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UNIDADE-1

SISTEMAS ECONÔMICOS

Os Sistemas mais estudados são o capitalista (propriedade privada dos meios de produção e do
resultado da produção, livre-iniciativa e concorrência dos agentes econômicos) e o socialista,
mas numa rápida verificação histórica podemos constatar que por outros modos e por outras
características os sistemas econômicos foram classificados ou nominados de acordo diversos
pressupostos, para tanto, basta lembrar-se do sistema mercantilista, por exemplo.

1. SISTEMA CAPITALISTA

O capitalismo: também conhecido como economia de livre mercado ou economia de livre


empreendedorismo, é um sistema econômico onde os meios de produção, distribuição,
decisões sobre oferta, demanda, preço e investimentos são em grande parte ou totalmente de
propriedade privada, com fins lucrativos: Os lucros são distribuídos para os proprietários que
investem em empresas

O modelo capitalista pressupõe a liberdade ou o liberalismo econômico e a propriedade dos bens


de produção. O regime jurídico, portanto, deverá assegurar esses dois pressupostos com que
trabalha o sistema capitalista de economia, sendo certo que esse núcleo normativo comporá (ao
lado de outros elementos) o Direito Econômico.

O referido sistema possui como características basilares a garantia ao direito de propriedade


(propriedade privada) e a liberdade de iniciativa e de competição. De forma geral, o capitalismo
é o sistema cujo mote é a “liberdade” dos agentes na tomada de decisões econômicas.

1.1 CARACTERISTICAS DO CAPITALISMO

 Propriedade Privada dos meios de produção – Os meios de produção (bancos,


supermercados, lojas,) pertencem predominantemente a uma pessoa ou a um grupo de
pessoas.
 Economia de Mercado – São as empresas que decidem como e quanto produzir e
estabelecem o preço e as condições de circulação das mercadorias.
 Lei da Oferta e da Procura – Os preços das mercadorias variam de acordo com a
procura por parte do consumidor e a quantidade do produto em oferta, isto é, colocada à
venda.
 Trabalho Assalariado – O trabalhador recebe um salário por seu trabalho, havendo
concentração de renda, principalmente nos países mais pobres.
 Neoliberalismo – Doutrina econômica que, especialmente nas duas últimas décadas,
retomou vários preceitos do liberalismo clássico. Um dos pontos principais do
neoliberalismo é a ideia do Estado mínimo, isto é, o governo deveria ter sua atuação
restrita ao campo social (destinando o mínimo de recursos à saúde, educação e
previdência, por exemplo), além de não interferir no processo econômico, que seria
regulado exclusivamente pelas leis de mercado.

O regulador natural da medida dessa liberdade é o mercado, daí a denominação sinônima:


sistema de livre mercado. O agente econômico suportará, nesse sistema, os reflexos lucrativos
ou não da atividade que desenvolver, garantindo o Estado o direito de propriedade sobre os bens
de produção e o resultado da produção.

No sistema capitalista, a escolha compete ao agente econômico, o qual determinará o que


produzir, como produzir e para quem produzir. Mesmo assim, essa escolha não será
totalmente livre, pois o mercado influenciará na hora da decisão econômica.

Da mesma forma, não existe liberdade plena nesses regimes, já que a intervenção do Estado na
economia ocorre das mais variadas formas.

1.2 FASES DO CAPITALISMO

1.2.1 O Capitalismo Comercial

Essa etapa do capitalismo estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. Foi marcada
pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal e Espanha).

O grande acúmulo de capitais se dava na esfera da circulação, ou seja, por meio do comércio, daí
o termo capitalismo comercial para designar o período. A economia funcionava segundo a
doutrina mercantilista, que, em sentido amplo, pregava a intervenção governamental na
economia, a fim de promover a prosperidade nacional e aumentar o poder do Estado.

Nesse sentido, defendia a necessidade de riquezas no interior dos Estados, e a riqueza e o poder
de um país eram medidos pela quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que possuíam. Esse
princípio ficou conhecido como metalismo.

Outro meio de acumular riquezas era manter uma balança comercial sempre favorável, daí o
esforço para exportar mais do que importar, garantindo saldos comerciais positivos.

