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OS IMPACTOS DO CAPITALISMO

Luiz Felipe P. Suher – 2º EO (ETIM)

Pesquisa de Sociologia professor Augusto.

Breve introdução

O capitalismo é um sistema econômico que desde sua origem, se expandiu


econômica e territorialmente. Ao longo da História esse modelo econômico
apresentou dinamismo e se transformou à medida que surgiam desafios à sua
expansão, e com o tempo se sobrepôs a outros sistemas econômicos até ser
predominante em quase todos os países.

Se traçarmos uma síntese histórica da evolução do capitalismo poderemos dividi-lo


em quatro principais fases: comercial, industrial, financeira e informacional – que
vivenciamos nos dias atuais. Em cada período podemos destacar importantes
teóricos que contribuíram com o desenvolvimento do sistema capitalista, sendo eles:
Thomas Mun, Adam Smith, John Keynes, e Milton Friedman; cada teórico se
destacou respectivamente na doutrina mercantilista, liberal, keynesiana e neoliberal.

O desenvolvimento deste sistema econômico proporcionou grandes avanços


tecnológicos para o planeta, entretanto, diversos aspectos negativos compõem o
universo capitalista, que brevemente citaremos neste documento.

Os impactos do capitalismo na economia

Sendo um sistema econômico, o capitalismo exerce influência direta nos países em


que ele se relaciona.

Fase comercial – Mercantilismo

Na fase do capitalismo comercial – durante as Grandes Navegações – vigorou o


modelo mercantilista, nos quais seus adeptos defendiam a interferência do Estado
na economia e o protecionismo, com a finalidade de fortalecer o Estado e aumentar
a riqueza nacional por meio do acúmulo de metais preciosos. É nesta época que os
Estados europeus irão colonizar outros países e fazer uso da mão de obra escrava
na obtenção e produção de riquezas – é o acúmulo primitivo de capital.

Fase industrial – Liberalismo

Os adeptos dessa doutrina criticavam o absolutismo e o mercantilismo, além disso,


se posicionavam contrariamente à intervenção do Estado na economia e eram
favoráveis à livre ação do mercado. Defendiam o direito à propriedade privada, a
livre-iniciativa e a concorrência. Para seus teóricos a riqueza era gerada pela
produção das indústrias. Neste período ocorre a Revolução Industrial, e
consequentemente a criação de indústrias nas áreas têxtil, siderúrgica e naval. Com
a criação das empresas, é disseminada a ação do trabalho assalariado.

Esse período ficou marcado não só pela revolução que causou nas áreas
econômicas, mas também nas áreas sociais como a exploração do trabalho,
poluição, adensamento urbano, entre outras. Esta é a fase do capitalismo selvagem.

Fase financeira – Keynesianismo

Os apoiadores desse pensamento criticavam o princípio econômico da “mão


invisível” do mercado. Por isso, defendiam a intervenção do Estado na economia
para evitar crises de superprodução como a de 1929. Sugeriam o aumento de
gastos públicos como forma de estimular o crescimento da economia e a criação de
empregos, principalmente públicos.

Um fator negativo é que a longo prazo, o aumento de gastos públicos provoca o


crescimento das dívidas públicas e a interferência do governo no mercado faz com
que os preços dos produtos subam, gerando inflação e redução do poder de
compra.

Fase informacional – Neoliberalismo

Esta é a fase do capitalismo que vivemos atualmente.


Os adeptos dessa doutrina procuram aplicar os princípios do liberalismo clássico,
porém adaptado ao capitalismo atual. Os teóricos neoliberais visam disciplinar a
economia de mercado, pois não creem em sua regulação espontânea, sendo assim,
aceitam uma intervenção mínima do Estado para assegurar a estabilidade monetária
e a livre concorrência. São também defensores da abertura econômica e da
privatização de empresas estatais.

Nesta fase é vivenciado crescentes investimentos em pesquisa e desenvolvimento,


a ampliação do meio técnico-científico informacional, a criação de indústrias nas
áreas de: informática, robótica, telecomunicações e biotecnologia. Além disso é
possível perceber a industrialização de países em desenvolvimento.

Os impactos do capitalismo na cultura

Se levarmos em conta que cultura é tudo o que o ser humano produz, seja no
sentido material (utensílios, objetos, vestimentas, habitações), seja no sentido
imaterial (filosofia, ciência, artes, letras, crenças), a cultura é então parte do
ambiente feito pelo homem, um conjunto completo que inclui conhecimentos, artes,
leis, crenças, moral, costumes, enfim tudo o que o homem adquire como membro da
sociedade.

