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INTRODUÇÃO

O objetivo desta apostila é acompanhar e fornecer ao novo convertido o


conhecimento básico necessário para o início de sua nova vida em Cristo.
Optamos por chamar o consolidador de “Anjo da Guarda”, porque traduz de
maneira singela o que nos propomos a fazer: ser os guardadores destes novos
irmãos que nos foram confiados.
Os encontros dos novos convertidos com seus anjos da guarda serão realizados
uma vez por semana, com duração de uma hora aproximadamente. Será um
tempo para promover comunhão, confiança, ensino e oração.
No final destas dez lições, nosso desejo é que os irmãos anseiem por uma
revelação cada vez maior deste Caminho, que é Cristo, e também por continuar
trilhando pelo caminho da visão que lhe será ensinado a cada encontro.
Cremos em um novo tempo, onde os novos convertidos, encerrarão esta etapa
com o desejo no coração de serem futuros líderes de célula.

Atenciosamente,
Equipe Somos Um
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SUMÁRIO

1 – UM NOVO COMEÇO .................................................................. 03


2 – A LEI E A GRAÇA ......................................................................... 08
3 – BATISMO NAS ÁGUAS ................................................................ 13
4 – A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA DE DEUS .................................... 21
5 - A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO ..................................................... 25
6 – SALVAÇÃO E REINO .................................................................... 33
7 – MULTIDÃO, SEGUIDOR OCASIONAL OU DISCÍPULO? ................. 39
8 – QUAL O PROPÓSITO DE DEUS PARA NOSSA VIDA? ..................... 45

9 – PRINCÍPIOS PODEROSOS: DÍZIMOS, OFERTAS E PRIMÍCIAS ....... 51


10 – NOSSA VISÃO ............................................................................ 64
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CAPÍTULO 1

UM NOVO COMEÇO
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; As coisas velhas já
passaram; eis que tudo se fez novo”.
( II Co 5:17 )
Você passou por uma experiência maravilhosa ao ter um encontro pessoal com
Deus. Talvez você tenha começado a perceber que ainda não há nenhuma
mudança externa, mas algo íntimo, interno e profundo tem iniciado . Essa é a
forma de DEUS trabalhar, porque tudo o que Ele faz, sempre será de dentro
para fora.
Em João 3:16 lemos sobre esse imenso amor de Deus que enviou Seu Filho para
se entregar por nós a fim de nos salvar, e ao reconhecê-lo como Senhor e
Salvador, você passou por uma experiência que a Bíblia chama de NOVO
NASCIMENTO, essa é a primeira fase da sua vida cristã.

1. QUEM EU ERA
Por diversas vezes ouvimos a frase popular que diz que “todo mundo é filho de
Deus”, o que a luz da Palavra de Deus, não é verdade! De fato, todos nós somos
criaturas de Deus, isto é, seres criados pelas mãos do Eterno.
É verdade no entanto, que Deus mantinha com o homem, um relacionamento
diferenciado, que envolvia presença, comunhão (Gn 3:8).
Porém com a entrada do pecado na humanidade esse relacionamento foi
interrompido, já que o pecado condenou o homem à morte e a separação
eterna do seu Criador (Rm 6:23).
Por causa do pecado estávamos mortos no espírito (Ef 2:1), incapacitados de se
comunicar com Deus, com o coração
Endurecido, insensível e definitivamente separados do Seu grande amor.
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2. NASCI DE NOVO!
Nossa velha criatura estava contaminada pelo pecado e durante muito tempo,
apesar dos nossos esforços, andamos por um caminho de morte e condenação.
O pecado era a nossa natureza e não havia nada em nós que pudesse mudar
essa realidade.
Ao experimentarmos a realidade deste encontro pessoal e especial com Jesus, a
vida do próprio Deus passou a fluir dentro de nós, e recebemos uma nova
identidade. Agora, já não somos criaturas; não estamos mais condenados; nossa
natureza não é mais a natureza pecaminosa, NASCEMOS DE NOVO e nos
tornamos filhos de Deus.
Não nos tornamos filhos por causa do nosso bom comportamento ou esforço
próprio, mas tão somente, por causa do grande amor de Deus por nós e da
nossa fé em Jesus Cristo como nosso Salvador e Senhor.

“Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados
filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a Ele”.
(I Jo 3:1)

“Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito
de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural,
nem pela vontade da carne, nem pela vontade de algum homem, mas nasceram
de Deus”. (Jo 1:12-13)
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3. UMA NOVA FAMÍLIA


Todos nós nascemos em uma família, e as famílias terrenas, foram estabelecidas
por Deus com o propósito de proporcionar aos seus filhos o ensino de princípios
e valores; para fornecer proteção em um ambiente amoroso e nos preparar
para a vida. Não é diferente agora que nascemos de novo.
A Igreja é uma família, a família de Deus. Ela é formada por pessoas a quem
Jesus capacitou a se tornarem filhos de Deus por Sua graça e mediante a fé em
Sua obra de redenção. A Igreja é uma família constituída de filhos que foram
gerados em Cristo. São homens e mulheres que nasceram de novo pela
conversão e a santificação de suas vidas a Jesus; crentes que receberam do
Senhor o direito de serem Seus filhos e agora são guiados pelo Espírito Santo.
“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos
santos, e da família de Deus”. (Ef 2:19)
Essa família é composta de muitos irmãos, com um ambiente de amor para um
crescimento saudável e que estarão sempre prontos para:

 Nos ajudar a permanecermos firmes no propósito que Deus tem para


nossas vidas;
 Nos animar no período da dificuldade;
 Compartilhar suas experiências com Deus nos guiando pelo caminho, a
fim de que possamos nos tornar maduros espiritualmente;
 Compartilhar da comunhão, pois é na comunhão que Cristo se manifesta,
onde os dons são descobertos e nosso chamado e encargo são gerados.
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4. MINHA NOVA IDENTIDADE


“ As coisas velhas já passaram... tudo se fez novo”.
(II Co 5:17)
Nossa maior dificuldade ao recebermos a Cristo é mudar a nossa forma de
ver, sentir, viver e crer. Quando nascemos de novo, ainda estamos
condicionados pelo padrão de viver que tínhamos antes e por vezes nos
frustramos diante de uma atitude que reconhecemos em nós mesmos e que
não queríamos mais ter.
Uma crença errada gera também um comportamento errado, por isso é tão
importante, deixarmos essa velha natureza para trás, deixar de ser quem
éramos para sermos quem Deus nos chamou para ser.
Haverá necessidade de uma mudança de mente, uma renovação, uma
metanóia. Uma transformação que começará com nosso coração, nossa
mente e alcançará tudo em nossa vida, nos levando para o centro do coração
de Deus e nos fazendo conhecer a Sua boa, agradável e perfeita vontade.

“Não imitem o comportamento e os costumes deste mundo, mas deixem que


Deus os transforme por meio de uma mudança em seu modo de pensar, a fim
de que experimentem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para
vocês”. (Rm 12:2)

A coisa mais importante que precisamos é que nossa nova identidade está
relacionada com nossa posição: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova
criatura é; (II Co 5:17).
Estar em Cristo é se alimentar constantemente da palavra, passar a andar na
companhia d’Ele, carregar Sua presença e entender que a partir de agora
você é servo de Jesus Cristo para sua própria liberdade e não mais escravo do
pecado, porque assim Ele disse:
“Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (Jo 8:36)
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“Tudo se fez novo”, isso significa que você foi recriado, refeito e vive uma
identidade nova e agora um novo caráter passa ser formado, um novo jeito
de agir e de pensar será aprendido. Você não é mais escravo do pecado, você
é livre para viver. A dívida de seus pecados foi paga quando Cristo morreu na
cruz e ao terceiro dia ressuscitou para nos dar perdão, liberdade e vida
eterna com Ele. (Cl 2:13-14; Jo 1:8-9). Agora é seguir em frente e cumprir seu
chamado, sua vocação e fazer tudo o que Deus te chamou para fazer.

5. MAIS QUE VENCEDORES


Nossa identidade hoje é de FILHOS, e filhos muito amados. Precisamos crer
nessa verdade poderosa que o Espírito Santo tem gerado e confirmado em
nossos corações. Nenhuma mentira, maldição ou prisão que o inferno tenha
gerado em nós tem mais validade porque em Cristo Jesus nós somos mais do
que vencedores.
“Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio
daquele que nos amou”. (Rm 8:37)
Crer no que somos, no que a Bíblia diz acerca de nós é o que nos ajudará a
permanecermos no propósito que o Senhor tem para nós. Todos os dias
precisamos repetir para nós mesmos até que isso se torne uma revelação,
uma verdade eterna em nossos corações e mente.
Não argumente com o diabo, pois ele argumentará melhor do que você.
Vença satanás não com armas carnais; mas com a verdade de Deus. Creia na
Palavra de Deus e você será um vencedor!
CONFISSÃO DA PALAVRA
 SOU FILHO MUITO AMADO! (I JO 4:16)
 SOU UMA NOVA CRIATURA! (II CO 5:17)
 SOU MAIS QUE VENCEDOR!(Rm 8:37)
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CAPÍTULO 2
A LEI E A GRAÇA

“Porque a lei foi dada por intermédio de Moisés; a Graça e a


Verdade vieram por meio de Jesus Cristo”. (Jo 1:17)

1.ENTENDENDO O CONCEITO DA LEI


No livro de Êxodo lemos sobre como Moisés foi escolhido por Deus para tirar o
povo de Israel do estado de escravidão que viviam no Egito. Haviam sido
escravos por 430 anos vivendo em opressão até que o libertador chegou,
tirando o povo da escravidão e levando em direção à Terra Prometida. O Senhor
havia dito para Moisés:
“Certamente eu serei contigo; isto te será por sinal de que eu te enviei: Quando
houveres tirado este povo do Egito, servireis a Deus neste monte”. (Ex 3:12)
Este era o monte Horebe, nas colinas do Sinai, em cujo sopé o povo ficou
acampado por dois anos. E no cume do Sinai, Moisés esteve na presença do
Senhor durante quarenta dias sem nada comer. Foi então que Deus lhe deu as
“Tábuas da Lei”, ou os Dez mandamentos, que na verdade representavam a
totalidade da “Lei” ( um conjunto de 613 mandamentos que trazia as bases
para uma vida santa e abençoada). Por meio dela o homem conheceria qual
era a vontade de Deus e buscaria cumpri-la. Em posse da Lei, o povo de Israel
poderia servir ao seu Deus e buscar santidade para adorá-lo.
A lei tinha como propósito revelar ao homem o caráter de Deus, pois Ele é o
padrão de tudo aquilo que Ele exige. Assim o homem, feito a imagem de Deus,
teria um conhecimento de quem Deus é para que pudesse imitá-lo. A lei então
mostrava o que agradava e o que desagradava a Deus e denunciava nosso
pecado, isto é, nossa total incapacidade de sermos aquilo que fomos criados
para ser: a imagem e a semelhança de Deus.
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A. O POVO DE DEUS CONSEGUIU CUMPRIR A LEI?


NÃO. Apesar de Deus entregar normas claras para serem seguidas e
obedecidas, a Lei veio mostrar ao homem a sua total incapacidade de
obedecê-la.
A Lei veio realçar a condição do pecador e apresentar-lhe o único caminho para
sua redenção: o derramamento do sangue inocente para o perdão de suas faltas
(Rm 5:20). O sangue de animais especiais (cordeiros, bodes, novilhos: machos,
sem defeito) era vertido e recolhido numa bacia e derramado nas pontas do
altar do holocausto. Era uma apresentação à justiça de Deus, em busca do
perdão. Não houve um justo sequer, ninguém irrepreensível sobre a Terra,
exceto Jesus, o Cordeiro de Deus.

B. ATÉ QUANDO DUROU O DOMÍNIO DA LEI SOBRE O POVO DE DEUS?


A Lei de Moisés veio até Jesus. O apóstolo Paulo nos diz que a Lei fez o papel de
aio para conduzir-nos a Cristo (Gl 3:24-26).
“Aio” era o professor grego (pedagogo) que se encarregava do ensino e da
tutela das crianças numa família de posses naquela época. Enquanto menores,
as crianças estavam sob a responsabilidade do “aio” e havia o medo de
desagradá-lo. Quando o menino atingisse a maioridade, então deixaria o
professor e prosseguiria, agora, num relacionamento com o pai, na condição de
filho, entretanto com maturidade, assumindo o seu lugar na família.
Jesus veio em nosso socorro e cumpriu toda a lei, morrendo em nosso lugar na
cruz do Calvário. Na cruz levou sobre si as nossas culpas e agora a justiça de
Cristo foi transferida para nós. Ele nos concedeu uma nova vida e nos capacitou
para vivermos em santidade na presença de Deus, dando-nos o seu Espírito
Santo para habitar em nós. O que Jesus fez é graça. Maravilhosa graça.
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2.CONHECENDO A GRAÇA DE CRISTO


O que é a graça de Deus? Como ela age em nós? A definição mais
conhecida para “graça” é: “favor imerecido”. Ela envolve o perdão, a salvação, a
regeneração, o arrependimento e o amor de Deus que nós não merecíamos e
mesmo assim recebemos.

