Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pela primeira vez, as inovações artísticas e culturais deixam de irradiar de Paris, Berlim, Milão,
Viena ou Moscovo. É em Nova Iorque que, doravante, se irão produzir as inovações mais
significativas no mundo da arte.
Por sua vez, a pop art é caracterizada por ser um reflexo do quotidiano feito de consumo e
publicidade, onde determinados objectos e imagens se impões como ícones, utilizando ainda
uma linguagem de fácil compreensão de forma a contextualizar quem a vê.
As preocupações sociais que tinham caracterizado a corrente realista pareciam já não fazer
sentido num mundo que em pouco mais de duas décadas vivera o absurdo de duas guerras,
experimentara os totalitarismos, sofrera o holocausto e sobre o qual pairava agora o terror do
nuclear. Foi esta sensação de angústia e vazio, decorrente de uma profunda crise existencial,
que passou para a literatura dos anos 1940/50 e que a marcou com temáticas carregadas de
densidade psicológica. Foi esta consequência de abandono e solidão, de impotência e ao
mesmo tempo de condenação do homem a encontrar por si próprio um sentido para a vida, o
traço que mais ressalta das obras produzidas neste período.
A penicilina, descoberta em 1928, passa a ser produzida na década de 40, permitindo salvar
imensas vidas das infecções bacterianas. Em 1953, temos a descoberta da estrutura do ADN e
do código genético que acabaram por auxiliar nas pesquisas patológicas e imunitárias. Além
disto, em 1978, ocorreu o primeiro bebé proveta (fertilização in vitro). Estava dado um
gigantesco passo nas técnicas de reprodução assistida.
Dinamizados por novos realizadores, objecto dos mais variados festivais, o cinema no 3º
quartel do século XX continuou a despertar paixões. Apesar do poder apelativo da televisão,
esta não matou a magia do grande ecrã e o cinema manteve o estatuto de 7ª arte, graças à
incorporação de novas tecnologias como o tecnicolor ou cinemascope.
Além disto, podemos referir como exemplo o cinema americano, onde apareceram novos
géneros, como os musicais, que atraíram multidões e evitaram a decadência dos estúdios. Um
pouco em contradição, em Itália no pós-guerra desenvolve-se o neo-realismo. O cinema que
era contra a artificialidade e era interessado na vida diária dos homens, filmando-se cenários
naturais com protagonistas não profissionais.
Só após 1954 a televisão se junta ao cinema e à rádio como grande meio de comunicação. Ao
entretenimento, associou-se ao papel de fonte de informação e conhecimento. A transmissão
em directo de grandes acontecimentos internacionais teve uma importância significativa nesse
processo. Os políticos de igual forma não a negligenciaram. Desde a campanha presidencial
americana de 1962 que ficou patente o impacto nos comportamentos eleitorais.
Também no aspecto artístico e cultural, os EUA após a 2ª Guerra Mundial, alcançam uma
posição dominante no mundo ocidental. Os filmes de Hollywood, as séries televisivas e o
rock’n’roll difundem os valores e os estereótipos do American Way of Life que desde então
todo o mundo procura imitar.
A recuperação das economias capitalistas nos anos que se seguiram à 2ª Guerra Mundial
trouxe alterações à estrutura da população activa. A agricultura foi o sector onde a
modernização mais se fez sentir. Não obstante um aumento de produtividade sem
precedentes, o recuo do sector primário enquanto sector empregador conduziu a uma
intensificação do êxodo rural. É por esta altura que a indústria se torna na actividade
responsável pela maior parcela de riqueza produzida. Não houve, porém um aumento
significativo do número de trabalhadores no sector secundário. A automação dos processos de
fabrico reflectiu-se antes na deslocação de parte da população activa para o sector terciário. A
terciarização da economia é talvez a característica mais marcante da evolução económica e
social do mundo desenvolvido durante as três décadas de prosperidade. Saúde, educação,
transportes, turismo, lazer, foram alguns dos vários sectores procurados por um número
crescente de trabalhadores.
Distinguir, nos anos 60, novos referentes ideológicos e grupos que põem em causa
os estereótipos das sociedades desenvolvidas.
Sentimentos contraditórios atravessam a civilização ocidental nos anos 60. Por um lado,
elogia-se a prosperidade e o bem-estar. Por outro, critica-se o individualismo e o materialismo.
Enquanto os mais velhos se acomodam ao conforto material, os mais jovens vão procurar
novas bandeiras e pôr em causa os valores burgueses. Para muitos, deixa de fazer sentido
continuar preso às referências ideológicas tradicionais.
É neste contexto que a partir da década de 60, vários movimentos de contestação eclodem
nos EUA: condenavam a corrida ao armamento, a discriminação racial e a exploração do 3º
mundo; a perversão da doutrina marxista e o militarismo agressivo na Europa de Leste; o
conservadorismo retro3gado e a subserviência à tutela americana, no caso europeu.
Denunciavam ainda os vícios da sociedade de consumo; contestavam a autoridade dos pais e
manifestavam-se contra a repressão sexual.
Sintetizar as transformações culturais e de mentalidade ocorridas no terceiro
quartel do século XX.
Este período ficou marcado pela tomada de consciência dos perigos que a humanidade corria:
poluição, esgotamento dos recursos naturais, destruição dos ecossistemas. É nesta conjuntura
que vão aparecer vários movimentos pacifistas cuja actuação tinha subjacente uma genuína
preocupação com a manutenção da paz e preservação do ambiente. Nascia a ecologia.
Procurando um estilo de vida alternativo ao dos pais, os jovens americanos dos anos 60
protagonizaram um poderoso movimento de contestação. Com origem nas universidades, o
protesto punha em causa um sistema de ensino que consideravam caduco, exigia mudanças
radicais e apoiava a luta dos negros pela conquista dos direitos cívicos. (Ex.: Maio de 68).
As mulheres afirmavam os seus direitos neste contexto de luta pela igualdade. Ocorreram
então as acções mais mediáticas do movimento feminista, como foram as campanhas a favor
da contracepção, da legalização do direito ao divórcio ou da despenalização do aborto,
adquirindo estas conquistas um cariz de revolução sexual.
Além de tudo isto, consciente a Igreja Católica da inadequada resposta aos problemas do
mundo, intuiu a urgência de promover a realização de um grande concílio a fim de que se
procedesse à actualização do culto, à revisão dos dogmas e reconciliação de cristão. Iniciada
em 1962, tomou o nome de Vaticano II onde se abordou questões desde a paz e a guerra a
assuntos especificamente religiosos, como o celibato dos padres, a celebração litúrgica nas
línguas nacionais e o diálogo inter-religioso. Dos trabalhos resultou uma clarificação da posição
da Santa Sé mas a maior herança talvez tenha sido o ecumenismo.