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O xama
Observando o movimento do Sol, da Lua, das Estações e das Estrelas nossos ancestrais
aos poucos desenvolveram uma noção sobre o ritmo natural do universo, e
compreenderam que todas as coisas no universo estão interligadas, nada existe por si
só, isoladamente. Tudo, o que quer que seja, está inter-relacionado. Alcançar a
sabedoria é justamente ter a habilidade de ver e entender a simplicidade desta inter-
relação e conexão de todas as coisas. Como tudo faz parte de um todo, não podemos
entender este Uno simplesmente desencaixando as suas partes. O verdadeiro
conhecimento revela que só é possível entender as coisas se conseguirmos
compreender a forma como elas estão conectadas ás demais. Toda a criação vive em
um estado de constante mudança, nada na natureza é imutável, nada resiste á
mudança que ocorre em ciclos e padrões, e não por acaso ou acidentalmente. Ela
obedece um princípio de transformação necessária à manutenção do equilíbrio e da
harmonia do cosmo. Observe as mudanças das estações, dos ventos, das marés e as
transformações físicas visíveis pelas quais o ser humano que, após a gestação, nasce,
cresce, vive e depois morre para renascer no mundo espiritual. As plantas crescem,
fazem surgir os botões dos quais nascem as flores que após um tempo de vida
fenecem, não sem antes beija-flores, abelhas e morcegos as polinizarem e espalharem
suas sementes para a continuidade e proliferação das espécies, e os frutos das árvores
que brotam, amadurecem e, quando não colhidos, caem, servindo de alimentos para
os animais, até que tornam a gerar novas árvores a partir de suas sementes, processo
que se perpetua nos reinos de todos os seres vivos. É este movimento de
transformação constante que atinge toda a Criação que faz o carbono tornar-se, em
um determinado momento, precioso diamante, e o silício um cristal de quartzo.
Quando temos dificuldades para ver, ou não conseguimos ver como a mudança que se
processa em nós está conectada ás outras coisas é porque o nosso ponto de defesa, a
situação de onde vemos a mudança, está limitando a nossa habilidade de enxergar
claramente. Isso se deve ao nível de apego que mantemos. Tudo faz parte de um ciclo.
Esse ciclo pode ser grande ou pequeno: pode levar uma quantidade imensa de anos
terrestres, ou até várias Eras, para se terminar um ciclo, dependendo de que ciclo
estamos nos referindo. Há os ciclos terrestres, solares, zodiacais, galácticos… assim
como há também os ciclos mentais, ciclos celulares, ciclos atômicos… e os ciclos de
vida e morte, o ciclo da água, e assim por diante. Tudo tem um princípio, e esse
princípio é o começo de um círculo. Uma volta, e o círculo se fecha, voltando a seu
início (ou chegando ao “fim”). Dessa forma tudo se renova e, ironicamente, se
mantém. Ironicamente? Sim… costumamos pensar no conceito de “manter-se” como
algo estático, mas nesse caso, é dinâmico; como exemplo para ilustrar, a bailarina se
mantém em movimento, girando em torno de seu eixo, porém, mantém-se
equilibrada. O Universo é perfeitamente otimizado, pois “nada se perde, nada se cria,
tudo se transforma”. Pode-se completar esse célebre frase dizendo “…, tudo volta ao
ponto onde se iniciou, tudo é cíclico”, Pensar ciclicamente é um dos primeiros passos
para se conectar à Natureza Essencial de todas as Coisas.
O mundo físico é real e o mundo espiritual também. Os dois são aspectos de uma
realidade, embora cada um possua suas próprias leis. No entanto, como tudo está
inter-relacionado, a violação das leis de um destes planos pode afetar o outro. Assim,
entende-se por uma vida equilibrada aquela que honra ambas as dimensões da
realidade. Não só o que pode ser visto é real, mas também é realidade o que existe de
forma não-material, como os sonhos, visões, ideais e ensinamentos espirituais. Tudo
isto integra a dimensão espiritual do desenvolvimento humano. O não-ver é
reconhecer que toda semente tem uma vigorosa árvore no seu interior e que os dons
que cada pessoa possui, e foram doados e colocados no seu interior pelo Criador, são
como frutos ‘’escondidos’’ no interior da árvore, pois, se cortada em milhares de
pedaços, nenhum fruto será encontrado. Mas os frutos estão ali e, nas condições
corretas, se revelam em todo seu potencial, sabor e beleza.
