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13º RITUAL MUNAY KI

RITUAL DO ÚTERO

WOMB KEEPER

GEOVANE MOREIRA JORGE B LEITE


KA’AGWY RADJY
INTRODUÇÃO
Meu primeiro contato com Munay Ki se deu em 2019 através
de Ana Rodrigues.

Em 2020 fiz uma reciclagem com Maria Tereza Mantelli e


recebi a iniciação no Ritual do Útero.

Gratidão e toda honra a essas mulheres!

Essa apostila, a partir do próximo capítulo foi desenvolvida


por Maria Tereza Mantelli e é repassada com sua autorização.

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HISTÓRICO
“Há cerca de 20.000 anos, as sociedades humanas viviam na
era Paleolítica. Segundo Humberto Maturana e Marija Gimbutas
naquele tempo não podemos falar da desiqualdade entre homens e
mulheres. Não existiam povos, nem clãs, nem estados separados. Os
seres humanos viviam em pequenos grupos e tinham que se manter
agregados para se manter vivos e se defender nos animais ferozes.
Nômades – Seres Humanos acompanhavam a migração da manada
de animais para poder caçar. E iam mudando de lugar, para
acompanhar esses animais. Essas comunidades não possuíam os
animais que elas caçavam, porque eles não restringiam a mobilidade
dos animais. Eles simplesmente acompanhavam os animais e
permitiam também que outros animais também caçassem, como por
exemplo, os lobos.

MODO DE VIDA PASTORIL – AGRICULTURA


Com o desenvolvimento da agricultura, os seres humanos
não viram mais a necessidade de se locomoverem, podendo se fixar
em um lugar. E ao se fixarem em um lugar, eles deram um jeito de
também fixar os animais que eles caçavam naquele mesmo lugar. Foi
assim que surgiu o modo de vida PASTORIL. A adoção desse modo de
vida é a origem de um conceito muito importante para nós
entendermos aqui: O CONCEITO DE PROPRIEDADE: Aqueles animais
são meus e os animais que caçam estes animais também, são meus
inimigos. E aqui tem algo muito importante pra você entender. O
surgimento do conceito de propriedade, marca também o nascimento
do PATRIARCALISMO. Uma vez que o conceito de propriedade foi
aprendido, esse conceito passou a ser vivido nos outros domínios da
vida e junto com a noção de propriedade, surgem sentimentos como:
posse, escassez e insegurança, e a necessidade de conquistar cada
vez mais coisas.

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O CONCEITO DE PROPRIEDADE
A posse esta relacionada diretamente com duas
características masculinas: conquista e a força, e a noção de
propriedade estimulou no homem aceleramento desenfreado dessas
características. Com o conceito de propriedade, tudo tem que ter um
dono, e a mulher passa a ser propriedade do homem. Passa-se a
haver a procriação como uma forma de se obter segurança de que
sua prole vai ajudar na proteção de suas posses e na conquista de
outras. E a mulher que agora também é uma propriedade do homem,
vira uma máquina de procriação que não tem o direito de escolha de
queres ou não ter filhos. Vejam que , para o homem conseguir
transformar a mulher em posse ele usa uma serie de artifícios: a
princípio algo que é mais evidente nos homens, a força física. Depois,
para que ele consiga dominar a mulher formas mais sofisticadas de
dominação emocional e psicológica, onde se nega a mulher direitos
que são seus: de se manifestar, se expressar e usar seus dons e
talentos

O masculino está anabolizado e domina tudo e o feminino está


suprimido e subdesenvolvido. E essa é a origem de muitos
desequilíbrios que vivemos hoje, desde a nossa vida íntima, até no
planeta como um todo.

A SAÍDA
Se somos dominadas e reprimidas o caminho é destituir o
dominador e virar o dominador. Mas esse pensamento, ele apenas
perpetua o modelo mental do patriarcado, que definitivamente não é
a solução. O desequilíbrio apenas mudaria de lado, iria para o outro
polo, mas ele permaneceria. A resposta para esse desequilíbrio é
justamente o reequilíbrio dessas energias, trazendo de volta a
essência feminina para nossas vidas, para os nossos lares,e para as
nossas relações. E nesse novo modelo mental, nós mulheres somos

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as protagonistas, pois somente nós podemos resgatar o feminino que
foi suprimido no mundo. Ninguém precisa salvar o mundo, não se
trata disso. Mas ao buscar o despertar da sua essência verdadeira
feminina você automaticamente cria uma vida mais equilibrada,
plena, saudável para você e isso acaba por se manifestar nas suas
relações e lentamente a gente vai reequilibrando o sistema. Você
ganha, as pessoas que você ama ganha, todo mundo ganha.”

OS RITOS DE PASSAGEM
Uma coisa que perdemos em nossa cultura ocidental,
dominante e que hoje nos escraviza com seus (pré)conceitos, são os
ritos de passagem. Deixamos de marcar, comemorar e ritualizar os
momentos de passagem de um estado para outro. Assim o menino e
a menina não mais percebem quando deixam esse estado e se tornam
jovens, e o adulto não mais tem sua entrada nessa fase marcada por
ritos que re-atualizam suas lembranças de estar numa nova fase de
sua vida. Com esta ausência dos ritos de passagem, perdemo-nos
enquanto indivíduos e, com isso, perde a sociedade como um todo.
Essa perda dos ritos de passagem, os quais ainda existem nas culturas
chamadas primitivas, priva-nos de perceber nossa sincronicidade com
o transcendente e com os arquétipos universais e nos impede de
mergulhar em nós mesmos e descobrirmos as faces do Deus e da
Deusa em nosso interior.

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TENDA VERMELHA
Hoje vivemos em uma sociedade que nos prega seguir o
tempo das máquinas e o tempo do relógio. Cronos nos engole e
devora nossa capacidade de olharmos com profundidade a nós
mesmos, de enxergar o sutil, de ser um receptáculo e ativar nossa
capacidade visionária.

Nas antigas tradições matriarcais, as mulheres quando


menstruavam eram convidadas a entrarem em uma tenda onde
podiam trocar saberes, descansar, rezar e fazerem tudo aquilo que
lhes dava prazer e presença. Neste momento elas eram liberadas de
suas obrigações com a comunidade e ficavam completamente
dedicadas a si mesmas, umas as outras, e ao seu trabalho interno e
espiritual. Nestas tradições, sabia-se que a mulher enquanto
menstrua, é um canal aberto para sonhos premonitórios, para acessar
memórias inconscientes, para ter visões e receber insights.

