estado subvenciou certas empresas estatais manifestamente não rentáveis.
Somente no decreto n 22/87, de 21 de Outubro, que vem responder a necessidade de
reajustamento do sistema empresarial estatal devido as medidas de reabilitação económica, é
que se regula a extinção e liquidação das empresas estatais, tendentes a dar lugar a criação de
empresas públicas ou de empresas mistas.

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É ao órgão criador das empresas estatais (o conselho de Ministros) que compete ordenar a sua
extinção e liquidação, por via de decreto que precise os aspectos inerentes, alguns dos quais
constam do art. 7.

Nos termos do n.º 1 do art. 3 da Lei 17/91 de 3 de agosto (vide lei n.º 6/2012 artigo 3 n.º 1) a
criação de empresas publicas é competência Central do Estado designadamente o conselho de
Ministros e fá-lo por via de decreto que por sinal é um acto administrativo, e impugnável no
Tribunal Administrativo.

A extinção de empresas públicas não se difere de empresas estatais, ou seja elas obedecem o
mesmo princípio de que quem criou é igualmente competente para extinguir. Nos termos da lei
anterior nomeadamente a lei n.17/91 no seu artigo 30, estão previstas as 3 formas de extinção
de uma empresa pública designadamente a fusão, a cisão e liquidação.
Qualquer destas três formas de extinção é da competência do órgão que criou a empresa em
questão, mediante o competente diploma legal (artº 31º).

Órgãos das Empresas e participação dos trabalhadores

No que tange as empresas estatais, da interpretação conjugada dos arts 15 a 19 da Lei n º 2/81,
de 30 de Setembro, resulta que são órgãos destas o Director-geral, um ou mais Directores
(consoante a dimensão da empresa e a importância de funções) e os Colecctivos de trabalho.
O Director-geral, que é nomeado , exonerado ou demitido por despacho do dirigente do órgão
central do aparelho do estado que superintende o ramo ou sector de actividade (n º 1 do art. 17)
tem o mais vasto conjunto de poderes de decisão no que concirna a actos e operações que visem
a realização das atribuições da empresa.
Os Directores, que são os executivos imediatos do Director-geral, são nomeados, mandados
cessar funções e demitidos por despacho do dirigente do órgão central do aparelho do Estado
que superentende no ramo ou sector de actividade, sob proposta do director-geral. Eles
executam, além das funções que forem definidas no regulamento interno, as decisões do
Director-geral, com o que se justifica a aludida competência de proposta
No que se refere aos colectivos de trabalhado, a Lei manda que existam na empresa tantos
colectivos quantos os níveis de dirigente de modo a assegurar-se a participação activa dos
trabalhadores na direcção e organização da empresa.

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Os órgãos obrigatórios das empresas públicas segundo a lei vigente no seu N. 1 do art.º. 11 são:
Conselho de Administração – 5 a 7 elementos, incluindo um representante do Ministério das
Finanças ou da Comissão Nacional do Plano e um representante eleito pelos trabalhadores. O
seu Presidente é nomeado e exonerado pelo Conselho de Ministros; os restantes membros são
nomeados e exonerados pelo ministro da respectiva área de subordinação. Os mandatos são de
três anos, renováveis.

O Conselho de Administração é o órgão executivo com “todos os poderes necessários para


assegurar a gestão e o desenvolvimento da empresa” (artº 11º), destacando-se, para isso
b) Aprovar as políticas de gestão da empresa
g) Aprovar a aquisição e a alienação de bens e de participações financeiras quando as mesmas
se encontrem previstas nos orçamentos anuais aprovados e dentro dos limites estabelecidos
pela lei ou pelos estatutos
i) Representar a empresa em juízo ou fora dele, activa e passivamente
j) Coordenar toda a actividade da empresa, dirigir superiormente os seus serviços e gerir tudo
quanto se relaciona com o objectivo da empresa.
Sempre que se revele necessário, (artº 12º / nº 1) o Conselho de Administração poderá nomear
directores executivos fixando-lhes o âmbito da sua actuação.
Conselho Fiscal, tem essencialmente a função de fiscalizar internamente as áreas
administrativas e financeiras da empresa incluindo das actividades do conselho de
Administração é composto de 3 a 5 elementos, nomeados por despacho do Ministro das
Finanças, ouvido o ministro da área de subordinação, por períodos de cinco anos, renováveis
(artº 14º / nº 2).
Destacam-se, das suas competências:
c) Examinar periodicamente a contabilidade da empresa e a execução dos orçamentos
d) Pronunciar-se sobre os critérios de avaliação de bens, de amortização e de reintegração de
provisões e reservas e de determinação de resultados
f) Pronunciar-se sobre o desempenho financeiro da empresa, a comodidade e eficiência da
gestão e a realização dos resultados e benefícios programados.

