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Prof.

: Alan Wagner Vasconcelos


 Nosso entendimento de ídolos tem se
limitado à imagem de esculturas que,
supostamente, retratam deuses.

 Todavia, Ezequiel 14.1-8 nos adverte


seriamente para a raiz destes ídolos
que se manifestam em escultura: são
representações de ídolos que operam
no coração dos homens.
 Vs.3: ´´ Levantaram os ídolos dentro
do seu coração...``
 Vs.5: ´´... Se apartaram de mim para
seguirem seus ídolos.``
 Vs.6: ´´...Convertei-vos e apartai-vos
dos vossos ídolos...``
 Vs.8 e 9: ´´Voltarei o rosto contra tal
homem, e farei sinal e provérbio, e
elimina-lo-ei do meio do meu povo.``
 O texto de Ezequiel nos mostra que os
ídolos nascem nos nossos corações e
que logo em seguida se manifestam
em escultura.
 Porém, a imagem de escultura não é a
única forma de manifestação idólatra.
 Uma vez gerada no coração, essa
idolatria pode se manifestar de
diversas formas, não apenas em
escultura.
 Desde que a igreja perdeu o
entendimento deste assunto,
passamos a ter dificuldade com a
questão:

 Um entendimento errado do que


seja o nosso coração e do que seja
idolatria conduz os homens a comportamentos
pecaminosos auto justiçados que passam a ser
considerados como “aceitáveis” socialmente.
 Um entendimento da sociedade a respeito do
coraçao:
 ´´ O ser humano tem um bom coração!``
 Se ele tem um bom coração, logo, ele não é
capaz de cometer maldades!
 Se ele tem o coração bom, e por isso não
comete maldades, porque vivemos em um
mundo tão violento?
 Talvez você responda que é porque esses
homens que praticam a maldade, não
conhecem a Deus
 Então vamos pensar em você que
conhece a Deus, é salvo em Jesus
Cristo.
 Você nunca mais praticou a maldade
mesmo depois de salvo?
 você nunca mais sentiu vontade de
matar seu cônjuge?
 De fato o ser humano tem um coração
bom ou ele pratica atos de bondade?
 Um entendimento bíblico do coração
homem:
 Gênesis 6.5
 Viu o SENHOR
 1- Que a maldade do homem se havia
multiplicado na terra,
 2- Que era continuamente mau
 Todo desígnio do seu coração.
 O ser humano tem a natureza má e
pratica atos de bondade?
 Na década de 80, o Dr. David
Powlison trouxe o problema à luz
num artigo que foi publicado como
livro:
 Neste livro, Powlison discutiu as motivações
por trás dos comportamentos humanos e a cosmovisão das
pessoas.

 Como podemos entender a miríade


de fatores significantes que moldam e determinam o
comportamento humano?

 Somos interiormente dirigidos ou


socialmente moldados?
 A partir do momento que a Igreja
entregou o problema dos
comportamentos aos “experts” da
Psicologia, nos afastamos
totalmente da raiz do problema
segundo a Bíblia.

 Fonte da Verdade segundo a


Psicologia: O homem e a razão que
dele deriva.
 Resultado da investigação da
Psicologia sobre o comportamento
humano:

Homens pecadores → examinando homens


pecadores em seus comportamentos → formulando
explicações a partir de comportamentos pecaminosos
→ justificando e normatizando comportamentos
socialmente aceitos.
 A Teoria da Evolução, que
estabelece que os comportamentos
humanos são aprendidos segundo as
conveniências sociais de cada grupo, em
cada época e em cada ambiente
diferente de educação.
 Cosmovisão Evolucionista

Evolução

A vida é resultado do acaso

Não há propósito em nada que existe

Não há moralidade social

Cada pessoa busca significado
existencial
 Na busca de significado existencial,
os homens aprendem
comportamentos de sobrevivência e
que suprem suas necessidades de
valor e segurança.

 Assim, somos socialmente


motivados.

 Este modelo de interpretação do


comportamento humano é
totalmente contrário às Escrituras
Sagradas.
 A proposta bíblica nos diz que
somos interiormente dirigidos.

