Você está na página 1de 148

SUMÁRIO

Argobol...................................................................................................3
Botânica II........................................................................................ 17
Estudos Demográficos.............................................................. 33
Estudos Estelares........................................................................ 43
Feitiçaria Preventiva.............................................................. 55
História Brasileira...................................................................... 63
Iniciação de Priores.................................................................... 81
Poções e Antídotos..................................................................... 93
Prática Antitrevas................................................................. 105
Runas Antigas............................................................................ 119
Trato das Criaturas Sereianas..........................................135
Todos os direitos são reservados a Escola de Magia e Bruxaria do Brasil®
Inspirado no universo da escritora Vanessa Godoy
Argobol
CONJURADOR
Orion Lee
ARGOBOL

Como nasceu o
Argobol?

Aqui nasceu o
argobol, digo, o
Ringball

5
ARGOBOL

´ ria
A Histo
A o contrário do que se acredita, o argobol não surgiu na França. Ele foi cria-
do despretensiosamente pelos astutos bruxos da ilha de Bliss, nas Bahamas.
Sagazes, esses bruxos enfeitiçaram sua ilha de uma
forma nada convencional. Enquanto escondemos nos-
sas cidades mostrando aos juruás brejos e pântanos, essa
população manteve a exuberância de suas praias, mas com
alguns “porens”.
Os juruás enxergam lá apenas uma ilha nativa e desabitada.
Ou melhor, eles deveras acreditam que a ilha de “Big Major
Cay”, como a conhecem, é habitada por uma colônia de porcos
selvagens.
Bem, não se trata realmente de porcos, mas essa foi uma
alternativa inesperada e, de certa forma, divertida, de como os
bruxos de Bliss resolveram se esconder, ou melhor, se mostrar aos não-mágicos.
É claro que se tratando de uma ilha paradisíaca os juruás aparecem vez ou outra para turismo.
Vejam só, até apelidaram o lugar de “ilha dos porcos”. Porém, sem menor estrutura para pernoite,
eles apenas passam o dia no mar, algo que nunca incomodou os locais.
Foi no deslumbre dessa paisagem que nasceu o “Ringball”, traduzido no Bàdiu para “argobol”.
Inicialmente esse esporte era aquático, um misto de refresco e entretenimento, até que Jérémie
Profiteur, um dos donos da francesa Voler, decidiu passar férias com a família na pequena ilha,
que também é um refúgio dos sonhos da comunidade bruxa.
Foi assim que em 1879 o esporte foi levado para a França, se popularizando em outras partes
do mundo através dos ambiciosos da Voler, um dos primeiros fabricantes de vassoura em larga
escala da Europa. Para vender seus exemplares, o Sr. Profiteur criou uma necessidade, forçando as
pessoas a comprarem vassouras para jogar.
Tirou o esporte da água, levando a solo e aumentando astronomicamente a altura da argola.
Ainda hoje a empresa existe com sede em Paris, e vem desta época a popularidade que os franceses
ganharam no esporte que “criaram”. Também fica neste país o maior estádio do mundo, o Magie
Bleue, sede da final dos principais torneios.
A Voler, uma companhia criada pelo bisavô de Jérémie Profiteur, e que estava próxima
da falência, se tornou o maior nome em vassouras e artigos esportivos de todo o mundo
bruxo, competindo apenas com a brasileira FlyUp.

6
ARGOBOL

Como Jogar?
O jogo é composto por sete jogadores, sendo um goleiro, três atacantes, dois
rebatedores e um pegador.
São quatro bolas que compõe a partida: Uma pelota,
que só pode ser usada pelos atacantes; Duas bruacas, que
só podem ser disputadas entre os rebatedores, e por fim, a
bola dourada, que entra no final, incumbida de ser capturada
pelo pegador.
Uma trave com três cavidades é posicionada de cada
lado do campo.
A argola (ou aro) mais alta vale 15 pontos, a mediana
10, e a mais baixa, apenas 5 por exigir menos equilíbrio dos
atletas – ainda que ele precise passar pelo goleiro, que pode
usar até a vassoura para se proteger.
Apenas os atacantes podem pontuar com a pelo-
ta, enquanto os rebatedores têm a difícil missão de
“queimar” os atacantes adversários com as bruacas,
diminuindo o ritmo de jogo dos rivais. Toda vez
que um jogador é atingido por essa bola infeliz
e mais rígida do que as demais, ele deve dar
uma volta em seus aros, atrasando um bocado
a sua jogada.
Os pegadores normalmente são os heróis do time, pois eles têm que perseguir uma bola colo-
rida e afrontosa, que não economiza nas dentadas. Sendo a mais difícil, ela vale 30 pontos e não
são raras as vezes em que elas salvam o placar de um time que estava fadado a derrota. Bem,
essa última etapa tem dez minutos de duração e, caso ela não seja alcançada, mantêm-se o placar
do tempo normal de partida.

partidas com
No campeonato estudantil teremosa bola
duração total de 10 minutos, tendo dourada a
partir do quinto minuto. AS!!
VAI DRAG
Orion Lee
7
ARGOBOL

Argobol
Profissional
O argobol rapidamente conquistou milhares de fãs, tornando-se o esporte mais
acompanhado do mundo.
Os números impressionam:

IO88 TIMES 372 ESTÁDIOS ARRECADAÇÃO


PROFISSIONAIS PROFISSIONAIS SUPERIOR A 2
BILHÕES DE DOBRÕES
42 BRASILEIROS 16 BRASILEIROS TODOS OS ANOS

O Brasil é uma das potências mundiais do esporte, angariando todos os anos milhões de do-
brões em patrocínios, campeonatos e negociação de jogadores para times estrangeiros.
Justamente por ser um mercado superaquecido e em constante crescimento, a Escola Superior
de Desportos tem atraído cada vez mais interessados na vida esportiva.
Referência no país e em toda América Latina, essa instituição prepara os seus alunos para atuar
em todo o cenário, desde o atleta até o diretor financeiro.

CURIOSIDADE
Mais de 21 mil brasileiros atuam no argobol internacional.
São atletas, dirigentes, clínicos, preparadores físicos e até
empresários.

O esporte segue as diretrizes da FIR (Fédération Internationale de Ringball), com


sede em Paris, na França, fundada em 21 de maio de 1881 por Jérémie Profiteur.
No Brasil a entidade máxima do argobol é o Comitê Nacional (CN),
e tem sede em Fufa, nas demarcações de
Austral.

8
ARGOBOL

Atualmente o Comitê é dirigido por


Zacarias Zobel, o “Zazá”, ex-diretor finan-
ceiro do Tulguense.

^ SABIA?
VOCE
Os estádios empregam mais de 1 milhão de pessoas direta
ou indiretamente todos os anos!

Tulguense
Íbis Carioca
Leviatã
Uritano N os Jogos da Pátria, os times são classi-
ficados em três tipos de séries: SÉRIE
ALFA, SÉRIE BETA e SÉRIE GAMA.
Akhenatense
Quiproquó
Atroz A.C
Folhaverde

9
ARGOBOL

Conheça nossos principais


Estádios do Bádiu
Magie Bleu - FRANÇA
68.072 TORCEDORES

I Estádio Arquétipo - VILA VARETA, AUSTRAL


31.278 TORCEDORES

II Estádio Oneroso - TULGAR, MEÃO


24.003 TORCEDORES

III Arena Cuy - CUY, SARÇA


20.589 TORCEDORES

IV Estádio Metropolitano Antonieta Miraflores - CHAMUSCO, AUSTRAL


17.321 TORCEDORES

V Campo do Faraó - PÉLAGO, MEÃO


16.679 TORCEDORES

VI Estádio Caiçara - GALALAU, DÉDALO


14.811 TORCEDORES

VII Estádio Alquimista - REBUÇADO, MEÃO


12.520 TORCEDORES

VIII Atrozão - LAMBÃO, ATROZ


11.101 TORCEDORES

IX Estádio Mapinguari - PATUSCO, SARÇA


10.005 TORCEDORES

X Estádio Décio Bolicho, “Bolichão” - BILBOQUÊ, SARÇA


9.899 TORCEDORES
BARBA, Vavá. Argobol arte. Vila Vareta: Editora Nhanduti, 201

10
ARGOBOL

Dragas da Romênia
Conheça a história do
Dragas através deste
emocionante conto que
narra a trajetória da
grande Crina Petrescu

12
ARGOBOL

A querida de Ferentari
Para alguém de fora poderia parecer que as pessoas estavam fazendo fila em
frente a uma cozinha móvel de sopa para os sem-teto. Mas os viciados estavam
aproveitando a pouca ajuda disponível: seringas limpas. Para as pessoas que espe-
raram pacientemente ao redor dessa ambulância, quatro noites por
semana, pacotes novos de agulhas eram uma tábua de salvação e
uma forma de moeda.
Ferentari, o gueto superpopuloso de Bucareste, capital
da Romênia, era o palco triste dos sonhos da menina Cri-
na, que puxava nas lembranças a imagem da única vez que
estivera diante do rio Dâmbovita: a imensidão de água e
esperança dos romenos.
O vício e a fome eram velhos conhecidos daquelas famílias
que pouco conheciam sobre dignidade. A morte era exímia
frequentadora da Rua Viitor, 7, a casa da família Petrescu, que
de futuro só tinha mesmo o endereço.
Logo na infância, percebeu que conseguia fazer coisas
que outras pessoas não conseguiam e por muito tempo
escondeu, por medo de retaliações. Quando recebeu a carta
convocatória da Școala Vrăjitoare din Transilvania (Escola
Bruxa da Transilvânia), foi enviada de pronto pelo pai, mesmo sem saber exatamente
do que se tratava. Após a morte da esposa, deu um jeito de se livrar de cada um dos 6
filhos, por medo ou preguiça.
Não demorou para que se destacasse na dinastia Bran, talvez a mais agressiva e justa
dentre as três dinastias que compõe a Vrăjitoare din Transilvania. Para alguém que nunca
viu propósito no mundo em que vivia, descobrir que existia outro foi mais que um con-
forto… Um renascimento!
Por anos as corujas cruzaram a cordilheira dos Cárpatos com destino a Rua
Viitor, 7, a velha rua do Futuro, com eles dizeres: “Que a paz encontre Feren-
tari, papai”.
Alguns anos depois voltou para constatar que a paz ainda não havia encon-
trado Ferentari, mas que seu pai encontrou a dele dois anos após o início
de seus estudos. Foi quando decidiu se

