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CURSOS: GESTÃO E CONTABILIDADE / 2º ANO

MANUAL DE
ANÁLISE ECONÓMICA E
FINANCEIRA

Luanda, 2022/2023
CONTEÚDOS

1 - AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1.1 - Conceito

1.2 - Objectivo das demonstrações financeiras

1.3 - Componentes de demonstrações financeiras

1.4 - Base de apresentação das demonstrações financeiras

1.5 - Análise das demonstrações financeiras como base para o processo de tomada de decisão

2 - ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA

2.1 – Conceito

2.2 – Objectivo da análise económico-financeira

2.3 - Material de análise

2.4 – Técnicas de análise

2.4.1- Primeiros indicadores de análise

2.4.2- Análise gráfica ou comparativa

2.4.2.1 - Análise vertical

2.4.2.2 - Análise horizontal

2.4.3 - Análise dos rácios

2.4.4 - Outros indicadores

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FONTES DE INFORMAÇÃO

- ALMEIDA, RUI, MIRANDA, SABINO JOSÉ, ET AL (2014) Plano Geral de Contabilidade


Angolano Explicado, ATF Edições Técnicas

- BREIA, A., MATA, N., PEREIRA, V., (2014), Análise Económica e Financeira; Rei dos
Livros Editora

MARTINS, C. F. P. (2011), Os modelos das demonstrações financeiras. Dissertação de


mestrado. Instituto Politécnico do Porto

- MENEZES, C. (2008), Princípios de Gestão Financeira, Editorial Presença

- NABAIS, C., NABAIS, F. (2011), Prática Financeira, Lidel

- NEVES, J.CARVALHO (2012) Análise e Relato Financeiro, Texto Editores

- NEVES, J.CARVALHO, (2011) Avaliação e Gestão da Performance Estratégica da Empresa,

Texto Editores

- NEVES, J. CARVALHO., (2002), Avaliação de Empresas e Negócios, McGraw-Hill.

- NORMAS INTERNACIONAIS DE RELATO FINANCEIRO 1: Base de Apresentação de


Demonstrações Financeiras e Estrutura Conceptual.

- PLANO GERAL DE CONTABILIDADE (2021). Decreto n.º 82/01, de 16 de Novembro.


Luanda: Plural Editores.

- PINHO, C., TAVARES, S. (2012) Análise Financeira e Mercados, Áreas Editora.

RIBEIRO, M. O. (2003), Contabilidade Básica Fácil. 24 ed. São Paulo: Saraiva

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1 - AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

1.1 - Conceito

De acordo a Ribeiro (2003) as demonstrações financeiras são relatórios ou quadros técnicos


que contêm dados extraídos dos livros, registos e documentos que compõem o sistema
contabilístico de uma empresa.

Para Muniz (2015) as demonstrações financeiras são documentos periódicos da empresa que
relatam sua situação económica. As demonstrações relatam uma série de rubricas que
sintetizam as movimentações de capital da organização em um determinado exercício.

Sebastião (2014) afirma, que as demonstrações financeiras são os instrumentos utilizados pela
contabilidade para expor a situação económico-financeira da empresa e prover aos diversos
utentes internos e/ou externos as informações que servem de base para a tomada de decisão. O
mesmo autor defende ainda que, as demonstrações financeiras também são chamadas de
relatórios contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive
para avaliar possíveis investimentos.

Quanto as demonstrações financeiras estarem ligadas a uma vertente financeira, o Plano Geral
de Contabilidade (2021, p.17) define as demonstrações financeiras como sendo “uma
representação financeira esquematizada da posição financeira e das transacções de uma
empresa”.

A Norma Internacional de Relato Financeiro 1 (NIRF 1), no seu parágrafo 9, na Base de


Apresentação das Demonstração Financeiras (BADF), define as demonstrações financeiras
como “uma representação estruturada da posição financeira e do desempenho financeiro de uma
empresa.”

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1.2 - Objectivo das demonstrações financeiras

As demonstrações financeiras desempenham um papel fundamental na geração de informações


financeiras que alimentam os processos de gestão. Elas constituem um importante instrumento
de apoio à tomada de decisão nas organizações, permitindo o conhecimento da situação
financeira e económica.

Uma organização que não possua um sistema contabilístico que possa lhe fornecer as
informações necessárias, possivelmente não terá, de maneira transparente, comprovação de que
está seguindo na direcção desejada.

Segundo Martins (2011), as demonstrações financeiras têm como objectivos:

- Proporcionar informação útil aos utilizadores;

- Avaliar a capacidade da empresa gerar dinheiro e equivalentes de dinheiro e da tempestividade


e certeza da sua geração;

- Informar sobre os recursos económicos controlados pela empresa, estrutura financeira,


liquidez e solvência.

As demonstrações financeiras são utilizadas pela gestão da empresa para prestar contas e levar
informações sobre o aspecto económico-financeiro aos accionistas, credores, governo e outros
interessados e apresentam informações úteis que revelam suas operações durante um
determinado período de tempo, e quando analisadas facilitam a detenção dos pontos fortes e
fracos encontrados na realização da sua actividade quer operacional ou não operacional.

De acordo ao PGC, mais do que servir de base ao exercício da planifcação da gestão e do


controlo da actividade empresarial, as demonstrações financeiras passam a ter como objectivo
principal dar a conhecer a investidores, empregados, financiadores, fornecedores, clientes,
Governo e seus departamentos e ao público em geral determinadas informações que lhes
permitam a tomada de decisões importantes.

No mesmo sentido, segundo a BADF da NIRF, o objectivo das demonstrações financeiras é de


proporcionar informação acerca da posição financeira, do desempenho financeiro e dos fluxos
de caixa de uma empresa que seja útil a uma vasta gama de utentes na tomada de decisões

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económicas. As demonstrações financeiras também mostram os lucros ou prejuízos da
condução, por parte da gerência, dos recursos a ela confiados.

Para satisfazer este objectivo, as demonstrações financeiras proporcionam informação de uma


empresa acerca dos seguintes elementos: activos, passivos, capital próprio, rendimentos e
gastos, incluindo ganhos e perdas, contribuições por parte dos proprietários e distribuições aos
mesmos na sua qualidade de proprietários (Demonstração das Alterações do Capital Próprio) e
fluxos de caixa. Esta informação, juntamente com outra informação nas notas, ajuda os utentes
de demonstrações financeiras a prever os futuros fluxos de caixa da empresa e, em particular, a
sua tempestividade e certeza.

As definições destes conceitos estão incluídas na EC da NIRF. Assim, os mesmos são


apresentados no PGC e na NIRF 18:

- Activo: são recursos (bens e direitos) controlados pela empresa como resultado de

acontecimentos passados e dos quais se espera que fluam para a empresa benefícios económicos

futuros. Estes recursos podem dividir-se em duas categorias principais:

 Activos não correntes, que se espera que permaneçam na posse da empresa por um
período superior a um ano.
 Activos correntes, que se espera que permaneçam na posse da empresa por um período
até um ano.