“Porque do coração procedem maus


desígnios, homicídios, adultérios,
prostituição, furtos, falsos
testemunhos, blasfêmias. São estas
as coisas que contaminam o
homem; mas o comer sem lavar as
mãos não o contamina”
(Mt 15.19-20)
 O que motiva os nossos corações, é aquilo
que tem primazia de confiança em nós. A
isto chamamos de ídolos.

 Nesta perspectiva, somos


condicionados interiormente.

 A grande dificuldade com esta


afirmação é que ela afronta um dos
maiores ídolos dos nossos
corações, a pseudo liberdade.
 Biblicamente, não fomos criados
para e nem sermos livres. Segundo
Powlison:

“No conceito bíblico, a questão da


motivação é a questão do senhorio.
Quem ou o que “regula” meu
comportamento, o Senhor ou um
substituto?”
“O que preciso ter para
que minha vida tenha
significado ou para que
eu seja feliz?”
Fomos criados por Deus e
para Deus. O propósito da
nossa existência é
glorificarmos a Ele
somente, e nele termos
todo o nosso prazer.
 Se eu responder à pergunta de
identificação com qualquer coisa
além do próprio Deus, então é
isso o que tem servido para mim
como um deus que controla meu
comportamento.
“A natureza
humana é uma
eterna fábrica de
ídolos”
(João Calvino)
 O termo “Ídolo” aparece mais de
240 vezes nas Escrituras, sendo
pouco mais de 200 ocorrências no
Antigo Testamento.

 O termo hebraico para se referir à


“imagem de Deus”(tselem/demut)
no homem também é aplicado aos
ídolos.
 No Novo Testamento, a palavra
mais usada é εἰδώλον, significando
“imagem”, “réplica”.

 “O uso do termo “ídolo” nas


Escrituras tem a conotação de uma
reprodução da imagem de algo
existente com o intuito de adorá-la.
No entanto, são vazias, pois a
divindade que visam representar
não existe”. (Ivis Fernandes).
 Os ídolos são imitações vãs e
distorcidas de um Deus que não
pode ser imitado. E porque tentam
representar Deus, são considerados
“abominações” (#Qv) e “coisa
horrível e repugnante” (TclPm)
aos olhos de Deus.

 Esses ídolos representam a imagem


do próprio coração humano
pecador, que possui em si mesmo, o
desejo de ser como Deus (Gn 3.5).
 “Diante disso, podemos concluir
que o uso do termo "ídolo" nas
Escrituras aponta para o fato de
que se trata de uma imitação criada
pelo homem com o objetivo de
reproduzir a Deus, mas que é, na
verdade, cópia de seu próprio
coração caído, e que, por
conseguinte, acaba ocupando o
lugar de Deus na vida do ser
humano. Neste sentido, a Bíblia
repetidamente os qualifica como
abominações” (Ivis Fernandes).
A idolatria representa nada mais do
que uma relação de troca. O homem
possui os seus desejos pessoais, que
podem ser dos mais variados tipos e
graus de intensidade. A satisfação
destes desejos quase sempre depende
de um elemento externo. Ao perceber
que algo pode satisfazer seu desejo,
se este não for controlado, a
consequência será a idolatria, ou seja,
o indivíduo fará de tudo para buscar
neste elemento externo a satisfação
dos seus desejos, criando, assim, uma
relação idólatra. (Ivis Fernandes)
 O termo “coração” aparece cerca
de oitocentas vezes nas Escrituras.
Destas, por volta de seiscentas e
cinquenta estão no Antigo e cerca
de cento e cinquenta estão no Novo
Testamento (Ivis).
 No Antigo Testamento, apenas o
vocábulo bl (e sua variante bbl) é
usado para designar a ideia de
coração. O seu sentido abrange a
ideia de alma (2 Rs 5.26), mente,
conhecimento (1 Rs 3.12; 4.29),
razão (Jó 12.24), reflexão (Ne 5.7),
memória, resolução (2 Cr 24.4),
determinação da vontade (Ex 25.2;
35.21), lugar das emoções (Ex 4.14;
1 Sm 2.1).
 Em Gênesis 8.21, é usado para se
referir ao propósito “íntimo” do
homem, que é mal. Também é
utilizado para se referir à sede dos
pensamentos (Gn 24.45).

