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PA U L O A D R I A N O M U N I Z G O U V Ê A
3º
ACONSELHAMENTO AO
COMPULSIVO
S E X U A L
ACONSELHAMENTO AO
COMPULSIVO
S E X U A L
3ª Edição
Julho de 2019
PA U L O A D R I A N O M U N I Z G O U V Ê A
ACONSELHAMENTO AO
COMPULSIVO
S E X U A L
3ª Edição
Julho de 2019
www.sexosemcativeiro.com.br
Copyright © by Paulo Adriano Muniz Gouvêa, 2018
SEXO SEM CATIVEIRO – Paulo Adriano Muniz Gouvêa
Terceira Edição – Julho de 2019
Diagramação: Raquel Serafim (@rakdesigner)
Capa: Thiago Habdiel Almeida da Silva
Revisão: 1. Mazi Macedo – Pastor, Sexólogo e Terapeuta Familiar;
2. Cláudio Alves de Souza – Pós-graduado em Inteligência Estratégica;
3. Ana Lia de Miranda e Martins – Procuradora de Justiça
Aposentada pelo Ministério Público do Estado de Rondônia;
4. Selma Lima Thomas – Missionária e Conselheira Cristã desde 1995,
Líder juntamente com seu esposo, Peter Thomas, da Base da JOCUM em Aquiraz/CE; e
5. Marcos Filipe Coelho Scipioni – Psicólogo, Especializado em Terapia Familiar Sistêmica
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte da edição deste livro deve ser reproduzida
de forma alguma sem a autorização por escrito do autor, exceto em casos de citações
curtas em artigos ou resenhas.
Distribuição e Vendas
Sexo sem Cativeiro
Loja Virtual: http://www.sexosemcativeiro.com.br
E-mail: atendimento@sexosemcativeiro.com.br
Fone: |55| 41 99676.9107 / 85 99865.7308
AQUELE QUE HABITA EM MIM
Aquele que é o
filho amado do Deus vivo, o unigênito do Pai,
que passou a ser primogênito, habita
em mim, testificando que também sou
filho do Deus vivo.
Paulo Gouvêa
O que é nascido de Deus vence o
mundo; e esta é a vitória que vence
o mundo: a nossa fé.
I João 5.4
Índice
Prefácio .. ............................................................................................................ 13
Introdução . . ........................................................................................................ 17
curso, mas livros como este são dados por Deus para desfazer esse
efeito e reconstruir nossas famílias e as vidas de nossos queridos
que são vítimas de uma cultura centralizada em si mesma.
Meu desejo é que este livro tenha caminho aberto a todas as
igrejas de nossa nação.
Sal Cutrim
Introdução
A maneira como vemos e pensamos o sexo determina se nossa condu-
ta sexual vai gerar vida e intimidade em nossos relacionamentos,
ou se colecionaremos uma infindável lista de desconhecidos em
nossas camas. Nossa forma de vestir, relacionar, comportar e com-
prar é profundamente influenciada pela maneira como vemos e
entendemos o sexo.
A nossa sociedade, infelizmente, tem caminhando rumo ao
que chamo de SEXO COM CATIVEIRO. Tornar o que deveria ser
privado e exclusivo em algo público e explícito, é a contramão do
que de fato é o sexo. O resultado é que mais pessoas estão se tor-
nando cativas de seus desejos sexuais e possivelmente perderão o
controle de suas vidas.
Tenho visto nos últimos anos o desespero de muitos homens
e mulheres que desejam abandonar o vício em sexo, mas não con-
seguem. Muitos lutam sozinhos há anos e sentem muita vergonha
para pedirem ajuda ou confessarem suas perversões sexuais. As
práticas podem ser das mais comuns às mais bizarras possíveis e
o desespero é não conseguirem abandoná-las.
Eu fui um deles. Sei o que estão sentindo e pelo que estão
passando. Até os 33 anos de idade, minha vida sexual foi impul-
sionada por mentiras e falsas crenças que me levaram a um des-
controle nesta área. Meu desejo sexual me governou e impulsio-
nou dia após dia a conhecer novas pessoas com o único objetivo
de saciar minha sede de mais sexo. Eu achava que vivia em liber-
dade quando na verdade estava preso num terrível cativeiro.
18 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
Minha História
INFÂNCIA
Fui concebido fora de uma aliança de casamento. Meus pais
se conheceram ainda muito jovens e se envolveram sexualmente
sem um compromisso firmado. Estabeleceram uma união estável
motivada pela minha concepção, mas só oficializaram essa união
através do casamento civil quando eu já tinha 9 anos. Meu pai,
apesar de muito trabalhador, gostava de bebida e tinha problemas
com imoralidade sexual.
Minha única irmã nasceu um ano após mim. Morávamos
com nossos pais na mesma rua que nossos tios e avós por parte
de pai. Era uma família muito numerosa, aglutinada e bastante
disfuncional. Quando eu não estava em casa, ficava com meus
avós, onde tinha muita gente, entre idosos, adultos, adolescentes
e crianças. Havia pouquíssima informação saudável sobre sexua-
lidade. Infelizmente, aquilo que se compreendia e vivia sobre sexo
era altamente tóxico para qualquer pessoa, principalmente para
as crianças. Havia incesto, palavrões, alta troca de parceiros, bebe-
deiras, divórcios e até prostituição. Ficar exposto a este ambiente
foi altamente contaminador.
As conversas paralelas também eram bastante erotizadas.
As piadas e o ensino sexual despertavam uma curiosidade que
uma criança não está pronta para compreender. Tanto os homens
quanto as mulheres diziam que eu, como homem, deveria dedi-
car minha atenção a me relacionar com o máximo de mulheres
Capítulo 1 – Os Cativos • 21
JUVENTUDE
Na puberdade, passei a me masturbar compulsivamente.
Fiquei obcecado pelo corpo feminino e vivia procurando na rua,
na televisão, nas revistas e em qualquer lugar uma imagem fe-
minina desnudada para depois fantasiar em mais uma sessão de
masturbação. Não era difícil encontrar, pois minha cidade natal é
bastante quente e as mulheres sempre usaram roupas curtas e sen-
suais. Já não tinha mais controle dos meus olhos. As mulheres se
tornaram meros objetos do meu desejo e apenas uma escada para
o prazer sexual. Manipulação, mentira e dissimulação entraram
em meu repertório de conquista. A CULTURA DO VÍCIO estava
se instalando e ganhando força, pois todo e qualquer relaciona-
mento meu com as mulheres tinha o propósito de conseguir sexo.
Meu olhar e forma de relacionar haviam sido desumaniza-
dos. Desejava apenas me aproveitar das mulheres, ter o próximo
orgasmo. Era o que tinha aprendido quando criança e adolescen-
te. Eu acreditava e caminhava com naturalidade nesta mentira.
Até então, não havia computado nenhuma perda por causa do
meu comportamento. A meu ver, era prazeroso e queria aquilo.
Qualquer possibilidade de um relacionamento duradouro
foi roubada de mim. Algumas jovens até buscaram um relacio-
namento sério a ponto de se sujeitarem à minha manipulação.
Primeiro, as moças do bairro, em seguida, estranhas de uma noi-
te que eu encontrava nas danceterias e boates que frequentava.
Não demorou para também começar a frequentar os prostíbulos
da cidade onde eu morava. Orgias e troca de casais aconteceram
algumas vezes.
