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Tema: Em que se debruça na Teologia narrativa dos evangelhos?

Dentre as muitas tendências, podemos destacar a teologia narrativa dos evangelhos como
uma de grande importância no passado mesmo que como tal não tenha sido reconhecida, de
crescente interesse no presente e com significativas contribuições para o futuro da teologia,
que, por sua vez, se encontra ante o perigo de uma volta ao dogmatismo e à intolerância ou de
diluição de seu pensamento e seus argumentos como saída para a crise do discurso na
actualidade (Gundry, 2013). Ao lado das teologias dogmáticas, místicas, sapienciais e
históricas, a teologia narrativa aponta caminhos criativos para interpretação da nossa fé e
interlocução com diferentes campos de nossa cultura e religiosidade. Estes caminhos não se
encontram como meros prolongamentos dos outros já conhecidos e trilhados, os quais sejam,
talvez, mais representativos de estruturas religiosas rígidas.

Para Davidson, F. (1982), “a teologia narrativa dos evangelhos procura se aproximar da fala
dos sujeitos e da narratividade da fé que se dá nos grupos e nos diferentes estratos da cultura
e da sociedade” (p.78).

As narrativas funcionam como sustentação da identidade moral particular de uma


comunidade religiosa (ou secular) através do recontar suas histórias e pensamentos
tradicionais, como estes são apresentados nas Escrituras ou em outras fontes. Narrativas
formam e sustentam o ethos da comunidade (Barbaglio; Frabris & Maggioni, 1990). Através
de nossa participação na comunidade, as narrativas fornecem a forma à nossa moral, a qual,
por sua vez, afectará o caminho no qual interpretamos ou construímos o mundo e os
acontecimentos e determinará aquela que consideramos a acção apropriada como membros
de uma comunidade.

Para Delorme (1982), os evangelhos são os arquivos de Cristo. Eles são narrativas
cuidadosamente escritas sobre o nascimento, a vida, o ministério, a morte e a ressurreição de
Jesus de Nazaré. A palavra "evangelho" quer dizer simplesmente boas novas (p.45). Os
evangelhos são as narrativas guardadas na memória popular sobre o que Deus fez por
intermédio de Jesus Cristo.

Eles foram escritos pelas pessoas menos prováveis na sociedade da época, que não tinham
nenhum treinamento formal de seminário. Alguns estiveram com Jesus durante o começo do
seu ministério e todos os evangelistas escreveram sobre o que eles viram e ouviram e sobre as
suas experiências. Eles escreveram para cada geração, somente compartilhando o que eles
sabiam sobre a história de Jesus (Fabris & Maggioni, 1978). Os Evangelhos são chamados
Mateus, Marcos, Lucas e João. Cada um deles tem perspectivas e personalidades únicas das
pessoas que amavam Jesus. Eles estão localizados na parte da Bíblia conhecida como “ o
Novo Testamento”, mas algumas pessoas se referiam a eles como as escrituras Gregas.

Todos os livros Sagrados do Novo Testamento foram escritos na língua grega, mais
especificamente, no popular dialecto alexandrino chamado koinê, que era a língua mais
falada ou pelo menos compreendida pelos homens cultos de todas as localidades do Oriente e
do Ocidente do Império Romano. Esse era o idioma de todos os homens instruídos daquela
época (Gundry, 2013). Por essa razão os Evangelistas usaram o grego e não o hebreu para
escrever os Evangelhos, a fim de torná-lo acessível a um maior número de pessoas.
Referências Bibliográficas

Almeida, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. A Bíblia Anotada, Versão Revista e Atualizada.
Editora Mundo Cristão;

Aurélio, Dicionário Eletrônico. Editora Nova Fronteira.

Barbaglio, Giuseppe; Frabris, Rinaldo & Maggioni, Bruno (1990). Os Evangelhos I. São
Paulo: Loyola;

Davidson, F. (1982). O Novo Comentário da Bíblia. 3 vols. São Paulo: Edições Vida Nova;

Delorme, J. (1982). Leitura do Evangelho Segundo Marcos. São Paulo: Paulus;

Fabris, Rinaldo & Maggioni, Bruno (1978). Os Evangelhos. 2 Vols. São Paulo: Edições
Loyola;

Gundry, Robert H. (2013). Panorama do Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova;

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