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SUMÁRIO
LEGISLAÇÃO ADUANEIRA ............................................................................................................................. 2
1. DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................... 2
1.1 - O QUE É DIREITO ADUANEIRO? .................................................................................................... 2
1.2 – LEGISLAÇÃO ESPARSA .................................................................................................................. 3
1.3 – DIREITO ADUANEIRO X DIREITO TRIBUTÁRIO ............................................................................... 3

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LEGISLAÇÃO ADUANEIRA
1. DEFINIÇÃO

1.1 - O QUE É DIREITO ADUANEIRO?

O Direito Aduaneiro é o conjunto de normas aplicáveis às importações e exportações,


entre as quais se incluem os tratados internacionais devidamente reconhecidos, no âmbito do
comércio exterior, ao passo que abrange normas internas e externas.

A atividade aduaneira possui uma estreita vinculação com a comercialização de


mercadorias entre diferentes territórios, observada até mesmo em antigas civilizações. A
vigilância das fronteiras do território (cidade-estado, reino, império, feudo, tribo), com o
controle do tráfego externo de mercadorias, refletia o poder do ente controlador do território
e era exercido por alguma espécie de autoridade aduaneira. A aplicação de restrições à
importação e à exportação de mercadorias é tão antiga quanto o comércio entre os territórios,
como forma de proteção à economia interna (ainda que de forma primitiva) e à segurança,
além de propiciar o reconhecimento da autoridade do ente controlador do território e a
soberania territorial, influenciada pela corrente econômica dominante em cada época.

Interessantes exemplos de aplicação de restrições à importação e à exportação em sua


investigação histórica:

→ a proibição de exportar trigo no Egito antigo;


→ a proibição de exportar grãos e figos na Grécia antiga;
→ a proibição de exportar trigo, sal e armas no Império Romano;
→ a proibição de exportar ouro, ferramentas e armas no Império Bizantino;
→ a proibição de exportar cavalos na Espanha de Alfonso, o Sábio;
→ a proibição de exportar cereais, ouro e prata na França medieval.

Podemos afirmar que existe um “aduaneiro” desde que algum poder soberano decidiu
que alguma coisa poderia entrar ou sair de seu território e necessitava ser controlada!

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1.2 – LEGISLAÇÃO ESPARSA

A legislação aduaneira sempre foi esparsa, causando dificuldade àqueles que dependem de
sua aplicação. Tentativas de consolidação da legislação, feitas em três Regulamentos
Aduaneiros publicados desde 1985, não a tornaram resumida, o que leva o atual Regulamento
a ter mais de 800 artigos e não dispensar vasta legislação correlata. O Regulamento Aduaneiro
(Decreto nº 6759/2009) é uma norma infralegal.

Como se pode perceber, a criação de um Regulamento Aduaneiro representa a tentativa de


codificar a esparsa legislação aduaneira brasileira. Enfatize-se, mais uma vez, que a legislação
aduaneira não se esgota nesse diploma normativo, estando prevista em diversas outras
normas infralegais, como é o caso das inúmeras instruções normativas da RFB.

 Regulamento Aduaneiro - DECRETO Nº 6.759, DE 5 DE FEVEREIRO DE 2009.


 Decreto nº 99.704, de 1990.
 IN SRF nº 248, de 2002.
 IN RFB nº 800, de 2007.
 LEI Nº 12.350, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2010.- Lei da Copa 2014 e Fifa 2013
DO DRAWBACK Art. 31.DOS LOCAIS E RECINTOS ALFANDEGADOS Art. 34.
 DECRETO-LEI Nº 37, DE 18 DE NOVEMBRO DE 1966.
 DECRETO Nº 9.745, DE 8 DE ABRIL DE 2019.

1.3 – DIREITO ADUANEIRO X DIREITO TRIBUTÁRIO

O Direito Aduaneiro veio com o objetivo de regular essas transações, tentando evitar ao
máximo abusos e fraudes, que eram comuns nos séculos passados, quando a ausência de
regulamentação específica tornava o comercio internacional uma verdadeira desordem, em
que o chamado “equilíbrio contratual” ou até mesmo a “boa-fé” eram sequer conhecidas.

Pode-se definir o Direito Aduaneiro como o conjunto de normas que disciplina a


atividade de regulamentação e fiscalização da entrada e saída de produtos do território
nacional, e o lançamento e arrecadação dos tributos eventualmente incidentes.