Capítulo 1 – Os Cativos • 23
FASE ADULTA
Quando comecei a trabalhar, meu salário era praticamente
todo voltado para a cultura do sexo. Bares, motéis, boates de stri-
p-tease, casas de massagem e de prostituição. Passei a ter condi-
24 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
CASAMENTO
Em determinada empresa onde trabalhei, uma moça cha-
mou especial atenção logo de início. Quando a chamei para con-
versarmos, foi diferente. Ela contou ter passado por uma situa-
ção difícil no seu último relacionamento, inclusive já tinha uma
filhinha de apenas 2 anos. Algo em relação a ela e àquela criança
foi despertado em meu coração. Senti o desejo de protegê-las. Na
época, ainda estava mantendo aquele relacionamento de 4 anos,
mas estava bem desgastado. Então, decidi romper e pedir a moça
da empresa em namoro. Ela veio a se tornar minha esposa cerca
Capítulo 1 – Os Cativos • 25
A História de Outros
MARCOS, 29 ANOS
Marcos é pastor, casado há apenas 5 anos com uma linda
mulher que ele ama muito, mas jamais tinha vivido uma vida se-
xual satisfatória com sua esposa. O motivo foram situações que lhe
aconteceram em sua infância e adolescência que o aprisionava em
uma grande mentira. Quando criança, ele sofria muito bullying
por parte dos meninos da sua idade devido ao tamanho do seu
pênis, o que o deixava bastante envergonhado e constrangido.
Em sua adolescência, assíduo usuário de pornografia, teve
dois relacionamentos duradouros com duas moças diferentes e
que relataram estar insatisfeitas com a vida sexual que tinham
com ele. Segundo elas, o motivo da insatisfação era o tamanho de
seu pênis. Elas confessaram traições e o abandonaram alegando
este fato. Estes eventos trouxeram muito desequilíbrio para a for-
ma como ele pensava e vivia o sexo. Também o deixaram bastante
perturbado.
Pouco tempo depois, ele se converteu e entendeu seu cha-
mado como pastor. Partiu para o seminário e estava em uma boa
fase com Jesus. Lá conheceu sua esposa e seguiram o seminário
juntos até que se casaram. Após o casamento, um pensamento
atormentava a sua mente. Devido à vergonha das mensagens que
lhe foram comunicadas no passado, ele acreditava que jamais
conseguiria satisfazer sexualmente à sua esposa.
Apesar de ela jamais ter reclamado sobre isso com ele, vi-
via atormentado a tal ponto que sempre voltava à pornografia na
tentativa de aprender formas e técnicas no intuito de satisfazer a
esposa, o que era um grande engano. Quanto maior sua exposição
à pornografia, mais vergonha ele sentia do tamanho do seu órgão
sexual, pois se deparava com aqueles homens de pênis enormes
e a mentira crescia dentro dele. Nos filmes, as mulheres pareciam
satisfeitas. Ele acreditava que era um pênis grande que uma mu-
Capítulo 1 – Os Cativos • 31
RAQUEL, 28 ANOS
Quando Raquel tinha 13 anos, sua família possuía um ter-
reno com 3 sobrados. A família vivia em um e alugava os demais
para ajudar no sustento da casa. Um dos inquilinos era um pro-
fessor mais velho. Ela nunca simpatizou com ele, mas, sendo uma
criança, tinha que lidar com aquela situação. Um dia, notou um
comportamento estranho no professor. Do sobrado que ela vivia,
era possível ver quase todas as tardes o seu vizinho professor le-
var o filho de 4 anos do outro vizinho para a casa dele. A criança
sempre saia de lá com uma pipa ou doces.
Achando tudo aquilo muito suspeito, se ofereceu para lim-
par a casa do professor junto com sua mãe, que era paga para
organizar o sobrado do professor a cada 15 dias. Ali ela esbarrou
no computador deste homem. Ao observá-lo, viu que a tela saiu
do modo de stand by. O que ela viu foram várias fotos de crianças
nuas e fazendo sexo.
Sua reação foi de susto e muito medo, pois ela tinha uma
sobrinha de 5 anos que morava na casa deles. Ela continuou abrin-
Capítulo 1 – Os Cativos • 33
do as fotos e viu que ele tinha vídeos e muitas outras fotos. Ficou
apavorada ao sair daquele lugar. Contou para os pais que decidi-
ram nada fazer a respeito, pois se tratava de um inquilino que não
atrasava os pagamentos e eles não queriam perdê-lo.
Ela passou a vigiar sua sobrinha de 5 anos, mas percebeu
que o comportamento da criança não era mais o mesmo. Ela es-
tava retraída e triste, não era mais aquela criança livre e alegre de
antes. Então ficou furiosa suspeitando que o professor tinha algo a
ver com isso e várias vezes tentou fazer com que seus pais expul-
sassem aquele homem. Ela passou a ser hostil com ele, até que um
dia ele simplesmente sumiu e nunca mais foi visto.
Raquel sempre se sentiu culpada de que algo pudesse ter
acontecido com a sobrinha. Sua mãe foi morar no exterior pouco
tempo depois e Raquel a acompanhou. Neste outro país, teve sua
primeira experiência de namoro com um rapaz, que, infelizmente
não acabou bem. Raquel foi devastada por uma traição dele, que
até mesmo compareceu em uma festa da família acompanhado
de outra garota, expondo Raquel na frente de todos os seus fami-
liares e amigos. Ela se sentiu tão frustrada que passou a ter muita
raiva de todos os homens, no entanto, decidiu se comportar como
um. Cortou o cabelo, vestiu roupas masculinas e seguiu sua vida.
Quando fez 18 anos, seu irmão mais velho colocou uma
venda em seus olhos e a levou a um lugar de surpresa. Quando
ele retirou as vendas, ela estava dentro de um prostíbulo com ele e
naquele lugar ele disse que estava muito feliz por ter um “irmão”.
Pagou uma prostituta para ela e a liberou para uma transa. Em-
bora Raquel não tenha mantido relações com a prostituta naquela
noite, nunca mais deixou de frequentar o ambiente, que veio a se
tornar seu segundo lar. Daquele momento em diante, ela decidiu
seguir aquele estilo de vida. Não demorou para ela conhecer uma
mulher mais velha que a chamou para morar junto e lhe “ensi-
nou” tudo o que sabia sobre sexo e como “satisfazer sexualmente
uma mulher”. O relacionamento durou um tempo e esta mulher
juntamente com seu grupo transformou Raquel no que elas cha-
34 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
AMANDA, 32 ANOS
A mãe de Amanda fugiu de casa com um amante quando
ela estava com 5 anos, levando apenas seu irmão mais novo e lhe
deixando para trás. Amanda foi abandonada com o pai, que era
alcoólatra e bastante omisso. Depois deste evento, segundo suas
próprias palavras, um inferno começou em sua vida, pois o pai
se mudou com ela para a casa dos seus avós. Seu pai saia cedo
para trabalhar e sempre voltava tarde devido às suas bebedeiras.
Eventualmente, ele nem voltava para casa. Essa situação deixava
Amanda vulnerável e o sentimento era de abandono tanto da mãe
quanto do pai. Um sentimento de desvalor.
Logo depois, começou uma dura sessão de abusos por parte
dos tios e do avô dela. Eles a deixavam sem comer muitas vezes,
lhe batiam quase todos os dias e também era constantemente abu-
sada sexualmente. Ela conta que quando o pai saia pela manhã,
ficava aterrorizada, sentindo muito medo e tentava se esconder. O
seu desejo era de que o pai a protegesse e a tirasse daquele lugar.
Queria muito saber porque a mãe escolheu o irmão e não ela para
levar consigo quando fugiu. Ela pensava que tinha feito alguma
coisa horrível para a mãe abandoná-la naquela situação. Chegou
um momento em que realmente desejou morrer. Se sentia suja,
dizia para si mesma que ninguém a amava. O avô e os tios a cha-
mavam de feia, diziam que ela não prestava e que merecia todas
aquelas agressões. Ela algumas vezes teve que ir buscar o pai no
bar. Isso tudo ocorreu dos seus 5 aos 11 anos.
