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Aniceta Joaquim

Dalva Da Sandra Simão

João Raimundo Sumaera

Nick António Naimo

Tuaha Insaluma

Origem do Direito Comercial

Licenciatura em Contabilidade

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
Aniceta Joaquim

Dalva Da Sandra Simão

João Raimundo Sumaera

Nick António Naimo

Tuaha Insaluma

Origem do Direito Comercial

Licenciatura em Contabilidade

Trabalho orientado pela docente, na cadeira


de Direito Comercial, 2º ano, para fins de
carácter avaliativo, apresentado ao
departamento de Contabilidade e Gestão.
dr: Ferraz Fai Sufo

Universidade Rovuma
Extensão de Cabo Delgado
2023
Sumário
Introdução .................................................................................................................................. 3
1. Origem e Evolução do Direito Comercial .......................................................................... 4
1.1. Origem do Direito Comercial ......................................................................................... 4
1.2. Evolução do Direito Comercial ...................................................................................... 6
a) 1ª fase: Direito comercial na antiguidade ........................................................................... 6
b) 2ª fase: Direito comercial na Idade Média.......................................................................... 7
c) 3ª fase: Direito comercial no liberalismo económico: ........................................................ 8
d) 4ª fase: Direito comercial da empresa .............................................................................. 10
1.3. Relativamente ao Direito Comercial em Moçambique ................................................. 10
Conclusão................................................................................................................................. 12
Bibliografia .............................................................................................................................. 13
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Introdução

Este trabalho tem como objectivo abordar a origem do direito comercial. O Direito
Comercial cuida do exercício da actividade económica organizada de fornecimento de bens
ou serviços, denominada empresa. Seu objecto é o estudo dos meios socialmente
estruturados de superação dos conflitos de interesses envolvendo empresários ou
relacionados às empresas que exploram. As leis e a forma pela qual são interpretadas pela
jurisprudência e doutrina, os valores prestigiados pela sociedade, bem assim o
funcionamento dos aparatos estatal e paraestatal, na superação desses conflitos de interesses,
formam o objecto da disciplina.

O trabalho tem como objectivo geral: Abordar sobre a Origem do Direito Comercial. E Para
alcançar o objectivo geral, o trabalho trás consigo os seguintes objectivos específicos:
Apresentar a sua evolução histórica, o direito comercial na antiguidade, na idade media, no
liberalismo económico, e por final o direito comercial da empresa.

A metodologia usada para a realização deste trabalho foi à de consulta bibliográfica, e a


contextualização está devidamente citada de acordo com as referências.
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1. Origem e Evolução do Direito Comercial

1.1. Origem do Direito Comercial

A história do direito comercial, como as demais histórias do direito, não seria bem entendida
se não se relacionasse com a história universal da civilização humana, e, especialmente com a
história da economia. O elemento histórico é, assim, considerado como indispensável até a
interpretação das leis. Todas as raças, por mais distantes que sejam os seus centros populosos
trabalharam na cooperação de suas normas, em países diversos e épocas distintas.

Para o autor VIVANTE, a formação do Direito comercial foi justificada pela convicção,
triunfante no início do sec. XIX de que a vida comercial exige um ramo autónomo de Direito
a desintegrar-se do Direito Civil. As condições de exercício, nomeadamente a celeridade por
este requerida, eram incompatíveis com a rigidez que caracteriza o Direito Civil, por isso, o
movimento de autonomização se apresentou como óbvio.

Por essa razão, o Direito Comercial não poderá ser entendido se não ponderarmos as suas
origens, a sua evolução e o papel que desempenha.

A expressão comercio surge aqui com maior relevância. Assim, é indispensável antes de
mais, discutirmos a noção de comercio na medida em que como já referimos , o Direito
Comercial regula a actividade comercial.

O comercio que em direito engloba a industria e toda actividade que como tal o Direito avoca
para este ramo, é definido como sendo a actividade lucrativa de produção, distribuição e
venda de bens. O intuito do lucro é extremamente importante na busca da noção do comercio.

Por conseguinte, o comercio pode com propriedade aplicar-se a qualquer dos segmentos do
circuito que une os produtores a consumidores finais e ainda, às actividades conexas e
acessórias.

