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Novo Ensino Médio e Integral

Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas


GEOGRAFIA - 2ª SÉRIE
ASSUNTOS
1. A ORIGEM DO SISTEMA CAPITALISTA
2. A GLOBALIZAÇÃO E SEUS FLUXOS
3. MUNDIALIZAÇÃO DA SOCIEDADE DE CONSUMO

CONTEÚDO DE REVISÃO – 4º BIMESTRE


1 A ORIGEM DO SISTEMA CAPITALISTA
O sistema capitalista é adotado em quase todo o mundo e começa a dar seus primeiros sinais
de existência no século XV, com o enfraquecimento do sistema feudal. Há um certo consenso
entre os estudiosos de que o capitalismo está hoje em sua terceira fase – capitalismo financeiro
-, as duas primeiras foram comercial e industrial.
Apesar de nos referirmos ao capitalismo como um sistema econômico, é fundamental ter em
mente que o modo de produção vai interferir diretamente em aspectos políticos, sociais e
econômicos, ou seja, o sistema vai influenciar na organização de todos os aspectos de uma
sociedade.
Nesse texto, vamos explicar como o capitalismo surgiu e suas fases. Achou interessante?
Então vem com a gente!

Quando o sistema capitalista começou?


O sistema capitalista começa a surgir com a decadência do sistema de produção vigente até
então: o feudalismo. O feudalismo teve início no século V e durou até o século XV, quando o
capitalismo começou a tomar forma. Você talvez se lembre das características do sistema feudal,
mas vamos relembrar como ele funcionava e como o capitalismo começou a surgir no final dess e
período.
O feudalismo era um sistema de organização econômica, política e social vigente na Europa
Ocidental da Idade Média, baseado na posse de terras e em estamentos. Estamentos eram
classes sociais estáticas – não havia mobilidade -, isso significa que as pessoas nasciam e
morriam pertencendo à mesma classe social.
As três classes no sistema feudal eram: nobreza, o clero e os servos.

• Nobreza: era a classe mais alta, composta pelos proprietários de terras, os chamados
senhores feudais. Os feudos eram grandes terras, concedidas pelo rei aos senhores
feudais e onde estes tinham o poder absoluto; cada senhor feudal determinava as regras
dentro dos seus feudos.
• Clero: composto pelos membros da Igreja Católica – instituição mais poderosa do
feudalismo. Nesse momento, a igreja não tinha apenas a função de evangelizar, ela
exercia poderes na política e era grande proprietária de terras.
• Servos: eram os trabalhadores dos feudos, eles não tinham direito à salários, trabalhavam
em troca de lugar para viver e alimentação.

A produção no feudalismo era caracterizada pela autossuficiência. Os feudos produziam o que


seria consumido no local, não havia comércio, tampouco moedas. Quando havia intercâmbio de
mercadorias, trocavam-se produtos por produtos, e não produtos por dinheiro. Porém, com o
crescimento populacional, o desenvolvimento das cidades e das atividades comerciais, surge
a moeda para facilitar as trocas e ampliam-se as fontes de renda.
Nesse momento surgem as feiras livres, que eram espaços onde as pessoas levavam seus
produtos para comercializar – muito semelhantes às feiras que existem até hoje. Com o
desenvolvimento da atividade comercial surge uma nova classe econômica
chamada burguesia. Assim, se antes tínhamos uma sociedade de classes sociais estáticas, o
surgimento da burguesia vem quebrar essa organização econômica e social, pois permitiu
a mobilidade social daqueles que passaram a desenvolver atividades comerciais.
O comércio, diferente da organização feudal, estruturava -se no trabalho livre e assalariado.
Essa mudança foi um dos principais acontecimentos para a transição da Idade Média para a
Idade Moderna e da decadência do feudalismo e início da primeira fase do capitalismo.

Fases do sistema capitalista

Primeira fase do sistema capitalista: Capitalismo Comercial (Século XV – XVIII)


A fase do capitalismo comercial é também chamada de pré-capitalista. Naquele
momento ainda não havia industrialização e o sistema estava baseado em trocas comerciais.
O modelo econômico adotado nesse período foi o mercantilismo, que tinha como principais
características:

• o controle estatal da economia – o Rei controlava o mercado;


• o protecionismo – proteção do mercado interno;
• o metalismo – acúmulo de metais preciosos;
• e a balança comercial favorável – mais exportação do que importação.