Quando chegou na adolescência, conheceu na escola pes-
soas que a apresentaram às drogas e à bebida alcoólica. Ela sentia
um forte alívio das suas dores quando usava drogas ou bebia. Era
uma fuga daquela vida miserável. Cresceu e passou a não aceitar
mais os abusos da infância. Sentia ódio dos homens e daquele pe-
ríodo em diante, decidiu que eles não abusariam mais dela, ela é
que abusaria deles. Começou a se envolver com vários homens,
sempre com a intenção de “abusar deles”. Todo relacionamento,
mesmo que de algumas horas, era com a finalidade de fazer sexo.
Capítulo 1 – Os Cativos • 37
dade. Ela é alguém muito especial para nós. Todas as vezes que
lembro de sua história, me emociono. Hoje ela está recomeçando
sua vida.
MAURÍCIO, 51 ANOS
Maurício é funcionário público federal. Já está aposentado
e nunca se casou. Em sua infância, sofreu dois abusos sexuais, de
um primo e, depois, de um vizinho. Com o segundo abuso, ele
ficou realmente perturbado e não conseguia dormir à noite. Con-
seguiu falar sobre este segundo abuso com seu pai, que tomou
as devidas providências junto ao pai do agressor, apesar de seu
relacionamento com seu pai ser muito formal e impessoal. Seu
pai supria financeiramente a família, mas não havia qualquer de-
monstração de afeto. As cobranças eram grandes e como Maurí-
cio tinha certa dificuldade em algumas matérias escolares, seu pai
reagia com muita rispidez e sem nenhum afeto.
Na adolescência, sem muita instrução sobre sexualidade,
começou a descobrir a masturbação e a pornografia. Embora, mes-
mo sem ser convertido, achasse aquilo tudo um erro. Mesmo na-
quela época, já havia um desejo de sair daquela situação. Maurício
converteu-se aos 17 anos, quando estava em uma escola federal de
ensino. Lá encontrou um excelente grupo para comunhão e aos
finais de semana frequentava a igreja. As marcas daqueles abu-
sos ficaram para trás, ele acreditava. Quando o curso terminou,
voltou para sua cidade e as lutas recomeçaram. Como ele é muito
tímido, tinha muita dificuldade em se aproximar e se relacionar
com as moças, encontrando na pornografia e masturbação o seu
refúgio, acreditando que aquilo seria passageiro e que quando se
casasse acabaria.
Os anos foram se passando e as dificuldades nos relaciona-
mentos se agravaram. Ele realmente achava tudo aquilo surreal,
pois todos os seus amigos cristãos estavam casando e ele nunca
tinha se relacionado com uma mulher. Começou a ser gerado ódio
por Deus em seu coração, pois acreditava que era culpa de Deus
Capítulo 1 – Os Cativos • 39
não conseguir uma mulher como seus amigos. Segundo ele, Deus
o estava castigando por seus pecados. Somente aos 24 anos teve
sua primeira namorada. Era cristã como ele e foram 6 meses em
que se esforçou para fazer tudo certo, porém, mesmo assim não
deu certo. Ele gostava muito dela, mas a moça rompeu o relacio-
namento.
Ao longo do tempo, outros relacionamentos vieram, porém
nenhum foi como o primeiro, em que se sentiu realmente apaixo-
nado. Ele aguardou até os 36 anos quando, revoltado com Deus,
perdeu a virgindade com uma prostituta de rua, que o convidou
para entrar num hotel. Embora constrangido com aquele ato, na
mesma noite, ainda teve relações com outra moça, que fazia pro-
grama na mesma rua. Isso despertou o desejo cada vez mais forte
por se relacionar com mulheres apenas para fazer sexo, sem en-
volvimento emocional.
Embora sabendo que aqueles atos estavam errados, não
conseguia se libertar. Frequentar bordéis e casas de massagens se
tornou rotina, embora nos finais de semana, a ida à igreja era re-
corrente. Virou um ciclo de confessar e voltar ao pecado.
Com a transferência do local de trabalho em 2009 para ou-
tro estado da federação, pensava que seus problemas nesta área
diminuiriam. Lá encontrou novos amigos, comunhão na igreja,
mas seus desejos continuaram fortes e os impulsos eram cada vez
maiores. Entrava em sites de acompanhantes, ligava para elas e
marcava encontros em motéis. Da mesma forma, sua rotina virou
a mesma que tinha na sua cidade natal.
Certa vez, conversou com uma terapeuta cristã que o con-
frontou com a seguinte pergunta que jamais saiu da cabeça dele: A
quem pensa que você engana? Você é um hipócrita, um religioso,
um fariseu.
Isso mexeu com a sua trajetória. Ele foi muito confrontado
e decidiu que precisava de ajuda para sair desse cativeiro. O mais
interessante neste processo, é que as moças das igrejas que mais
40 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
PR LEANDRO, 30 ANOS
Leandro foi gerado fora de uma aliança de casamento, seus
pais não eram casados e aos 3 anos de idade seu pai os abando-
nou por outra mulher. Seu tio foi morar com eles para compensar
a perda da figura paterna. Quando ele fez cinco anos, sua mãe
conheceu aquele que seria seu padrasto. Mais uma vez ela não se
casou, os dois foram morar juntos sem a proteção de uma aliança
de casamento.
Leandro flagrou os dois fazendo sexo em duas ocasiões,
também viu seu padrasto agredindo sua mãe e a viu várias vezes
indo aos bordeis da cidade para trazê-lo para casa. A imoralida-
de sexual e conceitos errados estavam sendo comunicados para
Leandro através do que ele observava dentro de casa.
Ainda muito jovem, bem no início de sua adolescência foi
levado a uma igreja por sua tia e se encantou com o que viu. Logo
se envolveu com o trabalho dentro da igreja e havia decidido ser
pastor. Infelizmente, aos 14 anos, por influência de seu tio, conhe-
ceu a masturbação, que passou a ser frequente em sua vida. Pelo
menos uma vez por dia ele se masturbava escondido. Aos poucos
a masturbação foi ganhando espaço em sua vida e já não era sufi-
ciente. Foi quando a pornografia entrou em sua vida, ele fazia uso
dela como forma de estimular suas sessões de masturbação.
Quando começou a se relacionar com algumas moças, seu
comportamento era de avançar o sinal com elas. Ele conta que não
chegou a fazer sexo com nenhuma delas, mas os encontros eram
recheados de caricias e contatos maliciosos. Aos 18 anos, já na-
morando com sua atual esposa, ele teve sua primeira experiência
sexual fora de uma aliança de casamento, repetindo o que havia
acontecido com seu pai e sua mãe.
Poucos meses depois, ele começou a se relacionar sexual-
mente com outras mulheres. Todas com a consumação sexual,
as carícias para ele eram coisa do passado. Ele não contou a nin-
guém e pouco tempo depois, vivendo este cenário, foi consagrado
42 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
foi nomeado para sua primeira igreja. Procurou fazer tudo correto
nos primeiros meses, se esforçava para fazer um bom trabalho.
Ele se esforçou muito para não trair sua esposa, mas continuou
fazendo uso de pornografia constantemente. Para ele era um es-
cape, uma forma de não trair sua esposa com outras mulheres. Os
pensamentos e desejos carnais começaram a voltar e ficavam cada
vez mais fortes. Ele estava perdendo o controle novamente.
