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ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS DE

INVESTIMENTO
João Pedro Barroca
Economista | Docente no Ensino Superior
Membro da Ordem dos Economistas, C.P nº 15107 | Portugal

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ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRO DE UM PROJETO

CONCEITO DE PROJETO DE INVESTIMENTO


A realização de um investimento representa a afetação de recursos que
em qualquer organização, representando igualmente o desvio desses
recursos de aplicações alternativas, pelo que a decisão de investir em
qualquer projeto deve ser precedida de uma cuidada avaliação e de um
planeamento detalhado.

A decisão de realizar um determinado investimento, deverá ser


suportada essencialmente pela sua capacidade de criar valor económico
e financeiro para a Empresa e aos investidores.

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AVALIAÇÃO E DECISÃO DE INVESTIMENTO


Devem realizar-se os estudos técnicos que se revelem adequados e
necessários para avaliar a exequibilidade e viabilidade do projeto.
 Estudos de natureza legal; operacional e organizacional;
 Estudo de mercado;
 Estudo de natureza económica e financeira;
 Estudo de natureza estratégica (plano de negócios);

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OS FLUXOS FINANCEIROS E A LÓGICA DA ABORDAGEM INCREMENTAL


A metodologia mais correta para analisar a viabilidade de um projeto de
investimento, consiste na definição dos fluxos financeiros que estão
associados aos pagamentos e recebimentos ocasionados pelo
investimento e refletem a rendibilidade deste.
 Investimento de raíz;
 Investimento numa empresa existente (abordagem incremental);

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OS FLUXOS FINANCEIROS E A LÓGICA DA ABORDAGEM INCREMENTAL

Considera-se o cash-flow como sendo o fluxo financeiro privilegiado


para efeitos de análise de investimentos, tendo em consideração que
este representa a diferença entre os recebimentos e os pagamentos
associados à exploração de uma determinada atividade Empresarial.

Neste seguimento, se um determinado investimento for o primeiro que


a Empresa irá realizar, o mesmo denomina-se como investimento de
raíz e os fluxos financeiros previsionais projetados para a Empresa,
serão os fluxos a ter em consideração na análise do projeto de
investimento.

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OS FLUXOS FINANCEIROS E A LÓGICA DA ABORDAGEM INCREMENTAL

Por outro lado, quando tal não acontece, isto é, quando o investimento
está planeado para ser implementado numa Empresa já existente,
torna-se fundamental a utilização da lógica incremental associado ao
projeto a realizar.

Esta metodologia permite estimar os fluxos a usar na análise de um


determinado projeto de investimento, destinguindo-os dos fluxos
financeiros gerados pela Empresa sem a realização deste.

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OS FLUXOS FINANCEIROS E A LÓGICA DA ABORDAGEM INCREMENTAL

Deste modo, verifica-se que os fluxos financeiros a imputar ao projeto


de investimento correspondem à diferença entre os fluxos projetados
para a Empresa com o investimento e os fluxos projetados numa
situação de não implementação do investimento, ou seja, sem
realização de qualquer tipo de projeto.

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OS FLUXOS FINANCEIROS E A LÓGICA DA ABORDAGEM INCREMENTAL

A rendibilidade previsional de um investimento reflete a capacidade


deste para assegurar, não só a completa recuperação dos capitais
investidos, mas também a criação de um rendimento financeiro
adicional, capaz de remunerar os investidores e o risco incorrido.

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O PLANO DE INVESTIMENTO

 Componente física ou tangível/intangível (capital fixo/CAPEX)

 Componente financeira (capital circulante/fundo de maneio)

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VALOR RESIDUAL DO INVESTIMENTO

Este conceito está relacionado com o momento do término do


investimento projetado, não implicar necessariamente o
desaparecimento dos capitais investidos (em capital fixo e fundo de
maneio necessário), havendo componentes do mesmo que serão
passíveis de serem recuperadas.

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A DURAÇÃO DO INVESTIMENTO

A duração da vida do investimento respeita o número de períodos em


que se considera que poderá ser económicamente viável, isto é, o
número de períodos em que se irão estima e atualizar os fluxos
financeiros a incorporar no projeto de investimento.

