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MANUAL DE
ANÁLISE ECONÓMICA E
FINANCEIRA
Luanda, 2022/2023
CONTEÚDOS
1 - AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
1.1 - Conceito
1.5 - Análise das demonstrações financeiras como base para o processo de tomada de decisão
2.1 – Conceito
- BREIA, A., MATA, N., PEREIRA, V., (2014), Análise Económica e Financeira; Rei dos
Livros Editora
Texto Editores
1.1 - Conceito
Para Muniz (2015) as demonstrações financeiras são documentos periódicos da empresa que
relatam sua situação económica. As demonstrações relatam uma série de rubricas que
sintetizam as movimentações de capital da organização em um determinado exercício.
Sebastião (2014) afirma, que as demonstrações financeiras são os instrumentos utilizados pela
contabilidade para expor a situação económico-financeira da empresa e prover aos diversos
utentes internos e/ou externos as informações que servem de base para a tomada de decisão. O
mesmo autor defende ainda que, as demonstrações financeiras também são chamadas de
relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive
para avaliar possíveis investimentos.
Quanto as demonstrações financeiras estarem ligadas a uma vertente financeira, o Plano Geral
de Contabilidade (2021, p.17) define as demonstrações financeiras como sendo “uma
representação financeira esquematizada da posição financeira e das transacções de uma
empresa”.
Uma organização que não possua um sistema contabilístico que possa lhe fornecer as
informações necessárias, possivelmente não terá, de maneira transparente, comprovação de que
está seguindo na direcção desejada.
As demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da empresa para prestar contas e levar
informações sobre o aspecto económico-financeiro aos accionistas, credores, governo e outros
interessados e apresentam informações úteis que revelam suas operações durante um
determinado período de tempo, e quando analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e
fracos encontrados na realização da sua actividade quer operacional ou não operacional.
- Activo: são recursos (bens e direitos) controlados pela empresa como resultado de
acontecimentos passados e dos quais se espera que fluam para a empresa benefícios económicos
Activos não correntes, que se espera que permaneçam na posse da empresa por um
período superior a um ano.
Activos correntes, que se espera que permaneçam na posse da empresa por um período
até um ano.
Passivos não correntes, que se espera que venham a ser pagos pela empresa num período
superior a um ano.
Passivos correntes, que se espera que venham a ser liquidados pela empresa num
período até um ano.
- Capital próprio: é o interesse residual nos activos da empresa depois de deduzir todos os seus
passivos.
- Os Gastos (gastos e perdas): são diminuições nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos na incorrência de passivos
que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam relacionadas com distribuições
aos participantes no capital próprio.
Balanço;
Demonstração de resultados (DR);
Demonstração de fluxos de caixa (DFC);
Notas às contas.
Todas estas demonstrações são retratadas na NIRF 1, com excepção da DFC que é desenvolvida
na NIRF 7.
BALANÇO
O balanço de uma empresa retrata três ideias cruciais: a comparação entre o activo e o passivo,
evidenciando o capital próprio; um conjunto de contas, com valores de sinal contrário, em
equilíbrio; e um mapa ou documento em que se representa aquela comparação e o equilíbrio de
contas.
Desta feita, pode-se afirmar que o balanço é a igualdade entre dois, membros activo e passivo,
isto é, o que se tem e o que se deve, em determinada data e, referente a uma certa empresa,
mostrando o património dessa mesma empresa quer em composição, quer em valor.
Face ao exposto acima nota-se que o balanço é constituído por bens e direitos que compõem o
activo, as obrigações que constituem o passivo e a situação líquida correspondente ao capital
próprio. O capital próprio e o passivo representam as origens de capital e o activo as devidas
aplicações.
O activo relaciona todas as aplicações de recursos efectuadas pela empresa. Esses recursos
poderão estar distribuídos em: activos não correntes: os quais possuem os grupos de contas a
longo prazo, tais como: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível;
activos correntes: apresentam uma rotação em curto prazo, ou seja, uma alta rotação, como:
existência, valores em caixa, valores a receber em curto prazo, etc.
De acordo com a NIRF 1, parágrafo 60 “uma empresa deve apresentar activos correntes e não
correntes, e passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na face do
balanço”. Entretanto, no parágrafo 66 a mesma norma determina as condições que levam a
considerar um activo como corrente: “a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja
Quanto ao passivo corrente e não corrente, o parágrafo 69 da mesma norma determina que um
elemento deve ser considerado como passivo corrente quando: “a) Se espera que seja liquidado
durante o ciclo operacional normal da empresa; b) Esteja detido essencialmente para a
finalidade de ser negociado; c) Deva ser liquidado num período até um ano após a data do
balanço; ou d) A empresa não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo
durante pelo menos doze meses após a data do balanço”. E, os seus parágrafos 70 a 76 considera
como passivo não corrente, os elementos que não se enquadram no âmbito do passivo corrente.