- Passivo: são obrigações presentes da empresa provenientes de acontecimentos passados, do


pagamento dos quais se espera que resultem um exfluxos de recursos da empresa incorporando
benefícios económicos; Estas obrigações podem dividir-se em duas categorias principais:

 Passivos não correntes, que se espera que venham a ser pagos pela empresa num período
superior a um ano.
 Passivos correntes, que se espera que venham a ser liquidados pela empresa num
período até um ano.

- Capital próprio: é o interesse residual nos activos da empresa depois de deduzir todos os seus
passivos.

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- Rendimentos: são aumentos nos benefícios económicos durante o período contabilístico na
forma de influxos ou aumentos de activos ou diminuições de passivos que resultem em
aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as contribuições dos
participantes no capital próprio. A mesma Estrutura segmenta os rendimentos em réditos e
ganhos, definindo os primeiros como aqueles rendimentos que surgem no decurso das
actividades correntes (ou ordinárias) de uma empresa sendo referidos por uma variedade de
nomes diferentes incluindo vendas, honorários, juros, dividendos e royalties.

- Os Gastos (gastos e perdas): são diminuições nos benefícios económicos durante o período
contabilístico na forma de exfluxos ou deperecimentos de activos na incorrência de passivos
que resultem em diminuições do capital próprio, que não sejam relacionadas com distribuições
aos participantes no capital próprio.

1.3 - Componentes de demonstrações financeiras

Segundo a EC das Normas Internacionais de Relato Financeiro, um conjunto completo de


demonstrações financeiras inclui:

 Balanço;
 Demonstração de resultados (DR);
 Demonstração de fluxos de caixa (DFC);
 Notas às contas.

Todas estas demonstrações são retratadas na NIRF 1, com excepção da DFC que é desenvolvida
na NIRF 7.

 BALANÇO

De acordo ao PGC, o balanço é uma demonstração contabilística, destinada a evidenciar,


quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira de
uma empresa.

O balanço de uma empresa retrata três ideias cruciais: a comparação entre o activo e o passivo,
evidenciando o capital próprio; um conjunto de contas, com valores de sinal contrário, em
equilíbrio; e um mapa ou documento em que se representa aquela comparação e o equilíbrio de
contas.

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O balanço é uma demonstração resumida e estática, como uma foto, da situação financeira e
patrimonial da empresa em um determinado momento. Nele é demonstrado exactamente de
onde veio o dinheiro da empresa, ou seja, as origens dos recursos e onde esses recursos foram
aplicados.

Desta feita, pode-se afirmar que o balanço é a igualdade entre dois, membros activo e passivo,
isto é, o que se tem e o que se deve, em determinada data e, referente a uma certa empresa,
mostrando o património dessa mesma empresa quer em composição, quer em valor.

Face ao exposto acima nota-se que o balanço é constituído por bens e direitos que compõem o
activo, as obrigações que constituem o passivo e a situação líquida correspondente ao capital
próprio. O capital próprio e o passivo representam as origens de capital e o activo as devidas
aplicações.

 Conceitos relacionados ao activo e ao passivo:

O activo relaciona todas as aplicações de recursos efectuadas pela empresa. Esses recursos
poderão estar distribuídos em: activos não correntes: os quais possuem os grupos de contas a
longo prazo, tais como: realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível;
activos correntes: apresentam uma rotação em curto prazo, ou seja, uma alta rotação, como:
existência, valores em caixa, valores a receber em curto prazo, etc.

O passivo identifica as exigibilidades e as obrigações da empresa, ou seja, todas as obrigações


a pagar, cujos valores estão investidos no activo. As contas do passivo são divididas em passivo
não corrente e corrente. No passivo não corrente estão as obrigações que vencerão no longo
prazo e no passivo corrente estão as obrigações que vencerão em curto prazo.

O património líquido é representado pela diferença entre o total do activo e do passivo em


determinado momento. Identifica os recursos próprios da empresa, sendo formado pelo capital
investido pelos accionistas, mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na
empresa (lucros não distribuídos).

De acordo com a NIRF 1, parágrafo 60 “uma empresa deve apresentar activos correntes e não
correntes, e passivos correntes e não correntes, como classificações separadas na face do
balanço”. Entretanto, no parágrafo 66 a mesma norma determina as condições que levam a
considerar um activo como corrente: “a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja

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vendido ou consumido, no decurso normal do ciclo operacional da empresa; b) Esteja detido
essencialmente para a finalidade de ser negociado; c) Espera-se que seja realizado num período
até doze meses após a data do balanço; ou d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe
seja limitada a troca ou uso para liquidar um passivo durante pelo menos doze meses após a
data do balanço”. E, o seu parágrafo 67considera como activo não corrente, os elementos que
não se enquadram neste âmbito.

Quanto ao passivo corrente e não corrente, o parágrafo 69 da mesma norma determina que um
elemento deve ser considerado como passivo corrente quando: “a) Se espera que seja liquidado
durante o ciclo operacional normal da empresa; b) Esteja detido essencialmente para a
finalidade de ser negociado; c) Deva ser liquidado num período até um ano após a data do
balanço; ou d) A empresa não tenha um direito incondicional de diferir a liquidação do passivo
durante pelo menos doze meses após a data do balanço”. E, os seus parágrafos 70 a 76 considera
como passivo não corrente, os elementos que não se enquadram no âmbito do passivo corrente.

O balanço pode ser visto segundo duas ópticas: patrimonial e de gestão ou funcional.

Na óptica patrimonial, o balanço é um mapa que representa a situação patrimonial da empresa


em termos de sua composição e valor, em determinado momento. Evidencia no primeiro
membro, o activo (bens e direitos) e no segundo membro, o passivo (obrigações) e o capital
próprio (valor do património).

Na óptica de gestão ou funcional, o balanço é definido como um mapa onde se encontram


representados os recursos financeiros, ou seja, as aplicações de fundos (investimentos) e as
origens de fundos (fontes de financiamentos).

 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

A demonstração de resultados fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da


empresa durante um período específico de tempo, sendo mais comum o período que vai até 31
de Dezembro de cada ano. Portanto, com este documento avalia-se a eficiência económica da
empresa.

De acordo ao PGC, “ a demonstração de resultados é uma demonstração contabilística destinada


a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações de
uma empresa”.

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Ela é constituída pelas seguintes classes:

Proveitos — aumentos dos benefícios económicos, durante o período, na forma de influxos ou


melhorias de activos ou diminuições de passivos que resultem em aumento dos capitais
próprios, que não sejam os relacionados com as contribuições dos participantes no Capital
Próprio.

Custos — diminuição nos benefícios económicos, durante o período, na forma de exfluxos ou


perdas de valor de activos ou no aumento de passivos que resultem em diminuição dos capitais
próprios, que não sejam os relacionados com as distribuições aos participantes no Capital
Próprio. Já as despesas são gastos que não dependem directamente da receita.