 No Novo Testamento são utilizados


3 termos para se referir ao
“coração”: καρδία, ψυχή e
σπλάγχνον.
 Καρδία traz em si o sentido de
órgão do corpo, centro da vida
física e espiritual, fonte ou lugar
dos pensamentos (Mt 9.4), crenças
(Mt 24.48; Mc 11.23; Lc 2.35),
desejos (Mt 5.28; 6.21), emoções
(Jo 16.22; At 2.26), propósitos (Mt
9.4; At 5.4); centro da vontade e
caráter (Mt 15.19; Lc 6.45).
 ψυχή compreende a ideia de
respiração, fôlego da vida (Mt 2.20),
força vital que anima o corpo (Mt
10.28; Mc 10.45), alma (lugar dos
sentimentos e afeições – Mt 26.38;
Hb 10.38).
 σπλάγχνον, refere-se, literalmente à
“entranhas”, “intestinos”; Também
compreende a ideia de “sede das
paixões”, já que se entendia que as
vontades mais intensas do homem
provinham de suas entranhas.
 Observamos que nas Escrituras
Sagradas o termo “coração” se
refere aspecto interior e imaterial
do homem, o qual deve ser
plenamente dedicado a Deus.
 Mateus 22.37 destaca que este ser
interior deve ser totalmente
devotado a Deus: “Amarás o Senhor,
teu Deus, de todo o teu coração
(καρδία), de toda a tua alma (ψυχή)
e de todo o teu entendimento
(διανοɩα - mente, entendimento,
pensamentos)”.
 Será que amo a Deus com tudo o
que sou, ou haverá outros amores
em meu coração que exigem minha
atenção?
 Será que adoro outros deuses, ou
Ele é sempre, e em todas as
situações, o Senhor supremo que
recebe minha paixão e devoção
exclusivas?
 Podemos entender o coração como
a sede dos pensamentos e razão
(cognitivo), das emoções e desejos
(afetivo) e da vontade e ação
(volitivo). Isso nos mostra que é no
seu interior que as escolhas e
decisões são feitas. Por
conseguinte, é nele que se trava a
batalha entre o pecado e a
santidade, entre a dedicação a
Deus e o amor pelas coisas deste
mundo. É no coração que adoramos
a Deus ou a ídolos.
 O coração humano responde
cognitivamente, através de processos
racionais baseados em conhecimento
e crenças. Também responde
afetivamente, através de um quadro
de desejos e emoções. Também
responde volitivamente, através de
uma série de escolhas que refletem os
compromissos intencionais do
coração.
 Cognição: capacidade de pensar,
adquirir conhecimento, processar
informação, acreditar em certas
proposições como verdadeiras e
interpretar novas informações com
base nessas crenças.
 As pessoas são em grande parte, o
que elas sabem e entendem.
 Afeição: Desejos e emoções fortes que
motivam as pessoas.
 Elas valorizam certas coisas e agem
de acordo com o que valorizam.
 Esses desejos e valores funcionam em
um espectro complexo de emoções,
da tristeza à felicidade, da raiva à
decepção, do alívio ao pânico.
 As pessoas são em grande parte, o
que desejam, valorizam e sentem.
 AT e NT atribuem sentimentos e emoções ao
coração.
 O desejo e a paixão residem no coração e o
coração gera emoções.
 O coração é o lugar onde os desejos operam(MT
5.28).
 O coração é o local em que os desejos e os
valores são dedicados(MT 6.21)
 O coração sente: emoção, aflição e medo,
tristeza e alegria, satisfação.
 Os desejos dos corações também são de
importância monumental para a trajetória de
suas vidas.
 Volição: intensões e escolhas
 As intenções do coração impulsionam as
ações de uma pessoa.
 As pessoas, são o que escolhem.
 AT e NT atribuem o coração como as
intenções do coração.
 As pessoas tem vontades ativas que
direcionam sua conduta.
 As intensões do coração são de suma
importância para a trajetória de suas
vidas
 As pessoas foram feitas para adorar a Deus
de todo o coração.
 Quando as pessoas usam esses aspectos do
coração de uma maneira que reflete o
caráter de Deus, elas o estão adorando.
 Cognitivamente, quando acreditam no
testemunho da Palavra de Deus, elas o
adoram. Afetivamente, quando valorizam o
que Deus valoriza, elas o adoram.
Volitivamente, quando as pessoas submetem
suas escolhas à vontade de Deus, elas o
adoram.
 Podemos entender “ídolos do
coração” como sendo tudo aquilo
que o homem adora por acreditar
encontrar nisso a satisfação para
os seus desejos mais profundos.
 É tudo aquilo que o ser humano ama
mais do que a Deus, e que ocupa o
lugar deste em sua vida, mesmo
que apenas momentaneamente.
 Os desejos idólatras compreendem
os anseios mais intensos do ser
humano quando voltados para
qualquer outro objeto que não seja
o próprio Deus.
 O ídolo, por sua vez, é tudo aquilo a
que um indivíduo se apega por
entender que é nisso que
encontrará a satisfação dos seus
desejos.
 O desejo é o objetivo e o ídolo é o
meio para alcançá-lo.