13
ARGOBOL

mudar para Dealurilor, a maior cidade


bruxa da Romênia.
A Escola Superior de Dragões da Romênia sempre foi um sonho
para os adoradores de criaturas mágicas e a Romênia é o paraíso da espécie.
A tradição é tanta que essa informação é de conhecimento
até do mundo não-mágico, que constantemente usa
o país e os seus animais em suas histó- rias de
fantasia. Esse era o sonho de Crina
desde que segurou seu primeiro ovo de
dragão, aos treze anos, em uma aula
do Sr. Ivan. Porém, o valor era fora
da realidade dos bruxos romenos, de
modo que a escola era praticamente frequentada
exclusivamente por estrangeiros. Seria um sonho
distante da jovem bruxa criada longe da magia,
isto é, se não fosse uma exímia integrante da di-
nastia de Bran. Crina não se deu por vencida e,
foi a primeira aluna a entrar na ESDR com desconto
de pátria. Desde então seus compatriotas usufruem da instituição
mais respeitada do mundo.
Crina abraçou a oportunidade como se fosse a última e frequentemente se destacava
entre os outros alunos. Dentro do seu tempo, desfrutava de tudo que a escola tinha a
oferecer e isso incluía o campo de Argobol.
A ESDR era conhecida pela qualidade de seus atletas nos jogos intercalasses. Entre as
maçantes aulas de primeiros socorros e as divertidas e perigosas aulas práticas, Crina se
dedicava à função de atacante com o mesmo empenho que dedicava às provas de fim ano.
Com a proximidade do campeonato, resolveu conversar com Kléber, um francês de
muito prestígio e cabelos sedosos, mas com histórias um tanto quanto embaraçosas de aulas
com trato de dragões. Sem dúvidas o capitão do time principal não era um exemplo de
coragem, mas neste momento o importante era que ele e seus colegas dos músculos de
aço defendiam a Escola Superior de Dragões da Romênia nos jogos contra outras
escolas. Assim que apareceu o primeiro cartaz buscando novos jogadores, Crina
se encheu de coragem para procurá-lo. Porém, não foi recebida da maneira que
achou que seria:
– Agradeço o interesse, Crenia… Crinia… Enfim, são jogos muito duros e
estamos procurando jogadores de porte mais, mais… Atlético! - respon-
deu Kléber enquanto colocava o cabelo

14
ARGOBOL

atrás da orelha – É o time principal e


não podemos brincar, você entende,
não é? Somos a única escola da Romênia na competição. Jogo para
fortes. Para fortes… – completou enquanto lhe virava as costas sem mais
nem menos.
Naquele momento, ainda incrédula com a situação, Crina começou a lembrar
das poucas vezes que saiu de Ferentari com os pais quando criança. Kléber em
alguns minutos de conversa conseguiu lhe dirigir o mesmo olhar que as pessoas do
centro direcionavam à sua família. Por uma fração de tempo, mais uma vez, experimen-
tou aquela situação que parecia mais humilhante agora do que antes. Após o período de
perplexidade, não teve outra saída senão voltar à rotina.
Os cartazes continuavam lá, onde sempre estiveram. Buscando um jogador atlético
para defender a escola, mas por algum motivo torpe, Consuelo, uma aluna espanhola que
ostentava mais do que seu 1,60cm, também foi recusada por Kléber. E depois de Con-
suelo, o mesmo aconteceu com a brasileira Catarina, a russa Irina, e tantas outras que não
fazia nem mais sentido contar. Foi quando Crina resolveu procurá-las:
– Assim como eu, vocês não foram aceitas no time da escola. – Lamentou. – Por algum
motivo que escapa à nossa vontade e à nossa dedicação, queridas, não tem lugar para nós,
por mais que os cartazes continuem espalhados diante de nossos olhos.
Talvez tenha doído mais em Crina do que em suas colegas, porque para não era só
a negativa de um evento esportivo, era além. Foi o olhar, “aquele” olhar. O olhar que
ofendeu a memória do finado pai e da mãe, que perdeu para o vício tão cedo. A ofensa
se estendeu aos irmãos que nunca mais tivera notícia. Doeu porque era “o olhar” para o
sapato de borracha na infância, às margens do rio Dâmbovita, sua memória mais bonita.
Era “o olhar” daqueles que passeavam pela calçada enquanto ela admirava a extensão das
águas e se protegia do frio com o suéter manchado de seu irmão Ali. Quanta saudade
sentia do cheiro de Alin, insistiu:
– Queridas, neste mundo, mágico ou não-mágico, precisamos ir adiante por mais injus-
to que tudo pareça. Nós podemos criar um time onde a vontade das pessoas será a maior
das leis. Um time do povo para o povo, onde as pessoas serão bem-vindas independente
do resultado que poderão trazer.
Por mais político que tenha soado às meninas que não tiveram toda a moti-
vação advinda das experiências que eram só de Crina, todas se animaram com a
possibilidade. Imediatamente começaram a cogitar nomes e cores para o “time do
povo”. Foi quando foram surgindo as ideias.
– Nós somos as queridas de Crina Petrescu! – lembrou Catarina,
referindo-se a maneira carinhosa com

15
ARGOBOL

que a romena usava o adjetivo para


tratar com o time.
– Mais que isso… Vocês são as queridas da Romênia. Somos as Dragas
da Romênia! – Se emocionou a Srta. Petrescu usando o próprio idioma.
As queridas da Romênia não competiram aquele ano. O time da ESDR saiu
do campeonato na primeira fase e metade do time foi obrigado a parar de jogar
pelo baixo rendimento escolar. Crina Petrescu foi a primeira pontuadora no cam-
peonato interclasses e, no ano seguinte, as queridas da Romênia trouxeram a vitória para
a Escola Superior de Dragões.

Anotações
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
______________________________________________
________________________

16
Botânica II
FLORA BRASILEIRA COM ÊNFASE EM
VARINHAS MÁGICAS
CONJURADORA
Berlamina Fajardo
BOTÂNICA II

“Plantas que gritam não mordem, as


que mordem não andam, e as que
andam não gritam”

- Otávio Pépequeno, botânico morto por


uma planta que gritava, corria e mordia

Considerações da conjuradora técnica


A primeira consideração, e talvez a mais importante delas, é: Nunca subestime uma planta.
As plantas são extremamente poderosas, e as mesmas que matam, também têm o
poder de trazer a cura através de suas infinitas propriedades.
Sendo o nosso Bàdiu abastado de campos e florestas, temos grande variedade de espécies, e
uma bonita herança ancestral. Muito antes da chegada dos juruás, esses antepassados tribais já se
dedicavam ao estudo da flora brasileira, buscando elementos curativos e contraceptivos, livrando-
-nos de enfermidades, e, claro, desenvolvendo boa parte do conhecimento em poções e elixires.
Mas, Berlamina, as plantas são apenas aplicadas em poções? Certamente que não. Como pude-
mos observar no primeiro ano, através dos estudos de Paracelso, a botânica tem grande responsa-
bilidade para com as matérias laboratoriais, sendo parte importante no fornecimento de insumos,
mas, não são usadas apenas para este fim.
O surgimento das vassouras de madeira data um importante marco na história do mundo
bruxo. Grandes progressos só foram possíveis graças ao escambo de ideias que o poder de
ir e vir nos proporcionou.
Neste ano letivo daremos ênfase a mais um progresso da humanidade que se deu
através da botânica: a confecção das varinhas mágicas.

19
BOTÂNICA II

A Origem das
Varinhas Mágicas
Texto extraído da apostila de Feitiçaria, ano 1, página 84

A varinha tem sido usada ao longo de milênios para canalizar a energia do bruxo a
qual ela pertence, mas como elas surgiram?
Bem, dos antigos egípcios aos druidas¹, varinhas e cajados sempre foram as ferramentas pre-
diletas de rodízios mágicos.
Na antiguidade apenas os mais formais poderiam carregar uma “vara de ofício” ou “bastão do
ofício”, como elas eram chamadas, sendo um objeto de status.
Ao que indicam as pesquisas, elas foram criadas no antigo Egito, onde existem hieróglifos mos-
trando sacerdotes segurando os bastões, porém a prática pode ser ainda mais antiga. Antropólogos
acreditam que algumas pinturas de cavernas, datadas da idade da Pedra, mostrem pessoas portando
as varas, um atestado de poder dado aos líderes das tribos.
Estudos minuciosos da Sapiência (Escola brasileira de educação e pesquisas), relatam que nossas
tribos já produziam varinhas rústicas, mas que aqui também era um artefato reservado aos grandes
líderes, como pajés e caciques. Por hora essa informação ainda não pode ser confirmada.

Abaixo uma matéria interessante e esclarecedora sobre o mercado de varinhas no Bàdiu:

Revista

varinhas
Um mercado crescente, lucrativo e necessário
Ainda que não saibamos com exatidão quando a primeira varinha sur-
giu no mundo, ela canaliza a magia dos bruxos há milênios, inclusive
aqui no Bàdiu.
Foi Akhenaton, o faraó egipcío com coração pelaguês, que trouxe esse
artefato ao nosso país, logo que apresentou à tribo Guaricai.
Talhada na nobreza do Ébano rosa, e potencializada com pena de
Íbis sagrado, um símbolo de sabedoria daquela civilização, aque-
le bastão medindo 33 centímetros
nos conduziu rumo ao futuro.

20
BOTÂNICA II

Bem, tanto tempo depois, as


varinhas se popularizaram, é claro.
Dizendo muito sobre o caráter e o poder de um bruxo, elas dispu-
tam a atenção dos consumidores com grande variedade de tamanho,
insumos e adornos, e são vendidas por inúmeros fabricantes.

C
aubi Porã, índio da tribo Porã dos arredores de Uritã, nas demarca-
ções de Sarça, foi o primeiro fabricante de varinhas em larga escala
que se tem notícia em solo brasileiro.
O índio ficou mundialmente conhecido pela qualidade de seus produtos, que
eram desenvolvidos com madeiras de lei da floresta amazônica, mas o sucesso
vai além disso. Caubi soube aproveitar a abundância de pedrarias da região,
incluindo o topázio azul, produzindo varinhas adornadas, que mais pareciam
obras de arte.
Infelizmente, ele morreu em 1947 e seus descendentes não deram continui-
dade ao trabalho.
Ficou curioso? O Museu da Memória, em Uritã, expõe diversos trabalhos
desse ilustre uritano.

Q
uem não conhece a Priori Varinhas
Exclusivas? Pois bem, há décadas
as varinhas finas da marca são ob-
jeto de desejo dos bruxos deste país.
Cheias de bom gosto e requinte. Os artefatos
mexem com o imaginário do consumidor, mas,
você conhece as mentes brilhantes por trás da
gigante varejista?
Pequeno e Grande são elfos que serviram a
Hector Fajardo. Sim, você não leu errado, queri-
do leitor. Realmente me refiro a Hector Fajardo,
aquele antigo presidente que dividiu o senti-
mento dos eleitores entre amor e ódio.
Viúvo, o político perdeu a esposa no par- Berlamina Farjado
to de sua única filha, confiando a criação da menina a dupla de elfos.
Mais tarde, como forma de agradecimento, Berlamina soube recompen-
sar seus companheiros, financiando a abertura da primeira loja da
Priori, na Rua Sem Fim.

21
BOTÂNICA II

A Revista Merlin traz uma


entrevista exclusiva com os empresários.

- Por que Priori?

Pequeno - Bem, essa loja só foi possível pela generosidade de nossa


madame. [Berlamina Fajardo] Por isso quisemos fazer uma
homenagem a ela, que é prior. É uma botânica forense.

- Elfos são criaturas que não conseguem canalizar a


magia por varinhas, todavia é popular um fascínio que
os elfos, de modo geral, desenvolveram por elas. Vocês
poderiam apontar um motivo?

Grande - Provavelmente por não as usar. Tudo o que não podemos


ter tende a trazer certo fascínio. Infelizmente muitos elfos, na
época da escravidão, foram torturados pelas varinhas de seus
senhores, mas isso não os fez deixar de sonhar com elas. Nes-
te caso, nossa adoração sempre foi pelas plantas, e fabricar
varinhas foi consequência disto.

- Quem fabrica as varinhas Priori hoje em dia?

