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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Direito
Curso de licenciatura em Direito

Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique

Estudante: Lurdes Tome Intassa


Código: 91210064

Pemba, Maio de 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Faculdade de Direito
Curso de licenciatura em Direito

Relações Jurídica Fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique

Trabalho de campo, de caracter avaliativo a ser submetido na


cadeira de Direito Fiscal e Aduaneiro - 2º Ano – 2022

Estudante: Lurdes Tome Intassa


Código: 91210064

Pemba, Maio de 2022


Índice:

Introdução.........................................................................................................................................4
1. Conceito e objectivos do Imposto.............................................................................................5
1.1 Imposto..................................................................................................................................5
1.2 Objectivos dos impostos........................................................................................................5
1.2.1 Objectivos Fiscais..........................................................................................................6
1.2.2 Objectivos Sociais..........................................................................................................6
1.2.3 Objectivos Económicos..................................................................................................6
2. Abordagem sobre o Tema em causa.........................................................................................7
2.1 Relações jurídica fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique.............................................7
2.1.1 Relação jurídica fiscal........................................................................................................7
2.1.2 Obrigação Fiscal................................................................................................................9
2.1.3 Elementos da relação Jurídica Fiscal...............................................................................10
2.1.3.1 O sujeito activo da relação juridica fiscal....................................................................10
2.1.3.2 O sujeito Passivo da relação juridica fiscal..................................................................11
2.1.4 Extinção da obrigação do imposto...................................................................................11
Conclusão.......................................................................................................................................13
Bibliografia.....................................................................................................................................14
Legislação.......................................................................................................................................14
Introdução
O sistema fiscal Moçambicano possui hoje uma estrutura equiparãvel aos mais modernos
sistemas fiscais. Este constitui um dos meios de assegurar o desenvolvimento do aparelho do
Estado, parte fundamental do crescimento dos serviços administrativos, que consome sem
produzir, e de estímilo da procura através do espediente das despesas públicas, dos subsídios ou
reduções fiscais aos sectores privados e do controlo da propria produção.
A tributação tem em vista a satisfação das necessidades financeiras do Estado e outras
entidades públicas e promove a justiça fiscal, igualdade de oportunidades e a necessária
redistribuição da riqueza e do rendimento, através do pagamento do imposto para o Orçamento
Geral do Estado que tem natureza unilateral e obrigatória. 
Importa na abordagem deste trabalho analisarmos a relação jurídica fiscal e obrigação Fiscal em
Moçambique. E como objetivos gerais deste trabalho, temos de falar da Relação jurídica fiscal
bem como a obrigação fiscal, e com objetivos específicos de falar da relação jurídica fiscal, seu
sentido restrito, seu objeto; dar a conhecer a importância da obrigação fiscal, o seu dever como
cidadão para melhor desenvolvimento do país; e a extinção da obrigação tributaria, bem como as
garantias da relação jurídica do imposto.
Assim falar da obrigação tributaria é falar da capacidade que o Governo tem de obter recursos da
esfera pública e privada nacional por meio de imposto com vista a satisfação das necessidades
colectivas, visto que um dos fins primordiais do Estado é garantir o bem-estar da sociedade. No
âmbito da metodologia de pesquisa, a técnica usada para a realização do presente trabalho foi de
consulta bibliográfica de alguns autores.

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No que diz respeito da parte mais importante da relação jurídica fiscal é constituído pela
obrigação fiscal ou de imposto que, apesar de ser uma obrigação ou direito de crédito tem
características especiais que diferenciam das demais. Por seu lado a obrigação fiscal respeita tão-
somente aquela que é a principal obrigação do sujeito passivo na relação jurídica fiscal, ou seja a
obrigação de pagar o imposto.
Para tal antes de fazermos uma abordagem sobre o principal tema, vamos dar breve conceito
sobre imposto e seus objectivos no direito fiscal Moçambicano.

1. Conceito e objectivos do Imposto

1.1 Imposto
A Lei n.º 2/2006 de 22 de Março (Lei do Ordemanto Tributário) estabelece os princípios e
normas gerais do ordenamento jurídico tributário Moçambicano e aplica-se a todos os tributos
nacionais e autárquicos, referidos no artigo 3, sem prejuízo das disposições especiais respeitantes
à legislação aduaneira e autárquica.
De acordo com este dispositivo, no Artigo 3 no n.º 2, define Os Impostos como sendo, as
prestações obrigatórias, avaliáveis em dinheiro, exigidas por uma entidade pública, para a
prossecução de ins públicos, sem contraprestação individualizada, e cujo facto tributário assenta
em manifestações de capacidade contributiva, devendo estar previstos na lei.
Com uma definição similar, WATY (2002:88 apud Muhacha 2021), define o imposto
como, uma prestação coactiva, patrimonial, positiva, definitiva, não sinalagmática, sem carácter
de sanção, estabelecida por lei, a favor de uma entidade pública, ou com funções públicas para a
satisfação de necessidades públicas e redistribuição de riqueza, independentemente de qualquer
vínculo anterior.

