Você está na página 1de 8

O que é capitalismo

 CAPITALISMO é um modo de produção no qual o objetivo fundamental é a constante busca


pelo LUCRO.

Capitalismo como modo de produção


 MODO DE PRODUÇÃO = FORÇAS PRODUTIVAS (conhecimentos + força de trabalho humano
+ meios de produção) + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO (relações sociais que os indivíduos
estabelecem entre si no processo de produção de bens e serviços)

 A relação entre as forças produtivas e as relações de produção é dinâmica, assim o


Capitalismo foi aos poucos se formando e definindo suas características fundamentais.

As 4 fases do capitalismo e da globalização


1ª FASE – Capitalismo Comercial Era do Mercantilismo e das Grandes Navegações (século XV)
até a Revolução Industrial (século XVIII)

2ª FASE – Capitalismo Industrial1ª Revolução Industrial (século XVIII) até a 2ª Guerra Mundial
(1945)

3ª FASE – Capitalismo Financeiro Década de 1950 até o final da Guerra Fria (1989/1991) 3ª
Revolução Industrial = Revolução Técnico Científico Informacional

4ª FASE – Capitalismo Informacional Manuel Castells - obra “A Sociedade em Rede”


(1996)Atualidade - 4ª Revolução Industrial ou Revolução 4.0

Fundamentos do capitalismo
Alguns fundamentos desse modo de produção permanecem os mesmos desde seu início até
nossos dias atuais. São eles:

1. PROPRIEDADE PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO

2. DIVISÃO DA SOCIEDADE EM 2 CLASSES PREDOMINANTES: BURGUESIA E PROLETARIADO

3. ECONOMIA DE MERCADO

4. BUSCA PELO LUCRO

Propriedade privada
 MEIOS DE PRODUÇÃO = todos os instrumentos usados para produzir algo (pá do pedreiro,
terra do agricultor, prédio e máquinas de uma fábrica, etc.)

 São usados desde a pré-história para a realização do TRABALHO.

 Em cada modo de produção, a sociedade estabelece uma relação com esses instrumentos.

 No passado, em muitas sociedades, os meios de produção eram COLETIVOS. Não fazia


sentido a ideia de propriedade, principalmente sobre a terra ou sobre as matérias-primas
encontradas!
 Já no Capitalismo, os meios de produção pertencem a agentes privados, que podem ser
indivíduos ou conjunto de indivíduos.

Divisão em classes
 Os proprietários dos meios de produção são denominados CAPITALISTAS ou BURGUESES.

 Já os que não possuem tais instrumentos são denominados de PROLETÁRIOS.

 Como não possuem meios de produção, os proletários não podem produzir riqueza de
forma autônoma. Assim, eles vendem a única mercadoria que tem, sua FORÇA DE TRABALHO.

 O PROLETÁRIO não vende seu trabalho e sim sua capacidade trabalhar – ele fica alienado* a
suas obrigações.

 O dinheiro recebido é denominado SALÁRIO.

Economia de mercado
 A Economia de Mercado é a aplicação dos ideais liberais na economia, com a mínima
intervenção do Estado e a centralidade no mercado e na propriedade privada.

 Na economia de mercado, fica definido que a maior parte da produção tem como objetivo
ser vendida. Quem vende, espera conseguir, com a venda do que produziu, comprar outros
produtos não produzidos por ele próprio.

 Ou seja, as coisas são produzidas para serem trocadas no mercado – MERCADORIAS.

 A MERCADORIA tem um VALOR DE USO e um VALOR DE TROCA.

VALOR DE USO = Utilidade socialmente reconhecida da mercadoria.

 Como ela vai ser vendida, tem que parecer útil a todos e não apenas ao seu produtor.

 Por isso, no capitalismo, se desenvolveram estratégias para mostrar essa utilidade egerar
desejo no consumidor = PUBLICIDADE.

VALOR DE TROCA = É a proporção na qual as mercadorias se trocam (x debananas = y de


papel).

 Nenhuma mercadoria poderia ser vendida sem que possuísse valor de troca, afinal nãose
saberia o que vale mais. Ex: Clips X Notebook?

 Fatores que influenciam no valor de troca: Matéria-prima, uso dos meios de produção,mão
de obra, tecnologia, tempo

Busco pelo lucro


 A mais-valia produzida ainda não é o LUCRO, uma vez que é preciso pagar pelo aluguel,
pelos juros bancários e pelos impostos. O que sobra é o LUCRO!

 Lucro = trabalho que não foi pago ao trabalhador = Origem de conflito deinteresses entre
proletários e donos dos meios de produção.

 Quanto menor o salário, maior o lucro e vice-versa.


