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Fundamentos de Direito
Empresarial e Tributário
Segundo informações da Receita Federal do Brasil, cresce a cada ano o número de microempresas, de empresas de
pequeno porte e de microempreendedores individuais (criado pela LC128/08), que chega a 60% das sociedades
cadastradas. Por outro lado, o índice de “mortalidade” dessas mesmas sociedades é relativamente alto tendo em vista
a inexperiência dos sócios, em especial no que se refere ao sistema societário e tributário brasileiro. Vamos lá!
OBJETIVOS
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ORIGEM
Ao iniciarmos o estudo sobre o direito empresarial, que teve como ponto de partida o direito comercial, é importante
sabermos a sua evolução histórica que, diga-se de passagem, é bem remota, pois vem desde a Idade Antiga, época em
que se destacava o exercício da atividade mercantil. Nesse tempo, já existiam leis para nortear o comércio que existia,
sem falar ainda em direito comercial.
O direito comercial surge na Idade Média, quando o comércio era mais avançado e se estendia a todos os povos
daquela época. Consistia em um regime jurídico próprio para regular as transações daquele período. É nesse momento
que ressurgem as cidades e o Renascimento Mercantil.
O poder político era descentralizado apenas nas mãos de poucos da nobreza, o que fez com que houvesse diversas
divisões nas regiões da Europa, surgindo assim os “direitos locais”.
A classe burguesa, na busca de atender aos seus interesses, inicia a organização e construção do seu próprio “direito”,
que passa a ser utilizado nos con itos da atividade mercantil. Suas regras foram surgindo de acordo com as
necessidades da atividade.
O direito comercial, no que diz respeito aos usos e costumes mercantis, é oriundo da disciplina e das relações
jurídicos-comerciais. Nesse momento em que se inicia a construção do direito sem a participação do Estado, cada
“Corporação” utilizava seus usos e costumes, e seus cônsules, que eram eleitos pelos próprios associados, para
administrar as relações entre seus membros.
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Os títulos de crédito, as sociedades, os contratos mercantis e os bancos são os primeiros institutos jurídicos que
aparecem no direito comercial e, com isso, declinam a utilização dos usos e costumes e do informalismo para criar
suas regras.
Podemos destacar nesse período inicial do direito comercial, o caráter subjetivista, sendo um direito dos membros das
corporações ou um direito ”a serviço do comerciante”. Com uma das partes sendo comerciante já bastava para essa
relação ser regida pelo direito comercial.
Nessa primeira fase do direito comercial, houve um rompimento da doutrina contratualista com a teoria contratual
concretizado do direito romano. A antiga visão de um contrato engessado do direito romano confrontava com a classe
mercantil que surgia na época. É nesse período que constatamos o aparecimento da celebração dos contratos.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
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Toda essa evolução fez com que a teoria do direito avançasse, saindo do comum tradicional e evoluindo para um
direito especí co.
Após o Renascimento Mercantil, houve uma evolução no comércio, proveniente também das feiras e das navegações, o
que possibilitou a evolução do direito especí co que se estendeu por toda Europa; assim, o direito comercial se
expandiu fazendo com que os tribunais consulares se adequassem às novas demandas.
No período da Idade Média, nos Estados Monárquicos, a gura do monarca vai perdendo força para a classe dos
comerciantes. Com todas essas modi cações no cenário desse período, Benvenutto Stracca publicou a primeira
grande obra referente à sistematização do direito comercial: "Tratactus de Mercatura seo Mercatore" (glossário),
publicada em 1553.
O monopólio da jurisdição mercantil foi enfraquecendo devido aos Estados terem assumido o monopólio da jurisdição
e se incumbido de scalizar os tribunais de comércio.
Nos anos de 1804 e 1808, surgem o Código Civil e o Código Comercial, e assim é criado o sistema jurídico estatal nas
relações jurídico-comerciais, nascendo assim um direito comercial elaborado e executado pelo Estado. Com a divisão
do direito privado, houve a necessidade de criar critérios para limitar os efeitos dessa divisão. Contudo, limitar os
efeitos do direito comercial, visto que foi concebido como um regime jurídico especial para atuar nas atividades
mercantis. Foi criada assim a teoria dos atos de comércio pelos franceses, e com essa teoria foi denominado de
comerciante quem praticava atividade de comércio. O direito comercial regularia, portanto, as relações jurídicas que
envolvessem a prática de alguns atos de nidos em lei como atos de comércio. Quando não envolvesse essa relação,
seria regulamentada pelas normas do Código Civil.
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O Mercantilismo sofre uma alteração, passa da qualidade do sujeito para o objeto. Essa objetivação do direito
comercial relaciona-se à formação dos Estados Nacionais da Idade Moderna que impõem sua soberania ao
particularismo que imperava na ordem jurídica anterior e se inspiram no princípio da igualdade.