 Um exemplo disso é o caso de


alguém que anseia por ser
apreciado e reconhecido pelas
pessoas (desejo idólatra), e que
encontra a sua satisfação no
desenvolvimento de uma forma
física que todos apreciem. Neste
caso, a atividade física, apesar de
não ser errada em si mesma, pode
se tornar um ídolo.
 A fim de atrair nossos corações
para si e afastá-lo do verdadeiro
Deus, os ídolos imitam o caráter de
Deus:
 Prometem satisfazê-lo em seus
desejos.
 Prometem salvá-lo em suas
aflições.
 Exigem aliança pactual.
 Bençãos Veneradas
“Uma parte integrante de uma falsa
adoração é aprender como
conseguir que nossos falsos deuses
nos deem o que queremos. Em sua
essência, trata-se de fazer acordos,
na expectativa de que eles nos
abençoem se agirmos de certa
forma” (Fitzpatrick)
“Se você está disposto a pecar para
obter o que deseja, ou se você peca
quando não consegue o que quer,
então seu desejo tomou o lugar de
Deus e você está agindo como
um(a) idólatra” (Fitzpatrick).
 Maldições Garantidas

“Faz parte da natureza pactual da


adoração acreditar que seu deus
pode abençoá-lo ou amaldiçoá-lo...
É assim que funcionam os ídolos em
nossos corações. Nós nos
vendemos a eles e cremos que
perdê-los é uma desgraça
intolerável – uma maldição”
(Fitzpatrick).
 Uma pessoa cheia de ídolos, cujo
coração está frustrado por não ter
conseguido o que queria, pode
voltar-se para o verdadeiro Deus a
fim de idolatrá-lo, porém, sem o
desejo correto de adorá-lo.
 “...não são poucos os cristãos que
praticam a “idolatria” ao “adorar” a
Deus. Eles reproduzem nos seus
relacionamentos com Deus o mesmo
mecanismo de autossatisfação
egoísta da idolatria. Isso acontece
quando se voltam para Ele buscando a
satisfação dos seus interesses
pessoais. Quando isso acontece, o
indivíduo não está realmente
adorando a Deus, mas a si mesmo, e
Deus se torna apenas um meio para
satisfazer estes desejos” (Ivis)
1. NOSSA CONDIÇÃO NA CRIAÇÃO –
Gênesis 1.26

 Imagem de Deus:
criados para
glorificar a Deus e gozá-lo para
sempre.

 Imagem de Deus: vices-regentes da


criação.
2. INTRODUÇÃO DOS ÍDOLOS NOS
NOSSOS CORAÇÕES - Gênesis 3

2.1 AGENTES EXTERNOS DE


PROVOCAÇÃO E SUSTENTAÇÃO
DOS ÍDOLOS

 Os ídolos não eram próprios do


coração do homem, mas foram
propostos por um agente externo,
introdutor, Satanás.
 Uma vez introduzidos em nossos
corações, os ídolos passaram a se
alimentar da adoração estimulada
por Satanás, a carne e o mundo.

