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PRÁTICA
da
SUBSCRIÇÃO
CONFESSIONAL
© 2021
The Practice of Confessional Subscription editada por David W. Hall entrou na
minha vida no início de janeiro de 2015 de maneira inusitada. Estava
visitando o Rev. Douglas Leaman e sua família em Recife, quando me
deparei com essa obra, entre os seus livros (talvez, o primeiro no Brasil). Ali
mesmo comecei a ler, solicitei o empréstimo para continuar lendo e, dias
depois, terminei a leitura desse magnífico livro. Leitura muito proveitosa,
elucidativa, motivadora e revigorante; ao mesmo tempo em que revela o
generalizado desconhecimento a respeito do tema. Em 2018, tivemos a
oportunidade, eu e o Sem. Miguel Azevedo, de conversar sobre a tradução
dessa importantíssima obra para o bem do Presbiterianismo no Brasil. Se
havia uma obra que julgava fundamental para o Brasil, eis que The Practice
of Confessional Subscription estaria entre as cinco mais importantes.
Resolvemos entrar em contato com o Dr. David Hall e solicitar a licença
para traduzirmos para o português e disponibilizá-la no Brasil. O que nos
foi concedido com alegria e generosidade no dia 08 de novembro de 2018.
No entanto, mercê de Deus, não foi possível concretizarmos o projeto na
época - o Senhor tinha um plano diferente. Graças a Deus, o Rev.
Christopher Vicente apresenta, hoje, em português, a magnífica e marcante
obra editada pelo Dr. David Hall, um dia trazida ao Brasil pelo Rev. Douglas
Leaman e segundo a boa providência do Senhor foi conhecida por mim.
Espero que esse seja um “livro cabeceira” para os pastores e presbíteros
reformados no Brasil.
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
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A
PRÁTICA
da
SUBSCRIÇÃO
CONFESSIONAL
David W. Hall
Organizador
Natal, RN
Copyright © 2018 de David W. Hall.
Direitos autorais na versão inglesa pertencentes a David W. Hall.
Publicado originalmente em inglês sob o título The Practice of Confessional
Subscription pela The Covenant Foundation, 648 Goldenwood Court, Powder Springs,
GA 30127. Traduzido para o português e publicado sob sua autorização.
1ª edição, 2021
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida em qualquer formato
ou por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico) sem a autorização e permissão por escrito
do editor, exceto para citações em trabalhos, artigos e afins com indicação de fonte.
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PREFÁCIO DO EDITOR
DA EDIÇÃO BRASILEIRA
1
Se esse tema interessa você (e, caso não o tenha, espero que, após a leitura desta obra, passe a se
interessar), fique atento. A Nadere Reformatie Publicações possui uma de linha editorial focada neste
tema: os Padrões de Westminster e a subscrição confessional. Estamos preparando inúmeros
materiais nessa linha. Acompanhe nossas publicações pelas redes sociais (Instagram, Grupo de
Telegram, YouTube, Facebook, lista de e-mails etc.) e pelo site. [N. do Editor].
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Todos os capítulos são mais do que excelentes. Porém, se tivesse de fazer um destaque (limitado a
apenas um capítulo), eu ressaltaria o capítulo 17 (o último) de Rev. L. Roy Taylor. Ele é escrito em
um tom marcadamente pastoral. É muito útil tanto contra o que erroneamente se opõem à prática
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David W. Hall
da subscrição (ao expor os piedosos e excelentes benefícios da Subscrição) quanto como freio e alerta
para as tentações comuns que envolvem os defensores da subscrição integral. [N. do Editor].
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Quando julgamos que um dos textos, ainda que excelente em contribuição, extrapolou além do
que cremos que pode ser considerado uma pequena nuança ou divergência e do que cremos como
editora, por questão de consciência e de linha editorial, colocamos uma nota em respeitoso
contraponto. Isso ocorreu apenas uma vez e em contexto de admiração e de loas por outros pontos
do capítulo em questão.
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
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PREFÁCIO ESPECIAL
À EDIÇÃO BRASILEIRA
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Esse fato é evidenciado pela quantidade de confissões e catecismos produzidos nos séculos XVI
e XVII. Veja James Dennison Jr., Reformed Confessions of the 16th and 17th Centuries in English
Translation (Grand Rapids, Reformation Heritage Books), 4 volumes.