Destaque-se que a segunda corrente foi mais incisiva, pois fez um resumo constatando que todos os atos de comércio
possuem uma característica em comum na intermediação para a troca. Contudo, entendemos que essas correntes
doutrinárias não satis zeram, pois não deram ênfase ao que realmente seriam os atos de comércio (glossário).
Com o Código Civil de 1942, podemos constatar que o direito brasileiro se equipara ao italiano; os doutrinadores da
época de 1960, em seus estudos sobre a teoria dos atos de comércio, percebem as mudanças que causam a teoria
dos atos de comércio e dão mais ênfase à teoria da empresa.
A teoria dos atos de comércio já não satisfazia mais. Os estudiosos, nas jurisprudências, podiam constatar esse fato,
os juízes da época ofereciam concordata a pecuaristas e garantia para renovar o contrato de aluguel que eram
institutos do direito comercial; isso foi um enorme progresso, porque estavam colocando de lado o conceito de
mercantilidade e inovando com o de empresarialidade nas decisões.
O direito comercial/empresarial é independente, podemos constatar isso nas faculdades de direito onde sua disciplina é
autônoma; podemos comprovar essa independência em nossa Constituição, em cujo artigo 22, I, dispõe que compete à União
legislar sobre direito civil e comercial, demonstrando assim a autonomia de ambos.
O regime jurídico especial torna o direito empresarial uma disciplina autônoma, voltada para os empresários.
As normas empresariais são as fontes do direito empresarial, com seu regime jurídico especial que regulamenta as atividades
econômicas.
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O CONCEITO DE EMPRESÁRIO
O Código Civil de 2002 conceitua em seu artigo 966: “considera-se empresário quem exerce pro ssionalmente atividade
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços”.
A diferença entre o empresário individual e a sociedade empresária é que, nesta, a pessoa jurídica tem patrimônio
próprio, que não se mistura ao patrimônio dos sócios, e, por isso, não são executados por dívidas da sociedade.
Já o empresário individual não tem essa separação patrimonial e responde pelos seus bens devido ao risco do
empreendimento.
Assim, na sociedade empresária a responsabilidade dos sócios é subsidiária, pode ser limitada, como por exemplo, nas
sociedades limitadas e nas sociedades anônimas; já o empresário individual tem responsabilidade direta e responde
com todos os seus bens por dívidas obtidas no exercício da atividade econômica, não tendo limite de
responsabilização.
A lei 12.441/2011 alterou dispositivos do Código Civil e adicionou outros, criando assim a empresa individual de
responsabilidade limitada, chamada de EIRELI.
Objetivou o legislador criar um novo tipo de pessoa jurídica, constituída por apenas uma pessoa que possa exercer
atividade empresarial, com os benefícios da separação de patrimônio e limitação de sua responsabilidade. O capital
investido na empresa deve ser igual ou superior a 100 vezes o valor do maior salário mínimo vigente no país.
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CONTRATOS
As sociedades são instituídas no Brasil através de seus atos constitutivos que, posteriormente, são devidamente
arquivados nos órgãos competentes, como por exemplo, as “juntas”. Nesse sentido, é importante sabermos a distinção
entre um contrato empresarial e um contrato eminentemente cível.
Os contratos cíveis distinguem-se dos contratos empresariais, pois nos contratos empresariais há nos contratantes
uma simetria; por esse motivo, não se aplicam algumas regras do Código Civil que cerceiam a liberdade na celebração
dos contratos.
Os empresários devem ter total liberdade para concretizar seus negócios, sempre com cautela e ciente dos riscos que
poderão ocorrer.
Atenção
Os contratos são construídos baseados em alguns princípios disciplinados pelo Código Civil: boa-fé objetiva, força obrigatória e
autonomia da vontade.
Esses princípios asseguram ao contrato um equilíbrio entre as partes, estipulando limites para não haver desequilíbrios nem
desigualdades contratuais.
A
B
C
D
E
Justi cativa
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I. A gura da EIRELI signi ca “empresa individual de responsabilidade limitada.” A pessoa natural que constituir uma
empresa individual de responsabilidade limitada, em nenhuma hipótese poderá gurar em outra empresa dessa
modalidade.
II. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do
capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 120 (cento e vinte) vezes o maior salário-mínimo
vigente no País.
III. O Sr. João da Silva Pacheco constituiu uma EIRELI e utilizou o nome empresarial “JOÃO DA SILVA PACHECO EIRELI”;
nesse caso, pode-se a rmar que o nome empresarial utilizado pelo empresário é uma rma.
IV. Empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra
modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram essa concentração.
Justi cativa
Resposta Correta
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Glossário
TRATACTUS DE MERCATURA SEO MERCATORE
ATOS DE COMÉRCIO
Outro relato destacado pela doutrina comercialista da época relacionava-se ao emprego da teoria dos atos de comércio, os quais
eram denominados atos mistos, quando apenas uma das partes era comercial. E nesses casos, quando necessário, aplicava-se o
Código Comercial.
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