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INTRODUÇÃO ..................................................................19
A
mado leitor, esta obra nasceu no coração de Deus, que
me encorajou a escrevê-la. Não foi uma tarefa fácil, por
inúmeros fatores, que vão desde a permanência num lugar
adequado até os inúmeros ataques e pressões para desistir, fora algumas
memórias já apagadas.
Enquanto escrevo, creio ser este o primeiro de muitos livros,
porque acredito que também seja um dos sonhos de Deus para a minha
vida que eu deixe um legado geracional da minha passagem nesta terra
enquanto filha e serva do Senhor.
Os capítulos desta obra o levarão a conhecer um pouco mais
da minha história e da transformação que Deus fez na minha vida e no
ministério Reparador de Brechas, o qual Ele me atribuiu.
Através deste material, caro leitor, você poderá fazer um belo passeio
e desfrutar de abordagens que me demandaram horas e até dias escavando
o altar de Deus para trazer o melhor. Aqui, descrevo fatos que poderão o
ajudar a enfrentar os anseios do “dia seguinte” em Deus, na perspectiva de
que o amanhã trará algo a mais do Senhor, de modo que você viva sempre
atento à porta da esperança de Oseias 2:15–20. Minha oração é para que,
nesse passeio, o Espírito Santo, meu maior e grande amigo, possa lhe dar
entendimento, já que o encorajamento e a ordem vieram d’Ele.
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REPARADOR DE BRECHAS
Toda vez que o Eterno nos pede algo que ultrapassa o nosso ser,
entramos num processo de gerar que só Ele sabe e conhece. Durante a
escrita, senti-me como uma mulher grávida, gerando nEle cada página;
uns dias, com sorriso; outros, com dores; e outros, ainda, querendo de-
sistir. Contudo, em Cristo, nós não só podemos todas as coisas como
somos mais que vencedores.
O final de alguns ciclos e novos começos ocorreram, por isso
agora você segura em suas mãos este livro. O meu maior prazer em obe-
decer a essa ordem de Deus reside no fato de experimentar o que estou
usufruindo agora: sentada numa mesa, escrevo justamente no Brasil,
país que amo tanto.
Que Deus abençoe a sua leitura.
Rita Salomé
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TE CHAMEI, FILHA
MINHA
TE CHAMEI, FILHA
MINHA
N
asci de novo no ano de 1994, de modo que estou comple-
tando 26 anos de convertida. Esperei tanto tempo para sen-
tir a alegria que muitos usufruíam quando testemunhavam
publicamente dizendo que eram cristãos há 25 anos ou mais… Ouvir
isso me deixava na expectativa de também chegar a essa idade espiritual.
Como no mundo natural, quando estamos com 10 anos, desejamos che-
gar aos 15; olhamos para os 15 e começamos a desejar os 18; quando
estes chegam, começamos a olhar para os 25. Nesse tempo, desejamos
dar uma parada impossível, mas, como nada para e tudo segue, quando
chegamos aos 35, reparamos que não desejamos mais os 40, os 50 etc.
Portanto, 26 anos depois, escrevo um livro sobre reparar bre-
chas, algo que Deus me comissionou a desenvolver não só na minha
vida, mas também na de outras pessoas. Brechas vão surgindo aqui e ali,
de longe ou de perto. Tantas vezes, se aproximam de nós tão sem querer
que, quando nos damos conta, repetimos erros e atitudes.
A experiência em relação ao novo nascimento no espiritual, para
mim, é como receber todos os dias orientações de Deus para superar de-
safios e lutas. É gratificante saber que alguém cuida de nós e renova Suas
misericórdias num grau elevadíssimo de amor, para não sermos tragados
pelo nosso inimigo.
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“Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande
nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de
perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta;
Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe
estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à
destra do trono de Deus.”
(Hebreus 12:1–2)
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com o frio cortando o meu rosto, lágrimas escorrendo pela minha face
e com tantas tonturas que se alguém me visse diria que eu tinha saído
de algum bar e estava alcoolizada. As tonturas eram em decorrência de
um fígado que já estava farto de filtrar todo dia a mesma comida com
excesso de gordura.
Cheguei ao hospital 20 minutos depois e fui atendida rapida-
mente. O médico que me socorreu pediu alguns exames. Quando os
resultados chegaram, ele perguntou se eu não tinha acompanhante, por-
que teria que ficar alguns dias em observação. Eu só conseguia pensar
no meu tesouro, que estava em casa com Jesus. Preocupada e agitada, o
médico me perguntou o que estava acontecendo. Pedi que se aproximas-
se para que eu pudesse falar sem ninguém escutar.
Contei-lhe toda a verdade sobre o meu filho e implorei para que
não chamasse os serviços sociais do hospital, senão eu perderia a guarda
do meu único tesouro. Ele ficou pensativo, e eu clamava a Deus no meu
íntimo. Por fim, o médico me autorizou a ir, me fazendo assinar um ter-
mo de responsabilidade, e me passou a receita. Fui correndo para casa,
chorando, enquanto a chuvinha fria caía sobre mim.
Abri a porta e corri para ver o meu filho. Lá estava ele, tranqui-
lo, dormindo do mesmo jeito que eu o havia deixado — o meu Jesus
o havia vigiado para mim. Cristo entrou na minha vida quando eu já
estava desistindo de tudo. Ele foi o meu alento e consolo. Tratou-me, e
eu sobrevivi como uma águia solitária.
Deus me escondeu debaixo das Suas asas. Aprendi a ganhar per-
dendo, a subir, descendo. O poder do Senhor foi sendo maior do que
tudo, e, na minha fraqueza, Ele me aperfeiçoou.
Eu era uma jovem cheia de sonhos que, no início, eram estranhos,
individualistas e egoístas, mas o meu Senhor me fez conhecer o plano que
tinha para mim. Não mudei, apenas, mas fui completamente transforma-
da. Mesmo dentro da igreja, eu era uma pessoa de difícil trato, provocava
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O nosso Rei passou por isso: “[...] eis que se lhe abriram os
céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E
eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem
me comprazo.” (Mateus 3:16–17) Observe as etapas pelas quais Jesus
passou.
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Dos que ficaram com Jesus, foi Pedro quem disse: “Tu tens as palavras
da vida eterna” (Jo 6:68). Pedro não estava dizendo apenas que Jesus co-
nhecia as leis e preceitos ou a maneira correta de viver, mas que Ele era o
doador da vida eterna. E o apóstolo João termina seu evangelho dizendo
que ele dá testemunho — isto é, confirmação — da vida e do ministério
de Jesus (Jo 21:24: “Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu;
e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.”).
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como agora faço. Apesar de morar na Europa, naquele tempo era pou-
co provável que eu visitasse outros países, devido à nossa condição
econômica. Por inúmeras vezes, toda ajuda era muito bem-vinda para
que suportássemos até o final do mês.
Não raro, nos esquecemos do que nos afirma Marcos 9:23: “Se
tu podes crer, tudo é possível ao que crê.” Para Gideão, era impossível der-
rotar os midianitas, mas para Deus isso fazia parte do processo que tor-
naria esse homem um juiz e marcaria a época de libertação de um povo.
Nossos sonhos e alvos só serão vitoriosos se estiverem alinhados com
Deus. Gideão até tentou apresentar um plano com os seus homens, mas
o Senhor não dá Sua glória a outro.