1.2 Objectivos dos impostos


como pode se perceber, para realização dos fins públicos, a satisfação de necessidade pública,
necessidade colectiva da sociedade, o estado necessita de obter receitas, cijos mesmos, provem da
cobraça de tributos. Estes são criados para a satisfação de fins públicos e necessidades colectivas
dos cidadãos, expressão que engloba objectivos fiscais (obtenção de receitas publicas) e
extrafiscais (sociais, económicas, etc.)

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1.2.1 Objectivos Fiscais
Estes objectivos tambem são chamados de função financeira do imposto. De acordo com Jone
(2016, p.42), “são fornecidos ao tesouro público os fundos indispensáveis ao Estado para
ocorrer aos gastos com a satisfação das necessidades colectivas, o que nos indica tratar-se da
função clássica do tributo”.

1.2.2 Objectivos Sociais


Os impostos visam a repartição justa da riqueza e dos rendimentos, a diminuição das
desigualdades, tendo em conta as necessidades e rendimentos do agregado social, operando-se
uma verdadeira reatribuição de riqueza.(Muchacha, 2021). Olhanamo ainda a teoria do Jone
(2016) refere que, no domínio da função social do imposto, o legislador pode orientá-lo no
sentido da obtenção dos efeitos mais convenientes. Assim, pode-se, mediante impostos elevados
sabre o tabaco, desencorajar o seu consumo tendo em vista a salvaguarda da saúde pública. Sem
dúvida que, quando se atinge o resultado pretendido, o rendimento do imposto passará a ser
insignificante, mas, tal inconveniente é sabiamente compensado pela concretização da finalidade
extra-fiscal pretendida.

1.2.3 Objectivos Económicos


O imposto consiste na privação forçada de bens que são transferidos para o sector público.
Jone (2016, p.42) refere que; Através da função económica do imposto pode verificar-se a
intervenção dos poderes públicos na economia. Servindo-se duma conveniente orientação do
sistema tributário, o Estado pode agir sobre a conjuntura ou sobre as estruturas económicas
modificando, pela utilização de medidas temporárias ou definitivas, o volume da repartição da
carga fiscal, influenciando, assim, o nível das actividades, a importância do consumo e o
montante da poupança individual. ainda para o mesmo autor refere que, o imposto, sob a forma
de reduções ou de isenções, é geralmente utilizado como incentivo ao desenvolvimento
económico nos países onde tal desenvolvimento se torna necessário em vista, nomeadamente, à
promoção do bem-estar das populaçõe

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2. Abordagem sobre o Tema em causa

2.1 Relações jurídica fiscal e Obrigações Fiscal em Moçambique

2.1.1 Relação jurídica fiscal


A relação jurídica fiscal tem um conceito muito complexo, onde inclui, para além da obrigação
fiscal do contribuinte, todas as relações que aquela obrigação central da origem, directa ou
indirecta, prestar declaração, de não praticar actos, e que obrigam não só o próprio contribuinte,
mas também outras pessoas de algum modo ligadas aos pressupostos de factos da contribuição.
Podemos definir por relação jurídica as relações sociais onde o ordenamento tem a preocupação
de qualifica-las a fim de proteger as partes envolvidas, prevenindo e aplicando as devidas leis
quando necessárias. Ou por outro, npodemos dizer que, o objecto da relação jurídico-fiscal é a
prestação a que o devedor do imposto está adstrito para com o sujeito activo.

De acordo com Muhacha (2021), refere que a relação jurídica fiscal é uma relação complexa que
compreende quer obrigações principais quer obrigações acessórias. Cabral e Neto (2011, p.45)
por sua vez, diz que, A relação jurídica fiscal é uma relação complexa: não se resume à chamada
obrigação fiscal. A obrigação fiscal é apenas o cerne da relação jurídica fiscal. A relação jurídica
fiscal compreende toda uma série de vínculos entre o sujeito activo e passivo, a que vamos
chamar obrigações acessórias. Estas têm diversa natureza e conteúdo e destinam-se a garantir e
tornar efectivo o cumprimento da obrigação principal – a obrigação fiscal.