Depois que saiam de suas tendas vermelhas, entoavam


cantos e compartilhavam com a comunidade tudo o que tinham visto,
sentido e compreendido durante este tempo de retiro; todas as
sugestões eram acolhidas pela comunidade, pois o poder visionário da
mulher era não só respeitado como também acolhido e reverenciado.
Hoje em dia as próprias mulheres não confiam em sua intuição, e
quando querem confiar, culpam a falta de tempo por estarem tão
desconectadas deste potencial.

A tenda vermelha não precisa ser uma tenda física, você não
precisa ficar dias sem trabalhar. Você pode criar esta tenda em sua
mente e seu coração, e fazer pequenos movimentos na sua rotina que
te ajudem a se conectar mais profundamente e conscientemente
deste momento. Quais as visões que lhe vem à tona enquanto você
está menstruando? Quais os insights, as ideias, os projetos que
surgem, para onde o caminho está apontando?

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MEU CORPO, MEU TEMPLO

A MULHER CÍCLICA
A mulher é cíclica e os mistérios revelam que o sangue
menstrual é cheio de potencial e deve ser usado para a cura. O ciclo
menstrual representa a dualidade da Mãe Divina: Vida e Fertilidade
na Fase da Ovulação e Morte e Finalização na Fase da Menstruação.
Nas primeiras culturas, o sangue menstrual era utilizado para fertilizar
as sementes e o plantio, passando-lhes a essência da vida. As
sementes e as plantas recebiam um pouco da energia antes que o
solo neutralizasse a carga. Nos mistérios femininos, vemos que o
sangue menstrual, era mais do que o indicador do ciclo da fertilidade
de uma mulher. A vagina era vista como um portal mágico através do
qual a vida surgia de uma misteriosa fonte. Na religião matrifocal, o
sangue era um portal tanto para a regeneração física como para a
transformação espiritual. Isto porque as mulheres estão mais abertas
e sintonizadas com seus poderes psíquicos durante a menstruação.

Assim, mulheres em menstruação podem absorver a energia


dos outros e enviá-la para a terra através do seu próprio sangramento
físico. Uma vez que o sangue é lançado à terra, a energia é
neutralizada e a cura pode ter início. Os mistérios do sangue recordam
o imenso poder da mulher.

Órgãos reprodutores femininos

O nosso sistema reprodutor é constituído por:

. Ovários: Onde se produzem os óvulos

. Trompas de Falópio: Canais que ligam os ovários ao


útero e é onde o óvulo é fecundado

. Útero: É onde o embrião se desenvolve

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. Vagina: Canal de comunicação entre o útero e o exterior

Centros de Poder:

Ovários : É o nosso centro da criação. Tudo que é criado


por nós, seja positivo ou negativo é criado neste centro.

Ovário direito = Está associado à forma e expressão da


criação que produzimos neste centro;

Ovário esquerdo = Está associado à fonte de energia


criativa deste centro.

Útero: É o nosso centro da transformação. Tem a função


de amplificação e transformação de tudo que criamos durante os
nossos ciclos: projetos, emoções, pensamentos, desejos.

*A cada 28 dias renasce o novo. Por isso a cada 28dias temos


uma nova oportunidade de criar de novo.

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Vagina/yoni: É o centro de regeneração. O centro que
nos liga à terra. Na relação sexual, a nossa yoni abre-se para receber
um novo começo. É através da yoni que purificamos a negatividade
do nosso útero, tais como, emoções, pensamentos negativos.

Sinais de uma mulher desconectada com o seu


feminino:
. Cansaço frequente;

. Muitas dúvidas em relação à vida;

. Sensação de vazio;

. Falta de intuição;

. Falta de sensibilidade;

. Predominância de características masculinas.

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A SAÚDE FEMININA E AS CAUSAS EMOCIONAIS

Tensão Pré Menstrual e dores menstruais

As dores menstruais e os sintomas de TPM são espelho da


dificuldade em aceitar a feminilidade. Há um conflito entre a sabedoria
do corpo e os papéis sociais, e entre a energia feminina, receptiva e
cíclica, e a energia masculina, de competição e de foco… entre o Ser
e o Fazer.

Fatores como o consumo de cafeína, açúcares refinados e


produtos lácteos, são responsáveis pelo agravamento dos sintomas
pré-menstruais.

Neste momento, vivemos uma grande cura relacionada com


a nossa própria história menstrual. A reclamação da sabedoria
menstrual inclui uma educação para a sabedoria do nosso corpo, do
nosso ciclo, na nossa sexualidade sagrada.

É importante perguntar a si mesma:

- qual é a minha verdade sobre o meu ciclo menstrual?

- que mensagens sobre menstruação e ciclo menstrual


aprendi com a minha família?

- que informação passei às mulheres mais jovens da minha


vida?

- Celebrei a minha menarca e a menarca das mulheres mais


jovens da minha vida?

- Permito-me descansar durante os dias em que estou


menstruada?

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Período Abundante - Menorragia

A menorragia é o nome que se dá ao tipo de fluxo abundante


e com o tempo pode até levar à anemia. A menorragia pode ser
provocada por fibromas, endometriose ou pode acontecer sem
nenhuma causa aparente.

Alguns autores defendem que a menorragia pode estar


relacionada com a perda, principalmente da alegria de viver.

Questões Pertinentes:

- Sente prazer pela vida e alegria de viver?

- Sente a dor da perda de uma forma profunda dentro de


você?

Infertilidade

A infertilidade, muitas vezes, está relacionada com o medo da


própria maternidade, com o excesso de energia masculina ou com o
sentimento de luta e insatisfação constante.

Questões pertinentes:

- Estou me dando espaço para aproveitar a vida


verdadeiramente?

- Tenho medo do parto ou da maternidade?

- Nunca estou satisfeita com nada e vivo numa luta e busca


constantes?

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Aborto

O aborto é sempre uma questão delicada pois não implica


apenas o sistema de crenças da mulher. No caso do aborto
espontâneo, geralmente existe uma escolha inconsciente entre a mãe
e a alma do bebê.