Quando profetas vinham falar comigo, eu até tentava fazer
algo do meu jeito, mas, na maioria das vezes, eu fracassava e deixava
Deus fazer; só então dava certo. Quantos erros cometemos e por
quantas derrotas passamos até entender o agir de Deus em cada si-
tuação? Muitos! Mas a minha persistência em viver o dia seguinte e
o meu olhar na linha do horizonte me ajudaram a caminhar debaixo
das mãos de Deus e diante dos homens, até que fui chamada para a
minha primeira missão…
Foi uma viagem de experimentação ao Brasil e um dos momen-
tos mais incríveis da minha vida! Viajar com os meus pastores era o auge!
Naquela época, tudo em que se colocava o nome “Rita” era sinal de pro-
va dura para conseguir alguma coisa, então imagine o filme que foi para
conseguirmos a passagem de avião! (risos). Hoje, mais madura, entendo
o agir do Senhor e a escola de lapidação pela qual passei, de modo que as
lembranças trazem apenas sorrisos. Um fogo refinador fazia (e ainda faz)
parte da estrutura necessária para ser um reparador de brechas. Assim foi
desde o dia da minha conversão.
Fui treinada para entrar nas casas e igrejas calada e sair muda,
reparar o que fosse preciso e sair tentando sempre deixar a porta aberta
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DA MINHA MANEIRA
OU DA MANEIRA DE
DEUS
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Saiba que a vingança pertence ao Senhor e que toda desonra Ele trans-
forma em dupla honra.
Quantas vezes temos vontade de fluir no nosso achismo ou
de levar a nossa alma para o deserto árido das acusações e das suma-
rizações de problemas? Depois, nos lembramos de que não se trata
mais da nossa vontade, mas da do Pai. Assim, entregamos tudo nas
mãos do Rei dos reis.
Quando temos uma identidade para além da identificação — fala-
remos disso adiante —, nos tornamos representantes do Reino do perdão,
da cruz e do sangue. Essas marcas definem a morte e a ressurreição de Cristo
Jesus. Eu represento o Reino da vontade dEle, não mais da minha!
Quantas vezes dizemos que representamos o Céu, mas nossas
atitudes e posicionamentos não confirmam essa declaração? Sentimos,
ainda inveja, vingança, dificuldade de perdoar, justiça própria… Dese-
jamos e participamos de ataques pelas costas dominados por Amaleque
(Dt 25:17–19) e agimos de muitos outros modos errados. Eu desejo ir
para o céu, mas, se tiver atitudes semelhantes a essas, o caminho pelo
qual estou prosseguindo não terá seu fim com o Rei dos reis, mas no
mais profundo abismo. Tudo isso é sintoma de quem já perdeu o pri-
meiro amor, o temor e a identidade.
Temos vivido um tempo muito complicado. Estamos experi-
mentando sinais da volta do Senhor Jesus, passando por um período
de tristeza, dor, separação. Será que estamos realmente entendendo o
que Deus quer? Quero falar agora sobre uma das coisas que mais nos
desviam do Caminho: a perda da identidade.
Para entendermos melhor, a identidade é um conjunto de ca-
racterísticas que distinguem uma pessoa ou coisa, e por meio do qual é
possível individualizá-la. A identificação é a assimilação de um aspecto,
caraterística ou atributo de uma pessoa ou coisa que permite reconhecê-
-la. Na identidade, somos reconhecidos pelo nome que recebemos, por
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xergar apenas um lado, aquele que nos favorece, não o que serve para
sermos transformados. Vivemos dentro de um jardim fechado, de
modo que não permitimos que a terra seja trabalhada por Deus para
produzir essa transformação.
Não desejamos sair do nosso conforto para não sermos confron-
tados, então acabamos por servir a Deus não tanto pela identidade do
sangue, mas pela identificação daquilo que representa a igreja de Cristo.
Quando somos aperfeiçoados em nossa identidade nEle, passamos a agir
da maneira de Deus e usufruir não apenas de uma mudança, mas de
uma verdadeira transformação.
Em João 14:12, a Bíblia descreve que faríamos obras maio-
res que as de Jesus. Geralmente, muitos querem fazer a obra com
tijolo, não com pedra. Quando é feita com tijolos, os muros serão
construídos com uma adaptação das velhas práticas que eram fortes
na natureza caída. No entanto, quando deixamos Deus fazer com
pedra, somos alinhados, esculpidos e moldados segundo aquilo que
Ele quer e sabe que precisamos.
Em Gênesis 38:1–19, encontramos a história da decadência de
Judá, o quarto filho de Israel, o qual:
• Afastou-se da família
• Usufruiu de jugo desigual (mulher cananeia)
• Caiu em um processo de defraudação (enganado pela nora)
• Prostituiu-se (ficou viúvo e se enlaçou na prostituição)
Judá perdeu sua identidade quando tudo isso aconteceu. Ele co-
nhecia o agir do Deus do pai dele, mas negociou o inegociável — a sua
identidade: o selo, que dizia quem ele era; o lenço ou cordão, que sim-
bolizava quem ele representava; e o cajado, que equivale ao ministério.
Ele foi roubado, assim como tantos de nós somos hoje.
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seu tempo acabou”. Até agora, nunca saí de um país para o qual fui
chamada para reparar brechas antes de terminar a missão e ter esse
tempo confirmado pelo Senhor.
Uma das maiores provas e conflitos que vivi foi quando morei
na Irlanda do Sul. Eu achava aquele lugar muito desafiador para um re-
parador de brechas. Deus conversava comigo quase todos os dias sempre
que eu saía para caminhar. Na maioria das vezes, isso ocorria debaixo
de chuva, porque lá chove muito quase toda hora. Mas como eu sabia
que Deus falava comigo durante a caminhada, eu saía todos os dias, de
domingo a domingo.
Eu tinha uma vida até boa, simpática, agradável e diferente. Fa-
zia alguns anos que eu praticamente não tinha uma casa, e nesse lugar
pude recuperar rotinas básicas, como cozinhar, limpar, dormir, trocar os
móveis de lugar, mudar as cores da decoração, falar com as panelas na
hora de cozinhar, orar alto, dançar para Jesus, ter um lugar secreto… Es-
sas coisas enchiam o meu coração de muita alegria! Eu ajudava na igreja
e era muito bom! Tudo parecia feito para a minha medida.
Porém, um dia eu acordei diferente, muito desconfiada com o
que estava no meu coração. Para eu permanecer na Irlanda no tempo
em que lá estive, Deus usou profetas para confirmar. Na hora em que
comecei a sentir que o desligamento se aproximava, Ele voltou a usar
Seus profetas para confirmar meu tempo de saída. Eu amo Jesus porque
Ele jamais nos deixa sem resposta!
A experiência de descer à casa do Oleiro sempre vem à nossa men-
te quando estamos diante de uma decisão já com o veredito do Senhor.
Observei toda a situação. Mesmo estando acomodada nesse país de forma
simples, era gostoso poder abrir a porta de casa, tirar o sapato e colocar
o chinelo, cantar na ducha… Então, me lembrei do preço que paguei no
passado quando quis fazer da minha maneira e dei um passo em direção
aos pastores para comunicar que o meu tempo havia acabado.
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Foi uma decisão muito difícil. Quem me conhece sabe que eu amo
desafios, e aquele país era uma bênção nesse sentido. Foi preciso ter cora-
gem, porque era tudo ideal, mas ainda não havia chegado o tempo de me
estabelecer de vez, e a Irlanda não era a nação em que eu devia fixar a minha
residência. Ainda assim, registro aqui a minha gratidão a Deus pela vida dos
pastores locais Cristiano e Kauane, que me fizeram o convite e me honraram
num tempo que foi até curto, mas muito bom. A Irlanda se tornou a con-
firmação da prova que eu passei quando desci à casa do Oleiro por causa de
uma obediência tardia — que, no final, é desobediência!