O balanço pode ser visto segundo duas ópticas: patrimonial e de gestão ou funcional.
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
O resultado da empresa é formado pelas receitas, pelos custos e pelas despesas incorridos no
período.
Os seus parágrafos 10 e 11 referem que a demonstração dos fluxos de caixa tem como objectivo
principal relatar os fluxos de caixa do período, classificando-os quanto ao seu destino ou origem
por tipo de actividade, proporcionando deste modo informação que permite determinar o
impacto dessas actividades na posição financeira da empresa e quantias de caixa e seus
equivalentes.
Esta norma, no seu parágrafo 6 apresenta e define os seguintes elementos que integram a
demonstração de fluxos de caixa de forma a permitir a sua compreensão:
Equivalentes de caixa (dinheiro) são investimentos a curto prazo, altamente líquidos, que
sejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a
um risco insignificante de alterações de valor.
Esta demonstração é de divulgação obrigatória, e hoje é considerada uma das mais importantes
por revelar as diferentes fontes de entrada e os diferentes destinos de saída de meios monetários
na empresa.
De acordo a NIRF 1, nas notas às contas é divulgada “informação acerca das bases de
preparação das demonstrações financeiras e políticas contabilísticas usadas, e outras
divulgações exigidas pelas NIRF que não sejam apresentadas noutras demonstrações
financeiras. Serve, também para “proporcionar informação adicional que não seja apresentada”
noutras demonstrações financeiras “mas que seja relevante para uma melhor compreensão de
qualquer uma delas”.
Ainda de acordo com a esta norma “as notas às contas devem ser apresentadas pela seguinte
ordem:
a) Identificação da empresa;
Nas Notas às contas só poderão ser evidenciadas as notas que se considerem ser materiais ou
relevantes para a tomada de decisões por parte dos utentes. Deste modo, convencionou-se que
para efeitos de preparação das Notas às contas não é obrigatória a elaboração das notas para as
rubricas que apresentem valores inferiores a: 10% do total do Activo, no caso de rubricas de
Balanço e 5% do total dos Proveitos operacionais, para rubricas da Demonstração de resultados.
O produto final da contabilidade são as demonstrações financeiras. É por meio delas que os
usuários poderão realizar análises e tomar decisões. Embora determinados grupos de usuários
possam ter necessidades de informações específicas, não é objectivo da contabilidade, atender
a esse tipo de interesse, e sim atender às necessidades comuns da maioria dos usuários.
De acordo com a norma existem dois pressupostos subjacentes à preparação das demonstrações
financeiras, que são: continuidade e regime de acréscimo.
Sobre o regime de acréscimo, os parágrafos 27 e 28 referem que “os efeitos das transacções e
de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram e não quando caixa ou
equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos, isto é, os registos são efectuados não com base
no caixa mas sim com base na ocorrência das transacções.”
a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer alteração nessa
informação desde o fim do período de relato anterior, incluindo a sigla identificadora da forma
jurídica que tal entidade tem;
b) O período de relato, ou seja, a data do fim do período de relato ou o período abrangido pelo
conjunto de demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras abragem em regra geral,
um período de 12 meses com término em 31 de Dezembro.
c) A moeda de relato, sendo obrigatório que o relato seja efectuado na moeda oficial do País,
que no caso de Angola é o Kwanza (Kz). Mas não há nada contra a que a entidade elabore, em
simultâneo demonstrações financeiras usando outra moeda de relato, como por exemplo
Dólares Americanos (USD);
As decisões financeiras carecem de informações financeiras que, por sua vez, são fornecidas
pela contabilidade que funciona como um sistema de informação financeira. Os dados
fornecidos pela contabilidade necessitam ser transformados para posterior análise e utilização
na tomada de decisão. Para isso importa fazer a análise das demonstrações financeiras para
extrair elementos que consigam descrever o passado, apresentar o presente e prevenir o futuro.