No que se refere a participação dos trabalhadores nos órgãos da empresa é garantida


normativamente pela imperatividade que um dos membros do conselho de Administração seja,
como já referimos, um representante eleito pelos trabalhadores.

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Intervenção do conselho de Ministros

No que respeita as empresas estatais, a Lei n º 2/81, no seu art.7, n º, aponta para relações de
informação, coordenação e nunca de subordinação hierárquica entre empresas estatais de
âmbito nacional e os órgãos do aparelho do Estado a nível da provincia e distrito onde se
situam. É ao conselho de Ministros que compete criar, determinar o órgão central de
subordinação e extinguir as empresas estatais de âmbito nacional, igual cmpetencia certos
elementos seus no que se refere as empresas estatais de âmbito local.

No que se refere as empresas públicas, o estatuto de autonomia das empresas públicas impede
um controlo de ordem hierárquica.
O controlo governamental exerce-se através da tutela e superintendência, figuras compatíveis
com a autonomia da entidade controlada. Os poderes são os da intervenção e da fiscalização
(mas não em poderes de orientação da entidade controlada).

Os poderes de tutela e superintendência são só os que estão previstos na lei, não se presumindo.
Na relação hierárquica, pelo contrário, o Estado pode intervir com todos os poderes que
decorrem de uma relação especial de sujeição (era o caso das empresas estatais – Lei 2/81, artº
1º / 1 “Estado que as cria, dirige e afecta os seus recursos materiais…”).

A tutela assim com a intervenção governamentais na vida da empresa tem em vista evitar
ocorrência de resultados negativos decorrentes da eventual ma condução da empresa dado que
isso determinara sempre a intervenção do Estado convista a reparar os danos, o que requer
maiores sacrifícios a este.
Este regime da tutela consolida-se, em particular, através da presença, no Conselho de
Administração, do representante do Ministério das Finanças ou da Comissão Nacional do
Plano, garantindo-se, assim a prossecução das finalidades gerais da política económica
constante do planeamento.

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Princípios de gestão patrimonial e financeira
O art. 21 da Lei n º 2/81, no n º 1, deixa claro que os princípios pelos quais se orientam as
empresas estatais são da rentabilidade, da independência económica e operativa, da
responsabilidade material pelos compromissos, do controlo monetário da actividade das
empresas e o do interesse dos trabalhadores da empresa na actividade. Adite-se a estes o
principio de planeamento (art. 13). Trata-se de postulados que enformam todo o conteúdo
normativo da própria Lei, bem assim dos regulamentos, estatutos e outros acros normativos
ligados as empresas estatais, ao mesmo tempo que neles aparecem traduzidos.

A lei base das empresas públicas debruça-se sobre alguns princípios que vão delinear aquilo e
a gestão de empresas públicas nomeadamente o princípio da economicidade, eficiência e
planeamento.

a) Princípio da economicidade

O princípio da economicidade exige o lucro empresarial, ou seja, o excedente. Os preços


praticados pela empresa devem, portanto, ser superiores aos preços de custo. Ficam, no entanto,
salvaguardadas as situações em que seja necessário o apoio financeiro do Estado (preços
políticos) sempre que a empresa desempenhe uma função económica eminentemente social
(ex. transportes públicos) ou pretenda, através dela, aumentar o volume de exportações (Lei
17/91 - artº 21º / nº 2, alínea b).

b) Princípio da eficiência

Este princípio obriga a um aproveitamento racional dos meios humanos e materiais,


Minimizando os custos de produção (artº 21º / nº 2, alínea f). É o corolário do princípio da
economicidade que possibilita criar as condições de rentabilidade das empresas.

c) Princípio de Planeamento
Este princípio visa a perspetivação racional da gestão da empresa anual e a médio prazo.
Pretende-se que os seus órgãos se habituem a calcular racionalmente as suas decisões de acordo
com a conjuntura económica nacional e internacional. Requer-se, assim, uma capacidade de
estabelecer estratégias de gestão (artº 22º, alínea b).