Acabei saindo de lá com a seguinte experiência: no dia do meu em-
barque, nos demos conta de que o meu voo tinha sido cancelado. Na ver-
dade, ele não existia, já que era um voo sazonal que justamente naquele dia
não estava operando. Ainda no aeroporto, a pastora conseguiu resolver a
mudança da viagem para dois dias depois, de modo que voltamos para casa.
Eu me lembro de ter questionado a Deus sobre a situação, e o si-
lêncio veio como resposta. Com paz no coração, recebi a ligação da pastora
amada do ministério, que dizia: “Consegui resolver a sua passagem, e a se-
nhora precisa embarcar nesse voo, senão não embarca mais. Será o último,
porque a Irlanda vai fechar por conta da pandemia da Covid-19”.
Agradeci a Deus pela resposta e pela confirmação da minha saída
— “último voo”. Louvei a Ele e chorei de alegria porque eu não estava
saindo nem antes e nem depois do tempo exato! A chave para não fazer
da nossa maneira, mas do modo de Deus, sem dúvida, é a obediência
com a submissão a Ele acima de qualquer coisa. O Senhor conhece o
nosso passado, o presente e o futuro; Ele sabe de todas as coisas.
Se Ele o mandou fazer algo, faça. Mandou sentar? Não procure
a cadeira ou o banco, apenas sente. Mandou obedecer? Apenas obedeça,
sem questionar! Quando agimos do nosso jeito, pagamos um preço com
sabor de vinagre, que é bastante amargo. Eu resolvi escolher sempre a
maneira de Deus!
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A FORÇA DE UMA
CHAMADA
N
a época em que havia escravidão nos Estados Unidos, certo
homem chegou a uma rua movimentada onde estava ocor-
rendo um leilão de escravos. Parou por uns instantes na
periferia do grupo e ficou assistindo à cena. Viu cada escravo ser levado
a um palanque, com braços e pernas amarrados por cordas, como se fos-
sem animais. Exibidos perante a multidão ruidosa, eles eram leiloados
um a um. Alguns dos presentes examinavam a “mercadoria”, pegando
nas mulheres de forma desrespeitosa, e estudando os braços musculosos
dos homens. Depois aquele homem se pôs a estudar atentamente os
outros escravos que, ali perto, aguardavam sua vez de serem negociados.
Seus olhos se detiveram sobre uma jovem que se achava mais ao fundo.
A moça tinha no olhar uma expressão de medo; parecia apavo-
rada. O homem pensou um pouco, e em seguida saiu. Regressou daí a
alguns minutos, exatamente quando o leiloeiro começava a pedir lances
para a jovem que ele observara antes. Assim que o leiloeiro solicitou
lances para a jovem, aquele senhor ofereceu o dobro de todos os outros
preços pagos naquele dia. Por alguns instantes, reinou profundo silêncio
no local.
Em seguida, o leiloeiro bateu o martelo e disse: “Vendida para
o cavalheiro.” O homem dirigiu-se ao palanque, abrindo caminho entre
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“No qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segun-
do a riqueza da sua graça.”
(Efésios 1:7)
Era a isso que Paulo se referia quando afirmou: “Porque fostes com-
prados por preço, agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo.” (1 Co 6:20)
A morte de Jesus não foi um acidente. Ele verteu seu sangue
deliberadamente. Tomou a decisão consciente de morrer em nosso
lugar, derramando seu precioso sangue em nosso favor. Ele afirmou
o seguinte a respeito de si mesmo: “Tal como o Filho do homem, que
não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por
muitos.” (Mt 20:28)
Para que Cristo nos redimiu? “Para que o corpo do pecado seja
destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Rm 6.6) E essa é a razão
pela qual podemos estar “mortos para o pecado, mas vivos para Deus em
Cristo Jesus” (Rm 6:11).
Portanto, vamos alegrar-nos não somente pelos erros de que
fomos remidos, mas também pela vida para que fomos remidos. Fo-
mos libertos da escravidão ao pecado e a Satanás. E fomos remidos
para viver libertos do pecado e para ter uma nova vida em Cristo (2
Co 3:17–18).
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“Estou crucificado com Cristo, logo já não sou eu quem vive, mas Cristo
vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no filho de
Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
(Gálatas 2:19–20)
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era sempre ocasião para um grande culto, de modo que havia muito
trabalho. Apesar disso, era recompensador!
Um desses pastores influenciou muito a minha vida como mis-
sionária, o pastor Bob Barker. Nem sei se ele já foi recolhido pelo Se-
nhor, pois perdi o contato. Ele era inglês, e olhar para os seus olhos
azuis, que eram muito penetrantes, era até complicado, pois parecia que
rasgavam a nossa alma totalmente.
Um dia, ele chegou à nossa igreja, e eu tinha gerado muita ex-
pectativa, já que o meu pastor era seu amigo. Em meu coração, eu pen-
sava que, por ser amigo do meu pastor, um homem muito exigente na
Palavra, ele só poderia dizer coisas interessantes de Deus. Eu o ouvia
pregar com a ajuda do tradutor e minha cabeça não parava, olhando
para ele e para seu intérprete. Como meu filho era pequeno e podia
incomodar, eu estava sentada lá atrás, observando e guardando tudo no
meu coração. Lá, eu me enchia da presença de Deus e pedia para que o
Senhor falasse comigo. Ao mesmo tempo, eu pensava: “Ah, sou uma re-
les pecadora, esquisita, rejeitada e desprezada. Quem vai falar comigo?”,
tamanha era minha ignorância. No mesmo instante, o meu pensamento
vagava novamente e eu pensava que Deus tinha mais coisas para fazer do
que me ouvir e atender.
Em dado momento, esse homem profetizou para mim algo sur-
real em relação ao meu filho e à minha chamada: “Estou te separando
para as nações. Te levarei aos quatro cantos do mundo para pregar, res-
taurar a minha igreja. Em muitos lugares, te farei crescer e amadurecer
de tal maneira que muitos olharão para ti como exemplo a seguir”. Meu
coração batia forte, meu corpo tremia, e eu pensava: “Eu? Não é engano,
não? Nem consigo pagar as minhas despesas, como posso dar conta de
viajar? E ainda ir aos quatro cantos? Ah, Deus, só o Senhor poderá rea-
lizar isso”. Naquele momento, me senti como Gideão, quando o anjo se
dirigiu a ele, a menor de todos.
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minha filha, então está na família nos doarmos. Tu não és uma que diz
‘não’ quando as pessoas perguntam se podes fazer algo porque estás a
aumentar a tua capacidade de receber e de dar. Deus diz ‘Maior, maior!
Abre o teu coração para poder receber coisas maiores’. Deus vai começar
a usar os seus dons administrativos e habilidades e vai fazer com que eles
aumentem para que prepares coisas muito grandes. Ele vai fazer com
que tu te vejas como uma pessoa próspera, alguém que está preparado
e posicionado para o aumento. Já não vais pensar em um ministério
pequenino. Estás preparada para isso? Então receba, em nome de Jesus.”
Resolvi escrever essa trajetória profética para que você, caro lei-
tor, saiba que em Deus existe um caminho e um processo. Nada começa
assim, do nada. Passaram-se mais de 20 anos e estou vivendo tudo isso.
A conferência normalmente durava três dias, com muita minis-
tração, ensino da Palavra e revelação profética. A confirmação da palavra
profética dada pelo pastor Dennis Capra veio do pregador da noite de
domingo, dia 26 de agosto, que foi exatamente do pastor Dave Duell.
