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1.

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como finalidade elucidar sobre a Evolução Histórica


do Direito Comercial. É de salientar que para além do tema central, o meu trabalho vai
debruçar-se sobre alguns subtemas analisados por mim como sendo de extrema
importância para compreensão do tema em epígrafe.
O Direito Comercial, portanto, nasceu na Idade Média, criado pelos
comerciantes e para os comerciantes. Aplicava-se somente àqueles que faziam parte
(eram inscritos) da corporação de mercadores, fundado essencialmente nos costumes da
corporação. Os juízes (cônsules) eram escolhidos pelos mercadores e passaram com o
tempo a ter jurisdição sobre qualquer pessoa que tivesse estabelecido relações com um
comerciante da corporação, ainda que essa relação não fosse mercantil. Presumia-se que
aquele que tivesse negócios com comerciantes também era comerciante. Aquele que não
aceitasse a jurisdição dos cônsules ficava privado de fazer novos negócios.

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2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.Conceito

O Direito Comercial, entendido como um conjunto de normas destinadas a


regular a atividade mercantil, nasceu, portanto, no século XII e se desenvolveu nos
séculos seguintes, especialmente nas cidades italianas. Diante de um poder político
central fraco, os comerciantes, que formavam uma classe econômica e política forte,
porque controlavam a produção e a distribuição, fizeram prevalecer uma espécie de
direito especial do comércio, contraposto ao direito comum (romano-canônico), baseado
nos costumes e nos estatutos das corporações dos mercadores. (BERTOLDI, Marcelo
M. E RIBEIRO, 2017)
Divisão do Direito Comercial

Conforme já salientado, Direito Comercial surgiu formalmente na Idade Média


devido à ascensão de formas de comércio mais organizadas, surgimento das corporações
de mercadores e crescimento das cidades medievais. Tudo isso gerou, naturalmente, a
necessidade de se criar normas que regulamentassem essas atividades, as quais foram
criadas pela classe comerciante e, dessa forma, privilegiava lhe. (COELHO, FÁBIO
ULHOA, 2003)
Com a filosofia liberal da Idade Moderna, que dava ênfase à igualdade entre os
cidadãos, criou-se uma forma de regulamentação das atividades mercantis que não se
sujeitasse à conveniência da classe dos comerciantes, reorientando o foco daqueles que
faziam parte das corporações para qualquer um que se enquadrasse como realizador de
uma atividade tida como comercial.
Com os novos horizontes alcançados pelo mundo do comércio, com o
capitalismo e sua revolução nos sistemas de produção, também essa forma de regulá-lo
ficou obsoleta, o que faz surgir uma nova visão para o Direito Comercial.
Nessa nova óptica, entre em cena a figura do empresário, o conceito de empresa,
a distribuição de bens e de serviços em larga escala, e o Direito Comercial precisou ser
o disciplinador, também, das empresas comerciais. Assim, tendo em vista as mudanças

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de contexto pelas quais passou o comércio e, consequentemente, o Direito Comercial,
sua evolução é dividida em fases históricas. (BERTOLDI, Marcelo M. E RIBEIRO,
2017)
As fases históricas da evolução do direito comercial
Alguns juristas, dividem o Direito Comercial em quatro fases históricas, sendo:
1º Período: Que vai o século XII ao XVI, está assim caracterizada: existência de
um direito de classes, no caso a dos comerciantes, com regras estabelecidas por eles e
para eles, sem a participação estatal, apenas podendo ser usadas por quem integrasse as
corporações de ofício. É a época do comércio itinerante, que evolui para feiras,
mercados e lojas. Seriam os serviços originados nessas feiras os responsáveis pelo
surgimento de vários institutos jurídicos, como o câmbio, os títulos de crédito, os
bancos e as bolsas; surgindo aí, inclusive, os mercados financeiros acionários. Ocorre a
evolução das sociedades marítimas (um sócio em terra e outro na embarcação,
negociando pelos mercados por onde passa), as quais viram a ser reguladas pelas
Ordenações Filipinas em 1603. CAMILLO, CARLOS EDUARDO NICOLETTI, 2014)
2º Período: Caracterizada pelo mercantilismo e pela colonização, está
compreendida entre os séculos XVII e XVIII. Época em que se observa a evolução das
grandes sociedades. Aqui as normas do Direito Comercial, como todas as outras, tem
origem num poder soberano central, o rei. Na Europa, surgem as codificações tanto para
matéria de direito marítimo quanto para de direito terrestre CAMILLO, CARLOS
EDUARDO NICOLETTI, 2014)
3º Período: Compreende o século XIX e é marcada pelo liberalismo econômico.
Aqui, com a promulgação do Código Napoleônico de 1806, surge o conceito objetivo de
comerciante, que seria todo aquele que praticasse atos de comércio profissionalmente.
(COELHO, FÁBIO ULHOA)
4º Período: A última fase, que é a contemporânea, caracteriza-se por uma nova
visão do Direito Comercial que culmina com a terminologia do direito de empresa, ou
empresarial, a qual foi adoptada inicialmente pelo Código Civil italiano de 1942.
(COELHO, FÁBIO ULHOA)

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3.CONCLUSÃO

O Direito Comercial, pelas suas características de origem, adquiriu autonomia


em relação ao Direito Civil. Deu ao contrato a natureza de negócio, e não simplesmente
de meio de transmitir a propriedade, como era a concepção romana daquele tempo. Com
liberdade de formas, o Direito Comercial foi instrumentalizado a assegurar aos
comerciantes o lucro e a criação de riquezas, enquanto o Direito Civil, romano-
canônico, dirigia a sua atenção à fruição e transmissão de bens. Esses traços marcantes
e distintivos é que impõem ao Direito Comercial a autonomia necessária para o
tratamento dessa categoria de relações.
Embora não se possa estabelecer ainda hoje precisamente os limites da
autonomia do Direito Comercial no âmbito do direito privado, é certo que se distingue
do Direito Civil em razão da sua natural mutabilidade em favor do tráfico jurídico, e se
apresenta com uma distinta nacionalidade, porque procura se ajustar às exigências do
mercado internacional.

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4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BERTOLDI, Marcelo M. E RIBEIRO, Márcia Carla Pereira. Curso Avançado de


Direito Comercial (I a III). Editora: RT
2. BULOS, Uadi Lammego. Constituição Federal Anotada. 2ª ed. São Paulo. Savaiva,
2001.
3. CAMILLO, Carlos Eduardo Nicoletti; TALAVERA, Glauber Moreno; FUJITA,
Jorge Shiguemitsu e SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Comentários ao Código
Civil. 1ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006.
4. COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de Direito Comercial. 14ª ed. São Paulo. Saraiva,
2003.
5. MARTINS, Fran (atualizador: Jorge Lobo). Curso de Direito Comercial. 25ª ed. Rio
de Janeiro. Editora Forense, 2000.
6. RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Curso de Direito Empresarial. 3ª ed. Bahia: Jus
Podivm, 2009.
7. ZANETTI, Robson. Manual da Sociedade Limitada - 3ª Ed. Cu- ritiba: Editora
Juruá, 2010.

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