“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom
de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie”. (Ef 2:8-9 )

A Graça é tudo aquilo que Deus fez por mim, é um favor que eu não mereço, é
Deus dando tudo para aqueles que nada merecem. A graça é uma pessoa, a
graça é Cristo. A graça salva, justifica, edifica, redime, perdoa, confere uma
herança, posição, um trono do qual podemos nos aproximar confiadamente por
misericórdia e socorro, ensina-nos a viver e nos dá uma bendita esperança.
“Graça significa que não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e
graça significa também que não há nada que eu possa fazer para Deus me amar
menos” (Philip Yancey).

A Lei exige que você faça, a Graça faz por você!


Deus sabia que não seríamos capazes de viver em santidade enquanto
vivêssemos sob o domínio desta natureza pecaminosa herdada de Adão, após a
sua queda no Éden. Ele providenciou, por causa de seu grande amor e de sua
misericórdia infinita, para todos os homens, indistintamente o “escape”, a
salvação, o perdão de seus pecados, por meio do sangue inocente do Cordeiro
de Deus, o seu próprio e imaculado Filho, Jesus.
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3. AGORA O CRENTE ESTÁ SOB A “LEI DE CRISTO” QUE É MAIS ABRANGENTE


QUE A LEI DE MOISÉS:
O próprio Jesus fez questão de enfatizar a diferença que havia entre o viver de
acordo com a lei do velho testamento e a nova vida de acordo com a lei de
Cristo. Veja alguns exemplos:
 Enquanto a lei proibia o adultério, constatado pelo ato físico, Jesus disse
que a intenção do coração (apenas no olhar impuro) fazia do homem
culpado de ter cometido o pecado do adultério.
 “Olho por olho, dente por dente” e “não matarás” eram a justiça da lei,
mas o Senhor Jesus afirmou que não deveria haver no coração do seu
discípulo nenhuma mágoa, ou ressentimento, pelo contrário, deveria
perdão e amor.
O amor é a lei de Cristo. O amor vence todas as barreiras, lança fora o medo e
traz ao coração a verdadeira paz (Jo 13:34; Rm 8:39; I Jo 4:18)

4. COMO PODEMOS RESUMIR A LEI E VIVER NA GRAÇA?


A Lei então é tudo aquilo que eu tento fazer para alcançar o favor de Deus, para
ser aceito por Ele, e neste aspecto precisamos entender que não há em nós
nenhuma bondade, bom comportamento, honestidade ou justiça própria que
seja suficiente para satisfazer as exigências da Lei. Não há como obedecer
perfeitamente a todos os mandamentos, para então ser abençoado. Portanto,
pela lei estamos completamente condenados.
A lei obriga a olhar para dentro de nós mesmos e a conhecermos nossa
verdadeira realidade e condição de pecador. Segundo Paulo a lei nos trouxe o
pleno conhecimento do pecado (Rm 7:7- 9) e que a Lei foi um MINISTÉRIO DE
MORTE e CONDENAÇÃO. E por quê? Porque o papel era mesmo o de
CONDENAR e MATAR! (II Co 3:7-9).
A Lei, em si mesma, é boa, justa e santa, mas o homem não foi capaz de cumpri-
la por seu esforço próprio. Somente o Espírito Santo pode nos capacitar para
viver uma vida reta em santidade na presença de Deus.
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Toda lei se resume no amor. O amor ao Senhor em primeiro lugar e o amor ao


próximo como a si mesmo. Jesus ainda deu aos seus discípulos um novo
mandamento:
“Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns
aos outros vos ameis.”(Jo 13:34).
LEVE ISTO A SÉRIO!
O legalismo é a falsa obediência a lei de Deus; é acreditar que o homem
consegue guardar a lei com suas próprias forças e que com a guarda da lei, se
obtém favores de Deus. O legalismo produz uma falsa sensação de santidade e
um caráter arrogante. Jesus combateu severamente os legalistas fariseus e o
apóstolo Paulo aos legalistas judaizantes que perturbavam a igreja.
Na carta aos Gálatas, Paulo ensina sobre o perigo de voltar a viver sobre o
“legalismo” e deixar a alegria da “graça”(Gl 5:4). O crente vive sobre a graça.
Nós dependemos totalmente do Espírito Santo para viver a vida cristã em amor
na alegria da sua comunhão maravilhosa.
Somos justificados pela fé, e não por obras: “...sabendo, contudo, que o homem
não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também
temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e
não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado”(Gl 2:16).
Não somos salvos pelo que fazemos, somos salvos pelo que Cristo fez, só
precisamos crer. A graça nos tira da escravidão do pecado!
Antes de conhecer a graça o homem não conseguia não pecar, pois era escravo
do pecado, porém quando deixamos de viver debaixo da lei e vivemos a graça, o
pecado não tem mais domínio sobre nós.
“Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estamos mais debaixo
da lei, e sim da graça”. (Rm 6:14)
LEI X GRAÇA
É o que você é para Deus. É o que Deus é para você!
Nos faz conscientes de nós mesmos. Nos faz conscientes de Cristo!
Nos desafia a fazer. Nos desafia a crer!
É buscar justiça própria. É receber a justiça que vem de Cristo!
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É o nosso amor de Deus. É saber o quanto sou amado por Ele!

CAPÍTULO 3
BATISMO NAS ÁGUAS
A salvação em Cristo é o ponto de partida para uma jornada transformadora! A
Bíblia ensina sobre a importância do batismo nas águas para todos os que
entregam sua vida a Jesus. Não se trata de uma opção ao cristão convertido, ou
algo facultativo, mas uma direção!

“Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo
foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos em
novidade de vida”. ( Rm 6:4)

O batismo nas águas é portanto, a confissão pública do senhorio de Jesus sobre


a nossa vida. É a manifestação exterior daquilo que se processou no mundo
espiritual quando nos entregamos à ele. É um ato físico que expressa uma
verdade espiritual, que por meio desse ato dizemos que compartilhamos com
Cristo a sua morte e ressureição.
O batismo nas águas é um belo quadro do que o nosso Senhor fez por nós.
Quando estamos completamente imersos na água, simbolizamos o
sepultamento com nosso Senhor; somos batizados em sua morte na cruz e não
somos mais escravos do pecado ( Rm 6:3-7).
Quando somos levantados da água, somos simbolicamente ressuscitados para
uma nova vida em Cristo, para estar com Ele para sempre, nascidos na família
do nosso Deus amoroso (Rm 8:16).
Ao fazer sua confissão pública, através do batismo nas águas, você estará
fazendo a mesma declaração de Paulo em (Gl 2:20): “Estou crucificado com
Cristo, e já não vivo eu, mas Cristo vive em mim”.
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1.POR QUE DEVEMOS SER BATIZADOS NAS ÁGUAS?

 Deus faz aliança com quem passa pelas águas:


No decorrer da história vemos que Deus proporciona situações para que
os seus escolhidos transpassem as águas.
 Adão (Gn 2:10;3:23): quando passou por um dos rios que cercavam o
jardim;
 Noé (I Pe 3:20-21): quando entrou e saiu da água do dilúvio;
 Moisés e o povo de Israel (I Co 10:1-2): batizados na nuvem e no
mar;
 Josué e uma nova geração do povo de Israel ( Js 3:17): passaram o
Rio Jordão.
 É uma ordenança de Jesus:
O batismo é uma ordenança clara de Jesus para todo aquele que n’Ele crê:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-as em nome
do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
 É um selo da fé:
O batismo deve ser visto como um selo da justiça que vem pela fé, e
evidentemente deve seguir a fé, como determinam as palavras finais de
Jesus que se encontram registradas no evangelho de Marcos: “E disse-lhes:
Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e
for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado”(Mc 16:15-
16).
Esta é a razão por que não batizamos e nem tampouco validamos o
batismo de crianças; é necessário crer primeiro e então se batizar.
Obedecemos ao princípio bíblico de apresentar os filhos ao Senhor, mas só
batizamos depois que puderem crer e professar sua fé.
 É a circuncisão do coração:
No velho testamento, os judeus tinham como selo de sua fé a circuncisão;
no novo testamento a circuncisão foi suprimida, sendo vista
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simbolicamente no batismo: “Nele também fostes circuncidados, não por


intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a
circuncisão de Cristo; tendo sido sepultados juntamente com ele no
batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus,
que o ressuscitou dentre os mortos”. ( Cl 2:11-12)
Hoje essa circuncisão acontece no coração (Rm 2:28-29), e Paulo a
relaciona com o batismo.

2. Quem pode se batizar?


 Para quem é o batismo?
A explicação anterior responde esta indagação: para todo aquele que se
identifica pela fé com o sacrifício de Cristo na cruz.
 Depois de ter reconhecido por fé a obra de Cristo, quando a pessoa
passa a estar apta para o batismo? Quanto tempo ela tem que ter de
vida cristã para poder se batizar?
A Bíblia responde com clareza estas questões. Em Atos 8:36-38, lemos
acerca do primeiro batismo cristão apresentando em maiores detalhes na
Bíblia. Neste texto, temos um modelo para a forma de batismo e ali vemos
que já na evangelização, o batismo era ensinado aos novos convertidos, o
que nos faz saber que ninguém deve demorar para se batizar após ter
feito sua decisão de servir a Jesus.
Outro critério para o batismo eu vemos neste texto de Atos aparece
quando o etíope pergunta: “Eis aqui água, que impede que eu seja
batizado”? A resposta de Felipe vem trazendo luz sobre o requisito básico
para o batismo: É lícito, se crês de todo coração”(At 8:36-37). Quando a
pessoa foi esclarecida sobre a obra redentora de Jesus Cristo, e crê, está
pronta para ser batizada.
Fazendo uma analogia, o batismo nas águas é como um bebê no útero de
sua mãe, que é gerado até estar pronto para nascer. Da mesma forma, o
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ato do batismo nas águas traz o sentido desse nascimento, mas de forma
espiritual!
3. Como se batiza?
A palavra “baptismos” no grego significa: “imergir; mergulhar; colocar para
dentro de”. Como o batismo é uma identificação com Cristo em sua morte
e ressurreição, e é isto que a imersão significa. (Rm 6:4; Cl 2:12)
Quando Felipe batizou o etíope, eles pararam em um lugar onde havia
água. A Bíblia diz que ambos entraram na água (At 8:38-39). Certamente
aquele eunuco viajava abastecido com água potável; se fosse o caso de
praticarem a aspersão havia água suficiente naquela carruagem para isto,
mas batizar é imergir!
Não foi à toa que João Batista se utilizou do rio Jordão para batizar.
Depois, mudou o local de batismo para Enom, perto de Salim, e a razão
para isto é descrita pelo apóstolo João em seu evangelho: “porque havia
ali muitas águas” (Jo 3:23).
Além da água, é necessário alguém que ministre o batismo ao novo-
convertido, uma vez que não existe auto batismo na Bíblia. E quem pode
batizar? Quem tem autoridade para isto? Só o pastor? Não! A ordenança
de Jesus é clara: Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações,
batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19).
Jesus mandou fazer discípulos e depois batizá-los. A ordem já subentende
que quem faz o discípulo tem autoridade para batizá-lo. Felipe era apenas
um diácono, fazendo o trabalho de evangelista; não era o pastor de igreja
nenhuma, e batizou!
Paulo disse aos coríntios que não havia batizado quase ninguém entre
eles; entendemos que mesmo se tratando de seus filhos na fé, ele
provavelmente tenha passado esta tarefa a outros cooperadores, que não
eram pastores.
Em nossa igreja, os pastores conduzem o batismo por uma questão de
ordem, mas não porque só pastores possam batizar. Assim como os
pastores pregam e isto não quer dizer que só eles possam pregar, assim
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também é com o batismo. Num batismo eles podem chamar o líder de


célula ou o discipulador da pessoa para batizar o novo convertido.

4. Como saber se estou pronto para o batismo?


A questão é que muitas pessoas adiam desnecessariamente o dia de seu
batismo e do novo nascimento achando que precisam “sentir” a
necessidade de serem batizadas ou que “ainda estão pecando” ou “que
ainda não abandonaram todo os pecados”; e acabam encontrando
desculpas religiosas, por um medo incoerente de entregar plenamente sua
vida a Cristo.
Não podemos tornar difícil o que é fácil! O ato do batismo é de obediência
à palavra de Deus e à vontade de Cristo para o homem. O batismo é uma
aliança não com homens ou instituições, mas com Jesus Cristo!

5. O BATISMO E O REINO
O batismo não salva ninguém. Jesus disse que “quem crer (e for batizado por
crer) será salvo e quem não crer será condenado” ( Mc 16:16); note que ele não
disse “quem não for batizado será condenado”, mas sim “quem não crer”.
O batismo segue a fé que nos leva à salvação, mas ele em si não é um meio de
salvação. Que o diga aquele ladrão que foi crucificado com Cristo e a quem
Jesus disse que estaria com ele ainda aquele dia no paraíso (Lc 23:39-43); ele
somente creu e nem pôde ser batizado, mas não deixou de ser salvo por isto.
O batismo, portanto, não salva, mas nem por isso deixa de ser importante e
necessário. Aquele ladrão não tinha condições de passar pelo batismo, mas
alguém que cré deve obedecer à ordenança de Cristo e ser batizado, caso
contrário estará em deliberada desobediência a Deus, o que poderá impedir-lhe
de entrar no reino.
"E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre,
vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não
for com ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que
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aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse Nicodemos:
Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar
no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no
reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo".
(Jo 3.1-7)

A. AQUELE QUE NÃO NASCER DE NOVO NÃO PODE VER O REINO : Quando
recebo a Jesus na minha vida eu passo a enxergar o reino de Deus. A bíblia
diz que "o homem natural não compreende as coisas espirituais porque lhe
parece loucura, porque são discernidas espiritualmente" (1 Co 2.14). Não
há possibilidade de alguém que não nasceu de novo no espírito ter a
revelação da Palavra de Deus.

