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Ciências Humanas, Sociais e Aplicadas

Filosofia
Ensino Médio Integral – 1ª Série
A transformação da filosofia na contemporaneidade
PARTE I
A transformação da FILOSOFIA na
contemporaneidade.
Unid. 1. Cap. 6. - Pag. 68-81

 História e progresso
 As ciências e as técnicas
 Os ideias políticos revolucionários
 A cultura
História e progresso
A Filosofia Contemporânea é aquela desenvolvida a partir do
final do século XVIII, que tem como marco a Revolução Francesa,
em 1789. Engloba, portanto, os séculos XVIII, XIX e XX.
CONTEXTO HISTÓRICO
Esse período é marcado pela consolidação do capitalismo gerado
pela Revolução Industrial Inglesa, que tem início em meados do
século XVIII.
Com isso, torna-se visível a exploração do trabalho humano, ao
mesmo tempo que se vislumbra o avanço tecnológico e
científico.
Nesse momento são realizadas diversas descobertas. Destacam-
se a eletricidade, o uso de petróleo e do carvão, a invenção da
locomotiva, do automóvel, do avião, do telefone, do telégrafo,
da fotografia, do cinema, do rádio, etc.
As máquinas substituem a força humana e a ideia de
progresso é disseminada em todas as sociedades do
mundo.

Por conseguinte, o século XIX reflete a consolidação


desses processos e as convicções ancoradas no
progresso tecnocientífico.

Já no século XX, o panorama começa a mudar, refletido


numa era de incertezas, contradições e dúvidas geradas
pelos resultados inesperados.

Acontecimentos desse século foram essenciais para


formular essa nova visão do ser humano.
MERECEM DESTAQUE AS guerras mundiais, o nazismo,
a bomba atômica, a guerra fria, a corrida armamentista, o
aumento das desigualdades sociais e a degradação do
meio ambiente.

A ideia de progresso passa a ser criticada porque serve


como desculpa para legitimar colonialismos e
imperialismos (os mais “adiantados” teriam o direito de
dominar os mais “atrasados”). Passa a ser criticada
também a ideia de progresso das ciências e das
técnicas, mostrando-se que, em cada época histórica e
para cada sociedade, os conhecimentos e as práticas
possuem sentido e valor próprios, e que tal sentido e tal
valor desaparecem numa época seguinte ou são
diferentes numa outra sociedade, não havendo, portanto,
transformação contínua, acumulativa e progressiva.
 O passado foi o passado, o presente é o presente e
o futuro será o futuro.
AS CIÊNCIAS E AS TÉCNICAS

No século XIX, entusiasmada com as ciências e as


técnicas, bem como com a Segunda Revolução
Industrial, a Filosofia afirmava a confiança plena e total
no saber científico e na tecnologia para dominar e
controlar a Natureza, a sociedade e os indivíduos.
Acreditava-se que a sociologia, por exemplo, nos
ofereceria um saber seguro e definitivo sobre o modo
de funcionamento das sociedades e que os seres
humanos poderiam organizar racionalmente o social,
evitando revoluções, revoltas e desigualdades.
Acreditava-se, também, que a psicologia ensinaria definitivamente
como é e como funciona a psique humana, quais as causas dos
comportamentos e os meios de controlá-los, quais as causas das
emoções e os meios de controlá-las, de tal modo que seria possível
livrar-nos das ANGÚSTIAS, DO MEDO, DA LOUCURA, assim como
seria possível uma pedagogia baseada nos conhecimentos
científicos e que permitiria não só adaptar perfeitamente as
crianças às exigências da sociedade, como também educá-las
segundo suas vocações e POTENCIALIDADES PSICOLÓGICAS
No entanto, no século XX, a Filosofia passou a
desconfiar do otimismo científico-tecnológico do século
anterior em virtude de vários acontecimentos: as duas
guerras mundiais, o bombardeio de Hiroshima e
Nagasaki, os campos de concentração nazistas, as
guerras da Coréia, do Vietnã, do Oriente Médio, do
Afeganistão, as invasões comunistas da Hungria e da
Tchecoslováquia, as ditaduras sangrentas da América
Latina, a devastação de mares, florestas e terras, os
perigos cancerígenos de alimentos e remédios, o
aumento de distúrbios e sofrimentos mentais, etc.