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A denominação responsável pela implantação do presbiterianismo no Brasil. Doravante citada
apenas como PCUSA.
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Neste período, temos o absurdo exemplo da ordenação de Charles G. Finney ao ofício de pastor.
Esta ocorrência é uma séria advertência contra casos em que a confessionalidade é negligenciada.
O próprio Finney relata, em suas Memoirs, que “inesperadamente eles me perguntaram se eu
recebia a Confissão de Fé da Igreja Presbiteriana. Eu não a tinha examinado; ela é uma grande
obra contendo os Catecismos e a Confissão presbiteriana. Isto não tinha feito parte de meu
estudo. Eu repliquei que a recebia pela substância da doutrina, tanto quanto eu a entendia. Mas,
eu falei de uma maneira que claramente implicava, eu acho, que não fingia conhecer muito sobre
ela. Contudo, eu respondi honestamente, como eu entendia naquela época” (Charles Finney, The
Memoirs of Charles Finney: The Complete Restored Text. Grand Rapids: Academie, 1989, p. 53-54).
A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
Sabe-se, pela biografia e da sua Teologia Sistemática, que Finney era pelagiano, todavia, em 1824, o
presbitério não teve o mínimo de cuidado ao examiná-lo em suas convicções para a ordenação
pastoral!
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O movimento de subscrição ampla influenciou alguns presbitérios dos EUA reagindo ao
documento The Act and Testimony que intencionava reafirmar a legitimidade da subscrição integral
dos Padrões de Westminster. Ele foi escrito em 1834, sendo produzido pelo grupo Old School, mas
provocou uma forte reação na ala New School. Infelizmente, o prejuízo causado pela divisão se
arrastou, aumentando o ataque mortal contra a prática da subscrição integral entre os
presbiterianos norte-americanos. Para uma leitura histórica detalhada deste assunto, veja: Morton
H. Smith, “The Old School - New School Division” in: Morton H. Smith, The Case for Full
Subscription to the Westminster Standards in the Presbyterian Church in America (Greenville, GPTS,
1992), pp. 57-80; e, também, George W. Knight III, “Subscription to the Westminster Confession
of Faith and Catechisms”, David W. Hall, org., The Practice of Confessional Subscription (Oak Ridge,
Covenant Foundation, 2001), pp. 119-148.
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Gary North explica que “este documento, divulgado ao público em 26 de dezembro de 1923, foi
oficialmente intitulado ‘An Affirmation designed to safeguard the unity and liberty of the Presbyterian
Church in the United States of America’, mas tornou-se popularmente conhecida como Auburn
Affirmation, uma vez que foi publicado por um grupo que se reuniu durante um período em
Auburn, New York, era um texto possuindo 1.800 palavras. Originalmente, trazia os nomes de
149 ministros; mas, durante a realização da Assembleia Geral, em 1924, atingiu um total de 1.274
ministros subscritores do documento. Isso era cerca de 14% dos ministros na denominação. Essa
era uma grande porcentagem, pois poucos homens, em qualquer organização, estariam
normalmente dispostos a tomar partido publicamente em um confronto ideológico” (Gary North,
Crossed Fingers - How the Liberals Captured the Presbyterian Church (Tyler, Institute for Christian
Economics, 1996), p. 9). No início da controvérsia entre confessionais e liberais, J. Gresham
Machen afirmou acerca da Auburn Affirmation que “outro ataque foi feito pela modernista
‘Affirmation’ de cento e cinquenta ministros, pela qual se fez uma propaganda ativa, de modo que
se conseguiram muitas outras assinaturas. A Affirmation realmente usa uma terminologia cristã e,
enganados por essa terminologia, não há dúvida de que cristãos estejam entre os seus subscritores.
Mas, o próprio documento é radicalmente hostil à fé cristã. É dirigido (1) contra o caráter de credo
da igreja presbiteriana e (2) contra todo o verdadeiro fundamento do Cristianismo” (J. Gresham
Machen, “The Parting of the Ways - Part II” in: The Presbyterian (April 24, 1924), p. 7). A. H.