O resultado da empresa é formado pelas receitas, pelos custos e pelas despesas incorridos no
período.

A utilização da demonstração dos resultados permite realçar os seguintes aspectos: o


crescimento de cada resultado, indicando rubrica a rubrica o valor produzido pela empresa e os
custos fixos e variáveis possibilitando, o estudo dos seus efeitos na criação da rendibilidade de
exploração do negócio. A demonstração dos resultados é uma combinação entre rendimentos e
gastos de forma a se saber qual o resultado da empresa no final de um determinado período de
tempo.

 DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA

O PGC define a Demonstração de fluxos de caixa como sendo “uma demonstração


contabilística destinada a evidenciar como foi gerado e utilizado o dinheiro no período em
análise”. Ela destina-se a proporcionar informação acerca das alterações na situação financeira
da empresa.

A demonstração de fluxos de caixa: é um componente integrante do conjunto completo das


demonstrações financeiras, sendo desenvolvida exclusivamente na NIRF 7, que a define como
sendo o conjunto de influxos (recebimentos, entradas) e exfluxos (pagamentos, saídas) de caixa
e seus equivalentes.

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Segundo o parágrafo 111 da NIRF 1, a informação sobre os fluxos de caixa proporciona aos
utentes de demonstrações financeiras uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar
caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.

De acordo a NIRF 7, no parágrafo 4, a demonstração de fluxo de caixa é útil na determinação


da capacidade da empresa de gerar dinheiro e seus equivalentes e facilita aos utentes
desenvolver modelos para determinar e comparar o valor presente dos fluxos de caixa futuros
de diferentes empresas.

Os seus parágrafos 10 e 11 referem que a demonstração dos fluxos de caixa tem como objectivo
principal relatar os fluxos de caixa do período, classificando-os quanto ao seu destino ou origem
por tipo de actividade, proporcionando deste modo informação que permite determinar o
impacto dessas actividades na posição financeira da empresa e quantias de caixa e seus
equivalentes.

Esta norma, no seu parágrafo 6 apresenta e define os seguintes elementos que integram a
demonstração de fluxos de caixa de forma a permitir a sua compreensão:

Caixa compreende o dinheiro em caixa e em depósitos à ordem.

Equivalentes de caixa (dinheiro) são investimentos a curto prazo, altamente líquidos, que
sejam prontamente convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que estejam sujeitos a
um risco insignificante de alterações de valor.

Actividades operacionais são as principais actividades produtoras de rédito da empresa e


outras actividades que não sejam de investimento ou de financiamento.

Actividades de investimento são a aquisição e a alienação de activos a longo prazo e de outros


investimentos não incluídos em equivalentes de caixa.

Actividades de financiamento são as actividades que têm como consequência alterações na


dimensão e na composição do capital próprio contribuído e nos empréstimos obtidos pela
empresa.

Esta demonstração é de divulgação obrigatória, e hoje é considerada uma das mais importantes
por revelar as diferentes fontes de entrada e os diferentes destinos de saída de meios monetários
na empresa.

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 NOTAS ÀS CONTAS

Segundo o PGC, as Notas às contas são um conjunto de divulgações (descrições narrativas e


detalhes de quantias) destinadas a fornecer informação adicional, que seja relevante às
necessidades dos utentes, acerca das rubricas do Balanço, da Demonstração de Resultados e da
Demonstração de Fluxos de Caixa e acerca dos riscos e incertezas que afectam a empresa e
quaisquer recursos e obrigações não reconhecidos no Balanço. Destina-se a complementar as
informações proporcionadas pelas restantes componentes das demonstrações financeiras.

De acordo a NIRF 1, nas notas às contas é divulgada “informação acerca das bases de
preparação das demonstrações financeiras e políticas contabilísticas usadas, e outras
divulgações exigidas pelas NIRF que não sejam apresentadas noutras demonstrações
financeiras. Serve, também para “proporcionar informação adicional que não seja apresentada”
noutras demonstrações financeiras “mas que seja relevante para uma melhor compreensão de
qualquer uma delas”.

Ainda de acordo com a esta norma “as notas às contas devem ser apresentadas pela seguinte
ordem:

a) Identificação da empresa;

b) Referencial contabilístico de preparação das demonstrações financeiras;

c) Principais políticas contabilísticas;

d) Informação de suporte de itens apresentados na face as demonstrações financeiras;

e) Passivos contingentes e compromissos contratuais não reconhecidos; f) Divulgações


exigidas por diplomas legais;

g) Informações de carácter ambiental”

Nas Notas às contas só poderão ser evidenciadas as notas que se considerem ser materiais ou
relevantes para a tomada de decisões por parte dos utentes. Deste modo, convencionou-se que
para efeitos de preparação das Notas às contas não é obrigatória a elaboração das notas para as
rubricas que apresentem valores inferiores a: 10% do total do Activo, no caso de rubricas de
Balanço e 5% do total dos Proveitos operacionais, para rubricas da Demonstração de resultados.

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1.4 - Base de apresentação das demonstrações financeiras

O produto final da contabilidade são as demonstrações financeiras. É por meio delas que os
usuários poderão realizar análises e tomar decisões. Embora determinados grupos de usuários
possam ter necessidades de informações específicas, não é objectivo da contabilidade, atender
a esse tipo de interesse, e sim atender às necessidades comuns da maioria dos usuários.

O Plano Geral de Contabilidade (PGC) em harmonia com a Norma Internacional de Relato


Financeiro 1 (NIRF 1) contém requisitos globais para a apresentação de demonstrações
financeiras, directrizes para a sua estrutura e requisitos mínimos para o respectivo conteúdo.

O parágrafo 15 da EC da Norma Internacional de Relato Financeiro 1 (NIRF 1), afirma que:


“as demonstrações financeiras apresentam apropriadamente a representação fidedigna dos
efeitos das transacções, outros acontecimentos e condições ao agrupá-los em grandes classes
de acordo com as suas características económicas.”

De acordo com a norma existem dois pressupostos subjacentes à preparação das demonstrações
financeiras, que são: continuidade e regime de acréscimo.

Quanto a continuidade, os parágrafos 25 e 26 relatam que “as demonstrações financeiras são


preparadas na base da avaliação da capacidade de uma empresa de prosseguir como uma
empresa em continuidade. A menos que a gerência pretenda liquidar a empresa ou cessar de
negociar, ou não tenha alternativa realista senão fazê-lo.”

Sobre o regime de acréscimo, os parágrafos 27 e 28 referem que “os efeitos das transacções e
de outros acontecimentos são reconhecidos quando eles ocorram e não quando caixa ou
equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos, isto é, os registos são efectuados não com base
no caixa mas sim com base na ocorrência das transacções.”

Os parágrafos 49 a 50 da mesma norma (NIRF 1) descrevem a forma como as demonstrações


financeiras devem ser identificadas no momento da sua elaboração: no parágrafo 49 relata que
“Uma empresa deve identificar claramente as demonstrações financeiras e distingui-las de outra
informação no mesmo documento publicado.” No parágráfo 50 expressa que “...é importante
que os utentes consigam distinguir informação que seja preparada usando as NIRF de outra
informação que possa ser útil aos utentes mas não seja objecto desses requisitos.”