No caso do aborto voluntário, este está relacionado com a


crença de que a mulher não será capaz de sustentar aquela vida, ou
que não está preparada.

Pode também ter relação com o medo do parto e de assumir


a responsabilidade. Esta mulher tem necessidade de ser mais gentil
consigo mesma.

Endometriose

É uma patologia misteriosa mas muito comum entre as


mulheres modernas e caracteriza-se pela migração das células do
endométrio para fora da cavidade uterina ( pode migrar para os
órgãos pélvicos internos ou mesmo para fora da pelve) . Esta mucosa
uterina, ao migrar para lugares não habituais, provoca dor, inchaço e
infertilidade.

Alguns autores defendem que a endometriose é uma doença


da “competição” e desenvolve-se quando as necessidades emocionais
da mulher entram em competição com o que o mundo externo lhe
exige.

Outros autores afirmam também que a mulher que tem


endometriose, é geralmente uma mulher que dirige tudo, que acaba
por “conceber” noutros domínios…

Quer ser mãe, mas tem um medo terrível da maternidade, e


muitas vezes essa crença é suficiente para criar uma realidade de
endometriose no seu corpo.

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Questões pertinentes:

- Quais são as tuas necessidades emocionais?

- O que gostaria de ver acontecer na tua vida, trabalho ou


relação, capaz de te trazer uma nova energia?

- Respeita os seus ciclos e o seu tempo de descanso?

- Tem medo da maternidade? Qual o seu medo?

- Trabalha demasiado? É uma constante “fazedora”?

Fibromiomas

Os fibromiomas são tumores benignos que crescem mais


frequentemente nas paredes do útero. São muito comuns e segundo
a autora Caroline Myss, geralmente estão relacionados com um
bloqueio da energia criativa. Quando desperdiçamos a nossa energia
vital com relações que já pusemos de parte, ou trabalhos com os quais
não nos identificamos e que reprimem a nossa energia criativa, o
corpo pode expressar-se desta forma.

A autora Lise Bourbeau acrescenta que por vezes os miomas


estão relacionados com a dor de não ser mãe, ou de ter perdido um
bebê. Através da dor emocional o corpo cria um fibroma que pode
representar um “bebê” psicológico.

Questões pertinentes:

- Onde está drenando a sua energia vital?

- Como expressa a sua criatividade?

- Vive o seu propósito de vida?

- Sente que só se realizará como mulher se for mãe?

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Câncer Mamário e Uterino

O câncer está associado às pessoas que se sentem limitadas,


zangadas, receosas, que tentam agradar demasiado aos outros e que
sentem demasiada culpa e mágoa de feridas do passado.

Câncer Mamário

Está relacionado com a incapacidade para a mulher se


acarinhar a si mesma por assumir os problemas de todos ao seu redor.
A constante preocupação, a vitalização e a falta de amor próprio
também estão na base deste desequilíbrio.

Câncer do Colo do Útero

Está relacionado com mulheres que não fluem com a vida e


que resistem à sua feminilidade. São muitas vezes mulheres que se
sentem desrespeitadas, com carência de afeto, rejeitadas, inúteis e
vazias.

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A CURA DA FONTE – O ÚTERO
O útero é muito mais que o órgão sexual feminino. Ele é um
vaso sagrado. Um dos três principais centros energéticos femininos,
onde depositamos todas as nossas experiências, sejam elas positivas
ou negativas. É o nosso centro emocional, onde fica o centro
energético svadhistana chakra, de elemento água, são as nossas
águas... O centro do útero é a moradia da alma feminina, é o
caldeirão, o cálice sagrado, o santo graal que contém o sangue da
descendência. O ventre partilha o poder criador do universo e é nosso
maior centro de alegria, amor e poder! É nele que se encontra todo o
nosso potencial sexual criativo, isto é, o nosso poder de criar uma vida
nova, novos projetos, novos relacionamentos ou mesmo uma nova
maneira de nos relacionarmos. A energia uterina afeta tudo que está
a nossa volta. Neste sentido é fundamental que a mulher volte a se
conectar com seu verdadeiro poder, com suas capacidades intuitivas,
amorosas, criativas, espirituais que foram reprimidas ao longo de eras
de escuridão. É tempo de florescer, curar nosso ventre, ligá-lo de novo
a terra e ao coração e voltar a caminhar livremente. Somos a fonte
da vida, e com esta cura e elevação criamos uma nova geração, com
menos traumas, mais livres do peso do passado, aberta e vibrando
em uma nova frequência de amor, com passividade e paz.

A MENSTRUAÇÃO

A menstruação nos traz a oportunidade única de


renascimento e regeneração. Nesta fase toda a energia migra do físico
para o espiritual e é a fase onde a nossa capacidade de intuição,
imaginação e projeção de sonhos estão mais ativas. Esta é a fase ideal
para meditar e estar "entre mundos", e é também uma excelente fase
para a cura, uma vez que o sangue absorve a energia astral e leva-a
para a terra, onde pode ser transmudada antes de se manifestar
negativamente no corpo físico, no entanto, o trabalho com cura deve
ser doseado, pois o mais importante nesta fase é o descanso físico.

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Como Comprometemos, Bloqueamos, Contaminamos a
Energia Uterina?

- Através da linhagem feminina ancestral: As informações


contidas do útero da mãe - sejam positivas ou negativas -são
passadas para o útero da filha. Isto é, sonhos, sentimentos, emoções,
desejos, frustrações, desilusões, mágoas, ressentimentos etc.

- Pela impregnação energética: Acontece através da troca de


fluidos - sémen e fluido vaginal - através dos quais se é absorvido o
psiquismo celular do parceiro e das parceiras que estiveram com ele.

- Energias Emitidas: Caso convivamos com uma pessoa


raivosa, negativa, frustrada, absorvermos essa energia que fica
vibrando no nosso VASO SAGRADO.

- Crenças Limitadoras: Têm origem nas informações que nos


são passadas desde crianças, como verdades absolutas. Estas crenças
têm a sua origem no declínio da tradição da Deusa, e no inicio da era
patriarcal.

A saúde feminina e as emoções: A doença não é um sinal de


fraqueza, mas sim um alerta da nossa alma para algo que precisamos
mudar, curar ou reconhecer.