 LUTA DE CLASSES = Busca do trabalhador por condições mais justas de trabalho.

 No entanto.... A economia de mercado torna a acumulação de capital uma necessidade de


toda empresa capitalista.

 Empresas mais fortes vencem a concorrência por terem capacidade de investimento em


propaganda, desenvolvimento tecnológico e melhorias na administração e na produção.

 O dinheiro para tais investimentos sai da mais-valia!

CONTRADIÇÕES E CRISE DO CAPITALISMO


 O grande objetivo do Capitalismo é a acumulação de capital, porém, tal acumulação
depende de um processo que depende de duas fases:

 1. Produção de mercadorias.

 2.Venda dessas mercadorias no mercado.

 Porém... Nem sempre essas duas fases são cumpridas facilmente.

 Exemplo: Uma fábrica de sapatos pode investir seu capital na produção e não vender todos
os sapatos que produziu. Se esses prejuízos são constantes, a fábrica pode ser fechada.

 Se isso ocorre em muitas fábricas , havendo grande dificuldade para manter a acumulação
de capital, temos o que se denomina de CRISE DA ECONOMIA CAPITALISTA

 Condições naturais (graves alterações climáticas, variação no nível de produção de matérias-


primas, isolamento espacial de um lugar, etc.)

 Essas causas tendem a ser progressivamente eliminadas pelo própriodesenvolvimento do


Capitalismo, que cria novas tecnologias e aprimora as já existentes.

POSSÍVEIS CAUSAS INTERNAS:

 Provocadas pelo próprio funcionamento do Capitalismo – contradições.

 Contradição mais evidente – Luta de Classes – maiores salários = menores lucros e vice-
versa = CONFLITO.

 Contradição menos evidente 1 – quanto menor o salário, maior é o lucro, porém menor é o
poder de compra do trabalhador. Cada capitalista, portanto, procura pagar o mínimo aos seus
trabalhadores, esperando que os outros capitalistas paguem o máximo!

 Quando os salários diminuem e os lucros aumentam, há uma tendência na queda do


consumo. As empresas acabam produzindo mais do que conseguem vender, gerando uma
CRISE DE SUPERPRODUÇÃO.

 Contradição menos evidente 2 – a concorrência exige constante melhoria e renovação dos


maquinários, demandando gastos cada vez maiores. Isso pode levar a uma CRISE DE
RENTABILIDADE.
Os modelos econômicos no capitalismo
Apesar de seus fundamentos continuarem os mesmos, para o modo de produção Capitalista
continuar existindo, foram necessárias várias mudanças.

 Era preciso tentar controlar suas contradições e garantir um acúmulo de capital mais
contínuo e seguro.

 As mudanças sempre partiram de 2 agentes: o Estado e as empresas.

 Interesses dos agentes: Estado = queria garantir o bom funcionamento da economia.


Empresas = queriam vencer a concorrência e garantir seu lucro.

 Essas mudanças ou práticas, quando satisfatórias por um período de tempo e aplicadas em


grande parte da economia mundial, recebem o nome de MODELO ECONÔMICO.

 O sistema ou modo de produção continua o mesmo = CAPITALISMO.

 Foram 4 os modelos econômicos ao longo da história do capitalismo:

1. Mercantilismo – transicional - entre os séculos XV e XVIII;

2. Liberalismo clássico – predominante no século XIX;

3. Fordismo-keynesiano – entre as décadas de 1930 e 1970;

4. Neoliberalismo – até o presente.

Mercantilismo
 Entre os séculos XVI e XVIII - Compreende o período das Grandes Navegações.

 A origem do mercantilismo se deu na transição do feudalismo para o capitalismo - A crise do


feudalismo = ascensão da burguesia comercial.

 Meio de acumulação de riquezas = COMÉRCIO = Produtos manufaturados e de exploração


nas colônias na América, África, Ásia e Oceania.

 Principais potências econômicas = países europeus.

 Navegações aumentaram o comércio internacional e os núcleos urbanos.

 MERCANTILISMO = conjunto de práticas econômicas que foca no acumulo de riquezas


(metais preciosos).

 Solidificação político-econômica dos Estados nacionais – monarquias feudais medievais


estavam sendo substituídas pelas nações-estado.

Introdução ao modelo liberal


 O Estado pode lidar de duas maneiras com a economia:

 1. Liberalismo = quando o Estado interfere o mínimo possível no funcionamento da


economia, atuando apenas como regulador, ou seja, estabelecendo leis gerais como a da
propriedade privada, definição de uma moeda nacional, etc.
 2. Intervencionista = quando o Estado interfere de forma intensa na economia, realizando
investimentos estatais diretos (obras e empresas estatais) e determinando leis que tratam de
questões como a relação de trabalho, o crédito bancário, o comércio exterior, produção, etc.