O aparecimento do comercio terá provavelmente decorrido da própria humanização, isto é,


desde os primórdios, o homem sempre sentiu necessidade de estabelecer trocas comerciais
embora nessa altura sem meio universal de troca por isso, as trocas eram feitas produto por
produto o que se designava por escambo.
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Logo após o surgimento do comercio apareceram regras para regularem essa actividade.
Assim, encontram-se normas de regulamentação do comercio na Mesopotâmia, no antigo
Egipto, na Fenícia, na Palestina e na Grécia antiga.

Na Grécia havia nessa altura um corpo separado de regras comerciais quase à semelhança do
moderno Direito Comercial ao contrario, por exemplo, da Roma que havia normas sobre o
comercio.

No Egipto antigo, cerca de 3000 a. C., o comércio era monopólio do Estado, ou seja, do
Faraó e seus parentes. Não existia o comércio difundido entre os do povo. Entre eles se
praticava a troca, como também ocorria entre os fenícios, troianos, cretenses, sírios,
cartagineses, babilónicos. Os romanos, embora não possuíssem uma legislação comercial
específica, contribuíram com o Direito Comercial:

a) O costume da escrituração doméstica, difundido em todas as casas, que deu origem


aos livros comerciais;
b) As regras sobre contratos e obrigações que deram alicerce às transacções mercantis;
os institutos da falência e da acção pauliana;
c) O comércio sendo realizado pelos escravos em nome de seus senhores, o que deu
origem à representação comercial. Este período foi fértil no aparecimento de institutos
importantes para o nosso ramo de estudo, como: os títulos de crédito, os bancos, a
falência se restringindo apenas aos devedores comerciantes, os contratos mercantis
como transporte, comissão, sociedades. As Cruzadas ajudam a alargar os centros
comerciais, já que seus participantes, além de lutarem, também faziam o papel de
mercadores.
Modernamente, a tendência é que as regras do Direito Comercial tenham por base o exercício
profissional e organizado de uma actividade económica, excepto a intelectual e as de
extracção, o que ocorre sempre em uma empresa, por isso este período se denomina período
subjectivo da empresa (teoria da empresa).
Se faz necessária a compreensão da evolução do direito comercial, desde a sua origem até os
dias atuais, para que a questão se coloque de modo oportuno. Afinal “a relação entre
conhecimento passado, análise do presente e proposta para o futuro é mais profunda na
tradição jus comercialista do que nos outros ramo do conhecimento jurídico” (GALGANO,
1995).
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1.2. Evolução do Direito Comercial

De acordo com a classificação histórica do direito comercial, alguns autores afirmam que o
direito comercial esta dividido em três fases: a) Idade Antiga; b) Idade Média ou Mercanzia;
c) Idade Moderna ou Idade Contemporânea. Outros no entanto preferem em quatro fases a)
direito comercial na antiguidade, b) direito comercial na idade média, c) direito comercial no
liberalismo económico, e d) direito comercial da empresa.

a) 1ª fase: Direito comercial na antiguidade

O exercício do comércio remonta em larga escala desde os primórdios das civilizações


primitivas, como um sistema de trocas dos bens desnecessários, excedentes e supérfluos para
certos grupos, mas necessários para outros, pelo que esses possuíam e de que não precisavam
mas que seria úteis aos primeiros. A dificuldade de mensurar os valores de cada bem, fez com
que surgisse a moeda. O direito comercial esta envolvido notoriamente com a economia de
mercado.

Esclarece Hernani Estrella que o comércio é um fenómeno económico, cujos antecedentes


históricos remontam às mais recuadas eras da humanidade. No testemunho de autores que se
têm dedicado a essas investigações, já na idade da pedra polida, eram conhecidas e praticadas
trocas de bens in natura.

A partir de 1.300. a. C., os fenícios, fundaram várias colónias como Cartago, intermediavam
as trocas de produtos entre assírios e babilónios, bem como entre os egípcios e os hebreus,
não possuindo nesta época os fenícios “regras especiais aplicáveis às relações comerciais”,
mas o comércio se desenvolvia com um surpreendente grau de sofisticação, guardas as
imitações tecnológicas da época.

Tanto Waldirio Bulgarelli como Rubens Requião destacam a importância dos povos
primitivos na actuação mercantil, lembrando, inclusive, que não tiveram um conjunto de
normas especialmente destinadas ao comércio, embora façam menção à Lex Rhodia de Iactu,
lei romana de inspiração fenícia, que cuidava do lançamento de carga ou parte desta ao mar
para evitar o naufrágio, ou dos institutos como o foenus nauticum (câmbio marítimo ou
empréstimo a risco).

