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ASSIM NA
TERRA COMO NO
CÉU
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ASSIM NA
TERRA COMO NO
C. PETER WAGNER
Autor do best-seller Descubra Seus Dons Espirituais
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Originalmente publicado nos Estados Unidos sob o título On Earth as It Is in Heaven, por
Regal, from Gospel Light, Ventura, Califórnia, Estados Unidos (www.regalbooks.com).
Copyright © 2012 por C. Peter Wagner. Todos os direitos reservados.
Wagner, C. Peter
Assim na Terra como no céu : responda ao chamado
de Deus para transformar o mundo / C. Peter Wagner ;
[tradução Maria Lucia Godde Cortez]. -- 1. ed. --
Belo Horizonte, MG : Sete Montes, 2013.
ISBN:
13-03483 CDD-230.046
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SUMÁRIO
Prefácio 7
Notas 235
PREFÁCIO
prefácio 9
S U B E S T IMA N D O A O P O S I Ç Ã O
Agora vejo que subestimei gravemente o grau de oposição que
já havia se desenvolvido em certos círculos contra o que chamo
de o Mandato de Domínio. Na verdade, fico constrangido em ad-
mitir que uma rede de apologistas cristãos já vinha há algum
tempo opondo-se ao que eles chamavam de “dominionismo”, e
quando escrevi este livro, eu ainda não havia sequer ouvido fa-
lar nesse termo nem lido o que eles estavam escrevendo. Mas o
que eles estavam dizendo? Transcrevo aqui alguns trechos que
selecionei aleatoriamente na Internet de algumas de suas ex-
pressões descritivas relacionadas ao dominionismo: “um movi-
mento político perigoso”, “extremismo religioso”, “uma traição
aos costumes políticos e sociais da nossa sociedade”, “algo que
promove o ódio”, “ideias bizarras de um punhado de cristãos
de Direita”, “uma aberração da verdadeira teologia cristã”, “he-
resia” e “imperialismo cristão”, apenas para começar.
Quanto mais eu lia e analisava este material, mais con-
vencido ficava de que o medo é um dos principais elementos
motivadores por trás da oposição sincera ao dominionismo
por parte de alguns. Embora haja muitos outros elementos
que suscitam medo e possam ser identificados com precisão
ao longo da literatura, a maioria deles pode ser resumida no
medo de que o dominionismo leve a uma teocracia. Por incrí-
vel que pareça, tenho tanto receio de uma teocracia quanto os
críticos do dominionismo.
A R E S S U R R E IÇ Ã O D E U M L I V R O
Obviamente, minha editora de costume, a Regal Books, não é
suscetível ao medo do dominionismo bíblico, de modo que o
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UM F U N D A ME N T O P A R A O N O S S O M A N D AT O
Escrevi Assim na Terra Como no Céu com o objetivo de oferecer
um fundamento bíblico, teológico e estratégico para ajudar a
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prefácio 11
N Ã O É U MA T E O CR A C I A !
Reconheço a bagagem que a palavra “domínio” traz em si. O
principal medo daqueles que se opõem ao dominionismo é o
de que ele possa acabar advogando a favor de uma teocracia.
Por exemplo, a Coalizão pela Liberdade Religiosa, uma organi-
zação norte-america, produziu um documento com o apreensi-
vo título “Poderia Haver uma Teocracia no Futuro dos Estados
Unidos?”2 Embora bem pesquisado, o documento chega à con-
clusão questionável de que a teologia do domínio ameaça abrir
a porta para uma teocracia muito temida em nosso país.
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prefácio 13
O Q U E É T E O C R AC I A ?
Teocracia significa um governo dirigido por Deus. Aqueles
de nós que acreditam na Bíblia concordam que toda a terra
um dia será governada por Deus. Considerando que Deus é o
Criador do universo, Ele tem o direito definitivo de governá-la.
Está previsto que Jesus Cristo, a segunda pessoa da Trindade,
voltará à terra mais uma vez, desta vez não como um sacrifício
na cruz, mas como um guerreiro em um cavalo branco. Ele as-
sumirá o controle da sociedade humana de uma vez por todas,
e quando isso acontecer teremos uma nova terra diferente de
qualquer coisa que já conhecemos desde Adão e Eva.
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prefácio 15
A D E MO C R A C IA F UN C I O N A !
A democracia provou ser a melhor escolha para o governo civil
por causa do seu sistema de controle e equilíbrio que ajuda
a neutralizar a natureza pecaminosa inerente a nós, que foi
passada de geração em geração desde a queda de Adão. Vamos
olhar mais de perto como podemos assumir o domínio sobre
a sociedade e infundir nela os valores do Reino de Deus para
levá-la a operar dentro de um governo democrático.
A democracia, por definição, é um governo do povo, pelo
povo e para o povo. Em uma democracia, embora não haja re-
ligião estabelecida, as pessoas religiosas podem ser eleitas para
atuar tão livremente quanto as não religiosas, e elas também
podem subir às posições mais elevadas e mais influentes em
qualquer dos Sete Montes. Se os cristãos ganharem eleições,
adquirirem influência e ocuparem cargos públicos, deve-se es-
perar que propaguem e implementem os seus valores pessoais.
E isso não é teocracia; é um aplicação da democracia. Concor-
do com Rick Joyner quando afirma: “Você pode ter a melhor
forma de governo e ainda ter um mau governo se tiver pessoas
más nele. Deus está buscando escrever as Suas leis no coração
das pessoas. A forma de governo é o andaime, mas o caráter do
povo é o verdadeiro governo.” 4
Os cristãos entendem que os valores do Reino devem pe-
netrar todas as áreas de suas vidas pessoais, de suas famílias, de
seus negócios, de suas escolhas políticas, e todas as demais coi-
sas. Embora nos Estados Unidos evitemos constitucionalmente
uma Igreja estatal, nunca devemos imaginar ser possível separar
a religião ou a fé de uma pessoa da maneira como ela pensa,
toma decisões, vota e rege todas as questões de sua vida. Qual-
quer pessoa que deseje votar de modo contrário aos seus valores
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prefácio 17
A MA IO R IA G O V ER N A
Para esclarecer um pouco mais, se os cristãos por acaso consti-
tuírem a maioria em uma sociedade democrática, eles respeita-
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prefácio 19
OS COMP O N E N T E S D A T R A N S F O R M A Ç Ã O S O C I A L
Em 2005, creio que foi o próprio Deus que me revelou um
gráfico retratando os componentes essenciais para a trans-
formação da sociedade. Nos capítulos que se seguem, ex-
plicarei esses componentes e mostrarei como eles se inter-
relacionam.
TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A Igreja Apóstolos no
Mercado A Transferência
no Mercado
de Trabalho de Riquezas
de Trabalho
*
Publicado em português com o título Os Cristãos no Ambiente de Trabalho,
pela Editora Vida. (N. da T.)
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prefácio 21
ASSIM NA
TERRA COMO NO
CÉU
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CAPÍTULO 1
U M N O V O V IN H O :
A S E G U N D A E R A A POS TÓLI CA
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A S U P E R V IA D A S C O M U N I C A Ç Õ E S
É verdade que a história foi pontilhada com muitas épocas
extraordinárias. Entretanto, somente a geração atual possuiu
a supervia das comunicações. Ninguém sabe como, quando e
onde a roda foi inventada. Milhões de pessoas na China, África
e Índia não sabem nem se importam com o fato de Colombo
ter descoberto a América. Foi preciso um longo e lento proces-
so para que as mudanças iniciadas por Isaac Newton ao desco-
brir a lei da gravidade, os irmãos Wright voando em um avião
em Kitty Hawk e Henry Ford instalando a primeira linha de
montagem afetassem a maneira como um grande número de
pessoas vive.
A história cristã também vivenciou alguns momentos ex-
traordinários, começando com a encarnação, a crucificação e
a ressurreição de Jesus, e depois passando para os Atos dos
Apóstolos e a cristianização do Império Romano, a Reforma
Protestante, o movimento missionário moderno e o Aviva-
mento da Rua Azusa, apenas para citar alguns pontos altos.
Cada um desses eventos causou uma grande empolgação, mas,
pelo menos inicialmente, apenas entre um segmento relativa-
mente pequeno da população cristã da época.
Agora que o mundo inteiro está em contato por meio
do ciberespaço, a nossa situação é completamente diferente.
Quando o Espírito Santo fala às igrejas, apóstolos de todos os
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U M MO V IME N T O CO L O S S A L
Ainda assim, é importante saber de antemão que este é um
movimento colossal, reconhecido amplamente pelos sociólo-
gos da religião e pelos historiadores da Igreja e também por
outros estudiosos. Por exemplo, um de nossos pesquisado-
res mais respeitados, David Barrett, autor da enorme World
Christian Encyclopedia (Enciclopédia Cristã Mundial), dividiu
o Cristianismo mundial em cinco “mega blocos”, dos quais o
maior é o Catolicismo romano com mais de 1 bilhão de mem-
bros.1 Entretanto, dos quatro mega blocos não católicos, a
Nova Reforma Apostólica (que ele chama de Neoapostólica,
Independente ou Pós-denominacional) é a maior, com mais
de 432 milhões de partidários, comparados com os números
menores dos mega blocos Protestante/Evangélico, Ortodoxo
e Anglicano.2 Esses Neoapostólicos compreendiam apenas 3%
do Cristianismo não católico em 1900, mas estão projetados
para incluir quase 50% por volta de 2025.
A Nova Reforma Apostólica não apenas é o maior dos
quatro mega blocos não católicos, como também (e tão impor-
tante quanto) é o único de todos os cinco que está crescendo
mais rápido que o Islã. É importante reconhecer que não esta-
mos falando de algo periférico, mas sim de um movimento di-
nâmico exatamente no coração do Cristianismo do século 21.
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F U N D A ME N T O T E O L Ó G I C O
Quando eu disse que agora estamos vivendo a transformação
mais radical na maneira de se fazer igreja desde a Reforma Pro-
testante, quero enfatizar a expressão “fazer igreja”. A teologia
central da Reforma não é o que está sendo transformado atu-
almente. E, sim, ela continua a suprir o fundamento teológico
sobre o qual a Nova Reforma Apostólica é construída. Marti-
nho Lutero estabeleceu a autoridade final das Escrituras para
a fé e a prática, quando anteriormente a própria Igreja institu-
cional havia sido considerada a autoridade final. Ele estabele-
ceu o princípio bíblico da justificação pela fé, e não da salvação
por boas obras. Ele ensinou sobre o sacerdócio de todos os
crentes. A ideia antiga era a de que os cristãos precisavam de
um sacerdote ordenado para ajudá-los a chegar a Deus. Lutero
disse que isso estava errado. Todo crente pode e deve se aproxi-
mar de Deus e se comunicar com Ele sem precisar da mediação
de um sacerdote profissional.
O estabelecimento desses princípios aconteceu no século
16. Duzentos anos depois, no século 18, John Wesley esclareceu
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INT E R C E S S O R E S , P R O F E TA S E A P Ó S T O L O S
Uma aceleração significativa do processo histórico que levou à
Segunda Era Apostólica teve início na década de 70. Foi quando
o grande movimento de oração começou. Praticamente todo
movimento de oração de destaque no cenário atual se iniciou
nesse período. Pela primeira vez, o Corpo de Cristo começou a
reconhecer o dom e o ofício do intercessor. Hoje é possível en-
trar nas igrejas praticamente deixando de lado o aspecto deno-
minacional, e apresentar alguém a uma pessoa ou outra com
as palavras: “Ela é uma de nossas intercessoras.” Nos anos 70 e
antes disso, isso teria sido extremamente raro, embora algumas
vezes fossem reconhecidos os “guerreiros de oração”. Porém a
mais nova tendência de se reconhecer e ativar intercessores em
nossas igrejas e ministérios continua a crescer.
O dom e o ofício de profeta começaram a ser apoiados
pelo Corpo de Cristo na década de 80. Com essa afirmação
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A SEQUÊNCIA
Vamos especular por um instante sobre o motivo pelo qual
Deus poderia trazer à tona intercessores nos anos 70, profetas
nos anos 80, e apóstolos nos anos 90, nessa sequência especí-
fica. Creio que o motivo é claro. Os intercessores tinham de
vir primeiro porque sua tarefa principal é abrir o caminho no
mundo invisível entre o céu e a terra. Eles sabem como usar a
autoridade espiritual que Deus lhes deu para amarrar e neu-
tralizar os poderes demoníacos que lutam para gerar confusão.
Quando eles fazem bem o seu trabalho, a voz de Deus pode ser
ouvida mais claramente aqui na terra.
Quem, então, são aqueles mais fortemente ungidos por
Deus para ouvir a Sua voz? É claro que são os profetas. Com
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IS T O É B ÍB L I C O ?
Caso haja alguma dúvida, quero fazer uma pausa para com-
provar que as tendências para a Igreja que acabo de descrever
são bíblicas. Se eu não pudesse fazer isso, estaria entre os pri-
meiros a seguir em uma direção diferente.
Há uma quantidade considerável de material bíblico sobre
os apóstolos e o ministério apostólico no Novo Testamento. En-
tretanto, para simplificar as coisas, vou optar por citar apenas
três referências bíblicas. Estou fundamentando meus comentá-
rios na suposição de que concordamos que a Bíblia é a Palavra
de Deus. Nesse caso, estas três Escrituras devem ser o suficiente
para persuadir qualquer pessoa que ainda continue duvidando.
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O QUE É UM APÓSTOLO?
O que é um apóstolo? Minha definição do trabalho de um após-
tolo é a seguinte: um apóstolo é um líder cristão dotado, ensina-
do, comissionado e enviado por Deus com a autoridade para es-
tabelecer o governo fundamental da Igreja dentro de uma esfera
de ministério que lhe foi designada, ouvindo o que o Espírito
está dizendo às igrejas e colocando as coisas em ordem de acor-
do com essa palavra, para a expansão do Reino de Deus.
O tipo mais comum de apóstolo é alguém que foi indi-
cado por Deus para supervisionar um determinado número
de igrejas. Eles formam redes apostólicas e são chamados fre-
quentemente de “apóstolos verticais”. Meu papel apostólico
pessoal é diferente. Ele tem mais a ver com reunir certos gru-
pos de líderes como educadores, profetas, ministros de liberta-
ção, e outros apóstolos. Então, eu funciono como um “após-
tolo horizontal”.
A principal característica que distingue um apóstolo é a
autoridade que lhe foi dada por Deus. Paulo diz aos Corín-
tios que não se envergonha de se vangloriar da autoridade que
Deus lhe deu (ver 2 Coríntios 10:8). Entretanto, ele continua
sua afirmação indicando que Deus só o autorizou a usar a sua
autoridade apostólica em certas esferas, uma das quais inclui
os Coríntios (ver 2 Coríntios 10:13). Infelizmente, alguns após-
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UM NOVO ODRE
O fenômeno da Segunda Era Apostólica é claramente um novo
odre no desenvolvimento da história da Igreja. Odres novos
são comuns. Pelo fato de a Igreja de Jesus Cristo ter crescido
ao longo dos séculos, ela nunca cresceu exatamente da mesma
maneira. Ela cresceu de um modo nos tempos do Novo Testa-
mento, de outra maneira no Império Romano antes de Cons-
tantino, de outro modo na Idade Média, de outra maneira no
tempo da Reforma, de outra maneira na era da colonização
europeia, e de outra maneira depois da Segunda Guerra Mun-
dial, mencionando apenas alguns períodos longos da história
da Igreja. Cada uma dessas mudanças nos padrões de cresci-
mento da Igreja exigiu um novo odre.
Jesus ensinou sobre odres juntamente com uma das mu-
danças mais radicais que aparece na Bíblia, a de passar da Velha
Aliança para a Nova Aliança. Em uma ocasião, os discípulos de
João Batista foram ver Jesus porque estavam angustiados. Eles
estavam angustiados porque estavam extremamente famintos.
João Batista estava fazendo-os jejuar o tempo todo, ao passo
que Jesus e Seus discípulos estavam comendo, bebendo e apro-
veitando a vida. Eles pediram uma explicação a Jesus.
Em Mateus 9:14-17, Jesus ensinou-lhes algo sobre a Noiva
e o Noivo e depois sobre colocar remendos novos em vestes
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A N O S S A AT IT U D E C O N TA
Pelo fato de que o estou tentando fazer aqui é provar que nós,
nas igrejas da Nova Reforma Apostólica, somos agora os no-
vos odres do século 21, sinto que é essencial que possamos de-
monstrar a atitude correta para com os odres velhos. Jesus não
desprezou nem João Batista nem o odre velho. Na verdade, em
dado momento, Ele disse que não havia homem nascido de
mulher maior que João (ver Mateus 11:11). Cada um dos odres
velhos de Deus, em um determinado momento, foi um odre
novo. O motivo pelo qual Deus não derrama o Seu vinho novo
nos odres velhos baseia-se na Sua misericórdia. Ele não quer
destruir os odres velhos, porque os ama. Na verdade, o vinho
velho costuma ser valorizado pelos conhecedores de vinho.