 O modelo liberal prevaleceu entre o fim do século XVIII e início do século XX em grande
parte dos países capitalistas.

 Origem – Inglaterra – ideias dos economistas Adam Smith (1723 – 1790) e David Ricardo
(1772 – 1823).

 Adam Smith (1723 - 1790) foi um filósofo e economista nascido na Escócia e influenciado
pelas ideias do Iluminismo.

 É o pai da economia moderna, e é considerado o mais importante teórico do liberalismo


econômico. Autor de A riqueza das nações, a sua obra mais conhecida, e que continua sendo
usada como referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a
riqueza das nações resultava da atuação de indivíduos que, movidos inclusive pelo seu próprio
interesse (self-interest), promoviam o crescimento econômico e a inovação tecnológica.

 Enquanto Adam Smith era o pai do liberalismo econômico, John Locke ficou conhecido como
o fundador do liberalismo político, lançando mão de ideais flexíveis para alavancar o poder
privado e favorecer a ascensão da burguesia e, por consequência, dando base para a
Revolução Francesa, de 1789.

 O liberalismo clássico de Adam Smith propunha o Estado Mínimo, ou seja, a mínima


intervenção do Estado na economia, de modo que esta fosse regulamentada pelas próprias leis
de mercado, principalmente pela lei da oferta e da procura e pela livre concorrência.

 Lei da oferta e da procura = Quando a oferta de uma mercadoria é maior que a procura pela
mesma, a tendência é diminuir o preço. Já quando há o aumento da procura, o preço se eleva.
Isso geraria um equilíbrio no mercado, definindo o quanto deveria ser fabricado de cada
mercadoria.

 Livre concorrência = Funcionaria como uma “mão invisível”, regulando a economia


capitalista mundial.

Adam Smith acreditava que a concorrência produziria a médio e longo prazo a melhoria e o
barateamento das mercadorias, além de tornar a riqueza mais bem distribuída entre os povos

 Ao longo do século XIX, sob liderança da Inglaterra e no contexto da revolução industrial, o


liberalismo promoveu estabilidade e grande crescimento econômico.

 PORÉM.... Os fundamentos não funcionaram exatamente como os liberais imaginaram.

 Na livre concorrência, as empresas mais fortes venceram as mais fracas e foram, aos poucos,
tornando-se grandes conglomerados = Forte concentração de capitais.

A lei da oferta e da procura também sofreu um desequilíbrio devido ao descompasso entre o


crescimento das indústrias e o crescimento da capacidade de consumo da população.

 Como não havia ainda leis rígidas sobre as relações trabalhistas, as empresas pagavam
baixos salários e davam poucos direitos aos seus empregados.

 Os trabalhadores eram vistos apenas força de trabalho e não consumidores!


 As indústrias tinham capacidade cada vez maior de produção, mas não tinham compradores
para suas mercadorias = CRISE DE SUPERPRODUÇÃO.

 O período mais grave foi na década de 1920 nos EUA.

O modelo de fordista-keynesiano
 O modelo fordista-keynesiano surgiu como resposta à crise do liberalismo.

 Seu nome se deve a união entre a nova postura das empresas, o fordismo, e a nova postura
do Estado, o keynesianismo.

FORDISMO

 O fordismo foi uma estratégia criada por Henry Ford (presidente da fábrica americana de
automóveis Ford).

 O objetivo do fordismo era criar uma produção em massa com consumo em massa.

 A ideia de produção massa se baseou no TAYLORISMO e no uso de esteiras rolantes.

 Taylorismo é o método criado pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor, que se


fundamenta na divisão entre o setor que produz e o setor que planeja a produção (= maior
controle dos operários).

 Operários que eram responsáveis por todas as etapas de produção tinham certa autonomia
e com isso, opiniões, manias, etc.

 Já operários com tarefas específicas se tornaram ultra especializados e aumentaram o ritmo


de produção, pois passam a vender apenas sua força de trabalho

 Já o uso de esteiras rolantes e máquinas de grande porte foram ideias de Ford.

 A esteira rolante foi um importante melhoramento no taylorismo, pois a linha de montagem


baseada na esteira rolante controla a VELOCIDADE do trabalhador.

 O trabalhador passou a produzir mais e consequentemente, as fábricas aumentaram muito


a sua produtividade.

 Porém, é preciso se atentar a um detalhe importante!

 O valor gerado pelo trabalhador durante sua hora de trabalho aumentou, no entanto, seu
salário e seu tempo de trabalho continuaram os mesmos.