Pequeno - Nós ainda participamos da fabricação, não é? Mas com a


abertura de tantas lojas, nós tivemos que buscar ajuda – ri-
sos – Nossa fábrica está na zona rural de Vila Vareta e, hoje
contamos com mais de duzentos mestres varinheiros.

- Os números da Priori realmente impressionam, mas me


diga, como o leitor pode se tornar um varinheiro?

Grande - Antigamente era diferente, mas hoje se pode aprender esse


ofício no Teofrasto, a escola superior de botânica.

- Vocês consideram este um bom investimento no


ensino superior?

22
BOTÂNICA II

Pequeno - Ah, sim, é claro que sim.


Grande - Todo bruxo precisa de uma varinha, e muitos que
já têm, em algum momento precisarão de uma nova.
Então... diria que é um mercado formidável.
- Um bruxo pode sonhar em fabricar varinhas Priori?
Grande - Fabricar, não, pois a Priori tem orgulho de ter varinhas
torneadas pelas mãos de elfos livres e bem remunera-
dos.
Pequeno - Mas a Priori contrata muitos bruxos, não é Grande?
Uma boa varinha depende de bons insumos

- Quase que me esqueço. Bem, o bordão da firma é “Va-


rinhas produzidas por elfos livres e assalariados”, então,
para qual posto a Priori contrata bruxos?

Grande - A Priori conta hoje com grandes botânicos e excelentes pro-


fissionais no trato de criaturas mágicas.

No fim da entrevista, os elfos empresários se mostraram otimistas sobre o


mercado de varinhas no Bàdiu, que vem em uma grande crescente. Pergunta-
dos, ambos foram categóricos ao incentivar que os jovens bruxos apliquem suas
notas em escolas superiores como Teofrasto e Liceu de Ases, instituições que
preparam na prática os jovens para este mercado de trabalho.

Alô Merlin!
A revista Merlin quer saber de você: Pensa em aplicar seu exórdio em
escolas especializadas para se dedicar a este mercado, ou, já faz parte dele?
Esperamos a sua carta aqui na redação.
Avenida dos Alquimistas, 519, sala de economia, Vila Vareta – Bàdiu.

23
BOTÂNICA II

Flora Brasileira
com ênfase em Varinhas Mágicas
O que são Varinhas Mágicas?

A s varinhas são instrumentos mágicos pelo qual o bruxo pode canalizar o seu poder fazendo
uso de encantamento verbal.
Cheio de magia, esse instrumento é conhecido como “quase consciente”, pois é o artefato que
chega mais perto da consciência, agindo pela potência e característica de sua madeira e núcleo, e
influenciando diretamente na vida de seu portador.
Cada varinha tem sua própria personalidade, e é confeccionada com um diferente tipo de
madeira e recheada pelo seu potenciador, conhecido por núcleo.
Ainda que uma varinha seja feita com a madeira de uma mesma árvore, e tenha propriedades
mágicas de uma mesma criatura ou planta, continuarão sendo diferentes. Apesar da similaridade
das características, cada varinha tem sua própria personalidade e combina suas habilidades com o
caráter de seu dono.
De acordo com as falácias populares o tamanho de uma varinha diz muito sobre o caráter de
um bruxo, enquanto a flexibilidade explica a versatilidade e a possibilidade de mudança.
Isto quer dizer que, quanto maior a varinha, em tese, maior a conduta de seu porta-
dor. Vale lembrar que, geralmente, as varinhas circulam entre 20 e 40 centímetros.

A seguir um apanhado de núcleos populares da flora brasileira

24
BOTÂNICA II

Enforcárvore
LOCAL DE MAIOR CONCENTRA-
ÇÃO: Floresta do Volutabro – Sarça
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas
móveis
FORMA DE PLANTIO: Diretamente
no solo

A pesar de ser encontrada em outros lugares,


essa espécie é original de Sarça. Sua maior
concentração se da na zona mais alagadiça de Tremedal,
a terrível floresta do Volutabro.
Não se engane com seus galhos finos. Essas plantas têm
muitas raízes, algumas bem fundas na terra, e outras na super-
fície, o que lhe dá força para castigar suas vítimas. Além disso,
suas raízes são poderosas, confusas e emaranhadas. Cruéis,
as enforcárvores enrolam raízes e galhos no pescoço de suas
vítimas, causando morte imediata por estrangulamento. Na
natureza é muito comum encontrar animais mortos debaixo
delas, como se fossem macabras decorações natalinas.
Por causa de sua natureza agressiva e mortal, essas
árvores são plantadas em torno de casas, castelos e outras
edificações que não querem receber intrusos.
Um caso nacionalmente conhecido é o uso de enforcárvores nas imediações da fortaleza de
bruxos das trevas, entre 1996 e 1998, dificultando o acesso das tropas de segurança.
São também as enforcárvores as responsáveis por executar prisioneiros de alta periculosida-
de condenados à morte. No Priorado dos Magos, na capital Vila Vareta, está o pátio de exe-
cuções, um local a céu aberto onde os priores se encarregam de entregar os presos as plantas.
Conclui-se com isto, que, essa espécie não pode ser plantada sem que o objetivo seja
matar alguém.
ENFORCÁRVORE ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS
Escuro e gelatinoso, o núcleo se concentra perto das raízes mais profundas, o que
torna sua extração muito perigosa, trazendo grandes riscos de morte por enforcamento.
Graças a dificuldade de extração, essas varinhas são artefatos raros, mas sabe-se que
são varinhas cruéis e vingativas, com poder especial para invocar maldições. São escuras
e terríveis, mas inegavelmente poderosas.

25
BOTÂNICA II

Samambaia Tristonha
LOCAL DE MAIOR CONCENTRAÇÃO: Perto de manguezais
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas móveis
FORMA DE PLANTIO: Diretamente no solo ou em vasos

M ais uma espécie genuinamente brasileira, samambaia vem do tupi-guarani, “sama-


-mbae”, que significa, “o que torce”.
Em suma, a samambaia tristonha e a juruá
são muito parecidas, e o que a torna especial, é
o temperamento. Nossas samambaias mágicas se
encolhem quando estão deprimidas.
Elas costumam suspirar de vez em quan-
do, e ainda podem pular para fora de um
vaso se não estiverem bem enterradas.
Apesar de algumas aplicações, as suas pro-
priedades e um comportamento um tanto
quanto desanimador, as samambaias tristo-
nhas, em si, são plantas dóceis com sentido,
incapazes de fazer mal in natura.
Se quer investir neste plantio, é reco-
mendado um bocado de paciência, mas o resul-
tado pode ser encantador. Recomenda-se conversar com a planta com frequência, e o uso de
música. Sendo está uma planta com tendências depressivas, ela pode se desenvolver melhor
se sentir assistida.
Seus galhos são insumos poderosos em poções analgésica, porém, suas folhas são mundial-
mente populares na fabricação de explosivos.
Sabe-se que uma quantidade significativa foi enviada à Europa em 1914, onde mestiços
promoveram atentados que acabaram desencadeando a primeira guerra mundial e as guerras
secretas. Além desse fato histórico envolvendo os juruás, temos um caso conhecido aqui no
Bàdiu, quando em 1996, o mercado de pulgas de Vila Vareta foi atacado com explosivos de
fabricação caseira.

SAMAMBAIA TRISTONHA ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS


Normalmente o núcleo se encontra na base de seus longos galhos.
As varinhas que utilizam esse núcleo geralmente se empoderam quando usados feitiços
de fogos, sendo capazes de causar grandes explosões, destruindo obstáculos.
Elas tendem a atrair bruxos mais introspectivos, como elas, e, às vezes, bruxos
que apresentam certa melancolia.

26
BOTÂNICA II

Musgo Aderente
LOCAL DE MAIOR CONCENTRAÇÃO: Demarcações de Atroz
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas móveis
FORMA DE PLANTIO: Diretamente no solo ou em vasos

O musgo aderente é uma espécie de musgo verde e altamente viscoso que tem como
característica se grudar de forma quase irreversível.
É uma planta pequena em altura, passando-se por uma gramínea, mas que pode se estender
por alguns metros se não estiver dentro de um vaso, criando um verdadeiro tapete verde por
onde vários animais podem ficar fatalmente grudados.
Os animais presos a este musgo tendem a morrer de fome ou sede, uma vez que o adesivo
perde seu efeito apenas quando entra em contato com pó de cacau, um dos ingredientes do
chocolate. Hoje várias organizações filantrópicas fazem um bonito trabalho de salvamento nas
demarcações de Atroz.
Bruxos que manipulam esta planta para confecção de adesivos, ou até atletas que se dedi-
cam a modalidade de escalada sem cordas, tomam uma série de cuidados para que as viscosi-
dade da planta não seja irreversível. Ainda assim, essas práticas exigem uma série de cuidados
e devem ser exercidas com responsabilidade.

MUSGO ADERENTE ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS


Deve ser extraído com cuidado para evitar acidentes, pois trata-se de uma planta muito
pequena, e seu núcleo alaranjado é difícil de ser encontrado em tanta viscosidade.
Varinhas com esse núcleo costumam ser eficientes, duráveis e confiáveis. Não têm ne-
nhuma grande habilidade especial, mas em contrapartida, são varinhas para uso a longo prazo,
extremamente difíceis de quebrar, nunca deixando um bruxo na mão. Varinhas de musgo
aderente não falham.

27
BOTÂNICA II

Fruta-Ligeira
LOCAL DE MAIOR CONCENTRAÇÃO: Demarcações de Austral
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas móveis
FORMA DE PLANTIO: Diretamente no solo ou em vasos

A árvore de fruta-ligeira, como o próprio nome diz, é uma grande árvore frutífera
encontrada mais facilmente nos interiores da demarcação de Austral.
Trata-se de uma grande árvore gigante, com mais de 6 metros de altura e frutas re-
dondas e vermelhas. Estas frutas são chamadas de frutas-ligeiras.
O que a torna tão especial é o fato das frutas não caírem nunca pela ação do vento ou
do amadurecimento. É a própria árvore que arremessa seus frutos em direção de quem passe
por perto.
Faz-se necessário o uso de equipamentos de proteção durante a colheita, pois o nome
“ligeira” tem muito a ver com a força que a árvore arremessa seus frutos

FRUTA-LIEGEIRA ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS


O núcleo desta planta situa-se em algum lugar do tronco. São vermelhas iguais aos
frutos, mas apesar do tamanho da árvore, são pequenas, o que lhe torna árdua a tarefa
de encontra-lo.
Varinhas com este núcleo são arredias e desconfiadas. Tendem levar um tempo para se
adaptar ao bruxo que as usa. Até que se adapte, é normal que o bruxo erre até mes-
mo feitiços simples, mas depois se tornam varinhas excelentes em pontaria.