O principal odre eclesiástico dos últimos séculos que se
passaram foram as denominações, e antes disso, as igrejas esta-
tais. Embora estejamos na Segunda Era Apostólica, as denomi-
nações não vão se evaporar, assim como a Velha Aliança Judai-
ca não se evaporou depois que Jesus veio. Jesus comenta sobre
isso quando diz: “E ninguém, tendo bebido o velho, quer logo
o novo; porque diz: Melhor é o velho” (Lucas 5:39). Entretanto,
embora continuemos a honrar aqueles que preferem o vinho
velho, não estamos relutantes em sugerir que, agora mesmo, se
quisermos estar entre os transformadores da história de Deus
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D E MO N S T R A Ç Õ E S D E P O D E R
Considerando que a genealogia da Nova Reforma Apostólica
se origina desde o movimento carismático independente e o
Pentecostalismo clássico, seria de se esperar que demonstra-
ções do poder do Espírito Santo fossem comuns. Nem todas
as igrejas apostólicas se autoidentificariam como carismáti-
cas em sua natureza, mas provavelmente 80% delas o fariam.
Creio, entretanto, que quase todas permitiriam dons de sinais
ocasionais em seu meio, mas não necessariamente como parte
de seu ministério público.
A partir dessas colocações, a maioria das igrejas apostóli-
cas gostaria de ter a reputação de identificar-se com o apóstolo
Paulo, que disse: “A minha palavra e a minha pregação não
consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito e de poder” (1 Coríntios 2:4). A vida
contínua da Igreja incluiria profecia, línguas, oração de con-
cordância, linguagem corporal exuberante, bandeiras, dança,
curas, ministérios de libertação, artes proféticas, guerra espiri-
tual proativa, e apelos ao altar para oração individual.
O U V ID O S A P O S T Ó L I C O S
Sete vezes no livro de Apocalipse, Jesus diz: “Aquele que tem ou-
vidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Essa declaração ocor-
re em cada uma das cartas às sete igrejas em Apocalipse 2 e 3.
Todo crente pode e deve ouvir o que o Espírito Santo está
dizendo. Por exemplo, você precisa ouvir o que o Espírito está
dizendo sobre a direção da sua vida. Um mestre precisa ouvir
o que o Espírito está dizendo sobre sua turma. Um prefeito
precisa ouvir o que o Espírito está dizendo sobre a cidade. Um
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CAPÍTULO 2
U M N O V O H O R IZ O N T E :
T R A N S F O R M A ÇÃ O S OCI A L
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A ME N TA L ID A D E H E B R A I C A
Uma das mudanças mais significativas deste novo odre é uma
mudança da mentalidade grega para a mentalidade hebraica.
A Bíblia, tanto o Antigo Testamento quanto o Novo Testamen-
to, tem como pano de fundo uma mentalidade hebraica. A
ideia básica por trás da mentalidade hebraica é a de que Deus
e os princípios espirituais permeiam toda a vida aqui na terra.
Alguns chamam isso de holismo. É verdade que o Novo Testa-
mento foi escrito no Império Romano, que havia assimilado a
mentalidade grega, mas, com exceção de Lucas, ele foi escrito
por judeus. Entretanto, à medida que a Igreja se desenvolvia
ao longo dos séculos, cada vez mais a cultura grego-romana
foi se infiltrando, até que o Imperador Constantino finalmente
sequestrou a Igreja e, ao que consta, completou essa transição.
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OS CRIST Ã O S D E V E R IA M T R A N SF O R M A R O M U N D O
Concordo com Bryant Myers, e está claro que não somos os
únicos a pensarmos assim hoje. Também pensa assim James
Davidson Hunter, um sociólogo da Universidade da Virginia.
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HIS T Ó R IA D A T R A N S F O R M A Ç Ã O S O C I A L
Constantino se tornou o imperador de Roma no século 4.
Como mencionei anteriormente, os fundamentos filosóficos
do Império Romano haviam sido moldados pela mentalidade
grega. Pensadores famosos do passado como Platão e Aristó-
teles haviam moldado a visão da realidade das pessoas. Elas
acreditavam que a realidade tinha duas dimensões prioritá-
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O S R E F O R MA D O R E S
Uma enorme mudança ocorreu com a Reforma Protestante
do século 16. Os dois líderes mais proeminentes da Reforma
foram Martinho Lutero, na Alemanha, e João Calvino, em
Genebra.
Martinho Lutero, o grande reformador que quebrou o ca-
tiveiro do Catolicismo medieval, estabeleceu os fundamentos
teológicos básicos do nosso movimento Protestante com dou-
trinas como a autoridade das Escrituras, a justificação pela fé
e o sacerdócio universal dos crentes. Todos nós fomos benefi-
ciados por sua corajosa e brilhante quebra de paradigmas te-
ológicos.
Entretanto, no que diz respeito ao tema do qual tratamos
aqui, Lutero manteve um dualismo padrão voltado para a
mentalidade grega, predominante desde Constantino. H. Ri-
chard Niebuhr, um reconhecido analista do pensamento de
Lutero, escreveu o seguinte:
A CON S T IT U IÇ Ã O D O S E S TAD O S U N I D O S E O
MO V IME N T O MIS S IO N Á R I O M O D E R N O
Nem Lutero nem Calvino deram passos para dissolver as es-
truturas da Igreja estatal instituídas por Constantino. Tanto
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O E VA N G E L H O S O C I A L
Em fins da década de 1800, a voz de Walter Rauschenbusch, de
Rochester, Nova York, começou a ser ouvida. Ele tentou levar
o mandato cultural para a linha de frente do movimento mis-
sionário, juntamente com o mandato evangelístico. Ele é lem-
brado hoje como um dos mais proeminentes pioneiros do que
logo veio a ser chamado de movimento do evangelho social.
Infelizmente, foi neste ponto que o elemento liberal da
Igreja teve êxito em absorver o mandato cultural. Ironicamen-
te, o próprio Rauschenbusch defendia que o mandato evan-
gelístico deveria ser mantido em primeiro lugar, mas não era
capaz de impedir o avanço da tendência liberal. Os seguidores
do evangelho social defendido por ele se alienaram dos evan-
gélicos (1) atribuindo a raiz do mal social nos Estados Unidos
ao capitalismo e (2) removendo o mandato evangelístico de
sua agenda.
Isto causou uma forte reação negativa entre os líderes
evangélicos por volta do ano de 1900, ajudando a provocar, en-
tre outras coisas, a controvérsia fundamentalista-modernista.
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LAUSANNE, 1974
O momento mais importante e que foi mais decisivo para
nos fazer chegar ao ponto em que estamos hoje foi o Con-
gresso Internacional de Evangelização Mundial, realizado em
Lausanne, na Suíça, em 1974. Foi patrocinado pela Associa-
ção Evangelística Billy Graham e contou com a participação
de 4.500 delegados escolhidos a dedo e vindos de praticamente
todas as nações do mundo. Seu foco principal era o mandato
evangelístico. Entretanto, havia um número de pessoas sufi-
ciente ali, inclusive os latino-americanos que mencionei, para
chamar bastante a atenção daquele Congresso para o mandato
cultural. Creio que aquela reunião marcou o início da Fase 1
do nosso movimento em direção à transformação social.
Surgiu certa controvérsia quando o relatório de intenções
oficial do Congresso, que foi chamado de “Pacto de Lausanne”,
foi finalizado. Para alívio dos meus amigos latino-americanos
e de outros como eles, o Pacto de Lausanne incluía o mandato
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TOMANDO A S N O S S A S C ID A D E S P A R A D E U S , 1 9 9 0
Enquanto isso, os evangélicos norte-americanos de inclinação
carismática começaram a se mover em uma direção um tan-
to diferente dos evangélicos tradicionais, levando mais a sério
o mandato bíblico da guerra espiritual em nível estratégico.
Considero ser essa a Fase 2 do nosso movimento em direção
à transformação social. Antes de 1990, não havia sido escrito
muito, nem se havia pregado ou discutido muito entre os líde-
res sobre os principados e potestades de alto escalão designa-
dos por Satanás para manter todos os segmentos da sociedade
em trevas e miséria.
Esse pensamento começou a mudar na última reunião do
Movimento de Lausanne, que ocorreu em Manila, em 1989.
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T R A N S F O R MA Ç Ã O S O C I A L
À medida que contingentes cada vez maiores da Igreja come-
çam a planejar estratégias nessa direção, quanto mais depres-
sa pudermos chegar a um acordo geral sobre a terminologia
a ser utilizada, melhor poderemos nos comunicar uns com os
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A L MO L O N G A , G U AT E M A L A
Um dos melhores exemplos de transformação sociologica-
mente verificável que temos até hoje é o caso de Almolonga,
na Guatemala. Almolonga foi apresentada no primeiro vídeo
Transformações de George Otis, Jr. e, desde então, se tornou uma
atração turística cristã popular. Vamos concluir este capítulo
com um fragmento de uma divulgação de informações feita
em 2005 pela Christian World News, da CBN:
CAPÍTULO 3
U M N O V O P A R A D IG MA :
A T E O L O G IA DO DOM Í NI O
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D A T E O R IA À P RÁ T I C A
Sei que teologia pode ser algo maçante e entediante. Uma das
razões para isso é o fato de grande parte da teologia tradicio-
nal, por mais que possa ser uma sabedoria academicamente
brilhante, eencontrar-se muito distante da realidade do nosso
dia a dia. Suspeito que estamos vendo uma mudança sutil de
paradigma nas atitudes de muitos líderes cristãos para com a
teologia. Quando frequentei o seminário, praticamente toda
a Igreja funcionava com base no pressuposto de que o pré-
requisito para uma ordenação seria a formação completa em
teologia sistemática, epistemologia e na história dos dogmas.
Um argumento para justificá-la seria que a referida especiali-
zação seria necessária para que a Igreja evitasse a heresia. Ironi-
camente, entretanto, ficou evidente que algumas das heresias
mais prejudiciais que atualmente contaminam as igrejas, pelo
menos na Europa e na América do Norte, foram perpetradas
por ninguém menos que teólogos versados.
Não encontro o mesmo nível de reverência pela teologia
na maioria das igrejas associadas à Nova Reforma Apostóli-
ca. Veja, por exemplo, a escola que fundei há vários anos, o
Wagner Instituto de Liderança (WIL). Partindo do princípio
de que o WIL foi projetado para treinar adultos que já estão no
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ministério, eu, por exemplo, decidi não ter nenhum dos cursos
exigidos nos seminários no currículo do curso. Minha ideia
era a de que aqueles alunos, por serem maduros, saberiam me-
lhor o que precisavam para aperfeiçoar o seu próprio ministé-
rio do que um comitê de faculdade poderia supor. Uma das
implicações desta abordagem mais recente que rapidamente
chamou a nossa atenção foi a de que se oferecêssemos cursos
tradicionais de teologia sistemática, epistemologia ou história
dos dogmas, praticamente ninguém se matricularia.
Irei um passo mais além e farei a previsão de que os teó-
logos em si provavelmente se tornarão relíquias do passado à
medida que a Segunda Era Apostólica avançar. A Igreja Católi-
ca reconheceu oficialmente o ofício de teólogo, e o equivalente
protestante são os professores de seminário (cujos cursos, por
falar nisso, são, por necessidade, exigidos para graduação). As
novas igrejas apostólicas, por outro lado, não parecem estar se-
guindo essas mesmas pegadas. Seus líderes não parecem estar
carregando a mesma quantidade excessiva de bagagem doutri-
nária que muitos de seus predecessores carregavam. Os teólogos
não são mencionados, por exemplo, em Efésios 4:11 juntamente
com os apóstolos, os profetas, os evangelistas, os pastores e os
mestres. Entretanto, tudo isso não implica a ausência da teolo-
gia legítima. Acontece apenas que os apóstolos, os profetas e os
mestres estão se tornando os novos guardiões de uma teologia
dinâmica, que acaba sendo tanto prática quanto teórica.
O QUE É TEOLOGIA?
Sobre o que estamos falando? O que é teologia afinal? Eis a
minha tentativa de definição: Teologia é uma tentativa huma-
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A T E O L O G IA D O D O M Í N I O
A teologia prática que edifica um melhor fundamento sob a
transformação social é a teologia do domínio, atualmente cha-
mada algumas vezes de Teologia do Reino. Ao pesquisar sua
história encontraremos suas origens desde R. J. Rushdoony
e Abraham Kuyper até João Calvino. Algumas das tentativas
pioneiras de aplicá-la em nossos dias seriam especialmente as
feitas por Bob Weiner, Rice Broocks e Dennis Peacocke, entre
outros. Infelizmente, a teologia do domínio precisou navegar
por águas turbulentas no passado recente. Acho que entendo
onde algumas dessas objeções tiveram origem.
Uma delas, por exemplo, vem daqueles que ainda detêm a
primazia do mandato evangelístico sobre o mandato cultural.
Expliquei a história deste diálogo criativo com muito cuidado
no capítulo anterior, inclusive o meu próprio ponto de vista
inicial de que o mandato evangelístico era primordial. Por eu
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ter tido esse ponto de vista no passado, creio que posso enten-
der e respeitar o ponto de vista daqueles que ainda se opõem a
esses fundamentos.
O S T E MP O S D O F I M
A segunda objeção é escatológica, e tem a ver com a nossa vi-
são dos tempos do fim. A teologia do domínio, é bem verdade,
tende a ser escatologicamente perturbadora. Por quê? Muitos
entre aqueles que fazem parte da minha geração foram doutri-
nados com a visão pré-tribulacionista e pré-milenista do fim
dos tempos. Mergulhei noite e dia na Bíblia Scofield e sentei-
me para aprender com pessoas como Wilbur M. Smith, que
ensinava que o mundo iria piorar cada vez mais até que final-
mente todos os verdadeiros crentes um dia seriam arrebatados
para o céu. Então aqueles que haviam sido deixados para trás
passariam por sete anos de tribulação, com o anticristo assu-
mindo o controle, até que Jesus voltaria em um cavalo branco
e nos levaria a todos para reinar com Ele por 1.000 anos (o
milênio). Essa era a nossa gloriosa esperança.
Se, por um lado, agora acreditamos que Deus está man-
dando que nós nos envolvamos em uma transformação social
agressiva, é óbvio que chegaremos a um ponto de vista diferente.
Não aceitamos mais a ideia de que a sociedade irá piorar cada
vez mais, pois agora acreditamos que a ordem de Deus é para
transformar a sociedade a fim de que ela melhore cada vez mais.
Concordo com Jim Hodges, que sugere que nós, cristãos, preci-
samos nos livrar do “nosso desejo excessivo de deixar o plane-
ta”.1 Isto nos torna muito menos dogmáticos acerca das teorias
do milênio. Costumo dizer de forma bem-humorada que já não
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U LT R A P A S S A N D O L I M I T E S
Para alguns, entretanto, essa visão extrapola os limites
doutrinários tradicionais. Como exemplo, uma denomina-
ção de prestígio como as Assembleias de Deus é comprometi-
da com o pré-milenismo, e isso os levou previsivelmente a se
oporem à teologia do domínio. Em uma de suas publicações
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U M N O V O T E MP O
Já basta das águas turbulentas que os defensores da teologia
do domínio tiveram de navegar por algum tempo. Estou con-
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O P R IN C ÍP I O
Os princípios básicos da teologia do domínio começam no
primeiro capítulo da Bíblia. A intenção original declarada de
Deus foi a de criar a raça humana para que ela “tenha domínio
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais
domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que ras-
tejam pela terra” (Gênesis 1:26, grifo nosso). Esse é o motivo
pelo qual penso que a “Teologia do domínio” é mais biblica-
mente abrangente que a “Teologia do Reino”. O Reino de Deus
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PODER E AUTORIDADE
Antes de sua queda do céu, Satanás, ou Lúcifer, tinha tanto po-
der quanto autoridade. Ele era chamado “o querubim ungido
para cobrir...” (Ezequiel 28:14). O seu grande erro foi dizer um
dia: “Subirei...” (Isaías 14:13). Ele não estava satisfeito com a
autoridade delegada por Deus; ele queria afirmar a sua própria
autoridade acima da autoridade de Deus. Ele disse: “Serei se-
melhante ao...” (Isaías 14:14). O resultado foi que ele foi lança-
do do céu. Quando isso aconteceu, ele não perdeu o seu poder,
mas perdeu a sua autoridade. Então, quando Deus delegou a
Adão a autoridade para dominar a criação, juntamente com o
livre arbítrio, Satanás viu uma oportunidade de tomar de volta
a autoridade que ele havia perdido. Deus não a teria dado de
volta a ele, mas Adão agora podia fazer isso.
Pode parecer estranho a princípio, mas pense nisto: Deus
deu a Adão a autoridade de entregar a sua autoridade a Sata-
nás! Isso dá um enfoque diferenciado ao nosso entendimento
habitual acerca da tentação e da queda.
A dita maçã se tornou simplesmente um símbolo visual da
escolha de Adão. Ele escolheria obedecer a Deus ou seguiria o ca-
minho de Satanás? Quando Satanás o convenceu a desobedecer
a Deus, a história de repente foi transformada. A autoridade de
Adão de tomar o domínio sobre a criação de Deus foi entregue a
Satanás. E o que é pior ainda, Adão colocou a si mesmo e a toda
a futura raça humana sob a autoridade de Satanás também.
U M “ L E Ã O D E S D E N TA D O ” ?