O mercantilismo foi fundamental para o desenvolvimento do capitalismo, pois permitiu, como


resultado de um comércio altamente lucrativo, das explorações das colônias e da pirataria,
grande acúmulo de capitais nas mãos da burguesia europeia. Karl Marx designou essa fase como
a da acumulação primitiva do capital.

1.2.2 O Capitalismo Industrial

O capitalismo industrial foi marcado por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e
culturais. As maiores mudanças resultam do que se convencionou chamar Revolução Industrial
(estamos nos referindo aqui à Primeira Revolução Industrial, ocorrida no Reino Unido na
segunda metade do século XVIII).

Um de seus aspectos mais importantes foi a enorme potencialização da capacidade de


transformação da natureza, por meio da utilização cada vez mais disseminada de máquinas
movidas a vapor, tornando acessível aos consumidores uma quantidade cada vez maior de
produtos, o que multiplicava os lucros dos produtores.

O comércio não era mais a essência do sistema. O lucro – objetivo dessa nova fase do
capitalismo – advinha fundamentalmente da produção de mercadorias.

Se no mercantilismo (fase comercial), o Estado absolutista era favorável aos interesses da


burguesia comercial, no tocante a atuação da nova burguesia industrial, ou capitalista, era um
empecilho. Ele não deveria intervir na economia, que funcionaria segundo a lógica do mercado,
guiada pela livre concorrência. Consolidava-se, assim, uma nova doutrina econômica: o
liberalismo.

Dentro das fábricas, mudanças importantes estavam acontecendo: a produtividade e a capacidade


de produção aumentavam velozmente; aprofundava-se a divisão de trabalho e crescia a produção
em série. Nessa época, segunda metade do século XIX, estava ocorrendo o que se convencionou
chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das características mais importantes desse
período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo.

Com o brutal aumento da produção, pois a industrialização expandia-se para outros países,
acirrou-se cada vez mais a concorrência. Era cada vez maior a necessidade de garantirem novos
mercados consumidores, novas fontes de matérias-primas e novas áreas para investimentos
lucrativos. Foi dentro desse quadro que ocorreu a expansão imperialista na Ásia e na África.

A partilha imperialista das potências industriais consolidou a divisão internacional do trabalho,


pela qual as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas baratas para os países que
então se industrializavam. Tal divisão, delineada no capitalismo comercial, consolidou-se na fase
do capitalismo industrial. Assim, estruturou-se nas colônias uma economia complementar e
subordinada à das potências imperialistas.

1.2.3 O Capitalismo Financeiro

Uma das consequências mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista foi o
brutal processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgiram e
cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais, etc. A
acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que
resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização ou oligopolização de muitos
setores da economia.

O liberalismo restringe-se cada vez mais ao plano da ideologia, pois o mercado passa a ser
oligopolizado, dominado por grandes corporações, substituindo a livre concorrência e o livre
mercado. O Estado, por sua vez, passa a intervir na economia, seja como agente produtor ou
empresário. Essa atuação do Estado na economia intensificou-se após a crise de 1929, que viria a
sepultar definitivamente o liberalismo clássico.

A crise de 1929 deveu-se ao excesso de produção industrial e agrícola, pois os baixos salários
pagos na época impediam a expansão do mercado de consumo interno; à recuperação da
indústria europeia, que passou a importar menos dos Estados Unidos; e à exagerada especulação
com ações na bolsa de valores.

Colocando em prática em 1933, pelo então presidente Franklin Roosevelt, o New Deal (“novo
acordo”) foi um clássico exemplo de intervenção do Estado na economia. Baseado em um
audacioso plano de obras públicas, com o objetivo principal de acabar com o desemprego, o New
Deal foi fundamental para a recuperação da economia norte-americana.

Essa política de intervenção estatal numa economia oligopolizada, que acaba favorecendo o
grande capital, ficou conhecida como Keynesianismo, por ter sido o economista inglês John
Maynard Keynes seu principal teórico e defensor.