Sendo parte do ambiente em que o homem está inserido e a reflexão de seus


hábitos, é inegável dizer que a cultura foi afetada pelo modelo capitalista, uma vez
que ele é o sistema econômico que rege o mundo.

Como fruto de uma sociedade industrial e regulada pelo capital, onde tudo é visto
como produto e meio de se obter riqueza, a cultura segue essa lógica do interesse e
acaba sendo produzida como meio de ser vendida e gerar lucros a quem a produz –
nasce a Indústria Cultural, que surge com a intenção de influenciar e condicionar o
desejo por bens materiais por parte dos indivíduos. Os grandes capitalistas fazem
uso de todos os meios possíveis para propagarem seus ideais de consumo.

Com a criação da mídia ficou muito mais fácil a disseminação de ideias consumistas
e o pensamento que declara que quem mais possui bens, mais valor tem. Os
valores humanos são deixados de lado em troca de interesses econômicos, devido à
industrialização da cultura, através dos meios de comunicação. Com o grande poder
em transformar uma sociedade consumista, alienada, a indústria cultural também
contribui para toda uma formação do indivíduo.

As artes foram transformadas em mercadorias, que são produzidas com a única


finalidade de agradar a maior quantidade de pessoas possíveis e não mais convida
o indivíduo a fazer uma análise crítica sobre aquilo que ele está consumindo.

Felizmente, na civilização sempre houveram pessoas com ideias revolucionárias e


que propõem um pensamento crítico sobre o que estamos vivendo; nas artes eles
encontraram um modo de manifestar seus ideais e provocar a atenção das pessoas,
mesmo que de forma escandalosa – são os movimentos de vanguarda, que
chamam a atenção do público a pensar e refletir sobre a realidade em que eles
vivem. Cabe dizer também que a cultura popular – que sobrevive a todos os tempos
– está lutando para ser preservada, e assim será, pois, a cultura popular vem do
povo, e essa grande massa de pessoas sustentam as suas raízes, mesmo que com
muito esforço.

Impactos gerais do capitalismo na sociedade – as suas


provocações negativas

Como vimos, o capitalismo existe desde muito tempo e ele se adapta sempre que
um desafio surge em seu caminho. O sistema capitalista trouxe, sem dúvidas,
muitos avanços para a civilização com a sua contribuição econômica, inovações
tecnológicas, de conforto e pela sua capacidade de gerar riquezas, embora seja de
maneira desigual. Apesar disso tudo, o capitalismo proporcionou vários aspectos
negativos nas sociedades, os quais podemos citar:

▪ Disparidade entre o dinheiro acumulado pelos empregadores e as horas


de trabalho dos empregados: enquanto a classe proletária – que somente
tem a oferecer a sua força de trabalho – luta por melhorias nas condições de
trabalho, como aumento salarial, diminuição da jornada de trabalho e outras
reivindicações, temos do outro lado os capitalistas de fato – detentores do
capital e dos meios de produção – estes exploram a mão-de-obra com o
intuito de gerar mais lucros e acumular mais dinheiro.

▪ Aumento das desigualdades sociais: a busca sem limites por lucros faz
com que exista uma enorme exploração do trabalho por parte dos capitalistas,
e com a falta de emprego isso ocorre de maneira ainda mais intensa, pois,
como há grande oferta de trabalhadores os salários acabam se tornando mais
baixos e ainda temos a problemática da substituição do homem pela máquina
que ajuda a diminuir postos de trabalho. Toda essa situação faz concentrar
muitas riquezas nas mãos de poucos, e pouco dinheiro distribuído entre
muitos.

▪ Os valores humanitários estão pouco a pouco sendo extintos: para o


consumo ser excessivamente estimulado, uma série de ferramentas é usada
para convencer as pessoas a serem consumistas, entre elas é usada a
publicidade que influencia as pessoas a entrarem nesse sistema de maneira
inconsciente. Nisso, as pessoas dão mais valor ao que possuem do que ao
que elas realmente são, além disso as relações de companheirismo,
solidariedade, amizade verdadeira e caridade são desprezadas.

▪ Caos ambiental: devido a produção em massa e o consumo na mesma


proporção, é preciso retirar grandes quantidades de matéria-prima da
natureza, que já está incapaz de se regenerar tão rapidamente como o nosso
consumo. Isso provoca uma série de problemas ambientais como o
aquecimento global, escassez de água e recursos naturais etc.

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