Freundt conclui que “a Assembleia Geral de 1924 abriu o caminho para um pluralismo teológico
maior ao declarar que o presbiterianismo admite uma diversidade de concepções” (A.H. Freundt,
“Auburn Affirmation (1924)” in: D.G. Hart, ed., Dictionary of the Presbyterian & Reformed Tradition
in America (Phillipsburg, P&R Publishing, 1999), p. 23).
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George S. Hendry foi professor de teologia sistemática no Princeton Theological Seminary, era
barthiano e escreveu um comentário da CFW. Ele verifica que, a partir da decisão da PCUSA de
permitir a subscrição ampla, ou subscrição de sistema, se criou mais conflitos quanto à prática de
sua confessionalidade. Hendry, percebendo a confusão em sua denominação, declarou que a
subscrição ampla “não responde à questão prática de como a aceitação da Confissão de Fé pode
ser combinada com exceção a algumas de suas declarações, ou como a linha entre aceitação e
exceção deve ser traçada. A esta pergunta, várias respostas foram oferecidas. Uma opção é sugerida
na forma de subscrição exigida dos ministros da United Presbyterian Church in the USA, aos
quais se questiona se aceitam a Confissão de Fé ‘como contendo o sistema de doutrina ensinado
nas Sagradas Escrituras’; tem sido sustentado que a aceitação do sistema não implica a aceitação
de todas as doutrinas individuais nele. Mas, seria difícil dizer, precisamente, como a distinção
entre o sistema e as doutrinas deve ser traçada e, talvez, isso seja apenas uma reafirmação do
problema, e não uma solução para ele. Uma distinção semelhante é indicada na forma de
ordenação da Igreja da Escócia, que requer a aceitação das ‘doutrinas fundamentais da fé cristã
contidas na Confissão de Fé desta Igreja’, sendo explicado que isso é compatível com ‘o
reconhecimento da liberdade de opinião sobre pontos de doutrina que não entrem na substância
da fé’. Pode-se admitir que a distinção sugerida, aqui, é exequível até certo ponto, mas é provável
que surja dificuldade quando houver diferença de opinião quanto a se um ponto específico da
doutrina ‘entra ou não na substância da fé’ - ou quanto ao que exatamente o que significado esta
frase” (George S. Hendry, The Westminster Confession for Today - A Contemporary Interpretation
(London, SCM Press Ltd, 1960), p. 12-13). Os liberais, neo-ortodoxos e evangelicais na PCUSA
lutaram para eliminar a subscrição integral por se verem em conflito com o que ela exigia, mas
descobriram que a subscrição ampla igualmente oferecia conflitos com a prática da
confessionalidade. Então, a última etapa no processo de diluição confessional se tornou inevitável.
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Joel Beeke observa que o processo de rejeição da prática confessional integral, na maior
denominação presbiteriana dos EUA, ocorreu recentemente, neutralizando a autoridade
confessional dos Padrões de Westminster. Ele afirma que “na última metade do século vinte
surgiu uma nova forma de resolver qualquer problema dos presbiterianos contemporâneos
relacionado com os Padrões de Westminster. A PCUSA produziu um novo Livro de Confissões.
A Confissão de Fé de Westminster e o Breve Catecismo foram dois dos muitos documentos que
foram descartados da história da Igreja e organizados na forma de um álbum como uma espécie
de museu da história da doutrina. A coleção foi coroada com uma nova declaração conhecida
como a Confissão de 1967.” Extraído de
https://www.christianstudylibrary.org/article/westminster-confession-faith-history acessado em
06/07/2021.
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
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David W. Hall
subscrição integral. [Um deles - The Holding Fast to the Faith: A brief history of subscrition to creeds and
confessions with particular reference to presbyterian churchs - está publicado, em Kindle, pela Nadere
Reformatie Publicações, sob o título: “Apegando-se à fé: Uma breve história da subscrição dos
Credos e Confissões com particular referência às Igrejas Presbiterianas”, Nota do Editor].
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A irreversibilidade do desvio confessional da PCUSA se consumou ao redefinir, em sua
Assembleia Geral de 1972, o entendimento sobre “Lealdade Doutrinária”, tornando-a ampla e
relativizada. Nessa decisão, ela também redefine o significado e lugar da Escrit ura Sagrada como
“regra de fé e prática”, negando a sua infalibilidade e declarando que o ato de se submeter aos
Padrões de Westminster é “na situação atual, muito mais ambígua e se ainda pode ser útil
dependerá em parte do grau de unanimidade teológica agora desejada pela igreja” (Morton H.