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No seguimento da mesma norma, segundo o parágrafo 51, os elementos que se seguem, devem
ser sempre referenciados de forma proeminente e repetida quando necessário para que a
informação apresentada seja compreensível, ou seja, todas as componentes das demonstrações
financeiras devem identificar:

a) O nome da entidade que relata ou outros meios de identificação, e qualquer alteração nessa
informação desde o fim do período de relato anterior, incluindo a sigla identificadora da forma
jurídica que tal entidade tem;

b) O período de relato, ou seja, a data do fim do período de relato ou o período abrangido pelo
conjunto de demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras abragem em regra geral,
um período de 12 meses com término em 31 de Dezembro.

c) A moeda de relato, sendo obrigatório que o relato seja efectuado na moeda oficial do País,
que no caso de Angola é o Kwanza (Kz). Mas não há nada contra a que a entidade elabore, em
simultâneo demonstrações financeiras usando outra moeda de relato, como por exemplo
Dólares Americanos (USD);

d) A respectiva grandeza, ou seja, o nível de arredondamento usado na apresentação de


quantias nas demonstrações financeiras.

1.5 - Análise das demonstrações financeiras como base para o processo de


tomada de decisão

As decisões financeiras carecem de informações financeiras que, por sua vez, são fornecidas
pela contabilidade que funciona como um sistema de informação financeira. Os dados
fornecidos pela contabilidade necessitam ser transformados para posterior análise e utilização
na tomada de decisão. Para isso importa fazer a análise das demonstrações financeiras para
extrair elementos que consigam descrever o passado, apresentar o presente e prevenir o futuro.

A análise das demonstrações financeiras é de grande utilidade, quando se busca o enfoque


gerencial, pois serve como base de informações para tomada de decisão do gestor. Quanto mais
numerosas as informações filtradas das demonstrações, maior a possibilidade de se elaborar um
planeamento financeiro, confererindo à empresa uma maior competitividade em relação a seus
concorrentes, contribuindo para um melhor desenvolvimento e crescimento económico da
empresa.

É preciso analisar não só a quantidade de informação, mas também sua qualidade, pois
informação em quantidade exagerada pode tornar-se inútil, uma vez que a ferramenta de análise
de demonstrações visa agilidade na tomada de decisão. Portanto, informações objectivas têm

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maior valor aos gestores, pois considera-se que este, tomando um papel de analista, conhece a
empresa, seus objectivos, suas perspectivas, ou seja, os factores necessários para saber como e
o que constar na análise das demonstrações.

O maior cuidado a se tomar com relação à análise e à tomada de decisão é que as informações
obtidas deverão ser relevantes ao tipo de decisão necessária. Independentemente da decisão a
ser tomada, a análise financeira será necessária, e as informações obtidas através das
demonstrações servem como uma ferramenta muito útil para que essa análise seja feita de forma
racional, evitando desgastes financeiros na empresa.

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2 - ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA

2.1 – Conceito

A análise económica e financeira compreende um conjunto de técnicas destinadas a estudar a


situação económico-financeira da empresa, através dos documentos contabilísticos e
financeiros fundamentais e das demais informações disponíveis ao longo de um certo espaço
de tempo e antecipar o seu provável comportamento futuro.

Esta análise visa relatar, com base nas informações contábilísticas fornecidas pelas empresas, a
posição económico-financeira actual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as
tendências futuras da mesma.

Também pode ser definida como o conjunto de técnicas utilizadas para diagnosticar a situação
e perspectivas da empresa com a finalidade de tomar decisões mais adequadas.

A análise económica e financeira extrai o máximo possível de informações, através da


interpretação dos dados disponibilizados pelas demonstrações financeiras, tratadas em
conformidade com as premissas contabilísticas.

Ao interpretar a informação, o analista deve utilizar procedimentos que permitam arrumar as


contas de forma a analisar as contas através de uma perspectiva financeira.

2.2 – Objectivo da análise económico-financeira

A análise económica e financeira visa reduzir a dependência de intuição e, por sua vez, diminui
a incerteza na tomada de decisão, pois detecta forças e fraquezas económicas e financeiras de
uma empresa, sendo deste modo a terapia certa para a empresa.

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As informações proporcionadas pelas demonstrações financeiras servem como fonte de dados
para o analista financeiro, em conjunto com outras fontes.

A mesma análise disponibiliza a informação que está na base do processo de tomada de decisão,
conferindo-lhe um carácter racional, sustentado na análise profunda da informação disponível,
no entanto, esta informação não assume todo o seu potencial quando analisada de forma isolada
e fragmentada.

Resumidamente, esta análise tem como objectivos:

- Analisar a tendência das variáveis financeiras e operacionais envolvidas na empresa;

- Avaliar a sua situação económica e financeira para determinar o nível de cumprimento de


metas pré-determinadas;

- Verificar a consistência das informações financeiras com a realidade da empresa;

- Identificar os problemas existentes, implementar medidas correctivas adequadas;

- Servir de guia para um planeamento de gestão financeira eficiente e eficaz.

2.3 - Material de análise

Para a execução da análise económico-financeira é necessário recolher toda a informação


divulgada pela empresa quer seja financeira ou não, tendo em consideração as limitações, no
que respeitam à sua qualidade e quantidade, pois é necessário assegurar a veracidade e as
condições de comparabilidade no espaço e tempo.

 Material de carácter extracontabilístico – é o conjunto de informações que explicam


a história da empresa, a sua ligação ao meio envolvente, a personalidade dos seus
gestores e que dão conteúdo vivo à análise feita a partir dos números. Incidem sobre:

- O historial da empresa;

- Os bens e serviços que produz e a sua comercialização;

- As características do mercado, o enquadramento sectorial da empresa e a


envolvente contextual;

- As condições de funcionamento interno.

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Informação Factores de análise

Gestão Estilo de gestão


Personalidade do gestor
Relação dos gestores / sócios
Recursos humanos utilizados

Produção Tipo de produto


Qualidade do produto
Gama de produtos comercializados /
produzidos

Política de investigação e
desenvolvimento

Vendas Condições de armazenagem


Organização comercial e forma de
distribuição

Política de marketing
Fidelidade da clientela

Estrutura financeira Tipo de fundos disponíveis


Política de recebimentos e
pagamentos

Rendibilidade dos capitais investidos

Legislação Própria do sector de actividade


Ambiental
Fiscal
Laboral

 Material de carácter contabilístico – são os mapas que sintetizam um importante


conjunto de informações - Demonstrações Financeiras.

As Demonstrações Financeiras proporcionam a todos aqueles que têm interesse na empresa –


stakeholders – uma visão global da situação económico-financeira da mesma. Esse interesse

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está relacionado, directa ou indirectamente, com a necessidade de tomar uma decisão, como: a
concessão de financiamento, aquisição ou fusão, reestruturação ou falência, auditoria às contas,
etc.