A crença naquele momento era de que a riqueza disponível no mundo não poderia ser
aumentada, apenas redistribuída. Assim, os países buscavam a acumulação de riquezas por
meio da proteção da economia local e acúmulo de metais decorrente das trocas comerciais que
realizavam com outros países. Foi nesse período que nações europeias exploraram os recursos
de suas colônias, como aconteceu aqui nas Américas.

Segunda fase do sistema capitalista: Capitalismo Industrial (Século XVIII – XIX)


A passagem do capitalismo comercial para o capitalismo industrial se deu em meio à
revoluções tecnológicas e políticas. A Revolução Industrial se inicia na Inglaterra em 1760, e
tem como seu marco principal a introdução da máquina a vapor na produção, o que deu início à
transição de uma produção manufatureira para uma produção industrial.
A produção industrial tornava-se necessária, pois com o crescimento demográfico e expansão
das cidades era necessário que os produtos fossem criados e distribuídos com mais eficiência
e escala.
As revoluções também tiveram um caráter político. Em 1789 inicia -se a Revolução Francesa,
movimento que buscava o fim da organização política, social e econômica vigente na época; que
oferecia privilégios a pequenas parcelas da população e concedia poucos direitos ao povo.
Nessa fase do capitalismo, o poder passou para as mãos da burguesia, que começou a crescer
com a intensificação do comércio. A economia durante o período do capitalismo industrial estava
baseada no liberalismo econômico. Essa corrente de pensamento – cujo principal pensador
foi Adam Smith – defendia o Estado mínimo e a não intervenção estatal na economia. Segundo
seus defensores, a lei de oferta e procura e a competição do mercado, garantiriam melhores
resultados para a sociedade como um todo.
O modo de produção vigente nos séculos de capitalismo industrial permitiram o aumento da
produtividade, a diminuição dos valores das mercadorias e a acumulação de capital; por outro
lado, esses avanços só foram possíveis a partir de condições precárias de trabalho, jornadas de
trabalho muito altas, diminuição dos salários e aumento do desemprego.
Você se lembra das críticas do filme Tempos Modernos?

Terceira fase do sistema capitalista: Capitalismo Financeiro (Século XX)


O capitalismo financeiro se inicia no século XX, depois do final da Segunda Guerra Mundial.
Essa nova fase tem seu início quando bancos e empresas se unem para obter maiores lucros.
É nesse momento que surgem as empresas multinacionais e transnacionais, e se fortalecem
as práticas monopolistas. Esse modelo, vigente até hoje, é baseado nas leis das instituiçõ es
financeiras e dos grandes grupos empresariais presentes no mundo todo.
É um período caracterizado por elevada concorrência internacional, monopólio comercial,
evolução tecnológica, globalização e elevadas taxas de urbanização. É chamado de capitalismo
financeiro, pois as grandes empresas passaram a vender parcelas de seu capital na bolsa de
valores, e a partir de então, passou-se a produzir riqueza por especulação. Nesse momento, a
acumulação do capital chegou a níveis nunca vistos antes.
Em decorrência das políticas liberais, em 1929, o sistema capitalista vive uma das piores crises
econômicas da história. Por conta de uma produção em excesso nos Estados Unidos e da
redução da demanda por produtos desse país, as empresas perderam valor e houve a quebra
da bolsa de valores.
Para salvar o mercado, o Estado teve que intervir na economia e a partir de então adotou-se o
sistema econômico Keynesiano, que defendia a intervenção do Estado na economia para evitar
crises e garantir o consumo e o emprego. Esse sistema é também chamado de Welfare State,
ou Estado de bem-estar social.
A partir dos anos 1980, o keynesianismo perde forças e a ideia de Estado mínimo e pouca
participação estatal na economia retorna. Assim como os liberais, os defensores
do neoliberalismo, defendem que as próprias regras do mercado vão garantir o crescimento
econômico e o desenvolvimento social.
O neoliberalismo foi implantado no Brasil e em diversos países da América Latina, seguindo as
proposições do que se estabeleceu no Consenso de Washington – uma proposta neoliberal
para o desenvolvimento dos países da região.

