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RAZÃO, A NATUREZA E O HOMEM.

No Renascimento, os estudiosos do período buscaram apoio no método


experimental e na reflexão racional, valorizando a natureza e o ser
humano. Nesse período os pensadores buscaram a compreensão dos fenômenos
naturais e sociais baseado na Razão, a compreensão dos fenômenos naturais se
pautava nos testes experimentais e a busca racionalizada para a compreensão do
mundo. O renascimento possuía a valorização do homem por sua razão e por
suas criações, difundindo a confiança nas potencialidades humanas e superando o
misticismo dominante no período medieval.

ARTE E CIÊNCIA

No esforço de compreender o mundo, os renascentistas não viam barreira no uso


de diferentes conhecimentos fosse na arte ou na matemática. Para se pintar um
quadro se fez forte uso da geometria e outros conhecimentos. Os artistas desse
período associaram a sua arte às ciências, como ao estudo da anatomia humana.
Por exemplo, o Homem Vitruviano de Leonardo da Vinci condensa uma série de
estudos do artista. O desenho sintetiza uma relação harmônica entre homem e
mundo pautada pela analogia geométrica.

Os fragmentos acima retratam dimensões das posições dos renascentistas, a Razão ganha
importância fundamental ainda que aqueles não tenham abandonado as suas convicções
religiosas. A questão lógica se sobrepõe as soluções religiosas.

Nos dias atuais é comum verificarmos diferentes discussões que envolvem religião e ciência,
ora colocadas como inimigas, ora como aliadas para a vida humana. A Razão é um dos
fundamentos da ciência.

Abaixo leia os dois textos motivadores para a discussão sobre religião e ciência.
A influência da religião na
sociedade
Autor: Roberto Rohregger*
28 de outubro de 2020

A religião sempre esteve ligada ao ser humano, podemos dizer que


está praticamente inerente ao mesmo. É criação humana, surge como
primeira tentativa de explicar o mundo. O homem, ao se deparar com
o mundo, se indaga sobre a sua existência, a partir do despertar e
construção da sua consciência e, desta forma ao se confrontar com o
mistério do mundo, encontra neste, uma sacralidade. Seu
relacionamento com a natureza é direto, é sua fonte imediata de
sobrevivência e de perigo. A própria vida e morte são grande mistério,
então, o homem primitivo passa a ressignificar o processo da vida
através das perspectivas religiosas, e é isto que lhe dá sentido e
direção.
Basicamente, todas as grandes civilizações se estruturaram ao redor
de sofisticados elementos religiosos. A civilização egípcia, por
exemplo, tinha toda a vida social, econômica, cultural e arquitetônica
moldada pela religião. Podemos dizer que a engenharia e arquitetura
do antigo Egito foram desenvolvidas em decorrência da religião, que
se torna um elemento agregador e solidificador da sociedade. Bernardi
e Castilho, no texto, A Religiosidade como Elemento do
Desenvolvimento Humano, afirmam que, “o desenvolvimento local é
um processo que envolve as mais diferentes dimensões do ser
humano e da sociedade onde ele está inserido. Essas dimensões
podem ser: sociais, econômicas, culturais, artísticas, religiosas, etc.”
Assim foi com várias outras civilizações que tiveram seu início e
desenvolvimento impulsionado pelo elemento religioso. Os Hebreus se
agregam ao redor da construção do relacionamento com Deus,
agregam sentido à sua história, a partir da ressignificação do seu
passado, e assim constroem seu futuro. Seu sistema de leis, o esforço
de engenharia e de arquitetura para construção do templo, tudo
impulsionado pela sua concepção religiosa. E mais que isto, o sistema
agregador da religião permitiu ao Judeu sobreviver como povo mesmo
nos extensos momentos em que ele não tinha uma pátria, mesmo
quando sofreu uma perseguição que buscava eliminá-los.
Na fundação do cristianismo, o mundo sofre um impacto bastante
significativo, passando no decorrer da história a ser uma religião
mundial. É através do dele que temos a valorização do indivíduo,
iniciando-se a construção do conceito de dignidade humana. Com a
queda do império romano, é através do cristianismo que se mantêm
os principais pilares da civilização ocidental, seja material ou
intelectualmente. No período da Idade Média, os mosteiros são fontes
do reservatório cultural e intelectual da sociedade, e é por meio da
teologia que surgem os primeiros centros acadêmicos que virão a
tornar-se as universidades na Europa.
Os primeiros centros de assistência social para enfermos, nascem da
caridade cristã, ou seja, hospitais para aqueles que não poderiam
pagar pela assistência médica, talvez o SUS seja uma ideia que nasce
do conceito de caridade que está presente nas religiões. As principais
concepções éticas nascem dos preceitos religiosos, de forma geral
podemos afirmar que a grande maioria das religiões possui um código
de ética que fundamentalmente valoriza o respeito ao próximo,
conforme podemos perceber no alinhamento das declarações de
grandes líderes e livros religiosos.
Jesus: “Faça aos outros o que você quer que façam a você; Rabi
Hillel: “Não faça ao seu vizinho o que você odeia”; Confúcio: “Não faça
aos outros o que você não quer que façam com você”; Alcorão: “Não
trate seu irmão de uma maneira que você mesmo não queira ser
tratado; Mahabarta: “Não faça ao outro o que você não gostaria que
fizessem a você, esta é a parte principal da lei”.
Por mais que se apregoe o fim das religiões, o mundo moderno é
herança dos sistemas religiosos e ainda está impregnado de
religiosidade. É preciso reconhecer a dívida que temos com toda a
estrutura religiosa que a humanidade construiu. Claro que não
podemos esquecer das críticas de Max, Freud e Nietzsche, não se
pode negar que durante o decorrer da história os sistemas religiosos
capturados pelas estruturas de poder usaram dela para justificar
guerras e perseguições, esconder isto seria correr o risco de cometer
os mesmos erros.
Por isto, devemos compreender que precisamos nos atentar para o
uso que o poder faz da religião. É inegável a grande contribuição para
o desenvolvimento humano, a partir disto, compreendemos que as
religiões podem ser um significativo movimento em busca da
harmonia, paz, progresso e dignidade humana.
* Roberto Rohregger é teólogo e mestre em Bioética. Professor da
área de Humanidades do curso de Teologia da Uninter.
Autor: Roberto Rohregger*
Texto retirado site: https://www.uninter.com/noticias/a-influencia-da-religiao-na-sociedade
A ciência e a tecnologia como estratégia de
desenvolvimento
Publicado em 11/07/2019 - Última modificação em 23/12/2020 às 13h45