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A DURAÇÃO DO INVESTIMENTO

Neste seguimento, conclui-se que para efeitos da definição da vida útil


de um investimento, o tipo de duração globalmente aceite consiste na
económica, pois, permite tomar uma decisão sobre a viabilidade do
investimento compatível com uma eficiente afetação dos recursos.

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A DURAÇÃO DO INVESTIMENTO

No entanto, se a duração económica for mais longa que a duração da


aceitação do produto no mercado, deverá ser utilizada esta última
tipologia.

Em suma, o critério para a definição da vida de um investimento


consiste na duração económica dos seus equipamentos ou, caso seja
menor, a duração da vida do produto no mercado.

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FLUXOS FINANCEIROS DO INVESTIMENTO

 Cash-flow de Investimento

 Cash-flow de Exploração

 Cash-flow Líquido ou Free Cash-flow

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A RENDIBILIDADE A EXIGIR PELO INVESTIDOR


 A rendibilidade a exigir pelo investidor, normalmente designada por
taxa de atualização é um fator muito importante na verificação da
capacidade de criação de valor do projeto e, por isso, deve ter em
consideração o risco associado ao investimento.

Exprime o custo de oportunidade do capital, ou seja, o rendimento que


o investidor pretende, tendo em conta o risco do investimento.

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A RENDIBILIDADE A EXIGIR PELO INVESTIDOR

 Taxa de Remuneração Sem Risco: Indexada às Obrigações do Tesouro


 Prémio Anual de Risco: relacionado com o risco e a incerteza
associados ao investimento e representa a parte adicional
relativamente um investimento seguro
 Taxa Anual de Inflação: existe para repor ou manter o poder de
compra do investidor no final do investimento (CF a preços correntes)

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CUSTO DE CAPITAL DO INVESTIMENTO


A maioria dos projetos de investimento são financiados recorrendo a
uma combinação (mix) de financiamento proveniente de fontes
diversas, com custos diferentes.

Custo Médio Ponderado do Capital (WACC)


▪ O custo de cada fonte de financiamento utilizada
▪ A ponderação que corresponde ao seu peso no total financiado

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Custo do Capital Próprio / Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)

O custo do capital próprio i será igual à taxa de rendibilidade de


investimentos sem risco (Rf) adicionada de um prémio de risco.

k = Rf + prémio de risco

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Custo do Capital Próprio / Modelo CAPM (Capital Asset Pricing Model)

Prémio de Risco = (Rm – Rf) Bi

O valor entre parêntesis é o prémio de risco do mercado de capitais e o


Bi (Beta) reflete a variabilidade da rendibilidade das ações de uma
empresa comparável do mesmo setor face à rendibilidade da carteira de
mercado (Rm).

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FONTES DE FINANCIAMENTO EXTERNO E INTERNO

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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PREVISIONAIS

 Demonstração de Resultados (DR)

 Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC)

 Balanço (B)

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS

Valor Atualizado Líquido (VAL)


 Demonstra a riqueza criada pelo projeto
 Considera o valor temporal do dinheiro
 Custo de oportunidade do capital
O VAL corresponde à soma de todos os cash-flow líquidos totais do
projeto atualizados para o momento de início do investimento.

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS

Taxa Interna de Rentabilidade (TIR)


 Consiste na taxa de atualização que torna o Valor Atualizado Líquido
igual a zero, isto é, a remuneração máxima que o projeto pode
conceder aos investidores, sem por em causa a cobertura do
investimento inicial.
A TIR deve ser superior ao custo de capital exigido pela Empresa (k).

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS

Período de Recuperação do Capital Investido (PRI) ou Payback-period


 Este modelo mostra o número de períodos necessários, para que
através dos cash-flows de exploração (CFE) gerados, uma Empresa
consiga recuperar o capital investido.

Deve ser inferior à vida útil atribuída ao projeto de investimento.

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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E SELEÇÃO DE PROJETOS

Índice de Rentabilidade de um Projeto (IRP)


 Este indicador consiste num indicador de rendibilidade efetiva por
unidade de capital investido.