B. AQUELE QUE NÃO NASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO NÃO PODE ENTRAR


NO REINO: Não entrar no reino, não significa perda da vida eterna, mas de
não reinar com Cristo. Você pode ser um cristão vencedor e reinar com
Cristo, ou um cristão derrotado e sofrer a disciplina de Deus durante o
milênio.

Depois de receber a Cristo o próximo passo é evidenciar essa aliança


através do batismo nas águas. O diabo sabe que não pode levar para o
inferno um salvo, mas vai tentar arrancar dos salvos o direito de reinar
com Cristo.

 Posição legal é aquilo que é nosso por direito. Em Cristo Jesus somos
vencedores porque Ele já pagou o preço pelos nossos pecados; morreu
e ressuscitou; subjugou principados e potestades. Ele venceu e porque
nós estamos n'Ele também somos vencedores. A posição de Cristo é a
nossa posição.
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• Posição experimental, é tomar na experiência aquilo que já é verdade


legalmente. É possível ser herdeiro legal de uma grande fortuna e na
prática viver na miséria absoluta. Alguns são filhos do Rei, mas vivem
como se fossem escravos.

6. O BATISMO E A CEIA
O Novo Testamento registra de forma clara uma sequência de acontecimentos
relacionados a pregação do Evangelho. Em primeiro lugar, a pessoa precisa crer
em Jesus e ser batizada. Consequentemente, ela deve ser instruída nos
mandamentos da Palavra de Deus (Mt 28.19).

Essa sequência fica bem evidente em Atos 2:38, após o sermão pregado
pelo apóstolo Pedro. As pessoas se arrependeram e creram em Jesus, e
imediatamente foram batizadas. Naquele dia quase três mil pessoas
receberam o Evangelho e foram batizados.

Na sequência do mesmo texto, o escritor do livro de Atos informa o que


aconteceu com as pessoas que foram convertidas a Cristo. Ele diz que elas
"perseveraram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, e no partir do
pão, e nas orações" (At 2:42).

Desta maneira, fica muito claro que a Ceia do Senhor é reservada para a
comunhão dos que estão em Cristo e formam seu corpo. A Ceia não é
apenas um ritual religioso, mas um ato de discernimento e de muita
importância. Se não houver significado, não será a Ceia do Senhor. Sendo
assim, só está apto a participar da Ceia aquele que consegue discernir o
seu significado. Se não for assim, o propósito da Ceia do Senhor é
desvirtuado. Ceia é o que chamamos de "pão dos filhos" e nós nos
tornamos filhos de Deus por meio da fé e isso vem acompanhado do
batismo nas águas para sermos revestidos de Cristo (Gl 3:27).

Em I Coríntios 10:17, Paulo diz que participamos de um único pão porque


somos membros do corpo de Cristo. Um descrente não faz parte do corpo
de Cristo e por isso não pode participar da mesa do Senhor. É verdade que
Página 20

não existe nenhuma orientação bíblica proibindo as pessoas de fora de


participarem da Ceia, mas o Senhor nos deu instruções que nos levam a
concluir que a Ceia vem depois de crer e ser batizado.

Em Mateus, o Senhor disse aos seus discípulos "Ide, portanto, fazei


discípulos de todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho
ordenado" (Mt 28:19-20). Veja a sequência: Façam discípulos; batize-os e
depois; ensine-os a guardar o que lhes tenho ordenado. A Ceia foi algo que
Ele nos ordenou; portanto, antes de participar da ceia, vem o ser feito
discípulo e ser batizado. E a pergunta a se fazer é: Se eu cri, o que me
impede de ser batizado? Nada! Agora se eu não cri, não estou salvo e a
eternidade longe de Deus é um problema para mim.

"Porquanto, todos vós sois filhos de Deus por meio da fé que tendes em
Cristo Jesus, pois todos quantos em Cristo fostes batizados, de Cristo vos
revestistes”. (Gl 3:26-27)

PRATICANDO: O QUE PODE IMPEDIR ALGUEM DE PASSAR PELO BATISMO


NAS AGUAS?
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VOCÊ JÁ É BATIZADO NAS ÁGUAS?


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SE VOCÊ RESPONDEU NÃO, GOSTARIA DE TOMAR ESSA DECISÃO?


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CAPÍTULO 4

A IMPORTÂNCIA DA PALAVRA DE DEUS

A Bíblia é um conjunto de livros, formatados pelo Concílio de Cártago em 397 dC


e depois confirmado pelo Concílio de Trento. Este cânon é composto por 66
livros escritos por homens, mas inspirados por Deus e reconhecidos pela igreja.

Dicionário: A palavra "Concílio" significa assembleia reunida por convocação e,


na Igreja, um concílio sempre teve como objetivo discutir, definir e deliberar
sobre questões de doutrina, fé, pastorais e costumes.

No sexto século depois de Cristo, a Bíblia foi considerada um livro perigoso e


que provocava um certo tipo de demência, pois quem a lia começava a se
comportar de forma diferente do que a religião da época determinava. Durante
1.000 anos a Bíblia ficou fechada. Este período da idade média ficou conhecido
como a idade das trevas.

No século XVI, através da reforma protestante, Martinho Lutero foi usado por
Deus para liberar o acesso a Bíblia. Até então só existia a versão VULGATA
(traduzida para o latim) que era utilizada nas liturgias da igreja católica. Com a
reforma, a Bíblia foi traduzida para o alemão e depois para o português por João
Ferreira de Almeida, e essa é a versão que temos utilizado, com as devidas
atualizações gramaticais.

Porém a graça sobre este livro se manifesta no sentido de que, por todos os
anos da sua existência, seu conteúdo tem sido preservado com fidelidade, e isto
se deve em função da sua inspiração divina, isto é PNEUMA (espírito, vento,
sopro de Deus), sobre a vida dos seus autores.
Página 22

“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita: as palavras que


eu vos digo são espirito (pneuma) e vida" (Jo 6:63)

A Palavra de Deus é um livro especial e ela mesma declara sua origem em


II Timóteo 3.16 – “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa
para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça”.

Se lermos a Bíblia apenas como fonte de conhecimento e informação, ela


não será capaz de produzir nada em nós, porém quando a lemos como
sendo a PALAVRA DE DEUS ela será vida e esse conhecimento na mente
trará a revelação ao nosso espírito.

Quando há revelação, há fé, há vida transbordando, há transformação.


Revelação é ver do ponto de vista de Deus, ver como Deus vê. Tudo que
Deus faz é por meio da Palavra, tudo foi criado por meio da Palavra. Tudo
que existe, veio a existência por meio da Palavra. Quando falamos que
somos fracos isso se torna uma realidade, mas quando declaramos que
somos fortes, veremos o poder de Deus se manifestando.

O apóstolo Paulo sempre orava para que o Senhor concedesse revelação e


entendimento, para que a igreja recebesse uma compreensão espiritual da
Palavra de Deus, isto é que o texto ganhasse vida e o coração fosse
incendiado pela verdade de Deus (Ef 1:15, 3:14, 3:18; Fl 1:9).

1. A PALAVRA DE DEUS É VIDA

A palavra de Deus é espírito e vida, e quando a ouvimos, recebemos vida


de Deus dentro de nós. Todas as vezes que conhecemos mais a Cristo por
meio da palavra, mais parecidos com Ele nos tornamos.

"O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos
digo são espírito e vida" (Jo 6:63)

Quando falamos da palavra de Deus, não estamos falando de assuntos


históricos que não produzem efeito nos dias de hoje, estamos falando de algo
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que tem vida, e entra em nós gerando vida também, e que começa a
transformar nossa maneira de pensar, nossos sentimentos e nosso
comportamento:

"Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada


alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração” (Hb 4:12)

2. A PALAVRA É INSPIRADA POR DEUS

Para que a Palavra de Deus possa gerar mudança em nossas vidas, precisamos
crer que ela verdadeiramente foi inspirada por Deus, não pode haver dúvidas
em nosso coração quanto a legitimidade, caso contrário daremos espaço em
nossas vidas para a incredulidade. (II Tm 3:16)

3. A PALAVRA DE DEUS GERA FÉ

Todas as vezes que ouvimos a palavra de Deus, mais fé é gerada dentro de nós.
Sempre que convidamos alguém para ir à igreja, ouvimos algo como "eu tenho
fé, e não preciso ir à igreja"; porém é difícil crer que alguém que não ouça a
palavra de Deus consiga de fato ter fé, porque a Bíblia diz que precisamos ouvir
para ter fé. Quanto mais nos alimentarmos da palavra de Deus mais fé teremos.

"De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir é pela Palavra de Deus". (Rm 10:17)

4. A PALAVRA DE DEUS É UMA ARMA ESPIRITUAL

Em Efésios 6 o apóstolo Paulo ensina aos irmãos que se revistam de toda


armadura de Deus, porém todas as partes da armadura são de alguma forma
para se defender, menos a espada, citada no verso 17, pois sabemos que a
espada em uma guerra, era utilizada para atacar, e a espada representa a
palavra de Deus.
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O Gládio era a espada utilizada pelas legiões romanas. Era uma espada curta, de
dois gumes, de mais ou menos 60 cm, mais larga na extremidade. Era muito
mais uma arma de perfuração do que de corte, ou seja, devia ser utilizada como
um punhal, ou uma adaga, no combate corpo-a-corpo. Por ser uma arma de
fácil manejo possibilitava ao soldado maior êxito na batalha. Apesar de ser uma
arma de porte médio era também usado como arma de defesa e não somente
de ataque.

A palavra de Deus é a espada do crente. Ela é a arma que o Espirito usa em suas
batalhas. A palavra de Deus pode ser usada tanto na defesa como no ataque ao
inimigo. O conhecimento da Palavra de Deus é responsável por nos manter de
pé diante do Senhor. Ele nos livra dos laços de Satanás.

Jesus usou essa arma preciosa para se defender do inimigo (Mt 4:1-8). E essa foi
a causa de sua vitória sobre Satanás. É por meio da palavra e no nome de Jesus
que desfazemos toda obra do diabo, e vencemos as tentações.

5. A PALAVRA LIBERTA

Todas as vezes que ouvimos a palavra de Deus que é a verdade, somos libertos
de algo. A libertação, não vem somente por meio de oração e sim por meio da
revelação da palavra de Deus.

"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". (Jo 8.32)

6.PRECISAMOS PERMANECER NA PALAVRA:

Além de buscarmos incessantemente a palavra de Deus, devemos


permanecer nela, porque Jesus disse em João 8:31 que aquele que
permanece na palavra é verdadeiramente discípulo.
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CAPÍTULO 5

A IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

O que a Bíblia ensina sobre como orar? Com certeza vamos encontrar muitos
textos bíblicos falando sobre a oração, sobre sua necessidade sobre seus
resultados, mas talvez o texto bíblico mais claro acerca de como orar é o que
está em Mateus 6:5-13, quando Jesus ensina seus discípulos sobre como orar.

1. "QUANDO ORARES"

É interessante que o versículo 5 inicia com uma afirmação da prática de oração


na vida diária: E quando orares... observe que Jesus não diz: Quando vocês
tiverem um tempo e quiserem orar quando vocês tiverem problemas e
precisarem orar; mas diz claramente "QUANDO ORARES".

Ao lermos este versículo percebemos que a oração não é uma fórmula mágica,
um amuleto, mas um hábito da vida cristã que traz resultados poderosos,
estreitando nosso relacionamento com Deus; nos dando oportunidade de
abrirmos nosso coração para Ele e também de abrirmos nossos ouvidos para
ouvi-Lo falar conosco.
Não queremos estabelecer aqui quantas vezes devemos orar por dia, por
quanto tempo, qual o melhor horário; de joelhos ou em pé, de olhos abertos ou
fechados; até porque a Bíblia não tem normas específicas acerca desta disciplina
espiritual, mas enfatiza a necessidade de cristãos verdadeiros orarem em todo o
tempo (I Ts 5:17) e de nunca deixar de lado o exercício da oração (Ef 6:18).

Mas o que significa orar em todo o tempo ou orar sem cessar? É claro que
não significa você abandonar todas as suas atividades e responsabilidade
para passar o dia em oração, e é claro que se você puder fazer isso será
maravilhoso, mas orar em todo tempo é manter o espírito em oração,
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declarando nossa confiança e dependência, é estar em contato direto com


Ele e reconhecê-Lo como o Senhor das nossas vidas. Tudo está sob o
controle de Deus e seu prazer é nos abençoar (Fl 4:19).

2. "NÃO SEJAIS HIPÓCRITAS"

Além de mostrar este princípio da necessidade de uma vida de oração,


também nos ensina a orar com humildade entendendo o propósito da
oração. Quando oramos, não podemos ser como os hipócritas (falsos,
fingidos), que fazem da oração um espetáculo a si mesmos. Nos dias de
Jesus os fariseus tinham o costume de orar em locais públicos para que
pudessem ser vistos pelos homens e serem reconhecidos como
"espirituais", e quando agimos assim, podemos obter o reconhecimento
dos homens e, como disse Jesus, já obtivemos nossa recompensa (dos
homens e não de Deus).

Não se trata de sermos reconhecidos por nossa espiritualidade ou de


ganharmos destaque porque somos "super-espirituais", se trata de
entendermos que a oração é um canal para falar com Deus e para ouvirmos
Deus falar conosco.