Na Roma antiga não teve, efectivamente, um Direito do Comércio apesar de serem


abundantes as transacções comerciais efetuadas entre o Império Romano e outros povos, ou
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seja não existiu um direito especial regulador das relações comerciais (BULGARELLI, p. 27-
28). A decorrência da falta de um direito específico é porque no direito Romano exigia um
tratamento igualitário a todos os cidadãos o que impedia a criação de um direito de classe
com prerrogativas e disposições aplicáveis apenas um segmento profissional, mas afirma J.
X. Carvalho Mendonça que não faltavam regras e institutos que hoje se compreendem no
direito comercial, pois não se pode deixar de admitir que o Ius Gentium melhor se adaptava
às actividades de comércio, chegando inclusive alguns autores a sustentar ser esse direito uma
consequência do tráfico mercantil.

b) 2ª fase: Direito comercial na Idade Média

É na Idade Média, sem dúvida, o período em que o direito comercial começa efectivamente a
tomar a forma definida, uma vez que as cidades se desenvolveram ao redor dos feudos,
intensificando-se o comércio (REQUIÃO, 2005). Até então, havia apenas o desenvolvimento
da actividade comercial, mas não sistematização das normas de cunho mercantil.

O segundo período do direito comercial eclodiu justamente, nesse estágio de ascensão das
grandes cidades e do comércio. Artesões e comerciantes uniram-se em corporações, as
famosas “corporações de ofícios”, procurando uma tutela jurídica para as suas actividades. Os
mercadores (burguesia), por serem discriminados pela sociedade e legislação da época,
associaram-se nessas corporações e estabeleceram regras para a regência do comércio.
Despontou, assim, o ius mercatorium, ou seja direito do comércio, ARMOLDI e SOUZA
(2006, p. 212-220).

J. X. Carvalho Mendonça descreve a estrutura das corporações de ofícios e sua importância


para o direito comercial. “Tais corporações tinham património próprio, constituído pela
contribuição dos associados e por taxas extraordinárias e pedágios. A sua magistratura
formava-se por meios de cônsules dos comerciantes (cônsules mercatorum), eleitos pela
assembleia dos comerciantes, tendo funções politicas (defender a honra e dignidade das
corporações a que pertenciam, ajudar os chefes manter a paz etc.), funções executivas
(observar e fazer observar os estatutos, leis e usos mercantis, administrar o património etc.) e
funções judiciais, julgando as causas comerciais. Decidiam com a máxima brevidade sem
formalidade (sine strepitu et figura judicii). Das suas sentenças nos casos mais graves dava-se
apelação para outros comerciantes matriculados na corporação e sorteados, aos quais se
atribuía o título de sobre-cônsules (OLIVEIRA, 2005).
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Temos, nesse período, a fase estritamente subjectivista do direito comercial a serviço do


comerciante, ou seja, um direito corporativo, profissional, especial e autónomo, que
amparava apenas a classe dos comerciantes e artesões vinculados às corporações e
submetidos a regras comerciais por eles próprios estabelecidas. As relações jurídicas
mercantis eram definidas, portanto pela qualidade do sujeito, visto que, neste período o
comerciante era itinerante, pois levava a mercadoria de uma cidade para outra, através de
estradas, em caravanas, sempre em direcção as feiras e mercados que tornaram famosa as
regiões da Catalunha e da França, além das cidades italianas.

Não, demorou muito, apareceram algumas causas objectivistas: primeiro, os membros das
corporações foram sujeitos à jurisdição consular por qualquer ato relativo ao comércio que
efectuassem, mesmo tratando-se de actos isolados, estranhos ao ramo do comércio a que eles
se dedicavam; depois, admitiu-se que os não comerciantes demandassem os comerciantes nos
tribunais consulares caua et occassione mercaturae e mais, ainda, permitiu-se que os não
comerciantes fossem demandados naqueles tribunais se de fato exercessem o comércio ou
praticassem tão-só singulares operações mercantis (MENDONÇA, 2000).