28
BOTÂNICA II

Planta-Dragão
LOCAL DE MAIOR CONCENTRAÇÃO: Demarcações de Atroz
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas móveis
FORMA DE PLANTIO: Viveiros

A planta dragão é uma planta pequena, vermelha


e muito agressiva. Assemelha-se a uma planta
carnívora em seu formato, mas costuma caçar muito mais
que simples insetos.
Estas plantas têm bocas pequenas, mas seus
dentes são afiados e duros como ferro. Cos-
tumam sair do local onde estão plantadas e
caminhar com suas raízes por alguns metros
procurando alguma presa, normalmente pequenos
animais, ou outras plantas mágicas.
Atacam suas presas disparando contra elas um
líquido altamente corrosivo, e após isto, saem na
mordida até conseguir abater a vítima.
É raro o ataque destas plantas aos humanos,
mas esta possibilidade não pode ser descartada, pois são
plantas muito territoriais. Apensar de andarem alguns metros
procurando sua caça, sempre acabam voltando para o local em que nasceram. Uma série de
providências são tomadas nos limites da demarcação de Atroz, onde elas crescem livremente.
Recomenda-se a quem quiser cultivar estas plantas em casa que mantenha um viveiro bem
fechado. Uma vez por semana deve-se colocar algum pequeno animal dentro do viveiro para
que a planta se alimente. Não se esqueça de alimentar a planta dragão, pois se ela ficar muito
tempo sem comida é provável que utilize seu cuspe corrosivo para abrir um buraco no viveiro
e procurar alguma presa.
Estas plantas, apesar de agirem como criaturas, não possuem consciência propriamente dita.
Seus atos são totalmente previsíveis, sem emoção ou estratégia. Elas simplesmente reagem ao
mundo a sua volta.
PLANTA-DRAGÃO ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS
O núcleo pequeno e vermelho-fogo desta planta situa-se perto de sua garganta. É
minúsculo e se recomenda o uso de lupa para fazer a extração.
Varinhas com este núcleo são agressivas e ótimas para conjurações e feitiços com
fogo e na fabricação de venenos. Um bruxo usando esta varinha pode ter grande
sucesso criando ácidos para os mais diversos
fins.

29
BOTÂNICA II

Volitária
LOCAL DE MAIOR CONCENTRAÇÃO: Demarcações de
Austral
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas móveis
FORMA DE PLANTIO: Diretamente no solo ou em vasos

A volitária é uma flor de caule verde com longas


e finas pétalas brancas. São conhecidas por gira-
rem em seu próprio eixo fazendo com que levante
voo quando tocadas. Um campo cheio destas flo-
res é um espetáculo lindo de se ver.
Por causa da beleza de seu voo, é comum
que bruxos as utilizem em casamentos e em decora-
ções diversas. Além de proporcionarem uma bela cena, estas
flores enchem o local com um agradável perfume
com grandes poderes tranquilizantes.
É desaconselhado cheirar uma destas
flores, pois o pólen em excesso pode fazer a
pessoa desmaiar.
Volitárias podem ser utilizadas também como sinalizadoras: É
comum em áreas rurais um bruxo perdido tocar em várias destas
flores para que possam descobrir seu paradeiro ao verem dezenas
de pontos brancos subindo aos céus.

VOLITÁRIA ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS


O núcleo branco situa-se no caule. Parece uma gota branca
e pequena, mas que exala um cheiro agradável ao ser retirado da
planta.
As varinhas resultantes deste núcleo costumam ser poderosas em feitiços que visam à cura
ou a proteção. Não costumam ser boas para feitiços trevosos e alguns até mesmo dizem que
se recusam a fazer maldições.
São varinhas delicadas e voltadas ao bem, escolhendo normalmente bruxos com o
coração voltado a ajudar outras pessoas.

30
BOTÂNICA II

Mato-T inhoso
LOCAL DE MAIOR CONCENTRAÇÃO: Litoral de Pélago, Austral
CARACTERÍSTICAS BÁSICAS: Plantas móveis
FORMA DE PLANTIO: Não é aconselhado

S uas várias raízes se projetam


para fora da areia, sempre tate-
ando em busca de algo para enroscar e
puxar para o fundo.
Em características se parecem muito
com a enforcárvore, porém, difere-se o
tipo de solo, e a presença da folhagem,
que, neste caso, semelhasse a algas. Assim
como a enforcárvore, uma mato-tinhoso
pode ser mortal para quem passa por perto.
São extremamente agressivas e sua criação
é desaconselhada. Por este motivo sua quantidade
está diminuindo.
O governo do distrito de Pélago, cidade tu-
rística, fez um grande trabalho para livrar seus
turistas deste perigo. A única praia que não
está livre destas plantas é a Praia Danada,
morada das maiores bestas marinhas. Vale
lembrar que ela é imprópria para banho,
e seu acesso permanece impedido por um
poderoso feitiço.

MATO-TINHOSO ENQUANTO NÚCLEO DE VARINHAS MÁGICAS


O núcleo é se encontra em sua folhagem de alga.
Varinhas feitas desta árvore são pouco confiáveis e quebram facilmente. Poucos bruxos
gostam de usar uma varinha destas, pois as possibilidades de fracasso são imensas. Ainda
assim, quando acostumadas com o portador, podem ser varinhas muito traiçoeiras para
com o alvo.

31
Anotações
__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

32
Estudos Demográficos
CONJURADOR
Quintno Quaresma
QueQue
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

Demografia
A Demografia é uma área geográfica voltada para o estudo
da população. A demografia utiliza a estatística para orga-
nizar e analisar os diferentes aspectos de uma população.
Dicionário do Bàdiu. Editora Uirapuru

I.B.E.
O que é e o que faz?
IBE é sigla para Instituto Bàdiu de Estatística, órgão federativo responsável por prover
todas as informações estatísticas oficiais do país. Fundado em 1952, é diretamente
ligado a Secretaria de Planejamento da Federação.
Todos os dias ouvimos na rádio ou lemos em revistas e jornais que a população brasileira
cresceu, que as vagas de empregos estão aumentando ou diminuindo. Também somos informados
sobre o custo dos produtos básicos, como a alimentação, por exemplo.
Para que esses dados cheguem até as nossas casas, existe um longo trabalho de pesquisa que
acontece diariamente em todo país.
É o IBE quem coleta informações dos mais variados tipos, analisando todos os dados e impri-
mindo suas conclusões ao povo e ao governo em forma de estatística.

Guia de Carreiras Salamandra, Editora Salamandra, 2018

35
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

I.B.E. vs. Pesquisa de


Mercado
A pesar das semelhanças, é importante se atentar para não confundir o trabalho do IBE
com o que é realizado por dezenas de empresas particulares.
Sendo o IBE um órgão federativo, seu maior intuito é captar dados e concluir pesquisas
que levarão o país ao progresso através de ações certeiras da Secretaria do planejamento. Ou
seja, ainda que muitas pesquisas sirvam para alertar e informar a população civil e o empresariado,
esse trabalho é focado no auxílio da gestão pública.
Diferentemente do IBE, existem as empresas de pesquisa de mercado. Esses estabelecimentos
normalmente são contratados por companhias privadas para auxiliar no desenvolvimento de seu
negócio.
A exemplo disso temos a Horta Boticários, a maior rede de Boticas do país. Há décadas a
empresa é cliente da Fareja, uma firma especializada e voltada para índices quantitativos e quali-
tativos. Ao que tudo indica a parceria tem dado certo, e a Horta tem tido sucesso em todos os
endereços que escolheu cuidadamente para inauguração de suas novas lojas e para o lançamento de
novos produtos.

Estudo de Caso
A Horta Boticários é a firma mais antiga do Bàdiu, sendo fundada em 1754 por Quintino
Horta – o sujeito da nota de 1 dobrão.
Atente-se que Quintino Horta comercializava seus produtos antes mesmo de ser constituída a
Federação Mágica do Bàdiu, datada em 1808, sendo que apenas em 1811 tivemos a criação
de uma moeda única, o caiambá, antecessor dos dobrões.
Quintino nasceu em um local próximo do que hoje seria
o distrito de Penosa, em Dédalo, e era filho de um bruxo
holandês com uma índia das proximidades. Como objeto
de estudo ou conhecimento histórico, essa região recebeu
muitos bruxos holandeses, que ao contrário dos juruás
portugueses, estavam preocupados com desenvolvimento
e bem estar.
Muito esperto, o jovem Quintino Van Gaal, so-
brenome de seu pai, foi apelidado de Quintino Horta,
pois era um entusiasta da alquímica aplicada as ervas
do Bàdiu. Foi dessa forma despretensiosa que o ra-
paz começou a negociar suas poções curativas em
forma de escambo, valor econômico utilizado
na época.

36
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

“Existe uma diferença entre a lavoura e o conhecimento. Eu


vendia a honra de saber o que e como misturar”
Quintino Horta
Entende-se por isso que naquela época todos tinham espaço para plantar, mas isso não
significava nada caso não tivesse habilidade de preparo.
Em 1808, na última fogueira dos sábios, o cacique Raoní Folhaverde é escolhido para
assumir as rédeas de uma terra unificada, criando assim a Federação brasileira. Quintino Horta,
um visionário, não demorou para migrar para as terras de Austral, onde vivia Folhaverde, e mais
tarde se tornaria Vila Vareta, a capital federal.

Além de ganhar muitos caiambás com a venda de suas poções prontas, o “bruxo Horta”, como
era chamado pelo presidente, auxiliou na cura de diversas enfermidades.
Folhaverde cria o Oratorium em 1819, embasado em ideias helenistas e romanas e com isso os
brasileiros começaram a ter um registro oficial de nomes. Neste momento Quintino abandona Van
Gaal e se torna oficialmente Horta.

262 anos depois...


Rico Horta Pavão, formado na Franz, O Bardo, escola superior de comunicação, consegue
finalmente dar um rumo certo a Horta Cosméticos.
Apesar de ter centenas de lojas pelo Bàdiu, a gigante da indústria apotecária não teve muito
êxodo com sua promissora linha cosmética. Isto é, até a entrada do septaneto de Quintino Horta,
o bon-vivant, Rico.
Depois de se aventurar em vários segmentos da iniciativa privada, o jovem deu o braço a
torcer, entrando para a empresa da família e mostrando ao mundo que herdou todo o carisma e
genialidade de seu septavô.
E falando em genialidade, não podemos deixar de mencionar que o rapaz é neto de Begônio
Pavão, vice presidente da ABA (Associação Brasileira de Alquimia) e mestre do Instituto Flamel.
Aos 35 anos Rico Pavão apostou em três elementos para abrilhantar o negócio: ins-
tinto, competência acadêmica e pesquisas demográficas. Funcionou! Em apenas um ano
de trabalho a Horta Cosméticos avançou da 10ª para 4ª posição na preferência de poções
capilares no Bàdiu.
A seguir vamos analisar uma pesquisa demográfica traçando o perfil de consu-
mo. Foi contratada por Rico Pavão, diretor da Horta Cosméticos e execu-
tada pela Fareja.

37
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

38
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

39
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

40
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

O estudo concluiu que, a Horta Boti-


cários é uma companhia muito querida pelos
brasileiros, ou seja, trata-se de uma memória nacional e muito tradicional. Acon-
tece que essa memória afetiva de uma empresa secular é traiçoeira com a recordação
das pessoas, acostumadas a associar a firma de Quintino Horta a venda de poções prontas
e insumos.
Estudos mostraram também que os produtos não pareciam atrativos aos jovens do país,
que recorrem as lojas Horta apenas em caso de doença, já que, na maioria das vezes, essa
faixa etária não costuma adquirir insumos para produção de poção caseira.

