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Explicar o dinamismo cultural de Nova Iorque no segundo pós-guerra.

Pela primeira vez, as inovações artísticas e culturais deixam de irradiar de Paris, Berlim, Milão,
Viena ou Moscovo. É em Nova Iorque que, doravante, se irão produzir as inovações mais
significativas no mundo da arte.

Um generoso mecenato privado irrompia e patrocinava a fundação de galerias e de grandes


museus como o MoMA (Museum of Modern Art), em 1929, que fez com que se abrissem os
talentos vanguardistas, assegurando a projecção e visibilidade que muitos procuravam.

Distinguir as correntes pictóricas do expressionismo abstracto, da pop art e da arte


conceptual.

Relativamente ao expressionismo abstracto é um movimento que repudiam todos os


convencionalismos e manifestações figurativas. Adoptam assim uma linguagem abstracta,
baseada na liberdade e noutros valores como a espontaneidade, improvisação e intuição.
Tornava-se então o testemunho da sensibilidade e dos devaneios psíquicos do autor.

Por sua vez, a pop art é caracterizada por ser um reflexo do quotidiano feito de consumo e
publicidade, onde determinados objectos e imagens se impões como ícones, utilizando ainda
uma linguagem de fácil compreensão de forma a contextualizar quem a vê.

A arte conceptual desmarca-se totalmente das anteriormente referidas, inspirando-se no


absurdo dadaísta. Afirma a superioridade do pensamento do artista em relação à execução da
obra, desprezando a existência material da arte. Apela à reflexão filosófica, recorrendo aos
variados meios que documentavam o pensamento do artista, desde vídeos, fotos ou textos.

Integrar a problemática da literatura existencialista no contexto dos anos 40 e 50.

As preocupações sociais que tinham caracterizado a corrente realista pareciam já não fazer
sentido num mundo que em pouco mais de duas décadas vivera o absurdo de duas guerras,
experimentara os totalitarismos, sofrera o holocausto e sobre o qual pairava agora o terror do
nuclear. Foi esta sensação de angústia e vazio, decorrente de uma profunda crise existencial,
que passou para a literatura dos anos 1940/50 e que a marcou com temáticas carregadas de
densidade psicológica. Foi esta consequência de abandono e solidão, de impotência e ao
mesmo tempo de condenação do homem a encontrar por si próprio um sentido para a vida, o
traço que mais ressalta das obras produzidas neste período.

Reconhecer o impacto no quotidiano da renovação científica e tecnológica.

A partir dos anos 50 assiste-se a uma nova fase de descobertas científicas.


Em 1948, temos a invenção do transístor, que substituiu as válvulas electrónicas, e do chip ou
circuito integrado, que possibilitaram a miniaturização e aperfeiçoamento de equipamentos
que se tornaram imprescindíveis a grande parte da Humanidade – a rádio, televisão,
computadores, telefones, electrodoméstico e os automóveis. O laser, feixe de ondas luminosas
de intensidade mil vezes superior à da luz, veio a ser outra das maravilhas electrónicas, com
aplicações na medicina, no lar e na guerra, nos suportes de imagem e de som.

O computador é outro de que na origem da revolução da informática se tornou indispensável


na administração estatal, gestão contabilística, controlo de processos industriais e vida
académica.

Na sequência da inteligência artificial e a expansão da cibernética surgem os robôs, máquinas


inteligentes que tomam decisões e se deslocam. Contribuíram para a automatização da
indústria e para a exploração do espaço extraterrestre.

A penicilina, descoberta em 1928, passa a ser produzida na década de 40, permitindo salvar
imensas vidas das infecções bacterianas. Em 1953, temos a descoberta da estrutura do ADN e
do código genético que acabaram por auxiliar nas pesquisas patológicas e imunitárias. Além
disto, em 1978, ocorreu o primeiro bebé proveta (fertilização in vitro). Estava dado um
gigantesco passo nas técnicas de reprodução assistida.

Caracterizar a evolução cinematográfica a partir dos anos 50.

Dinamizados por novos realizadores, objecto dos mais variados festivais, o cinema no 3º
quartel do século XX continuou a despertar paixões. Apesar do poder apelativo da televisão,
esta não matou a magia do grande ecrã e o cinema manteve o estatuto de 7ª arte, graças à
incorporação de novas tecnologias como o tecnicolor ou cinemascope.

Além disto, podemos referir como exemplo o cinema americano, onde apareceram novos
géneros, como os musicais, que atraíram multidões e evitaram a decadência dos estúdios. Um
pouco em contradição, em Itália no pós-guerra desenvolve-se o neo-realismo. O cinema que
era contra a artificialidade e era interessado na vida diária dos homens, filmando-se cenários
naturais com protagonistas não profissionais.

Destacar a importância da televisão e da música.

Só após 1954 a televisão se junta ao cinema e à rádio como grande meio de comunicação. Ao
entretenimento, associou-se ao papel de fonte de informação e conhecimento. A transmissão
em directo de grandes acontecimentos internacionais teve uma importância significativa nesse
processo. Os políticos de igual forma não a negligenciaram. Desde a campanha presidencial
americana de 1962 que ficou patente o impacto nos comportamentos eleitorais.