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CRENÇAS

Herdamos muitas crenças e as percepções das últimas sete


gerações das nossas ancestrais. Isso significa que, já que criamos
crenças para lidar com as sobrecargas emocionais que herdamos, ou
seja, se sua bisavó sentiu-se abandonada, você inconscientemente
pode ter medo se assumir o compromisso de uma relação, para não
sentir o mesmo. A excelente notícia é que quando curamos ou
mudamos uma crença não saudável para algo mais empoderador,
curamos não só as últimas sete gerações, mas também as próximas
sete gerações

Reflexões:

● Quais foram as mensagens verbais recebidas de seus


parentes a respeito de ser mulher?

● Como era o seu comportamento nos primeiros sete anos


de vida?

● Eram poderosos? Libertadores? Como estimulavam o seu


poder?

● Quais são os três adjetivos que hoje descrevem a

feminilidade de sua mãe?

● As mulheres de sua família eram respeitadas e apoiadas


pelos homens? Você testemunhou abuso a mulheres – físico,
emocional ou sexual?

● Os meninos e meninas eram tratados igualmente na sua


família?

● Você já viu mulheres fazendo mal uso da energia feminina,


talvez por meio de manipulação emocional ou sedução?

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● Você se lembra de alguma história sobre mulheres na sua
família que eram descritas como “segredo familiar” e que advertiria
comportamento inapropriado?

● Qual a expectativa que você tem de você mesma como


mulher?

● Você era uma “ menina –moleque” quando criança? O que


aconteceu depois da puberdade?

● Você acha difícil viver plenamente com seu corpo?

● Você já quis que seu corpo fosse diferente? Você já mudou


a sua aparência?

● Você já teve um transtorno alimentar?

● Você gostava ou gosta de ficar menstruada?

● Você gosta dos seus seios?

● O seu corpo já te decepcionou?

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AUTOCONHECIMENTO É O INÍCIO

DA AUTO CURA

“Cada mulher que cura a si mesma contribui para curar a todas as


mulheres que a precederam e a todas aquelas que virão depois dela”

O FEMININO SAGRADO E A REINCIDÊNCIA DO


NUMERO QUATRO NOS CICLOS DA NATUREZA

Estações do ano: Primavera, Verão, Outono Inverno

Os quatro elementos fundamentais: Terra, Fogo, Água e Ar

Os quatro pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste

As quatro fases da lua: Lua Nova, Crescente, Cheia e


Minguante

Os quatro momentos do dia: Manhã, Tarde, Noite e


Madrugada

Ciclo Feminino 4 fases: pré-ovulatória, ovulatória, pré-


menstrual e menstrual

Os 4 arquétipos:

Deusa Anciã/Bruxa (Lua Nova)

Deusa Feiticeira (Lua Minguante)

Deusa Mãe (Lua Cheia)

Deusa Donzela (Lua Crescente)

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O CICLO FEMININO E OS ARQUÉTIPOS

Menstruação: Dias 1º a 7º do ciclo

Arquétipo: Sábia Anciã ou Bruxa Anciã

Lua Nova

Características: energia baixa, recolhimento, descanso,


meditativa, magia, tomada de decisão

Deusas: Baba Yaga, Isnat Winnean, Nanã, Perséfone, Inana

*Bem Estar: Faça do descanso sua prioridade. Medite, faça


orações. Nutra-se. No trabalho reflita sobre a visão macro dos
processos que trabalha. Delegue. Deixe tarefas não essenciais para a
próxima fase. Com a Família, assistam filmes juntos, joguem jogos de
imaginação. Compartilhe sua espiritualidade com seus filhos.

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Pré ovulação: Dias 8º a 14º do ciclo

Arquétipo: Donzela

Lua Crescente

Características: energia alta, mente clara, independência,


exercícios físicos.

Deusas: Ártemis, Freya, Athena, Iansã, Durga

*Bem Estar: Aprender algo novo. Sair com os amigos e fazer


algo divertido .Dance, faça yoga e exercícios físicos para suar. No
trabalho, atividades de planejamento. Organize-se. Pesquise e
estruture atividades para fazer sozinha. Com a família, faça atividades
ao ar livre, explorem coisas juntos. Conte uma história rápida para os
filhos antes de dormir.

Ovulação: Dias 15º a 21º do ciclo

Arquétipo: Mãe

Lua Cheia

Características: Energia média para alta, nutrição,


amorosidade, sexual, complacência.

Deusas: Iemanjá, Isis, Parvati, Maria, Demeter

*Bem Estar: Tenha um encontro com seu parceiro. Expresse


seu amor e gratidão. Faça arte manual ou jardinagem. No trabalho,
dê apoio aos clientes ou funcionários. Ensine algo. Bom momento para
gestão de pessoas e marketing. Com a família, faça refeições ou
viagem em família, cozinhem juntos, faça o prato predileto do seu
filho/filha.

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Pré Menstruação: Dias 22º a 28º do ciclo

Arquétipo: Feiticeira

Lua Minguante

Características: Energia alternada, crítica, exigente, sensual,


poderosa, necessita atenção

Deusas: Ceridween, Afrodite, Kali, Oxum, Saraswati

*Bem Estar: Descanse quando estiver cansada. Fique em casa


e cuide-se. Faça algo criativo, libere seu lado artístico. No trabalho,
identificação e solução de problemas. Análise crítica. Revisão.
Imponha o ritmo. Com a família não queira ser “super- mãe” e se dê
tempo, peça ajuda. Seja criativa e faça programas diferente do usual.
Se dê tempo sozinha.

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PEDRA INICIÁTICA:CORNALINA
Para que tenhamos uma ideia precisa a cerca das
propriedades revitalizantes da cornalina, vale antes de mais nada
dizer que ela é uma das poucas pedras presentes na mãe natureza
que tem o poder de reenergizar outros cristais.

Ela pode e deve ser usada para ajudar a eliminar qualquer


tipo de cansaço físico, desmotivação, falta de interesse nas coisas e
depressão, seja ele motivado por situações físicas, mentais ou
mesmo espirituais.

Seu uso é indicado para fertilidade, concentração,


desempenho sexual, deficiência circulatória e problemas ósseos.

Como fazer a limpeza

Vale lembrar que até mesmo a pedra cornalina precisa ser


limpa de tempos em tempos, pois a própria ação da poeira pode
prejudicar a sua ação correta.