Guerra Fria e a vitória do sistema capitalista


Apesar de ser adotado em grande parte do mundo hoje, a hegemonia do sistema capitalista
esteve em disputa durante décadas após a Segunda Guerra Mundial. O outro sistema econômico
era o comunismo, que defendia o fim da propriedade privada em prol da construção de uma
sociedade mais justa e igualitária.
Ao longo do conflito, Estados Unidos – defensor do capitalismo – e União Soviética –
defensora do comunismo – disputavam a hegemonia mundial e buscavam o apoio de outros
países para fortalecer seu posicionamento ideológico.
Foi chamada Guerra Fria, pois não houve embate militar direto entre esses dois países, era um
conflito ideológico sustentado por uma guerra armamentista. Ambos os países foram investindo
em materiais e tecnologias bélicas e o equilíbrio entre essas forças foi o que impediu que ataques
entre eles de fato acontecessem.
Com o final da Guerra Fria e a vitória do capitalismo como sistema hegemônico, grande parte
dos países que estavam do lado da União Soviética começaram a implementar o capitalismo.

Capitalismo informacional
O capitalismo informacional não é uma nova fase do capitalismo, mas um novo momento da fase
do capitalismo financeiro. O conceito de capitalismo informacional foi discutido pela primeira vez
por Manuel Castells, em seu livro Sociedade em rede, publicado em 1996 e está relacionado
à revolução tecnológica dos últimos tempos.
O capitalismo informacional é caracterizado pela globalização e pelos avanços nas tecnologias
de informação, na aceleração e crescimento dos fluxos de informações, pessoas, capitais e
mercadorias. Segundo esse autor, essas transformações tecnológicas mudam nossas
práticas culturais e sociais e constroem uma nova estrutura social.

O sistema capitalista e sua história


Nesse texto explicamos para você o que é o sistema capitalista, como ele foi surgindo em
paralelo à decadência do feudalismo no século XV e as fases pelas quais ele passou até os dias
de hoje. A primeira delas foi a do capitalismo comercial, também chamada de mercantilismo; em
seguida tivemos o capitalismo industrial, que se iniciou com a revolução industrial na Inglaterra;
e por fim, o capitalismo financeiro, caracterizado por grande concentração de capital nas mãos
dos bancos e das grandes empresas.

2 A GLOBALIZAÇÃO E SEUS FLUXOS

Os fluxos de globalização não atingem o espaço geográfico por igual, mas principalmente os lugares
que recebem maiores investimentos em infraestrutura. Por que isso ocorre? O que diferencia a atual
expansão capitalista das etapas anteriores? É o que estudaremos a seguir.
O que é globalização
A globalização é a continuidade do longo processo histórico de mundialização capitalista, que vem
ocorrendo desde o início da expansão marítima europeia. Assim, a globalização é o nome que se dá
a atual fase de mundialização do capitalismo: ela está para o atual período informacional como o
colonialismo esteve para sua etapa comercial e o imperialismo para a industrial e financeira.

A atual expansão capitalista

Atualmente, ao contrário do que ocorreu nas demais etapas do capitalismo, sua expansão não se inicia
pela invasão e ocupação territorial. Por exemplo, nas etapas colonialista e imperialista do capitalismo,
o controle do território onde seriam explorados os recursos naturais era fundamental.
Com uma ou outra exceção, na era da globalização a expansão capitalista é silenciosa, sutil e ainda
mais eficaz. Trata-se de uma "invasão" de mercadorias, capitais, serviços, informações e pessoas. As
novas "armas" são a sedução pelo consumo de bens e serviços e a agilidade e eficiência das
telecomunicações, dos transportes e do processamento de informações, graças aos satélites de
comunicação, à informática, à internet, aos telefones (fixos e celulares), aos aviões, aos supernavios
petroleiros e graneleiros e aos trens de alta velocidade.
A "guerra" acontece nas Bolsas de Valores, de mercadorias e de futuros em todos os mercados do
mundo e em todos os setores econômicos. As estratégias e táticas são traçadas nas sedes das grandes
corporações transnacionais, dos grandes bancos, das corretoras de valores e de outras instituições,
e influenciam quase todos os países. Entretanto, muitas vezes as estratégias e táticas dos dirigentes
das grandes corporações, principalmente do setor financeiro, se mostraram arriscadas, gananciosas
e/ou fraudulentas. Isso ficou evidente na crise econômico-financeira que eclodiu no mercado
imobiliário/financeiro norte-americano em 2008.
Fluxo de capitais especulativos e produtivos