Analise a história da humanidade. Pense em algumas termi-
nologias bíblicas para descrever Satanás e o seu domínio. Ele
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O S E G U N D O E Ú LT I M O A D Ã O
Se o plano de Deus para a história mudou de repente com o
primeiro Adão no Jardim do Éden, ele mudou novamente e
tão repentinamente quanto com a vinda do segundo e último
Adão, Jesus Cristo. Ouvimos relativamente poucas pregações
sobre Jesus como sendo o segundo Adão, principalmente
porque a maioria dos líderes cristãos não esteve em sintonia
com a teologia do domínio defendida por mim. Quando nós
estamos em sintonia com ela, entretanto, o que Paulo escreve
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AS OBRAS DO DIABO
Deus enviou Jesus em carne humana real para fazer o que
Adão deixou de fazer. Jesus viveu uma vida humana de pureza
e obediência ao Pai. Ele foi o único ser humano vivo a estar
qualificado para tomar de volta das mãos de Satanás o domí-
nio que Adão havia perdido. “Para isto se manifestou o Filho
de Deus: para destruir as obras do diabo” (1 João 3:8). As maio-
res obras do diabo estavam relacionadas ao domínio maligno e
tirânico que Satanás exerceu sobre toda a raça humana desde a
queda do primeiro Adão. Jesus morreu para reverter a história
de uma vez por todas.
Veja por que o Pai enviou Jesus: “Porque aprouve a Deus
que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz
pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consi-
go mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus”
(Colossenses 1:19-20). Como isso deve acontecer na vida real?
“[Deus] nos deu o ministério da reconciliação” (2 Coríntios
5:18). Isso vem a ser uma tremenda responsabilidade! Para
quem? Para aqueles de nós que estão comprometidos em fazer
a vontade de Deus. Entre outras coisas, é um mandato para a
transformação social.
Joseph Mattera concorda. Ele escreve: “Quando Jesus foi
coroado Senhor de todos, foi sobre toda a jurisdição de Deus
— não apenas sobre a Igreja — e isso inclui ‘todas as coisas’.
‘Todas as coisas’ incluem a terra, o ambiente, a política, a edu-
cação, a medicina, o sistema de saúde, as artes, o espaço, a eco-
nomia, a justiça social e as ciências humanas.”7
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A Q U IL O Q U E F O I PE R D I D O
Em dado momento, eis como Jesus descreveu a Sua própria
missão: “Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o per-
dido” (Lucas 19:10). Nosso entendimento pastoral tradicional
dessa declaração tem sido o de que Jesus veio para salvar aque-
les que estavam perdidos, e não aquilo que estava perdido. É
claro, Ele realmente veio salvar almas individualmente, como
eu disse, mas esse versículo específico não se refere a indivídu-
os; ele se refere ao domínio sobre a criação que Adão perdeu
no Jardim do Éden. Gosto da maneira como Ed Silvoso explica
essa questão: “Muitos cristãos não têm dificuldade para acre-
ditar que o diabo — um ser criado com poder limitado — con-
taminou toda a criação com apenas um pecado. Mas acham
difícil acreditar que Jesus Cristo — que é Deus — através de um
sacrifício perfeito fez provisão para recuperar tudo ‘aquilo que
se havia perdido.’”8 Silvoso acrescenta a dimensão apostólica.
O ministério público de Jesus começou logo após a Sua
tentação. Uma das primeiras coisas que Ele fez no Seu ministé-
rio público foi entrar na sinagoga de Sua cidade natal, Nazaré.
Ali, Jesus fez o que foi muito provavelmente o Seu primeiro
discurso. Não é de admirar que Ele tenha aproveitado a oca-
sião para definir a agenda do Seu ministério. Aqui está ela, ex-
traída do livro de Isaías:
C O L O N IZ A Ç Ã O
Falando do Evangelho do Reino, Myles Munroe sugere que o
plano de Deus para a terra poderia ser visto como uma forma
do que conhecemos como colonização. “A colonização”, diz
Munroe, “é um processo pelo qual um governo ou governante
determina-se a estender o seu reino, o seu governo ou a sua
influência a um território adicional com o propósito de im-
pactar esse território com a sua vontade e os seus desejos”.9 O
Reino de Deus estava nas regiões celestiais, e Ele criou a terra
com a ideia de estendê-lo. A terra devia ser uma colônia do céu.
Deus era o Rei de tudo, e Ele delegou à raça humana, represen-
tada no início por Adão, o direito de exercer o governo dessa
colônia. A terra visível deve refletir a natureza e a essência do
Reino invisível do céu, que é a sua fonte. O anúncio de Jesus
na sinagoga de Nazaré foi uma declaração de que essa intenção
original de Deus, dali em diante, começaria a se materializar
em sua plenitude.
O segundo Adão fez tudo que era necessário para colocar
o projeto original de Deus para a terra de volta em seu lugar
como uma colônia do céu. Quando Ele fez isso, também dele-
gou a responsabilidade de trazer o plano de Deus à existência.
Steve Thompson diz: “Jesus, tendo recuperado a autoridade
sobre a terra, agora podia mediar e governar os negócios da
terra. Entretanto, Jesus não ficou na terra para governá-la. Ele
subiu para o Pai e está sentado à Sua direita. Então, quem ago-
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A G R A N D E C O MIS S Ã O
Embora eu relute um pouco para sugerir isso, estou conven-
cido de que precisamos examinar mais de perto a Grande Co-
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CAPÍTULO 4
A A Ç Ã O D O R EI N O
Este é um livro sobre assumir o domínio. Acredito firmemente
que a ação do Reino por parte de todos os crentes pode lite-
ralmente transformar o mundo. De acordo com relatos, John
Wesley disse algo com relação a isso: “Em oração, aprendi que
sem Deus não posso agir e sem mim Deus não quer agir.” Essa
é uma declaração profunda. Wesley parece ter dito que aquilo
que fazemos realmente importa. Importa não apenas para o
mundo e para aqueles que nos cercam, mas também impor-
ta para Deus. Os planos de Deus, de acordo com esse ponto
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O JA R D IM D O É D E N
Quando defendi a minha tese a favor da teologia do domínio
no último capítulo, comecei no Jardim do Éden. Vamos fazer
o mesmo quanto ao teísmo aberto.
O propósito claro e declarado de Deus ao criar Adão e Eva
no sexto dia, depois de ter criado tudo o mais nos cinco primei-
ros dias, foi o seguinte: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar,
e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e
sobre todo o réptil que se move sobre a terra” (Gênesis 1:26).
Se Deus quisesse, poderia ter feito diferente. Ele poderia
ter mantido Satanás, a serpente, fora do Jardim e permitido
que a história se desenrolasse de maneira feliz sob a supervisão
da raça humana e sem pecado para todo o sempre. Por que
Ele não fez isso? A questão era o controle. Deus não queria
usar Seu poder para coagir Adão a fazer coisa alguma. Adão foi
criado intencionalmente como um agente moral com livre ar-
bítrio. Deus queria que Adão o amasse, mas o verdadeiro amor
precisa ser uma escolha do indivíduo. O verdadeiro amor nun-
ca é forçado. É por isso que a escolha cabia a Adão. Ele poderia
escolher seguir o caminho de Deus ou poderia escolher seguir
o caminho de Satanás.
Adão, como bem sabemos, fez uma má escolha. Entretan-
to, vamos mudar o nosso foco por um instante de Adão para
Deus. Qual era o papel de Deus nessa escolha? Deus fez Adão
agir daquela maneira? Deus criou Adão para que ele pecasse
para poder finalmente enviar um Redentor? Deus sabia antes
de criar Adão que ele não escolheria amá-lo, mas cederia a Sata-
nás? Deus criou Adão para assumir o domínio sobre a criação
sabendo que, dentro de um curto período, Satanás usurparia
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P E R G U N TA S F O R T E S
Sei que estas são perguntas fortes. Elas não são o tópico co-
mum das conversas que costumamos ter enquanto tomamos
um cafezinho. A maioria das pessoas preferiria não se preo-
cupar em sequer levantar tais questionamentos sobre Deus, e
muito menos tentar respondê-los. Entretanto, não creio que
deveríamos fingir que eles não existem. Depois de pensar um
pouco, a maioria dos crentes que conheço e com os quais mi-
nistro responderia não a cada uma das perguntas do último
parágrafo, embora também possam admitir que não estariam
preparados se precisassem explicar exatamente como chega-
ram às suas conclusões. Aqueles que saíssem pela tangente
tentando dar algumas explicações lógicas para o fato de por
que Deus criaria um mundo que Ele já sabia que terminaria
em desastre, geralmente seriam aqueles que tiveram algum
treinamento teológico formal. Quase todos eles responderiam
a essas perguntas com base em um paradigma teológico cha-
mado teísmo clássico. A propósito, estou muito familiarizado
com o teísmo clássico, pois foi o que aprendi e no que tentei
acreditar quando me formei em teologia.
Se me permitem falar em tom pessoal por um instante,
não me esquecerei da minha frustração com essas questões du-
rante o meu primeiro ano de seminário. Eu morava em uma
casa com cerca de 20 outros alunos, e perdi a conta do núme-
ro de noites que tomávamos café juntos e ficávamos acorda-
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T E ÍS MO A B E RT O
Minhas frustrações terminaram em fins dos anos 90, quando
ouvi falar pela primeira vez em teísmo aberto. Comecei a ler
Greg Boyd, Clark Pinnock e John Sanders, provavelmente os
três defensores mais famosos do teísmo aberto. Senti-me como
se estivesse nascendo de novo teologicamente. Finalmente eu
tinha um paradigma bíblico e teológico que trazia sentido ao
que vinha pensando e fazendo durante todo aquele tempo.
O que havia de diferente entre o teísmo clássico e o teís-
mo aberto? Um entendimento diferente sobre Deus. O teísmo
clássico havia me levado a acreditar que por Deus ser sobera-
no, Ele tinha tudo sob controle. Ele era Todo-poderoso. Ele
havia predeterminado tudo que aconteceria na história. Era
impossível Deus não saber tudo antecipadamente. Nada nun-
ca pegou Deus de surpresa. O que quer que tenha acontecido
ao longo dos séculos deve se encaixar de alguma maneira no
Seu desígnio geral. Mesmo que Ele não gostasse do mal, tudo
que aconteceu, tanto bom quanto mau, no fim das contas glo-
rificou a Deus. É por isso que Ele pôde criar Adão e Eva mesmo
sabendo o tempo todo que eles acabariam pecando e transfe-
rindo para Satanás a autoridade que Deus havia dado a eles
para assumirem o domínio. Você está vendo porque eu estava
frustrado? Essa linha de pensamento pode acabar nos obri-
gando a acreditar que o que fazemos não importa muito. Deus
tem tudo determinado antecipadamente, e aquilo acontecerá
de uma maneira ou de outra.
assim para si mesmo: “Sei que Adão vai comer a maçã, mas vou
dizer a ele para não comê-la de modo algum.” Para algumas
pessoas, essa poderia ser uma visão perturbadora de Deus.
A S O C IE D A D E T E O L Ó G IC A E VA N G É L I C A
O que acabo de dizer é muito preocupante para aqueles que
foram programados com o teísmo clássico e que não preten-
dem mudar. Na verdade, alguns deles iriam tão longe a ponto
de dizer que o teísmo aberto é uma heresia completa. Foi exa-
tamente isso que aconteceu na respeitada Sociedade Teológica
Evangélica à qual pertence a maioria dos teólogos evangélicos
reconhecidos, credenciados e crentes na Bíblia. É uma história
fascinante.
Havia anos que tudo corria bastante calmamente na So-
ciedade Teológica Evangélica (STE). Os teólogos, leais à for-
ma, encontravam muitas coisas a respeito das quais debater,
mas esses debates não eram demasiadamente empolgantes e
as questões não eram particularmente importantes — até que
surgiu o teísmo aberto! As coisas explodiram, porque a maio-
ria dos membros da STE por acaso eram teístas clássicos com-
prometidos.
Os três defensores notórios do teísmo aberto, Greg Boyd,
Clark Pinnock e John Sanders, começaram a escrever livros e
artigos defendendo a sua posição. Chama a atenção o fato de
que todos os três eram considerados por seus colegas como
teólogos respeitáveis, o que significa que seus argumentos te-
ológicos não podiam ser ignorados ou varridos para debaixo
do tapete. Todos eram membros da STE, embora Greg Boyd te-
nha se demitido nos primeiros estágios do debate, pois Deus o
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O TEÍS MO A B E R T O É U MA Q UE S T Ã O E M A B E R T O
Por que estou contando estas histórias? Para trazer à tona o
fato de que os nossos principais teólogos evangélicos estão
longe de chegar a um consenso de que o teísmo aberto é uma
heresia absoluta. O teísmo aberto é simplesmente uma con-
clusão diferente à qual chegaram algumas pessoas que levam
a autoridade das Escrituras e a soberania de Deus tão a sério
quanto qualquer outra pessoa.
Para usar a terminologia deles, uma visão respeitável des-
sa questão seria considerar que nem o teísmo clássico nem o
teísmo aberto devem ser classificados como um absoluto teo-
lógico. Gosto da sugestão de que podemos classificar nossas
visões teológicas como “absolutos”, “interpretações” e “dedu-
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P E R G U N TA S -C H AV E
Na introdução do artigo, a revista Christianity Today levantou,
entre outras, as seguintes questões:
*
Uma das maiores instituições filantrópicas particulares do mundo. (N. da T.)
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E S C R IT U R A S -C H AV E
Desde que comecei a ler Sanders, Pinnock e Boyd, passei a
manter meus olhos abertos para os textos bíblicos que pare-
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cem indicar que Deus tem a mente aberta. Entendo que os teís-
tas clássicos também têm o seu estoque de textos como prova,
contudo, como disse anteriormente, cheguei a uma conclusão
pessoal e estou defendendo a minha conclusão. Se estivesse
escrevendo uma tese de doutorado, eu me esforçaria para de-
monstrar os dois lados, mas felizmente este é um livro prático
sobre assumir o domínio e não um exercício acadêmico.
Algumas dessas passagens bíblicas são tão claras que é di-
fícil lê-las e chegar à conclusão de que Deus nunca muda de
ideia, que Ele já decidiu tudo de uma vez por todas, antes mes-
mo da fundação do mundo, e que as escolhas que fazemos não
alteram o que Deus já decidiu que acontecerá.
Deixe-me apontar que alguns teístas clássicos — não os
Calvinistas puros, sem dúvida — tentaram fazer uma conces-
são ao estabelecerem uma diferença entre a predestinação e a
presciência. Eles argumentam que Deus não predeterminou
certas coisas porque Ele queria que nossas escolhas contassem,
mas que Ele sempre soube quais seriam as nossas escolhas.
Essa ideia, porém, parece ignorar uma passagem bíblica-chave
que diz: “Porquanto aos que de antemão conheceu, também os
predestinou” (Romanos 8:29). De acordo com esse versículo,
não deveríamos separar os dois.
Os calvinistas tentam usar esse texto como prova de que
Deus predestinou todas as coisas, mas observe que o texto não
diz diretamente que Deus fez isso. Os teístas abertos reconhe-
cem claramente que Ele predestina e, portanto, tem conheci-
mento prévio de muitas coisas. Tudo que eles estão dizendo é
que Deus também escolheu manter a mente aberta acerca de
algumas outras coisas e, como tal, não se permite ter conheci-
mento prévio de certos acontecimentos.
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O Jardim do Éden
Tratei desse anteriormente neste capítulo, mas como se trata
de um texto fundamental para o teísmo aberto, creio que ele
deve ser mencionado nesta lista também.
O Dilúvio
Pelo fato de Adão ter escolhido não obedecer a Deus, mas em
vez disso ter permitido que Satanás usurpasse a autoridade
para assumir o domínio que Adão deveria ter exercido sobre a
criação, a raça humana subsequente não se desenvolveu como
Deus havia planejado originalmente. Embora alguns indivídu-
os tenham sido tementes a Deus, a maioria não foi. Quando
chegamos a Gênesis 6, Deus estava começando a mudar de
ideia a respeito da humanidade.
O que estava acontecendo? “E viu o SENHOR que a mal-
dade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má con-
tinuamente” (Gênesis 6:5). Obviamente, o plano original de
Deus para a humanidade não estava sendo cumprido. Qual é
a reação de Deus? “Então arrependeu-se o SENHOR de haver
feito o homem sobre a terra...” (Gênesis 6:6).
Deixe-me inserir uma ressalva: estou consciente de que a
palavra hebraica nicham, traduzida como “arrepender-se”, tam-
bém permite nuances ligeiramente diferentes, e que os teístas
clássicos naturalmente gravitam em direção a esses significa-
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O Bezerro de Ouro
Enquanto Moisés estava no cume do Monte Sinai recebendo
os Dez Mandamentos, Arão conduzia Israel à idolatria fazen-
do o famoso bezerro de ouro. Deus ficou tão irritado que disse
a Moisés: “Disse mais o SENHOR a Moisés: Tenho visto a este
povo, e eis que é povo de dura cerviz. Agora, pois, deixa-me,
para que o meu furor se acenda contra ele, e o consuma; e eu
farei de ti uma grande nação” (Êxodo 32:9-10).
Conforme sabemos, Moisés então intercedeu em favor do
povo e disse: “Torna-te do furor da tua ira e arrepende-te deste
mal contra o teu povo” (Êxodo 32:12). Qual foi o resultado?
“Então, se arrependeu o SENHOR do mal que dissera havia de
fazer ao povo” (Êxodo 32:14).
Seria difícil entender esse diálogo e as emoções envolvi-
das se Deus já soubesse exatamente o que Ele faria antecipa-
damente. Faria parecer que Deus estava brincando com Moi-
sés. Mas faz todo sentido se supusermos que Deus tinha uma
mente aberta naquele momento.