É preciso analisar não só a quantidade de informação, mas também sua qualidade, pois
informação em quantidade exagerada pode tornar-se inútil, uma vez que a ferramenta de análise
de demonstrações visa agilidade na tomada de decisão. Portanto, informações objectivas têm
O maior cuidado a se tomar com relação à análise e à tomada de decisão é que as informações
obtidas deverão ser relevantes ao tipo de decisão necessária. Independentemente da decisão a
ser tomada, a análise financeira será necessária, e as informações obtidas através das
demonstrações servem como uma ferramenta muito útil para que essa análise seja feita de forma
racional, evitando desgastes financeiros na empresa.
2.1 – Conceito
Esta análise visa relatar, com base nas informações contábilísticas fornecidas pelas empresas, a
posição económico-financeira actual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as
tendências futuras da mesma.
Também pode ser definida como o conjunto de técnicas utilizadas para diagnosticar a situação
e perspectivas da empresa com a finalidade de tomar decisões mais adequadas.
A análise económica e financeira visa reduzir a dependência de intuição e, por sua vez, diminui
a incerteza na tomada de decisão, pois detecta forças e fraquezas económicas e financeiras de
uma empresa, sendo deste modo a terapia certa para a empresa.
A mesma análise disponibiliza a informação que está na base do processo de tomada de decisão,
conferindo-lhe um carácter racional, sustentado na análise profunda da informação disponível,
no entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma isolada
e fragmentada.
- O historial da empresa;
Política de investigação e
desenvolvimento
Política de marketing
Fidelidade da clientela
Obs.:
Não só existem diversas informações que se podem obter com a análise económica e financeira,
como também existem muitas maneiras de se obter tais informações, ou seja, há várias técnicas
de análise que são utilizadas para cada situação e para cada grupo de informações que se busca
nas demonstrações financeiras.
Assim, a análise económica e financeira é feita tendo em conta algumas técnicas, a fim de
transformar os dados em informações que sejam de maior e melhor utilidade para as pessoas da
empresa. As técnicas mais utilizadas são: a análise gráfica ou comparativa (análise vertical e
análise horizontal) e análise de rácios.
Para se efectuar esta análise, as contas do ano base e do ano em análise são representadas em
blocos obtidos à escala e em percentagens. É feita de duas formas: análise vertical e análise
horizontal.
2.4.2.1 - Análise vertical: é aquela que tem o objectivo de verificar o desempenho de diferentes
contas ou grupos de contas dentro do mesmo período analisado. Consiste em calcular o
percentual de cada conta em relação a um valor base.
Valor da conta
AV = x100
Valor base do cálculo
Obs.:
- Na análise vertical do balanço atribui-se o valor base ao total do activo.
• As percentagens das componentes dos 1º e 2º membros do balanço devem somar 100%;
• As componentes do activo circulante (existências, valores a receber – clientes,
adiantamentos a fornecedores e devedores diversos; e disponibilidades – caixa, bancos e
N N–1
Imobilizado
Imobilizado líquido Capital +
líquido Capital + % reservas+resultados
% reservas+resultados %
%
Existências Existências
% %
Dívidas a pagar
(M/L prazo)
Dívidas a pagar %
(M/L prazo)
%
Dívidas a receber
Dívidas a receber %
%
Dívidas a pagar
Dívidas a pagar (curto prazo)
(curto prazo) %
Disponibilidades
%
Disponibilidades %
%
Vendas Vendas
% Custo com % Custo com
pessoal pessoal
% %
Amortizações Amortizações
% %
Resultados Resultados
Financeiros Financeiros
% %
Prestações de Prestações de
serviços Resultados não serviços Resultados não
% operacionais % % operacionais %
Resultados Resultados
extraordinários % extraordinários %
N
AH = [( )-1]x100
N-1
N/N–1
Imobilizado líquido
% Capital + reservas+resultados
%
Existências
%
Dívidas a pagar
(M/L prazo)
%
Dívidas a receber
%
Dívidas a pagar
(curto prazo)
Disponibilidades %
%
Vendas
% Custo com pessoal
%
Amortizações
%
Resultados Financeiros
%
Prestações de serviços
Resultados não operacionais %
%
Resultados extraordinários %
Outros proveitos
operacionais
% Imposto sobre o rendimento %
Rácios: é a relação entre um grupo de contas das demonstrações financeiras que busca informar
sobre a situação económico-financeira da empresa.
A análise dos rácios envolve métodos, cálculos e interpretações de rácios para compreender,
analisar e monitorar a performance da empresa. A análise destes rácios permite estudar a
situação económico-financeira da empresa através do estudo dos documentos contabilísticos e
doptar os responsáveis da organização e outras empresas de informação financeira adequada
para a tomada de decisão.