A questão aqui não é se devemos orar em público ou em secreto; sozinhos ou


acompanhado dos irmãos, mas sim de entendermos o propósito da oração que
é a comunicação com Deus. Ter um tempo a sós com Deus é importantíssimo, o
próprio Jesus muitas vezes se retirava para orar. Estar reunido com nossos
irmãos em Cristo e concordar em oração, também é um hábito precioso
praticado pela igreja primitiva, que se reunia regularmente para orar e os
crentes levantavam suas vozes em unanimidade para clamar a Deus (At 1:14,
2:42-43, 4:24, 12:5).
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3. "NÃO USEIS DE VÃS REPETIÇÕES"

Em Mateus 6:7 Jesus nos alerta a não usar vãs repetições, como se um mantra
repetido várias vezes pudesse nos dar maior poder ou maiores resultados. Não
há fórmulas ou cartilhas para uma oração poderosa, pois Deus não fica
impressionado com palavras bonitas; poéticas ou eloquentes. Na verdade, o que
impressiona Deus é um coração quebrantado (Sl 34:18).

4. "ORARÁS A TEU PAI"

A Bíblia ensina que há somente um mediador entre Deus e os homens. ESSE


MEDIADOR É JESUS CRISTO (I Tm 2:5). Então não adianta querer orar aos anjos
ou aos santos que já morreram, porque além de isto não ter base bíblica alguma
e consistir em idolatria, também é uma perda de tempo.

Mas surge a pergunta: Devemos orar ao Pai ou também podemos orar ao Filho
e ao Espírito Santo? Em geral, as orações na Bíblia são dirigidas ao Pai. Mas não
é um erro orar a Deus em seu caráter triuno. Isso significa que também
podemos orar a qualquer uma das pessoas da divindade, pois elas são um único
Deus.

Então nós podemos orar diretamente a Cristo (At 7:59; Rm 10:8-13;II Co 12:7-9).
O próprio Senhor Jesus disse: "Tudo o que pedirdes em meu nome, eu o farei”
(Jo 14:14). Estevão entendeu isto e na ocasião de sua morte orou a Cristo
dizendo: "Senhor Jesus, recebe o meu espírito"(At 7:59).

Frequentemente ouvimos irmãos dizendo que estão de mal com Deus. Dizem
isso porque pecaram e imaginam que agora Deus está irado e muito zangado
com eles, e nem de longe vai lhes ouvir a voz quando orarem. Isso é uma grande
mentira do diabo. Você não pode estar de mal com Deus se já foi reconciliado
pelo Sangue de Jesus. Jamais pense que não é a vontade de Deus ouvi-lo. Se
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houver a menor sombra de dúvida de que a vontade de Deus é ouvi-lo, você não
terá fé para orar. A nossa fé depende do conhecimento da graça de Deus.

"Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por
ele salvos da ira". (Rm 5:9)

"Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus,
Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua
carne". (Hb 10:19-20)

Não há exemplos bíblicos de orações feitas ao Espírito Santo, mas isso não
significa que seja proibido. Precisamos lembrar que o Espírito Santo nos foi
dado como Consolador (Jo 14:16-26), além de ser parte da triunidade, assim
como o Pai e o Filho e de nos ajudar em nossas orações quando não sabemos
como pedir (Rm 8:26).

5. ACESSO LIBERADO

A Bíblia ensina que devemos orar em nome de Jesus Cristo (Jo 14:13-14, 15:16,
16:23-24), pois por causa de Cristo o acesso a presença de Deus foi liberado.
Não podemos orar a Deus com base em nosso próprio mérito, mas pela graça
manifestada em Cristo, que é o nosso Mediador e através do qual temos acesso
ao trono da graça (1 Tm 2:5).

6. ORE COM FÉ E ALINHADO À VONTADE DE DEUS

O requisito básico para oração é crer em Deus. A Bíblia diz: "Sem fé é impossível
agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que
recompensa aqueles que o buscam" (Hb 11:6).

A fé não torna nossos pedidos irrecusáveis ou nos garantem respostas rápidas e


certas em todas as coisas. Mas orar com fé significa ter plena confiança em Deus
e encontrar conforto em saber que Ele tem o melhor para os seus filhos, ainda
que em algumas circunstâncias talvez isto não pareça claro para nós.
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Seja específico, mas em linha com a Palavra de Deus e com o Espírito Santo. Se
pedirmos algo fora da Palavra de Deus, não teremos como receber. Talvez você
possa pensar que o Senhor Jesus tem coisas mais importantes para fazer do que
se importar com seus problemas, mas o Senhor tem prazer em ouvir a oração
dos Seus filhos e abençoá-los.

O amor de Deus por você é infinitamente detalhista. Qualquer coisa pequena


que o faz chorar também toca o coração d'Ele. Ele não é Deus distante que está
preocupado apenas com as grandes questões do universo. Seu pequeno mundo
é importante para Ele. Essa é a razão por que precisamos ser específicos em
nossas orações.

“Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo;
vocês valem mais do que muitos pardais". (Lc 12:7)

"Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós".
(I Pe 5:7)

"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em
tudo, conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças".
(Fl 4:6)

7. ORE SABENDO QUE A ORAÇÃO É UM PRIVILÉGIO

Orar é um dos maiores privilégios que podemos ter nesta vida. A maioria de nós
vive neste mundo sem nunca ter a oportunidade de dirigir a palavra a uma
pessoa considerada importante e notável. Mas através da oração nós temos o
incalculável privilégio de falar com o Rei do universo, o Senhor da História.

Esse privilégio vai ainda mais além porque, mediante Cristo, podemos chamar
esse Deus Todo-Poderoso de "Pai nosso". Falar com Deus através da oração
também nos dá o privilégio de saber que Ele está perto. O profeta Isaías diz:

"Buscai ao Senhor enquanto pode achar; invocai-o enquanto está perto"


(Is 55:6).
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8. OBSTÁCULOS DA ORAÇÃO:

O propósito de Deus é ouvir todas as orações. Jesus disse: “Graças te dou


porque sempre me ouves." (Jo 11:42). Mas há obstáculos, problemas e inimigos
que se infiltram na vida de oração e impedem a manifestação do poder de Deus.
Vejamos alguns deles.

A. Relacionamentos errados na Família (1 Pe 3:1-7) - A vida conjugal deve ser


posta diante de Deus. Se as orações não estão sendo respondidas, deve haver
falhas no relacionamento conjugal. (O não cumprimento dos deveres dos
cônjuges de um para com o outro, pode atrapalhar nossas orações).

B. Falta de Perdão (Mc 11:25) - Nossas orações são ouvidas porque os nossos
pecados já foram perdoados, mas quando decidimos guardar ressentimentos e
não liberar perdão estamos assumindo que temos justiça em nós mesmos e
podemos, portanto, cobrar justiça dos outros. Quando agimos assim nós
decaímos da graça e tudo o que Cristo fez se torna sem efeito em nossas vidas.
Só somos ouvidos por Deus se permanecemos na Graça e a Graça é Cristo!

C. Motivação Errada (Tg 4:3) - Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus


coisas que realmente não necessitamos, com o propósito de satisfazer desejos
egoístas ou coisas que não estão em linha com o propósito e a Palavra de Deus.

D. Toda forma de Desobediência à Deus (Is 59:1-2) - Uma atitude de rebeldia


ou desobediência a Palavra de Deus fecha os céus para nós. Qualquer pecado
não confessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência ao céu abre
o caminho à resposta de Deus. Não somos salvos pela obediência. Somos salvos
pela graça! E porque fomos salvos pela graça, obedecemos em amor.
"E aquilo que pedimos dele recebemos, porque guardamos os seus
mandamentos o lhe agradável”. (I Jo 3:22)
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E. Ídolos no Coração (Ez 14:3) - Ídolo é toda qualquer pessoa ou coisa que toma
lugar de Deus na vida de alguém. É aquilo que se torna objeto supremo que
toma nossos pensamentos. Deus deve ser supremo em nossa vida.

F. Falta de Generosidade para com os Pobres (Pv 21:13) – A recusa de ajudar os


que se encontram em necessidade, quando podemos fazê-lo, impede às nossas
orações.

G. Dúvida ou Incredulidade (Tg 1:5-7) - A dúvida rouba a benção de Deus e vem


da ignorância em relação à Palavra Deus. A incredulidade é quando alguém sabe
que há um Deus que responde as orações e ainda assim não crê em Sua Palavra.
O incrédulo chama Deus de mentiroso.

"Ora, quem crê no Filho de Deus tem em si mesmo esse testemunho. Todavia,
todo aquele que não que não deposita fé em Deus o faz mentiroso, porquanto
não crê no testemunho que Deus proclama acerca do seu Filho”. (Jo 5:10)

ANOTAÇÕES:
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DISCO DE ORAÇÃO
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CAPÍTULO 6

SALVAÇÃO E REINO

É fundamental entendermos a diferença entre ser salvo e ser


recompensado com o galardão do reino. Muitos se contentam apenas com
a salvação, mas ela é apenas a porta de entrada e, uma vez que a
ultrapassamos o Senhor deseja que prossigamos até receber o reino.

Qual a diferença entre ser salvo e receber recompensa? A salvação


relaciona-se com a vida eterna, contudo, o galardão virá no tempo em que
o Senhor distribuirá a recompensa para os servos que foram fiéis.

Alcança-se a salvação pela graça, mediante a fé, não por obras.


A recompensa, por outro lado, depende do mérito.
O galardão é a recompensa dos crentes.

Muitos têm confundido os textos que se referem ao Reino de Deus como a


vida eterna ou salvação eterna. As diferenças são grandes quando
interpretadas de maneira correta observando segundo a Palavra de Deus.

1. DE QUE MANEIRA ADQUIRIMOS A SALVAÇÃO E O REINO?

A. SALVAÇÃO:

A Bíblia diz que a salvação é alcançada unicamente pela Graça, por meio
de Cristo, num ato de fé, independente dos atos de justiça praticados por
nós. Apenas pelo sangue do Cordeiro você pode ser lavado, perdoado e
justificado. Quando somos pecadores, nosso alvo deve ser a salvação,
porém, uma vez salvos, nosso alvo deve ser a recompensa.
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"Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado


a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que
todos pecaram". (Rm 5:12)

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Portanto,


ninguém será declarado justo diante dele baseando-se na obediência à
lei...". (Rm 3.20 e 23)

"Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é
dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie".
(Ef 2.8-9)

Analisando cada um desses versículos citados, percebemos que o homem


não tem parte ou méritos próprios na conquista da salvação ou vida
eterna. Se não fosse pelo amor incondicional de Deus não escaparíamos
da condenação eterna.

Se não houver clareza a respeito da diferença entre salvação e


recompensa surgirá uma grande dificuldade para compreendermos certas
partes da Bíblia. Há versículos que falam a respeito da recompensa e
muitas pessoas os aplicam para a salvação. Fazendo isso incorrem em
extremos.

É por isso que alguns colocam a salvação como algo tão difícil e inatingível.
Seria mais fácil fazer todas as penitências dos religiosos. A salvação, na
verdade, é algo muito simples: basta crer com o coração e confessar com
a boca que Jesus ressuscitou e é Senhor.

"A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com
o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a
salvação". (Rm 10.9-10)
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B. REINO DE DEUS:
O que é o reino dos céus? De acordo com Mateus, há três aspectos a respeito
do reino dos céus: a aparência, a realidade e a manifestação.

 A aparência - A aparência do reino dos céus é tudo aquilo que está


relacionado com Cristo e o cristianismo e nem sempre é real e
verdadeiro. Tem muita coisa que tem apenas a aparência, mas sem
nenhuma realidade interior. A aparência do Reino de Deus é revelada
em muitos momentos pelas parábolas.

 A realidade - A realidade do reino dos céus está na igreja. É fruto do


novo nascimento. É tudo aquilo que foi revelado pelo Senhor Jesus no
sermão do monte. A realidade do reino dos céus hoje é interior, no
espírito. O reino dos céus veio no dia de Pentecoste quando o Espírito
veio.

 A manifestação - A manifestação do reino dos céus será quando o


Senhor Jesus voltar para reinar sobre a terra por mil anos. Naquele dia
o reino será visível, mas nós podemos hoje experimentar os poderes
desta era vindoura curando enfermos e manifestando o reino de Deus.
O reino dos céus, portanto, é composto de duas seções: a igreja e o
milênio. Todos os cristãos genuínos hoje estão na Igreja, mas apenas os
cristãos vencedores estarão na manifestação do reino durante o
milênio.

A conquista do reino se dá por um caminho totalmente diferente da conquista


da salvação eterna. O Reino conquistamos por meio das obras, enquanto a
Vida Eterna, por meio da fé em Jesus Cristo. A conquista do Reino consiste em
Página 36

anular o ego humano juntamente com os prazeres deste mundo e seguir a


vontade de Deus.

"Desde os dias de João Batista até agora, o Reino dos céus é tomado à força, e
os que usam de força se apoderam dele". (Mt 11:12)

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela
renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa,
agradável, e perfeita vontade de Deus". (Rm 12:2)

"Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-
se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me; Porque aquele que quiser
salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-
la-á". (Mt 16:24-25)

2. SALVAÇÃO ETERNA E CONDENAÇÃO ETERNA

A. SALVAÇÃO ETERNA

Como o pecado entrou no mundo gerando morte espiritual, o destino do


homem passou a ser condenação eterna.

"Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". (Rm 3:23)

Todavia uma vez que o homem crê em Cristo e o confessa como seu Senhor e
Salvador, Ele resolve o problema do inferno, pois não depende das suas próprias
obras, mas de sua fé na obra redentora de Cristo.
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"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". (Jo 3:16)

"A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o
coração se cré para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação".
(Rm 10:9-10)

“E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da


minha mão. Meu Pai, que me deu, é maior do que todos; e ninguém pode
arrebatá-las da mão de meu Pai”. (Jo 10:28-29)

B. Condenação eterna (Inferno e lago de fogo)

"Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado,
porquanto não crê no nome do unigénito Filho de Deus". (Jo 3:18)

O texto de João deixa claro que há uma consequência para aquele que decide
não crer em Cristo: a condenação. Mas qual condenação?

"Com labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos
que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais, por
castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu
poder". (Il Ts 1:8-9)

"E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna".
(Mt 25:46)
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"Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas,
e aos fornicadores, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a
sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte"
(Ap 21:8)

"E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes".


(Mt 13:50)

Fica claro que o homem sem a fé salvadora em Cristo, está irremediavelmente


condenado e tem como destino o inferno para ser lançado no lago de fogo no
julgamento do Trono Branco.

3.A RECOMPENSA OU A DISCIPLINA DO REINO DE DEUS:

Se um homem não é salvo, porque não creu e não recebeu Jesus Cristo como
seu Senhor, ele não é um filho de Deus, e por isso terá que enfrentar o
julgamento do Trono Branco, onde condenado eternamente lançado no lago de
fogo (Ap 20:14)
Aqueles porém, que confessaram a Cristo e obtiveram a salvação, serão
julgados no Tribunal de Cristo para receberem durante o milênio, segundo o
bem ou mal que tiverem praticado (Milênio - período que antecede a vida
eterna ou a condenação eterna). (II Co 5:10)

ANOTAÇÕES:
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CAPÍTULO 7

MULTIDÃO, SEGUIDOR OU DISCÍPULO

No Novo Testamento podemos perceber que havia três categorias de


pessoas que seguiam a Jesus por onde Ele andava: A multidão, os
seguidores e os discípulos. Porém o que determinava em qual categoria
eles se encaixavam era o coração e a forma como se relacionavam com o
Senhor. Nos dias de hoje, não é diferente. Ainda é possível perceber esta
distinção na igreja de Cristo. Vamos ver a seguir quais são as
características de cada categoria.
1. JESUS E A MULTIDÃO
O primeiro nível de relacionamento que Jesus travou foi com a multidão:
"Seguia-o numerosa multidão porque tinham visto os sinais que Ele fazia
na cura dos enfermos" (Jo 6:2).

O ministério de Jesus foi um ministério de multidões, mas Ele nunca as


priorizou. Por quê? Porque o nível de resposta e de compromisso da
multidão é pequeno, inseguro, desconhecido; o nível de impacto e
transformação da Palavra sobre ela é pequeno.
Multidão define o lugar de pessoas que não têm compromisso, que não
estão dispostas a pagar os custos do discipulado, de ter um
compromisso, de andar na luz, de submissão, de entrar no padrão dado
pelo discipulador. A multidão nunca teve a decisão de abraçar a cruz, por
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isso Jesus não a priorizava. O seu relacionamento era distante, ela O via de
longe e esporadicamente.
Só se buscava Jesus quando havia uma necessidade esporádica. Assim, o
compromisso estava condicionado a isso. A decisão de estar com Ele era
uma decisão provisória, em que a independência movia o compromisso.
Acostumaram-se, então, com relacionamentos superficiais. Viviam em
altos e baixos em sua vida cristã.

O QUE LEVA ALGUÉM A SER MULTIDÃO?


Evidentemente, existem pessoas que vivem nesse nível de relacionamento
por não terem recebido instrução ou ensino. Diríamos que são multidão
involuntariamente. Mas a maioria faz uma opção por esse nível de
relacionamento por inúmeras razões. Vamos ver algumas.

• DECEPÇÃO COM ESTRUTURAS E LÍDERES - Relações frustrantes,


escândalos, feridas profundas e decepção com a estrutura da igreja
produzem crentes assim: descrentes de tudo e de todos, que apenas
seguem adiante, sem nenhum compromisso com o corpo

• MEDO DE SEREM CONHECIDAS - O temor da rejeição, da decepção, da


exploração ou da manipulação leva as pessoas a fugirem de um
compromisso de discipulado. Tais receios são legítimos. Ninguém gosta de
ser usado por outros. Todavia, isso não é uma justificativa para ficarmos à
parte do mover de Deus e da vida da Igreja.

• IGNORÂNCIA DO MELHOR DE DEUS - Alguns acham que a vida espiritual


miserável em que vivem é o único modelo de vida com Deus. Seus
problemas são seus e pensam que ninguém os ajudaria ou entenderia.
Creem em sua ignorância e que essa é a vontade de Deus para a vida
deles.
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• POR PARTICIPAREM DE "OBRAS MORTAS" - Existem igrejas que


produzem multidões porque não possuem um fluir do Espírito e da Palavra
que os confrontem e os levem à intimidade com Deus. São igrejas-berçário
que se contentam em fazer programação para entreter os crentes em vez
de desafiá-los a uma vida profunda. São os crentes de campanha que
pulam de um lugar para outro procurando a unção mais poderosa.

 FALTA DE COMPROMISSO MESMO - Há pessoas que sabem o que Deus


quer, convivem com pessoas de visão, no entanto, optam por uma vida
descompromissada. Nunca têm certeza de nada, porque também nunca se
deixaram tratar pela Palavra. São pessoas que não têm vida abundante
com Deus, não têm vida frutífera, não têm vitórias. São crentes
centralizados em si mesmos. Seus compromissos são totalmente baseados
no interesse pessoal. Todos os seus projetos vêm antes do interesse por
Deus ou pela Igreja. Não se preocupar em dar satisfação a ninguém,
mandam em seu próprio nariz.

Talvez o motivo que traz a multidão à igreja seja um mero


compromisso religioso; a necessidade de libertação em alguma área; a
necessidade de cura, ou apenas para manter um agradável convívio social.
Enfim, são pessoas completamente independentes, cujos motivos são
desconhecidos.
Consequentemente, crescem até certo ponto e então ficam
estagnadas. Seu processo de crescimento é comprometido porque
crescem no máximo até ao nível do relacionamento periférico e raso que
construíram na igreja: superficial com o povo; superficial na Palavra e
superficial com Deus.
O crescimento deles é determinado pelo relacionamento superficial
que mantêm com Deus e com a liderança. O pouco que eles absorvem do
ministério da Palavra não é suficiente para penetrar na vida deles e
produzir frutos.
CARACTERÍSTICAS DA MULTIDÃO:
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 Relacionamento distante e impessoal.


 Fraca resposta ao desafio da Palavra de Deus.
 Não aceitam ser cobrados ou confrontados em sua conduta.
 Não se deixam tratar por ninguém.
 São totalmente independentes.
 O nível de crescimento é baixo.
 Vivem de aparência.

2.JESUS E OS SEGUIDORES

O segundo nível de relacionamento de Jesus foi com aquelas pessoas que O


procuravam para serem aconselhadas. Temos dois exemplos:
 Em João 3 lemos sobre Nicodemos. Ele não era propriamente da
multidão, tinha um relacionamento mais próximo com Jesus. Todavia, não
se obrigava a obedecer a Palavra que Ele lhe dava. O fato dele ir procurar
Jesus à noite mostra que ele tinha vergonha de sua fé e estava
preocupado com a opinião dos outros a seu respeito. Entretanto, ele
ainda desejava saber mais do Senhor. Seu relacionamento com Jesus era
mais próximo do que o da multidão, mas não o suficiente para se tornar
um discípulo.

 O segundo exemplo de seguidor é o jovem rico - Mateus 19.16-30. O


jovem rico era um homem que não pertencia à multidão, ele simpatizava
com Jesus. Esta era a característica que mais se destacava nele: a
fidelidade religiosa e até legalista. Mas, ao ser confrontado em sua
superficialidade, voltou atrás. Quando Jesus mostrou-lhe a cruz, logo
retrocedeu.
Essas pessoas alimentam-se da Palavra, mas com uma ótica religiosa, são
anêmicas na fé, incrédulas, apáticas e mornas. Deixam se tratar apenas
superficialmente quando há pressões ou alguma dificuldade. Deus as usa,
mas o relacionamento com Ele é caracterizado pela superficialidade e pelo
limite com que se deixam tratar. Podem até estar convencidas de que são
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muito espirituais, mas têm um relacionamento distante, tanto com Deus


quanto com o próximo.

CARACTERÍSTICAS DOS SEGUIDORES OCASIONAIS:


 Possuem um relacionamento frequente, mas superficial.
 Os diálogos são abrangentes, mas não permitem o tratamento do caráter.
 Suas opiniões próprias são muito fortes e, por isso, estão fechados para
aprender com os outros.
 Dão uma resposta superficial e até religiosa à Palavra.
 Vivem estagnados na apatia espiritual.

3. JESUS E OS DISCÍPULOS

O terceiro nível de relacionamento que Jesus construiu foi com Seus discípulos.
Aqui, nesse nível, a proximidade é total; a intimidade e a liberdade com a qual
se expressam pensamentos e sentimentos são completas, o compromisso e a
renúncia, também são totais. As motivações dos discípulos e o potencial de
resposta de cada um são intimamente conhecidos e, sobre essas bases, os
desafios são realizados. (Mt 13:10-11)
O discipulado nos fala da aceitação do preço da cruz. Abrem mão de viverem
independentemente para terem vínculos com Jesus (João 6:68-69). Neles o
caráter de Cristo é formado. Assim, quando oramos pedindo a Deus que nos
forme, Ele responde nos levando a situações que irão nos quebrar e moldar. Ele
é um Deus prático.
Devemos responder positivamente a essas situações de tratamento. Quando
tais situações vierem, simplesmente avaliamos corrigimos as atitudes e as
motivações erradas que virão à tona. Crescemos de fé em fé, de glória em
glória.
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O que transformou os discípulos, tornando-os semelhantes a Ele, foi um vínculo


sólido e profundo de discipulado.

CARACTERÍSTICAS DO DISCÍPULO:
 Possui intimidade e transparência no seu relacionamento com Jesus.
 Responde de forma completa à Palavra de Deus.
 É submisso.
 Manifesta um crescimento constante e desobstruído.
 É aberto e maleável o suficiente para se deixar tratar.
 Suas motivações são conhecidas.
 É dependente de Deus.
 Possui uma vida de vitória.
 Possui clareza dos princípios da Palavra de Deus.

Em qual dessas três categorias de pessoas você se encontra? Você faz parte da
multidão, é um seguidor, ou um discípulo de Jesus que de fato tem uma
intimidade profunda com Deus?

EM QUAL DESSAS CATEGORIAS VOCÊ DESEJA ESTAR?

"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas
tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho
dado a conhecer". (Jo 15:15)
Jesus é um Deus de relacionamentos! Ele deseja ter intimidade conosco e
participar de nossas vidas. Ele é o verdadeiro amigo, Ele é Aquele que anseia por
caminhar conosco e transformar as nossas vidas. Ele deseja nos abraçar e nos
envolver em seu amor.
ANOTAÇÕES:
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CAPÍTULO 8

QUAL O PROPÓSITO DE DEUS PARA NOSSA VIDA?


"Existe uma lacuna entre o propósito e o destino que se chama resposta
humana" (Pr. Aluízio Silva)
O significado da palavra propósito é a razão pelo qual algo existe. Tudo que
existe, existe com um propósito, com uma finalidade, e nós fazemos parte de
um propósito que é eterno. O propósito (alvo, meta) é o que vai direcionar
todo o nosso comportamento, trabalho, ênfase, enfoque e maneira de agir. Se
quisermos verdadeiramente cooperar com Deus, devemos conhecer bem seus
desejos, seu propósito e seu coração.
Tudo o que fizermos, só terá valor eterno, na medida em que cooperarmos com
o propósito de Deus.
Você nunca se perguntou, sobre a razão da sua existência? Ainda na escola
aprendemos sobre o ciclo da vida: NASCER, CRESCER, REPRODUZIR E MORRER, e
por vezes nos enganamos achando que fomos criados para este fim: nascer,
construir nossa história, deixar um legado e finalmente morrer. Isso nos parece
tão pouco, e sem propósito não é mesmo? Passar a vida lutando por coisas que
talvez não teríamos tempo para usufruir.
Precisamos compreender que o propósito de Deus hoje para nós é o mesmo
que estava em Seu coração no dia em que Ele criou o homem. Por isso que
precisamos entender este propósito, para termos revelação do nosso papel.
QUAL A INTENÇÃO DE DEUS AO CRIAR O HOMEM?
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"Também disse Deus: Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa


semelhança". (Gn 1:26)
1. O PROPÓSITO ORIGINAL
a) A intenção de Deus ao criar o homem era de ter uma grande família de
muitos filhos, criados à sua própria imagem, para encher a terra com uma
família que expressasse a sua glória e autoridade (Gn 1:27-28).
b) Como Adão tinha sido criado à imagem de Deus, e cada ser se reproduzia
segundo a sua própria espécie, quando Adão e Eva multiplicassem,
reproduziriam filhos à imagem de Deus.