Uma escola alemã de Filosofia, a Escola de Frankfurt,


elaborou uma concepção conhecida como Teoria
Crítica, na qual distingue duas formas da razão: a razão
instrumental e a razão crítica.
A razão instrumental é a razão técnico-científica, que faz
das ciências e das técnicas não um meio de liberação dos
seres humanos, mas um meio de intimidação, medo,
terror e desespero.
A razão crítica é aquela que analisa e interpreta os
limites e os perigos do pensamento instrumental e
afirma que as mudanças sociais, políticas e culturais só
se realizarão verdadeiramente se tiverem como
finalidade a emancipação dos humanos, e não as ideias
de controle e domínio técnico-científico sobre a
Natureza, a sociedade e a cultura.
OS IDEAIS POLÍTICOS REVOLUCIONÁRIOS
No século XIX, em decorrência do otimismo trazido pelas
ideias de progresso, desenvolvimento técnico-científico,
poderio humano para construir uma vida justa e feliz, a
Filosofia apostou nas UTOPIAS REVOLUCIONÁRIAS -
anarquismo, socialismo, comunismo -, que criariam,
graças à ação política consciente dos explorados e
oprimidos, uma sociedade nova, justa e feliz.
No entanto, no século XX, com o surgimento das
chamadas sociedades totalitárias - fascismo, nazismo,
stalinismo - e com o aumento do poder das sociedades
autoritárias ou ditatoriais, a Filosofia também passou a
desconfiar do otimismo revolucionário e das utopias e a
indagar se os seres humanos, os explorados e
dominados serão capazes de criar e manter uma
sociedade nova, justa e feliz.
O crescimento das chamadas burocracias - que
dominam as organizações estatais, empresariais,
político-partidárias, escolares, hospitalares - levou a
Filosofia a indagar como os seres humanos poderiam
derrubar esse imenso poderio que os governa
secretamente, que eles desconhecem e que determina
suas vidas cotidianas, desde o nascimento até a morte.
A CULTURA
No século XIX, a Filosofia descobre a Cultura
como o modo próprio e específico da existência
dos seres humanos. Os animais são seres
naturais; os humanos, seres culturais. A
Natureza é governada por leis necessárias de
causa e efeito; a Cultura é o exercício da
liberdade.
A cultura é a criação coletiva de ideias, símbolos e
valores pelos quais uma sociedade define para si mesma
o bom e o mau, o belo e o feio, o justo e o injusto, o
verdadeiro e o falso, o puro e o impuro, o possível e o
impossível, o inevitável e o casual, o sagrado e o
profano, o espaço e o tempo.
Um dos atos culturais por excelência é a arte. Seria
possível imaginá-la sem a natureza? Como pensar um
quadro paisagístico sem a paisagem e sem o material
como a tela e a tinta que se originam na natureza? Uma
música sem paixão? Um marceneiro sem a madeira?
Um escultor sem a pedra ou o metal?

Segundo essa concepção, natureza e cultura estão em


acordo recíproco.

A cultura é uma construção de si mesmo


Quando pensamos que a cultura constrói cada um de
nós, o nosso eu, podemos supor uma divisão em nós:
o eu inferior e o eu superior. Nessa relação, a natureza
estaria no eu inferior, como desejo e paixão, e a
cultura estaria no eu superior, como vontade e razão.
A Cultura se realiza porque os humanos são
capazes de linguagem, trabalho e relação com o
tempo. A Cultura se manifesta como vida social,
como criação das obras de pensamento e de
arte, como vida religiosa e vida política.

Para a Filosofia do século XIX, em consonância


com sua ideia de uma História universal das
civilizações, haveria uma única grande Cultura
em desenvolvimento, da qual as diferentes
culturas seriam fases ou etapas.

Para alguns, como os filósofos que seguiam as


ideias de Hegel, o movimento do
desenvolvimento cultural era progressivo.
Para outros, chamados de filósofos românticos ou
adeptos da filosofia do Romantismo, as culturas não
formavam uma sequência progressiva, mas eram
culturas nacionais.
Assim, cabia à Filosofia conhecer o “espírito de um
povo” conhecendo as origens e as raízes de cada
cultura, pois o mais importante de uma cultura não se
encontraria em seu futuro, mas no seu passado, isto é,
nas tradições, no folclore nacional.

No entanto, no século XX, a Filosofia, afirmando que a


História é descontínua, também afirma que não há a
Cultura, mas culturas diferentes.
inventa seu modo de relacionar-se com o tempo, de criar sua
linguagem, de elaborar seus mitos e suas crenças, de organizar o
trabalho e as relações sociais, de criar as obras de pensamento e
de arte. Cada uma, em decorrência das condições históricas,
geográficas e políticas em que se forma, TEM SEU MODO
PRÓPRIO DE ORGANIZAR O PODER E A AUTORIDADE, DE
PRODUZIR SEUS VALORES.

Cultura cubana- Cuba


Cultura do Nepal Cultura Mexicana
DIVERSIDADE CULTURAL
Contra a filosofia da cultura universal, a Filosofia do
século XX nega que haja uma única cultura em
progresso e afirma a existência da pluralidade cultural.
Contra a filosofia romântica das culturas nacionais como
expressão do “espírito do povo ” e do conjunto de
tradições, a Filosofia do século XX nega que a
nacionalidade seja causa das culturas (as nacionalidades
são efeitos culturais temporários) e afirma que cada
cultura se relaciona com outras e encontra dentro de si
seus modos de transformação.
Dessa maneira, o presente está voltado para o futuro, e
não para o conservadorismo do passado.
A Diversidade Cultural no Brasil
A diversidade cultural refere-se aos diferentes
costumes de uma sociedade, entre os quais podemos
citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas,
tradições, entre outros aspectos. O Brasil, por conter
um extenso território, apresenta diferenças climáticas,
econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
Os principais disseminadores da cultura brasileira são
os colonizadores europeus, a população indígena e os
escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes
italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre
outros, contribuíram para a pluralidade cultural do
Brasil.
Atividade
Em síntese – pag. 81
Responder as questões
1.
2.
3.

Observação: ler os textos no livro


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Professor Marcílio Reginaldo

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