A "invasão" mais típica da globalização é a dos capitais especulativos de curto prazo, conhecidos
como hot money, que em busca de alta lucratividade no curtíssimo prazo, movimentam-se com grande
rapidez pelo sistema financeiro mundial conectado on-line. Com os avanços tecnológicos na informática
e nas telecomunicações, o dinheiro tornou-se virtual, isto é, bites exibidos nas telas dos computadores,
e passou a circular livremente.
Grande parte desses recursos pertence a milhões de pequenos poupadores espalhados, sobretudo
pelos países desenvolvidos, que guardam seu dinheiro num banco ou investem num fundo de pensão,
para garantir suas aposentadorias. Essa vultosa soma é transferida de um mercado para outro, de um
país para outro, sempre em busca das mais altas taxas de juros dos títulos públicos ou da maior
rentabilidade das ações, das moedas, etc. Os administradores desses capitais - como bancos de
investimentos e corretoras de valores - em geral não estão interessados em investir na produção, cujo
retorno é demorado, mas em especular, isto é, realizar investimentos de curto prazo nos mercados mais
rentáveis.
Os capitais especulativos são prejudiciais às economias à medida que, quando algum mercado se
torna instável ou menos atraente, os investidores transferem seus recursos rapidamente, e os países
onde o dinheiro estava aplicado entram em crise financeira ou veem-na se aprofundar. Isto aconteceu,
por exemplo, com o México (1994), os países do Sudeste Asiático (1997), a Rússia (1998), o Brasil
(1999), a Argentina (2001) e a Grécia (2010).
Além de investirem em títulos públicos ou em moedas, grande parte dos capitais especulativos,
assim como uma parcela dos investimentos produtivos, direciona-se para as Bolsas de Valores
e de mercadorias espalhadas pelo mundo, investindo em ações ou mercadorias. Pode-se investir em
ações de forma produtiva, esperando que a empresa obtenha lucros para receber dividendos pela
valorização: ou investir de forma especulativa, comprando ações na baixa e vendendo-as assim que
houver valorização, embolsando a diferença e realizando o lucro financeiro. Pode-se também especular
com mercadorias e com moedas.
A circulação dos capitais produtivos é mais lenta porque são investimentos de longo prazo, por isso
menos suscetíveis às oscilações repentinas do mercado. Sendo investimentos diretos na produção de
bens e serviços ou em infraestrutura, esses capitais são aplicados em determinado território e possuem
uma base física (fábrica, usina hidrelétrica, rede de lojas, etc.). Instalam-se em busca de lucros, que
podem ser resultantes de custos menores de produção em relação ao país de origem dos investidores,
baixos custos de transportes, proximidade dos mercados consumidores e facilidades em driblar
barreiras protecionistas.
A expansão das transnacionais

As transnacionais ou multinacionais são empresas que desenvolvem uma estratégia de atuação