Dentre os vários grupos encontram-se: rácios financeiros (de estrutura de capitais e de liquidez),
económicos (de rendibilidade e de risco) e rácios de tesouraria (prazo médio de recebimento,
prazo médio de pagamento e prazo médio de armazenagem).
- Solvabilidade: permite avaliar quantas vezes o valor do capital de uma empresa cobre o valor
que a empresa deve a terceiros. Expressa a capacidade da empresa para solver os seus
compromissos com terceiros na data do seu vencimento.
Quanto maior for o valor deste rácio, melhor a empresa responde aos seus compromissos. Um
valor superior a 1 significa que o valor do património da empresa é suficiente para cobrir todas
as dívidas da empresa. Se o rácio for inferior a 1, significa que a empresa não tem capacidade
para satisfazer todos os seus compromissos com os meios próprios de que dispõe, ou seja não
tem capacidade para satisfazer as suas obrigações para com terceiros nos prazos previstos.
Capital Próprio
Solvabilidade =
Passivo Total
Este rácio é o complemento do endividamento, visto que quanto maior o valor deste rácio maior
a proporção de capitais próprios aplicados, o que implica dizer há menor risco de insolvência a
prazo. Quanto maior for este rácio, menor será o risco da empresa. Este rácio varia entre 0 e 1,
em que 0 é a total dependência de terceiros e 1 é a autonomia total, a empresa não recorre a
qualquer capital alheio. Considera-se bom um valor superior a 0,33, valor inferior significa
excessiva dependência de capitais alheios.
Capital Próprio
Autonomia Financeira =
Activo Total
Passivo Total
Endividamento = x100
Activo Total
Rácios de liquidez: liquidez é a capacidade que a empresa possui de fazer face aos
compromissos com terceiros, indica ainda o risco corrido pelos credores em resultado da
concessão de créditos a empresa.
Os rácios de liquidez são rácios que, a partir do confronto dos activos correntes com as dívidas,
procuram medir quão sólida é a base financeira de uma empresa. Uma empresa com bons rácios
de liquidez tem de ter boa capacidade de cumprir com as suas obrigações financeiras com
terceiros.
- Liquidez geral (LG): indica a situação financeira de uma empresa, ou seja, a sua capacidade
para pagar as dívidas. Indica quanto a empresa possui no activo corrente para cada 100,00
valores de dívida no passivo corrente. Mostra a relação directa entre activo corrente (AC) e
passivo corrente (PC). Este rácio representa o quanto foi aplicado em bens e direitos e quanto
a empresa deve a curto prazo. Segundo Matarazzo (2003) recomenda-se um valor ideal acima
de 2. Valor inferior a 1 indica dificuldades na tesouraria da empresa e a empresa terá de recorrer
aos seus capitais permanentes para financiar a parte não coberta pelo passivo corrente.
Obs.: apesar de se indicar um valor ideal acima de 2, para empresas bem geridas valores entre
1,2 e 1,9 são ideais, porque um valor muito elevado pode significar:
Activo Corrente
Liquidez Geral =
Passivo Corrente
- Liquidez reduzida (LR): indica quanto a empresa possui em seus activos mais líquidos, para
cada 100,00 valores de dívida no passivo corrente. Indica a capacidade da empresa pagar as
suas dívidas de curto prazo, recorrendo à caixa, bancos e dívidas de clientes.
Este rácio tem como objectivo apresentar a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo
sem levar em conta os inventários, que são considerados como elementos menos líquidos do
activo corrente.
Assim como os outros rácios deste grupo quanto maior, melhor também está a tesouraria da
empresa. Consideram-se bons valores entre 0,9 e 1,1.
- Liquidez imediata (LI): indica quanto a empresa possui nas suas disponibilidades (caixa e
bancos) para cada 100,00 valores de dívida no passivo corrente. Indica a capacidade da empresa
pagar as suas obrigações de curto prazo, recorrendo apenas ao dinheiro disponível.
Este rácio mede a capacidade financeira da empresa em pagar as suas dívidas imediatamente
usando as disponibilidades sem ter em consideração os outros elementos do activo corrente.
Regra geral, o nível 0,9 é normal. Mas, quanto maior for este rácio, melhor está a tesouraria da
empresa.