Ações de Rico Pavão para mudar o cenário através do estudo:


- Manteve a fórmula dos produtos, pois a qualidade foi aprovada pelos clientes
- Modernizou as ampolas e embalagens para apresentar uma face mais jovial dessa
empresa de quase trezentos anos
- Lançou Capilenis by Horta – Apesar de se tratar da mesma fórmula, Rico Pavão
escalou um amigo com cabelos sedosos para relançar o produto com novo rótulo e até uma
frase de efeito “Seus cabelos sedosos como feitiço”. Apesar de Levi Datto, amigo pessoal
de Rico ter cabelos bem cuidados, não sabemos afirmar se realmente é um usuário das
poções capilares da Horta.
- Os preços foram mantidos
- Pela primeira vez na história um produto da Horta Boticários foi
vendido fora de suas Boticas - Ao que conta a boca miúda, isso ge-
rou uma crise entre os herdeiros, já que a maioria não concordava.
Mas no fim, Rico Pavão venceu e os produtos da linha cosmética
já são vendidos na rede de mercancias Escadabaixo.
- Se achou que a pesquisa custou uma bagatela, esqueça. Rico
Pavão investiu valores astronômicos em reclames na rádio e anúncios
em jornais e revistas.
- Mais de cinquenta mil ampolas de amostra grátis foram dis-
tribuídas pelo Bàdiu com foco principal nas imediações das escolas
superiores.
- A Horta Cosméticos tornou-se patrocinadora do Tulguense.

A pesquisa demográfica aplicada a consumo foi eficiente?


Certamente que sim.
É claro que a experiencia acadêmica, intuição e investimentos do jovem Rico
Pavão foram de grande valia, mas a pesquisa lhe serviu de instrumento
para a tomada de decisão.

41
ESTUDOS DEMOGRÁFICOS

Queque, o que Levi Datto


está fazendo em um reclame de poções?
Exibindo-se.
Para quem não sabe, Levi
Datto é empresário fora de suas
atividades escolares. É dono da
“Academia de Feitiços Guerra-
Gentil” . O nome é uma homenagem
prestada a seus pais, Guerra
Datto e Perpétua Gentil,
populares na guerra de 1998.
Por mais estapafúrdia que a ideia
pareça, Levi criou um modelo de
negócio nada ortodoxo. Neste local as
pessoas se matriculam para praticar
feitiços sem necessidade, como um
hobby, um passatempo para aliviar
as tensões e confraternizar.
Uma série de regras são seguidas
e apenas alguns feitiços são
permitidos.
A nível de curiosidade, Rico
Pavão é um frequentador da
Academia.
42
Estudos Estelares
CONJURADOR
Ilário Forte Nobre
ESTUDOS ESTELARES

“Somos filhos das Estrelas, portadores


da luz e eternidade. Somos aqueles que
afastam a escuridão, erguendo a cabeça
dos homens diante do medo”

Mantra ritualístico da Ordem dos Estrelas do Amanhã

Considerações da conjurador técnico


I nvestigar as características e particularidades de estrelas, planetas e a evolução estelar é fun-
damental para a compreensão do universo e de como a vida surgiu. Entre as inúmeras linhas
de pesquisas que vão costurando gradualmente a resposta para estes tópicos, vamos analisar um
compilado de estudos da Sapiência, escola superior de educação e pesquisas.
Não é por acaso que o nome de uma das maiores e mais importantes ordens do mundo bruxo
se chama “Estrelas do Amanhã”.
Supostamente eles são grandes guardiões secretos do conhecimento do mundo bruxo, e têm nas
estrelas seu maior símbolo de esperança e poder. Digo supostamente entre muitas aspas. Mesmo que
não existem provas tangíveis de que essa ordem ainda exista, essa possibilidade parece fascinante
a esse conjurador.
As estrelas sempre exerceram fascínio sobre os habilitantes da terra.
Muitos bruxos criaram feitiços e gloriosas poções observando a luz dos astros. Elas serviram
de inspiração para grandes artistas, e de acalanto para os apaixonados.
No início, essas luzes eram apenas o poder dos deuses, ou de seres lendários que voavam
sobre nossas cabeças, mas com o passar do tempo as estrelas começaram a ser estudadas, afastando
as superstições que pairavam sobre nós, e abrindo um vasto campo de estudo.
Na medida em que chegamos em algum entendimento, percebemos que elas se moviam devido
a nossa posição no espaço, e que podiam ser usadas para melhorar a nossa vida no planeta
terra, como, por exemplo, para estabelecer calendário de colheita.
Grande guia, o estudo das estrelas data um marco importante, pois é um avanço que
possibilitou desenvolver civilizações. Entendemos como migram as aves, como as plantas
crescem em determinas épocas e marés, e, principalmente, deixamos a razão falar mais
alto do que o medo do desconhecido.
A partir de agora, vamos juntos acender as luzes do céu. Entender
constelações e lendas.

45
ESTUDOS ESTELARES

Coordenadas
A partir deste momento, não usaremos mais a expressão “olhe para cima”,
mas diremos, “olhe para zênite”. É chegada a hora de se apaixonar. Abandona-
mos aqui o homem comum, e nos transformamos em alguém das estrela

Zênite
Ponto do céu acima da cabeça do observador.

Nadir
Ponto do céu na direção oposta à do zênite

Eclíptica
Círculo imaginário que representa a trajetória aparente do Sol e dos planetas na
esfera celeste durante o ano.

46
ESTUDOS ESTELARES

Sistema Equatorial Celeste


S istema usado no mundo inteiro. Suas duas coordenadas, ascensão reta (AR) e
declinação (DEC), possuem a mesma função que a latitude e a longitude no globo
terrestre: a combinação das duas é o endereço do astro na esfera celeste.

Medidas
AR em horas: de 0h à 24h
DEC em graus: Equador equivale a 0°, o Polo Sul, a -90°, e o Polo Norte,
a +90°

Principais Constelações
O Zodíaco é uma faixa do céu limitada por dois paralelos de latitude celeste: um
situado a 8º ao norte e o outro a 8º ao sul da Eclíptica (linha central do Zodí-
aco). Nessa faixa, passam sempre o Sol, a Lua e os planetas.
O Zodíaco possui importância apenas pelo fato de ser sobre ele que estão o Sol, a
Lua e os planetas, mas na realidade, há 24 constelações localizadas na faixa zodiacal,
algumas totalmente inclusas, e outras em somente uma parte. São 13 conste-
lações que são atravessadas pela Eclíptica.

47
ESTUDOS ESTELARES

O sol permanece em média um mês


em cada constelação na esfera Celeste. No
caso de Virgem, onde leva mais tempo, são 44 dias. Já em Escorpião, onde
ele passa menos tempo, são apenas 7 dias.
A seguir, as constelações do Zodíaco serão apresentadas de acordo com a ordem de
passagem do Sol durante o ano, considerando como primeira constelação o Capricórnio (19
de janeiro a 15 de fevereiro).

Capricórnio (CAP)
A constelação é antiga, e foi um dos primeiros
membros do Zodíaco, sendo a sua menor
constelação. Possui estrelas de pouco brilho, e por
isso não é fácil de identifi cá-la no céu. A linha
vermelha, atravessando Capricórnio na figura, repre-
senta a linha da Eclíptica. Localizase entre Aquário e
Sagitário. É normalmente traduzida como “A Cabra
do Mar” ou “A Cabra Peixe”, embora o nome sig-
nifique, literalmente, com chifres de cabra.
Na mitologia grega, representava o deus Pã, que era
semelhante a um bode. Pã era muito indeciso, nunca sabia tomar uma
decisão depressa. Numa ocasião, os deuses estavam fugindo de um monstro marinho chamado
Tifón. Os deuses se disfarçaram para despistar o monstro, mas Pã, em dúvida de qual animal
se transformar, quando viu a sombra do monstro aproximar-se, sem conseguir decidir-se,
transformou o seu tronco em cabra e as suas pernas num rabo de peixe: ficou transformado
num cabra-peixe.

Aquário (AQR)
É uma das maiores constelações do Zodíaco, localiza-se
entre Capricórnio e Peixes. Na mitologia grega, re-
presenta um jovem, e às vezes um homem velho, derramando
água de uma jarra.
Era um belo pastor, Ganimedes, de quem Zeus se agra-
dou. Zeus enviou uma águia (há versões que dizem que
o próprio Zeus que se transformou) que levou o rapaz
para o monte Olimpo, onde serviria como copeiro dos
deuses.

48
ESTUDOS ESTELARES

Peixes (PSC)
R epresenta dois peixes ligados pelas suas cau-
das na estrela alpha piscium. Na verdade, o
nome da alfa, “Al Rischa”, significa “o cordão”. A conste-
lação é bastante fraca; as estrelas de Peixes são geralmente
de quarta magnitude. Localiza-se entre Aquário e Áries.
Sua importância está em conter o ponto em que o Sol
cruza o equador indo em direção ao norte a cada ano, no
equinócio de arço.
No mito grego, representa Afrodite e seu filho Eros, que
se transformaram em peixes e mergulharam no Eufrates para
escapar do monstro Tífon.

Áries (ARI)
S eu nome significa carneiro. Situa-se entre Peixes e Touro, e não
é muito brilhante. Uma das formas de encontrá-la no céu
localizar as lêiades (grande aglomerado aberto de estrela a cons-
é

telação de Touro), pois fica próxima a este aglomerado.


Na mitologia grega, representa o carneiro cujo velo-
cino de ouro estava num carvalho na ólquida, costa leste
do mar Negro. Jasão e os argonautas fizeram uma viagem
para levar o elocino à Grécia.

Touro (TAU)
T ouro é uma constelação que pode ser encontrada com facilidade.
Localiza-se próxima a constelação de Órion. Sua estrela alfa, Alde-
baran, é uma estrela gigante vermelha de cor muito visível
no céu. Possui o grande e níti do aglomerado aberto de
estrelas, Plêiades, conhecido também como Sete Irmãs.
Podemos ver seis membros deste aglomerado a olho nu.
Dista cerca de 400 anos-luz da Terra.
Na mitologia grega, o Touro epresenta o disfarce
que Zeus usou para atrair a atenção da princesa da Fenícia
chamada Europa. Atravessou o Mediterrâneo a nado
levando Europa nas costas até ilha de Creta.

49
ESTUDOS ESTELARES

Gêmeos (GEM)
E sta é uma constelação identificável com faci-
lidade por suas estrelas mais brilhantes, Cas-
tor e Pollux, que representam as cabeças dos gême-
os mitológicos. Localiza-se entre Touro e Câncer.
Na mitologia grega, os gêmeos são apenas me-
tade irmãos. São filhos da mesma mãe (Leda), mas
têm pais diferentes. O pai de Castor era um rei de
Esparta, Tíndaro, e o pai de Pollux era ninguém menos
que Zeus.

Cancêr (CNC)
C âncer, traduzido como caranguejo, é a constelação mais
fraca de todas as constelações do Zodíaco. Locali-
za-se entre Gêmeos e Leão.
Um dos objetos celestes em Câncer é o aglomerado
estelar M44 chamado de Presépio (Colmeia, ou Man-
jedoura). É possível vê-lo a olho nu como um ponto
difuso.
Na mitologia grega, o caranguejo atacou Hércules
durante a sua luta com a Hidra, mas foi esmagado
pelo pé do herói.

Leão (LEO)
É uma constelação onde a figura lembra real-
mente um leão. Localiza-se entre Câncer e
Virgem. No mito grego, Leão atormentava uma pe-
quena aldeia da Grécia chamada Neméia. O animal era
de couro impenetrável, mas Hércules conseguiu matá-lo.
Alpha leonis é chamada de “Regulus”, e era
vista como “Guardião do Céu”. O nome de Regu-
lus foi dado por Copérnico, mas a estrela era mais
conhecida na antiguidade como “Cor Leonis”, “Coração
de Leão”. Regulus é um binário múltiplo. Localiza-se tão próxima à Eclíptica, que a Lua
muitas vezes passa perto, e até oculta a estrela em raras ocasiões.