internacional a partir de uma base nacional, em seu país-sede, que é onde está seu "quartel-general".
O governo do país-sede dessas empresas, em geral lhes dá o suporte econômico e político na
concorrência internacional. Isso porque, embora grande parte das operações dessas empresas se dê
fora do país-sede, as decisões estratégicas, o controle acionário e mesmo a maior parte dos gastos em
P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) permanecem no território do país onde está sua base. Além disso,
a maior parte dos lucros obtidos pelas filiais do exterior fica no país-sede, contribuindo para seu
enriquecimento.
A maioria das empresas transnacionais está sediada nos países desenvolvidos, principalmente nos
Estados Unidos. Entretanto, já há muitas transnacionais sediadas em países emergentes.
Algumas transnacionais cresceram tanto que possuem um faturamento maior que o PIB da maioria dos
países do mundo, o que lhes assegura muito poder econômico e político. Poder econômico para
controlar e manipular mercados visando ao aumento de seus lucros; poder político para interferir nos
governos em benefício de seus interesses. Embora as transnacionais gerem empregos, renda e
impostos nos Estados onde se instalam, muitas vezes algumas delas desrespeitam as leis que lhes são
desfavoráveis e não demonstram preocupação com a saúde pública, a preservação do meio ambiente
e as condições de trabalho de seus empregados.
O país emergente que mais está se expandindo pelo mundo, seja comprando empresas nacionais, seja
montando novos negócios, é a China. Companhias controladas pelo governo chinês estão comprando
empresas privadas no mundo todo. Portanto, a tendência é que cada vez mais empresas transnacionais
de países emergentes, sejam privadas, seja, estatais, ganhem espaço no mundo globalizado.
Fluxos da sociedade global
Os fluxos da sociedade global expressam-se pela grande conectividade e deslocamento de capitais,
informações e pessoas por todo o planeta.
Fluxos Econômicos
Os fluxos econômicos na sociedade global apresentam-se por meio do deslocamento de capitais,
empresas, mercadorias e investimentos. Com os avanços proporcionados no âmbito dos meios de
transporte e comunicação, a economia mundializou-se e passou a integrar todas as diferentes partes
do mundo, embora de maneira desigual e hierárquica.
Os principais fluxos que acontecem no âmbito atual do Capitalismo Financeiro e Informacional são os
de capitais. Todos os dias uma quantidade muito grande de dinheiro circula em todo o mundo na forma
de bits de computador, sem, na maioria dos casos, materializar-se totalmente. Na verdade, estima-se
que a maior parte de todo o capital existente não se encontre mais na forma de dinheiro impresso.
Os chamados “capitais especulativos” encontram-se no centro desse processo. Muitas vezes, os
investidores preferem concentrar-se em títulos, juros de dívidas públicas e privadas, ações e outros
para valorização e posterior arrecadação. Com isso, o retorno é mais rápido, embora a ausência de
investimentos na produção proporcione uma série de prejuízos em termos internacionais.
A circulação de “capitais produtivos” também é bastante relevante para a economia global. Ela ocorre
por meio de investimentos em determinados setores da atividade econômica, tais como fábricas,
comércios, lojas etc. Outra forma é o deslocamento das próprias empresas, que migram para países
onde os fatores locacionais são mais vantajosos. Em algumas indústrias de empresas multinacionais,
a produção é dividida em várias fábricas, cada uma localizada em uma parte do mundo, com a
montagem acontecendo em um local igualmente distinto.
Fluxos de Informações
Os principais meios que permitem a difusão dos fluxos de informações são o rádio, a TV, as revistas,
jornais e, principalmente, a internet. Em termos de comparação, um acontecimento importante na
Europa do século XVIII levava dias ou até meses para ser informado em outros territórios. Atualmente,
eventos com a mesma relevância ou até menos importantes são informados em todo o mundo quase
que em tempo real.
Com isso, gera-se um acúmulo muito grande de dados e informações sobre os mais diversos elementos
e acontecimentos existentes no mundo. Todavia, o acesso a esses sistemas ainda é muito limitado e
desigual, de forma que a maior parte desses fluxos obedece a um círculo privilegiado de pessoas.
Fluxo de Pessoas
Por extensão aos avanços tecnológicos provocados ao longo do século XX e início do século XXI, o
fluxo internacional de pessoas também vem se intensificando na era da globalização atual. A expansão
desse fluxo acontece de duas formas: o turismo e a migração.
O turismo é a atividade do setor terciário que mais vem crescendo no planeta, com milhões de pessoas
se deslocando todos os anos sob os mais diferentes interesses. Com isso, as cidades receptoras e
também os meios de transporte vão se adequando a essa realidade, o que resulta na modernização de
seus respectivos sistemas de recepção, deslocamento e hospedagem, gerando cifras milionárias em
termos de lucros e produção de riquezas.
As migrações internacionais também se intensificam no planeta e configuram-se sob muitos aspectos.
Muitas migram por razões humanitárias, sociais, econômicas e afetivas, muito embora existam muitas
barreiras estabelecidas pelos países para conter esse processo. É muito comum a migração de pessoas
de um país para outro (muitas vezes por meios ilegais) em busca de maior geração de renda e
oportunidades.