Eu estava no meu local de voluntariado, servindo com amor e
vigiando o meu filho lindo. De repente, aquele servo de Deus estava
parado na minha frente. Olhei para ele, mas, através dos óculos, quase
não consegui ver nada, pois as lentes estavam embaçadas de tanto que
minha respiração estava ofegante. Ele começou a falar: “Sempre que te
vejo a palavra que recebo é ‘general’, um general com mais autoridade.
Jesus está a colocar em ti cada vez mais autoridade. Na primeira vez que
te vi, vi um general de grandes patentes, que significa autoridade em
Cristo. Foi Deus que te deu e vai aumentar cada vez mais. Todos os que
andarem contigo se tornarão como tu, administradores. Deus te chama
para liderar. Ele te deu favor divino para isso, e as pessoas no teu cami-
nho vão notar isso e vão te respeitar.”
Eu ainda pensei que os pastores Dennis e Dave haviam com-
binado, mas este esteve ausente na sexta-feira, por causa do cansaço da
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viagem, e soube depois que aquele havia falado a mesma coisa para mim.
Tenho vivido tudo desde então, nos mínimos detalhes. Hoje, viajo para
muitos países, de modo que tenho acumulado muita experiência e pas-
sado para outros tudo o que tenho sido ensinada por Deus.
Algo queima dentro de mim quando chega o tempo de mudar
de lugar, de país e de continente. Para os que ficam, a situação é bem
diferente. A despedida pode ser um “até logo” ou um “até nunca mais”.
Só Deus sabe como somos atingidos por uma carga emocional muito
grande, principalmente quando criamos vínculos fortes com as pessoas
que encontramos e com as quais trabalhamos.
Não raro, nós, missionários, somos incompreendidos, escuta-
mos piadas, chocarrices, mas precisamos a todo tempo manter o foco
em Deus, pois é com Ele que devemos estar conectados para concluir-
mos o mais rápido possível nossa tarefa.
Para mim, a missão se torna mais complicada na hora da saída
do que na entrada. A situação é delicada porque já aprendemos a conhe-
cer as pessoas, então sabemos mais ou menos como elas vão reagir.
A dificuldade com o celular pode ser muito grande! Chegamos
a um lugar e ficamos bem à vontade, as pessoas nos presenteiam com
um número da cidade para facilitar a comunicação. Quase todos os
que de alguma forma estarão envolvidos com o nosso trabalho devem
ter esse contato, mas aqueles que não estarão tão envolvidos assim
devem ser filtrados, o que exige bastante maturidade e discernimento.
Nesse proceder, somos mal interpretados muitas vezes, porque na saí-
da devemos apagar o número e desconectar o celular, de forma a não
criarmos tanto vínculo para não colocar em perigo o trabalho realiza-
do. No capítulo referente à vivência no ministério, estarei dando mais
detalhes interessantes.
Em Isaías 58:12, lemos: “E os que de ti procederem edificarão as
antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de geração em geração; e cha-
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REPARADOR DE BRECHAS
Não tenho por usurpação ser igual a Deus, quero apenas cum-
prir o chamado dEle na minha vida, me submetendo e sendo fiel em
todo o tempo, até a minha recolha para o céu ou a volta do Senhor Jesus.
Jamais pensei em servi-Lo numa vida de renúncia tão grande como a
que vivo. No máximo, eu pensava em trabalhar dentro de uma igreja,
mas viajar? De modo algum! Isso era o que eu pensava...
Eu e minha irmã mais velha, que ajudou os meus pais na nossa
criação e que sempre teve um carinho muito grande por todos os ir-
mãos, somos muito amigas. Num dos anos em que viajei até Angola,
numa conversa com alguns parentes, quando alguém perguntou o por-
quê de eu estar sempre em viagem, ela fez questão de testemunhar que,
para além de ser missionária e viver para Deus, desde muito nova eu
tinha um sonho de dar a volta ao mundo e conhecer países. Eu nem me
lembrava mais disso!
Deus é lindo! Depois de muitos e contínuos ajustes, o que faço
hoje é viajar para onde é solicitado um “Reparador de Brechas”, a fim
de ajudar na obra, tanto a que já está erguida quanto a que está em fase
de crescimento.
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Foi a primeira vez que Deus me explicou os motivos por que in-
sistia comigo para cuidar e ensinar obreiros. Eu havia tido um bom trei-
namento com os meus primeiros pastores logo após a minha conversão,
então sempre fui preparada para preparar outros. Acredito que quando
somos chamados por Deus para executar uma tarefa para o Reino, de-
vemos fazer discípulos, pois essa é a nossa comissão. Como sempre fui
orientada nesse sentido, acabei concordando e aceitando o desafio de
Deus para ser uma reparadora de brechas, sem me esquecer das minhas,
vigiando e lutando sempre para fechá-las.
Ainda observando o cenário, vi que o pastor seguia dando in-
formações sem se importar com as ovelhas, mas, na verdade, ele ha-
via treinado aquele cão para ajudar a guardá-las e livrá-las. O Senhor
voltou a falar comigo, dizendo: “Observaste como deve funcionar
um corpo de obreiros? Apesar de ter um pastor que os dirige, quando
ele estiver ocupado, os obreiros podem ajudar a dirigir as ovelhas,
levando-as para fora do perigo. É isso que deves ensinar a todos os
obreiros. Eles devem ser treinados na obediência, na submissão e
no compromisso.” Percebi, com isso, que nunca havia aceitado essa
missão antes porque não a entendia, até que Ele foi me esclarecendo
e trazendo entendimento sobre todo tipo de prova que eu havia pas-
sado até que chegasse o dia de instruir outros. O primeiro curso que
Deus me deu foi o de obreiros.
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“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã
cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”
(Mateus 6:34)
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“Depois disse Moisés aos filhos de Israel: Eis que o Senhor tem chama-
do por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá.
E o Espírito de Deus o encheu de sabedoria, entendimento, ciência e
em todo o lavor; E para criar invenções, para trabalhar em ouro, e em
prata, e em cobre; E em lapidar de pedras para engastar, e em entalhar
madeira, e para trabalhar em toda a obra esmerada. Também lhe dis-
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RITA SALOMÉ
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REPARADOR DE BRECHAS
A comissão
“Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto,
se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.”
(João 15:4)
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REPARADOR DE BRECHAS
“Jesus lhes deu esta resposta: ‘Eu lhes digo verdadeiramente que o Filho não
pode fazer nada de si mesmo; só pode fazer o que vê o Pai fazer, porque o
que o Pai faz o Filho também faz.’”
(João 5:19)
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QUEM VOCÊ É DEIXA
MARCAS
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REPARADOR DE BRECHAS
“Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece.”
(Eclesiastes 1:4)
“Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para
que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto
em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.”
(João 15:16)
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RITA SALOMÉ
Observadores
Normalmente, quem observa está sempre do lado de fora das
situações. Essa pessoa também paga para ver se vai dar certo ou não.
Temos, na Bíblia, a história da restauração dos muros de Jerusa-
lém. Havia um trio que causou muitos problemas a Neemias: Samba-
late, o horonita; Tobias, o amonita, e Gesém, o árabe (Ne 2:19). Todos
nós conhecemos quem se assemelha a esses três homens — são pessoas
que só querem ver o circo pegar fogo, mas não fazem nada para apagar o
incêndio. Colocam peso, mas não renunciam. Estabelecem regras, mas
não as cumprem.
O observador é distinguido por três características:
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REPARADOR DE BRECHAS
C) Ele é sarcástico
“E estava com ele Tobias, o Amonita, e disse: Ainda que edifiquem, contu-
do, vindo uma raposa, derrubará facilmente o seu muro de pedra.”