Não demorou para ele, sob o pretexto de evangelizar algu-
mas mulheres que havia conhecido, iniciar conversas por aplica-
tivos de mensagens. Porém as conversas se tornavam cada vez
mais provocantes. Sua esposa descobriu as conversas, uma após a
outra. Foram várias e ele sempre prometia parar. Até que ele con-
fessou ao seu pastor líder que o apoiou. O problema é que Lean-
dro não estava arrependido. Como era pego constantemente, se
desculpava, porém, sentia mais remorso do que arrependimento.
Após essa conversa ele foi advertido que não voltasse àque-
la vida, mas ele não teve nenhum acompanhamento. Nenhuma
orientação ou programa para seguir. Não demorou para nova-
mente iniciar uma conversa com outra mulher da cidade. Mas esta
mulher começou a ameaçá-lo e por fim mostrou para sua esposa o
que ele estava fazendo. Foi a gota d´água, ele abriu toda sua histó-
ria, contou tudo o que fez, mostrou seu descontrole e suas falhas.
Finalmente pediu ajuda. Foi disciplinado no ministério, está afas-
tado dos púlpitos e voltou para sua cidade natal. Ele perdeu quase
tudo, mas seu bispo e alguns amigos continuam acreditando em
sua recuperação. Sua esposa também novamente o perdoou e está
com ele nesta caminhada. Apesar de duramente ferida e também
precisando de ajuda e acompanhamento.
Ele começou a fazer cursos na área de libertação e sexua-
lidade, foi em um destes cursos, o SOS Sexualidade na base da
JOCUM de Almirante Tamandaré no Paraná que nos conhecemos.
Logo fizemos amizade e até hoje eu o acompanho em nosso pro-
grama de recuperação. Ele está sem recaídas e está muito bem, se
sente recuperado e aos poucos está voltando ao ministério. Ele
44 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
1
Laaser, Mark. Curando as Feridas do Vício Sexual. Editora Esperança. Página 23
2
Gênesis 2.6-8
Capítulo 2 – O Cativeiro • 49
3
Lucas 15.11-24
50 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
4
Juízes, capítulos 14 a 16
5
Laaser, Mark. Curando as Feridas do Vìcio Sexual. Editora Esperança. Página, página 36.
Capítulo 2 – O Cativeiro • 51
Entrar pode ser muito fácil, mas sair é extremamente difícil para
a grande maioria.
O vício em pornografia e masturbação pode trazer prejuízos
para ele nos seus relacionamentos. Se você conhece alguém que
está nesta fase comportamental, é melhor orientá-lo a procurar
ajuda (no lugar correto). Se não parar agora, o caminho de volta é
mais difícil.
Existem outros dois níveis do vício sexual. Além do primei-
ro explanado acima, os outros dois estão representados na figu-
ra abaixo:6
6
Smith, Darv. Addiction Teaching. EACV. Escola de Aconselhamento ao Comportamento Vi-
ciado.
Capítulo 2 – O Cativeiro • 53
7
Pr Nilberto Andrade Matos, missionário palestrante sobre Vícios
54 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
3. Ação compulsiva
Dá a luz o pecado
2. Ritual 4. Desespero
A concupiscência é O pecado consumado
concebida gera a morte
1. Preocupação
Cada um é tentado quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência
O GATILHO
O processo é disparado pelo que eu chamo de gatilho. Algu-
ma cena, situação, pessoa, lugar ou emoção vai disparar o proces-
so do ciclo do vício. Quando eu ficava ansioso, irritado, frustrado
ou quando via alguma pessoa e imagem que me excitava, ficava
engatilhado. Normalmente o gatilho é emocional e o dependente
tenta “medicar” aquele sentimento com o sexo. É fundamental sa-
ber lidar com as emoções; quando tentamos fugir delas ou não sa-
bemos processá-las, viveremos verdadeiras “tempestades” dentro
de nós e o escape usado por muitos acaba sendo o sexo.
A partir do momento em que o gatilho é disparado, o com-
portamento do dependente sexual fica totalmente voltado para o
ciclo que o livro de Tiago descreve com tanta sabedoria.
praticado já não está mais lá. Uma culpa terrível se instala e o peso
é absurdo sobre a consciência. Mais uma batalha perdida e uma
grande preocupação com o que fazer depois disso toma conta do
pensamento do compulsivo sexual.
Ninguém vai saber disso dizemos, não posso contar para
ninguém. Foi só dessa vez muitos falam. Um profundo desejo de
esconder toma conta do dependente. Uma vergonha atormenta
nossa mente e um desânimo muitas vezes abate. Como na maioria
dos casos trata-se de uma vida dupla, não temos coragem de abrir
esse fracasso.
Essa é a melhor hora para oferecer ajuda a alguém com este
problema. Ter alguém para ajudar no processo é um grande alívio.
O Coração do compulsivo nesta hora está vulnerável para que o
evangelho seja ministrado. O fardo sobre os ombros é terrível e
compreender a mensagem da Cruz vai ajudar muito.
Mas a realidade é que muitos não procuram ajuda, man-
tém seu pecado escondido e o peso é insuportável para carregar
sozinho. Para aliviar esta dor, muitos ficam engatilhados e vão
procurar a próxima dose, voltando à fase da preocupação e pre-
paração. O Ciclo tem novo início, tudo começa de novo e a pessoa
fica presa neste ciclo até que peça ajuda e se sujeite ao tratamento.
Tenho um amigo que aconselho que tem o habito de usar
aplicativos na internet para encontros casuais. Ele se sente pés-
simo quando tem uma recaída. Já conseguiu ficar 21 dias sem re-
caída, mas, infelizmente, ainda não se firmou a ponto de dar a
resposta certa para o problema. Ele tem sido resistente em seguir
a dieta de recuperação que combinamos juntos, mas tenho visto
uma boa progressão para ele. Para quem não conseguia se contro-
lar um único dia e chegou a fazê-lo por 3 semanas, com certeza
conseguirá se ver livre desta compulsão.
Vou continuar caminhando com ele e ajudando a sair dessa
prisão. O que me chama a atenção e me faz lembrar quando isso
ocorria comigo, é que ele fica fora de si quando está engatilhado.
Ele me liga pedindo ajuda e comenta que a excitação é enorme.
64 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
8
Laaser, Mark. Curando as Feridas do Vício Sexual. Pág 38. Editora Esperança.
9
Dra Alice Koch e Dra Dayane da Rosa. https://www.abcdasaude.com.br/psiquiatria/per-
versoes-sexuais-ou-parafilias e https://psicologosbrasil.wordpress.com/2012/11/30/per-
versao-sexual/
Capítulo 2 – O Cativeiro • 65
da carne. Romanos 6.21 diz: “Que fruto colheram então das coisas das
quais agora vocês se envergonham? O fim delas é a morte!”
Independentemente do tipo de dependência ou poli depen-
dência que a pessoa enfrentava, ele percebeu que o solo e as raízes
dos vícios eram muito similares. A dinâmica familiar era algo ex-
tremamente importante na construção dos vícios. Não quero aqui
tirar a responsabilidade das pessoas, mas um ambiente familiar
de hematomas é altamente tóxico e produz muitos abusos que, se
não tratados e colocados no devido lugar, acompanharão a pessoa
por muitos e muitos anos.
ram. Alguns diziam que era muito difícil vencer o MEDO do que
podia acontecer com ele depois de ter feito tanta coisa errada.
As perdas eram enormes para aqueles homens e mulheres
e seus olhos demonstravam profunda tristeza, vergonha, culpa e
todo tipo de prisão emocional que um ser humano podia viver.
Vi que em seus olhos faltava esperança e muitos acreditavam que
para a vida deles não tinha mais nada que pudesse ser feito.