Segundo Teixeira (1995: 167 apud Kadastrados 2014), ”constitui obrigação fiscal o vinculo que
nasce entre o estado e o particular através do imposto”.
De um modo coerente, a obrigação fiscal pode ser tida como o vinculo jurídico nascido de
verificação da situação ou das condições abstractamente previstas na lei tributaria e cujo objecto
é a prestação do imposto. Assim, considera a obrigação fiscal como parte da relação jurídica, pois
esta é mais vasta e complexa. Para além, a obrigação fiscal, inclui todas as relações de diferente
objecto e conteúdo que resultam daquela obrigação central, na qual os sujeitos passivos são o
contribuinte e outras pessoas estranhas a essa obrigação de imposto. A relação jurídica é
composta de um núcleo constituído pelo contribuinte e pelos terceiros que, de algum modo, estão

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ligados aos pressupostos do facto da tributação, que podem ser designados de obrigações ou
deveres tributários acessórios.
Olhando para a esplicação do Jone (2016), importa referir que, para este autor, A relação jurídica
fiscal remete-nos ao conceito de relação jurídica geral, que é o vínculo entre duas ou mais
pessoas, ao qual as normas jurídicas atribuem efeitos obrigatórios. Ou seja, é uma relação da vida
social regulada pelo direito mediante a atribuição a uma pessoa de um direito e a imposição a
outra pessoa de um dever jurídico ou de uma sujeição. Tratase do nexo de correspondência
recíproca entre direitos e vinculações encabeçados em pessoas jurídicas.
Ainda debrussa que; a relação Jurídica Fiscal consiste no vínculo jurídico por virtude do
qual uma pessoa fica adstrita para com outra à realização de uma prestação de natureza tributária.
É uma relação obrigacional de direito público em que os sujeitos passivos estão obrigados para
com o sujeito activo à realização de obrigações tributárias que têm como finalidade o pagamento
da prestação tributária.
Assim, nos indica a disposição no Sistema Tributário Moçambicano o Artigo seguinte, que ilustra
a o entendimento da prestação Tributária.
Artigo 14
(Sujeito passivo)
[...], entende-se por prestação tributária qualquer obrigação de um sujeito,
estabelecida em legislação tributária, quer se trate da obrigação de pagar
tributos, de reter e entregar tributo por conta de outrem, de responder por uma
obrigação de outrem, de apresentar declarações dentro dos prazos legais, de
prestar um esclarecimento sobre a sua situação tributária e de proporcionar à
administração tributária os dados e informações relacionados com o facto
tributário, de prestar uma caução, de organizar a contabilidade e a escrita, ou
de qualquer outra obrigação.

Para alem das obrigações fiscais que recaem sobre o sujeito passivo directo, há aquelas que
podem recair a terceiros, que de algum modo estão ligados ao contribuinte ou ao facto tributável,
que garante a liquidação da divida tributaria, que se designam de obrigações ou deveres
acessórios. Estas obrigações acessórias podem destinar-se a determinar e identificar o sujeito
passivo e a matéria colectável ou liquidar a divida tributaria, bem como garantir a cobrança de
imposto e a fiscalização do cumprimento dos deveres.

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2.1.2 Obrigação Fiscal
Obrigação Fiscal é o vínculo que nasce entre o estado e o particular obrigado ao imposto,
verificados que sejam os pressupostos de facto que integram o “tipo” tributário abstracto descrito
na lei.
WATY (2004 apud Muchacha 2021), considera a obrigação fiscal como parte da relação jurídica,
pós esta e a mais vasta e complexa. Para ele, a obrigação fiscal inclui todas as relações de
diferente objecto e conteúdo que resultam daquela obrigação central, na qual os sujeitos passivos
são o contribuinte e outras pessoas estranhas a essa obrigação de imposto.
Porém, embora esta complexidade de situações, Jone (2016, p.60) explica que;
“Importa reter que o núcleo central da relação jurídica fiscal é
constituído pela obrigação de pagar o imposto”.

Nas relações jurídicas pressupõe se um acto devindo ou permitindo, e dois sujeitos um


dito activo e outro passivo, sujeito activo não e necessariamente aquele que pratica o acto, mas
aquele que na situação jurídica encontra se na posição subordinante. Simetricamente, a este, esta
o sujeito passivo aquele que se encontra na posição subordinada em relação a acto considerado. A
subordinação é estabelecida ao direito em beneficio de quem prática o acto, a beneficio de
terceiro ou da comunidade.