Primeiramente lave sua pedra apenas com água corrente,


sempre mentalizando coisas boas! Você pode usar um sabão neutro
sem problemas!

Deixe a pedra de molho no mínimo por cinco minutos com sal


grosso e seque-a.

Por último, deixe-a sob a luz da lua por quatro noites


consecutivas e ao retirá-la desse cuidado, agradeça a Deus por
renovar e promover a limpeza da sua pedra que será mais uma vez
usada para o seu bem e do seu lar ou ambiente de trabalho.

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Programando o cristal

Todo cristal por mais que tenha sua energia específica, deve
ser programado para uma finalidade.

Após a limpeza devida, você pode passar o cristal pela fumaça


de um incenso ou defumador, coloca-lo na palma da mão esquerda
virada para cima, e cobrir com a mão direita.

Nesse momento você pode fazer a sua oração/invocação e dar


um comando para qual função o cristal vai exercer. Assim você estará
programando o cristal para essa finalidade.

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BENÇÃO DO ÚTERO

Ritual de Limpeza e Consagração do Útero

2 taças pequenas

1 vela branca

Pétalas de Rosas Vermelhas

1 Incenso de Canela

1 ovo

Vinho Tinto ou suco de uva

Óleo de coco ou amêndoa

1 cristal cornalina

Este ritual pode ser feito a qualquer menina ou mulher que já


tenha tido a sua primeira menstruação e pode ser um processo
profundo e muito curativo para quem nunca celebrou a menarca ou
teve uma má experiência neste momento iniciático da sua vida.

- Preparar o espaço sagrado que poderá ser na natureza ou


numa sala;

- Conversar um pouco com a mulher sobre a menstruação, a


importância do sangue e a sua ligação com a Deusa e com a
sacralidade de ser mulher;

- Convidar a mulher a por um pouco de vinho na taça,


simbolizando o seu sangue;

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- Na outra taça acender a vela, como sinal de presença da
Luz do Divino Feminino que habita o ventre de cada mulher. Se estiver
menstruada pode colocar um pouco de sangue na vela;

- Acender o incenso de canela e fazer uma ligeira defumação


no seu campo áurico;

- Sugerir à mulher que se deite para receber as bençãos da


Energia Feminina e da Mãe Galinha;

- Com o devido respeito e permissão, invocar a presença e a


benção da Mãe Galinha, para que ela esteja presente ao longo da vida
daquela mulher, trazendo sorte, fertilidade, criatividade e amor-
próprio;

- Fazer uma limpeza com o ovo untado no óleo para melhor


deslizar, na área do ventre ( tocando diretamente apenas se houver
permissão). No final, quebrar o ovo na natureza ou num copo (há
Tradições que enterram o ovo).

- Colocar o cristal dois dedos abaixo do umbigo e convidar a


mulher a por as mãos sobre o seu ventre enquanto vai ser conduzida
na seguinte meditação:

“Fecha os seus olhos e comece a se tornar consciente


apenas da pedra sobre o seu ventre … Respira através do seu
ventre e se conecta com ele … vê a cor que está aparecendo
… se torne consciente do grande poder que o seu sangue
menstrual contém … ele a iguala a uma Deusa no processo de
criação.

Relembre e se torne consciente sobre a pequena morte


que a Lua (menstruação) representa … se lembre de quanto
sangue a mulher/Deusa já verteu para que a humanidade
chegasse aqui … e se conecte com a irmandade que une todas
as mulheres que existem e que existirão …

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Mergulha dentro do seu útero … ele está forrado com
um rico veludo vermelho … caminha por ele, mergulhe e
banhe-se nele ... este é o sangue da vida … recupera as suas
forças nesse processo e recupera o poder do seu ventre
sagrado …

Agora pode ver o seu ventre pulsando com essa energia


vermelha, saudável e luminosa … essa energia ficará para
sempre vibrando no seu ventre, ela é Energia Amorosa,
Poderosa e Criativa do Divino Feminino …

Agora você é a emanação humana da Deusa e pode


sentir todas as suas células a reconhecerem essa Verdade”

Encerra a meditação banhando a mulher suavemente com as


pétalas da rosa.

Pode acariciar o seu rosto à medida que ela vai voltando do


seu estado meditativo.

Por fim, consagrar o vinho/suco (sangue) à Deusa, a mulher


toma um pouco do vinho e podem celebrar juntas esse momento num
longo abraço, seguido de uma dança ou canto.

O restante vinho/suco é entregue à terra como oferenda.

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RITUAL DO ÚTERO
13º Ritual Munay-ki

ORIGEM

Marcela Lobos foi a primeira a receber o 13º Ritual de Munay-


Ki. Ritual do Útero, em Março de 2014.

Numa viagem de 12 anos, que nunca imaginou que


aconteceria, em 2002 quando teve um sonho que deu começo a todo
este processo. Neste sonho, Marcela aparecia grávida de um bebê
morto (tendo crescido no Chile, um país de ditadura e do terrorismo,
o medo esteve sempre presente na vida de Marcela e dos seus
sonhos; o terror quase a paralisou), e viu-se com quatro parteiras de
branco a auxilia-la a dar à luz, enquanto homens armados
hostilizavam o exterior da sua casa.

Acordou sobressaltada e agitada, e sentiu que o sonho era


significativo, mas não entendeu naquele momento o seu significado.

Dois anos mais tarde, enquanto organizava documentos em


casa, um dos seus diários íntimos caiu e abriu-se na página onde se
encontrava a descrição do sonho.

Depois de uma leitura superficial, colocou-o de novo na


prateleira e continuou focada nos seus afazeres, quando ouviu um
ruído brutal na porta da sua casa. Como acontece com as pessoas
com síndrome de stress traumático, Marcela relembrou-se nesse
instante do seu passado traumático da guerra, do terror e da
opressão, o que a conduziu a um pânico profundo.

Na época, investigava La Rueda de la Medicina, na Four Winds


Society, e ouviu uma voz dizer-lhe: Marcela deve aplicar-se o que se
sabe.

Nesse momento, um espírito jaguar (fêmea) apareceu: Eu


vou ensinar-te o caminho do guerreiro luminoso. Concentra-se na tua
luz.
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Por instantes, tudo pareceu negro a Marcela, mas à medida
que aplicava os princípios que tinha aprendido, uma luz tangível
preencheu o espaço da habitação. Foi então que as quatro parteiras
do seu sonho surgiram e lhe disseram: Agora chegou o momento de
entregar esse bebê morto.