(Neemias 4:3)
Participantes
Esse é o que faz de conta que está, mas não está; é o caso típico
de Ananias e Safira (At 5). O casal estava na igreja, acompanhava a vida
de seus irmãos, mas não tinha envolvimento ou compromisso.
Lucas menciona o fato de Barnabé ter vendido o seu cam-
po e ter depositado o valor da venda aos pés dos apóstolos. Então,
Ananias e Safira resolveram, de comum acordo, imitá-lo, mas sem
compromisso.
A pessoa que somente participa também pode ser reconhecida
por três características:
A) Fogo de palha
É apenas entusiasmo e mais nada. Pedro era assim, no começo
de seu apostolado.
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RITA SALOMÉ
“Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos conti-
go. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.”
(João 21:3)
B) Religiosidade maquinada
Costuma-se dizer, na sabedoria popular, que “quem vê cara não
vê coração”. O crente participante não vai além de uma religiosidade
maquinada; é a religião da marca, do status, da grife, dos modismos; que
quer púlpito, mas sem ter altar etc.
No grande sermão de Jesus, Ele proclamou:
“Nem tudo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão
naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu
nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas mara-
vilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniquidade.”
(Mateus 7:21–23)
C) Sem fidelidade
Para Tiago (2:17): “Assim também a fé, se não tiver as obras, é
morta em si mesma.”
Não basta estar participando, tem de ser envolvido e comprome-
tido. Quem participa não tem raiz de pertencimento, usufrui apenas da
identificação, mas sem identidade.
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RITA SALOMÉ
“Então entra, e fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o azeite em
todas aquelas vasilhas, e põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele,
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REPARADOR DE BRECHAS
e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam as vasilhas, e
ela as enchia.”
(2 Reis 4:4–5)
“Agora, pois, corre-lhe ao encontro e dize-lhe: Vai bem contigo? Vai bem
com teu marido? Vai bem com teu filho? E ela disse: Vai bem.”
(2 Reis 4:26)
A) É convicta
Ester era assim. Suas fortes convicções não a deixaram fugir do
seu compromisso. Sua vida era mais do que um corpo físico que atraíra
Assuero; Ester era uma vocação, um dom de Deus, um carisma que o
Senhor usaria para livramento de Seu povo.
Quem tem convicção não olha para trás, não foge de suas obri-
gações: “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para
trás, é apto para o reino de Deus.” (Lc 9:62)
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RITA SALOMÉ
“Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim,
e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as
minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda
que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.”
(Ester 4:16)
C) É altruísta
É alguém que pensa no bem-estar de outros, não no seu,
como lemos anteriormente em Ester 4:16 e, agora, em João 11:11:
“Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou
despertá-lo do sono.”
O comprometimento de Jesus com o Pai visava salvar Suas ove-
lhas, não a própria vida.
Jeremias se expressou assim: “Esquadrinhemos os nossos caminhos,
provemo-lo e voltemos para o Senhor.” (Lm 3:40)
Quando progredimos na trajetória que estabelecemos para nós mes-
mos, não nos preocupamos tanto com as interrogações da vida, mas quando
atingimos o alvo e ainda não estamos satisfeitos, os questionamentos come-
çam a surgir. Muitas vezes, não nos sentimos realizados e perguntamos:
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“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por
vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com ale-
gria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.”
(Hebreus 13:17)
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guém, a não ser para o seu cônjuge, assim sou eu e todos os que se
dedicam a buscá-Lo!
A) Abraão, pai da fé
Foi justificado por Deus pela fé, que resultou em obediência e
provas de amor. Sua jornada, relatada em Gênesis, começou quando o
Senhor lhe disse “saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de
seu pai, e vá para a terra que Eu lhe mostrarei” (Gn 12:1). Nesse momen-
to o profeta tinha 75 anos e se chamava Abrão. Ele creu, e isso lhe foi
imputado como justiça (Gn 15:6). Pela fé, Abrão deixou a terra da sua
parentela e confiou em Deus.
De Harã, Abrão partiu com toda sua família à terra de Canaã. No
caminho ao Egito enfrentou fome e perigo de morte, mas depois pôde se es-
tabelecer na planície de Hebrom. O Senhor mudou seu nome para Abraão,
que significa “pai de muitos”, e lhe prometeu que seus descendentes seriam
incontáveis como as estrelas. Por meio dele, seriam abençoadas todas as na-
ções da Terra. Por meio de sua descendência viria o Messias, Jesus Cristo.
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B) José, o sonhador
José foi o décimo primeiro filho de Jacó, mas o primeiro filho de
Jacó com a sua esposa favorita, Raquel. A história de José é encontrada em
Gênesis 37–50. Após o anúncio de seu nascimento, a próxima vez que le-
mos sobre José é como um jovem de dezessete anos retornando de pastorear
o rebanho com seus meios-irmãos para dar a Jacó um relatório ruim deles.
Também nos é dito que Jacó “amava mais a José que a todos os seus filhos,
porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas”
(Gn 37:3). Os irmãos de José sabiam que seu pai amava a José mais do que
a eles, o que fez com que o odiassem (Gn 37:4). Para piorar as coisas, José
começou a relatar seus sonhos à família — visões proféticas que mostravam
José, um dia, governando sobre eles (Gn 37:5–11).
A animosidade em relação a José chegou ao cume quando seus
irmãos planejaram matá-lo no deserto. Rubén, o mais velho, se opôs ao
assassinato e sugeriu que jogassem José em uma cisterna, pois planejava
voltar e resgatar o menino. Entretanto, na ausência de Rubén, alguns
mercadores passaram e Judá sugeriu vender José à escravidão; os irmãos
realizaram a tarefa antes que Rubén pudesse resgatá-lo. Os meninos pe-
garam o manto de José e, depois de mergulhar o manto no sangue de
cabra, enganaram o pai para que pensasse que seu filho favorito fora
morto por feras (Gn 37:18–35).
A maior marca de José, que fez com que ele cumprisse o pro-
pósito de Deus, foi o perdão. O plano divino envolvia sua venda como
escravo, mas seu propósito era não deixar morrer o povo que tinha como
herança a terra.
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BRECHAS
O PODER DA
ESCOLHA E DA
DECISÃO
M
aior que esse poder é reconhecer as situações em que
nos encontramos e que direcionam as nossas atitu-
des diante das circunstâncias. No tempo em que vi-
vemos, precisamos discernir em que ponto estamos e qual é a nossa
responsabilidade sobre nossas decisões e escolhas, senão podemos
nos perder do propósito.
Analisemos a palavra de Lucas 15.
“E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: Que homem dentre vós, ten-
do cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa
e nove, e vai após a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a
põe sobre os seus ombros, jubiloso; E, chegando a casa, convoca os ami-
gos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a mi-
nha ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um
pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que
não necessitam de arrependimento.”
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REPARADOR DE BRECHAS
“Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não
acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? E
achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo,
porque já achei a dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante
dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.”
“E disse: Um certo homem tinha dois filhos; E o mais moço deles disse ao
pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me pertence. E ele repartiu por eles a
fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu
para uma terra longínqua, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolu-
tamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande
fome, e começou a padecer necessidades.”
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ja… Eu acho exagero! Assisto on-line e vai tudo bem, é a mesma coisa.
Quando não posso, vejo a gravação”. Tudo vai parecendo normal, mas já
não estamos mais no caminho do céu. Pegamos um desvio que nos tirará
da porta estreita e nos conduzirá à larga.