 Ex: Com a esteira rolante o trabalhador passou a produzir 2 vasos por hora e não mais
apenas 1. Assim ele gera o valor de 2 vasos por hora, mas continua recebendo apenas por 1.

 A modernização da produção gerou aumento da mais-valia!*

 O objetivo do fordismo era criar uma PRODUÇÃOEM MASSA com CONSUMO EM MASSA,
além de um mercado consumidor mais regular.

A publicidade foi aprimorada para criar necessidades e desejos sobre as mercadorias.

Além disso, foram aprimoradas estratégias como concessão ampla de créditos, compras a
prazo, diminuição dos preços das mercadorias (desconto).
 Mudança profunda no pensamento sobre o trabalhador e sua vida em sociedade = criação
de uma CULTURA DE MASSAS e de uma SOCIEDADE DE CONSUMO.

 Se antes os operários eram vistos apenas como força de trabalho, no fordismo eles passam a
ser vistos também como CONSUMIDORES!

 O aumento dos salários e a criação de mais leis trabalhistas garantiam MAIOR PODER DE
COMPRA e TEMPO DE LAZER SUFICIENTE PARA CONSUMIR mercadorias e serviços.

 Mesmo com todas essas transformações, o fordismo não foi suficiente para resolver o
problema fundamental: equiparar o consumo da população com o aumento de produtividade
das fábricas.

 Para funcionar satisfatoriamente, o fordismo dependeu do keynesianismo.

KEYNESIANISMO

 Dá-se o nome de keynesianismo ao tipo de postura intervencionista em relação à economia


que muitos Estados assumiram entre as décadas de 1930 e 1970, baseando nas ideias do
economista inglês John Maynard Keynes.

 Segundo Keynes, o Estado funciona com uma dinâmica diferente da empresa privada – não
há busca pelo LUCRO!

 O Estado funcionaria como um instrumento social que arrecadaria impostos e os usaria para
interferir na economia, sem se preocupar em lucrar.

 No keynesianismo, a interferência estatal se concentraria nos investimentos estatais e no


controle do crédito e da moeda

CRÉDITO = cada país teria um sistema bancário capaz de aumentar ou diminuir os juros
cobrados pelos empréstimos.

 Ex. Quando o governo quisesse estimular os investimentos, ele diminuiria os juros, tornando
os empréstimos mais baratos.

 INVESTIMENTOS ESTATAIS = construção de grandes obras públicas com o objetivo de gerar


empregos e criação da política do Welfare State (Estado de Bem-Estar Social).

 A política do Welfare State* tinha como objetivo propiciar acesso a uma série de benefícios
públicos (saúde, educação, aposentadoria, etc.) de qualidade. Assim, os trabalhadores teriam
mais dinheiro para consumir mercadorias.

 Essas medidas surgiram na Europa Ocidental durante os anos de pós-guerra.

 Nos EUA esse tipo de investimento estatal ocorreu mais fortemente na década de 1930,
após a Crise de 1929. Sob o comando do presidente F.Roosevelt, o programa de recuperação
econômica intitulado NEW DEALera baseado em:

 o investimento maciço em obras públicas: o governo investiu US$ 4 bilhões (valores não
corrigidos pela inflação) na construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais,
escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos;

 a destruição dos estoques de gêneros agrícolas, como algodão, trigo e milho, a fim de conter
a queda de seus preços;
 o controle sobre os preços e a produção, para evitar a superprodução na agricultura e na
indústria;

 a diminuição da jornada de trabalho, com o objetivo de abrir novos postos. Além disso,fixou-
se o salário mínimo, criaram-se o seguro-desemprego e o seguro-aposentadoria (para os
maiores de 65 anos).

Complementando o pensamento keynesiano:

 As grandes obras públicas tinham como principal objetivo criar empregos, porém
contribuíam significativamente para o desenvolvimento do país e produção de um novo
modelo de espaço.

 As obras abrangiam a construção de ferrovias, hidrelétricas, portos, rodovias, hospitais,


escolas, etc.

 Contribuição ao sistema capitalista - Rodovias melhora o sistema de transportes e


deslocamento de mercadorias. Já as hidrelétricas produzem mais energia para o
funcionamento das fábricas e uso de eletrodomésticos nas residências.

 O espaço das cidades passou a ser projetado como se fosse o espaço de uma fábrica, ou
seja, o mais produtivo possível.

 Racionalidade Instrumental = mentalidade por trás desses processos que procura organizar
as atividades humanas para melhorar a produtividade e aumentar a acumulação de capital.

Você também pode gostar