50
ESTUDOS ESTELARES

Virgem (VIR)
E sta é a segunda maior constelação do céu e a maior
do Zodíaco. Virgem possui uma série de antigos
mitos e contos. Para os anti gos romanos, era a deusa seres do
crescimento das plantas alimentares e das colheitas, e particular-
mente do milho.
Alpha Virginis é conhecida como Spica: a orelha “de trigo”
que a deusa carrega. Spica é um binário eclipsante azul-branco com um
período de pouco mais de quatro dias. A estrela é o dobro do tamanho
do Sol, mas com uma luminosidade de cerca de duas mil vezes a do
sol. Está a 260 anos-luz de distância.
Há um aglomerado de galáxias chamado Aglomerado de Virgem. Este
aglomerado fica localizado no “ombro” da Virgem.

Libra (LIB)

L ibra significa balança. Está localizada entre Virgem e


Escorpião. Representa a balança da justiça segurada
por Virgem.
Para os gregos antigos, esta constelação fazia parte do
Escorpião sendo suas garras. Por isso, suas duas estrelas
mais brilhantes, ainda chamadas de Zubenelgenubi (alfa
librae), e Zubeneschamali (beta librae), significam
“garra do sul” e “garra do norte”, respecti vamente.

Escorpião (SCO)
C onstelação facilmente reconhecível. Podemos vê-la do
lado esquerdo do Cruzeiro do Sul na direção leste.
A “cauda” curva, sugerindo uma interrogação de ponta ca-
beça é muito aparente no céu. Faz parte do zodíaco, e
se localiza entre as constelações da Libra e de Sagitário.
Na mitologia grega, foi o animal que matou Órion com
sua picada.
A estrela de maior brilho aparente desta constelação
é a super gigante vermelha Antares, e é centenas de vezes
maior que o Sol. É conhecida também como o “coração
do Escorpião”.

51
ESTUDOS ESTELARES

Sagitário (SAG)
O nome Sagitário deriva da palavra em latim
sagitta que significa seta. Foram os roma-
nos que deram o nome à constelação de Sagitário. É
uma brilhante constelação do Zodíaco, entre Escor-
pião e Capricórnio.
Tem como característica um padrão de estrelas que
lembra o formato de um bule. Localiza-se próxima a região
do céu onde está situada a direção do centro da nossa
galáxia, Via Láctea.

Tabela de Constelações

52
ESTUDOS ESTELARES

Instrumentos de Observação
O Telescópio
P lanetas, satélites, estrelas, galáxias e outros corpos astronômi-
cos podem ser observados por meio de um instrumento óptico
chamado telescópio. A palavra advém do grego “tele”, longe, e “scopio”,
observar. Mas, ao contrário do que se imagina, o telescópio não aumenta
o tamanho dos objetos. “O telescópio permite captar uma quantidade
de luz maior do que a pupila humana e, portanto, permite enxergar
objetos com brilho muito fraco, que não são visíveis a olho nu.

A Luneta
A ssim como o telescópio, a luneta também permite observar objetos longínquos. A lune-
ta, no entanto, constitui-se de um tipo específico de telescópio, o refrator, que possui
restrições em comparação com o telescópio refletor. Enquanto os telescópios refratores, chamados
popularmente de lunetas, usam lentes como objetivas, os refletores utilizam espelhos.

O Binóculos
“B inos” para os íntimos, são ótimos para se
familiarizar com as estrelas. Simples e com-
pacto, ele permite observações incríveis da Lua, de
galáxias e de aglomerados estelares. Como o tremor
dos braços é um problema, invista em um bom tripé.

53
Anotações
__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

54
Feitiçaria Preventiva
CONJURADOR
Levi Datto
FEITIÇARIA PREVENTIVA

Pre.ven.ti.va
Substantivo feminino. Aquilo que se destina a prevenir ou evitar
que algo aconteça.

Dicionário do Bàdiu. Editora Uirapuru

Verdadeiro ou Falso?
“Você não pode prevenir a guerra e se preparar ao mesmo
tempo”
Albert Einstein

Considerações do conjurador
S e estudarmos a fundo a história juruá, veremos que muitas vezes as guerras foram decla-
radas em nome da paz. Se isso não faz muito sentido para você, espere até saber que os
homens matam em nome de seus deuses.
No mundo mágico as varinhas também já foram apontadas com ódio, mas em nome do amor
- Quem aqui nunca estudou a fundo a guerra de 1998?
Nesta disciplina e com este professor maravilhoso, vocês têm a oportunidade de empunhar
suas varinhas e descobrir a potência de variados feitiços, então é importante que se façam pessoas
responsáveis.
O propósito dessa disciplina não é apenas resolver pequenos problemas do dia a dia, como
arrastar objetos e abrir portas, tampouco atacar inimigos por bel prazer. A feitiçaria é e precisa
ser mais do que isso.
Levi Datto está aqui para formar grandes feiticeiros, é verdade, mas o bom feiticeiro não é
aquele que reproduz movimentos perfeitos e recita um encantamento. O bom feiticeiro é aquele
que faz tudo isso usando a responsabilidade.
A varinha é o bem mais precioso de um bruxo, mas não esqueça que ela tem a dua-
lidade de trazer a luz e destruição pela mesma ponta.
Juruás têm em suas armas apenas a destruição, mas nós, temos em um único instru-
mento o livre-arbítrio. Esse poder está literalmente em nossas mãos.

Sua varinha deve ser sua honra, e sua própria


consciência.
57
FEITIÇARIA PREVENTIVA

Estrelas do Amanhã
E studamos no primeiro ano a história do faraó Akhenaton e sua fuga para o Bàdiu
séculos antes deste país ser visitado por juruás.
O rei do Egito, em sua décima oitava dinastia, se curvou aos conhecimentos da tribo
Guaricai, passando de líder a discípulo do pajé Oluê por vontade própria.
Akhenaton e a tribo se dedicaram a estudar profundamente técnicas de defesa e feitiços
de proteção, abrindo mão de poderosos feitiços destrutivos.
Abaixo mais um trecho do livro “A veia mágica do Bàdiu”, de Carlos Efesto.

“Apesar de Akhenaton ter renunciado ao título de grande mestre


da Ordem dos Estrelas do Amanhã a Ordem não foi extinta.
A grande ordem que reunia bruxos e bruxas dispostos a lutar con-
tra as trevas sempre existiu, desde a antiguidade, e continuou existindo
sob a regência de um novo Grande Mestre.
Sob este regente a Ordem dos Estrelas se ocultou ainda mais, não
sendo mais vista em lugar algum e seus membros caíram ainda mais
no anonimato.
Os Estrelas, como são conhecidos os membros da ordem, se reú-
nem em lugares secretos para discutir os rumos da magia no Bàdiu e
no mundo, novas técnicas mágicas e o combate às trevas.
Esses membros se reconhecem por apertos de mão secretos e pas-
sam por uma iniciação para serem aceitos na ordem.
Foi sob a proteção e anonimato da ordem, que muitas das técnicas
e feitiços conhecidos por bruxos brasileiros foram desenvolvidos e de-
pois repassados aos membros mais responsáveis da comunidade bruxa,
que seriam encarregados de disseminar as novas técnicas.
Atualmente pouco se sabe da Ordem dos Estrelas, não sendo
conhecido sua sede atual, seus membros e, principalmente, o nome do
atual Grande Mestre...”

Apesar de não ter nenhuma comprovação da existência dessa Ordem nos dias de
hoje ou em qualquer tempo, Os Estrelas do Amanhã se tornaram uma história
romântica no cenário da defesa antitrevas.

58
FEITIÇARIA PREVENTIVA

Mesmo se parecer utopia, é aconche-


gante imaginar que os essas estrelas bri-
lham por nós, em algum lugar, se preparando para conter guerras, e não
para provoca-las.
Essa é, sem dúvidas, uma esperança e tanto para uma nação que assistiu à formação
de uma Brigada dos Amaldiçoados.

Os T ipos de Feitiços
Encantamento
S ão classificados como encantamentos os feitiços mais cotidianos, que não só facilitam a vida
de um bruxo, como os tornam mais preguiçosos.
Através de encantamentos acendemos uma vela sem fogo, arrastamos um objeto sem levantar
e abrimos uma porta sem manusear as chaves.

Azaração
A azaração é um dos tipos conhecidos de magia, afiliada à magia negra e distinguido por
seus efeitos negativos utilizados principalmente para a diversão dos observadores e des-
conforto menor da vítima.
Uma azaração, por exemplo, seria fazer sair lesmas ou sapos da boca de alguém.
Apesar desse tipo de feitiço não se classificar como defesa, existe defesa dentro dele:
A contra-azaração é um tipo de contrafeitiço que acaba com o efeito de uma azaração. Neste
caso, a vítima apenas se defende, sem atacar de volta.

Transfiguração
S ão feitiços de transformação, tendo a capacidade de mudar a forma e a aparência de um
objeto.
Essa modalidade de feitiço é a mais difícil, exigindo movimentos precisos. Além disso, é
a mais polemica, envolvendo uma série de questões majurídicas, principalmente se relacionada a
transfiguração humana – constantemente ligada a crime e estelionatos. Falsidade ideológica é passível
de condenações graves.

Maldições e feitiços de ataques


A o contrário das Azarações que visam o constrangimento, intimidação e a humi-
lhação, as maldições têm o objetivo de causar a dor ou a morte da vítima, e
por isso é totalmente ligada as artes das trevas. A maldição é um ataque impiedoso
com intenção de matar ou torturar severamente o oponente.
A Federação dedica muito esforço na

59
FEITIÇARIA PREVENTIVA

esperança de que estes feitiços não sejam


utilizados e os priores possuem autori-
zação para inspecionar varinhas de suspeitos, procurando algum indício de
utilização deste tipo de feitiço.

Maldições proibidas pela Federação Mágica do Bàdiu


Nihilum (Do latim NIHILUM – Nada; Não-Existente; Aniquilado)
É o feitiço das trevas mais poderoso existente, capaz de matar um
ser vivo instantaneamente.

Patiens (Do latim PATIENS – Sofrimento)


O segundo feitiço a entrar nesta lista foi o feitiço Patiens, usado
como forma de tortura.

Impetum (Palavra derivada do latim IMPETUS – Atacar; Sob Ataque)


Quando atingida por esta maldição, a pessoa deixa de pensar por
conta própria, e passa a receber ordens do bruxo que conjurou a
maldição sem hesitar.

Apesar dessas maldições serem proibidas pela Federação sob penas graves,
existe um livro não autorizado e repleto de maldições dolorosas. De autor
desconhecido, assinando pelo pseudônimo de “”Pastor das trevas”, essa obra
foi banida.

Existem feitiços de ataque que funcionam muito bem como defesa, a exemplo de feitiços de
atordoamento. Neste caso fica claro que não é intenção matar ou ferir alguém ou alguma criatura
gravemente, mas apenas é uma forma de se proteger de algum risco, evitando algo nocivo a pró-
pria vida.