Obs.:

Um indicador sozinho pouca informação nos fornece. Deve-se sempre fazer:

 Comparação com o histórico (evolução interna)


 Comparação com relatórios de contas de empresas concorrentes (posicionamento da
empresa face à concorrência)
 Comparação com centrais de balanço (posicionamento da empresa no sector)

2.4 – Técnicas de análise

A utilização de ferramentas e técnicas adequadas procura avaliar a posição financeira e os


resultados da actividade empresarial no presente e passado para se obter as melhores estimativas
para o futuro.

Não só existem diversas informações que se podem obter com a análise económica e financeira,
como também existem muitas maneiras de se obter tais informações, ou seja, há várias técnicas
de análise que são utilizadas para cada situação e para cada grupo de informações que se busca
nas demonstrações financeiras.

Assim, a análise económica e financeira é feita tendo em conta algumas técnicas, a fim de
transformar os dados em informações que sejam de maior e melhor utilidade para as pessoas da
empresa. As técnicas mais utilizadas são: a análise gráfica ou comparativa (análise vertical e
análise horizontal) e análise de rácios.

2.4.1- Primeiros indicadores de análise

 Valor do Capital Próprio - diz-nos o valor contabilístico da empresa.

• Se CP > 0 => empresa com saúde

• Se CP < 0 => empresa com problemas

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 Valor do Resultado Líquido - dá-nos o resultado da actividade desempenhada
pela empresa ao longo do período contabilístico.

• Se RL > 0 => empresa com saúde

• Se RL < 0 => empresa com problemas

 Valor total dos Activos - dá-nos o valor total do investimento da empresa.

2.4.2- Análise gráfica ou comparativa

A análise gráfica ou comparativa é um instrumento de controlo que aprimora a compreensão


sobre a situação da empresa e a tomada de decisão. Indica a viabilidade da organização, pois
favorece a visão de longo prazo sobre as condições financeiras.

Por meio dela é possível avaliar a representatividade e a evolução de indicadores importantes


como geração de receitas, saldos a receber e a pagar, entre outras coisas que impactam o
património da organização, isto é permite saber se a empresa melhorou ou piorou e fazer
correcções para o futuro, caso se verifiquem condições desfavoráveis.

Para se efectuar esta análise, as contas do ano base e do ano em análise são representadas em
blocos obtidos à escala e em percentagens. É feita de duas formas: análise vertical e análise
horizontal.

2.4.2.1 - Análise vertical: é aquela que tem o objectivo de verificar o desempenho de diferentes
contas ou grupos de contas dentro do mesmo período analisado. Consiste em calcular o
percentual de cada conta em relação a um valor base.

Valor da conta
AV = x100
Valor base do cálculo

Obs.:
- Na análise vertical do balanço atribui-se o valor base ao total do activo.
• As percentagens das componentes dos 1º e 2º membros do balanço devem somar 100%;
• As componentes do activo circulante (existências, valores a receber – clientes,
adiantamentos a fornecedores e devedores diversos; e disponibilidades – caixa, bancos e

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 17 de 35


títulos negociáveis) devem superar o exigível a curto prazo (dívidas a pagar a curto prazo),
para que a empresa apresente uma sã estrutura patrimonial.
- Na análise vertical da demonstração de resultados atribui-se o valor base às receitas.

N N–1

Imobilizado
Imobilizado líquido Capital +
líquido Capital + % reservas+resultados
% reservas+resultados %
%

Existências Existências
% %

Dívidas a pagar
(M/L prazo)
Dívidas a pagar %
(M/L prazo)
%
Dívidas a receber
Dívidas a receber %
%

Dívidas a pagar
Dívidas a pagar (curto prazo)
(curto prazo) %
Disponibilidades
%
Disponibilidades %
%

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 18 de 35


N N–1

Custo das Custo das


mercadorias mercadorias
vendidas e das vendidas e das
matériasprimas e matérias-primas e
subsidiárias subsidiárias
consumidas consumidas
% %

Vendas Vendas
% Custo com % Custo com
pessoal pessoal
% %

Amortizações Amortizações
% %

Outros custos e Outros custos e


perdas operacionais perdas operacionais
% %

Resultados Resultados
Financeiros Financeiros
% %

Prestações de Prestações de
serviços Resultados não serviços Resultados não
% operacionais % % operacionais %

Resultados Resultados
extraordinários % extraordinários %

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 19 de 35


2.4.2.2 - Análise horizontal: relaciona cada conta da demonstração financeira com sua
equivalente de exercícios anteriores. Mede a evolução das contas ao longo de dois ou mais
exercícios, permitindo uma ideia da tendência futura.

N
AH = [( )-1]x100
N-1

N/N–1

Imobilizado líquido
% Capital + reservas+resultados
%

Existências
%

Dívidas a pagar
(M/L prazo)
%

Dívidas a receber
%

Dívidas a pagar
(curto prazo)
Disponibilidades %
%

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 20 de 35


N/N–1

Custo das mercadorias vendidas e das


matérias primas e subsidiárias
consumidas
%

Vendas
% Custo com pessoal
%

Amortizações
%

Outros custos e perdas operacionais %

Resultados Financeiros
%

Prestações de serviços
Resultados não operacionais %
%

Resultados extraordinários %

Outros proveitos
operacionais
% Imposto sobre o rendimento %

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2.4.3 - Análise dos rácios

Rácios: é a relação entre um grupo de contas das demonstrações financeiras que busca informar
sobre a situação económico-financeira da empresa.

A análise dos rácios envolve métodos, cálculos e interpretações de rácios para compreender,
analisar e monitorar a performance da empresa. A análise destes rácios permite estudar a
situação económico-financeira da empresa através do estudo dos documentos contabilísticos e
doptar os responsáveis da organização e outras empresas de informação financeira adequada
para a tomada de decisão.

Dentre os vários grupos encontram-se: rácios financeiros (de estrutura de capitais e de liquidez),
económicos (de rendibilidade e de risco) e rácios de tesouraria (prazo médio de recebimento,
prazo médio de pagamento e prazo médio de armazenagem).

Assim, em seguida reflecte-se sobre estes rácios.

Rácios de estrutura de capitais: avalia se os capitais próprios conseguem financiar os capitais


alheios de curto, médio e longo prazo e se a empresa possui condições para endividar-se. Este
grupo de rácios mensura em que medida os activos são financiados por capitais próprios ou por
capitais alheios, aprofundando a tipificação desses capitais alheios. Fazem parte deste grupo a
Solvabilidade (S), a Autonomia Financeira (AF) e o Endividamento (E).

- Solvabilidade: permite avaliar quantas vezes o valor do capital de uma empresa cobre o valor
que a empresa deve a terceiros. Expressa a capacidade da empresa para solver os seus
compromissos com terceiros na data do seu vencimento.