A Equipe do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade


Um dos principais motores do avanço da ciência é a curiosidade
humana, descompromissada de resultados concretos e livre de
qualquer tipo de tutela ou orientação. A produção científica movida
simplesmente por essa curiosidade tem sido capaz de abrir novas
fronteiras do conhecimento, de nos tornar mais sábios e de, no longo
prazo, gerar valor e mais qualidade de vida para o ser humano.
Por meio dos seus métodos e instrumentos, a ciência nos permite
analisar o mundo ao redor e ver além do que os olhos podem
enxergar. O empreendimento científico e tecnológico do ser humano
ao longo de sua história é, sem dúvida alguma, o principal responsável
por tudo que a humanidade construiu até aqui. Suas realizações estão
presentes desde o domínio do fogo até às imensas potencialidades
derivadas da moderna ciência da informação, passando pela
domesticação dos animais, pelo surgimento da agricultura e indústria
modernas e, é claro, pela espetacular melhora da qualidade de vida
de toda a humanidade no último século.
Além da curiosidade humana, outro motor importantíssimo do avanço
científico é a solução de problemas que afligem a humanidade. Viver
mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo
disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de
outros seres humanos – seja por meio de mais canais de
comunicação ou de melhores meios de transporte – são alguns dos
desafios e aspirações humanas para os quais, durante séculos, a
ciência e a tecnologia têm contribuído.
Uma pessoa nascida no final do século 18, muito provavelmente
morreria antes de completar 40 anos de idade. Alguém nascido hoje
num país desenvolvido deverá viver mais de 80 anos e, embora a
desigualdade seja muita, mesmo nos países mais pobres da África
subsaariana, a expectativa de vida, atualmente, é de mais de 50 anos.
A ciência e a tecnologia são os fatores chave para explicar a redução
da mortalidade por várias doenças, como as doenças infecciosas, por
exemplo, e o consequente aumento da longevidade dos seres
humanos[1].
Apesar dos seus feitos extraordinários, a ciência e, principalmente, os
investimentos públicos em ciência e tecnologia parecem enfrentar uma
crise de legitimação social no mundo todo. Recentemente, Tim
Nichols, um reconhecido pesquisador norte-americano, chegou a
anunciar a “morte da expertise”, título de seu livro sobre o
conhecimento na sociedade atual. O que ele descreve no livro é uma
descrença do cidadão comum no conhecimento técnico e científico e,
mais do que isso, um certo orgulho da própria ignorância sobre vários
temas complexos, especialmente sobre qualquer coisa relativa às
políticas públicas. Vários fenômenos sociais recentes, como o
movimento anti-vacinas ou mesmo a desconfiança sobre a fatalidade
do aquecimento global, apesar de todas as evidências científicas em
contrário, parecem corroborar a análise de Nichols.
Viver mais tempo e com mais saúde, trabalhar menos e ter mais tempo
disponível para o lazer, reduzir as distâncias que nos separam de outros
seres humanos - seja por meio de mais canais de comunicação ou de
melhores meios de transporte - são alguns exemplos dos desafios e
aspirações humanas para os quais, durante séculos, a ciência e a
tecnologia têm contribuído.
Esses fenômenos têm perpassado nacionalidades. No Brasil, no ano
passado, o debate sobre a chamada “pílula do câncer” evidenciou
como o conhecimento científico estabelecido foi negligenciado pelos
representantes eleitos pelo povo brasileiro. A crise de financiamento
recente também é um sintoma da baixa estima da ciência na
sociedade ou, pelo menos, da baixa capacidade de mobilização e de
pressão por uma fatia maior dos recursos orçamentários.
Em editorial recente[2], a Nature faz uma afirmação forte, mas que
pode estar na raiz desses fenômenos: “the needs of millions of people
in the United States (and billions of people around the world) are not