´ ´ ria
No ano que vem o cara la de cima vai detalhar essa mate
~ ~
oes e magias do mal”.
lecionando “Azaracoes, maldic
~
~
~ me refiro a Nhamandu, nem Tupa, ~ nem
Observacao: Nao
´
Guaraci, enfim, voces entenderam quem e, o caolho.
<

60
FEITIÇARIA PREVENTIVA

Feitiços de proteção: Defesa ou Cura


O s feitiços de proteção, defesa ou de cura, são aqueles que consideramos como
feitiçaria preventiva. Como o próprio nome sugere, previnem contra uma série
de problemas que possam surgir ao passo que podem ajudar em tarefas diárias.

´ mos no comeco, o bruxo


Como dizia tem o
poder na palma de suas ~ ~ , mas
maos cabe a
´
cada um agir com etic a e responsabilidade.

61
FEITIÇARIA PREVENTIVA

A baixo alguns feitiços de ataque e defesa que funcionam como feitiçaria preventiva e age
dentro da ética.

Emmula Voccare Ataque explosivo de fraca intensidade.

Confutatis Feitiço de atordoamento. Seu efeito dura alguns segundos.

Scutum Perétuo Cria um escudo momentâneo em frente ao bruxo.

Leporesus Contrafeitiço. Elimina o feitiço do inimigo, desde que não seja


um feitiço das trevas.

Negare Parlare Feitiço capaz impedir que um alvo fale, e consequentemente,


profira um feitiço.

Desarmus Desarma o alvo de sua varinha.

Considerações finais
É preciso observar que mesmo agindo por um bem maior, precisamos ter responsabilidade
no momento de escolher os feitiços a serem utilizados.
Não quero com isso sugerir que fiquem a mercê da própria sorte, mas que apenas reflitam
como seres humanos, sabendo que nossas ações interferem diretamente na vida das pessoas.
Compaixão, empatia e compreensão, meus queridos, pois o lobisomem impiedoso de
hoje pode ser o pai de família de amanhã. Defesa e prevenção se fazem necessárias, mas
pondere todas as decisões.

Lembrem-se: feitiços são como flechas lançadas ao vento.

62
História Brasileira
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL
CONJURADOR
Hércules Ourinho
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

Filosofia
I Amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua
própria ignorância [Segundo autores clássicos, sentido original do termo, atribuído
ao filósofo grego Pitágoras.

II No platonismo, investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapas-


sando a opinião irrefletida do senso comum que se mantém cativa da realidade empírica
e das aparências sensíveis.
Dicionário do Bàdiu. Editora Uirapuru

Homero Paço de Arcos


F oi um importante filosofo, sociólogo e professor brasileiro, nascido e criado em Bilboquê,
uma das principais cidades dentro das demarcações de Sarça.
Seguindo a tradição da família Paço de Arcos, Homero teve uma vida dedicada aos estudos,
e se tornou um grande pensador de seu tempo.
Morreu em 29 de novembro de 2005 aos 108 anos, horas depois de fazer um emocionante
discurso na Sapiência, escola Superior de Educação e Pesquisas.
Lecionou por décadas a disciplina de filosofia para estudantes de Alquimia, na escola superior
de poções e laboratoriais, o Instituto Flamel.

Pasmem!!! Lecionou e ainda leciona!!!


“A nação que conseguir ensinar as bases da filosofia aos jovens herdeiros do país
estará por milênios à frente das demais.
Eu ouso sonhar, quem dera. Quem dera o meu Bàdiu de brasileiros, um dia, deixasse de
ensinar seus filhos a impor com tirania, e lhes ensinasse a liderar com sabedoria. Aí de mim.”

Uma estátua em sua homenagem foi erguida na praça do Boquim, o


principal endereço de sua cidade natal. Seus texto s foram eternizados
na Biblioteca dos Imortais, e suas palavras perdurarão por século s.
Obrigado, Homero Paço de Arcos.
O artigo a seguir pertence ao acervo particular do
Instituto Flamel.
65
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

66
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

67
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

68
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

69
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

70
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

71
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

Estudos de Caso
I. O Incidente de Uritã
E m 15 de Setembro 1912 uma comunidade ribeirinha juruá foi devastada. Com cerca
de mil moradores, a comunidade de “Uritã”, localizada na floresta Amazônica, no
que seria as demarcações de Sarça, passou por dois dias de terror.
Uma criatura vinda da floresta derrubou árvores, rondou as casas e devorou seus animais.
O terror aumentou ainda mais quando as pessoas começaram a sair para os seus afazeres e não
retornavam para casa.
Havia relatos de que uma imensa
serpente teria sido vista boiando do
rio, à noite, mas como a vila era
afastada das grandes cidades, ninguém
veio em auxílio daquelas pessoas. Até
que todos desapareceram.
Foi nesta data que a Federação
Mágica do Bàdiu transferiu a responsabi-
lidade de criaturas ao Priorado dos
Magos, obrigação que antes não fazia
parte da corporação.
Priores experientes captu-
raram o boitatá com a ajuda de
cinco guerreiros da tribo Porã, a
comunidade bruxa mais próxima do local do ocorrido.
Acontece que essa não foi a única colaboração destes índios
para com a Federação.
Passado três dias até capturar o boitatá, a gigantesca serpente que tem o poder de petrificar
seres vivos que maltratam a floresta, uma guerra entre bruxos e juruás parecia eminente.
Os não-mágicos não ficariam felizes ao descobrir que uma criatura mágica foi capaz de dizimar
toda uma população, é claro, e temendo isso, conhecemos uma das propostas mais parado-
xais da história do Bàdiu:

A Federação pediu aos índios Porã que abandonasse sua tribo para viver na
comunidade ribeirinha, pois assim não chamariam a atenção dos juruás.

72
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

Os índios Porã relutaram. Ainda que


se sentissem na responsabilidade de aju-
dar na proteção de seu mundo, evitando uma guerra, por exemplo, várias
questões foram erguidas:
1. Os índios Porã viviam em sua tribo há milênios
2. Estariam expostos para os olhos juruás, sem qualquer proteção
3. Os juruás maltrataram aquela parte da floresta. Dizimaram a mata, deixando exposta
ao sol e espantando os animais, o que serviria de alimento.

Eis o motivo pelosãoquaprotl oetboitatá se aproximou, já que eles


ores da natureza
O Caso
O cacique determinou que apenas uma parte da tribo se mudasse para o local e habitasse nas
palafitas dos antigos moradores. A tribo Porã ficava a menos de uma hora mata adentro,
e os índios tinham autorização para frequentá-la diariamente.
Anos depois, julgando mais seguro, os Porã enfeitiçaram o lugar como qualquer cidade bruxa.
Neste caso, em específico, os juruás enxergam um rio sem água, e casas de madeira abandonadas.
Provavelmente acreditaram que a população se mudou pela seca do rio.
Hoje Uritã é uma cidade bruxa, e é habilitada pelos descendentes desses índios, que muitas
vezes são tidos como heróis do mundo mágico. A nível de informação, a tribo Porã mante-se no
mesmo lugar que estava há milênios.

Anotações
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________
___________________________________________
_______________________

73
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

II. O Livro de Horgana


S e tratando de história da magia, não poderíamos deixar de citar o conhecido,
porém raramente visto, livro de Horgana.
Horgana Bellarosa nasceu em 1872, em Pedregulho, Meão, durante um eclipse (não que
isso tivesse algo a ver com suas capacidades mágicas) e desde muito nova demonstrou uma
incrível capacidade de prever o futuro de várias formas possíveis.
Em 1935, quando já era uma famosa vidente brasileira, Horgana previu que não teria muito
tempo de vida. Por este motivo ela passou a investigar várias formas de tentar manter-se viva,
porém, caiu num dilema: Ela não queria morrer, mas se conseguisse manter-se viva significaria que
seu dom de prever o futuro era falho.
Usando técnicas que não podemos escrever, ela achou uma forma um tanto radical para con-
tornar seu problema filosófico: Se tornou um livro.
Após dias trancada em seu escritório simplesmente desapareceu, abandonando apenas um livro
estranho, com capa de couro escuro. Fundido no couro, estava os óculos que ela usava quando ainda
era apenas uma bruxa.
Poucos bruxos tiveram acesso ao livro de Horgana, mas aqueles que conseguiram relataram
que ele muda a cada leitor. Seu conteúdo: A vida de quem o lê, desde o nascimento até a morte.
Nem precisamos dizer o problema que este livro causa
em pessoas que não tem o mínimo amparo mental para
ler este conteúdo, pois sabemos de nossa vida até
o presente momento, mas de 1 segundo para
frente não sabemos mais nada, e isto é um
fato que pode nos causar arrepios.
Dizem também, e isto é me-
ramente especulativo, que se o li-
vro for lido por um bruxo que já sabe
seu destino, seu conteúdo mostrará não só
a história da Terra, mas de todo universo e o
que está em volta.
O livro está hoje no subsolo da Federação Mágica do
Bàdiu, em frente a praça Folhaverde, em Vila Vareta.
Está dentro de um tanque d’água com 30 metros de profundidade. No fundo do
tanque há uma jaula com um rinotouro profundamente irritado, com um cofre dentro do
próprio estomago.
O cofre é trancado com feitiços impensáveis, e esse é um dos itens mágicos
mais protegidos do Bàdiu.

74
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

O Caso
A solução que a bruxa Horgana encontrou para o seu dilema foi no mínimo
estapafúrdia.
Ela não pôde aceitar o seu fim, mas, também, não pôde abrir mão da vaidade de ser
uma boa adivinha.

Anotações
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________
___________________________________________
________________________
75
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

III. Pátria para os Bruxos


A nos após a chegada dos juruás portugueses, o Bàdiu conseguiu ser um país indepen-
dente dos colonizadores, graças a ideia de enfeitiçar nossa comunidades para que não
pudessem ser vistas. Isso trouxe uma série de benefícios, mas também umas dificuldades.
Alguns bruxos não aceitavam viver escondidos e revoltas passaram a ocorrer por todo o
território, com algumas regiões tentando se separar do império.
Nas comunidades bruxas, hoje algumas de nossas cidades, a situação era bem mais tranquila,
pois bruxos experientes se certificavam a todo momento de que o feitiço estava funcionando.
Foi durante esta época conturbada da história que um bruxo tentou pela primeira vez contra
a vida dos juruás, e isso foi da forma mais dura.
Kayke Macuxi , considerado um filósofo bruxo de sua época, criou um movimento chamado
“Pátria para os bruxos”, onde ele recrutava aqueles que mantinham o ideal de um país formado
apenas de bruxos.
No auge de seu movimento ele contava com vários bruxos que se reuniam em local secreto
para debater as diretrizes desta nova nação e em seu discurso Macuxi argumentava que não havia
espaço para todos, sendo inevitável uma guerra entre os bruxos e os juruás. Alegava ser uma guerra
por sobrevivência.
Segue abaixo o trecho de um de seus discursos em 1836:

“... aos que ainda sonham com um país dividido, entre bruxos e os outros, digo que
deixem esta esperança de lado, pois é inevitável que os juruás recorram sempre as armas
de fogo contra a nossa existência. Seu medo os levará a isso. Sua ignorância os conduzirá
a intolerância.
Digo a vocês, irmãos, que não há tempo a perder. Nós devemos assumir nossa posição
no universo, pois agora eles não são numerosos e nós podemos vencê-los com feitiços.
Chegará um tempo em que poderão, mais uma vez, pôr-nos de joelhos e nos levar a morte”

Com discursos como este Kayke Macuxi conseguiu convencer muitos bruxos de que não havia
outro caminho senão a guerra, e que quanto mais cedo ela viesse, mais chance teríamos.
Por sorte, não eram apenas os membros do movimento que estavam ouvindo estes
discursos. Espiões enviados pela Federação estavam infiltrados e conseguiram alertar a
Federação a tempo de um ataque de grande expressão.
Infelizmente 2 juruás haviam sido mortos na região por seguidores fanáticos de Macuxi
e isso fez com que sua prisão fosse decretada em 1837.
Os Priores cercaram o local de encontro do grupo e após uma batalha que
durou algumas horas, 27 membros do movimento e 2 Priores foram mortos.
Kayke Macuxi foi condenado, preso e

76
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

acabou cometendo suicídio duas semanas


depois, no presidio de segurança máxima,
o Sepulcrum.
Seu movimento foi considerado ilegal pela Federação, bem como seus livros e trata-
dos. Especula-se que ainda hoje existam bruxos que concordam com as opiniões de Macuxi
e que estudam de forma clandestina seus livros.
Como prova disto, alguns tratados dele foram encontrados na casa de um dos mem-
bros da Brigada Amaldiçoada durante a guerra de 1998, porém sua ligação com os atos
daquele grupo durante a guerra não pôde ser comprovada.