Por causa disso, já não conseguimos ouvir mais o Pai, a Palavra;
já não usamos mais os nossos ouvidos (ouvir o Espírito), passamos a
usar as orelhas (escutar o mundo); não usamos mais nossa visão, mas os
olhos; nem o nosso ventre, mas a barriga; e até a nossa mente é esqueci-
da, de modo que passamos a usar a nossa cabeça. Assim, abandonamos
o Espírito e passamos a andar apenas na nossa própria vontade, na von-
tade do mundo.
No lugar em que nos distraímos, logo se levanta uma fortaleza
para nos impedir de encontrar o caminho de volta ao Pai. Entretanto,
o céu se move para buscar a ovelha que se perdeu! O Senhor cria uma
estrada através da oração, intercessão, jejum, aconselhamento e louvor,
trazendo à memória o percurso de volta em pleno caos da perdição, fa-
zendo com que o que se perdeu seja estabelecido novamente.
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RITA SALOMÉ
lugar físico e visível do que se aceita com o coração e que se declara com
a boca.
Depois de perdida a dracma, é necessário acender a candeia para
procurá-la, o que nos leva ao seguinte:
Quando perdemos o que Deus nos confiou, precisamos da luz
de Jesus e necessitamos varrer, isto é, limpar toda a sujidade, para en-
contrarmos o que já havia se perdido. O único que pode fazer isso é o
Senhor. Com a Sua luz, Ele vai nos limpando de todo o pecado que deu
origem à perda da dracma.
Talvez, você já tenha largado ou está pensando em largar a
dracma — que está associada ao seu ministério ou chamada — por
causa do cansaço e do desgaste, mas largue tudo o que está fazendo
agora, ore e peça perdão a Deus por ter deixado essa moeda cair. Que
Ele restitua tudo o que foi deixado por conta dessa perda! Depois,
chame suas amigas e conte a novidade! “Achei a minha dracma”, a
mulher declarou, e você pode fazer o mesmo, reencontrando a sua
responsabilidade com as almas que Jesus confiou a você. Ore: “Hoje,
me arrependo de tudo, e não só confio em Jesus, como também es-
colho servi-Lo e fazer a Sua vontade.”
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O FOGO QUE REVELA
A AUTENTICIDADE
O
fogo que revela a autenticidade começou, em minha vida,
logo no início da minha conversão, quando precisei ser ali-
nhada pelo Senhor para perceber o tanto de ajustes que pre-
cisava por causa do meu caráter e personalidade.
Depois de um tempo congregando, soube que meu pastor pre-
cisava de uma secretária que o ajudasse a resolver situações diárias tanto
na igreja como em seu ministério pastoral.
Em uma noite de culto normal, havia três fileiras vazias onde eu
estava, e a ocupação das pessoas se iniciava na quarta delas. Ninguém havia
se sentado à frente, e como eu estava com uma criança, procurava sempre os
lugares mais distantes para não perturbar. Excepcionalmente, o pastor pediu
que os irmãos se sentassem mais próximos ao púlpito e me chamou, junto
com o meu filho. Só eu fui e me sentei na segunda fileira.
O pastor terminou de pregar e, como era de hábito, foi fazer os
anúncios. Há três semanas, ele perguntava se alguém ali poderia traba-
lhar na secretaria. Eu ficava calada, e Deus falava com ele que a pessoa
que procurava estava dentro da igreja. Ele insistia com Deus e teimava
dizendo que não estava, porque nunca respondiam ao seu pedido.
No fim desse culto, ele voltou a falar de novo, e eu pensava:
“Deus me livre! Tanta fofoca e hipocrisia aqui. Vou é ficar caladinha”.
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Primeiro, foi dito que era malária e que tinham dado um remé-
dio para a febre, mas ela não baixava. No meu coração, eu me lamentava
muito, sem entender o que realmente estava acontecendo. Poucos mi-
nutos depois, a mãe dele chegou, nos chamaram de novo e nos disseram
que iriam mandá-lo para o Hospital Universitário de Coimbra, um dos
melhores da Europa.
Fomos acompanhados pelo corpo de bombeiros até lá. A partir
desse episódio, o Senhor sempre me dizia: “Filha, prepara o seu cora-
ção”. Chegamos ao hospital depois de uma hora de viagem. Com urgên-
cia, os médicos chamaram a mãe dele, e veio a bomba: não era malária,
era uma leucemia mieloblástica aguda.
Várias pessoas da igreja estavam conosco ali. Perdi o sentido de
tudo e comecei a gritar, desesperada: “Deus, me escuta, ele só tem 21
anos! Por favor, cure ele, para podermos testemunhar”.
Ele ficou internado por 21 dias. Nesse tempo, fizemos tudo o
que podíamos. Três dias antes de ele ser recolhido pelo Senhor, tive um
sonho com seu funeral. Eu não aceitava isso de jeito nenhum!
Quando ia visitá-lo no hospital, ele avisava a todo mundo que eu
estava chegando e que não queria que eu o visse sem cabelo, então não
o deixava cair, mesmo com a quimioterapia. Certa vez, fui vê-lo com a
“Lili”, e ela lhe disse: “Evaldo, melhora logo, para eu cozinhar tudo de
que gostas”. Ele olhou nos olhos dela e respondeu: “Para onde eu vou,
não poderei mais comer a tua comida”. Ela começou a chorar e se afas-
tou dele. Naquele mesmo dia, meu irmão foi colocado em isolamento
por causa da imunidade.
Passados os 21 dias, num sábado, eu estava em Coimbra en-
saiando com o ministério de louvor para o aniversário de casamento dos
nossos pastores, quando ele me ligou do quarto do hospital: “Mana, eu
tô te ligando para te dizer que eu não aguento mais”. Eu comecei a gri-
tar para ele tocar a campainha e chamar o médico, mas ele disse: “Não,
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RITA SALOMÉ
mana, não dá mais. Estou indo”. Atirei o meu celular no chão e comecei
a gritar! Todo mundo me abraçou e começou a clamar.
Neste momento, um missionário norte-americano estava em
casa e Deus o mandou ir ao hospital porque o meu irmão queria vê-lo
antes de partir. Eles eram muito amigos. Quando chegou lá, meu irmão,
que já estava ligado ao respirador, se levantou e se arrastou até o vidro
do quarto, tocou sua mão ali, despediu-se do nosso amigo em lágrimas,
voltou para a cama, sorriu e fechou os olhos.
A amiga que tinha me levado para o ensaio me perguntou
se eu queria ir até o hospital, mas eu disse que não porque sempre
o colocavam no oxigênio. De regresso a casa, ainda na estrada, meu
outro irmão ligou para o celular da minha amiga dizendo que Evaldo
havia sido recolhido. Pedi para que ela parasse o carro imediatamen-
te, porque não conseguia respirar. Eu gritava tanto que os carros iam
parando um atrás do outro para tentar me ajudar. Não havia consolo
possível para aquela dor!
Quando chegamos à casa da mãe dele, o desespero tomou conta
de todos. O pior era encarar o meu pai e o meu irmão mais novo que
tinham vindo da África para doar a medula óssea. O sonho que Deus
tinha me dado se cumpriu.
Havia quase 500 pessoas no cemitério em Aveiro para o funeral.
No meu sonho, era o nosso pastor a fazer o funeral, depois o padre da
escola onde ele estudava também se juntava ao cortejo. Como ele viveu
evangelizando, todos que ali estavam tinham o ouvido falar sobre Jesus.
A médica e uma das enfermeiras foram o seu prêmio no dia em que a
carruagem do Senhor passou para buscá-lo.
