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O sistema capitalista é adotado em quase todo o mundo e começa a dar seus primeiros sinais de
existência no século XV, com o enfraquecimento do sistema feudal. Há um certo consenso entre os
estudiosos de que o capitalismo está hoje em sua terceira fase – capitalismo financeiro -, as duas
primeiras foram comercial e industrial.
Apesar de nos referirmos ao capitalismo como um sistema econômico, é fundamental ter em mente
que o modo de produção vai interferir diretamente em aspectos políticos, sociais e econômicos, ou
seja, o sistema vai influenciar na organização de todos os aspectos de uma sociedade.
O sistema capitalista começa a surgir com a decadência do sistema de produção vigente até então:
o feudalismo. O feudalismo teve início no século V e durou até o século XV, quando o capitalismo
começou a tomar forma.
O capitalismo é um sistema econômico que visa ao lucro e à acumulação das riquezas e está baseado
na propriedade privada dos meios de produção. Os meios de produção podem ser máquinas, terras,
ou instalações industriais, por exemplo, e eles têm a função de gerar renda por meio do trabalho.
Há duas classes sociais principais nesse sistema: os capitalistas (ou burgueses) e os proletários (ou
trabalhadores). Os capitalistas são os donos dos meios de produção, eles empregam os trabalhadores
e a eles pagam salários. Os proletários, por sua vez, oferecem sua mão-de-obra para realizar
determinado trabalho em troca de uma remuneração.
No capitalismo, a comercialização dos produtos é realizada em um mercado livre, com pouca ou
nenhuma interferência do Estado. Nesse caso, as empresas vendem seus produtos conforme as leis da
oferta e da demanda. Ou seja, conforme a quantidade de produtos que são produzidos e estão em
estoque, e também de acordo com a procura dos consumidores pelos serviços e bens de consumo.
Principais características do capitalismo
Para ficar ainda mais fácil de entender como funciona esse sistema, nesta seção vamos explicar
algumas das principais características do capitalismo:
Propriedade privada dos meios de produção
Para o funcionamento do capitalismo, é necessário que o Estado garanta a propriedade privada. Com
a propriedade privada garantida, os capitalistas – detentores de terras, maquinários ou qualquer outro
meio de produção – são livres para utilizá-la da forma como desejam, afinal, são os donos desses
recursos.
Busca pelo máximo lucro e pela acumulação de riquezas
O objetivo do capitalismo é a obtenção de lucros cada vez maiores e esses lucros são decorrentes do
trabalho dos proletários nos meios de produção – fábricas, comércio, agricultura. Para a maximização
do lucro é comum que os donos dos meios de produção reduzam ao máximo os custos de suas
atividades e elevem os preços dos produtos ou serviço o quanto for possível.
Economia de mercado (e a lei da oferta e da demanda)
Em uma economia de livre mercado, os bens e serviços são distribuídos de acordo com a lei da oferta
e demanda e há pouca interferência do Estado. Segundo essa lei, para os produtores, ou seja, para
aqueles que produzem e vendem os bens, quanto mais alto o preço do produto, mais interesse ele tem
em vendê-lo e por consequência, maior a quantidade ofertada. Se o preço do produto for muito baixo,
os produtores vão ter pouco estímulo a permanecer no mercado, pois terão baixos lucros.
Pelo lado da demanda, o comportamento é oposto, pois os consumidores vão ter mais interesse em
consumir um produto, quanto mais baixo for o seu valor. É uma relação bem simples, pense com a
gente: se você está com sede e pretende comprar uma água, você provavelmente comprará apenas
uma garrafa se considerar seu valor alto, mas se ela estiver barata, você vai considerar comprar uma
quantidade maior.
Quando há uma intensa competição entre os capitalistas, aquele que reduzir os preços, conseguirá
vender mais. Nessa dinâmica, os consumidores buscam sempre os menores preços e os donos dos
meios de produção buscam sempre os maiores lucros.
Trabalho assalariado
O trabalho assalariado do sistema capitalista substituiu as relações servis e escravocratas dos
séculos de feudalismo. No sistema capitalista, os proletários trabalham para os burgueses e
recebem um salário em troca de sua força de trabalho.