Um dia tive a oportunidade de ministrar para o grupo sobre
a árvore dos vícios. Falei do solo e das raízes, comentei sobre os
abusos e disse que precisavam ser resolvidos. Aqueles homens e
mulheres começaram a confessar coisas que aconteceram em seu
passado que nunca haviam falado para ninguém. Abusos terrí-
veis e as emoções que estavam escondidas surgiram naquele lu-
gar. Eles puderam ter contato com a dor e associar aos abusos e
abusadores. Raiva, ódio, choro e muita angustia começou a saltar
de todos os cantos. Toda a dor de anos de silêncio veio à tona
quando a mordaça da vergonha foi retirada pela exposição da-
queles traumas.
Eu orei muito a Deus para fazer aquela ministração. Foi di-
fícil, mas ele me deu muita graça. É muito importante trabalhar o
caráter e o comportamento dos dependentes, mas as emoções de-
les precisam ser liberadas. É nessa hora que Deus e a Cruz de Cris-
to entram como parte fundamental para a cura do dependente.
Um dos acolhidos havia saído o final de semana e voltado naquele
dia. Sua saída foi terrível, pois ele havia encontrado na panifica-
dora de sua cidade a família do homem que ele havia assassinado.
Encontrar aquela mulher e suas crianças fez ele ter contato
com uma culpa que estava amortecida pelo tempo e que ele não
podia carregar sozinho. Ficou desesperado e envergonhado, sen-
tiu muita vontade de beber e usar drogas para esquecer aquele
episódio. Ele correu para a casa dele e se escondeu em seu quarto,
ficou lá todo o período de sua saída. Quando passou o final de
semana, ele voltou para a casa de recuperação e havia acabado
de chegar quando iniciei a ministração. Ele era o mais exaltado a
76 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
cada palavra minha. Ele falou que era impossível alguém ser per-
doado pelo o que ele fez. Foi quando disse que ele poderia colocar
aquela culpa na Cruz de Cristo, ele ficou mais furioso, disse que
nem Deus podia perdoá-lo.
Foi quando me ajoelhei diante dele e contei minha miséria.
Contei meus piores pecados durante o vício sexual e disse que
Jesus havia me perdoado. Eu também carregava uma culpa enor-
me, eu não suportava aquele peso, mas em Cristo encontrei alívio
para esse fardo. Mostrei para ele que eu também não entendia
como Deus podia me perdoar, mas eu encontrei graça nEle e toda
aquela culpa que eu carregava pôde ser retirada de mim e lançada
na cruz. Ele não falou mais nada e começou a chorar.
A casa de recuperação me falou que ele pediu ajuda depois
da ministração e que entendeu que precisava tratar aquela cul-
pa. Ele já havia recebido Jesus e congregava em uma igreja, mas
jamais tinham trabalhado esta culpa e era lá que Jesus queria che-
gar. Só Jesus para trazer alívio e cura para as emoções daquele
homem. Ninguém é curado de um trauma se a dor gerada por
ele não for associada ao evento. Muitos passam por abusos tão
terríveis que acabam esquecendo de abusos sofridos através da
dissociação entre o trauma e a dor gerada. Mas a dor emocional
gerada por eles está lá dentro.
Muitos outros me procuraram naquele dia, entenderam que
era importante perdoar, liberar perdão, se apegar a Cristo e se-
guir suas vidas. Os testemunhos foram maravilhosos e agradeço a
Deus, pois foi ele quem fez tudo naquela tarde. Eu apenas obede-
ci. Se alguma coisa realmente mudou na vida daqueles homens,
foi porque Deus estava lá agindo diretamente no coração de cada
um. Eles puderam se render e buscar ajuda. A cada confissão, a
cada testemunho vi os olhos daqueles homens brilhar novamente
de esperança. Para mim foi uma experiência extraordinária.
Capítulo 3 – O Comportamento Viciado • 77
10
Dr Darv Smith. Em aula ministrada na Escola de Aconselhamento ao Comportamento Vicia-
do, em Jocum Almirante Tamandaré/PR, Brasil, abril a junho de 2015.
78 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
11
Genograma uma representação gráfica das relações e da história médica e psicológica de
uma família, com foco em uma pessoa, diferindo de uma simples árvore genealógica, pois
permite a visualização de padrões hereditários e fatores psicológicos que pontuam as re-
lações. Também pode ser uma ferramenta para mapeamento espiritual de uma pessoa no
aconselhamento, permitindo verificar comportamentos que tem sido padrão em pelo menos
quatro gerações, seja de bênçãos ou iniquidades geracionais.
Capítulo 3 – O Comportamento Viciado • 79
de casa era tão ruim que não via a hora de sair de casa. Seu pai já
havia abandonado a família e seu relacionamento com os demais
era ruim. Ele tinha um dom para tocar música, rapidamente apren-
deu a tocar baixo e bateria e era muito bom. Ainda com 14 anos
ele foi convidado para tocar em uma banda. Lá ele era elogiado
e se sentia importante para seus “novos amigos”. Em casa era só
grito e discussão, já haviam perdido o coração deste filho dentro
de casa e ele encontrou um “lar” e uma nova “família” fora.
Em uma festa após um show, o vocalista da banda lhe apre-
sentou a maconha. Ele disse que foi a melhor sensação da vida
dele até aquele momento. Em seguida trouxeram uma fã para fi-
car com ele. Depois disso ele não queria outra vida. Disse que eles
é que eram sua família e pediu que a mãe lhe desse o documen-
to de emancipação pois ele iria viajar com sua nova família. Um
novo mundo de drogas e sexo se abriu para ele, que já não queria
mais saber de nada. Só daquela vida. Ele não queria saber da fa-
mília. Hoje ele está livre das drogas e visita igrejas dando o seu
testemunho. Sua história ilustra como o coração de um órfão pode
ser facilmente arrebanhado pelos “pais” das ruas.
12
http://www.todabiologia.com/botanica/seiva.htm
82 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
13
Asim Shahmalak, da Crown Clinic. Promotora do estudo feito junto a mil homens britânicos.
Capítulo 3 – O Comportamento Viciado • 83
3.6 OS FRUTOS
Gálatas 5.16-21 diz “Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de
modo nenhum satisfarão os desejos da carne. Pois a carne deseja o que é
contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão
em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que dese-
jam. Mas, se vocês são guiados pelo Espírito, não estão debaixo da lei.
Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e
libertinagem; idolatria e feitiçaria; ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo,
dissensões, facções e inveja; embriaguez, orgias e coisas semelhantes. Eu
os advirto, como antes já os adverti, que os que praticam essas coisas não
herdarão o Reino de Deus”.
Os vícios são apenas os frutos da árvore, são a forma que
muitos escolheram para “medicar” sua dor emocional, compor-
tamento que os impede de caminhar a maturidade e viver o me-
lhor desta terra em seus relacionamentos. Tal escolha os mantém
aprisionados e cada vez mais dependentes da “próxima dose”.
Seja ela de sexo, drogas, álcool, comida ou demais tipos de depen-
dência. Compreender esta dinâmica é fundamental no apoio às
pessoas que sofrem com qualquer tipo de dependência. O solo e
as raízes precisam ser trabalhadas e as carências devem ser cura-
das, para que o dependente tenha maior sucesso em seu processo
de recuperação e emancipação.
O capítulo 2 do livro já abordou toda a dinâmica sobre o
cativeiro do comportamento viciado.
14
Borges, Marcos de Souza, A Dinâmica da Personalidade. Página 108
84 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
15
Jean Paul Sartrê.
86 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
Como em Oséias 4.6 que diz: “Eis que o meu povo está sendo arruina-
do porque lhe falta conhecimento da Palavra”.