Vivendo um Caminho Quadruplo
1 – Mostrar-se ou optar por estar presente. O estar presente nos permite ter acesso
aos recursos humanos do poder, presença e comunicação. Este é o caminho do
Guerreiro!
2 – Prestar atenção ao que tem coração e significado. Prestar atenção abre-nos para
os recursos humanos do amor, gratidão, respeito e valorização. Este é o caminho do
curador!
3 – Dizer a verdade, sem culpar nem julgar. A verdade que não julga mantém nossa
autenticidade e desenvolve nossa visão e intuição interiores. Este é o caminho do
Visionário!
4- Estar aberto aos resultados e não preso aos resultados. A abertura e o desapego
nos ajudam a recobrar os recursos humanos da sabedoria e objetividade. Este é o
caminho do mestre!
A palavra “símbolo” é derivada do grego antigo symballein, que significa agregar. Seu
uso figurado originou-se no costume de quebrar blocos de argila para marcar o
término de um acordo ou contrato: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços
e assim quando juntassem os pedaços novamente, elas poderiam se encaixar
formando um quebra-cabeças. Cada um desses pedaços era chamado de symbola.
Portanto o símbolo não representa somente algo, mas também sugere algo que está
faltando, uma parte invisível que é necessária para alcançar a conclusão ou a
totalidade. Os símbolos são o coração da identidade cultural, passando informações
sobre o todos os aspectos da vida. São retirados de todas as fontes – animadas ou
inanimadas – para inspiração – para inspiração e aparecem em todas as formas
concebíveis, tais como figuras, metáforas, sons e gestos, como personificações em
mitos e lendas ou representados através de rituais e costumes. A força e os
significados de alguns dos símbolos mais antigos do mundo ainda estão disponíveis
para nós atualmente, estes podem ser encontrados na arte e nos artefatos
remanescentes das primeiras civilizações do mundo e falam claramente das
preocupações físicas, sociais e espirituais de nossos ancestrais e ao longo de sua
existência, através dos milênios, o ser humano registra, de uma forma ou de outra a
sua saga. Através da arte rupestre a Pré-História é trazida até nós, retratando em
imagens o cotidiano ritualístico e mágico do ser humano, em cenas que mostram,
entre outros, seus cultos e também sua labuta diária. O ser humano se impõe,
enquanto registro de sua existência, a partir do momento em que é capaz de deixar
suas marcas através da transformação que atribui à Natureza; também pelas
interferências produzidas e pelas singularidades culturais que se constituíram antes do
período da escrita alfabética. Num artifício de duplicar utensílios e no sentido de
representar animais e a si próprio, nos legou um sistema comunicativo cujos contextos
e detalhes foram e continuam sendo um enigma a ser decifrado, tais pinturas, em
cavernas ou abrigos sob as rochas, são encontradas em todo o mundo, inclusive no
Brasil, mostrando a importância dos símbolos nas antigas culturas xamanicas, que nos
dão a certeza de que eram feitas após as orações, transes e viagens xamanicas. As
figuras humanas com características de animais, mostram algumas formas de
experiências visionárias envolvendo os animais de poder as forças da natureza e o
mundo espiritual. Desde os tempos remotos o ser humano busca expressar suas
experiências de vida, os ensinamentos da natureza, e seus movimentos através de
cantos, danças e pinturas. A partir disto é possível comprovar a origem de nossa
espiritualidade e a descoberta do poder pessoal, existente em cada um de nós.
As Maos, os Elementos e o Poder
1: O POLEGAR
O elemento fogo e o meridiano dos pulmões são associados com o dedo polegar. Ele
restaura e equilibra. O fogo depende do ar, pois morre sem o oxigênio. Fogo e ar
curaram quase todos os males de nosso corpo. Energia, poder, vontade, desejo, raiva,
dor, motivação, brilho, paixão, iniciativa, agressividade, limitação, esforço, atividade,
criatividade, vontade, inspiração, excitáveis, coragem, bravata, compulsão, o
fanatismo, a frustração, ressentimento, raiva, a liberdade.