Segundo Bem (2004 citado por Muchacha 2021) conceitua a relação jurídica como a ligação
entre dois ou mais sujeito, em razão de um facto previsto no ordenamento jurídico, em que um
dos sujeitos, tem o direito de exigir uma prestação e o outro, o dever de compri-lá. Assim vê se
que a exigência de uma relação jurídica pressupõe o posicionamento de duas ou mais pessoas
adoptadas de poderes e resultantes das normas jurídicas, dai porque, só interessam ao direito as
relações que estejam, de alguma forma previstas num modelo jurídico.
Portanto, a relação jurídica é um facto geral e abstracto, por ser próprio da ciência jurídica, sendo
impossível o legislador elaborar normas sem deixar de tutelar certos bens jurídicos, uma vez que
sua interacção maior e regular a vida das pessoas naquilo que elas tem de maior ou mais do
quotidiano.

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2.1.3 Elementos da relação Jurídica Fiscal
Muchacha (2021), apresenta 4 elementos da relação jurídica fiscal: Sujeitos, Objectos, Facto
jurídico e Garantias. Ainda para este autor refere que: Os sujeitos são os pontos terminais da
relação jurídica. O sujeito activo, que é o titular do correspondente direito subjectivo e o sujeito
passivo, que é sobre quem recai o correspondente dever.
Na obrigação fiscal, existe a particularidade como se vera de o sujeito activo ser sempre
uma entidade do direito público ou que exerce funções públicas, que tem o direito de exigir o
cumprimento da obrigação. Por sua vez, o sujeito passivo é a pessoa singular ou colectiva ou
qualquer outra entidade (património ou organização de facto de direito, diz a lei), que nos termos
legais, esta vinculada ao cumprimento da obrigação.

2.1.3.1 O sujeito activo da relação juridica fiscal


De acordo com o Artigo 13, da lei 2/2006 de 22 de Março, o Sujeito activo da relação jurídico-
tributária é a entidade de direito público, titular do direito de exigir o cumprimento das
obrigações tributárias, quer directamente, quer através de representante.

Em relação a sujeitos activos da relação jurídica fiscal importa referir que a titularidade activa da
relação jurídica fiscal em sentido amplo, comporta diversas situações, nomeadamente de acordo
com Muchacha (2021):
 Poder tributário: poder conferido constitucionalmente para a criação, incidência,
instituição, estabelecimento do imposto e a definição do seu regime;
 Competência tributaria: a administração ou gestão de imposto e que se traduz no
lançamento, liquidação e cobrança dividindo se esta competência entre a administração
fiscal e os particulares (contribuintes ou terceiros).
 Capacidade tributária activa: qualidade do sujeito activo da relação de crédito em que a
relação jurídica fiscal se consubstancia. Ѐ a titularidade de crédito de imposto e outros
direitos tributários e é inerente a personalidade tributária activa ou susceptibilidade de ser
sujeito activo da relação jurídica fiscal e é imposto;
 Titularidade de receita de imposto: verifica se nos casos em que as receitas provenientes
de certos impostos estão consignadas a determinadas entidades que não tenham todas ou
algumas das titularidades fiscais activas.
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2.1.3.2 O sujeito Passivo da relação juridica fiscal
O sujeito passivo da obrigação tributária é contribuinte, o sujeito obrigado ao pagamento do
tributo, instaurado a partir de um fato gerador, que forma um vínculo obrigacional entre o sujeito
ativo e o sujeito passivo, este, embora possa ser o contribuinte, poderá ser terceira pessoa.

Nos termos do disposto no nº 1 do artigo 14 da lei 2/2016, O Sujeito passivo da relação


jurídico-tributária é quem, nos termos da legislação tributária, está obrigado ao cumprimento de
uma prestação tributária, de natureza material ou formal, seja uma pessoa singular ou colectiva,
uma entidade constituída observando ou não os requisitos legais, um património, uma
organização de facto ou de direito ou qualquer outro agrupamento de pessoas.
Ainda no nº 3 do mesmo Artigo, estabelece quem não adquire a qualidade do sujeito passivo.
a) Suporte o encargo do tributo por repercussão legal, sem prejuízo do direito de reclamação,
recurso hierárquico ou recurso contencioso nos termos das leis tributárias; ou
b) Deva prestar informações sobre assuntos tributários de terceiros, exibir documentos, emitir
opinião em processo administrativo ou judicial ou permitir o acesso a imóveis no local de
trabalho.

Entretanto, algumas relações são reguladas pelo direito e outras não, o que cada vez menor, e
bom que ainda haja relações interpessoais imane a autoridade do Estado, não havendo nenhuma
concretização da maldade nesses conceitos, mas dependência em relação a natureza do
pensamento humano.