Mesmo assim é muito importante ressaltar duas dinâmicas
familiares muito comuns nos lares das pessoas. A seguir eu trago
uma tabela com a comparação do que Dr Darv chama de Família
de Bênçãos e de Família de Hematomas. A primeira é uma versão
do que seria a família em termos do evangelho e a outra é uma
baseada em suas experiências com os dependentes que ele tratou.
Normalmente estas características da família de hematomas estão
presentes nas histórias dos dependentes e compulsivos das mais
variadas espécies de vício.
16
EACV. Escola de Aconselhamento ao Comportamento Viciado. JOCUM
Capítulo 3 – O Comportamento Viciado • 87
17
Borges, Marcus de Souza. Pastoreamento Inteligente.
88 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
A Bíblia está nos ensinando com esta história, que não tendo
culpa dos abusos que sofremos, não precisamos carregar a dor
dos traumas sofridos. Isso só é possível se sairmos do lugar de
vitimização. A vítima deve sim processar a dor e o luto resultan-
tes destes eventos, deve lidar com cada sentimento produzido e
ressignificá-los no Senhor.
A vítima é aquela que não perdoa seus abusadores, que
aceita a identidade que eles impuseram a ela e não a que Deus
escolheu ao nos formar. A vítima guarda rancor, ódio, amargura,
ressentimento ou torna-se passiva. Deixa que sua vida seja gover-
nada pelos traumas e abusos que sofreu.
A pessoa que não se posiciona e não vence estas situações de
abuso, pode até mesmo se tornar manipuladora. Pois esta posição
normalmente comove as pessoas e as sensibiliza a dar a vítimas o
que elas precisam ou querem receber. Conheço hoje pessoas que
tiveram de fato uma infância muito complicada e difícil. Mas que,
claramente observo, usam seu passado difícil para manipular as
pessoas da família para receber presentes, fazer suas vontades e
conseguir o que deseja delas. Isso é manipulação e um dos peca-
dos mais graves que alguém pode cometer.
Precisamos vencer isso e superar os eventos adversos de
nossas vidas. Não podemos aceitar que nosso destino seja condu-
zido pelo passado mal resolvido. Devemos rejeitar a identidade
que nossos abusadores quiseram impor sobre nossas vidas. De-
vemos superar os eventos traumáticos e receber nossa verdadeira
identidade e destino que estão em Deus.
A maioria das vezes, o dependente está usando a substân-
cia ou comportamento para fugir destas situações, ele não quer
encarar suas frustações e medos. Isso é claramente mostrado em
Provérbios 31.6-7 que diz: “Dai o licor forte ao desfalecido, e o vinho
aos de ânimo amargo. Bebam, e esqueçam-se de sua necessidade, e de sua
miséria, não se lembrem mais”.
Capítulo 3 – O Comportamento Viciado • 89
por suas portas largas. Se existe uma área onde nada se aprende
sobre sexo saudável é na pornografia. Infelizmente, com a internet
e com a febre dos celulares, ela avança em uma velocidade absur-
da e seus efeitos colaterais também.
É assim que eu defino pornografia:
Ferramenta de manipulação de massa para destruição
pessoal e social, através de uma desconstrução da sexualidade
saudável, substituindo por conceitos que deformam o caráter e
distorcem completamente a forma como a pessoa vê e pensa so-
bre o sexo.
Vejo como uma ferramenta de manipulação, pois um gru-
po pequeno consegue, com pouco investimento, manipular uma
grande massa, através de conceitos que servem a seus interesses
pessoais. Comunicar uma visão deturpada e errada sobre sexo,
adoece os indivíduos e a sociedade, tornando-a uma grande fonte
de lucro para este pequeno grupo.
Desconstruir uma sexualidade saudável é seu ponto de par-
tida. A pornografia constrói um caráter deformado na área sexual
das pessoas como veremos neste capítulo. O usuário fica exposto
a comportamentos que, sem dúvida, vão influenciar sua forma de
se relacionar sexualmente, pois a pornografia condiciona o usuá-
rio a buscar prazer de forma solitária e desconectada do cônjuge.
Seu alvo é destruir relacionamentos, criando uma cultura
de superficialidade nas interações humanas. Remove os vínculos
saudáveis e a intimidade, tornando as pessoas menos importantes
do que o ato ou atividade sexual.
Vamos ver a seguir as principais consequências do impacto
da Pornografia.
18
Flávia Fairbanks, membro da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado
de São Paulo)
98 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
19
Mark Laaser. Curando as Feridas do Vício Sexual.
20
Mark Laaser. Curando as Feridas do Vício Sexual.
Capítulo 4 – Desmascarando a Pornografia • 99
21
2 Pedro 2.14, Nova Versão Internacional
100 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
com estranhos. Traz também a ideia de que duas pessoas que na-
moram precisam manter relações sexuais. A prática do sexo fora
do casamento aumenta o número de gravidez indesejada e, con-
sequentemente, a incidência de abortos, além de ocasionar muitas
doenças sexualmente transmissíveis, infidelidade conjugal, divór-
cios, perversões sexuais e até a morte de muitas pessoas.
Certa vez, eu estava a caminho de uma igreja onde iria mi-
nistrar pela manhã. Um casal de amigos nos levava para o local
do evento. No caminho, tivemos que parar em um posto de ga-
solina e percebemos uma grande movimentação naquele local.
Quando perguntamos ao frentista o que havia acontecido, ele nos
informou que um homem havia se enforcado naquela madrugada
depois de ter flagrado a esposa com outro homem em sua casa.
Não suportando a vergonha, tirou a própria vida. O pior é que o
frentista contava o fato com tom cômico e fazendo piada sobre o
assunto. É isso que o pecado gera: a morte.
22
http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/estudo-mostra-que-pornografia-pode-pre-
judicar-o-cerebro
102 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
23
Safernet. http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/04/vitimas-de-nude-selfie-e-sex-
ting-na-internet-dobram-no-brasil-diz-ong.html
Capítulo 4 – Desmascarando a Pornografia • 103
24
http://www.bbc.com/portuguese/internacional/2016/05/160426_mutilacao_genital_de-
poimento_fn
Capítulo 4 – Desmascarando a Pornografia • 109
25
http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/10/n-oficial-de-estupros-cai-mas-brasil-ainda-
-tem-1-caso-cada-11-minutos.html
110 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo — a
cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens — não
provém do pai, mas do mundo”.
Ao se deixar dominar pela cobiça, perde-se o controle to-
talmente e a comparação que faço é a seguinte: imagine alguém
que tem muita fome e pode comer toda a comida do mundo, po-
rém, tem um buraco no estômago que nunca se farta. Quanto mais
come, jamais se sente saciado. Nunca será o bastante. É isso que a
pornografia oferece. A cobiça (fome) aumenta, de modo que nun-
ca será saciada. Ela jamais vai satisfazer nossa necessidade de nu-
trição emocional.
Todo ser humano tem necessidades emocionais que preci-
sam ser nutridas através de relacionamentos saudáveis. Tentar
compensar esta necessidade com a pornografia vai levar à escra-
vidão. Romanos 6.16 diz: “Não sabem que, quando vocês se ofere-
cem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos
daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou da
obediência que leva à justiça? “
Existe esperança. Em Marcos 8.25 está registrado um mila-
gre de Jesus ao curar um cego: “Mais uma vez, Jesus colocou as
mãos sobre os olhos do homem. Então seus olhos foram abertos,
e sua vista lhe foi restaurada, e ele via tudo claramente”. Acredito
que Jesus também pode curar de uma cegueira espiritual que a
pornografia pode causar, de modo a purificar nosso corpo, nossa
alma e renovar nosso espírito. Ele pode trazer paz aos nossos co-
rações e nos livrar da cegueira espiritual gerada pela pornografia,
santificando os nossos olhos e trazendo sua maravilhosa luz para
nossas vidas. Mas para isso, nossos olhos devem estar fitos nele,
que é o autor e consumador de nossa fé como está escrito em He-
breus 12.2: “Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por
tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos
atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança
a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e
consumador da nossa fé”.