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O Direito Aplicável as Empresas Publicas

As empresas públicas em Moçambique regiam-se ate entrada em vigor da Lei 6/2012 de 8 de


Fevereiro pela Lei 17/91, pelos estatutos respectivos e, no que em ambos não estiver regulado,
regem-se pelas normas de direito privado (artº39º / nº1). As empresas públicas que explorem
serviços públicos, assegurem actividades de interesse fundamental (ex. defesa nacional) ou que
exerçam a sua actividade em regime de exclusividade (monopólio) podem ser objecto de um
regime especial de direito público (art.º39º / nº 2). Este regime pode comportar a atribuição
àquelas empresas de prerrogativas de autoridade, características de um regime de direito
administrativo. É o caso de as empresas públicas que, ao abrigo deste regime, têm competência
legal para declarar a expropriação por utilidade pública de certos terrenos, para cobrar taxas,
etc.
Assim sendo, os actos e contratos das empresas públicas investidas de especiais Prerrogativas
de autoridade ao abrigo de um regime de direito público, são actos e contratos administrativos
e são da competência do Tribunal Administrativo para julgamento de litígios com eles
relacionados (art.º40º / nº 2).
No caso das empresas públicas que se regem pelo direito privado, há que notar a excepção feita
quanto ao regime de superintendência, aos órgãos e à inaplicabilidade de falência.
Segundo Cabral Moncada, estas restrições conduzem à atribuição de um estatuto de liberdade
legal em vez de autonomia privada, pelo menos quanto à parte nuclear da respectiva actividade.

Transição da empresa estatal para empresas públicas


Como se vê no preâmbulo da lei 17/91 de 3 de Agosto, por força da aplicação do Programa de
Reabilitação Económica, era necessário alterar o regime jurídico das empresas estatais dado
estar ultrapassado. Defendia-se a introdução de novos mecanismos jurídicos no sentido de
garantir uma maior eficiência e rentabilidade do sector empresarial público, para além de uma
profunda alteração na gestão das empresas dotadas de capital do Estado, mas uma coisa e certa
de ponto de vista histórico as empresas estatais foram criadas no intuito também de substituir
o regime jurídico privado pelo público pois antes de se aprovar a Lei 17/91 de 3 de Agosto
vigorava a lei 17/77 de 28 de Abril que no entanto foi revogada pela Lei n.2/81 de 30 de
Setembro.

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A lei 17/91 de 3 de Agosto recentemente revogado foi ate 2012 a lei base de toda a organização
e funcionamento das empresas públicas. O Artigo 45 autoriza o Conselho de Ministros a
determinar, no prazo de 90 dias apos a publicação da Lei, a transformação de empresas estatais
para empresas públicas, mas que segundo Teodoro Waty não se pode inferir que todas as
empresas estatais foram transformadas em públicas.

O PAPEL DESSAS EMPRESAS NO DESENVOLVIMENTO

Essas empresas são o principal dirigente e impulsionador do deenvolvimento da economia


nacional. Para as finanças resultantes da actividade empresaria estatal, está reservado o papel
de transferir os lucros para o estado (Art. 26). É com base nesses lucros que o estado satisfaz
algumas necessidades colectivas (ao menos em tese).

O Sector Empresarial do Estado exerce uma função importante na economia moçambicana. O


Estado, por ausência de vocação empresarial, decidiu criar e atribuir a entidades com
personalidade jurídica própria, o exercício de diversas actividades. Muitas dessas actividades
só podem ser exercidas por entes que tenham o apoio do Estado, dispondo de poderes e meios
que as empresas privadas normalmente não têm. Hoje em dia, tendo em vista acelerar o
desenvolvimento do país, as empresas públicas têm um papel muito importante não só através
do exercício das suas actividades tradicionais, mas, também, das parcerias que venham a
estabelecer com empresas privadas, nacionais ou estrangeiras.

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CONCLUSÃO
Em gesto de conclusão podemos extrair o seguinte: não existe dúvida nenhuma que as empresas
são pessoas jurídicas, isto suscetíveis de direitos e obrigações no nosso ordenamento jurídico.
Mas, entretanto, é importante saber se são do direito público ou privado, esta qualificação tem
uma enorme importância pratica. Por exemplo é relevante esta distinção para sabermos se o
direito aplicável a estas é público ou privado para se ter uma noção de que regime por exemplo
serão obrigados os seus trabalhadores e em que tribunais podem litigiar em caso de conflitos.

Mas pelo que se viu quase todos os critérios doutrinários apresentados confirmam a
característica dominante de serem as empresas públicas pessoas colectivas de direito público,
alias Teodoro waty refere que no nosso ordenamento jurídico o regime jurídico básico das
empresas públicas faz parte do direito público concretamente do direito administrativo, e só
subsidiariamente remete-se ao direito privado, ou seja, somente o direito privado vai regular
os casos omissos. Não sendo este ultimo a base dos respectivos estatutos que vão estabelecer
as bases do seu regime jurídico.

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BIBLIOGRAFIA
WATY, Teodoro Andrade, Direito económico, 2011
http://leoiuris.blogspot.com/2006/02/as-empresas-pblicas-moambicanas-so.html

Lei das empresas publicas n.º17/91


Lei das empresas publicas n.º6/2012

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