Nesse momento, Marcela compreendeu que o seu “bebê


morto” era o medo que tinha guardado profundamente no seu ventre
e largou o medo para o fogo.

Mais tarde, durante a cerimônia de celebração, as mulheres


disseram-lhe:

Agora tens o conhecimento e as ferramentas adequadas para


transmitir esta mensagem ao mundo. Vamos estar perto de ti e
continuar a ensinar-te.

Durante dez anos, essa linhagem de mulheres reforçou e


apoiou Marcela na sua formação xamânica, estiveram ao seu lado
durante a viagem até à selva amazónica e Andes.

Mas foi só em Outubro de 2014, que Marcela recebeu


autorização para partilhar com outras mulheres o Ritual do Útero. Na
época, liderava um grupo de mulheres, que investigava
conjuntamente com mulheres Xamãs da selva, da Nação Shipibo.
Durante uma iniciação xamânica, Marcela encontrou-se novamente
com as quatro parteiras que lhe disseram:

Marcela, o teu útero está pronto para oferecer o 13º Rito


do Munay-Ki – Ritual do Útero para mulheres. Vamos dar-lhe uma
transmissão.

As mulheres procederam a uma limpeza energética do seu


corpo com um sumo verde brilhante, de uma seleção de plantas.
Quando este sumo verde da vida envolveu o seu ventre criou-se uma
esfera de energia.

Esta foi uma purificação do meu corpo e da psique - disse


Marcela.

Página 29
E ao dar-me o remédio, deram-me o rito, e foi-me dito que o
transmiti-se a tantas mulheres quanto possível; curaria aos homens
e curaria a vida.

Disseram a Marcela: “O Útero não é um lugar para


guardar medo e dor. O Útero é para criar e dar luz à vida.”

Foi dito á Marcela que a primeira pessoa a quem deveria


oferecer o rito era a sua mãe.

E assim fez, visualizou a sua mãe e sentiu os seus ventres


tornarem-se num só.

Sussurrou o rito á mãe e percebeu o brilhante verde do seu


próprio ventre transferido aos seus herdeiros.

Marcela continuou a “receber instruções” para levar o Rito a


um público mais amplo, e a 11 de Outubro foi autorizada a celebração
de o 13º Ritual do Munay-Ki – Ritual do Útero, no Instituto Omega.
Uma semana depois, transmitiu o rito a mais duzentas mulheres na
Califórnia, e no final do mês e outras duzentas mulheres em Miami.

Todas elas estão agora aptas a oferecer o rito.

A 30 de Outubro de 2014, Marcela escreveu esta carta a


todas as mulheres que receberam o rito:

Estimadas Senhoras,

Estou muito agradecida a cada uma de vós que recebeu o


Ritual do Útero e também agradeço que desejem partilhá-lo com
outras mulheres. Sinto-me realizada de ter dado ao mundo este rito.

Agora pertence a todas mulheres que estejam abertas a


recebe-lo, e também aos homens que o desejem receber para a sua
cura.

Agora a linhagem deve continuar a crescer curando as


quatro direções do mundo, e deste modo curar a nossa Terra.

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Neste momento fazem parte da linhagem tanto como
eu.Convertemo-nos em mulheres, que se libertaram do sofrimento.

Nutram o rito até que não haja mais medo e dor nos vossos
ventres.

Muito amor.

Marcela Lobos

O 13º Ritual do Munay-Ki

– Ritual do Útero integra as iniciações Incas – Ritos Munay-


Ki.

Sendo assim, por ordem de chegada, este ritual chegou em


10º lugar, seguido dos 9 rituais Incas Munay-Ki*, mas em honra ao
princípio feminino e ao ciclo lunar, foi batizado com o nome de 13º
Ritual do Munay-Ki – Ritual do Útero. Não é necessário ter os 9 Rituais
Incas Munay-Ki, para receber o Ritual do Útero.

*Munay Ki Brasil também transmite as 9 Iniciações Incas


Munay Ki

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O Espaço Sagrado
É muito importante criar um ambiente acolhedor que convide
a linhagem, quando partilhamos o rito. Se sentirmos que o espaço é
atrativo para as mulheres que vão participar na cerimônia, então
também será atrativo para a linhagem.

A cerimónia pode ser realizada num espaço interior ou


exterior. Se optar por celebrar o mesmo no exterior, pode fazê-lo em
qualquer lugar aprazível na natureza, num jardim, na floresta, perto
de uma fonte, lago ou praia.

Interior
Ao realizar a cerimônia num espaço interior, deve construir
um altar. Não é necessário que seja grande ou complexo, mas deve
evocar a beleza e a sacralidade.

Sobre uma superfície plana, que pode ser uma mesa, um


banco ou diretamente no chão, coloca uma manta bonita e no centro
um recipiente com água. Este é o elemento mais importante do altar,
uma vez que a água absorverá as orações da cerimônia que depois
será oferecida à Terra para a sua cura.

Para além da água, pode acrescentar treze velas à volta do


altar, para honrar as treze luas do ano e ainda ativar o altar com a
chama do fogo. Por último, pode melhorar o espaço e a cerimônia
acrescentando flores ou no altar pétalas (especialmente lavanda e
rosas).

Após organizar o espaço sagrado, conecta-te intuitivamente


com a tua linhagem e ancestrais, de forma a compreender se o mesmo
está completo ou se deve acrescentar mais algum elemento. Formula
a pergunta e sintoniza-te para receber a resposta, lembra- se sempre
que você também é da linhagem.

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Exterior
Se tem acesso a algum lugar na natureza que seja atrativo e
acolhedor pode realizar a cerimônia no exterior. Um lago é um espaço
ideal porque representa o útero da Terra e queremos compartilhar
esta cura com a Mãe Terra. Também, pode ser debaixo de uma árvore,
num bosque, próximo de uma grande rocha, próximo de um rio, numa
montanha ou em qualquer lugar que ajude a comunhão com o sagrado
da vida.

A oferenda
Seja no interior ou no exterior é importante partilhar a cura
com a Mãe Terra. Assim, cada mulher que recebe o rito, no final da
cerimônia, oferece uma oração de cura à Mãe Terra, que pode ser
feita intuitivamente.