Capítulo 5 – Brasil, uma
Nação de Escravos
Sabemos que o sexo é obra perfeita e pura da criação de Deus. É nEle
que encontramos a verdadeira essência do que é o sexo e qual seu
propósito dentro do relacionamento humano. Durante as pesqui-
sas que realizei para escrever este livro, tive contato com conceitos
equivocados e destrutivos sobre sexo que há anos vêm minando
nossa nação e nos últimos tempos vem ganhando mais espaço
frente a sociedade.
Um dos conceitos mais pervertidos é o da liberdade. Acre-
ditar que ser livre é fazer o que quiser e o que tiver vontade é um
grande engano. Um homem que vive segundo seus impulsos e
descontroles emocionais é prisioneiro destes. Sua vida está fora de
controle e sem governo.
Tal conceito, além de equivocado, fere o direito e a liberda-
de de outros, pois está empoderando o indivíduo a fazer o que
quiser na hora que desejar, sem limites. Focar no prazer indivi-
dual, vai afetar diretamente o coletivo. Essa mentira precisa ser
removida e combatida. O tipo de homem e mulher que internaliza
estas falsas crenças, torna-se destruidor de casamentos, famílias e
relacionamentos.
Uma pessoa verdadeiramente livre é àquela que sujeita sua
vontade a Deus. Um homem que experimenta a liberdade descrita
na Bíblia, vive voluntariamente dentro dos limites que Deus nos
114 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
26
Gênesis 1.26-27
27
Pr Marcos de Souza Borges, As 4 Leis do Casamento.
Capítulo 5 – Brasil, uma Nação de Escravos • 115
28
Mary Lucy Murray Del Priore (Rio de Janeiro, 1952) é uma historiadora e professora brasi-
leira. Especialista em História do Brasil, Mary Del Priore concluiu o doutorado em História
Social na Universidade de São Paulo e pós-doutorado na Ecole des Hautes Etudes en Scien-
ces Sociales, na França.
116 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
”O casado de enfadado
por não ter a quem lhe aplique
anda já tão desleixado
que inda depois de deitado
não faz senão o trique-trique”
“O amor é finalmente
um embaraço de pernas
uma união de barrigas
um breve tremor de artérias
uma confusão de bocas
uma batalha de veias
um rebuliço de ancas
quem diz outra coisa é besta”
120 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
29
Mari Del Priori, Histórias Intimas do Brasil, Editora Planeta. Pág 57.
Capítulo 5 – Brasil, uma Nação de Escravos • 121
30
Sergio Carrara, Antropólogo Professor do Instituto de Medicina Social da UERJ.
124 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
31
Mari Del Priori, Histórias Íntimas do Brasil, Editora Planeta, Pág 106
Capítulo 5 – Brasil, uma Nação de Escravos • 125
32
http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/revistas-femininas-nos-anos-50-e-60-a-
-mulher-no-mundo-machista.html
Capítulo 5 – Brasil, uma Nação de Escravos • 127
33
Mari Del Priori, Histórias Íntimas do Brasil, Editora Planeta, Pág 175
128 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
está focada nisso e meu objetivo é garantir que ela tenha prazer. O
Sexo não é um ato egoísta e centrado no prazer individual.
Não havia mais ninguém segundo Gênesis 2.25 com o ho-
mem e a mulher além de Deus. Isso me leva a crer que a intimi-
dade sexual de um casal não deve ser definida por ninguém de
fora e sim entre os dois, dentro dos princípios e verdades de Deus
revelados nas Escrituras.
Quero convidar você a ser um especialista no corpo apenas
de seu cônjuge e se permitir ser conhecido por ele. Já li e ouvi em
muitos lugares que as pessoas desistem de seus casamentos por-
que o sexo com seu cônjuge esfriou. O que ocorreu na verdade é
que o relacionamento esfriou, devido à falta da verdadeira intimi-
dade, numa dinâmica de transparência em que existe integridade
e confiança, sem que haja nada do que se envergonharem. Muitas
vezes, os dois permanecem dois desconhecidos, não desnudaram
ainda suas almas. O que deve sustentar um relacionamento con-
jugal é o amor verdadeiro, a fidelidade, a hombridade, o bom ca-
ráter, a honestidade, o respeito, a honra etc.
34
Pr Marcos de Souza Borges – As 4 Leis do Matrimônio
Capitulo 6 – O Sexo Sem Cativeiro • 143
O sexo não deve ser feito ou visto por estranhos. Não é para
ser praticado sem um compromisso alinhado, onde não existe res-
ponsabilidade. A sociedade está cheia de pessoas que não tem re-
conhecida a paternidade de seus pais, que sequer sabem quem ele
é, porque tem muito irresponsável fazendo sexo sem os princípios
corretos. Sexo sem cativeiro é fruto de pura intimidade, cumplici-
dade e responsabilidade.
Hoje sou um homem livre que finalmente compreende estas
verdades e as pratica. Não preciso mais de sexo todo dia e toda
hora. Minha mente hoje é cheia de bons pensamentos e voltei a ter
o controle sobre ela. Amadureci e vivo um relacionamento abun-
dante. Isso é resultado de um trabalho juntamente com o Espírito
Santo, pois não sou mais governado pelas minhas emoções, mas
pelo Espírito Santo. Glória a Deus por isso.
35
Nancy Corbett e Edwin Louis Cole, Mulher Única, Editora UDF
Capitulo 6 – O Sexo Sem Cativeiro • 145
36
Chapman, Gary. FAZER AMOR. Pág 07
148 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
O PRÉ SEXO
Antes do ato sexual, é muito importante tomar alguns cui-
dados. Eu procurava sexo todas as vezes que estava ENGATI-
LHADO, ou seja, procurava pelos motivos errados. Ainda hoje
acontecem situações que me deixam desta forma. Minha esposa
já me conhece tão bem que quando a procuro da maneira erra-
da e fora do combinado, ela já sabe que estou ali pelos motivos
errados. Então ela faz algumas perguntas e me ajuda a processar
aquele gatilho.
Usar o sexo como compensação emocional é vício. Neste es-
tado, eu a procuraria apenas pelo sexo e certamente estaria focado
em meu prazer e em dar vazão àquele impulso. Então, parar para
compreender o que causou o gatilho me ajuda a reduzir a ansie-
dade e a resolver o fato que gerou aquela excitação.
A motivação para o sexo deve ser estar na companhia do
cônjuge e ter uma experiência de intimidade com ele. O casal deve
ter um lugar reservado, de modo que seja um lugar somente deles.
Não é bom, por exemplo, que os filhos, ainda que bem pequenos,
durmam no mesmo ambiente de intimidade do casal. Além disso,
a cama do casal deve ser considerada como um altar de intimida-
de dos dois e tratada como um lugar sagrado, somente do casal.
37
Chapman, Gary. FAZER AMOR. Página 08
Capitulo 6 – O Sexo Sem Cativeiro • 149
O ATO SEXUAL
Com base no que você conhece do seu cônjuge, inicie o ato
sexual da forma como você sabe que ele vai gostar. Dedique um
tempo especial à caricias e aos toques, não tenham pressa e aos
homens recomendo se dedicar a deixar suas esposas preparadas
para a penetração, que deve ser uma das últimas atividades a ser
realizada no ato sexual.