1.3 ORGANIZAÇÃO DAS EMPRESAS NO SISTEMA CAPITALISTA

 Monopólio – Situação em que há uma única empresa fornecedora de determinado


produto, que controla sua oferta e seu preço.
 Oligopólio – Grupo constituído por um pequeno número de empresas que controlam os
preços de um produto.
 Cartel – Associação ou combinação entre empresas, geralmente de um mesmo segmento,
para garantir o controle da produção e dos preços.
 Truste – fusões e incorporações entre empresas que realizam uma mesma atividade com
o intuito de garantir o domínio do mercado.
 Holding – Uma empresa que detém o controle de diversas outras empresas, que atuam
em diferentes ramos de atividades. As holdings são grandes corporações que podem
produzir desde canetas a aparelhos eletrônicos, carros e aviões.
1.4 Definição de Capitalismo de bem-estar social

Na definição fornecida pelo Dicionário de economia do século XXI (SANDRONI, 2007), o


Estado de Bem-Estar Social (EBS), ou Welfare State (WS), é um sistema econômico de livre-
empresa, porém com acentuada participação estatal na promoção de benefícios sociais, os quais
têm como objetivo proporcionar padrões de vida mínimos aos cidadãos, desenvolver bens e
serviços sociais, controlar o ciclo econômico e ajustar o total da produção, considerando custos e
rendas sociais.

Ao Estado, caberia a implementação de uma política fiscal progressiva, a fim de financiar a


execução de programas de moradia, saúde, educação, previdência social, seguro-desemprego e,
principalmente, o estabelecimento do pleno emprego, atribuindo a essas garantias o status de
direito político, não de caridade (WILENSKY, 1975).

Capitalismo do bem-estar social refere-se à prática de negócios fornecendo serviços


característicos do Estado do bem-estar social (O Estado de bem-estar social, ou Estado-
providência, ou Estado social, é um tipo de organização política, económica e sócio-cultural
que coloca o Estado como agente da promoção social e organizador da economia.) aos
empregados. Foi centrado em indústrias de alto pagamento salarial (e não nas indústrias
caracterizadas por baixos salários, alta rotatividade de empregados, trabalho infantil, ou
condições de trabalho perigosas). Muitas empresas começaram oferecendo maior remuneração e
compensações não-monetárias, como assistência médica, habitação, e pensões, bem como
agências de emprego, treinamento interno, times esportivos e clubes sociais.

1.5 Capitalismo de livre mercado

O mercado livre, ou livre mercado, no âmbito da economia de mercado, é um princípio


capitalista pelo qual qualquer agente económico é livre para praticar formas de troca
mercadológica seguindo os princípios da livre concorrência, oferta e procura num mercado. Um
comerciante pode oferecer melhores preços que outro visando atrair o consumidor e adquirir uma
clientela. O mercado livre dentro do espírito das luzes defende a liberdade de mercado contra a
oligarquia e em favor do pobre.
Esse princípio, em teoria, favoreceria o cliente, que pode escolher a melhor oferta, e tem a seu
dispor comerciantes interessados em seu poder de compra. É o oposto do monopólio comercial,
muito comumente praticado durante a fase do mercantilismo, no começo do século XV.

Em um livre mercado, as leis e forças da oferta e da demanda estão livres de qualquer


intervenção de um governo ou outra autoridade e de todas as formas de privilégio econômico,
monopólios e escassez artificial.

Os proponentes do conceito de mercado livre o contrastam com um mercado regulado no qual


um governo intervém na oferta e demanda por meio de vários métodos, como tarifas usadas para
restringir o comércio e proteger a economia local. Em uma economia de mercado livre
idealizada, também chamada de economia de mercado liberal, os preços dos bens e serviços são
fixados livremente pelas forças da oferta e da demanda e podem atingir seu ponto de equilíbrio
sem intervenção da política governamental.

2. SISTEMAS SOCIALISMO

socialismo: é uma doutrina política e econômica que surgiu no final do século XVIII e se
caracteriza pela ideia de transformação da sociedade através da distribuição equilibrada de
riquezas e propriedades, diminuindo a distância entre ricos e pobres.

2.1 Características do socialista

 Estatização – As terras e os meios de produção devem pertencer ao Estado, que também


passa a controlar e a definir o salário dos trabalhadores.
 Economia Planificada – As atividades econômicas devem seguir uma planificação
idealizada e executada pelo Estado, que decide o que e como produzir.
 Pleno emprego – Para executar suas várias funções e diminuir as desigualdades sociais, o
Estado cria um imenso quadro de funcionários, garantindo emprego a todos.
 Relação Social – O objetivo é eliminar as diferenças sociais, gerando uma melhor
distribuição da renda.

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