Disponibilidades
Liquidez Imediata =
Passivo Corrente
Resultado Líquido
Rendibilidade do investimento total = x100
Activo
Resultado Líquido
Rendibilidade do capital próprio = x100
Capital Próprio
a) Rendibilidade líquida das vendas: mede o lucro ou prejuízo da empresa por cada 100 valores
vendidos. Este rácio visa informar o que se denomina de ganho ou lucro da empresa após a
dedução de todos os gastos da empresa. Não é confortável para a empresa que este rácio seja
baixo, pelo que quanto maior melhor.
. Resultado Líquido
Rendibilidade líquida das vendas = x100
. Volume de negócios
b) Rotação do activo: indica qual a eficiência e eficácia com que a empresa conseguiu gerir o
activo que lhe foi colocado à disposição.
Um valor igual ou superior a 1 significa que a empresa está a trabalhar perto do limite da sua
capacidade; um valor baixo significa a sub-utilização dos recursos.
Volume de negócios
Rotação do activo =
Activo
Rácios de risco: estes rácios medem o risco que a empresa corre se não concretizar os seus
objectivos económicos e financeiros. Destaca-se, assim, o grau de alavanca operacional (GAO),
o grau de alavanca financeira (GAF) e o grau combinado de alavanca (GCA).
Margem Bruta
Grau de alavanca operacional = x100
Resultado Operacional
- Grau de alavanca financeira: mede a variação ocorrida no resultado corrente (RC) derivado
de variações percentuais unitárias no resultado operacional. Este rácio quanto menor for, menor
será o risco financeiro da empresa, demonstrando menor variação do resultados correntes.
Resultado Operacional
Grau de alavanca financeira = x100
Resultado Antes de Impostos
Obs.:
• Se o GAF = 1,0 a alavancagem financeira será considerada nula. Nesse caso, não há despesas
financeiras, ou seja, não há capital de terceiros (geralmente instituições financeiras) na estrutura
de capital. Se o grau de alavancagem financeira é igual a 1, o risco financeiro é baixo.
• Se o GAF > 1,0 a alavancagem financeira será considerada favorável: o retorno do Activo
Total (conjunto de bens e direitos da empresa, expressos em moeda) será razoavelmente maior
que a remuneração paga ao capital de terceiros.
• Se o GAF < 1,0 a alavancagem financeira será considerada desfavorável. Neste caso, há risco
financeiro. Se o RCP é menor do que o RIT, o capital de terceiros está a consumir parte do
património líquido. Mesmo se o Activo Total gerar um retorno, parte desse retorno está sendo
financiada por capital de terceiros - o qual é, neste caso, remunerado a uma taxa superior à taxa
de retorno sobre o Activo Total. Diz-se então que o capital de terceiros está exercendo
alavancagem negativa.
- Grau combinado de alavanca (GCA): é o efeito combinado do GAO e GAF. Mede a relação
entre as variações percentuais dos resultados líquidos e o nível de actividade, ou seja, mede a
variação percentual ocorrida nos resultados correntes de variações percentuais unitárias no
volume de negócios.
GCA=GAO×GAF
Rácios de tesouraria: avaliam a eficiência com que a empresa está a gerir os activos, quer seja
os imobilizados, quer seja circulante.
- Prazo médio de recebimento: indica o número de dias que a empresa demora a receber dos
seus clientes, isto é, mede o espaço de tempo que separa a venda do seu recebimento.
Obs.: Um valor elevado deste rácio pode indicar a ineficiência das cobranças ou falta de poder
negocial da empresa perante os seus clientes.
Clientes
Prazo médio de recebimento = x 365
Volume de negócios
- Prazo médio de pagamento: indica o número de dias dado pelos fornecedores para o
pagamento dos produtos ou serviços adquiridos.
Obs-: o prazo médio de pagamento deve ser superior ao prazo médio de recebimento, pois só
assim a empresa estará a ser financiada por fornecedores e não a financiar clientes.
Fornecedores
Prazo médio de pagamento = x 365
Compras
- Rotação de stocks: mede o grau de eficiência com que a empresa efectua a sua gestão de
inventários em stock. Quanto maior o valor do rácio de rotação de clientes, maior é a eficiência
da gestão de stocks.
CMV
Rotação de Stocks =
Existências Médias
365 dias
Prazo médio de armazenagem =
Rotação de stocks
Obs.: Se o passivo circulante for superior ao activo circulante o fundo de maneio será negativo
e a empresa encontra-se desequilibrada financeiramente, tendo dificuldade em satisfazer os seus
compromissos na data do seu vencimento.