well enough served by the agendas and interests that drive much of
modern science”. Para a revista, portanto, os cientistas e as
organizações científicas deveriam sair de suas bolhas, olhar com mais
empenho para as oportunidades e problemas sociais e procurar meios
pelos quais a ciência possa ajudar a resolvê-los. A revista citou como
exemplo o Projeto Genoma, cujos impactos positivos já foram
fartamente documentados. Mesmo assim, a revista questiona até que
ponto as descobertas do projeto – e os medicamentos e tratamentos
médicos dali derivados – beneficiam toda a sociedade ou apenas
alguns poucos que possuem renda suficiente para pagar por essas
inovações.
Esse questionamento da Nature remete a um outro problema
relevante e que afeta a relação entre ciência e sociedade. A despeito
da qualidade de vida de todos ter melhorado nos últimos séculos, em
grande medida graças ao avanço científico e tecnológico, a
desigualdade vem aumentando no período mais recente. Thomas
Piketty evidenciou um crescimento da desigualdade de renda nas
últimas décadas em todo o mundo, além de mostrar que, no início
desse século, éramos tão desiguais quanto no início do século
passado[3]. Esse é um problema mundial, mas é mais agudo em
países em desenvolvimento, como o Brasil, onde ainda abundam
problemas crônicos do subdesenvolvimento que vão desde o acesso à
saúde e à educação de qualidade até questões ambientais e urbanas.
É, portanto, nesta sociedade desigual, repleta de problemas e onde
boa parte da população não compreende o que é um átomo, que a
atividade científica e tecnológica precisa se desenvolver e se legitimar.
Também é esta sociedade que decidirá, por meio dos seus
representantes, o quanto dos seus recursos deverá ser alocado para a
empreitada científica e tecnológica.
Portanto, a relação entre ciência, tecnologia e sociedade é muito mais
complexa do que a pergunta simplória sobre qual seria a utilidade
prática da produção científica. Ela passa por uma série de questões,
tais como de que forma a ciência e as novas tecnologias afetam a
qualidade de vida das pessoas e como fazer com que seus efeitos
sejam os melhores possíveis? Quais são as condições sociais que
limitam ou impulsionam a atividade científica? Como ampliar o acesso
da população aos benefícios gerados pelo conhecimento científico e
tecnológico? Em que medida o progresso científico e tecnológico
contribui para mitigar ou aprofundar as desigualdades
socioeconômicas? Em face das novas tecnologias, cada vez mais
capazes de substituir o ser humano nas suas atividades repetitivas,
como será o trabalho no futuro? Essas são questões cruciais para a
ciência e a tecnologia nos dias de hoje.
[1] Cutler, Deaton, e Lleras-Muney (2006)
[2] http://www.nature.com/news/researchers-should-reach-beyond-the-
science-bubble-1.21514
[3] Piketty (2014)

Texto retirado do site do IPEA

https://www.ipea.gov.br/cts/pt/central-de-conteudo/artigos/artigos/116-a-ciencia-e-a-
tecnologia-como-estrategia-de-desenvolvimento
Com base nos seus conhecimentos adquiridos, disserte sobre as afirmações
propostas abaixo.

Você vai escolher uma das afirmações abaixo e colocar como título de sua
dissertação.

1 – Para a vida em sociedade, a religião é mais importante do que a ciência.

2 – Para a vida em sociedade, a ciência é mais importante do que a religião.

3 – A ciência e a religião têm a mesma importância para a vida em sociedade.

4 – Ciência e religião, um dialogo possível.

5 – Caso nenhuma das concepções se enquadre no seu ponto de vista crie o título de
sua redação e disserte sobre.

Obs. A redação tem que respeitar o que exige a norma culta da língua portuguesa.

Entre os itens que terão mais importância estão: organização do pensamento em


introdução, desenvolvimento e conclusão; coerência e coesão. A não observância de
algum destes itens será atribuída nota zero a dissertação.

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