Definição: Protege contra o frio. Na culinária, torna os alimentos mais saborosos e
saudáveis pois elemina muitas bactérias.
Definição científica: Entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da combustão.
Signos: Áries, Sagitário, Leão
O fogo é representado pelo plasma que não é matéria, é pura energia.
2: O DEDO INDICADOR
A linguagem sagrada dos xamas é utilizada desde os tempos remotos como uma
poderosa ferramenta para curar, celebrar e para falar com o mundo natural e
espiritual. Tudo no universo é energia, e esta se propaga e movimenta através da
vibração, porém, auditivamente essa vibração chega até nós de duas formas: o ruído e
o som. Assim como o ruído, a pressa e a preocupação são uma impura e contínua
fonte de desequilíbrio, o som suave, pacífico e puro criado com instrumentos
primitivos a vocalização e os sons da natureza, são poderosos aliados para criar nas
nossas vidas mais paz, alegria, bem-estar e centramento. Instantâneo, este som suave
e natural diminui a tensão nervosa e a raiva, pacifica a mente e o corpo e nos re-
conecta com nossa essência, nosso espírito. É um processo totalmente intuitivo, no
qual o xamã comunica-se com as forças do universo e do reino natural.
O Chamado
A maioria das técnicas que visam estabelecer contato com realidades paralelas é
simples, elas dependem em grande parte da nossa capacidade de relaxar e meditar, ou
também de expandir nossa capacidade de percepção da realidade. Se desejarmos
aumentar nossa visão interior, precisamos aprender a deslocar nosso foco da visão de
realidade a que estamos acostumados, e entrar em um profundo estado de realidade a
que estamos acostumados, e entrar em um profundo estado de relaxamento,
permitindo assim que nossa mente se expanda, consegue-se isso provocando um
estado alterado de consciência. O uso correto da visualização, concentração e
imaginação criativa, induzem as formas superiores de inspiração e a uma percepção
mais consciente e plena dos mundos que nos cercam. Das três técnicas citadas acima,
a imaginação criativa é a mais importante de todas. O seu desenvolvimento adequado
clareia a nossa visão do mundo espiritual, passa-se a enxergar a essência espiritual e as
energias envolvidas no processo. Todas as energias que são trazidas dos reinos ocultos
até o plano físico se revestem necessariamente de uma imagem, que é semelhante a
uma roupagem visual, para que possamos realmente percebê-la. Isto também é
verdadeiro em relação ao trabalho com os seres elementais. Estes seres normalmente
aparecem á imagem que nossa mente e expectativa lhe atribuem. Desta forma o que
muitas vezes consideramos mero produto da imaginação, corresponde na verdade a
manifestação de alguma realidade vinda de planos que estão fora da nossa esfera de
percepção. Por meio da imaginação criativa, aumentamos a percepção da nossa
consciência, permitindo que as interações de cor e forma pouco habituais se
manifestem. A meditação é o gatilho que dispara a formação dessas imagens bem
como a capacidade perceptiva da mente. Este processo estimula a atividade no
hemisfério direito do cérebro.É por meio deste hemisfério que enxergamos e
percebemos o invisível aos nossos olhos, mas plenamente visível na tela mental, é
também por seu intermédio que percebemos a organização especial das coisas e a
relação entre as partes para enxergarmos o todo. Graças a ele vislumbramos o que
está oculto, sonhamos e temos grandes insights.
Os aspectos intuitivo, subjetivo, relacional, holístico e atemporal são atributos do
hemisfério direito do cérebro. As imagens por ele citadas originam-se a partir de
informações sensoriais e dados presentes, passados e até futuros.
O hemisfério direito é o caminho reto aos níveis mentais mais profundos do
subconsciente, nos quais, antigas memórias e percepções sutis, encontram-se
armazenadas.
Waoky Caa Yari
( Invocando Os Espíritos da Natureza )