Tem-se intendido ao nível da doutrina que foi na moderna com a invasão e a queda do
império romano que o direito comercial passou a ter uma expressão própria.
Surgiram nesta fase:
▪ Novos critério de execução contra devedores (lembrem-se que no passado o devedor
podia ser usado como escravo para pagar a divida contraída ou até em algumas
sociedades cortar o braço ou a mão como forma de pagamento da divida). Havia nessa
altura a aplicação da famosa Lei Talião.
▪ Apareceram nesta fase as corporações comerciais que eram dirigidas por cônsules que
eram constituídos como mandatários.
▪ Surgiu nesta fase o instituto jurídico da hipoteca ao Direito Comercial.

c) 3ª fase: Direito comercial no liberalismo económico:

A terceira fase surge, então, com o Code de Commerce de 1807 que marca o início da etapa
contemporânea na evolução do direito comercial. Os princípios da liberdade e igualdade
perante a lei, inspiradores da Revolução Francesa eram incompatíveis com a manutenção de
um direito dos comerciantes, enquanto classe corporativa. Daí que o Código qualifique como
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comerciantes os que fazem da prática de actos de comércio profissão, e como comerciais uma
série de actos (incluindo alguns ligados a indústria transformadora e aos serviços) que sejam
praticados por comerciantes, acentua-se, pois, um carácter objectivo do direito comercial.

Houve o abandono do subjectivismo e do corporativismo da segunda fase, que foi substituído


pela objectividade dos actos legais de comércio (BULGARELLI 2001). As relações jurídicas
mercantis não seriam mais definidas pela natureza do sujeito que as integravam, mas sim
pelos actos por eles praticados.

Esta nova fase do direito comercial se baseou na Teoria dos Actos de Comércio e o direito
comercial passou a definir quais os actos que deveriam ser considerados como comerciais e,
portanto, regidos pelas normas mercantis.

A questão primordial é descortinar o significado e abrangência do termo actos de comércio,


cujas características deveriam ser fixadas em relação aos aspectos objectivos criados pela
legislação (REQUIÃO, 2005). Assim, a compra e venda de imóveis é um ato de comércio
mesmo que não praticado de um comerciante.

Seria os actos de comércio absolutos, também denominados mercantis por natureza. É uma
classificação que assenta no conceito económico de comércio, a qual recorre em regra, a ideia
de mediação associada ao fim de lucro, para definir a essência mercantil.

Para além dos actos de comércio absoluto outros reclamam, porém, regulamentação
comercial. São os praticados por comerciantes para o exercício do seu comércio, os quais se
consideram comerciais apenas por serem acessórios de uma actividade mercantil.
Denominam-se de actos de comércio relativos. O critério económico de definição da essência
mercantil da relação de fato não é, pois, auto-suficiente: há de se complementar à causa da
teoria do acessório. Acontece que na prática se torna difícil e mesmo impossível delimitar
com rigor o quadro dos actos de comércio pela sua natureza ou pelo critério do acessório.
Uma terceira corrente afirma que actos de comércio são os descritos como tal, ou seja,
adquirem a qualidade de actos de comércio por força de lei, aqueles que se tornam,
objectivamente, mercantis, por exemplo, as operações sobre títulos de crédito ou sobre títulos
da Dívida Pública. Podemos nos referir, ainda, ao chamado ato misto, assim chamado porque
tem natureza mercantil para uma das partes intervenientes, e civil para a outra, por exemplo,
se um industrial vende um televisor a pessoa não-comerciante, o ato será mercantil para
aquele e civil para este (REQUIÃO, 2005).
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No entanto, o sistema do Código Comercial Francês de 1807 se revelou frustrante, apesar que
o Code Commerce tenha se tornado modelo para codificações oitocentistas, entre elas
podemos citar, o código espanhol, o português, o boliviano, o paraguaio, o uruguaio, o
chileno, o argentino, o alemão de 1861 e o antigo código comercial brasileiro, jamais foi
possível identificar um critério unificador e geral para a qualificação de actos de comércio,
enquanto que, de outro lado, tornava-se impossível delimitar a fronteira divisória do direito
privado, na medida em que veio a se generalizar a utilização de institutos originalmente
mercantis (VERÇOSA, 2004).

d) 4ª fase: Direito comercial da empresa

Esta última fase se iniciou em meados da década de 40, com a Teoria da Empresa, com a
promulgação do Códice Civile em 1942 e se estende até os dias atuais. O direito comercial de
hoje esta voltado para actividade empresarial.

Segundo o Código Civil Italiano no art. 2.082 é considerado empresário “quem exerce
profissionalmente uma actividade económica organizada para o fim da produção ou da troca
de bens ou serviços”.

De acordo com esta teoria, o amparo do direito comercial recai sobre actividade empresarial.
Considera-se actividade empresarial aquela desenvolvida profissionalmente e com
habitualidade, seja por um empresário individual, seja por uma sociedade empresária, de
forma economicamente organizada, voltada à produção e circulação de mercadorias e
serviços. Portanto, o foco do direito comercial actual é a empresa, entendida como actividade
profissional económica e organizada voltada à obtenção de lucros.