 Estudo de 1 João 5.21: “Filhinhos,


guardai-vos dos ídolos”.

 1 João 2.15-17; 3.7-10; 4.1-6; 5.19.

 Agentes externos sociais,


psicológicos e demonológicos.
2.2 INSTRUMENTOS PARA
PROVOCAÇÃO E SUSTENTAÇÃO
DOS ÍDOLOS

a) Ataque à Palavra de Deus

 Deturpação da Palavra de Deus

 Negação da Palavra de Deus


b) Anúncio de falsas necessidades

c) Anúncio de falsas promessas de


satisfação

3. RAIZ DOS ÍDOLOS: EGOCENTRISMO

 Por trás de qualquer ídolo do coração


existe um profundo egocentrismo.

 A Bíblia usa uma expressão forte para


descrever o egocentrismo: Viver na
Carne.
 “Viver na Carne” é ser governado
por uma vontade que não se confia
ao propósito de Deus... O eu se
constitui à parte de um e de outro,
em isolamento; o ser se curva sobre
si próprio, encerra-se em seu
próprio mundo, busca uma
satisfação própria e isolada, uma
felicidade, uma segurança, uma
plenitude que não dependam, de
forma alguma, de Deus nem do
próximo” (Bonino).
 “Se entendermos que o ídolo é
aquilo que satisfaz os desejos
humanos pecaminosos, significa
que o homem, na verdade, adora a
si mesmo, pois se prostra diante de
tudo aquilo que o possa satisfazer.
O idólatra não busca agradar o seu
deus de um modo altruísta, mas
está sempre buscando barganhar,
objetivando algum tipo de retorno
ou retribuição pelos favores
prestados.” (Ivis)
 “O meu propósito não é exaltar o
ídolo acima de mim, mas usar o
ídolo para me dar o que eu quero.
Quando estou com medo, olho para
o ídolo do dinheiro para me dar
segurança. Não quero que o
dinheiro me governe; quero, sim,
usá-lo para obter o que eu quero.
Quando quero prazer, curvo-me
diante de ídolos como sexo, comida
ou sono” (Edward Welch)
4. AS RAMIFICAÇÕES DE SUSTENTAÇÃO
DOS ÍDOLOS DO CORAÇÃO

 Concupiscência da carne – prazer

 Concupiscência dos olhos –


ambição

 Soberba da Vida - poder


5. OS FRUTOS DOS ÍDOLOS DO
CORAÇÃO

 As obras da carne – Gálatas 5.19-


21.
1. CONCEITOS ERRADOS

 Toda ação humana é movida por


um pensamento, por uma crença.

 Crenças → Emoções →
Comportamentos
 Isso pode ser percebido
especialmente no fato de que as
Escrituras procuram basear um
comportamento numa verdade
bíblica.

 Se os conceitos que possuímos em


nossa mente forem errados, nossa
conduta também será errada ou
pecaminosa.
2. DESEJOS ERRADOS

 A Bíblia nos ensina que é a partir de


nossos desejos que os pecados
nascem (Tg 1.14,15).

 O desejo em si mesmo não é


pecado. Tiago fala sobre “atração”,
“sedução”, “concepção” e
“nascimento”, o que aponta para
uma gestação que termina dando a
luz ao pecado.
 “Desejo errado” não é sinônimo de
“desejo por coisas erradas”. Para
se tornar um desejo idólatra o
objeto desejado não precisa ser
pecaminoso. Basta que a sua
intensidade seja excessiva, estando
acima da vontade que o homem tem
de glorificar a Deus.

 Ex.: agradar a esposa, ter a casa


própria, comer, beber, etc.
2.1 Desejos Pecaminosos – 1Jo 2.15-17
 O apóstolo João chama estes
desejos de epiqumia, que significa
um desejo intenso.
a) Concupiscência da carne
 A expressão aplica-se,
principalmente, ao anseio que
temos de satisfazer as vontades
pecaminosas através do nosso
corpo.
b) Concupiscência dos olhos

 Este tipo de concupiscência está


relacionado com a cobiça. Consiste
na vontade de contemplar aquilo
que agrada aos olhos, mesmo que
se trate de algo proibido. É desejar
excessivamente aquilo que não se
tem.
c) h` avlazonei,a tou/ bi,ou

 ARA: “soberba da vida”

 NVI: “Ostentação dos bens”.