2. COMO O PECADO INTERFERIU?


O pecado de Adão foi uma intromissão violenta e diabólica no propósito de
Deus. Por meio dele o homem se tornou culpado, alvo da ira de Deus,
merecedor de castigo eterno, expulso da presença de Deus e sem comunhão
com Ele. "O salário do pecado é a morte" (Rm 6:23).
Mas houve uma consequência ainda maior. O problema não foi apenas que
o homem se tornou culpado diante de Deus, mas também a sua própria
natureza se "estragou", se corrompeu. O homem perdeu a imagem de Deus,
tornou-se numa outra criatura. Não era mais o mesmo homem, era um homem
morto para Deus; inútil para cumprir seu propósito.
Já sabemos que cada ser se reproduz segundo a sua própria espécie.
A natureza do pecado foi inserida dentro do homem, portanto, quando Adão se
corrompeu, toda a sua descendência ficou arruinada (Gn 5:3; Rm 5:12).

3. DEUS DESISTIU DO SEU PROPÓSITO?


Embora o homem pecasse, Deus não mudou o seu propósito inicial. Deus
não tem diversos planos, nem muitos propósitos; Ele não criou um novo alvo,
nem abriu mão do que queria desde o princípio.
Deus necessita agora, criar uma nova raça, porque todos os descendentes
do primeiro homem ficaram inúteis para o seu propósito. Como fez isso?
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"O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é
espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual e, sim, o natural; depois o
espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é
do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais
homens terrenos, e como é o homem celestial, tais também os celestiais".
(1 Co 15:45-48)

Pelo nascimento natural (de carne e sangue), pertencemos a raça de Adão,


estragada e inútil. Mas pelo novo nascimento nos tornamos participantes da
raça celestial, o DNA divino foi inserido em nós, através de Jesus Cristo, pelo
Espírito Santo.
Adão perdeu a imagem de Deus por causa da incredulidade (Gn 3:1-7).
Jesus, que é a imagem do Deus invisível (Cl 1:15), sempre fez a vontade do Pai
(Jo 4:34), e em tudo lhe agradou (Jo 8:29), foi obediente até a morte (Fl 2:8).
Todo o homem que crê naquele que o Pai enviou (Jo 6:29), nega-se a si
mesmo e toma a sua cruz (Mt 16:24), perde a sua vida (Mt 16:25), recebe o
senhorio de Jesus Cristo (Rm 10:9), se torna uma nova criatura ( II Co 5:17), se
batiza em Jesus Cristo (Mc 16:16), recebe a natureza de Deus (II Pe 1:4) e recebe
a imagem Daquele que o criou (Cl 3:10).
Toda a glória do plano de Deus havia se perdido no pecado. Mas Deus Pai
não desistiu. Qual a sua esperança? "Cristo em vós, a esperança da glória"
(Colossenses 1:27).

4. A SALVAÇÃO É UM MEIO E NÃO UM FIM


A obra redentora de Cristo Jesus é algo tão tremendo, tão maravilhoso, que
corremos o risco de vê-la como se fosse o todo. Esta salvação é tão grandiosa
que temos a tendência de confundi-la com o próprio propósito de Deus. Mas
não é assim.
Através da obra consumada de Cristo na cruz, fomos redimidos, resgatados
e agora temos uma nova vida, uma nova identidade e voltamos a ter comunhão
com o Pai, retornando ao centro do coração de Deus e ao seu propósito eterno.
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5. O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS


A redenção nunca poderia ser UM FIM em si mesma, mas apenas UM
MEIO da Graça para consertar um grande erro. Para Paulo, a redenção nunca foi
o propósito de Deus. Ele entendia que o propósito de Deus era a família eterna
(Ef 1:4-5; Rm 8:28-29). Uma família perfeita em Cristo (Fl 3:12-14).
Sua obra para o Senhor não consistia em buscar apenas a redenção do
homem, mas reconectar o homem a Deus, vivificando-o pelo Espírito,
restaurado a sua imagem e semelhança com o Criador. (Cl 1:28; I Co 15:22)

6. COMO SE DEFINE O PROPÓSITO ETERNO DE DEUS HOJE?


"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. Porquanto aos que
de antemão conheceu, também os predestinou para serem conforme a imagem
de seu filho, a fim de que Ele seja o primogénito entre muitos irmãos".
(Rm 8:28-29)

Este texto nos mostra com clareza que Deus quer UMA FAMÍLIA DE MUITOS
FILHOS SEMELHANTES A JESUS. Vejamos por etapas:

A. UMA FAMÍLIA: Isto nos fala da UNIDADE- Este é um requisito


indispensável para o cumprimento do propósito de Deus. Embora isto
não esteja enfatizado no texto acima (nem seria necessário), porque
filhos a imagem de Jesus não podem ser brigões e facciosos, está claro
em outras passagens como: Jo 17:20-22: I Co 1:10-12, 3:1-4, 10:16-17;
Ef 2:14-16, 3:15, 4:1-6, 4:12-16; 1:27, 2:1-4.

B. DE MUITOS FILHOS: Isto nos fala de multiplicação - Discípulos


fazem discípulos! (Mt 28:18-20).
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C. SEMELHANTES A JESUS: Isto nos fala da EDIFICAÇÃO – Não é suficiente


que sejam muitos; é necessário que tenham qualidade de vida (Ef 1:4-
5; II Co 3:18; Ef 4:13). Portanto, entendemos que o propósito de Deus
envolve a MULTIPLICAÇÃO de vidas que vão ser edificadas em
UNIDADE, para crescerem até a ESTATURA DE JESUS CRISTO.

" Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho


de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo"
(Ef 4:13)

7. QUAL A NOSSA POSIÇÃO DENTRO DESSE PROPÓSITO?

• Aquilo que é um propósito no coração de Deus, para nós se constitui


num CHAMADO, numa VOCAÇÃO (II Tm 1:8-9; Rm 8:28-29).
• Devemos ter os olhos iluminados para compreender nosso
chamamento, a fim de que o propósito eterno, seja para nós, muito mais do que
um estudo de apostila (Ef 1:18).
• De uma maneira simples definimos a nossa VOCAÇÃO como um
CHAMADO para sermos participantes do propósito de Deus e COOPERADORES
no seu cumprimento.
 Aquele que recebe o propósito de Deus em seu coração, compreende o
seu chamamento e torna-se prisioneiro desta vocação (Fl 3:12-14).
 Devemos andar de modo digno desta vocação (Ef 4:1-3) e esforçar-
nos para confirmá-la (II Pe 1:10).

8. DEUS QUER NOS USAR!


"Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai,
e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu
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vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a
consumação dos séculos. Amém." (Mt 28:19-20)

9. PRECISAMOS ENTÃO:
• Identificar-se com Cristo e obedecê-lo!
• Já ter passado pelo batismo, porque entendemos que isto é um sinal de
aliança com Deus.
 Precisamos ser discípulos e gerar conforme nossa espécie.
• Buscar cada dia mais conhecimento da palavra de Deus, para que
consigamos compartilhar com as pessoas que o Senhor colocará em nossas
vidas para que possamos cuidar e discipular.
 Que perseveremos: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na
comunhão, e no partir do pão, e nas orações. E em toda a alma havia
temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos. E todos os
que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas
propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de
mister. E. perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o
pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando
a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o
Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 2:42-47).
Precisamos perseverar na comunhão com nossos irmãos, firmes no
propósito e na igreja em que o Senhor nos colocou, sendo obedientes as
lideranças que o Senhor colocou em nossas vidas. E perseverar também em:
 ENSINO- na doutrina dos apóstolos: Aprender mais da Palavra de Deus
através da nossa participação nas celebrações, Escola Ministerial
(Maturidade, CTL, Curso Pastoral), seminários, etc.;
 CÉLULA na comunhão e no partir do pão e nas orações... partiam pão de
casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de
coração...
 IGREJA - Diariamente perseveravam unânimes no templo (At 2:42-47).
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"E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas
obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns,
mas procuremos encorajar-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês veem
que se aproxima o Dia." (Hb 10:24-25)
Para Deus não há impossíveis: Você precisa de coragem? De tempo? De
recursos? O que você precisa? Deus tem! Ele já deixou a sua disposição.

NÃO ESPERE SE SENTIR CAPACITADO, DEUS É QUEM CAPACITA!

CAPÍTULO 9
PRINCÍPIOS PODEROSOS: DÍZIMOS, OFERTAS E PRIMÍCIAS

Há muitos preconceitos e dúvidas quando falamos de dinheiro na igreja, mas é


tempo de reconstruirmos princípios pautados na palavra de Deus e
reconhecer, que o dinheiro têm sido deus na vida de muitas pessoas, tanto de
ricos quanto de pobres, pela dificuldade de entender que dinheiro é algo
espiritual também.
Aceitamos mudar muitas coisas em nossas vidas, mas uma das nossas maiores
fragilidades é o nosso bolso, pois geralmente o coração do homem endurece
quando o assunto é dinheiro e por isso precisamos entendê-los com base na
palavra de Deus.
Não pregamos teologia da prosperidade e nem teologia da pobreza, porque em
algum momento uma delas tem deficiência. Nós ensinamos a Teologia da
Mordomia. MORDOMIA significa administrar, e entendemos que somos
administradores das coisas de Deus, que nada é nosso, TUDO É DELE.
"Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele
habitam". (Sl 24:1)
Ele somente nos pede que administremos os seus bens. É exatamente esse o
motivo por que falamos de responsabilidade, pois não temos de fato coisa
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alguma, mas tudo pertence ao Senhor. Crendo que tudo é dele, falaremos de
três princípios: DÍZIMO, OFERTAS E PRIMÍCIAS.

1. O DÍZIMO TEM NA GRAÇA?


Uma pergunta recorrente é se no Novo Testamento nós ainda precisamos
entregar o nosso dízimo a Deus, mas poderíamos responder com outra
pergunta: "O pão e o vinho da ceia permanecem"?
Geralmente todos respondem que sim, então se o pão e o vinho permanecem,
o dízimo é para hoje também. Para explicarmos isso, vamos usar o princípio da
PRIMEIRA MENÇÃO (a primeira vez que algo é citado na bíblia será usado para
estabelecer um princípio) e neste caso, a primeira menção do dízimo vindo
junto com o pão e o vinho está lá em Gênesis 14 quando Abraão se encontrou
com Melquisedeque lhe entregando os dízimos, e recebendo dele pão e vinho.
Precisamos entender que a Nova Aliança estabelecida por Cristo é uma
continuação da aliança que Deus tinha com Abraão. Muito antes de haver
sacerdotes em Israel, havia um sumo sacerdote em Jerusalém chamado
Melquisedeque (Gn 14:17-20), e cremos que este Melquisedeque era uma
teofania, uma manifestação de Cristo em forma humana no Velho Testamento.

"Porque este Melquisedeque, rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, que


saiu ao encontro de Abraão, quando voltava da matança dos reis, e o abençoou,
para o qual também Abraão separou o dízimo de tudo (primeiramente se
interpreta rei de justiça, depois também é rei de Salém, ou seja, rei de paz; sem
pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias, nem fim de
existência, entretanto, feito semelhante ao Filho de Deus), permanece sacerdote
perpetuamente. Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o
patriarca, pagou o dízimo tirado dos melhores despojos". (Hb 7:1-4)

Abraão veio e entregou o dízimo de tudo o que possuía a Melquisedeque. Esse


Melquisedeque, que é o próprio Cristo, trouxe a Abraão pão e vinho,
representando a comunhão. Nós ainda hoje praticamos a comunhão com o pão
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e o vinho porque estamos debaixo do sacerdócio de Melquisedeque. Não


praticamos as coisas da lei representadas pelo sacerdócio levítico, mas, como
filhos de Abraão, ainda estamos debaixo do sacerdócio de Melquisedeque.
A Bíblia não diz que somos abençoados com a bênção de Davi ou com a bênção
de Daniel, mas que somos abençoados com a bênção de Abraão.
A salvação é chegar diante de Deus com as mãos vazias para receber, mas
adoração é chegar com as mãos cheias para ofertar, assim como Abraão se
apresentou à Melquisedeque com suas mãos cheias". Uma vez que você é
salvo, e tem uma nova natureza em você, a consequência é que agora, o
desejo do nosso coração é não nos apresentarmos a Deus de mãos vazias,
porque reconhecemos que Ele é o nosso Abençoador.
Abraão estava voltando de uma vitória sobre quatro reis. Melquisedeque veio
ao seu encontro e lhe deu pão e vinho para fortalecê-lo, restaurar o ânimo e
trazer descanso.
Abraão trouxe o dízimo de tudo como forma de dizer o quanto Deus lhe tinha
abençoado.
Para ilustrar como Melquisedeque era grande, a Palavra de Deus diz que Abraão
entregou o dízimo de tudo o que tinha para ele. Nós sabemos que
Melquisedeque é Cristo, e a maneira como demonstramos a grandeza do
Senhor é lhe entregando o dízimo.
"Considerai, pois, como era grande esse a quem Abraão, o patriarca, pagou o
dízimo tirado dos melhores despojos" (Hb 7:4)
O objetivo primário do dízimo não é nos fazer prosperar, ainda que certamente
isso acontecerá, mas o alvo primário do dízimo é proclamar quão grande é o
Senhor Jesus. O argumento de Hebreus é bem claro, se o sacerdócio de
Melquisedeque é eterno, então o pão, o vinho e o dízimo também são
perpétuos.
"Aliás, aqui são homens mortais os que recebem dízimos, porém ali, aquele de
quem se testifica que vive". (Hb 7.8)
No verso 8, o texto diz que "aqui são homens mortais os que recebem dízimos,
porém ali, aquele de quem se testifica que vive". O pão e o vinho são para
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memoriais eternos e nosso testemunho acerca da morte do Senhor e Sua