Quanto maior for o valor deste rácio, melhor a empresa responde aos seus compromissos. Um
valor superior a 1 significa que o valor do património da empresa é suficiente para cobrir todas
as dívidas da empresa. Se o rácio for inferior a 1, significa que a empresa não tem capacidade
para satisfazer todos os seus compromissos com os meios próprios de que dispõe, ou seja não
tem capacidade para satisfazer as suas obrigações para com terceiros nos prazos previstos.

Capital Próprio
Solvabilidade =
Passivo Total

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 22 de 35


- Autonomia financeira: mede a participação do capital próprio no financiamento da empresa,
ou seja, indica por cada 100,00 valores aplicados na empresa, quantos são próprios e quantos
são alheios.

Este rácio é um factor relevante na análise e na contratação de operações de financiamento e é


um elemento importante na avaliação do risco financeiro e global da empresa.

Este rácio é o complemento do endividamento, visto que quanto maior o valor deste rácio maior
a proporção de capitais próprios aplicados, o que implica dizer há menor risco de insolvência a
prazo. Quanto maior for este rácio, menor será o risco da empresa. Este rácio varia entre 0 e 1,
em que 0 é a total dependência de terceiros e 1 é a autonomia total, a empresa não recorre a
qualquer capital alheio. Considera-se bom um valor superior a 0,33, valor inferior significa
excessiva dependência de capitais alheios.

Capital Próprio
Autonomia Financeira =
Activo Total

- Endividamento: mede a percentagem de dívida dentro da estrutura de financiamento da


empresa. Em termos de risco para a empresa, quanto menor for o endividamento, melhor. No
entanto, se a empresa (ou os seus proprietários) tiverem a possibilidade de realizar
investimentos a taxas superiores àquelas que pagam pelo endividamento é preferível contrair
dívida pois maximizará o lucro da empresa. Ou seja, o grau óptimo de endividamento de uma
empresa está directamente relacionado com o custo de oportunidade dos capitais investidos.

Passivo Total
Endividamento = x100
Activo Total

Rácios de liquidez: liquidez é a capacidade que a empresa possui de fazer face aos
compromissos com terceiros, indica ainda o risco corrido pelos credores em resultado da
concessão de créditos a empresa.

Os rácios de liquidez são rácios que, a partir do confronto dos activos correntes com as dívidas,
procuram medir quão sólida é a base financeira de uma empresa. Uma empresa com bons rácios
de liquidez tem de ter boa capacidade de cumprir com as suas obrigações financeiras com
terceiros.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 23 de 35


Dentre os rácios de liquidez há a considerar: a liquidez geral (LG), a liquidez imediata (LI) e a
liquidez reduzida (LR).

- Liquidez geral (LG): indica a situação financeira de uma empresa, ou seja, a sua capacidade
para pagar as dívidas. Indica quanto a empresa possui no activo corrente para cada 100,00
valores de dívida no passivo corrente. Mostra a relação directa entre activo corrente (AC) e
passivo corrente (PC). Este rácio representa o quanto foi aplicado em bens e direitos e quanto
a empresa deve a curto prazo. Segundo Matarazzo (2003) recomenda-se um valor ideal acima
de 2. Valor inferior a 1 indica dificuldades na tesouraria da empresa e a empresa terá de recorrer
aos seus capitais permanentes para financiar a parte não coberta pelo passivo corrente.

Obs.: apesar de se indicar um valor ideal acima de 2, para empresas bem geridas valores entre
1,2 e 1,9 são ideais, porque um valor muito elevado pode significar:

1. Excessivos stocks em armazém;

2. Um valor bastante elevado de dívidas por parte dos clientes;

3. Grandes disponibilidades em caixa ou em bancos.

Activo Corrente
Liquidez Geral =
Passivo Corrente

- Liquidez reduzida (LR): indica quanto a empresa possui em seus activos mais líquidos, para
cada 100,00 valores de dívida no passivo corrente. Indica a capacidade da empresa pagar as
suas dívidas de curto prazo, recorrendo à caixa, bancos e dívidas de clientes.

Este rácio tem como objectivo apresentar a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo
sem levar em conta os inventários, que são considerados como elementos menos líquidos do
activo corrente.

Activo Corrente - Existências


Liquidez Reduzida =
Passivo Corrente

Assim como os outros rácios deste grupo quanto maior, melhor também está a tesouraria da
empresa. Consideram-se bons valores entre 0,9 e 1,1.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 24 de 35


Obs.: uma diferença exagerada entre o valor da liquidez geral e da liquidez reduzida significa
que a empresa está a produzir para o armazém e não para o mercado, estando a criar stocks que
pesam bastante em termos de custos para a empresa.

- Liquidez imediata (LI): indica quanto a empresa possui nas suas disponibilidades (caixa e
bancos) para cada 100,00 valores de dívida no passivo corrente. Indica a capacidade da empresa
pagar as suas obrigações de curto prazo, recorrendo apenas ao dinheiro disponível.

Este rácio mede a capacidade financeira da empresa em pagar as suas dívidas imediatamente
usando as disponibilidades sem ter em consideração os outros elementos do activo corrente.
Regra geral, o nível 0,9 é normal. Mas, quanto maior for este rácio, melhor está a tesouraria da
empresa.

Disponibilidades
Liquidez Imediata =
Passivo Corrente

Rácios de rendibilidade: mostram a rendibilidade dos capitais investidos, ou seja, permitem


verificar o grau de êxito económico da empresa e ver, também, o retorno dos investimentos
efectuados. Estes rácios têm a ver com a aptidão da empresa para produzir resultados positivos
(lucros). Relacionam o resultado (lucro ou prejuízo) com os capitais que o segregam.

Neste grupo de rácios encontra-se: a rendibilidade do investimento total (RIT), a rendibilidade


do capital próprio (RCP) e a decomposição da rendibilidade dos capitais próprios: a
rendibilidade líquida das vendas (RLV) e a rotação do activo (RA).

- Rendibilidade do investimento total ou Rendibilidade do activo total: avalia o desempenho


dos capitais totais investidos na empresa, indenpendentemente de serem próprios ou alheios.
Mostra o nível de lucro que a empresa obteve por cada 100kz nela investidos.

Resultado Líquido
Rendibilidade do investimento total = x100
Activo

- Rendibilidade do capital próprio: relaciona o lucro que a empresa obteve em determinado


exercício face aos capitais próprios de que disponha. Este rácio permite aos accionistas e
investidores calcular a taxa de retorno dos capitais investidos.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 25 de 35


O mesmo relaciona o nível de resultados líquidos gerados pela empresa em função do montante
investidos pelos sócios ou accionistas (CP). É um dos rácios mais utilizados para medir a
rendibilidade da empresa, sendo que quanto maior melhor.

Resultado Líquido
Rendibilidade do capital próprio = x100
Capital Próprio

- Decomposição da rendibilidade dos capitais próprios: permite determinar os factores que


contribuem para gerar valor para os donos da empresa.

a) Rendibilidade líquida das vendas: mede o lucro ou prejuízo da empresa por cada 100 valores
vendidos. Este rácio visa informar o que se denomina de ganho ou lucro da empresa após a
dedução de todos os gastos da empresa. Não é confortável para a empresa que este rácio seja
baixo, pelo que quanto maior melhor.