Relativamente à música, o maior número de jovens na sociedade ocidental do pós-guerra


contribuiu para a crescente popularidade da música ligeira. O rock’n’roll com o seu ritmo
energético e vibrante, parecia ser a música que melhor exprimia a rebeldia da nova geração.
Justificar a hegemonia dos hábitos culturais norte-americanos.

Também no aspecto artístico e cultural, os EUA após a 2ª Guerra Mundial, alcançam uma
posição dominante no mundo ocidental. Os filmes de Hollywood, as séries televisivas e o
rock’n’roll difundem os valores e os estereótipos do American Way of Life que desde então
todo o mundo procura imitar.

Contextualizar a terciarização da sociedade.

A recuperação das economias capitalistas nos anos que se seguiram à 2ª Guerra Mundial
trouxe alterações à estrutura da população activa. A agricultura foi o sector onde a
modernização mais se fez sentir. Não obstante um aumento de produtividade sem
precedentes, o recuo do sector primário enquanto sector empregador conduziu a uma
intensificação do êxodo rural. É por esta altura que a indústria se torna na actividade
responsável pela maior parcela de riqueza produzida. Não houve, porém um aumento
significativo do número de trabalhadores no sector secundário. A automação dos processos de
fabrico reflectiu-se antes na deslocação de parte da população activa para o sector terciário. A
terciarização da economia é talvez a característica mais marcante da evolução económica e
social do mundo desenvolvido durante as três décadas de prosperidade. Saúde, educação,
transportes, turismo, lazer, foram alguns dos vários sectores procurados por um número
crescente de trabalhadores.

À terciarização da sociedade está habitualmente ligada a importância crescente da classe


média. A ascensão da classe média ocorreu numa altura de ventura económica, pleno
emprego e salários elevados. Estavam reunidas as condições para uma alteração nos seus
padrões de consumo.

Distinguir, nos anos 60, novos referentes ideológicos e grupos que põem em causa
os estereótipos das sociedades desenvolvidas.

Sentimentos contraditórios atravessam a civilização ocidental nos anos 60. Por um lado,
elogia-se a prosperidade e o bem-estar. Por outro, critica-se o individualismo e o materialismo.
Enquanto os mais velhos se acomodam ao conforto material, os mais jovens vão procurar
novas bandeiras e pôr em causa os valores burgueses. Para muitos, deixa de fazer sentido
continuar preso às referências ideológicas tradicionais.

É neste contexto que a partir da década de 60, vários movimentos de contestação eclodem
nos EUA: condenavam a corrida ao armamento, a discriminação racial e a exploração do 3º
mundo; a perversão da doutrina marxista e o militarismo agressivo na Europa de Leste; o
conservadorismo retro3gado e a subserviência à tutela americana, no caso europeu.
Denunciavam ainda os vícios da sociedade de consumo; contestavam a autoridade dos pais e
manifestavam-se contra a repressão sexual.
Sintetizar as transformações culturais e de mentalidade ocorridas no terceiro
quartel do século XX.

Este período ficou marcado pela tomada de consciência dos perigos que a humanidade corria:
poluição, esgotamento dos recursos naturais, destruição dos ecossistemas. É nesta conjuntura
que vão aparecer vários movimentos pacifistas cuja actuação tinha subjacente uma genuína
preocupação com a manutenção da paz e preservação do ambiente. Nascia a ecologia.

Procurando um estilo de vida alternativo ao dos pais, os jovens americanos dos anos 60
protagonizaram um poderoso movimento de contestação. Com origem nas universidades, o
protesto punha em causa um sistema de ensino que consideravam caduco, exigia mudanças
radicais e apoiava a luta dos negros pela conquista dos direitos cívicos. (Ex.: Maio de 68).

Uma outa faceta da contestação sentiu-se na revolução de costumes desencadeada pelo


movimento hippie. Eram os protagonistas de uma contracultura. Defensores da liberdade
sexual, do amor livre e da paz, evidenciavam um total despojamento relativamente aos bens
materiais, visível no seu vestuário florido, nos cabelos compridos e no consumo de drogas.

As mulheres afirmavam os seus direitos neste contexto de luta pela igualdade. Ocorreram
então as acções mais mediáticas do movimento feminista, como foram as campanhas a favor
da contracepção, da legalização do direito ao divórcio ou da despenalização do aborto,
adquirindo estas conquistas um cariz de revolução sexual.

Além de tudo isto, consciente a Igreja Católica da inadequada resposta aos problemas do
mundo, intuiu a urgência de promover a realização de um grande concílio a fim de que se
procedesse à actualização do culto, à revisão dos dogmas e reconciliação de cristão. Iniciada
em 1962, tomou o nome de Vaticano II onde se abordou questões desde a paz e a guerra a
assuntos especificamente religiosos, como o celibato dos padres, a celebração litúrgica nas
línguas nacionais e o diálogo inter-religioso. Dos trabalhos resultou uma clarificação da posição
da Santa Sé mas a maior herança talvez tenha sido o ecumenismo.

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