O Teste de Salomão
Quando Deus fez de Salomão o rei de Israel, Ele lhe deu um
teste muito importante. Assim como os testes de Adão e
Abraão, ele só seria válido se o resultado pudesse ter tomado
um caminho ou outro. Se Deus estava apenas fingindo que
Salomão poderia escolher seguir um caminho ou outro quan-
do, na verdade, Ele já sabia antecipadamente o que Salomão ia
fazer, não teria sido um teste de verdade.
Deus começou oferecendo a Salomão um cheque em bran-
co: “Peça-me o que quiser, e eu lhe darei” (2 Crônicas 1:7, NVI).
Salomão fez a escolha certa: “Dá-me sabedoria e conhecimento,
para que eu possa liderar esta nação...” (2 Crônicas 1:10, NVI).
Qual foi o resultado?
A Humildade de Roboão
Roboão, rei de Judá, não estava se saindo bem. Os egípcios,
liderados pelo rei Sisaque, estavam invadindo seu território, e
Deus estava tão irritado com Roboão que disse: “Vós me dei-
xastes a mim, pelo que eu também vos deixei em poder de Si-
saque” (2 Crônicas 12:5). Esse versículo nos dá a entender que
Deus estava decidido.
Entretanto, Deus logo mudou de ideia. Por quê? Roboão e
sua equipe de liderança decidiram se humilhar. “Então, se hu-
milharam os príncipes de Israel e o rei e disseram: O SENHOR
é justo” (2 Crônicas 12:6).
Deus gostou do que eles fizeram. “Vendo, pois, o SENHOR
que se humilharam, veio a palavra do SENHOR a Semaías, di-
zendo: Humilharam-se, não os destruirei... Tendo-se ele humi-
lhado, apartou-se dele a ira do SENHOR para que não o destru-
ísse de todo; porque em Judá ainda havia boas coisas” (2 Crôni-
cas 12:7,12). Neste caso, o futuro obviamente estava em aberto e
a humildade de Roboão moldou o futuro para melhor.
Jonas em Nínive
Depois da famosa experiência de Jonas com a baleia, ele obe-
deceu a Deus e foi para Nínive. Mas Jonas não gostou do que
viu lá. Como profeta de Deus, ele declarou a Palavra de Deus
da seguinte maneira: “Daqui a quarenta dias Nínive será des-
truída” (Jonas 3:4, NVI).
Mas algo muito surpreendente aconteceu. “Os ninivitas
creram em Deus, e proclamaram um jejum, e vestiram-se de
panos de saco, desde o maior até o menor” (Jonas 3:5). Eles
disseram: “Talvez Deus se arrependa e abandone a sua ira, e
não sejamos destruídos” (Jonas 3:9, NVI).
Com certeza, Deus mudou de ideia mais uma vez. “Viu
Deus o que fizeram, como se converteram do seu mau cami-
nho; e Deus se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria e
não o fez” (Jonas 3:10).
O Q U A N T O A O R A Ç Ã O É I M P O R TA N T E ?
Para concluir este capítulo, vamos ser práticos. Uma coisa é ver
que a Bíblia ensina claramente que Deus tem uma mente aber-
ta, mas outra é perceber como esse entendimento se aplica ao
nosso serviço a Deus na vida real. Uma das áreas-chave da vida
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A HIS T Ó R IA P E R T E N C E A O S I N T E R C E S S O R E S
Uma das declarações mais citadas de Walter Wink é: “A histó-
ria pertence aos intercessores!”7 Essa é outra maneira de dizer
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Para ter escrito isso, Mary Alice devia ter uma suposição
subjacente de que Deus realmente tem a mente aberta.
Podemos concluir com uma passagem bíblica que revela
claramente o coração de Deus quanto à oração intercessória:
Ezequiel 22. Deus estava alarmado com a idolatria e outros pe-
cados do povo de Jerusalém. Eles haviam incitado a Sua ira. Ele
disse: “Procurei entre eles um homem que erguesse o muro e se
pusesse na brecha diante de mim e em favor desta terra, para
que eu não a destruísse, mas não encontrei nenhum” (Ezequiel
22:30, NVI). A descrição das funções do cargo dos intercesso-
res inclui ficar na brecha diante de Deus. Aqui parece claro que
se houvesse apenas um intercessor, a história poderia ter sido
diferente. Mas como, infelizmente, não se encontrou ninguém,
Deus disse: “Por isso, derramarei a minha ira sobre eles e os con-
sumirei com o Meu grande furor” (Ezequiel 22:31, NVI).
Sim, Deus tem a mente aberta. Sim, a oração faz a diferen-
ça! Sim, o que fazemos realmente importa!
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CAPÍTULO 5
U M A N O VA V ITA L ID A D E :
O P O D E R D O E S P Í RI TO S A NTO
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 111
C E S S A C IO N IS M O
Meus professores de seminário eram, de um modo geral, se-
guidores de Benjamin Breckenridge Warfield, o renomado teó-
logo de Princeton que argumentava firmemente que as mani-
festações mais visíveis do poder do Espírito Santo, tais como
curas, profecia, línguas, discernimento de espíritos, libertação
e milagres, foram realmente necessárias para ajudar a estabe-
lecer a Igreja. E é por isso que lemos sobre elas no Novo Testa-
mento. Entretanto, a partir do momento em que o cânon das
Escrituras foi estabelecido e tivemos em nossas mãos a Palavra
de Deus escrita, essas manifestações deixaram de ser necessá-
rias. Warfield argumentava que esses dons cessaram depois
dos dois primeiros séculos da Igreja, e, por isso, sua visão tem
sido chamada de cessacionismo.
Como tenho observado o rápido crescimento do Pentecos-
talismo, do movimento carismático, da Nova Reforma Apos-
tólica, e do que Philip Jenkins chama de a Nova Cristandade,
permiti-me ser envolvido em uma espécie de otimismo exa-
gerado. Eventualmente, eu sugeria que o cessacionismo ago-
ra estaria na lista de doutrinas que correm risco de extinção.
Entretanto, passei a rever minhas ideias recentemente quando
a agência de missões de uma das maiores denominações dos
Estados Unidos aprovou um regulamento dizendo que não
aceitaria nenhum novo missionário que praticasse o dom de
línguas, ainda que isso fosse feito como uma linguagem de
oração em particular. Fiquei alarmado, mas é verdade. Conse-
quentemente, senti que eu precisava incluir este capítulo sobre
o poder do Espírito Santo em um livro que tratasse do tema
de assumir o domínio e transformar a sociedade. Não devemos
permitir que nos tornemos espiritualmente complacentes.
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 113
E D IF IC A R E I A MIN H A I greja !
Veja, por exemplo, a sequência de eventos quando Jesus e Seus
discípulos estavam em Cesaréia de Filipos, que está registrada
em Mateus 16. Ali, Jesus pergunta aos Seus discípulos quem
as pessoas achavam que Ele era. Os discípulos disseram que
alguns achavam que Jesus era João Batista e outros achavam
que Ele era Elias, Jeremias ou outro dos profetas. Com isso
Ele estava simplesmente preparando-os para a verdadeira per-
gunta: “Quem vocês dizem que eu sou?” (Mateus 16:15, NVI).
Pedro respondeu por todo o grupo e disse: “Tu és o Cristo, o
Filho do Deus vivo” (Mateus 16:16, NVI). A palavra “Cristo”
em grego (christos) é a tradução de “Messias” em hebraico (ma-
siah). Depois de conviver com Jesus por um ano e meio, essa
era a primeira vez que os discípulos eram capazes de verbalizar
que Ele era realmente o Messias por quem os judeus haviam
esperado durante muito tempo.
Agora que eles sabiam com certeza quem era Jesus, Ele
podia contar-lhes o propósito pelo qual viera ao mundo. Je-
sus disse: “Sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mateus
16:18, NVI). Essa era a primeira vez que Jesus usava a palavra
“Igreja”. Por quê? Somente depois que os discípulos entende-
ram que o Messias já havia chegado Ele podia revelar a eles que
a Igreja também havia chegado.
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A B O MB A D E J E S U S
Então, Jesus soltou a bomba! Ele lhes disse que eles ficariam
sozinhos para irem ao mundo e que não estaria mais com eles
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 115
(ver Mateus 16:21; João 16:5). Pedro não gostou dessa parte,
e cometeu o grave erro de discutir com o Mestre. Foi quando
Jesus usou algumas de Suas palavras mais fortes, dizendo a
Pedro: “Para trás de Mim, Satanás!” (Mateus 16:23).
O que isso tinha a ver com o poder do Espírito Santo?
Jesus deixou tudo se acalmar por algum tempo antes de ex-
plicar isso a eles. A explicação de Jesus está registrada, não em
Mateus 16, mas em João 16. Ali, Ele lhes deu a desconcertante
notícia de que eles estariam melhor sem Ele do que com Ele.
Jesus disse: “Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que
eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas,
quando eu for, vo-lo enviarei” (João 16:7). A vantagem deles
seria o fato de terem o Espírito Santo.
Deixe-me afirmar isso teologicamente. Para cumprir a
Grande Comissão, a saber, discipular as nações ou transformar
a sociedade, a presença imediata da terceira pessoa da Trinda-
de é mais importante do que a presença imediata da segunda
pessoa da Trindade! Jesus está à direita do Pai intercedendo
por nós. O poder operante de Deus em nossas vidas e ministé-
rios hoje é o Espírito Santo. É por isso que é uma grande falta
de sabedoria extinguir o Espírito de qualquer forma que seja.
D O TA D O S D E P O D E R D O A LT O
Para dar prosseguimento ao que aconteceu, depois de três anos
com os Seus discípulos e após Sua morte e ressurreição, quan-
do Jesus finalmente estava pronto para partir, Suas instruções
não foram para que eles saíssem e começassem a evangelizar o
mundo. Em vez disso, Ele disse aos Seus discípulos: “... ficai,
porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos
de poder” (Lucas 24:49). Três anos recebendo o melhor ensina-
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C O MO P O D E MO S FA Z E R A S M E S M A S
O B R A S O U MA IO R E S ?
O motivo pelo qual podemos ter a expectativa de realizar as
mesmas obras ou outras maiores que Jesus hoje é porque te-
mos acesso precisamente ao mesmo poder que Jesus usou para
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 119
A Forma de Servo
A melhor maneira de entender a relação da natureza humana
de Jesus com Sua natureza divina é indo até Filipenses 2:5-8.
Essa passagem começa dizendo que Jesus, “... sendo em forma
de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (v. 6). Sim,
Jesus era Deus, e Ele tinha todos os atributos de Deus. Mas
na encarnação, Ele se tornou diferente do Pai ao receber uma
natureza humana: “Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a
forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (v. 7). Ob-
serve que Ele não abriu mão da Sua divindade; em vez disso,
Ele se tornou diferente do Pai e do Espírito Santo assumindo
a forma humana. Além disso, havia a concordância de Jesus
de se tornar obediente ao Pai durante a Sua encarnação. “E,
achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até a morte, e morte de cruz” (v. 8).
Pense na obediência de Jesus. Ela era voluntária. Era tem-
porária. Ela suspendeu totalmente o uso (não a posse) dos Seus
atributos divinos. Isso significa que a única natureza que Jesus
usou enquanto esteve na terra foi a Sua natureza humana.
Isto ajuda a dar sentido ao fato de Jesus ser considerado o
segundo Adão. “O primeiro homem [Adão], formado da terra,
é terreno; o segundo homem [Adão] é do céu” (1 Coríntios
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As Tentações
Satanás tentou Adão e Jesus da mesma maneira, com o objeti-
vo de fazer com que eles quebrassem a aliança de obediência ao
Pai. No caso de Adão, ele o seduziu a comer do fruto proibido,
e funcionou. O primeiro Adão caiu. No de Jesus, a tentação
foi seduzi-lo a usar os Seus atributos divinos transformando
pedras em pães, saltando do templo e reivindicando a posse
por direito sobre os reinos do mundo. Mas desta vez a tática de
Satanás não funcionou, e o segundo Adão foi vitorioso.
Releia os Evangelhos a partir dessa perspectiva e você verá
que todas as obras poderosas de Jesus, Seus milagres, Seus si-
nais e maravilhas, Suas profecias, Seu ministério de libertação,
e tudo o mais, podem ser explicados adequadamente pela ope-
ração sobrenatural do poder do Espírito Santo através de Jesus
como ser humano. Por exemplo, Ele disse em um determinado
momento: “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de
Deus, logo é chegado a vós o Reino de Deus” (Mateus 12:28).
Embora pudesse ter feito isso, Jesus não expulsava demônios
pela Sua própria onipotência divina. Na verdade, Ele permane-
ceu humilde e permitiu que o poder do Espírito Santo operas-
se por seu intermédio.
Tudo isso terminou na cruz, como Paulo em Filipenses
2:8 disse que terminaria. Após Sua ressurreição, Jesus passou
a ter novamente pleno acesso aos Seus atributos divinos. Na-
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 121
Poder Ilimitado
Essa explicação deve dissipar quaisquer dúvidas acerca de
como Jesus pôde dizer a nós, meros seres humanos, que nós
faríamos as mesmas obras que Ele fez e obras ainda maiores.
O mesmo Espírito Santo que fez milagres por meio de Jesus
está disponível para fazê-los através de nós hoje. Isso deveria
nos dar confiança enquanto enfrentamos os desafios da trans-
formação social. Não há poder humano que possa recuperar o
domínio sobre a criação de Deus que Satanás usurpou, mas o
Espírito Santo está conosco e Ele nos oferece poder ilimitado.
A transformação social requer planejamento, estratégia e
execução cuidadosos. Entretanto, os projetos humanos, por
mais hábeis e sintonizados que possam ser, não bastarão. O
Reino de Deus só será estabelecido aqui na terra com o pleno
engajamento humano somado ao poder sobrenatural. Faría-
mos bem em não esperar que o poder sobrenatural siga o que
fazemos em nossa capacidade humana, mas sim que ele prece-
da o que fazemos abrindo a porta para novas realizações.
P A U L O E M AT E N A S
O apóstolo Paulo aprendeu bem essa lição em sua segunda via-
gem missionária. Em Atos 17, lemos sobre o esforço evangelís-
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 123
A S S U MIN D O O D O M Í N I O
Isto está diretamente relacionado com assumir o domínio.
Durante centenas e centenas de anos, é triste dizer, não te-
ria sido possível para o Espírito Santo falar às igrejas sobre
transformação social como Ele está fazendo hoje. O motivo
é porque a Igreja não estava explorando o poder sobrenatu-
ral que sempre esteve disponível. Muitas vezes me pergunto
sobre João Calvino. Como vimos no capítulo 2, Calvino havia
entendido com precisão o mandato cultural. Ele ensinou que
o povo de Deus tem a responsabilidade de trazer a sociedade
a um alinhamento com o Reino de Deus. Contudo, sua falta
de contato com o poder do Espírito Santo foi seu ponto cego.
Embora eu tenha mencionado Benjamin Breckenridge War-
field como um recente defensor teológico do cessacionismo,
deveria ser acrescentado que a fonte principal de Warfield foi
João Calvino.1 A história poderia ter tido um desenrolar muito
diferente na Europa se Calvino tivesse entendido o quanto o
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O P E R IG O D E C A IR NA R O T I N A
McMillan está apontando para um perigo do qual precisamos
estar totalmente conscientes. Como os sociólogos da religião
têm indicado, desde Max Weber a Margaret Poloma, existe
uma tendência embutida nos movimentos religiosos novos e
cheios de vitalidade de caírem na rotina. Inúmeros observado-
res, tanto internos quanto externos, indicaram que isso tem
acontecido no movimento Pentecostal em geral. Muitos líde-
res pentecostais da segunda geração, constrangidos pela exu-
berância de seus pais e pelo rótulo “Holy Rollers”,* decidiram
tornar suas igrejas mais respeitáveis. Pesquisas demonstraram,
por exemplo, que uma grande porcentagem de membros das
igrejas Pentecostais norte-americanas não fala em línguas.
Lembro-me claramente de estar presente em uma aula de
Escola Dominical para adultos em que um dos membros esta-
va relatando suas duas semanas de férias recentes. Em um de
*
Em uma tradução literal, “Santos Rolantes”. Uma referência aos cristãos
mais exuberantes em suas manifestações de entusiasmo espiritual. (N. da T.)
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U M A N O VA V I T A L I D A D E : O P O D E R D O E S P Í R I T O S A N T O 125
seus domingos fora, ela havia ido adorar em uma Igreja Pente-
costal no Canadá, e no outro, havia ido adorar em uma Igreja
Presbiteriana na Califórnia. Com certo grau de satisfação na
voz, ela disse: “E você realmente não poderia dizer qual era
a diferença entre as duas igrejas!” Mantive silêncio por uma
questão de cortesia, mas fiquei apavorado. Há apenas uma ge-
ração atrás as duas igrejas eram tão diferentes quanto um con-
certo de rock e uma sinfonia de Beethoven. O que aconteceu?
A Igreja Presbiteriana havia permanecido fiel à sua forma, mas
a Igreja Pentecostal havia tido êxito em se tornar “respeitável”.
Parte disso deve-se à tendência de diluir e diminuir a ativação
do poder sobrenatural.