 O problema da tradução reside no


fato de que bi,oj tanto pode
significar uma coisa como outra.

 Solução: 1Jo 3.17


 O sentido do texto é o de apreciar os
recursos deste mundo (materiais:
bens; imateriais: vida) que a pessoa
possui e depositar neles a sua
confiança. Neste sentido, toda
confiança firmada nos recursos desta
vida está incluída nesta categoria.
Assim, quando alguém confia no seu
trabalho ou nos bens materiais ou até
mesmo na sua capacidade intelectual
para sua provisão, de acordo com
João, foi seduzido pelas coisas deste
mundo e, consequentemente, está se
afastando de Deus.
2.2 Desejos e Necessidades

 Algo muito comum em nossos dias


é a equiparação de desejos com
necessidades. Aquilo que se deseja
é confundido com aquilo que se
precisa.

 Necessidades precisam ser


satisfeitas. Trata-se de algo sem o
qual não é possível sobreviver. É
tudo aquilo que é indispensável
para o ser humano.
, por sua vez, referem-se
àquilo que um indivíduo gostaria
de ter, mas sem o que poderia
viver normalmente.
 Do ponto de vista bíblico,
metafísico, há dois tipos de
necessidades: de subsistência e
de existência.
 A existência transcende a
realidade física, temporal, nosso
viver; este é a nossa subsistência
enquanto caminhamos para o
eterno.
 As necessidades de subsistência
são bem definidas como
“necessidades biológicas”, que
visam atender a um corpo caído,
mortal: comer, beber, dormir, etc.

 As necessidades de existência são


bem definidas como “necessidades
espirituais”, que dizem respeito à
nossa eternidade: perdão, justiça,
santidade e poder para mudar.
 Com o desenvolvimento das teses de
Freud, Adler e Maslow, foi
estabelecido que os homens têm
“necessidades psicológicas”, sendo
estas tão fundamentais para a
existência humana que viriam após as
“necessidades biológicas”.
 Após o desenvolvimento destas ideias,
o homem começou a não ser mais
responsável pelos seus atos. A
responsabilidade passou a ser
transferida para outras pessoas que
“não nos deram aquilo de que
precisávamos”.
 Aos poucos começou-se a adotar o
raciocínio médico: se uma pessoa
fica doente quando não supre suas
necessidades alimentares, da
mesma forma, alguém que não tem
suas "necessidades psicológicas"
supridas também desenvolve
"doenças".

 Mas estas “necessidades


psicológicas” são necessidades ou
desejos?
3. Emoções/Sentimentos Errados
 Tomando a Bíblia como única regra de
fé e prática, não creio que possamos
distinguir emoções, sentimentos e
afeições (crítica a Sam Williams), visto
que ambos são reações interiores à
atos praticados ou sofridos segundo
às expectativas que guardamos em
nós.
 Reagimos emocionalmente segundo
nossas expectativas, que por sua vez
dependem dos nossos desejos, que
por sua vez dependem de nossas
crenças.
 Assim, quando nossas crenças
manifestam desejos errados,
nossas emoções serão erradas;
todavia, aplicarão satisfação ou
desordem segundo a experiência
sofrida satisfação, aceitação ou
rejeição.
 O convencimento de que nossas
crenças e desejos estão certos
influenciarão o ajustamento dos
nossos sentimentos.
4. Hábitos Errados
 Os desejos afetam diretamente o
comportamento humano. Pedro fala
sobre desejos que “moldam” a conduta
(1 Pe 1.14). Aquilo que está em nosso
coração determina a prática.

 Quando as concupiscências são


alimentadas, a determinação interior do
indivíduo passa a ser a de buscar
satisfazê-las. A consequência natural
disso é que as ações acompanham esta
disposição interior.

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