Desta forma, a natureza da actividade juntamente com o exercício profissional e habitual são
os elementos qualificadores do empresário, não mais a qualidade dos sujeitos ou o tipo de ato
praticado.

1.3. Relativamente ao Direito Comercial em Moçambique

O primeiro do Moçambique independente é o Código Comercial de 2005, aprovado pelo


Decreto-Lei nº 2/2005, de 27 de Dezembro que substituiu o Código Português de 1888, pois,
esta reforma e a preocupação em ter um novo código prendeu-se com a ideia de viabilizar e
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dinamizar a vida dos operados económico no pais, com os fundamentos de que o anterior
código se encontrava ultrapassado e não acompanhava o desenvolvimento registado ao nível
comercial e, o desenvolvimento do sector privado, o dinamismo socio-económico e a
necessidade de responder às exigências ditadas pela integração regional.

Em Portugal o Direito Comercial teve inicio com as ordenações afonsinas em 1446 com
notável influencia romana e do direito estatutário italiano. Evoluiu passando pela
complicação autorizada por Don Henrique em 1569 ate a promulgação do primeiro código
comercial português da autoria de José Pereira Borges em 1833. Este código, já tinha em si a
ideia de um Direito Comercial regulador dos actos de comercio e não dos actos dos
comerciantes.

Moçambique aplicou o Código Comercial de 1888 na sua globalidade, tendo apenas


introduzido pequenas alterações de muito pouco relevo e, no final da década 90 do século
passado e com colaboração do professor Jorge Bacelar Gouveia e doutora Lúcia Ribeiro
publicou-se um código que não foi nada mais o reflexo dessas pequenas alterações que se
foram introduzindo no entanto, sem mudar muito daquilo que é a raiz do código.
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Conclusão

Chegando a este ponto, deixamos ficar alguns aspectos relativos a origem do Direito
Comercial, sendo que o Direito Comercial, nasceu na Idade Média, criado pelos comerciantes
e para os comerciantes. Aplicava-se somente àqueles que faziam parte da corporação de
mercadores, fundado essencialmente nos costumes da corporação. Os juízes eram escolhidos
pelos mercadores e passaram com o tempo a ter jurisdição sobre qualquer pessoa que tivesse
estabelecido relações com um comerciante da corporação, ainda que essa relação não fosse
mercantil. Presumia-se que aquele que tivesse negócios com comerciantes também era
comerciante. Aquele que não aceitasse a jurisdição dos cônsules ficava privado de fazer
novos negócios. É um período da formação do Direito Comercial chamado de subjectivo,
porque o direito dos mercadores era aplicado em razão do sujeito, o membro da corporação,
uma espécie de direito de classe.
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Bibliografia

BULGARELLI, Waldirio. Direito comercial. 16ª ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 37.

C. VIVANTE, Elementi di Diritto Commerciale, Milano, Ulrico Hoepli, 1936, p 2.

ESTRELLA, Hernani. Curso de direito comercial. Rio de Janeiro: José Konfino, 1969, p. 8.

FERNANDES, Adaucto. Direito comercial brasileiro. Rio de Janeiro: Editora A. Coelho


Branco Fº. 1956, p. 39-162.

GALGANO, Francesco. História do direito comercial terrestre. Lisboa: Coimbra Ed. 1995,
p.19.

JÚNIOR, Manuel Guilherme, Manual de Direito Comercial Moçambicano, Escolar Editora,


Maputo, 2012, p 34 e 35.

MENDONÇA, J. X. Carvalho. Tratado de direito comercial. atualizado por Ricardo Negrão.


v. 1º, 1ªed. Campinas: Bookseller, 2000, p. 65-66.

OLIVEIRA, Celso Marcelo de. Manual de direito empresarial. v. 1º. São Paulo: IOB
Thompson, 2005, p. 55.

REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. v. 1º, 26ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 8.
BULGARELLI, Waldirio. Direito comercial. 16ª ed. São Paulo: Atlas, 2001, p. 27.

REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. v. 1º, 26ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.
10.

REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial. v. 1º, 26ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p.
35-45.

VERÇOSA, Haroldo Malheiros Dulclerc. Curso de direito comercial. v. 1. São Paulo:


Malheiros, 2004, p. 48.

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