Depois desse tristíssimo acontecimento, começou um burburi-
nho na igreja de que eu era culpada pela morte do meu irmão porque,
segundo eles, eu o deixava passar fome. Sofri tantas acusações! Na rua, as
pessoas trocavam de calçada para não me cumprimentar, porque criam
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que eu é que devia ter morrido, não meu irmão, uma pessoa tão boa.
Cansada de tudo isso, cheguei à igreja um dia e pedi ao pastor que con-
cordasse comigo em oração. Era tanta gente falando que eu era a culpa-
da, que achei melhor orar, já que eu havia lido na Palavra que Deus se
vingava por causa de sangue inocente derramado.
Houve uma pessoa que mencionou que havia sonhado e recebido
uma revelação de Deus relacionada a mim, dizendo que eu era culpada. Era
tanta acusação, que resolvi falar com o pastor para buscar uma solução.
Orei com o pastor para que, se eu tivesse o sangue inocente do
meu irmão nas mãos, que naquela noite mesmo Ele me buscasse, assim
as pessoas podiam ficar contentes com a vingança. O pastor me pergun-
tou “mas que coisa é esta?”, mas acabou concordando com o “amém”.
Cheguei em casa, tomei banho, banhei meu filho e me vesti com
uma roupa limpa e elegante para ser enterrada. Esperei toda a noite até o
amanhecer e nada! Levantei-me e fui para a igreja. Lá, o pastor pergun-
tou: “Não morreu? Ah, meu Deus, é cada uma!” Até ali, eu não tinha
entendido de onde havia partido aquele sonho e a dita revelação de que
eu estava sendo acusada.
Meu espanto foi descobrir que foi uma pessoa íntima, que fre-
quentava a minha casa, me acompanhava para a igreja, comia junto e
com quem eu estava sempre em comunhão que havia tido o sonho e a
revelação supostamente de Deus e os espalhou para todos os irmãos.
Quando eu estava trabalhando na igreja, me apareceu uma irmã aos
prantos e confessou que também tinha propagado aquele veneno. Ela
havia ido até a mãe do meu irmão para contar que era eu a culpada!
Graças a Deus, a mãe dele entendeu a situação e mandou todos se acal-
marem porque o falecimento dele não tinha nada a ver comigo.
Quantas vezes eu chorava diante de Deus e virava noites por
causa não só da morte, mas também das acusações de algumas irmãs.
Aprendi, contudo, a perseverar.
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A BELEZA EM MEIO À
PROVA
A
beleza na prova acompanha um reparador de brechas.
Quando chegamos a algum lugar ou igreja, sabemos que
as circunstâncias jamais darão o parecer final de como tudo
vai terminar depois da reparação. Por essa razão, nossa absoluta confian-
ça vai para quem nos direcionou até aquele lugar e que também nos fará
sair de lá — Deus.
Não quero escrever sobre beleza física, apenas, nas próximas li-
nhas, mas quero me referir à beleza em meio à prova, que define as vitó-
rias que já foram estabelecidas através da cruz de Cristo.
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A oração do seu tio Abraão fez com que Deus enviasse ajuda.
4. Miriã
Essa personagem bíblica foi julgada por ciúmes! Irmã de Moi-
sés e Arão, foi agente de restauração para salvar a vida do libertador de
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Israel. Quando foi dada a ordem do Faraó para que matassem todas as
crianças do sexo masculino, ela acompanhou seu irmão no cesto que foi
colocado no rio Nilo. Depois que o povo passou pelo mar Vermelho,
ela dançou e cantou alegre na presença do Senhor, celebrando a vitória
sobre os egípcios.
Em Números 12:2–3, lemos: “E disseram: Porventura falou o Se-
nhor somente por Moisés? Não falou também por nós? E o Senhor o ouviu.
E era o homem Moisés mui manso, mais do que todos os homens que havia
sobre a terra.” Aqui, vemos Miriã inflamando Arão por conta de ciúme.
Por causa disso, ela ficou leprosa e foi colocada fora do arraial.
Miriã serve de exemplo para nós, quando olhamos para a lide-
rança e sentimos um ciúme bravo, nos esquecendo de que Deus nos
escuta. Ele só responderá ao coração correto, não ao bajulador, murmu-
rador e desrespeitador.
5. Diná
“E saiu Diná, filha de Lia, que esta dera a Jacó, para ver as filhas da
terra. E Siquém, filho de Hamor, heveu, príncipe daquela terra, viu-a, e
tomou-a, e deitou-se com ela, e humilhou-a.”
(Gênesis 34:1–2)
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1. Confiança em Deus
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2. Obediência à Palavra
Este segundo pilar é um dos mais difíceis de cumprir. Obe-
decer quando tudo nos é favorável é mais fácil, porém quando tudo
vai contra o que pensamos ou queremos, é complicado ver beleza na
obediência.
Em Gênesis 6:8, a Palavra diz que “Noé porém achou graça aos
olhos do Senhor”. O Senhor tinha pedido a Noé para construir uma
arca, avisando que inundaria toda a Terra! Construir uma arca num
lugar perto do mar ou de um rio seria uma coisa, mas num lugar seco,
onde nunca tinha havido chuva, exigia uma obediência cega.
O patriarca Abrãao, depois de ter esperado tanto tempo pelo
filho da promessa com sua esposa Sara, ouviu que deveria entregar Isa-
que como sacrifício. Ele foi até o Monte Moriá sem saber da existência
de um cordeiro substitutivo. Esse pai da fé creu, justamente pela fé,
que Deus iria resolver a situação e que ele não desceria do monte de
mãos vazias.
A beleza na prova nos leva a não resistir a Deus, mas a nos sub-
meter, resistindo ao diabo — o mais interessado na nossa desobediên-
cia. Jamais devemos nos esquecer de que obedecemos a um Rei que
tem Seu propósito; que, para viver, é preciso morrer; que, para subir, é
necessário descer; e que, para receber, é preciso dar primeiro. Prossiga
em amar a Deus em obediência e submissão, assim você experimentará
vitórias que jamais viu ou ouviu.
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4. Perseverança
Quem persevera não é aquele que apenas muda, mas sim que
segue rumo à transformação.
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5. Escolhas
Nossas escolhas podem servir para duas coisas: ou serão fruto
de informação e produzirão conhecimento ou serão fruto de medita-
ção e trarão conhecimento e também crescimento, os quais produzirão
transformação em nossas vidas.
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7. Viva a promessa
Para viver a promessa, precisamos ter intimidade com o Autor
que garante essa promessa. Não basta só ouvir falar dEle, precisamos
conhecê-Lo e prosseguir em conhecê-Lo.
“Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galar-
dão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a
vontade de Deus, possais alcançar a promessa.”
(Hebreus 10:35–36)
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somos peregrinos, que esperamos a Sua volta e que, juntos, nos senta-
remos à mesa do Cordeiro.
“Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te es-
pantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”
(Josué 1:9)
2. Esforça-te
Bíblia
Jejum
Oração
3. Bom ânimo
Esperança
Perseverança
Confiança
4. Não Temas
Ousadia
Coragem
Proteção
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5. Não te espantes
Distração
Moleza
Parar
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A VIVÊNCIA NO
MINISTÉRIO EM
TEMPO REAL
E
spero, através deste, relatar e expressar em detalhes tudo
aquilo que a Metodista Internacional Church vivenciou du-
rante o tempo em que a Pastora Rita Salomé esteve servindo
em nosso meio. Desejo contribuir com meu relato pessoal, da família
e dos membros de nossa comunidade de fé que foram tremendamente
impactados pelo Senhor através da vida e ministério dela. Que o Espíri-
to Santo testifique e ajude a descrever de forma precisa e detalhada tudo
aquilo que vivenciamos nesses dias.