Eis o que a socióloga Margaret Poloma descobriu:
VAM O S S E G U IR E M F R E N T E C O M P O D E R !
Este perigo de cairmos na rotina, associado a uma consequen-
te redução da operação do Espírito Santo que o acompanha,
está igualmente presente no Movimento Carismático, filho do
Movimento Pentecostal, e na Nova Reforma Apostólica, filha
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CAPÍTULO 6
U M A N O VA R E A L ID A D E:
IS S O S IG N IF I CA GUE RRA !
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U MA IN VA S Ã O E M G R A N D E E S C A L A
Quais são as obras do diabo que Jesus veio destruir? Obvia-
mente obras como a miséria, a pobreza sistêmica, a injustiça
e a opressão que Satanás havia conseguido infligir à raça hu-
mana desde o Jardim do Éden. Os títulos de Satanás “prínci-
pe da potestade do ar” (Efésios 2:2) e “príncipe deste mundo”
(João 14:30), indicam que ele tem um reino. Ele governa uma
hierarquia beligerante do mal. Em escala global, esse reino de
trevas não havia sido desafiado diretamente antes da vinda do
segundo Adão. Mas quando Jesus veio, lançou uma invasão em
grande escala contra ele.
Essa invasão nos faz lembrar o cenário da Segunda Guer-
ra Mundial. Os aliados, liderados pela Grã-Bretanha e pelos
Estados Unidos, estavam determinados a acabar com os anos
de agressão maligna de Adolf Hitler. Hitler havia conquistado
a Europa, e estava tentando bombardear a Grã-Bretanha para
que ela se rendesse. Os aliados decidiram partir para a ofensiva
e realizar uma invasão maciça da Europa nas praias da Nor-
mandia, na França. O Dia D era uma operação arriscada e dis-
pendiosa, mas os aliados tiveram êxito em garantir a primeira
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A G U E R R A A IN D A N Ã O T E R M I N O U !
A vinda de Jesus em carne, morrendo na cruz e sendo ressusci-
tado dos mortos, foi equivalente ao Dia D de Satanás. Quando
Jesus trouxe o Reino de Deus à terra, uma parte da praia do
território espiritual foi garantida. A guerra definitiva estava
ganha e Satanás foi derrotado na cruz, à semelhança da derro-
ta de Hitler nas praias da Normandia. Entretanto, a guerra es-
piritual ainda não está terminada em muitos aspectos. Há dois
mil anos o Reino de Deus tem avançado com força, e o plano
de Deus é que este avanço continue em um vigor crescente até
a volta de Jesus. Satanás sabe que o seu tempo está se esgotan-
do, mas ele certamente não pretende partir em silêncio. Para a
Igreja, isso significa guerra!
Um dos títulos mais conhecidos de Jesus é o de Príncipe
da Paz (ver Isaías 9:6). Entretanto, veja o que Jesus também
disse: “Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer
paz, mas espada” (Mateus 10:34). Como estes dois fatos apa-
rentemente contraditórios podem ser conciliados?
No mundo real, com mais frequência do que poderíamos
desejar, a única maneira de obter a paz é vencendo uma guerra.
A minha geração, por exemplo, viveu a maior parte do tempo
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O FRACASSO DE SAUL
O caso de Saul demonstra o quanto Deus leva a guerra a sé-
rio. Saul era um rei escolhido pelo próprio Deus. Deus havia
planejado um destino incrível para ele. Uma de suas primeiras
missões dadas por Deus foi “Vai, pois, agora, e fere a Amale-
que, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes;
porém matarás homem e mulher, meninos e crianças de peito,
bois e ovelhas, camelos e jumentos” (1 Samuel 15:3). Saul foi
à guerra, mas o que ele escolheu fazer? “E Saul e o povo pou-
param Agague, e o melhor das ovelhas e dos bois, e os animais
gordos, e os cordeiros, e o melhor que havia e não os quiseram
destruir totalmente; porém toda coisa vil e desprezível destru-
íram” (1 Samuel 15:9). Saul não teve dificuldade em enten-
der o que Deus havia ordenado; ele simplesmente optou por
não obedecer.
Deus ficou profundamente decepcionado. Este foi um dos
incidentes nos quais, como expliquei no capítulo 4, Ele havia
aparentemente optado por manter a mente aberta. Não foi
Deus quem predestinou e previamente conheceu que Saul lhe
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U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 133
DO CÉU À TERRA
O panorama cósmico desta guerra está em Apocalipse 12. Va-
mos dar uma olhada nele com atenção:
U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 135
bo, ainda que isso possa nos custar a vida. Cada sol-
dado aliado que avançou pelas praias da Normandia
no Dia D estava comprometido em dar a sua vida se
necessário. Por que deveríamos ser menos compro-
metidos em fazer avançar o Reino de Deus?
A MP L IA N D O A A G E N D A
A guerra espiritual sem dúvida aumentará tanto em intensi-
dade quanto em eficácia agora que estamos na Segunda Era
Apostólica. É um fato curioso que a Igreja em geral parecia
estar contente com um mínimo de envolvimento na guerra
espiritual antes dos anos 90. Por exemplo, que eu me lem-
bre, quando fiz meu treinamento teológico nos anos 50 e 60,
a guerra espiritual não poderia ser prevista pelo radar de ne-
nhum dos meus professores.
Durante minha participação na liderança do Comitê de
Lausanne para a Evangelização Mundial (CLEM) nos anos 70
e 80, a guerra espiritual não fazia parte de nossa agenda. Sur-
preendentemente, tínhamos a intenção de criar uma estratégia
para ganhar o mundo para Cristo, mas era quase como se o
diabo tivesse ido hibernar em algum lugar. Até mesmo os Pen-
tecostais em nosso meio, que provavelmente deveriam saber
das coisas, não tentavam direcionar a nossa atenção para ven-
cermos a intenção dos principados e potestades malignos de
garantir que Satanás mantivesse o seu domínio sobre a criação
por tanto tempo quanto lhe fosse possível.
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GUER R A E S P IR IT U A L E M N Í V E L E S T R AT É G I C O
Logo comecei a reunir uma série de consultorias de alto nível,
com algumas dezenas de líderes que haviam demonstrado in-
teresse no que passou a ser chamado de “guerra espiritual em
nível estratégico”. Nós lhe demos o nome de Rede de Guerra
Espiritual (RGE). Compilei um livro com os escritos de 19 au-
tores que, pelo que eu descobri, haviam pelo menos tratado do
assunto em algum momento. Ele foi publicado nos Estados
Unidos com o título Engaging the Enemy (Entrando em guerra
contra o inimigo) e na Inglaterra com o título Territorial Spirits
(Espíritos territoriais).*
Enquanto fazia isto, eu estava ensinando no Seminário
Teológico Fuller. Inevitavelmente, a mídia, tanto secular quan-
to cristã, passou a se interessar por este desenvolvimento alta-
mente inovador e bastante controverso, e a atenção da mídia
teve êxito em arrancar alguns teólogos seminaristas de suas
zonas de conforto. Uma coisa levou a outra, e fui convocado
*
Lançado também no Brasil com o título Espíritos Territoriais. (N. da T.)
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A P Ó S T O L O S S Ã O G UE R R E I R O S
É incrível como o momento desta nova direção para o Corpo de
Cristo foi paralelo ao surgimento do governo bíblico da Igreja,
que vimos no capítulo 1. Foi apenas nos anos 90 que o dom
e ofício de apóstolo começou a ser reconhecido e aceito. An-
teriormente, a Igreja havia sido liderada em grande parte por
pastores, mestres e administradores. A responsabilidade dos
pastores é cuidar, alimentar e consolar o rebanho. Muito pou-
cos pastores têm os dons ou o temperamento para mobilizar
um exército para a guerra. Os apóstolos, por outro lado, o têm.
Em sua maior parte, os apóstolos são guerreiros. Eles fazem
um grande esforço para conhecer o inimigo, para desenvolver
habilidades no emprego das armas de guerra espiritual, e para
motivar aqueles que são chamados para as linhas de frente.
Tendo isso em mente, é bastante compreensível que o Es-
pírito Santo não começasse a falar às igrejas sobre ataques de
alto nível contra Satanás e suas forças do mal até que os após-
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U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 139
P R E C IS A MO S V EN C E R
Enquanto isso, nós, como Corpo de Cristo, precisamos vencer.
Precisamos tomar de volta o que o inimigo roubou. O próprio
Jesus escreveu sete cartas às igrejas que encontramos nos capí-
tulos 2 e 3 de Apocalipse. É notável que em cada uma das sete,
Ele tenha dito ao povo daquelas igrejas para vencer, e, em todas
elas, Ele anexou uma maravilhosa promessa para aqueles que
estivessem dispostos a ir à guerra e a vencer o inimigo. Eis a lista:
VEN C E R S IG N IF IC A G U E RR A E S P I R I T U A L
O que nikao significa na Bíblia? Eis o que diz o Dicionário Inter-
nacional de Teologia do Novo Testamento: “No Novo Testamento
nikao quase sempre pressupõe o conflito entre Deus e os pode-
res demoníacos que se lhe opõem.”4 Em outras palavras, nikao,
mencionado sete vezes por Jesus em Apocalipse 2 e 3, é uma
palavra bíblica para guerra espiritual.
Só sabemos que Jesus usou a palavra nikao duas outras
vezes. Uma é na famosa passagem em que Jesus diz: “Eu venci
[nikao] o mundo” (João 16:33). A outra é em Lucas 11:22, que
descreve o momento em que “Sobrevindo, porém, um mais va-
lente do que ele, vence-o [nikao]”.
Deixe-me explicar o segundo versículo bíblico. Os fariseus
estavam perseguindo Jesus, tentando encontrar alguma coisa
de que pudessem acusá-lo. Eles o observaram expulsar um de-
mônio de um mudo de tal maneira que o mudo falou pela
primeira vez na vida. Quando eles estavam tentando explicar
como isso podia acontecer, um dos fariseus sugeriu que Jesus
deveria estar usando o poder de Belzebu, um principado de-
moníaco muito conhecido. Então, Jesus respondeu ao que eles
disseram sobre Belzebu:
U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 141
AS ARENAS DA GUERRA
Nem toda guerra espiritual é igual. Quando a Rede de Guerra
Espiritual (RGE) iniciou a sua série de reuniões em princípios
dos anos 90, um item principal de sua agenda era rotular e
definir quais eram realmente as diferentes áreas de guerra espi-
ritual. A RGE concluiu que seria útil distinguir três arenas nas
quais a nossa guerra espiritual acontece:
U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 143
G U E R R A E S P IR I T U A L
EM ÉFESO
Para apresentar melhor o assunto, considere o ministério de
Paulo em Éfeso. A cidade de Éfeso se destaca como o esfor-
ço evangelístico de maior sucesso de Paulo. A Bíblia diz, por
exemplo: “E durou isto por espaço de dois anos; de tal maneira
que todos os que habitavam na Ásia [província na qual Éfeso
estava localizada] ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim
judeus como gregos” (Atos 19:10). Não é de admirar que Paulo
tenha se envolvido na guerra espiritual em todos os três níveis
enquanto evangelizava Éfeso. Vamos dar uma olhada nelas:
U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 145
O Q U A D R O G E RA L
Vamos fazer uma pausa para relembrar o gráfico do prefácio,
que coloca os componentes operacionais da transformação
social em um quadro geral. Observe que lidar com os proble-
mas da terra nos dá o fundamento para lidarmos com todo
o processo, e se sobrepondo a tudo isso está a necessidade de
confrontar os poderes cósmicos de tal maneira que toda a at-
mosfera seja aberta para ligar o céu à terra. Paulo tinha isso
em mente quando incentivava que “pela igreja, a multiforme
sabedoria de Deus se torne conhecida, agora, dos principados
e potestades nos lugares celestiais” (Efésios 3:10). Para a Igreja,
mais uma vez, isso significa guerra!
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TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A Igreja Apóstolos no
Mercado A Transferência
no Mercado
de Trabalho de Riquezas
de Trabalho
U S S IN S K , R Ú S S I A
A cidade russa de Ussinsk realmente viu a transformação so-
cial ocorrer. Ela havia presenciado a explosão do petróleo e
depois a crise do petróleo. O Pastor Schenjazarapenko, que
compreendia a questão dos princípios que estavam por trás da
cura da terra, assumiu a liderança. Ele descreveu Ussinsk deste
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U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 147
*
Gulags eram campos de trabalho forçado da ex-União Soviética (URSS),
criados após a Revolução Comunista de 1917 para abrigar criminosos e
todos os considerados inimigos do Estado. Gulag era uma sigla, em russo,
para “Administração Central dos Campos”, que se espalhavam por todo
o país. Fonte: Revista Abril on-line: www.mundoestranho.abril.com.br/
materia/o-que-eram-os-gulags. (N. da T.)
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U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 149
D A P E T IÇ Ã O À P R O CL A M A Ç Ã O
Quando os crentes russos foram até a montanha que tinha
estátuas de Lênin e da Rainha dos Céus, eles entraram na
guerra espiritual de nível estratégico. Muito provavelmente,
eles fizeram naquela montanha o que os intercessores mais
experientes em nível estratégico fariam: passaram da petição
à proclamação.
Ambas as formas de intercessão são bíblicas, já que as
duas podem ser encontradas, por exemplo, em Jó 22:27-28.
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U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 151
S TA N D IN G R OC K
Nos Estados Unidos, as pessoas que estão, em geral, mais fa-
miliarizadas com os problemas da nação e com a guerra espiri-
tual em nível estratégico que os acompanha são os norte-ame-
ricanos nascidos aqui. Meu amigo, o apóstolo Jay Swallow,
esteve diretamente envolvido em um notável exemplo desse
princípio. Em 1997, uma epidemia de suicídios teve início re-
pentinamente na Reserva Sioux de Standing Rock. Pastores de
todas as denominações começaram a orar contra isso, mas os
suicídios apenas aumentavam. A certa altura, houve mais de
60 suicídios em dois meses. Os líderes decidiram chamar Jay,
que é um índio Cheyenne do Sul, e que construiu a reputação
de reivindicar a autoridade sobre a terra.
Quando Jay Swallow chegou em Standing Rock, ele pri-
meiro reuniu 120 dos principais líderes Sioux, inclusive os
chefes tribais, com os médicos da tradicional religião pagã,
mestres, operários e agentes de governo. Jay definiu as regras
básicas. Ele lhes disse que tinha autoridade para quebrar a mal-
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U M A N O VA R E A L I D A D E : I S S O S I G N I F I C A G U E R R A ! 153
CAPÍTULO 7
U M N O V O C E N Á R IO :
A Igreja N O M E RCA DO DE
T RA BA LHO
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TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A Igreja Apóstolos no
Mercado A Transferência
no Mercado
de Trabalho de Riquezas
de Trabalho
OS A P Ó S T O L O S N O ME R C A DO D E T R A B A L H O
Entendo que, para alguns, a simples noção de que possa existir
algo como apóstolos do mercado de trabalho já é uma ideia
nova. Essa estranheza já é de se esperar sempre que há uma
mudança para um novo tempo de Deus. Conforme mencionei
antes, cientistas sociais podem nos ajudar a distinguir entre
os que primeiro se tornam adeptos de uma ideia, e aqueles
que demoram um pouco mais e alguns que só muito depois
a aceitam. Isso sempre acontece quando qualquer inovação
significativa é apresentada ao público. No que diz respeito à
urgência de tomarmos o domínio, o Corpo de Cristo está pro-
vavelmente saindo da fase dos primeiros adeptos e começan-
do a avançar para a segunda fase, em que um segundo grupo
aceita essa ideia.
O meu desejo neste capítulo é ajudar o maior número
de pessoas possível a entender os apóstolos do mercado de
trabalho e a estar cientes da tarefa crucial que eles têm neste
momento. A coluna da esquerda na ilustração mostra de onde
vêm os apóstolos do mercado de trabalho, a saber, a Igreja no
mercado de trabalho. E a base desse elemento é o governo bí-
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O S IG N IF IC A D O D E “ I greja ”
A ideia de uma Igreja no mercado de trabalho tem raízes no
significado da palavra “Igreja”. A maioria das pessoas pensa
na igreja como sendo um prédio para adoração, um culto cris-
tão, uma congregação com um pastor, ou uma denominação
organizada. Costumamos perguntar, por exemplo, “Onde fica
a igreja que você frequenta?” Mas o que geralmente pensamos
quando imaginamos uma igreja nos dias de hoje não carrega
em si o sentido bíblico original completo.
A palavra grega para “Igreja” é ekklesia. No primeiro sécu-
lo, quando a Bíblia foi escrita, a ekklesia era uma assembleia
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G O V E R N O B ÍB L I C O
Agora, vamos voltar ao governo bíblico. De acordo com Efé-
sios 2:20, os apóstolos e profetas constituem a base operacio-
*
Lançado em português com o título Os Cristãos no Ambiente de Trabalho.
(N. da T.)
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ESFERAS APOSTÓLICAS
Vamos começar analisando o conceito das esferas apostólicas.