Se está num espaço interior, logo após o término da


cerimónia, pode utilizar as pétalas das flores para soprar nelas as tuas
orações e depois colocá-las na água e oferece-las à Terra, numa
planta, num jardim, num rio ou no mar.

Caso esteja realizando a cerimônia ao ar livre, pode soprar as


tuas orações das pétalas e oferece-las diretamente à Mãe Terra.

Confia na sua intuição!

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Cerimônia num espaço interior

A preparação do Espaço Sagrado


Limpeza e Preparação Energética do Espaço

Deve começar por limpar energeticamente o espaço. Este


pode ser feito através de uma visualização, defumação ou com água
purificada. Se optares pela defumação pode recorrer ao Palo Santo.

Deverá proceder do seguinte modo:

1. Deve pedir à Energia/Mestres/Guias/Elementos que o espaço


seja limpo de qualquer energia densa que possa ter ficado
plasmada de situações ou terapias anteriores e que seja
ancorada uma energia de proteção, amor e harmonia.

2. Deve pedir à Energia Divina que nos proteja, a nós e a quem


vier receber o ritual (pode ser feito o pedido invocando a
proteção de Arcanjo Miguel com o seu manto azul).

Que apenas aqui entre o que servir

à nossa Evolução e Equilíbrio.

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1. Em seguida deve pedir ao Grande Espírito (aos Mestres ou
guias pessoais) que seja ancorada a energia do Amor, da
Verdade, da Paz e do Sagrado Feminino.

2. O próximo passo é criar um pequeno altar. Por mais simples


que possa ser é fundamental para invocar a beleza e a
sacralidade do ritual. Ao criar o Altar deve invocar a
Linhagem de Mulheres Livres do Amazonas e convidar
o seu espírito a estar presente.

3. A Womb Keeper (Guardiã do Útero), pode ainda colocar no


altar fruta ou chocolates, antes de iniciar o ritual, como uma
oferenda à Terra e à Linhagem de Mulheres Livres do
Amazonas que invocou.

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Limpeza Energética do Útero

Antes de transmitir o ritual, devem ser utilizadas algumas


técnicas de limpeza energética para o útero. O mais importante é a
intenção de limpar energeticamente o ventre das mulheres que irão
receber o ritual.

A Womb Keeper pode utilizar apenas a intenção e a imposição


das mãos, pedindo à energia que o útero da mulher que irá receber o
ritual, fique o mais purificado e disponível para receber a energia de
cura (fechando os olhos, faz o pedido e espera até sentir que já
terminou o processo de limpeza, pode inclusive visualizar uma luz
branca, prata, dourada ou violeta durante este processo).

É possível também, proceder a limpeza energética com uma


maraca (invocando o espírito da serpente) com o tambor (invocando
a energia da Mãe Terra) ou por meiode sinos. Pode optar pela
defumação, caso escolha a limpeza xamânica.

Deve colocar a intenção, pedindo ajuda superior, para que o


útero da mulher que irá receber o ritual possa ser limpo e preparado
para receber a energia.

Os homens também podem participar nos Rituais mas não


recebem a iniciação pois não tem Útero e ficam fora do nosso Círculo.
Ficam a amparar a nossa energia. Podem tocar tambor ou maracas.

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Meditação da Árvore do Útero

Fonte:Juliaro

Esta meditação adicional é da autoria de Miranda Gray. A


árvore do útero é um antigo símbolo do Divino Feminino (representa
a árvore da vida e o próprio útero). Pode ser utilizada em meditação
como uma forma de conexão com o útero. O útero situa-se abaixo do
umbigo.

A meditação ajuda a Womb Keeper e a mulher que irá receber


o Ritual do Útero a conectar-se com a Mãe Terra.

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Ao longo da meditação, tenha consciência das suas emoções
e de como sente o seu corpo. À medida que a energia começa a fluir
pode sentir calor ou pressão no seu útero, no seu coração e nas suas
mãos.

Meditação da Árvore do Útero – Miranda Gray


“Sente-se confortavelmente.

Feche os seus olhos e leva a sua consciência ao seu corpo.

Sente o seu peso sobre a cadeira ou almofada e o peso dos


seus braços sobre o seu colo. Inspira profundamente e sente-se
centrada.

Leva a consciência ao seu útero.

Vê, sente ou imagina que o seu útero é como uma árvore com
dois ramos principais; essa árvore tem lindas folhas e frutos
vermelhos resplandecentes como jóias preciosas nas extremidades.

As raízes da árvore, crescem profundamente na escuridão da


terra, te conectando e te ancorando às energias. Enquanto te ancora,
poderás sentir ou ver as suas energias fluirem ascendentemente até
ao seu útero.

Sinta-se centrada e equilibrada.

Agora, permita que a imagem da Árvore do Útero cresça e se


eleve até que os seus ramos se separem até a altura do seu coração.

Enquanto se conecta com essa imagem, sinta que no centro


do seu coração a energia flui pelos seus braços, até chegar às suas
mãos e dedos. Sente a conexão de amor entre a Terra, o seu útero e
o seu coração.

Relaxa. Sinta-se forte, amorosa e empoderada.

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Ainda com a consciência no seu coração, olhe para cima e
sente ou imagina que a Árvore do Útero diminui lentamente e volta
ao seu Útero.

Mantendo a consciência nas raízes, que continuam a crescer


profundamente na terra, dando-te força e alicerces.

Traz lentamente a consciência de volta ao seu corpo, ao seu


peso sobre a cadeira e ao peso das suas mãos sobre o seu colo.

Lenta e suavemente mexe as mãos, os dedos dos seus pés e


quando se sentirconfortável abre lentamente os olhos.

E volta para o aqui e agora.”

Miranda Gray 2012

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Transmissão do Ritual

13º Rito do Munay-Ki – Rital do Útero

(Em silêncio invoca a linhagem e enche-te de uma Paz profunda).

- Levanta as suas mãos para o céu, sente o seu chakra da


coroa abrir e invoca a linhagem dizendo:

“O Útero não é um lugar para guardar medo e


dor, O Útero é para criar e dar luz à vida”.

- Depois ativa o Ritual dentro de si mesma e coloca ambas as


mãos sobre o seu ventre

e repete:

“O Útero não é um lugar para guardar medo e


dor, O Útero é para criar e dar luz à vida”.

