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Basta referir que empresas que apresentam excelentes rendibilidades mas cujo volume de
negócios é realizado em mercados de grande risco ou em produtos de reduzido ciclo de vida,
não serão de certo tão atrativas para investidores nem tão segura para os credores como as que,
embora com menores índices de rendibilidades, operam mercados competitivos e estáveis ou
fornecem produtos e serviços de continuidade.
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Muitas empresas fornecem grupos de produtos e serviços ou operam em áreas geográficas que
estão sujeitas a taxas de lucratividade, oportunidade de crescimento, perspectivas futuras e
riscos diferenciados. A informação acerca de tipos de produtos e serviços diferentes de uma
empresa e das suas operações em áreas relevante para avaliar os riscos e retornos de uma
empresa diversificada ou multinacional mas pode não ser determinável a partir dos dados
agregados. Por isso, a informação por segmentos é de forma geral vista como necessária para
satisfazer as necessidades de utentes de demonstrações financeiras.
Por segmento entende-se um subconjunto de uma empresa (ou entidade) de que interessa dispor
e divulgar informação económica e financeira, dado proporcionar diferentes rendibilidades
(resultados) ou estar sujeito a riscos diferentes. Operar em mercados de risco elevado (países
com instabilidade política) ou em mercados de risco reduzidos (países mais desenvolvidos)
conduz a diferentes expectativas em termos de resultados futuros. Fornecer produtos ou serviços
que se encontrem no ciclo de vida de maturidade ou declínio é muito diferente de fornecer
produtos na fase de lançamento ou crescimento. Vender tecnologia ou know-how não tem os
mesmos factores de criação de valor de vender hortaliças ou mercearias, etc.
Assim, a obtenção de informação financeira por segmentos assume-se como muito relevante,
em particular, para conhecer o potencial de geração de valor futuro das empresas, bem como o
risco da sua continuidade.
2. Tipos de segmento
a) Que desenvolve actividades de negócio de que obtém réditos e pelas quais incorre em
gastos (incluindo réditos e gastos relacionados com transacções com outras
componentes da mesma entidade;
b) Cujos resultados operacionais são regularmente revistos pelo principal responsável pela
tomada de decisões operacionais da entidade para efeitos da tomada de decisões sobre a
imputação de recursos ao segmento e da avaliação do seu desempenho; e
c) Sobre a qual esteja disponível uma informação financeira diferenciada.
Note-se que, da definição apresentada na norma, deriva que o conceito de segmento operacional
abrange apenas segmentos para os quais haja informação financeira diferenciada e que sejam
regularmente considerados pelo principal responsável pela tomada de decisões operacionais na
entidade.
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Os segmentos das organizações podem ser classificados sob diferentes perspectivas. De acordo
com o seu âmbito de abrangência, podemos distinguir entre segmentos:
De acordo de NIRF 7, dois ou mais segmentos operacionais podem ser agregados num único
segmento operacional se os segmentos tiverem características económicas semelhantes e se
forem semelhantes em relação a cada um dos segmentos:
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a) Às demonstrações financeiras individuais de uma entidade:
I. Cujos instrumentos de divida ou de capital próprio sejam negociados num
mercado público (bolsa de valores nacional ou estrangeira, incluindo mercados
locais e regionais), ou
II. Que tenha depositado ou esteja em vias de depositar as suas demonstrações
financeiras junto de uma comissão de valores mobiliários ou de outra
organização reguladora, com vista a emitir qualquer categoria de instrumentos
num mercado público;
c) Os seus activos são iguais ou superiores a 10% dos activos combinados de todos os
segmentos operacionais;
Adicionalmente, e ainda que não satisfaçam os critérios acima referidos, o rédito externo total
relatado em relação aos segmentos operacionais representar menos de 75% do rédito da
entidade, devem ser definidos como relatáveis segmentos operacionais adicionais até à inclusão
nos segmentos relatáveis de, pelo menos, 75% do rédito da entidade.
Nota-se que a NIRF 8 prevê ainda que os segmentos operacionais que não respeitam qualquer
os limiares quantitativos podem ser considerados relatáveis e divulgados separadamente se os
órgãos de gestão entenderem que essa informação sobre o segmento é útil para os utilizadores
das demonstrações financeiras.
Assim, dos segmentos classificados como relatáveis nos termos dos parágrafos anteriores,
devem as entidades divulgar:
1. Informações gerais:
a) Os factores utilizados para identificar os segmentos relatáveis da entidade,
incluindo a estrutura organizativa (por exemplo, se os órgãos de gestão optarem por
organizar a entidade segundo os produtos e serviços, áreas geográficas, quadros
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reguladores, ou uma combinação de factores e se os segmentos operacionais foram
agregados).
b) Tipos de produtos e serviços a partir dos quais cada segmento relatável obtém os
seus réditos.
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Exercício de aplicação:
O Presidente da empresa, que tinha planeado, para o ano de 2020, um resultado antes de
impostos francamente positivo, viu-se confrontado com os resultados negativos apurados pela
empresa. Decidiu, então, solicitar ao seu departamento de contabilidade uma conta de resultados
por cada um dos seus três mercados regionais. O seu objectivo é tentar perceber qual ou quais
das regiões ficaram aquém das expectativas.
Pretende-se:
Resolução:
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DEMONSTRAÇÃO DOS REULTADOS POR SEGMENTOS
31 de Dezembro de 2020 Mts
Região A Região B Região C Total
Réditos - vendidas 8,000,000 8,000,000 3,800,000 19,800,000
Total de rendimentos 8,000,000 8,000,000 3,800,000 19,800,000
Gastos
Custos da venda 5,200,000 5,200,000 2,204,000 12,604,000
Comissões nas vendas 400,000 360,000 152,000 912,000
Gastos comerciais da região 824,000 698,000 566,000 2,088,000
Depreciacão do periodo 187,500 175,000 62,500 425,000
Total de gastos operacionais 6,611,500 6,433,000 2,984,500 16,029,000
Bibliografia
BORGES, António, RODRIGUES, Azevedo et. All – Elementos de Contabilidade Geral, Áreas
Editoras, 27ª Edição, 2021.
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