Os noticiários nos mostram todos os dias o desespero das pessoas refugiadas que fogem das guerras
em busca da paz e de uma vida mais digna. Nem sempre as fronteiras são abertas para eles. Cabe
aqui uma reflexão sobre os refugiados da Síria e de outros países em guerra.

ASSUNTO COMPLEMENTAR

3. MUNDIALIZAÇÃO DA SOCIEDADE DE CONSUMO

Mundialização da sociedade de consumo Há outro componente, mais visível e mais antigo da


globalização, que é a presença de mercadorias estrangeiras em quase todos os países. Com a
intensificação dos fluxos comerciais, diferentes produtos circulam por uma moderna e intrincada rede
de transportes cobrindo grandes extensões da superfície terrestre, sobretudo nos países desenvolvidos
e emergentes. Paralelamente, também tem se expandido a prestação de diversos tipos de serviço ao
redor do planeta.
Com isso, ocorre uma globalização do consumo: a difusão de uma cultura de massas que se origina,
sobretudo, nos Estados Unidos, a nação mais influente do planeta. Essa “invasão” cultural se difunde
com as empresas transnacionais e via meios de comunicação mundializados. O American Way of Life
(em português, estilo de vida americano’) é difundido por:
• anúncios de agências de publicidade;
• filmes de Hollywood e séries produzidas por canais de televisão;
• notícias de diversas redes;
• revistas de negócios;
• diversas redes de restaurantes fast-food (em inglês, ‘comida rápida’);
• músicas, videoclipes e videogames;
• esportes

Apesar do poder da indústria cultural dos Estados Unidos, muitos setores, em diversos lugares,
resistem. Entretanto, a comida globalizada não provém somente dos Estados Unidos, embora a maioria
das grandes redes de restaurantes seja daquele país. O hambúrguer, alimento mais comum dessas
redes, incluindo o da maior e mais onipresente delas – o McDonald’s – tem origem nos Estados Unidos.
Mas também estão sediadas em território norte-americano redes globais de restaurantes fast-food que
servem alimentos originários de outros países, como a pizza (Itália) e os tacos e os nachos (México).

Esses dados evidenciam que o fast-food é tipicamente americano como processo de produção de
alimento– industrializado e padronizado –, mas não necessariamente como tipo de alimento oferecido.
Como veremos no Capítulo 6, foi nos Estados Unidos que começou, com Henry Ford (1863-1947), a
produção em série de automóveis. Esse mesmo processo de produção, o fordismo, atingiu outros
setores industriais.

O fast-food representa a chegada do fordismo ao setor de alimentação. Em 1986, após manifestação


contra a instalação de um restaurante da rede McDonald’s em uma praça em Roma (Itália), nascia o
movimento slow food, em nítida contraposição ao fast-food e a tudo o que ele representa. Em 1989, em
Paris (França), foi oficialmente constituído o Movimento Internacional Slow Food, sediado na cidade de
Bra (Itália) e que hoje tem adeptos em diversos países, incluindo o Brasil.
EXERCÍCIO DE REVISÃO

1. No contexto da globalização, uma tendência crescente é a formação de blocos econômicos regionais.


Esses blocos apresentam diferentes níveis de integração. Um desses níveis é a zona de livre comércio
que se caracteriza pela:

a) criação de uma moeda única a ser adotada pelos países membros.


b) livre circulação de mercadorias provenientes dos países membros.
c) unificação de políticas de relações internacionais entre os países membros.
d) livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os países membros.
A globalização faz parte do processo de expansão do capitalismo, que atinge as diversas esferas da
sociedade, em escala planetária.