É inerente ao dom de apóstolo uma autoridade extraordinária,
a tal ponto que a Bíblia diz que “A uns estabeleceu Deus na
igreja, primeiramente, apóstolos” (1 Coríntios 12:28). Paulo
foi um deles. O apóstolo disse: “Porque, se eu me gloriar um
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O S S ete Montes
Agora, vamos passar para o mercado de trabalho. Para quais
principais esferas do mercado de trabalho Deus poderia de-
signar os apóstolos? Todos os que estão atualmente tratando
de questões relacionadas às áreas de fé no trabalho reconhe-
cem que certas esferas existem. Entretanto, ainda não existe
um acordo pleno referente a quantas são ou a quais sejam
essas esferas. Já vi listas contendo três esferas e outras com
113. Existe um consenso cada vez maior, entretanto, de que
todos nós concordamos quanto aos Sete Montes, sete esfe-
ras de influência trazidas à nossa atenção no início do ano
2000 pelo consultor administrativo Lance Wallnau. Wallnau
escreveu: “Se o mundo vai ser ganho, estes são os montes
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*
Campus Crusade for Christ é uma organização cristã interdenominacional
que promove a evangelização e o discipulado em mais de 190 países ao
redor do mundo. Em 1996, o jornal USA Today classificou-a como a maior
organização evangélica dos Estados Unidos. (N. da T.)
**
Conhecida no Brasil como JOCUM — Jovens Com Uma Missão. (N. da T.)
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A C U LT U R A C O N TA
E por falar em cultura, muitos não entendem o quanto é vasto
o vácuo cultural entre a Igreja Nuclear e a Igreja no mercado
de trabalho. Um estudo científico notável sobre isso foi feito
há alguns anos por Laura Nash da Harvard Business School, e
Scott McLennan da Universidade de Stanford, financiado por
uma doação da associação Lily Endowment. Eles não usaram
os termos “Igreja Nuclear” e “Igreja Estendida”, mas o título
do livro deles, Church on Sunday, Work on Monday (Igreja no do-
mingo, trabalho na segunda), expressa uma ideia similar. Eles
descobriram que o vácuo cultural entre os dois é enorme. Por
exemplo, Nash e McLennan afirmam: “Os homens e mulheres
de negócios e o clero vivem em dois mundos diferentes. Entre
os dois grupos encontram-se disseminados campos minados
de atitudes acerca do dinheiro, da pobreza e do espírito dos
negócios.”2
A visão antropológica é a de que a cultura humana é sim-
plesmente um conjunto de regras que oferecem certos valores
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MÚ S IC A C O U N T RY N O S C A S S I N O S
Sinto que um passo importante para se construir o entendi-
mento entre os líderes da Igreja Nuclear e os líderes da Igreja
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A S C U LT U R A S D O S S ete M ontes
Pense nos Sete Montes de Lance Wallnau. Cada um deles tem
uma cultura distinta também. A cultura dos negócios obvia-
mente é diferente da cultura do governo, que é diferente da
cultura da educação, e assim por diante. De fato, provavelmen-
te há muitas características em comum nos diferentes montes
para aqueles que vivem como nós, na América, mas essas dife-
renças são nuances cruciais para qualquer pessoa que tente ir
até o topo e tomar o domínio de uma esfera específica. Embo-
ra alguns possam ser capazes de conseguir isso, muito poucas
pessoas têm a capacidade de funcionar efetivamente em mais
de uma das culturas.
Deixe-me ilustrar esse princípio citando um artigo escri-
to por Steven Sample, Presidente da Universidade do Sul da
Califórnia. Ele está preocupado porque, como diz: “Vivemos
em uma era na qual as disciplinas que compreendem as artes
e as humanidades se distanciaram das disciplinas da ciên-
cia e da tecnologia.”3 Ele prossegue fazendo referência a C.P.
Snow, que “descreveu os cientistas e os intelectuais literários
como pertencentes a duas culturas incapazes de se comuni-
car entre si”.4 O ponto que Sample deseja enfatizar é o de que
a USC está comprometida em construir pontes entre essas
duas culturas, mas fiquei perplexo com o reconhecimento ge-
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COLOCANDO AS COISAS
EM ORDEM
Uma função importante dos apóstolos é colocar as coisas em
ordem (ver Tito 1:5). Os apóstolos veem o quadro geral. Eles
são movidos por um propósito. Quando há uma tarefa eles
colocam a mão na massa, e procuram maneiras de realizá-la.
Eles possuem uma visão. Localizam e utilizam o material e os
recursos humanos necessários. Eles são motivadores. As pes-
soas reconhecem sua autoridade, respeitam sua liderança, e se
unem à equipe voluntariamente, contribuindo no que podem
para realizar os objetivos.
Agora, pense no local de trabalho comum. É provável que
haja certo número de cristãos ali. Praticamente todos saberão
que devem ser sal e luz no seu local de trabalho porque apren-
deram isso na igreja (ver Mateus 5:13-16). A maioria deles ten-
tou ao máximo influenciar seu local de trabalho para Deus.
Entretanto, eles têm feito isso talvez por cinco, dez ou quinze
anos, e nada mudou. Em alguns casos, as coisas pioraram! O
que está acontecendo? Eles oram e testemunham de Cristo.
Eles vivem uma vida ética e fazem bem o seu trabalho. Elas
fazem amizade e exibem o fruto do Espírito. Muitos, compre-
ensivelmente, ficam desanimados e começam a acreditar que
nada jamais mudará. Às vezes, falar sobre assumir o domínio
pode parecer algo muito irrealista.
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SUBVERTENDO UM GOVERNO
Tenho uma sugestão. Creio que o que pode muito bem estar
faltando no cenário do local de trabalho que acabo de descre-
ver é simplesmente um governo. Vamos nos lembrar de que a
nossa responsabilidade de assumir o domínio equivale à in-
vasão de um território que Satanás tem dominado por muito
tempo. Pense nos Sete Montes. Satanás tem obtido êxito em
manter o controle na maior parte deles porque ele estabeleceu
um governo em cada um. Além do mais, é preciso um gover-
no para subverter outro. O povo de Deus constitui a Igreja no
local de trabalho, mas ele tem sido relativamente impotente
porque não tem um governo bíblico. Em uma palavra, os após-
tolos do mercado de trabalho não foram ativados.
Digo “ativados”, pois creio que os apóstolos já estão no
mercado de trabalho. Deus assumiu a responsabilidade por dar
dons e chamar aqueles a quem Ele escolheu para serem apósto-
los, profetas, evangelistas, pastores e mestres; mas aqueles que
receberam esses dons precisam ser reconhecidos, encorajados
e até comissionados se vão ser adequadamente ativados. Faze-
mos isso na Igreja Nuclear bastante bem, mas ainda estamos
um pouco deficientes no que se refere à Igreja Estendida.
Um dos motivos pelos quais isso tem sido tão difícil para
nós é que a maioria de nós nunca pensou assim antes. Veja,
por exemplo, John Maxwell, um dos principais mestres de li-
derança da nossa nação. Embora ele tenha passado a maior
parte de sua carreira como um líder da Igreja Nuclear, os últi-
mos anos o atraíram para o mercado de trabalho, no qual ele
funcionou como um apóstolo do mercado de trabalho, ouso
dizer. O resultado é que ele tem uma visão mais abrangente.
Revendo o passado, Maxwell admite: “Um de meus maiores
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E S F E R A S T E R R IT O R I A I S
Até aqui, meu foco foi a influência potencial dos apóstolos do
mercado de trabalho nos Sete Montes. Cada um desses montes
precisa de um governo apostólico para fazer recuar as forças
das trevas. Agora vamos um pouco mais além. Quando pensa-
mos em transformação da sociedade, essa palavra “sociedade”
geralmente significa um grupo de pessoas vivendo juntas em
uma determinada região geográfica, como um bairro, uma co-
munidade, uma cidade, uma província, ou até uma nação.
Por exemplo, no capítulo 2 descrevi a cidade de Almolon-
ga, na Guatemala, como um caso de estudo sociologicamente
verificável de transformação social. Na época em que este livro
estava sendo escrito, até onde eu saiba, ela era a única unida-
de social significativa realmente transformada (em outras pa-
lavras, o processo foi concluído). Entretanto, George Otis, Jr.
identificou mais de 500 cidades e outras unidades sociais que
estão atualmente bem avançadas no processo rumo à transfor-
mação social. Algumas delas chegarão a uma transformação
verificável, outras irão estagnar, e outras ainda regredirão com
o tempo.
Uma das mais importantes variáveis da análise sem dúvida
será o governo que o povo de Deus será capaz de estabelecer
a fim de confrontar o governo das trevas sobre os territórios
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L ID E R A N Ç A P E R S EV E R A N T E
A primeira das cinco características em comum que George
Otis Jr. identificou nas cidades e regiões cujo processo rumo
à transformação social está bem avançado é a “liderança per-
severante”.7 Que tipo de liderança devemos esperar? Se o que
tenho dito está correto, ela não deve ser nada menos que uma
liderança apostólica. Não vamos confundir liderança apos-
tólica com liderança pastoral. Digo isso, pois estou entre
aqueles que cometeram o grave erro de confundir as duas há
alguns anos. Conforme já indiquei, a noção de transforma-
ção social só começou a ser detectada entre nós, evangélicos
de inclinação carismática, em 1990, com a publicação do li-
vro de John Dawson, Reconquiste Sua Cidade Para Deus. Como
muitos de nós começamos a criar estratégias, formas e meios
de tornar isso uma realidade, concordamos com George Otis
Jr. que seria necessário uma liderança que perseverasse nesse
propósito. Durante os anos 90, o ofício de apóstolo estava
apenas começando a ser reconhecido, mas ainda por poucas
pessoas. A liderança cristã mais proeminente e igualitária
que conhecíamos em todos os sentidos eram os pastores da
igreja local.
Em um esforço para definir alguma espécie de governo es-
piritual nas nossas cidades, desenvolvemos a ideia da “Igreja
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CAPÍTULO 8
U M A N O VA E S T R AT É G I A :
A P R E N D E NDO COM A
E X PE RI Ê NCI A
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ES C L A R E C E N D O O S N O S SO S O B J E T I V O S
O primeiro passo para determinar uma estratégia é ter um ob-
jetivo viável. O objetivo, é claro, é o que importa. A estratégia é
apenas um meio para se chegar a um fim. O motivo pelo qual
menciono isso é porque de algum modo um grande número
de pessoas foi programado com a noção ridícula de que o fim
não justifica os meios. Não é preciso pensar muito para en-
tender que nada pode justificar os meios a não ser o fim. Qual
seria a utilidade de se desenvolver uma estratégia (o meio) se
você não sabe primeiro qual é o objetivo (o fim)?
Alguns responderão que não podemos usar meios antié-
ticos para realizar um determinado fim, embora ele possa ser
um fim ético. Isto, naturalmente, é verdade. Vamos concordar,
portanto, com a necessidade de sermos éticos em tudo o que
fazemos. Tendo concordado nesse ponto desde o princípio,
sugiro que agora passemos da esfera da ética para a esfera da
estratégia prática.
Sempre haverá mais de uma opção eticamente neutra para
uma estratégia, então qual escolheremos? Naturalmente aque-
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FAZE N D O C U MP R IR O S N O SS O S O B J E T I V O S
É desnecessário dizer que sempre fui uma pessoa que valoriza
o pragmatismo. Isso, eu sei, custou-me algumas amizades. Por
exemplo, uma das coisas das quais me orgulho de mim mesmo
é o fato de terem escrito um livro inteiro para criticar o meu
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N O S S O MA R C A D O R :
A T R A N S F O R MA Ç Ã O DA C I D A D E
Obviamente o primeiro passo é determinar que marcador va-
mos fixar no horizonte. A tese final deste livro é que o nos-
so objetivo definitivo deve ser o mandato de Deus para o Seu
povo retomar o domínio sobre a criação que Adão perdeu para
Satanás no Jardim do Éden. Isso significa que o nosso marca-
dor, nosso objetivo final, não é nada menos que a transforma-
ção social.
A nossa visão de longo alcance é ver toda a vida humana
no planeta Terra desfrutando os valores e as bênçãos do Reino
de Deus. Mas isso, é claro, não vai acontecer de uma hora para
outra. Consequentemente, precisamos começar com unidades
sociais menores, mais manejáveis. Poderíamos pensar estrate-
gicamente no nosso bairro, ou no nosso vilarejo, ou na nossa
cidade ou na nossa região ou no nosso estado ou na nossa
nação. Poderíamos pensar nos Sete Montes que descrevi no ca-
pítulo 7 e em como seria transformar o monte dos Negócios, o
monte da Educação, o monte da mídia, ou o monte do Gover-
no. Poderíamos pensar em transformar nossa própria empresa
ou a indústria da construção ou a saúde pública.
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Q U A N D O IS T O A C O N T E C E ?
Se a transformação de uma cidade é o nosso marcador, como
sabemos se e quando atingimos esse objetivo? Faço esta per-
gunta porque, nos últimos anos, um bom número de líderes
cristãos em diversos lugares esteve envolvido na tentativa de
transformar cidades. Entretanto, com exceção de Almolonga,
na Guatemala, tem sido difícil identificar uma cidade verda-
deiramente transformada. Ao usar a palavra “transformada”,
conforme fiz no capítulo 2, quero dizer uma transformação
sociologicamente verificável. Exigiria um investigador inde-
pendente, que estivesse qualificado para avaliar situações des-
se tipo, declarando publicamente que a cidade foi autêntica e
realmente transformada. Em Almolonga, por exemplo, isso foi
feito. Nesse caso, foi um jornalista investigativo que pesquisou
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FA S E T R Ê S
Como expliquei no início deste capítulo, o motivo pelo qual
precisamos considerar uma nova estratégia é porque as estra-
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tégias que temos tentado não têm funcionado tão bem quanto
desejaríamos. Seria bom se uma cidade ou duas além de Al-
molonga se juntassem às fileiras das cidades verificavelmente
transformadas. Possivelmente a cidade de Ussinsk, na Rússia,
também esteja qualificada. Quando acrescentarmos outras ci-
dades à lista, naturalmente vamos enfatizar as estratégias que
fizeram isso acontecer e veremos o que podemos fazer para
aplicá-las em outras cidades.
Alguns podem interpretar a história de modo diferente,
mas eu gostaria de sugerir que estamos passando para a Fase
Três do plano revelado por Deus aos evangélicos para que eles
conquistem o domínio. Meu desejo é que este livro pelo menos
forneça algumas peças valiosas para esboçar um projeto para a
Fase Três. Estou focando nos evangélicos, no sentido mais am-
plo do termo, porque mundialmente, de acordo com pesqui-
sadores como David Barrett e Philip Jenkins, os evangélicos,
e especialmente os de inclinação carismática, representam a
grande massa do Corpo de Cristo vivo hoje que continuará a
estar na vanguarda nas futuras gerações.
Vejo a Fase Um como a fase da ação social. Quando resu-
mi a história do movimento de transformação social no capí-
tulo 2, sugeri que esta fase começou com Lausanne, em 1974.
Foi quando muitos evangélicos começaram a subir a bordo do
mandato cultural. Anteriormente, os ministros sociais cristãos
haviam sido em grande parte absorvidos pelo movimento do
evangelho social, que não incluiu os evangélicos, pois ele havia
retirado a ênfase ou mesmo rejeitado o mandato evangelístico.
Os evangélicos da Fase Um começaram a enfatizar o cuidado
com os pobres e menos favorecidos. Apoiavam causas como a
justiça social, a justiça nacional, a libertação em lugar da opres-
são, a igualdade racial, a distribuição equitativa de riquezas, a
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A FA D IG A D A T R A N S FO R M A Ç Ã O
Durante a Fase Dois, referente à tomada das cidades, uma
espécie de fadiga relacionada à transformação pareceu se ins-
talar. O fato de estarmos trabalhando com nossas principais
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U M A N O VA E S T R AT É G I A : A P R E N D E N D O C O M A E X P E R I Ê N C I A 187
A P R E N D E N D O C O M A EX P E R I Ê N C I A
Uma coisa é reconhecer que a transformação das cidades
é possível, outra é desenvolver uma estratégia que possa ser
transferida de uma situação para outra diferente. Eu gostaria
de ser capaz de produzir o que os cientistas chamam de “prova
de conceito”, que é o vínculo entre a teoria e a prática. A única
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U M A N O VA E S T R AT É G I A : A P R E N D E N D O C O M A E X P E R I Ê N C I A 191
A AT R A Ç Ã O T U R ÍS T I C A
D A V IL A D O S S O N H O S
Wilkinson pensou ter conseguido a permissão do rei daquela
nação para construir o que ele chamou de “Vila dos Sonhos
Africana”, que abrigaria 10 mil órfãos além de supervisores
suazi, nativos da região, assim como serviria como local para
uma atração turística com um aeroporto, um hotel de luxo,
um campo de golfe e uma base para safáris africanos. Ele vi-
sualizou doadores norte-americanos lotando aquele hotel, de-
sejosos por combinar caridade com férias na África. A fim de
promover os safáris, ele pediu ao governo para lhe conceder o
controle das duas melhores reservas de caça da nação. Ele pla-
nejou uma “mega fazenda” e algumas indústrias, que ele espe-
rava poderem tornar a Vila dos Sonhos autossustentável. Para
combater a AIDS, ele lançou um programa com voluntários
norte-americanos em missões de curto prazo para promover a
abstinência sexual nas 172 escolas secundárias da Suazilândia.