Smith, How is the gold become dim - The decline of the Presbyterian Church, U.S., as reflected in its Assembly
Actions (Greenville, Southern Presbyterian Press, 3ª ed., 1973), p. 226).
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É acerca disso que Carl R. Trueman nos adverte que “vivemos em tempos estranhos: as correntes
mais vibrantes do protestantismo conservador e ortodoxo estão se afastando do confessionalismo
eclesiástico clássico, embora ainda adotem o nome de ‘confissão’ para sua causa” (Carl R.
Trueman, O imperativo confessional (Brasília, Editora Monergismo, 2012), p. 253. Recomendo a
leitura de Morton H. Smith, Holding fast of the Faith - A brief history of subscription to Creeds &
Confessions with particular reference to Presbyterian Church (Brevard, 2003) que está publicado pela
Nardere Reformatie Publicações [ver nota de número 10, Nota do Editor].
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É nesse sentido que William G.T. Shedd observa que “a honestidade e a sinceridade são
fundamentadas numa clara convicção e uma clara convicção é firmada no conhecimento e no
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
reconhecimento da verdade. A heresia é um pecado e é classificada por São Paulo entre as ‘obras
da carne’, juntamente com ‘adultério, idolatria, assassinato, inveja e ódio’, que excluem do reino
de Deus (Gl 5.19-21). Mas, a heresia não é um pecado tão grande quanto a desonestidade. Pode
existir uma heresia honesta, mas não uma honesta desonestidade. Alguém que reconhece ser um
herege, é um homem melhor do que aquele que finge ser ortodoxo enquanto subscreve um credo
que despreza, e que ele finge sob pretexto de melhorá-lo e adaptá-lo ao tempo presente. O herege
honesto deixa a igreja com a qual ele não concorda, mas o subscritor insincero permanece dentro
dela para realizar o seu plano de desmoralização” (William G.T. Shedd, Calvinism: Pure and Mixed
- A Defense of the Westminster Standards (Edinburgh, The Banner of Truth Trust, 1986), p. 152).
Pode-se, atualmente, verificar essa triste desmoralização doutrinária consumada e estabelecida na
PCUSA.
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Phillip Schaff esclarece que “tem havido muita controvérsia sobre o grau de força vinculatória
dos credos e sobre as formas de subscrição quia ou quatenus. Toda a autoridade e uso de livros
simbólicos tem sido contestado e negado, especialmente por socinianos, quakers, unitaristas e
racionalistas. Objeta-se que obstruem a livre interpretação da Bíblia e o progresso da teologia; que
interferem com a liberdade de consciência e o direito de julgamento privado; que eles geram
hipocrisia, intolerância e fanatismo; que eles produzem divisão e distração; que perpetuam a
animosidade religiosa e a maldição do sectarismo; que, pela lei da reação, produzem
indiferentismo dogmático, ceticismo e infidelidade; que a simbolização das igrejas luterana e
calvinistas estatais, no século XVII, é responsável pela apostasia do século XVIII. As objeções têm
alguma força naquelas igrejas do Estado que não permitem liberdade para organizações
dissidentes, ou quando os credos são virtualmente colocados acima das Escrituras, em vez de
serem subordinados a eles. Mas os credos, como tais, não são mais responsáveis por abusos do
que as próprias Escrituras, das quais eles professam ser meramente um resumo ou uma exposição”
(Phillip Schaff, Creeds of Christendom: with a History and critical notes (Grand Rapids, Baker Books,
6ª edition revised and enlarged), vol. 1, p. 4).
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Do latim “as próprias palavras”, ou seja, literalmente cada sentença.
