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DESEMPREGO E REFORMA TRABALHISTA NO BRASIL

DUARTE, Lucas D. A.
SUHER, Luiz F. P.
MAYO, Maria B. N.

Resumo: O propósito deste trabalho é evidenciar alguns termos relacionados com o desemprego, a
ocorrência deste no Brasil e os impactos sofridos pela reforma trabalhista. Foi proposta uma breve
análise dos índices de desemprego no Brasil nos anos 1990 até 2019.

Palavras-chave: Desemprego. Reforma Trabalhista. Desemprego no Brasil.

Introdução
Na década de 1980 houve uma mudança no comportamento do mercado de
trabalho do Brasil. O crescimento da informalidade juntamente com a redução do
trabalho assalariado surgiu no Brasil como duas novas tendências que marcaram os
anos 1990. Esse aumento da informalidade aconteceu em decorrência do aumento
do custo de contratação de colaboradores formais devido as novas leis trabalhistas
com a Constituição Federal de 1988. Com isso, houve uma certa estabilização da
taxa de desemprego em escala elevada.
Na década de 1990, o desemprego ganhou uma característica mais séria pois
acabou se tornando um problema social grave no Brasil.
Nos dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), o
comportamento do mercado de trabalho foi marcado por uma série de ajustes
oriundos das políticas de estabilização macroeconômica, mais especificamente das
políticas cambiais e monetárias, além da acentuação do processo de abertura a
partir do ano de 1995.
Além dessa introdução, o artigo se divide basicamente em quatro partes,
sendo elas: definição de desemprego; definição de desemprego estrutural; análise
do desemprego no Brasil a partir dos anos 1990 até os anos 2019; a Reforma
Trabalhista de 2017 e os seus impactos na sociedade brasileira, sobretudo sobre o
mercado de trabalho no Brasil.

Desemprego
Segundo o dicionário Michaelis, o desemprego pode ser entendido como:
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“1. Falta de emprego.


2. Ócio involuntário de quem não encontra ocupação no mercado de
trabalho, embora esteja disposto a trabalhar.
3. Estado ou condição de desempregado.” (MELHORAMENTOS, 2019)

Ou seja, de maneira simplista podemos entender o desemprego como a


simples falta de emprego no país.
É muito importante que uma pessoa esteja empregada, pois, segundo a
hierarquia de necessidades de Maslow, é possível perceber que a segurança do
emprego se encontra logo nas bases das necessidades humanas.

Desemprego estrutural
Este tipo de desemprego está relacionado com a estrutura social e
econômica, sobretudo ao processo de reestruturação produtiva.
Esse pode ser considerado a principal causa do desemprego hoje, devido à
grande mecanização das indústrias, que facilmente substituem a mão-de-obra do
ser humano, reduzindo assim os postos de trabalho.
O crescimento econômico, ou a ausência dele, tem ganhado elevada
importância ao ser apontado como o principal fator para níveis altos de desemprego
no Brasil. No entanto, para solucionar esse problema seria necessário manter os
índices de crescimento econômico sempre altos, e dessa forma o desemprego
conjuntural estaria resolvido.
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Entretanto, o desemprego estrutural – especificamente aquele em que o ser


humano foi substituído pela máquina – não pode ser resolvido apenas pelo
crescimento econômico, pois se trata de uma reestruturação dos meios de
produção.

Desemprego no Brasil de 1990 até 2000


O mercado de trabalho no Brasil, no período analisado, tem sido
caracterizado pela manutenção das taxas do desemprego relativamente baixas. A
taxa de desemprego nas regiões metropolitanas (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador) variou entre 3% no começo da década, e
6,5% no segundo trimestre de 1992 e primeiro trimestre de 1996, como pode ser
visto no gráfico abaixo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. A
pequena magnitude das variações é bastante relevante, uma vez que ocorreram em
meio a diversas mudanças no cenário macroeconômico. Essa estabilidade relativa
por muitas vezes foi associada a uma grande flexibilidade do mercado de trabalho
no Brasil.
Apesar da “flexibilidade” existente, ao longo do ano de 1995 e começo do ano
de 1996 houve um aumento considerável na taxa de desemprego, o que gerou um
debate sobre as tendências comportamentais do mercado de trabalho, diante do que
poderia ser pensado como o início de uma crise na capacidade deste de absorver a
oferta de mão-de-obra ante à nova ordem econômica.
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É possível perceber que o comportamento do desemprego no período após o


Plano Real foi diferente do observado nos primeiros anos da década de 90.
À primeira vista os números apresentados sugerem ter havido uma alteração
de fato no funcionamento do mercado de trabalho, de forma a caracterizar uma
mudança estrutural no que tange a questão do emprego.

Desemprego 2001 até 2010


Os anos de 2001 e 2002 – Fernando Henrique Cardoso – foi onde o índice de
desemprego obteve seu ápice, chegando à marca de 12,2%, por conta de suas
estratégias mal planejadas e organizadas e sua constante perda de popularidade no
país.
No ano de 2003 houve o início do mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, que
ao longo dos anos de seu mandato foi criando estratégias de exportação no país, e
em seus anos no cargo foi dando resultado, o PIB cresceu, empresas novas
surgiram, e consequentemente empregos foram surgindo. Isso tudo fez com que o
desemprego caísse para 5,3%, a menor já registrada no país.