Ocorre que o erro mais prejudicial de Wilkinson foi sua
falta de conhecimento das questões missiológicas. Com pou-
ca experiência de campo em comunicação intercultural, ele
foi visto por muitos dentro e fora da Suazilândia como um
norte-americano estereotipado e desagradável. Ele foi até
mesmo avisado pelo Embaixador dos Estados Unidos, Lewis
Lucke, de que o plano para tirar os órfãos de suas aldeias
nativas e levá-las para a Vila dos Sonhos Africana seria uma
violação grave às normas culturais da Suazilândia, mas a ad-
vertência não foi ouvida. A mídia suazi captou essa informa-
ção e um editor do Swazi News escreveu: “Por que [Wilkinson]
não pode simplesmente nos dizer que ele quer que o país in-
teiro lhe seja dado para poder se gabar para os seus amigos
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R ÍO S MO N T T, D A G U AT E M A L A
Poderíamos suspeitar que se o rei suazi (que, por falar nisso,
possui 13 esposas) fosse um crente comprometido e nascido
de novo, o projeto de Bruce Wilkinson pudesse ter se saído me-
lhor. Não necessariamente. Lembro-me da empolgação entre
os líderes cristãos norte-americanos em princípios dos anos
80, quando Efraín Ríos Montt se tornou o primeiro presiden-
te da Guatemala nascido de novo. Ele tinha uma nobre visão
de pôr fim à corrupção e vencer os grupos de guerrilheiros
marxistas que estavam destruindo a nação. A mídia evangéli-
ca norte-americana, inclusive as revistas Charisma, Christianity
Today, a CBN de Pat Robertson, bem como Jerry Falwell, Luis
Palau e outros, encorajaram uma transformação social autên-
tica naquela nação. Palau disse: “A mão de Deus parece estar
sobre ele.”12
Entretanto, sob o regime de Ríos Montt, a violência na
Guatemala atingiu níveis sem precedentes com cerca de 200
mil fatalidades, principalmente entre povos indígenas civis
inocentes. Ele sem dúvida estava enfrentando forças espiritu-
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S U S T E N TA B IL ID A D E
Muitos esforços bem-intencionados em direção à transforma-
ção social no fim se transformaram em tempestades num copo
d’água. Algumas histórias e narrativas encorajadoras foram
relatadas, mas elas são um grito distante da transformação
sociologicamente verificável. Bryant Myers identifica a susten-
tabilidade como um dos principais problemas desses esforços.
Eis como ele coloca a questão:
O Ó P IO A F E G Ã O
Um caso interessante e conhecido ocorrido no Afeganistão
mostra como uma vitória de curto prazo pode rapidamente
sofrer uma reviravolta pelas forças do mal na tentativa de man-
ter o domínio de Satanás sobre uma sociedade.
A guerra declarada pelos Estados Unidos contra o Talibã
no Afeganistão parecia ser capaz de produzir uma transforma-
ção social positiva quando o regime finalmente foi derrubado
em 2001. Entretanto, acontecimentos imprevistos turvaram as
possibilidades de sustentabilidade. Por quê? De acordo com
a escritora Carlotta Gall, do New York Times, sob o regime do
Talibã, plantar papoulas para produção de ópio era ilegal. Por
volta do ano 2000, esse tipo de plantação havia quase desa-
parecido. Entretanto, quando o Talibã foi empurrado para as
montanhas, sua estratégia de oposição ao governo se inverteu.
Os senhores da guerra começaram a encorajar a produção de
ópio oferecendo proteção militar (por um preço) aos agricul-
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O P L A N O P. E . A . C . E . DE WA R R E N
Bruce Wilkinson não é o único cristão autor de best-sellers com
a visão de usar a sua recém-adquirida riqueza para transfor-
mar a sociedade. Rick Warren, autor de Uma Vida Com Propósi-
tos, é outro. Em vez da Suazilândia, Warren escolheu Ruanda
como sua unidade social alvo. Aprendendo com o fracasso de
Wilkinson, Warren estabeleceu relacionamentos pessoais fir-
mes com o presidente de Ruanda, Paul Kagame. Em 2005, eles
anunciaram uma iniciativa em conjunto para tornar Ruanda a
“primeira nação do mundo movida por um propósito”.16
A estratégia de Warren é tratar dos cinco gigantes globais
que atormentam a sociedade em todo o mundo, a saber, o va-
zio espiritual, a liderança egocêntrica, a pobreza, a doença e o
analfabetismo. Seu acróstico é P.E.A.C.E.:
U M A N O VA E S T R AT É G I A : A P R E N D E N D O C O M A E X P E R I Ê N C I A 197
C U ID A R D O S D O E N T E S
Vamos começar com cuidar dos doentes. Isso certamente é
necessário. Na África o HIV/AIDS é o desafio mais colossal.
Tanto quanto possível, precisamos demonstrar compaixão aos
infectados através de medicamentos, tratamento, hospitais,
nutrição, serviços de casas de repouso e apoio aos membros da
família, principalmente aos órfãos. Precisamos dar passos em
direção à prevenção por meio da educação, da pesquisa para
produzir vacinas, da abstinência de sexo fora do casamento,
do uso de camisinhas, limpeza e higiene. Ninguém que eu
conheço, inclusive Bill Gates, se recusaria a apoiar medidas
tão positivas.
Mas poderíamos sonhar um passo além? A primeira su-
gestão que ouvi a esse respeito foi feita por meu amigo Ralph
Winter, do Centro Americano de Missões Mundiais. Winter
acredita que o vírus da AIDS provavelmente não estava no pla-
no original de Deus para a humanidade. Poderíamos supor
que ele poderia ter sido introduzido por Satanás depois de ha-
ver usurpado o domínio da criação e Adão? O fato é que se
quisermos ver literalmente a vontade de Deus feita na terra as-
sim como no céu, seria difícil imaginar que o vírus HIV estaria
vivo no céu. Talvez o nosso mandato radical de assumirmos o
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A S S IS T Ê N C IA A O S P O B R E S
Tenho uma ideia similar com relação à assistência aos pobres.
Em inúmeros lugares, a Bíblia nos ordena que façamos isto
(ver Levítico 19:10; Deuteronômio 15:7; 26:12; Provérbios
31:8; Isaías 58:8-10; Jeremias 22:3; Mateus 5:42; Lucas 12:33).
Não creio que desfrutaremos a bênção de Deus em nenhum
dos nossos ministérios fora das paredes da igreja se deixarmos
de prestar assistência aos pobres. Uma grande porcentagem
de cristãos aqui nos Estados Unidos recebe de boa vontade
a oportunidade de dar apoio a organizações como a World
Vision, o Compassion International, a Samaritan’s Purse e o
Exército da Salvação, para citar apenas algumas. Quanto mais
pessoas pobres em Ruanda o plano P.E.A.C.E. puder auxiliar,
melhor!
Mas poderíamos sonhar um passo além? Ed Silvoso, da
Harvest Evangelism, foi o primeiro de quem ouvi o conceito de
desarraigar a pobreza sistêmica. Silvoso diz: “A transformação
da nação precisa ser palpável, e o principal indicador social é a
eliminação da pobreza sistêmica.”18 Esse princípio, mais uma
vez, soa como o Mandato de Domínio. Deus não criou Adão e
Eva para viverem em pobreza. Silvoso continua dizendo: “Na
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A L G U MA S R A ÍZE S
D E P O B R E Z A S IS T Ê M I C A
Um passo estratégico nessa direção é sugerido por Andrew Pa-
quin em seu comentário sobre o plano P.E.A.C.E. Ele cita o
cálculo de Warren de que Ruanda tem o potencial realístico
de produzir mais frutos de qualidade do que a nação poderia
consumir. Se a nação começasse a exportar frutas, algumas das
causas da pobreza sistêmica poderiam ser reduzidas. Mas Pa-
quin dirige a nossa atenção para um fator internacional maior
que também pode estar contribuindo para a pobreza sistêmica
de Ruanda — um fato que reside nas “potências consumidoras
do Oeste”. Ele indica que “atualmente, os Estados Unidos e a
União Europeia fornecem mais de 90 bilhões de dólares em
subsídios anuais para os seus produtores agrícolas domésti-
cos a fim de protegê-los contra a competição dos exportadores
estrangeiros”.20 O resultado é que estimular a produção agrí-
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N E G Ó C IO S C O MO E ST R AT É G I A
Como eu disse mais de uma vez, não acredito que seremos
capazes de desenvolver ou implementar uma estratégia eficaz
para tomar o domínio sem a direção dos líderes do que tenho
chamado de “a Igreja no mercado de trabalho”. Em sua maior
parte, os líderes da Igreja Nuclear têm dirigido os nossos esfor-
ços na Fase Um e na Fase Dois, mas estou convencido de que a
nova direção da Fase Três virá em grande escala dos líderes da
Igreja Estendida.
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U M A N O VA E S T R AT É G I A : A P R E N D E N D O C O M A E X P E R I Ê N C I A 201
MISSIO N Á R IO S N O ME R C A DO D E T R A B A L H O
Em essência, a estratégia alternativa de Eldred envolve
uma mudança de depender quase que inteiramente dos mis-
sionários da Igreja Nuclear para olhar os homens e mulheres
de negócios internacionais como missionários cristãos legíti-
mos no seu próprio direito, e confiar neles para nos levarem à
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CAPÍTULO 9
U M A N O VA IN F L U Ê N C I A :
O D IN H E IRO RE S PONDE
A TUDO!
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U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 205
C O MP R A N D O U MA N A Ç Ã O ?
Há não muito tempo, por exemplo, eu estava ministrando a al-
guns apóstolos na África do Sul. Um deles, um homem negro
sul-africano, provavelmente por volta dos seus 40 anos, me fez
uma pergunta que foi chocante. Ele disse: “Peter, você gostaria
de comprar uma nação?” Como eu nunca havia ouvido uma
pergunta como aquela, e estava curioso para ver onde aquilo
levaria, respondi: “Sim! Que país? O que seria preciso?”
Ele me explicou que havia construído relacionamentos
com apóstolos na República Democrática do Congo. O Congo
era sem dúvida a nação mais miserável da África. Ela não via
uma eleição há décadas. Além disso, havia sido tiranizada por
ditadores e senhores da guerra que eram impelidos pela ganân-
cia e por uma sede de poder sem um mínimo de compaixão
pelo bem-estar do povo que governavam. Os líderes africanos
de alto nível tinham tudo, mas abriram mão da nação. Entre-
tanto, havia mudanças no horizonte. Uma eleição democrática
havia sido programada.
Meu amigo me disse que o movimento apostólico no Con-
go havia, pela primeira vez na história, realizado uma coalizão
cristã naquela nação. Embora houvesse muitas igrejas, a uni-
dade de qualquer espécie havia sido sempre um desejo evasivo.
Agora, entretanto, a unidade cristã estava se tornando uma re-
alidade. Mas não era uma unidade pastoral fundamentada na
comunhão, no cuidado mútuo e em discussões sobre doutri-
na. Era uma unidade apostólica para tratar de questões como
política, poder e o destino de uma nação.
A necessidade no momento era de dinheiro para colocar
candidatos cristãos nas votações eleitorais. Perguntei de quan-
to. Meu amigo me disse que custaria 50 mil dólares para cada
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A G R A N D E T R A N S F ER Ê N C I A
D E R IQ U E Z A S
Inúmeros profetas respeitados têm ouvido a voz de Deus com
relação às riquezas. Eles estão citando passagens bíblicas como
Isaías 60:11: “E as tuas portas estarão abertas de contínuo,
nem de dia nem de noite se fecharão; para que tragam a ti as
riquezas dos gentios”, e Provérbios 13:22: “A riqueza do peca-
dor é depositada para o justo.” Desde o início dos anos 90, di-
versos profetas de diferentes partes da nação e do mundo têm
recebido a Palavra de Deus de que uma enorme transferência
de riquezas está prestes a começar. Alguns de nós estaremos
prontos para recebê-la, e outros de nós não.
DESM A S C A R A N D O O E S P ÍR I T O D E P O B R E Z A
Um dos artifícios mais eficazes que Satanás tem usado para
impedir que a Igreja esteja pronta para receber uma grande
transferência de riquezas tem sido a influência perniciosa do
espírito de pobreza. A Igreja em geral tem sido seriamente en-
ganada pela noção disseminada de que a piedade está intima-
mente relacionada com a pobreza.
O que a Bíblia diz? Deuteronômio 28 é um dos capítulos
mais esclarecedores da Bíblia sobre prosperidade e pobreza. Os
versículos 1 a 14 falam de prosperidade, enquanto os versícu-
los 15 a 68 falam de pobreza. A prosperidade, por exemplo, in-
clui “abundância de bens” (v. 11), a saber, uma grande e saudá-
vel família, aumento do gado e produção agrícola abundante.
Esses e muitos outros benefícios são denominados “bênçãos”
(v. 2). Do mesmo modo, Provérbios 10:22 afirma: “A bênção do
Senhor traz riqueza, e não inclui dor alguma” (NVI). Por ou-
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P E R S P E C T IVA S A CE R C A
D A P R O S P E R IDA D E
Isto é verdade particularmente nas nossas igrejas ocidentais,
a saber, na Europa, América do Norte e Austrália. Estas são as
igrejas mais antigas, tradicionais e principalmente estagnadas
que Philip Jenkins chama de “do Norte”.3 Ele as compara com
as igrejas dinâmicas, de vanguarda, bem-sucedidas do Sul do
globo terrestre. No capítulo 6, descrevi algumas das diferenças
que Jenkins encontra entre as duas com relação a Satanás, aos
demônios, aos milagres e à guerra espiritual. Também exis-
tem diferenças notáveis na maneira como elas veem a pobreza
e a prosperidade. Aparentemente, o espírito de pobreza está
sendo vencido no Sul, enquanto permanece entrincheirado
em muitas de nossas igrejas do Norte. Em primeiro lugar, a
liderança das igrejas do Sul está muito mais alinhada cultu-
ralmente com a forma hebraica de ver a vida do que com o
dualismo grego.
Jenkins acha que “ao redor do mundo, muitas igrejas alta-
mente bem-sucedidas ensinam algumas variáveis do evangelho
da prosperidade, a crença controversa de que os cristãos têm o
direito e o dever de buscar a prosperidade neste mundo, para
obter saúde e riquezas aqui e agora”.4 Ele é preciso ao chamar
o evangelho da prosperidade de uma crença controversa. Pelo
menos ela é controversa aqui no Norte. A revista TIME, por
exemplo, fez uma reportagem sob o título “Deus Quer Que
Você Seja Rico?” O texto da capa prossegue dizendo: “Sim, di-
zem algumas mega igrejas. Outras chamam isso de heresia. O
debate sobre o novo evangelho das riquezas.”5
Esse debate está diretamente relacionado à tese deste li-
vro, a saber, o Mandato de Domínio. Uma das colunas do meu
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N O VA S Igrejas N E G R A S
Os afro-americanos em geral representam um dos segmentos
demográficos mais pobres dos Estados Unidos. Entretanto,
Harry Jackson, autor (com George Barna) de High Impact Afri-
can-American Churches (igrejas afro-americanas de alto impac-
to), relata que um número desproporcional de cristãos negros
está atualmente sendo atraído para mega igrejas em pratica-
mente toda a área metropolitana do país. Essas igrejas ven-
ceram o espírito de pobreza. Elas são empresariais. Os novos
pastores negros, como Jackson os chama, não têm aversão à
prosperidade. Eles acreditam na transformação social. Como
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O A D V E R S Á R IO M A M O M
Se o que temos visto neste livro está correto, aquele que é mais
ameaçado pela mudança de paradigma dos cristãos da pobre-
za para a prosperidade é o próprio Satanás. Vamos lembrar
que cada passo à frente em direção à retomada do domínio
da criação de Deus equivale a um passo igual para trás para o
inimigo. Considerando que o controle das riquezas será um
fator tão determinante para a transformação social, Satanás
designou um de seus poderes demoníacos de mais alto esca-
lão para frustrá-lo, a saber, Mamom. Jesus disse: “Não podeis
servir a Deus e a Mamom” (Lucas 16:13). Muitos acham que
Mamom é sinônimo de dinheiro. Não é. John Kelly e Paul Cos-
ta explicam: “Mamom não é apenas o amor ao dinheiro que as
pessoas adoram. Quando as pessoas adoram a Mamom, elas
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U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 213
A CAD E IA D A T R A N S F E R Ê N C I A D E R I Q U E Z A S
De acordo com os profetas, uma grande transferência de rique-
zas está a caminho para a expansão do Reino de Deus, e creio
que os crentes devem ajudar a preparar esse caminho. Um bom
primeiro passo, conforme acabamos de ver, é amarrar e neutra-
lizar o poder do espírito de pobreza. Devemos reconhecer que
a vontade de Deus é a prosperidade e que a pobreza é uma mal-
dição. Um segundo passo é construir uma infraestrutura para
receber, cuidar e distribuir a riqueza a ser liberada. Creio que
Deus começou a me mostrar o quadro maior há muitos anos,
através do que gosto de chamar de os quatro elos da cadeia da
transferência de riquezas.
U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 215
Marechais de Campo
O objetivo é levar as riquezas dos provedores para as mãos dos
marechais de campo. Os marechais de campo são aqueles que
estão nas linhas de frente fazendo as coisas acontecerem para
a expansão do Reino de Deus. Eles estão curando os enfermos,
expulsando demônios, salvando almas, multiplicando igrejas,
cuidando dos pobres e necessitados, e transformando a socie-
dade. Nossos 200 anos de obra missionária moderna, origi-
nada no primeiro mundo e se desenvolvendo mais tarde no
terceiro mundo, colocaram um grande número de marechais
de campo em ação.