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ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
Esta análise visa aferir em que medida a rendibilidade de um
investimento, se altera em consequência da modificação de um ou mais
pressupostos considerados inicialmente no projeto.
 Análise univariada
 Análise multivariada
O principal objetivo é determinar o impacto sobre a rendibilidade do
investimento, medida pela TIR e o VAL.

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ANÁLISE ESTRATÉGICA DE UM PROJETO DE INVESTIMENTO

A componente de análise estratégica de um projeto de investimento


deve ser desenvolvida com base num Plano de Negócios.
 Sumário Executivo
 Visão Geral da Empresa
 Descrição do Projeto de Investimento
 Cultura Organizacional
 Objetivos Estratégicos
 Estratégia e Posicionamento do Negócio
 Análise PEST

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 Análise Setorial
 Análise das Cinco Forças de Michael Porter
 Análise SWOT
 Análise do Mercado
 Análise da Concorrência
 Plano de Marketing
 Cronograma de Implementação do Projeto de Investimento
 Avaliação e Controlo das Variáveis Críticas de Sucesso

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APRESENTAÇÃO DA EMPRESA OU PROJETO

 Tratando-se de uma Empresa em atividade


 Tratando-se de um projeto de raíz para a criação de nova Empresa

CULTURA ORGANIZACIONAL

 Visão; Missão e Valores

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OBJETIVOS ESTRATÉGICOS (SMART)

 (S)pecific – Específicos
 (M)easurable – Mensuráveis, exprimindo resultados quantitativos e
observáveis
 (A)greed upon – Aceites por todos os envolvidos
 (R)ealistic – Realistas, devendo apontar para resultados exequíveis
 (T)ime bound – Temporizados, sendo definido o calendário de
observação

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POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO
 Liderança pelos custos
 Diferenciação
 Focalização
Objetivo: Criação de uma posição única para se diferenciar dos
concorrentes.
A segmentação do mercado consiste no processo de análise e
identificação de grupos de clientes com necessidades e preferências
homogéneas. (variáveis de natureza demográfica, geográfica,
socioculturais e comportamentais).

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DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
ANÁLISE P.E.S.T
O acrónimo P.E.S.T corresponde à natureza dos fatores que são objeto
de análise, conforme se encontra referido em baixo.
 Políticos (fatores políticos, legais, ambientais e éticos)
 Económicos (fatores macro económicos)
 Sociológicos (fatores socioculturais, incluindo os demográficos)
 Tecnológicos (fatores tecnológicos)

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DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
ANÁLISE SWOT e PLANO DE AÇÃO

 Strengths (Pontos Fortes)


 Weaknesses (Pontos Fracos)
 Opportunities (Oportunidades)
 Threats (Ameaças)

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DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
ANÁLISE DA POSIÇÃO COMPETITIVA DA EMPRESA
MODELOS DAS CINCO FORÇAS DE MICHAEL PORTER
 Poder Negocial dos Fornecedores
 Poder Negocial dos Clientes
 Ameaça de Entrada de Novos Concorrentes
 Existência de Produtos Substitutos
 Rivalidade Competitiva

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ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA
O objetivo primário da análise da concorrência consiste em
compreender os concorrentes e o seu comportamento interativo no
mercado.
 Identificar vantagens e desvantagens competitivas;
 Prever a evolução da atuação dos concorrentes;

Identificar os concorrentes diretos e indiretos.

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ANÁLISE DO MARKETING-MIX
Consiste na combinação das variáveis de marketing, que a Empresa
recorre com o propósito de alcançar os objetivos predefinidos dentro do
seu próprio segmento ou nicho de mercado.
 Produto
 Preço
 Ponto de Venda ou Distribuição
 Promoção

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João Pedro Barroca
Economista | Docente no Ensino Superior
Membro da Ordem dos Economistas, C.P nº 15107 | Portugal

E-mail: joao_p_barroca@hotmail.com
Website: www.joaobarroca.com.pt
Telemóvel: +351 966 916 563

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