. Resultado Líquido
Rendibilidade líquida das vendas = x100
. Volume de negócios

b) Rotação do activo: indica qual a eficiência e eficácia com que a empresa conseguiu gerir o
activo que lhe foi colocado à disposição.

Um valor igual ou superior a 1 significa que a empresa está a trabalhar perto do limite da sua
capacidade; um valor baixo significa a sub-utilização dos recursos.

Volume de negócios
Rotação do activo =
Activo

Rácios de risco: estes rácios medem o risco que a empresa corre se não concretizar os seus
objectivos económicos e financeiros. Destaca-se, assim, o grau de alavanca operacional (GAO),
o grau de alavanca financeira (GAF) e o grau combinado de alavanca (GCA).

- Grau de alavanca operacional: sensibilidade do resultado operacional à variação no volume


de actividade / vendas. Este rácio mede a variabilidade percentual do resultado operacional face
a variações percentuais unitárias do volume de negócios. Quanto maior for este rácio maior será
o risco da empresa, ainda, que a empresa tenha um grande volume de negócios. Se não há gastos

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 26 de 35


fixos o grau de alavanca operacional terá o limite de um, portanto, quanto maior o rácio, maior
é o peso dos gastos fixos e maior o risco operacional da empresa.

Margem Bruta
Grau de alavanca operacional = x100
Resultado Operacional

Margem Bruta = Vendas – Custos Variáveis

- Grau de alavanca financeira: mede a variação ocorrida no resultado corrente (RC) derivado
de variações percentuais unitárias no resultado operacional. Este rácio quanto menor for, menor
será o risco financeiro da empresa, demonstrando menor variação do resultados correntes.

Resultado Operacional
Grau de alavanca financeira = x100
Resultado Antes de Impostos

Obs.:

• Se o GAF = 1,0 a alavancagem financeira será considerada nula. Nesse caso, não há despesas
financeiras, ou seja, não há capital de terceiros (geralmente instituições financeiras) na estrutura
de capital. Se o grau de alavancagem financeira é igual a 1, o risco financeiro é baixo.

• Se o GAF > 1,0 a alavancagem financeira será considerada favorável: o retorno do Activo
Total (conjunto de bens e direitos da empresa, expressos em moeda) será razoavelmente maior
que a remuneração paga ao capital de terceiros.

• Se o GAF < 1,0 a alavancagem financeira será considerada desfavorável. Neste caso, há risco
financeiro. Se o RCP é menor do que o RIT, o capital de terceiros está a consumir parte do
património líquido. Mesmo se o Activo Total gerar um retorno, parte desse retorno está sendo
financiada por capital de terceiros - o qual é, neste caso, remunerado a uma taxa superior à taxa
de retorno sobre o Activo Total. Diz-se então que o capital de terceiros está exercendo
alavancagem negativa.

- Grau combinado de alavanca (GCA): é o efeito combinado do GAO e GAF. Mede a relação
entre as variações percentuais dos resultados líquidos e o nível de actividade, ou seja, mede a
variação percentual ocorrida nos resultados correntes de variações percentuais unitárias no
volume de negócios.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 27 de 35


Este rácio mostra se os resultados da empresa se situam ou não a um nível inadequado ao
cumprimento dos seus objectivos essenciais. Para o mesmo autor o risco global será maior
quanto mais elevados forem os seus gastos fixos, GAO e GAF.

GCA=GAO×GAF

Rácios de tesouraria: avaliam a eficiência com que a empresa está a gerir os activos, quer seja
os imobilizados, quer seja circulante.

- Prazo médio de recebimento: indica o número de dias que a empresa demora a receber dos
seus clientes, isto é, mede o espaço de tempo que separa a venda do seu recebimento.

Obs.: Um valor elevado deste rácio pode indicar a ineficiência das cobranças ou falta de poder
negocial da empresa perante os seus clientes.

Clientes
Prazo médio de recebimento = x 365
Volume de negócios

- Prazo médio de pagamento: indica o número de dias dado pelos fornecedores para o
pagamento dos produtos ou serviços adquiridos.

Obs-: o prazo médio de pagamento deve ser superior ao prazo médio de recebimento, pois só
assim a empresa estará a ser financiada por fornecedores e não a financiar clientes.

Fornecedores
Prazo médio de pagamento = x 365
Compras

- Rotação de stocks: mede o grau de eficiência com que a empresa efectua a sua gestão de
inventários em stock. Quanto maior o valor do rácio de rotação de clientes, maior é a eficiência
da gestão de stocks.

CMV
Rotação de Stocks =
Existências Médias

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 28 de 35


- Prazo médio de armazenagem: indica o tempo de duração das mercadorias nos estoques da
empresa. Abrange desde a data em que é feito o pedido ao fornecedor até ao momento em que
os produtos são vendidos. Indica quantas vezes a empresa renova o seu stock.

365 dias
Prazo médio de armazenagem =
Rotação de stocks

2.4.4 - Outros indicadores

a) Fundo de maneio: representa a fracção de capital necessária ao financiamento do ciclo


de exploração.

Obs.: Se o passivo circulante for superior ao activo circulante o fundo de maneio será negativo
e a empresa encontra-se desequilibrada financeiramente, tendo dificuldade em satisfazer os seus
compromissos na data do seu vencimento.

FM = Activo Circulante – Passivo Circulante


Ou
FM = Capitais Permanentes – Activo Fixo
b) Necessidades em Fundo de Maneio: compreende a diferença entre os recursos da
empresa que se encontram fora do caixa (existências + clientes) e os recursos de
terceiros no caixa da empresa (fornecedores + Estado).

NFM = (Existências + Clientes) - (Fornecedores + Estado)

Tesouraria Líquida = FM - NFM

Obs.:

 O ideal será que o fundo de maneio (FM) existente seja igual ao valor da necessidade
(NFM). Assim, existe a garantia de cobrimento das dívidas quando necessário e não se
cria um excedente necessário.
 Em caso de haver excedente de tesouraria a empresa deverá procurar efectuar aplicações
com esse valor.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 29 de 35


 Em caso de tesouraria deficitária (TL negativa), a empresa necessita arranjar fundos,
recorrendo por exemplo à banca, empréstimos de sócios, etc… Caberá à equipa
financeira decidir a forma com melhor relação custo-risco.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 30 de 35


EXERCÍCIO

Empresa: CONGEST2M, Lda.

Localização: sede em Angola, Província de Luanda, Município de Belas, Rua Direita do


Camama.

Actividade: comércio geral – fabrico e venda de materiais informáticos

Forma jurídica: é uma sociedade por quota, de capitais angolanos (6 milhões de Kwanzas),
constituída em 2016.