Obs.:
O ideal será que o fundo de maneio (FM) existente seja igual ao valor da necessidade
(NFM). Assim, existe a garantia de cobrimento das dívidas quando necessário e não se
cria um excedente necessário.
Em caso de haver excedente de tesouraria a empresa deverá procurar efectuar aplicações
com esse valor.
Forma jurídica: é uma sociedade por quota, de capitais angolanos (6 milhões de Kwanzas),
constituída em 2016.
Sócios: Maria Garcia Mandele Pindali, Manuel Sadrack Lumengo e Biola Esperança Estanislau
Bengui, conforme a sua escritura datada de 01 de Novembro, com início a folha 36, do Livro
de Notas nº 942-D, do 1º Cartório Notarial da Comarca de Luanda.
Principais clientes: empresas Bananas do Uige, Lda, situada no Uige, na Rua das Palmeiras
Nº28, a Allinone, Lda, situada na Rua Agostinho Neto Nº66, Viana, Luanda, a Palanka Negra,
Lda, situada na Rua dos Palankas Negras Nº28, Maianga, Luanda, a Bravox, Lda, situada na
Rua do Benfica Nº44, Futugno de Belas, Luanda, a Kumbux, Lda, situada na Rua da Missão
Nº33, Ingombota, Luanda, a LSD2, Lda, situada na Estrada de Catete, km23, Viana, a AVent-
Turismo, Lda, situada na Estrada de Catete, km54, Viana, a empresa Ximpas, Lda e a empresa
Nuinvento, Lda situada na Rua dos Morangueiros Nº455, Luena, Moxico.
Exercícios
Código Designação
2021 2020
61 Vendas ……………………………………………………………………………………………..… 160 000 000,00 105 000 000,00
62 Prestações de serviços ……………………………………………………………………… … 3 890 000,00 500 000,00
65 Trabalhos para a própria empresa……………………………………………...…… 6 110 000,00
63 Outros proveitos operacionais …………………………………………………………… … 5 800 000,00 1 700 000,00
175 800 000,00 107 200 000,00
71 Custo das mercadorias vendidas e das matér.prim e subsid. Consum...
88 000 000,00 60 000 000,00
72 Custos com o pessoal………………………………………………………………………… … 25 000 000,00 19 600 000,00
73 Amortizações do exercício ………………………………………………………………… 13 000 000,0 6 200 000,00
78.1 Provisões do exercício…………………………………………………………………….. 900 000,00 600 000,00
75.3 Impostos……………………………………………………………………………………… 15 000 000,00 9 800 000,00
75 Outros custos e perdas operacionais…..…………………………………………… 500 000,00 200 000,00
142 400 000,00 96 400 000,00
33 400 000,00 10 800 000,00
66 Proveitos e ganhos financeiros gerais………………………………………………..
76.1 Custos e perdas financeiros gerais - Juros………………………………………….
1 698 000,00 935 000,00
4 700 000,00 4 500 000,00
69 Proveitos e ganhos extraordinários………………………………………………….. - 3 002 000,00 - 3 565 000,00
79 Custos e perdas extraordinárias…………...………………………………………….. 500 000,00 400 000,00
600 000,00 350 000,00
Resultado Antes de Imposto………………………………………………………….. - 100 000,00 50 000,00
87 Imposto sobre os lucros…………….……………………………………………………… 30 298 000,00 7 285 000,00
9 089 400,00 2 185 500,00
88 Resultado líquido do exercício …….……………………………….. 21 208 600,00 5 099 500,00
Informações adicionais:
1. - Abordagem macroeconómica
2. - Apresentação da empresa
3. - Enquadramento sectorial
4. - Acontecimentos relevantes
Montante de Investimento (valor total do activo),
Fontes de Financiamento (Valor capitais próprios e capitais alheios)
Volume de Negócios e Resultado Líquido
5– Análise económico-financeira
5.1 – Primeiros indicadores
5.2 - Análise gráfica ou comparativa
5.3– Análise dos rácios
Rácios financeiros
Rácios económicos
Rácios de tesouraria
5.4- Outros indicadores
6– Proposta de aplicação de resultados
7– Considerações finais
8– Recomendações para a empresa
9- Anexos
BALANÇO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
NOTAS ÀS CONTAS
Nota Introdutória
Políticas contabilísticas adoptadas na preparação das Demonstrações financeiras
Bases de apresentação das demonstrações financeiras e derrogações
Bases de valorimetria adoptadas na preparação das Demonstrações financeiras
Critérios de reconhecimento e bases de valorimetria específicas