- Em seguida, transmite esta sabedoria desde o seu Útero


para o Útero da outra mulher, colocando a mão no seu ventre e a
outra no ventre dela, repetindo:

“O Útero não é um lugar para guardar medo e


dor, O Útero é para criar e dar luz à vida”.

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- A mulher que está recebendo confirma que recebeu a
sabedoria repetindo a oração (pode-se repetir 1 ou 3 vezes):

“O Útero não é um lugar para guardar medo e


dor, O Útero é para criar e dar luz à vida”.

No final da cerimónia, todas as mulheres repetem em


conjunto três vezes:

“Curamos o nosso Útero; Curamos os Úteros das


nossas mães, irmãs e filhas.

E desta forma oferecemos a cura à nossa Mãe Terra”

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Nutrir o Ritual
Após ter recebido o Ritual do Útero, nutre e empondera o
Ritual com as seguintes

Práticas:

1. Se é uma mulher que menstrua, no próximo ciclo encontra


espaço e tempo íntimo, para oferecer um pouco do seu sangue
menstrual á Terra. Pode fazer diretamente sobre a terra ou
recolhendo um pouco do seu sangue num pequeno recipiente, e
em seguida verter na Mãe Terra, enquanto repete as seguintes
frases:

“Liberto-me do medo para abraçar a liberdade

Liberto a minha dor para abraçar a alegria

Liberto a minha raiva para abraçar a compaixão

Liberto a minha tristeza para abraçar a paz”

Pode acrescentar qualquer palavra ou frase que ressoe


dentro de ti.

2. Se é uma mulher que está na tua fase de plenitude, após


a menopausa, deverá então celebrar o ritual de nutrição, na
próxima Lua Nova. Crie um espaço íntimo e ofereça um pouco
de vinho tinto, enquanto repete as seguintes frases:

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“Liberto-me do medo para abraçar a liberdade

Liberto a minha dor para abraçar a alegria

Liberto a minha raiva para abraçar a compaixão

Liberto a minha tristeza para abraçar a paz”

Pode acrescentar qualquer palavra ou frase que ressoe dentro


de você.

Faça este ritual de nutrição pelo menos uma vez até treze luas
para empoderar completamente o teu Útero.

3. Se é uma menina que ainda não menstrua, recebe o rito e


pode fazer um ritual para honrar o seu Útero; então deve
oferecer flores à Lua Cheia. Isto é porque o seu Útero ainda está
a florescer e ainda não teve a sua primeira flor. Pode também
repetir as seguintes frases:

“Liberto-me do medo para abraçar a liberdade

Liberto a minha dor para abraçar a alegria”

A menina deve ser orientada a só dizer as primeiras duas


frases de forma a não se sentir com tanta informação. Logo, poderá
acrescentar o que necessitar para o seu bem estar.

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Após o Ritual
Cuida-te e ama-te profundamente!

Uma vez que receba o Ritual, deve descansar e beber água


suficiente para fortalecer a eliminação de toxinas, sobretudo se antes
do ritual, foi realizada uma cura ou limpeza energética no seu ventre.

Este ritual é um processo poderoso que pode ter um período


de adaptação. Desde a sua recepção, estamos conectadas com a
Linhagem Ancestral das Mulheres Shipibo e podemos comunicar-nos
com elas ao nível sutil, em meditação e viagens xamânicas.

Como Womb Keeper (Guardiã do Útero), podes transmitir o


13º Ritual do Munay-Ki -Ritual do Útero a outras mulheres, mantendo
os códigos de ética deste ritual e das Mulheres sábias do Amazonas.

Não altere os passos,

nem a afirmação que ativa o ritual.

Por favor, respeita a linhagem e o Ritual do Útero.

Faz o seu registo, se desejar, no site do 13º Ritual do


Munay-Ki – Ritual do Útero.

http://theriteofthewomb.com/sacred-womb-sisters/

Texto traduzido do original em Castelhano para o Português


por Cristina Neves.

Fonte: www.ritodelutero.com

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Referências e textos adicionais:

- Soraya Mariani

- Universidade do Sagrado Feminino

- Marcia Bizarro (Portugal)

“Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos


conscientes e comprometidos podem mudar o mundo; na verdade, é
a única maneira disto acontecer.” Margaret Mead

Convite ao Círculo das Guardiãs do Útero

Munay Ki Brasil
“No Círculo não há hierarquia, todos têm a mesma posição, o
mesmo poder. O Círculo tem a sua Sabedoria maior que a soma de
cada uma das partes. No Círculo tornamo-nos responsáveis por nós
próprios. Tomamos consciência que fazemos parte de um Todo,
somos iguais e únicos ao mesmo tempo, somos individuais e somos
Um Todos Juntos. Desenvolvemos a compaixão por nós e pelo outro!”
Christina Baldwin

Os círculos fortalecem um vínculo afetivo capaz de despertar


a beleza e a verdade, a criatividade e a espiritualidade. Um Círculo
não exerce função terapêutica e nem substitui a terapia, embora,
muitas mulheres encontraram sua cura, em Círculos de Mulheres.

Participar de um Círculo de Mulheres é fazer parte de uma


revolução pacífica e de um movimento evolucionário e revolucionário,
voltada a uma experiência de aprendizado e

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crescimento, numa compreensão de que as relações devem ser
cooperativas, curadoras e não hierárquicas, exigindo compromisso e
coragem de cada mulher que o compõe como meio de transformação
individual e do mundo.

Vivenciar o Círculo de Mulheres é uma experiência


transformadora: estimulam, alimentam, curam, potencializam e
preparam as mulheres para agirem de forma mais sadia, produtiva e
feliz.

Sinta-se bem vinda ao Círculo de Guardiãs do Útero Munay Ki


Brasil um tempo/espaço de acolhimento e amor, onde poderemos
partilhar saberes, fazer trocas, tirar nossas dúvidas e nos apoiarmos,
fortalecendo nosso crescimento pessoal enquanto Mulheres e
propagadoras da Tradição Munay Ki.

Que bom que você chegou até aqui, só faltava você para o
Círculo ser completo!

Com carinho, reverência e gratidão!

Teresa

Geovane

Contatos

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grada.com.br/
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19 974091740

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