ressurreição, mas o dízimo é para testificar que Ele vive eternamente. Quem
recebe o dízimo de Abraão é o próprio Senhor Jesus, aquele que vive
eternamente.
Outro aspecto que demonstra a grandeza do sacerdócio de Melquisedeque, o
autor de Hebreus diz que o sacerdócio de Levi pagou o dízimo a Melquisedeque
na pessoa de Abraão. Levi era o bisneto de Abraão, que nasceu em torno de 100
anos após a morte de seu avô, mas aqui se diz que ele estava ali com Abraão
oferecendo o dízimo, isto é toda a descendência de Abraão estava ali
representada no momento em que ele entrega seus dízimos à Melquisedeque.
"E por assim dizer, também Levi, que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de
Abraão. Porque aquele ainda não tinha sido gerado por seu pai, quando
Melquisedeque saiu ao encontro deste". (Hb 7.9-10)
Esta é a prova da superioridade de Melquisedeque, porque o verso 7 diz que o
inferior é abençoado pelo superior. Creio que isso também mostra que, quando
damos o dízimo, nossos filhos, netos e bisnetos estão dando também, porque
estão em nós e também, serão abençoados.
A. O SIGNIFICADO DA DÉCIMA PARTE:
Muitos gostam de dizer que o dízimo é parte da lei, mas a verdade é que Abraão
e Melquisedeque nunca estiveram debaixo dela.
Por que Abraão deu o dizimo? Por que 10%? O que há de tão profundo a
respeito da décima parte? Numa certa ocasião, Abraão mandou que seu servo
fosse buscar uma noiva para seu filho Isaque. O servo, então, tomou dez
camelos dos bens de Abraão. Aqueles dez representavam toda a riqueza de
Abraão. "Tomou o servo dez dos camelos do seu senhor e, levando consigo de
todos os bens dele, levantou-se e partiu, rumo da Mesopotâmia, para a cidade
de Naor". (Gn 24:10)
Por que há dez mandamentos? Simplesmente porque esses dez representam
toda a lei. Se você cumprir esses dez, estará cumprindo toda a lei. A lei, na
verdade, possui 613 mandamentos.
Quando Faraó quis abençoar Jacó, mandou que se enviassem dez jumentos
carregados com o melhor do Egito. Aqueles dez jumentos eram uma
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representação do melhor de todo o Egito (Gn 45:19-23). Poderia ter sido


qualquer quantidade, mas a Palavra de Deus diz que foi dez, porque dez
representa a totalidade para Deus, dez representa o todo.
Não basta dizer ao Senhor que tudo o que temos é d'Ele, mas ao devolvermos
os 10%, nosso dízimo, estamos pondo em prática essa verdade.
Em Gn 28:20-22 vemos que quando Jacó saiu de sua casa fugindo do seu irmão,
ele orou ao Senhor e lhe fez um voto. Vinte e dois anos depois, ele ainda estava
longe de casa, e seu sogro tentava enganá-lo, mas o Senhor lhe apareceu e lhe
disse que se lembrava do voto dele. "Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma
coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te agora, sai desta terra e volta para a
terra de tua parentela. (Gn 31:13)
Deus não teve problemas em mudar a condição genética dos rebanhos para que
eles produzissem animais malhados (Gn 30:37-40); Ele mudou o salário de Jacó
porque Ele se lembrava do voto do dízimo. Este é o princípio dos dez na Palavra
de Deus.
Ou seja, se entregarmos o dízimo, Deus nos abençoará como se tivéssemos
entregado tudo.

B. O DÍZIMO ESTÁ NO NOVO TESTAMENTO:


"Mas ai de vós, fariseus! Porque dais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas
as hortaliças e desprezais a justiça e o amor de Deus; desvieis, porém, fazer
estas coisas, sem omitir aquelas". (Lc 11:42)
"Dizem-lhe eles: De César. Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César,
e a Deus o que é de Deus". (Mt 22:21)
Jesus nunca rejeitou o dízimo, mas condenou seu mau uso e definiu o que
realmente é o Dízimo: "a resposta a graça transformadora de Deus". O Senhor
não disse que não devemos entregar o dízimo, mas que deveríamos fazer isso
focados na justiça e no amor de Deus.
Em Lucas 18:12 Jesus condenou a justiça própria do fariseu. Isto é, quando atos
religiosos são usados para glorificação própria, perdem o seu valor e se tornam
formalidades vazias. O dizimar foi usado pelo fariseu como um meio de
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conseguir a misericórdia de Deus. A misericórdia de Deus é uma dádiva


recebida com fé e humildade. Aquele que pensa que pagou por ela sairá de
mãos vazias. O publicano, que se considerava um grande pecador necessitado
da graça de Deus, recebeu graça. O fariseu fez mau uso do dízimo em sua
experiência religiosa.
Em Mateus 23:23 vemos Jesus repreendendo de novo os fariseus por zelarem
por seus dízimos quando esqueciam a parte mais importante da Lei. Jesus está
fazendo ecoar a mensagem do profeta Amós: zelo religioso e compromisso com
a justiça; misericórdia e amor devem ser guardados juntamente. Então
acrescenta: "deveis fazer estas coisas sem omitir aquelas (dizimar)". Aqui
estava o claro apoio de Jesus ao dízimo. Ao aprovar o dízimo com firmeza, julga-
o insuficiente em si mesmo.
Precisamos abandonar toda hipocrisia em relação à prosperidade. Se você
deseja coisas boas para os seus filhos, muito mais Deus. O Senhor quer que os
seus filhos experimentem prosperidade e cura (Mt 7:7-11).

Os dízimos e as ofertas servem para tirar o egoísmo do nosso coração e nos


ajudam a colocar nossa confiança não no dinheiro mas em Deus (Lc 12:15).
Como resultado desse relacionamento de confiança, teremos mais sabedoria
para gastar o dinheiro, pois adquirimos uma perspectiva correta da nossa escala
de valores, sabendo, assim, diferenciar o que é realmente essencial daquilo que
é supérfluo. Também saberemos usar as coisas e amar as pessoas, jamais o
contrário.

C. A REVELAÇÃO DO DÍZIMO:
Somente aqueles que receberam a revelação sobre o dízimo deveriam entregá-
lo. Não é uma questão de cumprir uma lei, mas de ser abençoado nesse tempo
da Graça. Se você vê o dízimo como uma obrigação da lei, você não está
qualificado para entregá-lo.
Qual seria o sentimento de seu esposo (a) se ele descobrisse que você o (a)
beijava apenas porque é uma obrigação da lei? E se você ainda dissesse: "Eu o
(a) beijo porque não quero que você me amaldiçoe". Ou se você respondesse:
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"Eu o (a) beijo para você ficar feliz e fazer comida para mim". No mínimo, eles
ficariam ofendidos e questionando o valor de cada um dos seus atos.
Infelizmente, muitos entregam o dízimo por essas mesmas razões. Alguns têm
medo da maldição, outros querem merecer uma bênção, e muitos o fazem
apenas porque é um mandamento. Se sua esposa ou esposo se sentem
ultrajados com um beijo dado com essas motivações, imagine o que Deus sente.
A nossa motivação ao devolver o dízimo não é conseguir bênçãos materiais de
Deus, mas expressar gratidão e adoração pelas dádivas recebidas. Deus não faz
troca com ninguém. Mas Deus não pode ser comparado a um fundo de
investimento, não é essa a relação que Ele deseja ter com Seus filhos. A
devolução dos dízimos e ofertas coloca Deus e o homem em suas devidas
posições: Criador e criatura, Doador e receptor, Deus e mordomo.
A Graça tem nos trazido revelação sobre salvação, reino e também sobre o
princípio da mordomia sobre todos os nossos bens, nossos dízimos, nossas
ofertas. Sobre como nos relacionarmos com nosso dinheiro, com as riquezas
que temos recebido. Precisamos entender que 100% é de Deus, Ele nos deu, Ele
nos abençoou. Tanto os 10% que devolvemos quanto os 90% que ficam em
nossas mãos. Tudo é d'Ele!
Deus não quer nosso dinheiro, Ele quer nossa fidelidade. Deus não precisava
de uma árvore no jardim, Ele só a colocou lá para testar a obediência de Adão.
Deus não precisa de 10% da nossa renda. Deus quer nossa obediência, nossa
fidelidade.
Tudo pertence a Deus. Nem nós somos de nós mesmos: "Acaso não sabeis que
o vosso corpo é santuário do Espírito Santo [...] e que não sois de vós mesmos"?
(I Co 6:19-20). Nosso corpo, nossos talentos, nosso tempo, nossas posses e bens
pertencem a Deus.
O que somos então? Segundo a Bíblia, mordomos. Deus nos deu a sagrada
responsabilidade de administrarmos o que pertence a Ele. Em sentido amplo, a
mordomia envolve o uso sábio, fiel e abnegado de nossa vida nosso tempo,
nossas finanças.

2. OFERTA
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 No princípio das ofertas precisamos entender que nossa salvação é


fruto de uma OFERTA. O próprio Deus nos ofertou seu filho para que
fossemos redimidos (Jo 3:16) –
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito,
para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

 Ofertas são sementes que eu planto para colher todos os meses.


Dentro dos 90% que fica na nossa mão há sementes que quando forem
semeadas trarão colheitas sobre nós. "E digo isto: Que o que semeia
pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em
abundância ceifará". (II Co 9:6-7)

 Agrada a Deus quando as pessoas dão ofertas. A Bíblia diz em Êxodo


35.22: "Vieram, tanto homens como mulheres, todos quantos eram
bem-dispostos de coração, trazendo broches, pendentes, anéis e
braceletes, sendo todos estes joias de ouro; assim veio todo aquele que
queria fazer oferta de ouro ao Senhor".

 Agrada a Deus quando damos generosamente. A Bíblia diz em Esdras


2.68-69: "Alguns dos chefes das casas paternas, vindo à casa do Senhor
em Jerusalém, deram ofertas voluntárias para a casa de Deus, para a
edificarem no seu lugar; conforme as suas posses, deram para a
tesouraria da obra, em ouro sessenta e um mil dáricos, e em prata
cinco mil minas, e cem vestes sacerdotais".

 Agrada a Deus quando nos sacrificamos para dar ofertas regularmente.


A Bíblia diz em II Coríntios 8.2: "Como, em muita prova de tribulação, a
abundância do seu gozo e sua profunda pobreza abundaram em
riquezas da sua generosidade".
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 Dar ofertas pode ser um ato de adoração. A Bíblia diz em Mateus 2:11:
"E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e,
prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe
dádivas: ouro incenso e mirra".

 As ofertas devem ser dadas de boa vontade. A Bíblia diz em II Coríntios


9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração: não com
tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com
alegria".

 Cada pessoa deve dar o quanto possa. A Bíblia diz em II Coríntios 8.12:
"Porque, se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que
alguém tem, e não segundo o que não tem."

 Deus requer muito daqueles que recebem muito. A Bíblia diz em Lucas
12.48: "Daquele a quem muito é dado, muito se lhe requererá; e a
quem muito é confiado, mais ainda se lhe pedirá".

 A generosidade regressa ao doador. A Bíblia diz em Lucas 6.38: "Dai, e


ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos
deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos
medirão a vós".

Devolver os dízimos e as ofertas não nos faz adquirir "méritos" diante de


Deus, pois o único método de salvação é pela graça, através da fé em
Jesus (Ef 2.8). Entretanto, demonstramos nosso amor, lealdade e
confiança em Deus quando O adoramos através dos dízimos e das nossas
OFERTAS.
A. Ofertando como a viúva:
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"Jesus sentou-se em frente do lugar onde eram colocadas as contribuições,


e observava a multidão colocando o dinheiro nas caixas de ofertas. Muitos
ricos lançavam ali grandes quantias. Então, uma viúva pobre chegou-se e
colocou duas pequeninas moedas de cobre, de muito pouco valor.
Chamando a si os seus discípulos, Jesus declarou: "Afirmo-lhes que esta
viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do que todos os outros.
Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o
que possuía para viver". (Mc 12. 41-44)
A história da oferta da viúva pobre descreve uma viúva que entrega duas
pequenas moedas de cobre à Arca do tesouro. Jesus testemunha essa
oferta e descreve quão grande é seu dom, porque representa uma
proporção maior de sua riqueza do que as ofertas de valores maiores de
líderes religiosos.
A questão não é o tamanho da sua oferta. Nessa passagem Jesus procurou
mostrar que não é a "quantidade" daquilo que se dá que lhe é agradável,
mas a atitude do nosso coração que lhe interessa. Esta mulher é um
exemplo a todos nós, porque ela não ofereceu poucos centavos, ela
ofereceu tudo que ela tinha, e isso mostrou seu coração. Se
entendêssemos de fato o que isso representa, em todos os cultos
ofertaríamos.