É certo que nossa comunidade recebeu um presente da parte
de Deus. Nosso bispo Anderson Rodrigues e a pastora Paula Picolli
possuem uma longeva e bela amizade com a pastora Rita Salomé, que,
amorosamente, mesmo com todas as dificuldades e limitações, se dis-
ponibilizou com a permissão e direção de Deus a estar conosco durante
dois abençoados meses.
E que honra a nós foi concedida em poder servir a igreja local no
trabalho direto e indireto, auxiliando a Pastora Rita em todo o processo.
Fomos abençoados e impactados com sua vida e ministério, agraciados
com inúmeras ministrações, cursos e gabinetes. Ao mesmo tempo, nossa
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Rita Salomé. Prova disso são seus frutos — pessoas transformadas, ar-
rependidas de seus pecados, direcionadas e restauradas para a glória de
Deus. Abaixo, temos um breve relato daquilo que aconteceu em nosso
meio nesses dias.
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intimidade com o Senhor envolve tudo em sua vida, e nós, como igreja,
pudemos presenciar isso em inúmeros momentos. Um deles foi durante
a tarde de mão na massa, onde tivemos aulas de culinária, aprendemos a
fazer enroladinhos e pão de queijo. O objetivo era levantar fundos para
abençoar um ministério necessitado na nossa igreja. Claro que o Senhor
se fez presente! O momento de comunhão, as conversas e testemunhos
dela, sempre direcionados pelo Espírito Santo, geraram corações minis-
trados pelo Senhor e vidas transformadas.
Jesus, o Mestre, em Seu ministério terreno, por diversas vezes
usou exemplos de coisas que estavam à Sua volta para explicar verdades
espirituais ao povo. Por onde passava, Ele aproveitava o cotidiano das
pessoas para ensinar-lhes e exortá-las em amor. Nesses meses vivencian-
do o ministério da pastora Rita dia após dia, pudemos perceber essa
maneira de proceder como Cristo — em tudo existe uma oportunidade
para ensinar, exortar em amor e nos fazer crescer para a glória de Deus.
Após tudo que o Senhor fez através da pastora Rita, a Metodista
Internacional Church jamais será a mesma. Para testificar, seguem abai-
xo alguns testemunhos. Toda honra e glória sejam dadas ao Senhor.
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Kadu Fernandes
Após perdas e decepções, me afastei do Evangelho por quase
três anos e não poderia imaginar que havia uma serva de Deus orando
pela minha vida do outro lado do oceano! A pastora Rita esteve por um
período na igreja em que sempre congreguei e, ao subir no púlpito e me
ver, citou meu nome. Foi impactante! Mesmo após anos, ela se lembrava
de quem eu era. Esse momento marcou o meu retorno.
Agendamos um gabinete que foi um divisor de águas! Sendo
a missionária Rita uma profetisa de Deus, revelou e tocou em temas e
áreas da minha vida tão necessárias. A partir desse dia, se iniciava um
processo de cura e restauração extraordinários.
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CONCLUSÃO
TESTEMUNHOS DA
VIVÊNCIA DO MINISTÉRIO
EM ALGUNS PAÍSES
S
oberania divina é como quando alguém abre uma porta. Sim-
plesmente, de forma muito cuidadosa, a maçaneta é virada,
alguém entra e se depara com o Soberano diante de sua face.
Assim descreve o profeta. Você foi essa porta aberta, Rita, com muito
cuidado e zelo pelo espírito de Deus. Quando Ele abriu isso em você,
pude entrar e ver a glória soberana do meu Senhor e Altíssimo Deus.
Essa foi a forma como me senti!
Ytzchak Schakhaf Ben David – Kiryat Moshe, Jerusalém,
Israel
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Para a glória do Pai, vou dar o testemunho que pude viver com
essa mulher de Deus. As maiores experiências que presenciei foram vi-
vidas junto dela. Por onde passamos e moramos, andamos pelas terras
fazendo a obra de Deus. Essa querida irmã, pastora Rita Salomé, é um
exemplo de fidelidade. Tive o privilégio de ver e viver com ela quando
foi chamada para a obra de Deus. Por onde ela passou, observei e desfru-
tei de muitas maravilhas celestiais. Glorifico a Deus, que levantou essa
reparadora de brechas que tem sido enviada pela Terra.
Deus a usou para me ajudar quando ela deixou tudo para cumprir
o seu chamado! Eu sempre me perguntava se valeria a pena deixar família,
filho, casa e emprego para morar dentro de uma mala, em aeroportos, es-
tações de ônibus, sair da sua pátria para reparar brechas. Não é fácil! Hoje,
ver o chamado de Ezequiel em sua vida é realmente lindo. Isso só acontece
quando a pessoa ama verdadeiramente Cristo, Sua obra e as almas perdidas.
Amiga mais chegada que irmã, verdadeira atalaia e profetisa que
sofre pelas causas de Deus, seu testemunho daria um grande livro! Deus
a encontrou como a Ezequiel (22:30) no meio de muitos:
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ela, a depender dos cuidados e amor de Deus sobre nossa vida e casa.
Quando chegamos ao campo missionário, tínhamos vergonha de de-
pender dos outros e resistência a aceitar ajuda de outras pessoas.
Foram oito meses vivendo juntos, debaixo do mesmo teto, tro-
cando e compartilhando experiências inesquecíveis com essa mulher de
Deus. Hoje, vivemos as profecias que saíram de sua boca, que se torna-
ram realidade e que são um testemunho de uma vida de fé e dedicação
da missionária Rita Salomé, ou melhor, “mama”.
Pastores Marcio e Eliana Fernandes – Missionários na Suíça
em 2004-2005
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vista! No começo, estranhei a forma como ela era usada por Deus. Tive
medo, pois era tudo muito novo para mim. Com o tempo, porém, fui
me encantando com o modo com que ela servia ao Senhor com toda
dedicação e amor.
Além disso, me admirei com o fato de ela não ter desistido de
mim, mesmo eu não me interessando muito pelas coisas de Deus. Du-
rante toda a minha caminhada, mesmo estando “longe”, a pastora Rita
sempre esteve “perto”, orando por mim e minha família, nos aconse-
lhando e se lembrando de nos visitar quando estava em Goiânia.
Tenho a pastora Rita como uma mãe espiritual, que me ajudou
a renascer para Cristo e me lançou no ministério. Pastora Rita, eu te
amo infinitamente, e minha oração é para que Deus continue te usando
poderosamente e para que todos os sonhos que estão no coração dEle se
cumpram na sua vida!
Júlia Fernandes Azevedo Moreno – Goiânia, Brasil
Louvo a Deus pela pastora Rita e por Ele tê-la colocado em mi-
nha vida num momento tão difícil. Foi o Senhor quem nos apresentou.
Pastora Rita, fizeste parte do meu deserto. Tenho aprendido muito con-
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Estamos gerando em Deus o segundo livro!
Aguarde e lembre-se disso em suas orações diante
do Eterno!
BIBLIOGRAFIA
INDICADA
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Sites
1. https://crerepensar.com.br/licoes-de-fe-de-abraao/.
2. https://www.bibliaon.com/davi/
3. https://novabiblia.com.br/versiculos/paulo
4. http://camacarifatosefotos.com.br/religiao/68044-do-alto-o-
-que-podemos-aprender-da-vida-de-jose-do-egito
5. https://confianosenhor.com.br/2011/11/03/obediencia-e-
-submissao
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