2. Pode-se caracterizar empiricamente a sociedade de consumo por diferentes traços: elevação do


nível de vida, abundância das mercadorias e dos serviços, culto dos objetos e dos lazeres, moral
hedonista e materialista, etc. Mas, estruturalmente, é a generalização do processo de moda que a
define propriamente. A sociedade centrada na expressão das necessidades é, antes de tudo, aquela
que reordena a produção e o consumo de massa sob a lei da obsolescência, da sedução e da
diversificação, aquela que faz passar o econômico para a órbita da forma moda
(LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 159).

Em essência, o texto sintetiza


A) o perfil da forma de produção na sociedade atual.
B) o processo de moda como elemento que propõe uma concepção de sociedade.
C) a ideia de diversificação de consumo aliado à construção de prazeres superficiais.
D) o consumo como fator que caracteriza completamente a sociedade atual.
E) o homem atual como um grande consumidor de objetos.

3. Ao analisar o avanço tecnológico ocorrido durante o processo de Globalização é correto afirmar:

a) Os avanços tecnológicos aconteceram de maneira simultânea em todo o planeta.


b) O setor de serviço perdeu espaço no mundo globalizado, enquanto a indústria “verde” ganhou
terreno devido à pressão do movimento ecologista.
c) Observa-se uma tendência dos monopólios dos meios de comunicação asiáticos em detrimento
das empresas americanas que dominavam o mercado.
d) Os fluxos de informações e capitais estão em crescente aumento, obedecendo a nova tendência
tecnológica.
e) O crescimento econômico dos países em desenvolvimento tornou-se uma realidade, pois agora o
saber é difundido democraticamente através da internet.

4. Pode-se caracterizar empiricamente a sociedade de consumo por diferentes traços: elevação do


nível de vida, abundância das mercadorias e dos serviços, culto dos objetos e dos lazeres, moral
hedonista e materialista, etc. Mas, estruturalmente, é a generalização do processo de moda que a
define propriamente. A sociedade centrada na expressão das necessidades é, antes de tudo, aquela
que reordena a produção e o consumo de massa sob a lei da obsolescência, da sedução e da
diversificação, aquela que faz passar o econômico para a órbita da forma moda
(LIPOVETSKY, Gilles. O império do efêmero. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p. 159).

Em essência, o texto sintetiza


A) o perfil da forma de produção na sociedade atual.
B) o processo de moda como elemento que propõe uma concepção de sociedade.
C) a ideia de diversificação de consumo aliado à construção de prazeres superficiais.
D) o consumo como fator que caracteriza completamente a sociedade atual.
E) o homem atual como um grande consumidor de objetos.

5. Você está fazendo uma pesquisa sobre a globalização e lê a seguinte passagem, em um livro:
A SOCIEDADE GLOBAL
As pessoas se alimentam, se vestem, moram, se comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços
mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, globalizado.
Suponhamos que você vá com seus amigos comer Big Mac e tomar Coca-Cola no Mc Donald’s. Em
seguida, assiste a um filme de Steven Spielberg e volta para casa num ônibus de marca Mercedes.
Ao chegar em casa, liga seu aparelho de TV Philips para ver o videoclip de Michael Jackson e, em
seguida, deve ouvir um CD do grupo Simply Red, gravado pela BMG Ariola Discos em seu equipamento
AIWA. Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse seu curto programa de
algumas horas. Adap. Praxedes et alli, 1997. O MERCOSUL. SP, Ed. Ática, 1997.
Com base no texto e em seus conhecimentos de Geografia e História, marque a resposta correta.
a) O capitalismo globalizado está eliminando as particularidades culturais dos povos da terra.
b) A cultura, transmitida por empresas transnacionais, tornou-se um fenômeno criador das novas
nações.
c) A globalização do capitalismo neutralizou o surgimento de movimentos nacionalistas de forte cunho
cultural e divisionista.
d) O capitalismo globalizado atinge apenas a Europa e a América do Norte.
e) Empresas transnacionais pertencem a países de uma mesma cultura.

PROFESSOR MARCILIO REGINALDO

BONS ESTUDOS.

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