3. OFERTA DAS PRIMÍCIAS:


"Honra ao SENHOR com os teus bens e com as PRIMÍCIAS de toda a tua
renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho
os teus lagares". (Provérbios 3.9-10)
Ao mencionar a necessidade de darmos honra ao Senhor em nossas
finanças, a Palavra do Senhor fala sobre os nossos bens e também sobre as
primícias da nossa renda. Não se trata apenas de honrá-Lo com os nossos
bens, nem tampouco de honrá-Lo apenas com a nossa renda, e sim com as
primícias desta renda.
A lei das primícias foi estabelecida lá no Antigo Testamento, quando o
povo ainda nem havia entrado na terra prometida. A orientação era de
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que, quando eles estivessem em Canaã e colhessem o fruto da terra, a


primeira parte deveria ser entregue na Casa do Senhor (Ex 34:26).
A oferta de primícias demonstra honra, confere primazia, aponta para o
que ou quem é mais importante (Pv 3:9). A primícia é para restaurar a
bênção original: Colher sem plantar. Quando Adão foi posto no jardim,
tudo já estava semeado, pronto.
Da mesma forma, Israel quando entrou em Canaã fez colheitas de terras
que não tinham plantado (Js 24:13).
Deus se agrada das PRIMÍCIAS como se agradou daquelas que Abel lhe
trouxe (Gn 4:4), mas não se agradou de Caim (Gn 4:5), já que ele trouxe
quando sobrou (Gn 4:3) “Ao cabo de dias...”.
O filho primogênito é a PRIMÍCIA do pai (Gn 49:3), considerado a força, a
representação do pai, aquele que é respeitado pelos irmãos. Jesus foi a
PRIMÍCIA de Deus - o melhor a honra de Deus foi dada a sua Igreja: Seu
Primogênito.
A oferta de primícias é estatuto perpétuo e a representação do que Jesus
fez por nós. É tão importante o fator PRIMÍCIAS para Deus, que Jesus
ressuscitou dentre os mortos sendo assim chamado de PRIMÍCIAS dos que
dormem (I Co 15:20 e 23).
Os israelitas receberam do próprio Deus a ordem de consagrarem a Ele os
primeiros frutos do ventre de suas mulheres, do ventre de seus animais, e
também dos frutos da terra. Na hora da colheita, o primeiro feixe
pertencia a Deus e deveria ser apresentado pelo sacerdote perante o
Senhor, numa oferta de movimento. Destes primeiros frutos, também era
feita uma oferta de cereais. Com este movimento, o sacerdote
apresentava a Deus a oferta e Deus santificava e abençoava o restante que
ficava na mão do ofertante.
As PRIMÍCIAS santificam (abençoam) toda a produção (salário): "E se as
primícias são santas, também a massa o é; se a raiz é santa, também os
ramos o são" (Rm 11:16). Se as PRIMÍCIAS são santas, ou seja, separadas
para Deus, logo todo o restante do que eu conquistei se torna abençoado
e rende mais, pois é quebrada qualquer maldição da produção.
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Paulo estava ensinando que, ao santificar a primeira parte (a mais


importante), você santifica também o restante, que vem depois dela.
Quando alguém santificava as primícias (primeiros frutos), santificava
também tudo o que depois seria feito com a colheita, incluindo a massa da
oferta de cereais e dos pães que eles comeriam depois.
Uma outra ilustração também é apresentada para fortalecer o
entendimento deste princípio: se a raiz (que é a parte mais importante,
que surgiu primeiramente na formação da planta) for santificada, então os
ramos e tudo o que surgir dela também serão santificados. Este era o
entendimento que os judeus receberam da Lei de Moisés. Se santificassem
ao Senhor as primícias de sua renda, estariam santificando o restante da
renda que ficava em suas mãos. Por isso Deus poderia fazer com que se
enchessem fartamente os seus celeiros e transbordassem de vinho os seus
lagares!

A. A QUEM E ONDE DEVEMOS ENTREGAR AS PRIMÍCIAS?

 NA CASA DO SENHOR - A oferta deve ser trazida ao sacerdote na casa do


Senhor, ou seja, no prédio, a fim de que o sacerdote possa impor a mão
sobre o ofertante e abençoá-lo, declarando e confirmando sobre ele a
bênção relacionada a oferta de primícias (colheita sobrenatural).
Que também traríamos as primícias da nossa terra, e as primícias de todos
os frutos de todas as árvores, de ano em ano, à casa do Senhor" (Ne 10:35)

• ENTREGUE AO SACERDOTE- No livro de Números, Deus chama Arão e


passa para ele direções acerca da sua função sacerdotal e deixa bem claro
que as PRIMÍCIAS seriam direcionadas a ele.
"Dou a você o melhor azeite e o melhor vinho novo e o melhor trigo que
eles apresentarem ao Senhor como primeiros frutos da colheita. Todos os
primeiros frutos da terra que trouxerem ao Senhor serão seus. Todos os da
sua família que estiverem cerimonialmente puros poderão comê-los".
(Números 18:13-14)
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A PRIMÍCIA deve ser entregue somente ao pastor de governo (a cobertura


do ministério) - Levíticos 23:10. A cobertura da nossa igreja local receberá
as PRIMÍCIAS de todos os discípulos (pastores locais, pastores de rede,
supervisores, líderes de célula, membresia), e este por sua vez, primiciará
na sua cobertura. Você pode abençoar o seu líder com uma oferta, mas
saiba que não será a PRIMÍCIA que a Bíblia aqui nos ensina. Se não há
honra na cobertura geral designada por Deus, não há validade nas demais
coberturas.
As PRIMÍCIAS são frutos daqueles que estão debaixo da cobertura e que
querem honrar a Deus honrando aquele que é o enviado de Deus para
responder ao Senhor sobre as vidas que estão debaixo de sua cobertura.
Por isso hoje devemos entregar as PRIMÍCIAS para os pastores de governo
do ministério, pois ele é o sacerdote em exercício que Deus levantou para
nos ministrar.
Quando você vem até o sacerdote para lhe entregar suas primícias, mais
do que dinheiro, você compartilha sua vida e declara a confiança e honra
no ministério e liderança do seu pastor.

B. Como calculamos as primícias e dízimos?


Salário R$ 1.400,00/30 dias R$ 46,67.
Valor da Primícia = R$ 46,67.
Salário R$ 1.400,00 - R$ 46,67 R$ 1.353,33 - 10%
Dízimo R$ 135,33

ANOTAÇÕES:
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CAPÍTULO 10

NOSSA VISÃO
"Nosso encargo é edificar uma igreja de vencedores, onde cada membro é um
ministro e cada casa uma extensão da igreja, conquistando, assim, a nossa
geração para Cristo, através de células que se multiplicam uma vez ao ano"
Nossa visão é um encargo em nosso coração. Há uma diferença entre cargo e
encargo. Cargo é a posição que as pessoas assumem dentro de uma
organização. Encargo é um desejo profundo no coração, compartilhado por
aqueles que fazem parte de um mesmo organismo. Este procede de um desejo
profundo no coração, são sonhos do espírito.
Quem trabalha por cargo precisa ser supervisionado o tempo todo, não tem
motivação para criar nada e só faz o que mandam. Mas, quem tem encargo está
disposto a dar a própria vida pelo objetivo proposto.
Na maioria das igrejas, hoje, não há nenhum senso de Corpo de Cristo, ou
estrutura na qual os membros possam estar envolvidos de maneira funcional.
Por causa disso, a maioria, por decisão pessoal, escolhe sentar-se nos bancos do
prédio da igreja, disposta a não se envolver. Ao contrário dessa concepção, na
visão de células, não tem como se omitir ou não se envolver! Estar na visão é
estar comprometido!
Crentes que não se envolvem são crentes parasitas. Eles esperam ser mimados,
ministrados e entretidos pela igreja. Em troca são contabilizados na estatística e,
eventualmente, dão uma oferta ou algo parecido para manter o "sistema". Esse
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tipo de crente faz parte dos 85% dos membros que são encarregados e
ministrados pelos 15%.
Nós somos uma igreja em células. Não somos por causa de algum modismo ou
capricho pessoal da liderança, nem mesmo por ser uma estratégia mais
eficiente para levar a igreja a crescer. Somos uma igreja em células por um
motivo mais profundo: acreditamos que as células são o meio da igreja
expressar o Senhor na terra.
A visão de células é bíblica e procede do Senhor. Se a praticarmos de maneira
apropriada veremos os resultados. Células não são grupos sociais, ou somente
mais uma atividade religiosa, então as células precisam ser edificadas segundo o
propósito eterno do Senhor.

1. IGREJA DE VENCEDORES
"E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre
as nações, E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de
oleiro; como também recebi de meu Pai. E dar-lhe-ei a estrela da manhã. Quem
tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz as igrejas". (Apocalipse 2:26-28)
Nossa missão é edificar uma igreja de vencedor, mas quem é o vencedor?
Vencedor é aquele que faz a vontade do Pai, que é gerar muitos frutos/filhos
para Ele (Jo 15:8). Na dinâmica do Reino de Deus, tudo começa com FRUTOS,
portanto, só é discípulo quem frutifica!
Dentro da visão há um caminho a ser trilhado, pois entendemos que um
vencedor tem um encargo e não um cargo. Ou seja, aquilo que sou, está
relacionado ao que eu faço, e não ao título que tenho.
O trilho do vencedor tem dois aspectos: o trilho do treinamento e o trilho do
crescimento.
A. O TRILHO DO TREINAMENTO:
 Encontro com Deus;
 Consolidação;
 Batismo;
 Curso de Maturidade no Espírito;
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 Curso de Treinamento de Líderes;


 Curso Avançado (Pastoral).
B. O TRILHO DO CRESCIMENTO:
 Membro;
 Líder em treinamento;
 Líder de célula;
 Supervisor;
 Pastor de rede ou auxiliar.
Porém ainda que haja um trilho a ser seguido, para levantar um líder, não é
somente necessário que tenha percorrido o trilho da visão, mas que tenha o
coração segundo o propósito de Deus.

2. CADA MEMBRO UM MINISTRO


O sistema de Jesus foi projetado para resultar em produtores e não em
consumidores, ou parasitas. Precisamos retornar, nesses dias, ao fundamento
do sacerdócio universal do crente, a verdade de que cada um de nós é um
ministro.
Cremos que todo crente é um ministro, que todos fomos chamados para
anunciar o evangelho, cuidar de pessoas e dar muitos frutos. Na visão
clericalista somente o pastor pode cuidar das ovelhas, mas cremos e
entendemos que isto é um dever de todo crente.
"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas
para a sua maravilhosa luz". (1 Pe 2:9)

3. CADA CASA UMA EXTENSÃO DA IGREJA


O prédio onde nos reunimos não é o retrato de nossa igreja. Apesar de no Velho
Testamento o Senhor habitar em templos, isso não acontece no novo
testamento. Hoje nós somos o templo de Deus, e entendemos que onde
estiverem dois ou três reunidos, ali o Senhor estará. Isso é ser igreja!
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Algo a se entender é que os pequenos grupos, as reuniões caseiras, ou células,


faziam parte central da vida da Igreja. Isso é bíblico.
"Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e
proclamar que Jesus é o Cristo (At 5:42)
Nós somos uma igreja com visão de corpo, com coração de família e aberta ao
mover de Deus, justamente porque a nossa identidade vai muito além do
prédio, pois essa identidade se completa nas células e no discipulado.
No prédio a igreja é administrada e nas células a igreja se multiplica: cresce em
número, em comunhão, em amor, na dedicação, no sacerdócio, no serviço, na
amizade, na honra e no propósito, etc. Assim, a vida da Igreja está nas casas. Os
prédios falam de imobilidade, enquanto as células estão em todos os lugares.
Membros de igreja não podem alcançar muito para Deus, discípulos, porém,
conquistam nações. Se a visão entrar em você, aonde você for a igreja irá junto
com você. Se você se mudar para outra cidade, a igreja irá junto com você. Você
não vai à igreja, você vai ao prédio onde o corpo de Cristo que é a igreja se
reúne, você carrega a igreja aonde você vai, a vida de Deus está dentro de você!

4. CONQUISTANDO A NOSSA GERAÇÃO


A primeira ordem dada ao homem, na velha criação, foi para crescer e
multiplicar-se. A mesma ordem é nos dada, hoje, na nova criação. Todos nós
recebemos a ordem de crescer e multiplicar (Mt 28:20: Mc 16:15). A diferença é
que Adão se multiplicava como alma vivente. Hoje, porém, nós nos
multiplicamos pelo espírito de vida (I Co 15:45).
Uma igreja de vencedores, portanto, é aquela que cumpre o propósito original
de Deus: crescimento e multiplicação. Não há como cumprir o propósito de
Deus sem fecundidade e multiplicação. Por isso, nossa visão ensina a
multiplicação de cada célula uma vez por ano. Um líder vencedor é aquele que
assim se multiplica.
Através das células edificamos a igreja, e o alvo é ganhar muitas pessoas para
Cristo, e levá-las a cumprir o propósito do Senhor, crescendo e multiplicando.
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5. CÉLULA É NOSSA MANEIRA DE SER IGREJA


As células não são um departamento da igreja, ou uma atividade que pode ser
suspensa ou alterada. As células são a igreja em movimento, compartilhando
vida com os discípulos, trazendo pastoreio, ensino, cuidado mútuo, amor,
encorajamento, dons, serviço. Tudo acontece na célula e através das células.

6. OS BENEFÍCIOS DE TER UMA VISÃO EM CÉLULA


 Não há limites para o crescimento;
 Igreja mobilizada;
 Leva cada membro a funcionar;
 Quebra-se toda religiosidade;
 Um lugar para manifestação dos dons;
 Apascentamento;
 Comunhão.

ANOTAÇÕES:
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