Embora nem todos os marechais de campo sejam igual-
mente eficazes no que fazem, existem formas e meios de iden-
tificar aqueles que estão entre os melhores. Eles possuem um
registro histórico de habilidade, produção, caráter e integrida-
de. Lembro-me, por exemplo, de um na África que tem planta-
do 10 igrejas por dia em diversas nações. Lembro-me de outro
na Índia que supervisiona nada menos que 15 mil plantadores
de igrejas. A maioria desses marechais de campo poderia do-
brar ou triplicar seus bem-sucedidos esforços para expandir o
Reino de Deus se tivesse mais dinheiro. O propósito da trans-
ferência de riquezas é tentar supri-los com os recursos mate-
riais necessários para terem um desempenho excelente.
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Provedores
O primeiro elo da cadeia representa os provedores. Esta é a fon-
te inicial das riquezas que serão disponibilizadas. É importante
reconhecer que provedores não precisam necessariamente ser
crentes. Alguns serão crentes, naturalmente, mas outros estarão
suprindo com as riquezas dos ímpios que foram armazenadas
para os justos, como vimos anteriormente em Provérbios 13:22.
Existem duas maneiras gerais pelas quais essas riquezas
do Reino serão liberadas através dos provedores. Uma parte
delas virá através de uma transferência sobrenatural de rique-
zas que já existem. Outra virá através dos próprios provedores
recebendo um poder extraordinário para gerar novas riquezas.
Vamos analisar ambas.
Um exemplo bíblico muito conhecido da transferência so-
brenatural de riquezas ocorreu quando os israelitas partiram
do Egito depois de terem sido escravos por 400 anos. Quando
os israelitas chegaram no deserto, eles estavam desemprega-
dos, mas ricos. As riquezas deles não vieram de seu trabalho
de fazer tijolos sem palha. Vieram dos seus opressores, os egíp-
cios, adoradores de deuses pagãos. Elas não estavam relacio-
nadas a qualquer produção ou habilidade financeira que eles
porventura tivessem. É verdade que os israelitas tiveram de to-
mar certas atitudes para receber o que Deus lhes estava dando.
Precisaram mandar as mulheres recolherem os itens de valor
de suas vizinhas egípcias. Entretanto, as mulheres não tinham
de brigar ou discutir ou persuadir suas vizinhas a lhes darem
essas riquezas. O poder de Deus havia se movido sobre os egíp-
cios a tal ponto que eles entregaram voluntariamente as rique-
zas que haviam acumulado. Faraó mais tarde lamentou o que
haviam feito, mas era tarde demais. Deus preservou a riqueza
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U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 217
Distribuidores
O sistema tradicional para financiar o avanço do Reino de
Deus tem sido estabelecido a partir dos provedores suprindo
financeiramente os distribuidores. Os distribuidores, o ter-
ceiro elo da cadeia, são aqueles que estabeleceram contato
direto com os marechais de campo. No odre velho, os dis-
tribuidores eram tipicamente executivos denominacionais,
diretores de juntas de missões ou líderes de ministérios espe-
cializados. No odre novo, os distribuidores são, na sua maior
parte, apóstolos.
Alguns provedores, que têm uma visão para um determi-
nado ministério e desejam ter uma participação mais ativa,
começarão suas próprias fundações e assim assumirão o pa-
pel de distribuidores tanto como de provedores. Rick Warren
é um exemplo. Talvez a maioria dos provedores, entretanto,
evite as responsabilidades da distribuição. Eles preferem dire-
cionar suas energias e sua criatividade para aumentar o fluxo
de riquezas. Eles confiam em distribuidores experientes, que
eles avaliaram cuidadosamente e cuja visão eles abraçam, para
distribuir seus recursos com sabedoria.
Tradicionalmente, o papel dos distribuidores tem sido
ouvir de Deus, lançar a visão para o seu ministério e desen-
volver contatos com provedores que a financiem. Quando há
necessidade financeira, eles apelam para os seus doadores em
busca de apoio, e os doadores respondem. A expectativa é
de que os distribuidores gastem o dinheiro como promete-
ram, quer seja para despesas gerais ou novos projetos. En-
tão, quando o dinheiro acaba, eles fazem outro apelo. Isso se
chama “financiamento com base em doadores”, e tem sido a
norma até agora.
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U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 219
Administradores
Digo “até agora” porque vejo uma nova inovação empolgante
no horizonte, que envolve o segundo elo da cadeia, a saber, os
administradores. Até agora, quando os provedores concedem
fundos para organizações cristãs, a expectativa mútua é de
que os fundos sejam gastos com o fluxo de caixa ou com os
projetos do ministério, e depois é pedido mais aos provedo-
res. A mais nova inovação serão os fundos de rendimentos
do ministério que receberão o dinheiro dos provedores e o
multiplicarão antes que ele seja usado. Os administradores
que lidarão com esses fundos de rendimentos do ministério
têm, em geral, sido o elo que faltava nessa cadeia. Pode muito
bem ser essa uma das razões pelas quais Deus tem adiado
a liberação do financiamento colossal que os profetas têm
anunciado.
Em sua maior parte, os administradores serão os apóstolos
do mercado de trabalho que têm experiência em multiplicar
finanças. A maioria deles terá desenvolvido habilidades traba-
lhando no setor financeiro. Eu os coloco no segundo elo da ca-
deia para indicar que, cada vez mais, estaremos vendo finanças
dos provedores chegando às mãos dos administradores antes
de chegarem aos distribuidores. Dessa maneira, muito mais
riquezas serão liberadas. O divino “poder para adquirir rique-
zas” de Deuteronômio 8:18 será ativado em administradores
ungidos em níveis extraordinários. Eles não serão planejadores
financeiros tradicionais satisfeitos apenas com retornos finan-
ceiros na faixa de 5 a 10%. Estou sonhando com muito mais do
que isso. Tenho fé de que estaremos vendo o padrão bíblico de
100% ou mais se tornar uma norma.
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AS PARÁBOLAS DOS
A D MIN IS T R A D O R E S D E D I N H E I R O
Qual é o padrão bíblico? Muitos podem estar se perguntan-
do de onde tirei a noção na Bíblia de que podemos esperar
dobrar o dinheiro do Reino anualmente por meios legítimos.
Minha resposta é que ela vem dos ensinamentos de Jesus. Re-
firo-me às duas parábolas de Jesus sobre os administradores
de dinheiro. O nome não nos faz recordar nada imediata-
mente porque estamos mais acostumados com os títulos tra-
dicionais dessas parábolas: a parábola dos talentos (Mateus
25:14-30) e a parábola das minas (Lucas 19:11-27). Estas são
duas histórias diferentes com muito em comum. “Talentos”
e “minas” eram formas de moeda naqueles dias, sendo que
um talento valia cerca de 1 milhão de dólares e uma mina va-
lia cerca de 10 mil dólares. Ambas encontram-se no contexto
do mercado financeiro.
O argumento de Jesus é que pessoas diferentes lidam com
a administração de fundos de formas diferentes, algumas bem
e outras mal. Em cada história, dois dos três administradores
foram elogiados por suas habilidades comerciais. Verifique. Em
Mateus 25, cada um daqueles que obteve êxito no comércio ga-
nhou 100%. Os de Lucas 19 ganharam de 500 a 1.000%. É ver-
dade que não nos é dito quanto tempo se passou, mas em cada
caso, o patrão simplesmente foi viajar e voltou. É provável que a
viagem deles tenha demorado menos de um ano. A não ser que
Jesus estivesse exagerando propositalmente por alguma razão
que não consigo imaginar, um retorno de 100% ao ano ou mais
no mercado financeiro não era algo impensável para Ele.
O sinal de perigo para a administração bíblica do dinhei-
ro é personificada pelo terceiro administrador em cada uma
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U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 221
F IN A N C IA R C O M B A S E
N O S R E N D IME N T O S
O motivo pelo qual esmiucei este ponto de duplicar as finanças
do Reino é para destacar o papel crucial do elo número dois,
os administradores, na cadeia da transferência de riquezas. O
que eu visualizo são esses apóstolos do mercado de trabalho
assumindo a liderança na facilitação de uma mudança do que
anteriormente chamei de financiamento baseado em doadores
para um plano muito mais eficaz de financiamento, com base
em rendimentos. Os ministérios estabelecerão fundos de ren-
dimentos, cujo principal não será gasto com necessidades de
fluxo de caixa ou com novos projetos, mas será administrado
com habilidade. As contribuições para os fundos de rendi-
mentos serão vistas como investimentos no ministério, e não
como doações para o ministério. À medida que os fundos de
rendimentos forem administrados, os investidores receberão
relatórios trimestrais, assim como receberiam de um banco
ou administradora de investimentos, embora o dinheiro seja
do ministério e não deles próprios. Se gostarem do que está
acontecendo com o dinheiro, naturalmente estarão inclinados
a investir mais.
Tenho motivos para crer que veremos fundos de rendi-
mentos de ministérios atingindo o padrão de Jesus de pelo
menos 100% de retorno anual. Equivale a dizer que um minis-
tério com um orçamento de 1 milhão de dólares em despesas
gerais começaria a estabelecer um fundo de rendimentos de
1 milhão, cuja renda cobriria as despesas gerais deles. Em al-
guns casos, para antecipar a inflação e uma possível expansão,
eles poderiam escolher retirar somente 80% dos lucros para
operações e reinvestir os outros 20%. Em lugar de usar as do-
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U M A N O VA I N F L U Ê N C I A : O D I N H E I R O R E S P O N D E A T U D O ! 223
A T R A N S F O R MA Ç Ã O D E J E R U S A L É M
Um dos exemplos bíblicos mais conhecidos que temos de uma
cidade sendo transformada é o de Jerusalém. Durante os 70
anos de cativeiro babilônico, durante os quais Deus estava pu-
nindo Israel pela idolatria, aquela que um dia fora a magnífica
cidade de Jerusalém se tornou uma pilha deserta de entulho
— um monte de lixo, para usar a terminologia moderna. En-
tretanto, ela foi finalmente reconstruída. Jerusalém mais uma
vez se tornou uma cidade próspera com comércio, um templo,
muralhas ao redor da cidade e pessoas vivendo uma boa vida.
O processo exigiu cerca de 100 anos, mas a transformação da
cidade realmente aconteceu!
Como isso aconteceu? Dois elementos foram essenciais:
(1) indivíduos que tinham o dom de Deus e foram ungidos
para a tarefa, e (2) riquezas. Deus escolheu esses indivíduos
proeminentes para liderar o Seu povo: primeiro foi Zorobabel;
depois Esdras, 81 anos depois; e finalmente, Neemias, 13 anos
depois disso. A essas pessoas foram confiadas as riquezas. Sem
servos de Deus que têm uma visão voltada para os propósitos
de Deus, que têm um coração voltado para obedecer a Ele e
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CAPÍTULO 10:
U M A N O VA U R G Ê N C IA:
E N T Ã O , M Ã OS À OBRA !
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TRANSFORMAÇÃO SOCIAL
A Igreja Apóstolos no
Mercado A Transferência
no Mercado
de Trabalho de Riquezas
de Trabalho
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U M A N O VA U R G Ê N C I A : E N T Ã O , M Ã O S À O B R A ! 229
U M A N O VA U R G Ê N C I A : E N T Ã O , M Ã O S À O B R A ! 231
reinos deste mundo que ele usurpou seja tirado dele sem lutar.
Nós, que acreditamos na retomada do domínio, estamos en-
gajados nesta luta, comumente chamada de guerra espiritual.
A década de 90 foi uma experiência de aprendizado acele-
rada para o Corpo de Cristo nas questões relacionadas à guerra
espiritual, principalmente o nível estratégico de guerra espiri-
tual, que está relacionado aos principados e potestades a que
Paulo se refere em Efésios 6:12. Antes desse período, conceitos
como mapeamento espiritual, espíritos territoriais e arrepen-
dimento identificacional nem sequer apareciam nos nossos
estudos. Mas eles existem agora, e são extremamente impor-
tantes para implementar a transformação social.
Veja o gráfico da transformação social. Subjacente a todo
o esquema está a terra e as questões relacionadas a ela. São
áreas diretamente relacionadas à guerra espiritual. Satanás
contaminou a terra e a amaldiçoou. Ele deslocou poderes de-
moníacos de alto escalão para escurecer a atmosfera espiritual
sobre a sociedade e para bloquear a liberdade do céu de fluir
até à terra. Ambas as áreas precisam e podem ser purificadas
espiritualmente. Temos as ferramentas para fazer isso, as pes-
soas com os dons para isso, e o poder do Espírito Santo para
fazer isso. Então, será feito!
U M A N O VA U R G Ê N C I A : E N T Ã O , M Ã O S À O B R A ! 233
CONCLUSÃO
Estes são os chamados livros da atual biblioteca do domínio.
Outros, sem dúvida, serão acrescentados à medida que acu-
mularmos experiência ao longo dos anos. Esta é uma aventura
empolgante. É empolgante por estar enraizada na Palavra do
Senhor. Ela acontece como obediência sincera ao que o Espíri-
to está dizendo atualmente às igrejas.
Sei que muitos se unirão a mim quando eu concluir este
livro com um decreto apostólico:
NOTA S FINAIS
Prefácio
1. Jon Mecham, “In God We Trust: Few in Number, Dominionists Believe the Bible
Should Govern Society,” TIME, 26 de setembro de 2011, pg. 38.
2. “The Righteous Revolution: Could There Be a Theocracy in America’s Future?”
PRO-S.O.C.S., 1996. http://prosocs.tripod.com/riterev.html.
3. Kevin Phillips, American Theocracy (New York: Penguin Books, 2006), pg. ix.
4. Rick Joyner, “The Kingdom of God Is the Strength of a Nation”, 5 de setembro
de 2006; http://www.elijahlist.com/words/display_word.html?ID=4452.
5. Barak Obama,citado em “God’s Will in the Public Square,” Christianity Today,
setembro 2006, pg. 28.
5. John Stott, The Lausanne Covenant: An Exposition and Commentary, Lausanne Occa-
sional Papers, N.º 3 (Wheaton IL: Lausanne Committee for World Evangelization,
1975), pg. 36.
6. Joseph Mattera, Ruling in the Gates (Lake Mary, FL: Creation House Press, 2003),
pg. 5.
7. Ibid., pg. 49.
8. Ed Silvoso, “Evangelism,” Charisma, Setembro 2004, pg. 49.
9. Myles Monroe, Rediscovering the Kingdom (Shippensburg, PA: Destiny Image,
2004), pg. 26.
10. Steve Thompson, “Your Authority in Christ,” The Morning Star Journal, Summer
2006, pg. 22.
11. Chuck Colson, citado em Joe Woodard, “Solving the Secular Paradox: How Can
Christians Influence World Culture?” Calgary Herald, 19 de junho de 2005, pg. B7.
12. James D. Hunter, comunicação pessoal, 11 de janeiro de 2007.
13. Donald Anderson McGavran, The Bridges of God: A Study in the Strategy of Missions
(New York: Friendship Press, 1981), pg. 14; grifo do autor.
2. Robin McMillan, “The Kingdom Is Supernatural,” The Morning Star Journal, Ja-
neiro 2006, pg. 9.
3. Margaret M. Poloma, The Assemblies of God at the Crossroads (Knoxville, TN: The
University of Tennessee Press, 1989), pg. 94.
2. Bryant L. Myers, Walking with the Poor (Maryknoll, NY: Orbis Books, 1999), pg. 146.
3. Ibid.
4. Ibid., paz. 146-147.
5. Ibid., pg. 176.
6. Wesley Duewel, Revival Fire (Grand Rapids, MI: Zondervan Publishing House,
1995), pg. 46.
7. Morris Ruddick, “Ruddick Update,” recebido de response@strategic-initiatives.
org, 13 de dezembro de 2006, pg. 2.
8. Bruce Wilkinson, citado em Michael M. Phillips, “In Swaziland, U.S. Preacher
Sees His Dream Vanish,” The Wall Street Journal, 19 de dezembro de 2005, pg. A1.
9. Ibid., pg. A8.
10. Ibid.
11. Ibid., pg. A12.
12. Luis Palau, citado em Deann Alford, “The Truth Is Somewhere,” Christianity To-
day, Setembro 2006, pg. 21.
13. Myers, Walking with the Poor, pg. 128.
14. Carlotta Gall (The New York Times), “Opium Harvest Increases 49%,” The Gazett
(Colorado Springs, CO), 3 de setembro de 2006.
15. Ibid.
16. Abram Book, “Giants in the Land,” Leadership, Summer 2006, pg. 18.
17. Ibid., pg. 19.
18. Ed Silvoso, citado em Rick Heeren, Marketplace Miracles (Ventura, CA: Regal
Books, 2008).
19. Ibid., pg. 163.
20. Andrew Paquin, “Politically Driven Injustice,” Christianity Today, Fevereiro 2006,
pg. 88.
21. Samuel Brownback, citado em Jimmy Stewart & Stephen Strang, “A Voice in
the Wilderness,” Charisma, Agosto 2006, pg. 64. http://charismamag.com/index.
php/features2/569-christians-in-government/13384-a-voice-in-the-wilderness.
22. Ken Eldred, God Is at Work: Transforming People and Nations Through Business
(Ventura,CA: Regal Books, 2005), pg. 46.
23. Ibid.
24. Ibid.
25. Ibid., pg. 53.