Explorem o corpo um do outro, conheça a intimidade do
seu cônjuge, use as palavras certas, seja equilibrado e invista no
prazer do outro; quem pratica isso, certamente receberá de volta e
muitas vezes de forma dobrada.
150 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
O PÓS SEXO
É muito comum nesta fase alguns deixarem a desejar. De-
pois do ato sexual, é muito importante ficar um pouco mais na
cama antes do banho. A esposa normalmente aguarda palavras de
afirmação, por exemplo, de como ela estava maravilhosa naquele
momento e que a experiência foi fantástica. Dedique um tempo a
afirmar seu amor por ela. Ela precisa se sentir segura de que foi
procurada para o sexo porque é amada e importante.
Se o marido após o orgasmo simplesmente vira e dorme,
ou se levanta e sai para tomar banho e volta para a cama sem fa-
lar nada, gera uma sensação péssima na mulher, ela se sente um
objeto sexual, que não é importante para o marido, que ele só se
interessa por ela na hora do sexo. É necessário um cuidado todo
especial com a esposa ao final da relação sexual, por isso, fique
atento e aplique os princípios corretos, afinal de contas, você deve
conhecê-la e saber o que é importante para ela.
Vale a pena dedicar tempo fazendo-a sentir-se segura de
que é a pessoa mais importante da sua vida. Seguir este princípio
ajuda muito a deixar a esposa sempre pronta para a intimidade
sexual e feliz com o marido.
Capítulo 7 – Prevenção e
Recuperação
Quero abordar neste capitulo alguns princípios importantes para
que conselheiros e aconselhados consigam seguir e adquirir bons
resultados em seu processo de recuperação. Meu desejo é deixar
esta ferramenta importante nas mãos da igreja brasileira para que
ela tenha cada vez mais capacitação e preparo para ajudar homens
e mulheres como eu. São milhares nos bancos das igrejas e muitos
nos púlpitos sofrendo calados da dependência sexual.
Fiz um compêndio do que entendi de melhor em vários pro-
gramas de recuperação que pude observar e estudar nos últimos
anos. Aquilo que apliquei em minha vida e vem dando certo, isto
gostaria de compartilhar com você. Tenho aplicado estes princí-
pios nos grupos de recuperação que lidero ou dos quais sou men-
tor. As pessoas que tem conseguido seguir os passos tem ficado
longe de recaídas e a cada dia estão mais fortes no controle de suas
vontades novamente. O que posso dizer a vocês é que é possível
sair do descontrole que o vício sexual causa.
Nenhum programa, porém, substitui Deus neste processo.
Ele é e sempre será aquele que faz toda a diferença na vida de
qualquer pessoa. Para mim, não existe recuperação sem Deus.
Este programa trabalha em duas frentes importantes na recupera-
ção do dependente. Mudança de Comportamento e Intimidade
com Deus.
152 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
aos seus discípulos quem ele era. João não retinha as pessoas com
ele, as encaminhava para Jesus. Esse é o nosso papel como conse-
lheiro; precisamos de mais pessoas como João Batista.
SÉTIMO PRINCÍPIO – TER PESSOAS PARA QUEM LIGAR NAS CRISES PARA
PEDIR AJUDA E EVITAR RECAÍDAS
É fundamental, principalmente no início do processo de re-
cuperação, ter pelo menos 3 pessoas que você pode contar nas ho-
ras de crise e de gatilho. No início do processo o dependente tem a
consciência de que precisa abandonar o comportamento viciado.
Porém ele ainda não aprendeu a fazer isso e precisa de apoio e
ajuda. Um verdadeiro caos se forma em sua rotina no dia a dia.
Ele muitas vezes ainda está sob o controle de sua excitação e seu
corpo chega a doer para fazer sexo ou se masturbar novamente.
As primeiras semanas são terríveis e dá muita vontade de
desistir. Se não tivermos ajuda nestas horas, as recaídas se tornam
muito frequentes. É uma verdadeira luta entre o corpo e o Espíri-
to. Mas se formos humildes para pedir ajuda nas horas de crise,
vamos conseguir superar. Passado o primeiro mês, as coisas ficam
mais tranquilas. Mas mesmo que o dependente esteja há muitos
anos sem recaída, é fundamental seguir este processo. Ter pessoas
caminhando conosco vai fazer toda a diferença.
DIETA DE RECUPERAÇÃO
Resumindo tudo, podemos chamar este processo de Dieta
de Recuperação. Este termo ouvi pela primeira vez na EACV –
Escola de Aconselhamento ao Comportamento Viciado. O Conse-
lheiro deve ajudar o dependente a seguir cada princípio e organi-
zá-los em um documento para que seja seguido à risca.
Como falei, não tem nenhuma novidade e a maioria dos
princípios tirei de vários lugares que experimentei e estudei. Só os
coloquei em uma ordem que me ajudou bastante e tirei o melhor
de cada programa para ajudar aqueles que não tem nenhuma ex-
periência com o aconselhamento a compulsivos sexuais.
Você pode seguir este programa ou melhorá-lo. Eu realmen-
te gostaria de ver esta área aperfeiçoada em nossa nação pois mui-
tos nem sabem por onde começar. Eu sinceramente espero que
muitos homens e mulheres que procuravam até hoje ajuda nesta
área, encontrem uma esperança de tratamento, como eu encontrei
e muitos que caminham comigo encontraram.
Reúna amigos, sua célula e sua igreja. Monte grupos e ini-
ciem o processo de recuperação. Treinem, capacitem pessoas e
multipliquem conselheiros capazes de ajudar quem sofre com este
problema. Estou aberto a sugestões e mudanças. Só não aceito de-
Capítulo 7 – Prevenção e Recuperação • 165
Adolescência:
Capítulo 7 – Prevenção e Recuperação • 175
Fase Adulta
176 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
Outras observações:
Capítulo 7 – Prevenção e Recuperação • 179
Telefone do Discipulador:__________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
Nome: __________________________________________________
Telefone: ________________________________________________
184 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
Nome: __________________________________________________
Motivo: _________________________________________________
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Capítulo 7 – Prevenção e Recuperação • 185
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Motivo: _________________________________________________
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186 • Sexo sem cativeiro | Paulo Adriano Muniz Gouvêa
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Reparação Necessária: ____________________________________
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Semeando no Reino
“Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também
lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça.
Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos
em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em
ação de graças a Deus”. — II Coríntios 9.10-11
Opções de contribuição:
( ) Oferta Única
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Depósito Bancário:
PAULO ADRIANO MUNIZ GOUVEA
CPF 605.409.312-68
Banco Itaú – Agência 9313 – Conta 08405-6
Banco do Brasil – Agência 2925-4 – Conta 33485-5
DEUS É BOM?
Autor: Tales Cabele Freire Gouvêa
Colaboração: Railca Freire Gouvêa
Páginas: 24
www.sexosemcativeiro.com.br
Sugestão de Leitura
www.sexosemcativeiro.com.br
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“Esse é um manual que vem de um conhecimento profundo sobre os efei-
tos devastadores de uma vida sexual sem limites e nos aponta um caminho
muito melhor e mais sublime. Casados e solteiros, bem como lideres cristãos
acharão neste livro verdades transformadoras e dicas especificas sobre sexo
saudável e como se proteger das armadilhas que estão disponíveis por to-
dos os lados numa cultura amante de si mesma e que precisa urgentemente
de ajuda e reconstrução. A desconstrução já está correndo o seu curso, mas
livros como este são dados por Deus para desfazer esse efeito e reconstruir
nossas famílias e as vidas de nossos queridos que são vítimas de uma cultu-
ra centralizada em si mesma”.
Sal Cutrim – Lider da Jocum Monte das Águias
ISBN 978-85-923173-0-0
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