Sócios: Maria Garcia Mandele Pindali, Manuel Sadrack Lumengo e Biola Esperança Estanislau
Bengui, conforme a sua escritura datada de 01 de Novembro, com início a folha 36, do Livro
de Notas nº 942-D, do 1º Cartório Notarial da Comarca de Luanda.

Principais clientes: empresas Bananas do Uige, Lda, situada no Uige, na Rua das Palmeiras
Nº28, a Allinone, Lda, situada na Rua Agostinho Neto Nº66, Viana, Luanda, a Palanka Negra,
Lda, situada na Rua dos Palankas Negras Nº28, Maianga, Luanda, a Bravox, Lda, situada na
Rua do Benfica Nº44, Futugno de Belas, Luanda, a Kumbux, Lda, situada na Rua da Missão
Nº33, Ingombota, Luanda, a LSD2, Lda, situada na Estrada de Catete, km23, Viana, a AVent-
Turismo, Lda, situada na Estrada de Catete, km54, Viana, a empresa Ximpas, Lda e a empresa
Nuinvento, Lda situada na Rua dos Morangueiros Nº455, Luena, Moxico.

A empresa apresentou aos 31 de Dezembro de 2021 os seguintes documentos contabilísticos:

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 31 de 35


BALANÇO

Código Designação Exercícios Económicos


2021 2020
ACTIVO
Meios Fixos e Investimentos
11 Imobilizações corpóreas …………………………………..…. 14 070 000,00 20 500 000,00
12 Imobilizações incorpóreas……………………………………… 160 130 000,00 64 900 000,00
13 Investimentos financeiros……………………………………. 36 000 000,00 21 700 000,00
210 200 000,00 107 100 000,00
22 Existências
Matérias-primas, subsidiárias e de consumo……… 5 100 000,00 6 050 000,00
23
Produtos e trabalhos em curso…………………………….. 2 600 000,00 1 920 000,00
24 10 100 000,00 13 990 000,00
Produtos acabados e intermédios………………………..
17 800 000,00 21 960 000,00
Terceiros
31 Clientes……………………………………………………...……….. 18 800 000,00 24 600 000,00
37 Outros valores a receber………..……………………..….…. 900 000,00 1 100 000,00
19 700 000,00 25 700 000,00
Meios Monetários
850 000,00 4 010 000,00
Depósito à ordem…………………………….…………………….
43 50 000,00 230 000,00
Caixa………………………………………………………………………
45 900 000,00 4 240 000,00
Total do Activo ……… 248 600 000,00 159 000 000,00

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO


Capital e Reservas
51 Capital……………………………………………………………….…. 80 000 000,00 80 000 000,00
55 Reservas legais……………………………………………………… 9 000 000,00 7 600 000,00
57 Reservas com fins especiais………………………………. 4 591 400,00 5 700 500,00
58 Reservas livres……………………………………………………… 3 400 000,00 1 800 000,00
88 Resultado líquido do exercício……………...………….…. 21 208 600,00 5 099 500,00
118 200 000,00 100 200 000,00
Passivo
Dívidas a terceiros - médio e longo prazos
33 50 000 000,00
Empréstimos obtidos…………………………………………….
35 000 000,00
Dívidas a terceiros - curto prazo
32 Fornecedores………………………………………………………… 44 300 000,00 16 700 000,00
33 Empréstimos obtidos……………………………………………. 25 000 000,00 5 000 000,00
34 Estado…………………………………………………………………… . 6 500 000,00 1 800 000,00
37 Outros valores a pagar…………….…………….…………….. 4 600 000,00 300 000,00
130 400 000,00 58 800 000,00
Total do Capital Próprio e Passivo….. 248 600 000,00 159 000 000,00

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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Exercícios
Código Designação
2021 2020
61 Vendas ……………………………………………………………………………………………..… 160 000 000,00 105 000 000,00
62 Prestações de serviços ……………………………………………………………………… … 3 890 000,00 500 000,00
65 Trabalhos para a própria empresa……………………………………………...…… 6 110 000,00
63 Outros proveitos operacionais …………………………………………………………… … 5 800 000,00 1 700 000,00
175 800 000,00 107 200 000,00
71 Custo das mercadorias vendidas e das matér.prim e subsid. Consum...
88 000 000,00 60 000 000,00
72 Custos com o pessoal………………………………………………………………………… … 25 000 000,00 19 600 000,00
73 Amortizações do exercício ………………………………………………………………… 13 000 000,0 6 200 000,00
78.1 Provisões do exercício…………………………………………………………………….. 900 000,00 600 000,00
75.3 Impostos……………………………………………………………………………………… 15 000 000,00 9 800 000,00
75 Outros custos e perdas operacionais…..…………………………………………… 500 000,00 200 000,00
142 400 000,00 96 400 000,00
33 400 000,00 10 800 000,00
66 Proveitos e ganhos financeiros gerais………………………………………………..
76.1 Custos e perdas financeiros gerais - Juros………………………………………….
1 698 000,00 935 000,00
4 700 000,00 4 500 000,00
69 Proveitos e ganhos extraordinários………………………………………………….. - 3 002 000,00 - 3 565 000,00
79 Custos e perdas extraordinárias…………...………………………………………….. 500 000,00 400 000,00
600 000,00 350 000,00
Resultado Antes de Imposto………………………………………………………….. - 100 000,00 50 000,00
87 Imposto sobre os lucros…………….……………………………………………………… 30 298 000,00 7 285 000,00
9 089 400,00 2 185 500,00
88 Resultado líquido do exercício …….……………………………….. 21 208 600,00 5 099 500,00

Informações adicionais:

 Existência inicial = 19 490 000,00


 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo = 6.000.000,00
 Produtos acabados e intermédios = 13.490.000,00

a) Elabore o relatório de análise económica e financeira da empresa.

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 33 de 35


ÍNDICE DO TRABALHO EM GRUPO

1. - Abordagem macroeconómica
2. - Apresentação da empresa
3. - Enquadramento sectorial
4. - Acontecimentos relevantes
 Montante de Investimento (valor total do activo),
 Fontes de Financiamento (Valor capitais próprios e capitais alheios)
 Volume de Negócios e Resultado Líquido
5– Análise económico-financeira
5.1 – Primeiros indicadores
5.2 - Análise gráfica ou comparativa
5.3– Análise dos rácios
 Rácios financeiros
 Rácios económicos
 Rácios de tesouraria
5.4- Outros indicadores
6– Proposta de aplicação de resultados
7– Considerações finais
8– Recomendações para a empresa
9- Anexos
BALANÇO
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
NOTAS ÀS CONTAS
 Nota Introdutória
 Políticas contabilísticas adoptadas na preparação das Demonstrações financeiras
 Bases de apresentação das demonstrações financeiras e derrogações
 Bases de valorimetria adoptadas na preparação das Demonstrações financeiras
 Critérios de reconhecimento e bases de valorimetria específicas

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 34 de 35


 Notas ao Balanço
 Notas à Demonstração de Resultados

Docente: Juliana Morais Aragão AEF – 22/23 35 de 35

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