Desemprego de 2011 a 2019


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O índice de desemprego em 2011 estava em 6% após a significativa baixa de


4,7% durante dezembro, resultado mais baixo desde 2002 de acordo com os dados
da revista veja.
Média de 6% para 12 meses também foi a menor média anual, após superar
a registrada em 2010 (6,7%).
Segundo as estimativas oficiais, a sexta economia do mundo fechou 2011
com uma expansão do PIB de 3% no mínimo, frente aos 7,5% de 2010.O nível mais
alto de desemprego no ano foi registrado em março, com 6,5%.
 Embora tenha ocorrido recuo de 1,6 milhão no total de pessoas sem
emprego no Brasil entre 2009 e 2011, foram contabilizados aproximadamente 6,7
milhões de desempregados em 2011 número ainda bem significativo.
Em novembro e dezembro de 2012, a taxa de desemprego – que considera
seis regiões metropolitanas do país (Porto Alegre, Belo Horizonte, São Paulo, Rio de
Janeiro, Recife e Salvador) – foi a mesma, de 4,6%.
Na média dos 12 meses de 2013, o desemprego ficou em 5,4%, também a
menor taxa média anual da história, segundo a pesquisa feita pelo IBGE no final dos
anos de 2012 e 2013 até então só superada em 2011 com 6%.
De acordo com a PNAD, o número de desocupados no país veio crescendo
desde 2014, ano em que atingiu o patamar mínimo da série histórica iniciada em
2012, com um total de 6,7 milhões de desempregados. De 2014 para 2017, quando
se registrou o maior patamar da série, o total de desempregados quase dobrou, já
que teve um aumento de 96%. Apesar da queda na taxa de desocupação entre o 3º
e o 4º trimestre, de 12,4% para 11,8%, 2017 foi o pior ano para o mercado de
trabalho no país desde 2012. Com uma taxa média de 12,7%, o desemprego atingiu
o maior nível da série histórica. Em relação a 2014, quando a taxa média de
desocupação atingiu o menor patamar (6,8%), a diferença foi de 5,9. Os dados são
da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC).
Os três últimos meses de 2018 encerrou as pesquisas fechando o ano com  
11,6%, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O resultado ficou abaixo daquele apurado no terceiro trimestre
(11,9%) e do registrado no mesmo período em 2017 (11,8%).
A taxa de desemprego no  Brasil caiu para 12% no segundo trimestre de
2019. O período teve um aumento no número de profissionais com carteira de
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trabalho, mas trabalhadores informais também cresceram, enquanto sublocados ou


por conta própria bateram recordes. 
O número de trabalhadores sem carteira assinada atingiu 11,5 milhões, 3,4%
(376 mil pessoas) a mais com relação a janeiro, fevereiro e março deste ano e 5,2%
(565 mil pessoas) comparando com o segundo trimestre de 2018.

Reforma Trabalhista
A reforma trabalhista de Lei N°13.467/17 tem por finalidade fazer alterações
de empregado e o empregador, melhorar cada vez mais o ambiente de trabalho, o
empregado consegue mais visibilidade e voz, ele pode denunciar a empresa por
colocá-lo em alguma situação de risco; não o registrar, entre outros.
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Conclusão
Em virtude dos fatos apresentados no artigo pode se concluir que as mudanças na
lei trabalhista que entrou em vigor em novembro de 2017 possui grande parte de
considerações equivocadas, haja visto que suas resoluções não implicaram numa
considerável melhora do mercado de trabalho, pois, as ditas “flexibilizações”
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acabaram onerando o trabalhador pelas consequências de um modelo de produção


capitalista que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar social, contribuindo com
a solidificação do desemprego estrutural presente no Brasil.

Referências
MELHORAMENTOS, Editora. Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua
Portuguesa. Disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/busca?
r=0&f=0&t=0&palavra=desemprego>. Acesso em: 03 out. 2019.

WIKIPÉDIA. Hierarquia das necessidades de Maslow. Disponível em:


<https://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow>. Acesso em:
03 out. 2019.

RAMOS, Lauro; REIS, José Guilherme Almeida. Emprego no Brasil nos anos


90. Rio de Janeiro: Ipea, 1997. 33 p. Disponível em:
<http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/1988/1/td_0468.pdf>. Acesso em: 03
out. 2019.

SANTIAGO, Emerson. Economia Brasileira entre 2001 e 2011. Disponível em:


<https://www.infoescola.com/historia/economia-brasileira-entre-2001-e-2011/>
Acesso em: 03 de outubro de 2019.

ALMEIDA, Rodrigo de. Exportações brasileiras cresceram com abertura de


novos mercados. Disponível em:
<https://ultimosegundo.ig.com.br/governolula/exportacoes-brasileiras-cresceram-
com-abertura-de-novos-mercados/n1237825663089.html> Acesso em: 02 de
outubro de 2019.

LEANDRO, João. Reforma Trabalhista: O Poder da Assessoria Jurídica.


Disponível em:
<https://joaoleandrolongo.jusbrasil.com.br/artigos/539130623/reforma-trabalhista-o-
poder-da-assessoria-juridica> Acesso em: 03 de outubro de 2019.

TRIBUTÁRIO, Dia A Dia. Reforma Trabalhista – Mudanças e


Formalizações. 2017. Disponível em:
<http://www.diaadiatributario.com.br/contabilidade-e-tributos/reforma-
trabalhista/reforma-trabalhista-mudancas-e-formalizacoes.html>. Acesso em: 04 out.
2019.

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