O trabalho assalariado no capitalismo é fundamental para a manutenção do sistema, afinal, é
com o salário que os trabalhadores compram bens e serviços e garantem o funcionamento do
sistema. Como a classe dos trabalhadores é muito maior que a classe dos burgueses, é
imprescindível que eles possam consumir, caso contrário, faltaria demanda.
Apesar de o capitalismo se basear no trabalho assalariado, sabe-se que práticas próximas ao
trabalho escravo ainda são comuns no mundo.
1. PONTO DE ENCONTRO
Nossa, chegamos a nossa última trilha dessa etapa. Passou tão rápido! Até
aqui vários amigos te ajudaram a se localizar nas trilhas que percorreu,
agora é minha vez. Juntos, vamos pensar um pouco sobre como funciona
o trabalho na era digital. Já está dando um pouquinho de saudades, né?
Eu sei. Mas não se preocupe, temos um tempinho juntos ainda. “Bora” para
trilha, aventureiro?
2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA
Você já assistiu filmes de ficção científica que previam um futuro super
tecnológico, com carros voadores, teletransporte e apartamentos total-
mente automatizados? Bom, nossa realidade pode não ser exatamente como
nos filmes, mas a tecnologia faz parte do nosso cotidiano, intensamente.
Figura 1
4. EXPLORANDO A TRILHA
E aí, tudo tranquilo até aqui? Vamos avançar um pouco mais na nossa
trilha, vendo como se desenha o trabalho nesse novo cenário atual. Como
esse é um tema bem novo, além das leituras, te recomendo fazer uma
pesquisa sobre o tema, afinal sempre é bom saber um pouco mais, não é?
Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os
estudos no seu livro didático e nos objetos de conhecimento a seguir.
Figura – 1
Figura – 2
Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou
acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da globalização
é o fato de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a integração mundial por
ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo.
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes partes do planeta até
existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá
ser considerada menos eficiente em comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão
nas próximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo se encontra cada dia mais globalizado.
A origem da Globalização
Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização. O termo em si só
veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de
Berlim e o fim da Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a globalização
tenha se iniciado a partir da expansão marítimo-comercial europeia, no final do século XV e início
do século XVI, momento no qual o sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo.
De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando evoluções, recebendo
incrementos substanciais com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções
industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial para a última delas, também chamada
de Revolução Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e que
ainda se encontra em fase de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços técnicos no
contexto dos sistemas de informação, com destaque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da
internet, além de uma maior evolução nos meios de transporte.
Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-se há cerca de cinco
séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e desenvolvida ao longo dos
últimos 50 anos, a partir da segunda metade do século XX em diante.
Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais diversos campos que
sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos humanos,
saúde e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada
nos Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no Brasil, temos a
evidência de como as sociedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente.
Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da globalização, embora
existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o
principal entre os problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela
proporcionada, em que o poder e a renda encontram-se em maior parte concentrados nas mãos de
uma minoria, o que atrela a questão às contradições do capitalismo.
Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os
diferentes territórios, em que culturas, valores morais, princípios educacionais e outros são
reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas
opiniões, uma hegemonia em que os principais centros de poder exercem um controle ou uma maior
influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes
tradicionais.
Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços proporcionados pela evolução
dos meios tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura
para uma doença grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto
social e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos da
globalização é a maior difusão comercial e também de investimentos, entre diversos outros fatores.
É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da globalização depende da
abordagem realizada e também, de certa forma, da ideologia empregada em sua análise. Não é
objetivo, portanto, deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou
prejudicial para a sociedade e para o planeta.
Efeitos da Globalização
Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no
mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional
em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais
especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e
pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos.
Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também chamadas de
transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem ou,
simplesmente, expandem suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior
mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor
custo com mão de obra e matérias-primas. O processo de expansão dessas empresas globais e suas
indústrias reverberou no avanço da industrialização e da urbanização em diversos países
subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil.
Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou
dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave
à globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é
fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também
propiciar ações conjunturais em grupos.
Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e consolidação
do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior integração
mundial, o sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas
econômicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar uma mínima
intervenção na economia.