Dependendo do ramo jurídico que se trate, teremos uma infração de natureza


administrativa, civil, penal, etc. Nesse sentido, as infrações aduaneiras são gênero, cujas
espécies serão: infração aduaneiro-tributária; infração aduaneira-não-tributária e infração
aduaneira de caráter misto. Todas elas podem derivar de um único fato e desencadear
sanções de naturezas diversas, aplicadas cumulativamente, o que é inadequado, desnecessário
e injusto (proporcionalidade em sentido estrito). Sempre se doutrinou que no campo das
penalidades a mais grave é a que deve prevalecer e absorver as mais brandas. Nesse
panorama, o Direito Aduaneiro comporta inúmeras infrações decorrentes do ingresso de bens
e pessoas.

Portanto, a atividade aduaneira não se confunde com a tributária, mesmo que esta possa
fazer parte daquela.

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O instrumento normativo mais importante no ordenamento jurídico aduaneiro é o


Decreto-Lei nº 37/66, que além de ser a lei básica de do imposto de importação, também
dispõe sobre os regimes aduaneiros, posteriormente regulados por leis mais específicas. O
Decreto em questão ainda é valido, tendo sido recepcionado pela Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988.

Outro importante instrumento normativo é o Regulamento Aduaneiro (RA), que tem


como fundamento de validade o Decreto-Lei 37/66 e é nele baseado. Vários dispositivos desse
decreto preveem regulamentação específica posterior, por meio de regulamentação.

De acordo com os conhecimentos de Teoria do Estado e do Direito, torna-se evidente a


indissolubilidade do Direito ao Estado, visto que, as fontes do Direito são resultantes do poder
Estatal.

Os Crimes de Contrabando e Descaminho são definidos nos Artigos 334 e 334-A do


Decreto-Lei nº 2.848, de 1940 (Código Penal)- direito aduaneiro.

Direito tributário- ordem tributária - LEI Nº 8.137, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1990.

O Direito Aduaneiro é um conjunto de normas jurídica que regulamenta a política


aduaneira, o que inclui não apenas o comércio de bens com o estrangeiro, mas também o
ingresso, sem conotação comercial, de pessoas e bens. Sendo assim, é o Ministério da
Economia que tem a competência para fiscalizar e controlar o comércio exterior. Nesse
sentido, o objeto do Direito Aduaneiro identifica-se no resguardo dos múltiplos interesses
públicos do Estado com a saúde, a segurança, o meio ambiente, a economia, a política e afins,
os chamados interesses primários (difusos) - de que efetivamente deveria o Estado se ocupar
-, decorrentes do controle dos fluxos de pessoas e bens em seu território.

Essas divergências são o ponto de partida de todas as infrações aduaneiras, pois será
sempre uma classificação fiscal errônea, a ausência de uma informação, o desvio de finalidade
de um regime especial, um equívoco de interpretação na aplicação das regras legais,
independente da intenção do agente (dolo), motivo para reprimenda (sanção). O perdimento
de bens é a sanção máxima no Direito Aduaneiro, implica na perda de bens em processos
administrativos de instância única a cargo da própria autoridade que supostamente constatou
a infração. As hipóteses para a sua aplicação ora são reais, ora são fictícias (art. 689 e seg. do
Dec. 6.759/09, Regulamento Aduaneiro).

É figura jurídica híbrida, cujo objeto jurídico sanciona e repara - esse à suposta lesão ao
erário. Não raro, entendimentos diversos entre contribuintes e fisco quanto ao valor
aduaneiro, ou seja, o valor efetivo da transação comercial pela compra e venda de
mercadorias, enseja acusação de subfaturamento, que levaria ao enquadramento no crime de
descaminho (iludir no todo ou em parte o pagamento de tributos devidos com a importação).

O objetivo introdutório da primeira aula é que você, meu querido aluno e minha querida
aluna, esteja apto a distinguir os institutos aprendidos e que não confunda em prova quando o
termo técnico utilizado não estiver de acordo em uma questão.

Aprendemos que comércio internacional não se confunde com comércio exterior,


aprendemos que direito aduaneiro não se confunde com direito tributário, possuindo funções
distintas.

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Aprendemos, ainda, o conceito de extrafiscalidade e a relação interdisciplinar que o


direito aduaneiro e o direito tributário possuem.

A extrafiscalidade se constitui no ‘algo a mais’ que a obtenção de receitas mediante


tributos; liga-se a valores constitucionais; pode decorrer de isenções, benefícios fiscais,
progressividade de alíquotas, finalidades especiais, entre outros institutos criadores de
diferenças entre os indivíduos, que são, em última análise, agentes políticos, econômicos e
sociais.

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