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Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil, Art. 1 declara que ela é “uma federação de igrejas
locais, que adota como única regra de fé e prática as Escrituras Sagradas do Velho e Novo
Testamentos e como sistema expositivo de doutrina e prática a sua Confissão de Fé e os
Catecismos Maior e Breve”. E, também, na reunião ordinária do Supremo Concílio de 2014 no
Doc. XL: Quanto ao documento 193 - Consulta para que se envide esforços para melhor definição sobre
confessionalidade em nossa Igreja. Considerando que [...]. O SC/IPB 2014 Resolve: 1. Quanto à
pergunta “Há diferença nos termos lealdade e fidelidade, como alguns argumentam?”, responder
que não há diferença; 2. Quanto à pergunta “O juramento de lealdade aos Símbolos de Fé
adotados pela IPB, feito pelos oficiais, se refere a cada capítulo e seção, ao sistema geral, como um
todo, tal qual apresentados por eles?”, responder que a reafirmação no momento da ordenação
implica na aceitação integral, em todos os seus termos, dos Símbolos de Fé, conforme CI- IPB
Artigo 119, parágrafo único; 3. Quanto à pergunta “Qual é o exato significado da expressão ‘fiel
exposição do sistema de doutrina’ contido no juramento prestado por todos os oficiais
presbiterianos no momento de sua ordenação?”, responder que o significado da expressão “fiel
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
exposição do sistema de doutrina”, significa uma correta interpretação das Escrituras Sagradas,
Antigo e Novo Testamento, com uma apresentação sistematizada. A Igreja Presbiteriana
Conservadora do Brasil, em seu livro de ordem, declara que “Art 41. § 3º - O Presbitério fará
organizar e manter, pelo seu Secretário Permanente, um livro especial em que será lavrado um
termo de compromisso que deverá ser assinado pelo ministro, ao ser admitido, a não ser que já o
tenha feito perante outro Presbitério da Denominação. Esse compromisso, que será assinado
publicamente, terá o seguinte teor: ‘Eu .............. ao ser investido nas funções de Ministro do
Evangelho, ao serviço deste Presbitério, declaro solenemente, diante de Deus e deste concílio,
que, se, no exercício dessas funções, vier a ter dúvida quanto à inspiração da Bíblia na sua
integridade e aos Símbolos de Doutrina desta Igreja, ou aos seus princípios e práticas, os quais
firmemente aceito e prometo divulgar e defender (Introdução Geral, incisos 2 e 3; e Título I,
Preliminares, Art. 6º), deixarei espontaneamente todos os cargos que estiver ocupando, sejam de
eleição, sejam de nomeação, e renunciarei às funções ministeriais no seio desta Organização’. Essa
declaração, lavrada no livro competente, deverá ser lida em voz alta perante o concílio, em sessão
pública, pelo próprio signatário, no ato da subscrição.
Mutatis Mutantis Presbíteros e Diáconos assinam o mesmo termo no ato da ordenação”. De igual
modo, a Igreja Reformada do Brasil exige a subscrição de seus oficiais do seguinte termo “Forma
de subscrição para os Ministros da Palavra: Nós, pastores da Igreja Reformada do Brasil em
.................., subscrevendo este documento, declaramos o seguinte perante a face do Senhor, com
sinceridade e em boa consciência: Estamos plenamente convictos de que a doutrina reformada,
expressa nas Três Formas de Unidade - a Confissão de Fé Belga, o Catecismo de Heidelberg e os
Cinco Artigos de Fé contra os Arminianos -, está em plena conformidade com a Palavra de Deus,
em todas as suas partes. Por isso prometemos que nós ensinaremos esta doutrina com dedicação,
e a defenderemos fielmente. Prometemos que não ensinaremos ou publicaremos nada, o que
diretamente ou indiretamente esteja em conflito com esta doutrina. Prometemos que não
somente rejeitaremos qualquer ensino que esteja em conflito com a doutrina reformada, mas que
também ajudaremos a contestar e refutar tal ensino. Prometemos que, caso fiquemos com uma
objeção contra esta doutrina ou mudemos de pensamento, não ensinaremos ou defenderemos
nosso pensamento, nem publicamente nem de outro modo, seja por escrito ou não, mas
apresentaremos nosso pensamento ao Conselho para que seja investigado por ele. Prometemos
que sempre estaremos dispostos a submetermo-nos à sentença do Conselho, de boa vontade. Se
agirmos de forma contrária, seremos suspensos imediatamente, em consequência do nosso ato.
Prometemos que sempre estaremos dispostos a explicarmos melhor o nosso pensamento a respeito
de qualquer parte da doutrina reformada, caso o Conselho exija isto por motivos fundamentados,
a fim de preservar a unidade e a pureza da doutrina. Se quebrarmos esta promessa, também
seremos suspensos, embora fique preservado nosso direito de apelar contra decisões consideradas
injustas. Mas durante o período de apelação nós nos conformaremos com a sentença do
Conselho. Assim declaramos e prometemos agir para a glória do Senhor e para a edificação da
sua Igreja”.