2.1.4 Extinção da obrigação do imposto


A forma normal de extinção de obrigação fiscal é o comprimento ou pagamento, que constitui a
execução da prestação do imposto. Assim, importa referir que na extinção do imposto pelo
pagamento há necessidade de determinar por quem deve e pode ser feito autor do pagamento; a
quem deve ser feito refere se ao destinatário; o que deve pagar se refere se ao objecto; como deve
pagar se refere se a forma; onde deve pagar se refere se ao lugar; e quando deve pagar se refere
ao tempo. (Muhacha, 20021)

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Desta feita o comprimento da se com pagamento pontual do imposto pelo sujeito passivo.
No pagamento, pode se apontar o voluntário e o coercivo. O voluntário pode ser feito a boca do
cofre, que se efectua durante um certo prazo de vencimento, fixado para cada imposto (em regra
um mês); ou antes do relaxe ou com juros de mora, realizado após este período e durante os
prazos que precedem o relaxe.
Em regra, a obrigação de imposto extingue-se com o pagamento em dinheiro da
dívida tributária. O imposto pode ser pago a título: - Voluntário, à boca do
cofre: decorre no prazo, com acréscimos de juros de mora e compensatórios, -
Coercivo, no âmbito do processo de execução fiscal para pagamento coercivo,
na fase de relaxe da dívida tributária.(JONE, 2016)

Por outro lado, o imposto pode ser realizado a pronto pagamento ou em prestações. Para além do
pagamento que é a forma ou norma de extinção de obrigação fiscal, a outras formas dignas, de
menção pelas quais esta pode se distinguir.

Prescrição – diz-se que a prescrição não é uma forma de extinção da obrigação. Será, ou não?
Será um fundamento de extinção ou de não exigibilidade? Consideramos que a prescrição é uma
forma de extinção da obrigação. Assim, de acordo com o Artigo 36, da lei n° 15/2006 de 26 de
Junho, o prazo de prescrição é de quinze anos, sem distinção de boa ou má fé, o prazo de
prescrição das dívidas tributárias. Note-se que só há prescrição quando o devedor não paga.

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Conclusão
Neste presente trabalho podemos conclui-se que, o objecto da relação jurídica fiscal é derivada da
própria noção de imposto que este se traduz numa prestação pecuniária, pelo que o objecto
daquela obrigação é esta prestação.
A relação jurídica fiscal é uma relação complexa: não se resume à chamada obrigação fiscal. A
obrigação fiscal é apenas o cerne da relação jurídica fiscal. A relação jurídica fiscal compreende
toda uma série de vínculos entre o sujeito activo e passivo, a que vamos chamar obrigações
acessórias. Estas têm diversa natureza e conteúdo e destinam-se a garantir e tornar efectivo o
cumprimento da obrigação principal – a obrigação fiscal.
A relação jurídica é composta de um núcleo constituído pelo contribuinte e pelos terceiros que,
de algum modo, estão ligados aos pressupostos do facto de tributação, que podem ser designados
de obrigação ou deveres tributários acessórios.
Ligado ao direito de crédito que a Lei de imposto atribui ao sujeito activo, existe um
conjunto de garantias destinadas a assegurar o cumprimento desse direito, e o que se costuma
designar como garantia da relação jurídica de imposto, que se reporta aos meios capazes de tornar
efectivo aquele direito subjectivo e que se concretiza nos bens que respondem pelo cumprimento
da obrigação fiscal. Contudo este conjunto de operações levadas a efeito pelo Estado tendo em
vista a obtenção de meios de liquidez (empréstimos públicos), para a satisfação das necessidades
e responsabilidades financeiras.

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Bibliografia
CABRAL, Ana;. NETO, António. Direito Fiscal. FEP. 2010/2011
JONE, Cláudia Eunice. Direito Fiscal e Aduaneiro. Manual do curso de licenciatura em
Direito. ISCED. Beira. 2016.
MUCHACHA, Benney. Relação Jurica Fiscal e Obrigação Fiscal em Moçambique. 26.
Fev. 2021. Disponivel em: https://sopra-educacao.com/2021/02/26/relacao-juridica-fiscal-e-
obrigacao-fiscal. Acesso em: 14. Maio. 2022
KADAXTRADOS, Relação Jurídica Fiscal. 18. Out. 2014. Disponivel em: Assumoney:
Relação jurídica fiscal (slayve.blogspot.com). Acesso em: 13 Maio 2022

Legislação
Coletânea de Legislação fiscal de Moçambique. Fev. De 2014.
Lei n.º 1/2008 DE 16 DE JANEIRO – Sistema Tributário Autárquico
Lei n.º 2/2006 DE 22 DE MARÇO - Lei do ordenamento jurídico tributário
Lei n° 15/2006 de 26 de Junho - Lei de Bases do Sistema Tributário

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