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David W. Hall
Em meu caso pessoal, isso já foi há algum tempo. Eu tinha pouco mais
que 22 anos de idade. No caso dos meus companheiros, em circunstâncias
variáveis e em lugares diversos. Esses Presbitérios jogavam em nossa
honradez, na seriedade de nossa palavra. Quando aceitavam nossos votos,
faziam-no em uma honrada confiança, porque eram integrados por
homens honrados também, e não conviria a homens honrados negarem
confiança a outros que de boa-fé compareciam perante eles para
proferirem os votos sagrados da ordenação.
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
O vigor com que essas palavras foram declaradas há tantos anos, ainda
nos constrangem a corar o rosto e a tremer diante de Deus. Que o Senhor
forje entre nós homens que vivem com essa convicção e fidelidade, e “que
a palavra de vocês seja: Sim, sim; não, não. O que passar disto vem do
20
Jornal Brasil Presbiteriano, Ano XIII, nº 8, agosto de 1970, p. 3.
22
David W. Hall
Maligno” (Mt 5.37). Tendo isso em mente, desejo sinceramente que esta
lhe seja uma proveitosa leitura.
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PREFÁCIO ORIGINAL
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21
Advanced Placement, isto é, um tipo de curso norte - americano e canadense. [N. do Editor].
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A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
A Igreja é mais saudável conforme sabe o que crê, tem tais crenças
codificadas em uma confissão e, formalmente, tem um mecanismo
robusto para perpetuar tal ortodoxia. As igrejas, crescendo a partir da
Reforma, dependeram — em parte — da subscrição confessional para
realizar a parte final dessa resolução e, antes de descartá-la, essa tradição
deveria ser completamente examinada e repudiada antes de se rejeitar
qualquer parte dela. Assim, o ônus da prova, à luz do histórico desta
questão, recai sobre aqueles que desejam dispensar a subscrição
confessional.
28
CAPÍTULO 1
David W. Hall
Este ensaio servirá para introduzir alguns desses assuntos, que serão
amplamente discutidos nos capítulos seguintes.
1. Primeiramente, quanto ao significado do termo “subscrição”, parte
da dificuldade é que essa palavra, como muitas outras, tem uma diversidade
de significados. Parte da dificuldade em chegar ao significado desse termo
crucial surge porque ele possui várias conotações distintas. O
reconhecimento da diferença de nuances é imperativo para a compreensão
A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
22
Charles Briggs, American Presbyterianism [Presbiterianismo Americano] (New York: Scribner’s,
1885), p. 63, refere-se a certos teólogos cujos nomes foram assinados em um tratado em 1643. Cf.
também p. 342.
23
Jill Raitt, The Colloquy of Montbeliard [O Colóquio de Montbeliard] (New York: Oxford, 1993),
p. 30-31, p. 74-76.
30
David W. Hall
24
Robert Kingdon, Geneva and The Consolidation of the French Protestant Movement, 1564-1572
[Genebra e a consolidação do Movimento Protestante Francês, 1564-1572] (Madison, WI:
University of Wisconsin Press, 1967), p. 125.
25
James R. Payton Jr., “The Background and Significance of the Adopting Act of 1729”, Pressing
Toward the Mark [“A base e significado da adoção do Ato de 1729”, pressionando em direção ao
marco]. (Philadelphia: Orthodox Presbyterian Church, 1986), p. 134.
26
The Creeds of Christendom, [Os Credos da Cristandade], ed. Philip Schaff (Grand Rapids: Baker,
1983), vol. 1, p. 254.
27
Ibid., p. 388.
31
A PRÁTICA DA SUBSCRIÇÃO CONFESSIONAL
28
Ibid., p. 618-619.
29
John L. Carson and David W. Hall, eds. To Glorify and Enjoy God: A Commem-oration of the
Westminster Assembly [Glorificar a Deus e deleitar-se nEle: Uma Comemoração da Assembleia de
Westminster] (Edinburgh: Banner of Truth, 1994), p. 295. [Tenha acesso ao document da Solene
Liga e Aliança traduzido para o português pela plantaforma Minha Biblioteca Westminster, Nota
do Editor].
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