O Caso
K ayke Macuxi não concordou com a maioria dos bruxos, usando de sua boa oratória para
manipular um grupo de pessoas a lutar pelos seus ideais.

Anotações
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________
___________________________
________________________
77
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

IV. O Atentado de 1996


E m mais um episódio vergonhoso para a história mágica brasileira, 30 bruxos perderam a
vida em uma explosão num mercado de pulgas de Vila Vareta. Este fato foi brevemente
abordado na primeira turma de história Mágica, mas os detalhes não foram contados, pois
julgamos que os alunos de primeiro ano ainda não
estavam preparados para eles.
Em 1996 o Bàdiu estava em estado de alerta
graças a turma de formandos da casa das Ser-
pentes, autointitulados de “Brigada dos Amaldi-
çoados” depois de um pacto secreto.
A desconfiança de que turma planejava algo
partia principalmente pelo líder, o jovem Petrus
Romanov, um descendente de russos radicados no
país.
Petrus sempre se mostrou frio com os demais colegas, mesmo seus colegas de casa, e ainda mais
com os da casa dos Tigres. Ele era acusado de perseguir e intimidar alunos mais fracos, trapacear
para ganhar pontos para sua casa e até mesmo matar estudantes durante uma partida de Argobol,
mas nada disso foi provado.
Até então sua conduta era reprovável e ele chegou a ser punido por estes atos, mas ninguém
poderia suspeitar que ele pudesse tramar algo muito mais mortal.
Numa tarde de sábado, quando o mercado de pulgas costumava dar descontos, houve uma
grande explosão, causada, segundo perícia do Priorado dos Magos, por bomba de fabricação caseira.
Segundo laudo pelo menos 1kg de pó de folha de samambaia tristonha foi utilizado para produção.
Priores logo desconfiaram de um atentado, pois o Mercadão é uma área onde bruxos mestiços,
com menos oportunidades, vendem produtos de segunda mão.
Petrus Romanov foi procurado, mas desapareceu depois da explosão. Todavia alguns farelos da
planta foram encontrados próximo da biblioteca desativada da escola, justamente onde a turma das
Serpentes promovia suas reuniões secretas.

O Caso
A autointitulada “Brigada dos Amaldiçoadas” utilizou uma bomba de fabricação caseira
com insumos da escola, uma vez que desapareceram todas as samambaias tristonhas que
protegiam os muros.
Feito isto, explodiu um centro comercial popular, de baixo custo, pois assim, poderia
matar ou ferir gravemente bruxos mestiços.

78
HISTÓRIA BRASILEIRA
CONTEXTUALIZAÇÃO DE BEM E MAL

Considerações do conjurador
“O bruxo que não conhece a sua história, está fadado a repeti-la”, então,
pense, critique e aprenda!

Anotações
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

79
Anotações
__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

80
Iniciação de Priores
CONJURADOR
Boris Forte
INICIAÇÃO DE PRIORES

“Há uma linha que divide a luz e


a escuridão e, é nesta sombra que
residem os artistas, os sonhadores e,
os priores”

Tobias Tôla
Diretor do Ateneu, academia do Priorado dos Magos

O Priorado dos Magos


E ssa histórica corporação exerce o policiamento no Bàdiu, garantindo segurança e ordem nos
cinco cantos do país.
A enorme fortaleza do Priorado dos Magos, sede da instituição, está localizada na capital Vila
Vareta, defronte a importante praça Folhaverde e a poucos passos da Federação Mágica do Bàdiu.
Imponente em seus doze andares, a fortaleza foi construída em tijolo de andesito e cumpre o
formato de uma estrela de seis pontas.

Por que estrela de seis pontas?

Pelo propósito de unir o masculino


e o feminino, representando a união dos
opostos, assim como é a união do céu e
da terra.

83
INICIAÇÃO DE PRIORES

Os três primeiros andares pertencem a


divisão dos investigadores, enquanto o quar-
to e o quinto servem de apoio para perícias e pesquisas, o que inclui laboratórios
de ponta, os mais equipados do Bàdiu.
Exatamente no centro, no sexto andar, localiza-se o terrível pátio de execuções. O
local não possui teto, e foi construído para ser um agradável jardim. Originalmente serviria
de descanso para o priores, que teriam então um lugar para tomar um ar puro, mas com o
passar dos anos a federação sentiu a necessidade de ter um lugar mais seguro para executar
seus presos de alta periculosidade e, sugeriram que no pátio fosse plantada uma enforcárvore. Após
alguns enforcamentos no local, ele foi tomado por uma espécie de magia negra, que transformou o
jardim em um sepulcro a céu aberto, um lugar frio e tenebroso.
Os últimos seis andares são conhecidos como a Torre do Priorado, pois é o domicílio dos
priores de campo dentro da fortaleza. É lá que se reúnem para receber instruções, preparar prisões,
planejar patrulhas e custodiar prisioneiros que aguardam enforcamento.
A nível de curiosidade, o refeitório fica no início do sétimo andar e é frequentado por todos
os priores, sejam eles investigadores, priores de campo ou peritos.

Decreto 20, artigo 4º da constituição Majurídica de 1832:


“A torre do Priorado é um local inviolável e inacessível para
qualquer pessoa, mágica, ou não, que não faça parte do Priorado
dos Magos. Qualquer um que adentre no local, sendo convidado,
ou não, deverá ser preso imediatamente”.

Assegurando o cumprimento do decreto acima, constituído em 1832, o Priorado dos Magos


conta com um prédio anexo de três andares.
Esse prédio possui com uma recepção, salas de depoimento, enfermaria e cadeia temporária. É
no anexo que os cidadãos prestam suas queixas e ficam detidos até que sejam encaminhados para
uma prisão.

Divisão do Priorado dos Magos


O Priorado dos Magos é dividido entre priores investigadores e priores de campo.
Os investigadores são fazem o trabalho que exige mais conhecimento técnico e apura-
ções mais burocráticas, abrindo o leque para algumas subdivisões; os peritos.
Peritos são investigadores que se especializaram em determinadas áreas, como botânica
e alquimia forense (Al-khemy forense).
Raramente investigadores perseguem fugitivos, enfrentam bruxos das
trevas ou executam prisioneiros no pátio

84
INICIAÇÃO DE PRIORES

de execuções, e quando acontece, são au-


xiliados por priores de campo.
Os priores de campo, como o nome já sugere, vão a campo. Apesar de
também serem treinados para investigar, esses profissionais se dedicam ao enfrenta-
mento e ao aprisionamento dos meliantes.
São também os priores de campo os responsáveis por rondas e patrulhas, garantindo
a segurança nos 108 distritos do Bàdiu.

Evolução das Patentes

85
INICIAÇÃO DE PRIORES

Como se tornar um Prior?


P or causa da importância e periculosidade, o cargo de prior
requer um complexo sistema de avaliação na escolha de
seus membros.
Esse rigoroso processo vai muito além de uma nota satisfa-
tória de exórdio, mas esse é o primeiro passo.
O interessado deve, obrigatoriamente, aplicar nota de exórdio
igual ou superior a 75%. Feito isto ele se torna candidato a uma das
concorridas vagas do Ateneu, a academia preparatória do Priorado
dos Magos.
Como são muitos candidatos para poucas vagas, a instituição é
extremamente criteriosa na aprovação de seus novos alunos.
Muitos fatores são levados em conta, como histórico escolar,
histórico de crimes, e não é incomum que chamem o candidato para
fazer uma nova prova presencial. Na maioria dos casos, isso é feito
quando estão em dúvida entre dois aspirantes.
Tendo a matrícula aprovada, o curso tem duração de dois anos, e
o aluno recebe a patente de “noviço aspirante” no dia da formatura.
É comum que noviços sejam convocados a iniciar a carreira em distritos mais remotos do país,
pois acabam sendo áreas menos favorecidas e com menor contingente de profissionais.

Morrer para Viver


A pós ser admitido no Ateneu, o testamento “morrer para viver” é a primeira tarefa a ser
realizada dentro do castelo da academia.
Fazer o testamento nem sempre é algo bem compreendido pelos novatos, mas é muito impor-
tante para seguir nesta profissão.
Depois de muito se esforçarem para passar nas provas de admissão, um aluno tende a acreditar
que o pior já passou, mas mal sabe todos os desafios que ainda têm pela frente.
Na primeira manhã eles têm de se trancar na “sala de estudos singulares”, uma pequena sala
com várias bancadas de madeira nobre, individuais, e bem privativas.
Sem poder falar com ninguém, precisam escrever um testamento cheio de detalhes
específicos, como, quem são seus herdeiros, as últimas palavras aos familiares e principal-
mente, o que deixam de bom para o mundo ficou para trás.
Num primeiro momento os aspirantes realmente acreditam que a tarefa tenha sen-
tido prático, sendo a função tão perigosa, é aceitável que se peça um testamento.
Acontece que depois de alguns minutos
em silêncio, pensando no que fizeram, é

86
INICIAÇÃO DE PRIORES

que realmente se dão conta de que este


testamento não servirá aos vivos, mas sim
a eles mesmos.
Ao fazer um testamento, o aluno percebe a finitude da vida. Seus atos até então
,e o que fizeram de bom as pessoas a sua volta.
Esse exercício, na verdade, é uma poderosa ferramenta para libertar o bruxo de sua
imobilidade emocional, libertando-o para finalmente amar, agir e pensar como se cada dia
fosse o último dia de vida (o que eventualmente ocorrerá com todos nós).
Muitos saem desta sala transformados por uma nova visão de mundo e com senso de huma-
nidade e urgência que jamais sonharam.
Ainda no início de suas atividades na academia os alunos passam por exercícios similares a
esse com o intuito de despertar o senso de justiça e humanidade, virtudes essenciais para bruxos e
bruxas que escolheram se dedicar a proteção do nosso mundo
Aos alunos que querem seguir nesse caminho sugiro de que se dediquem, nem que, por alguns
minutos a ajudar ao próximo. É preciso criar dentro de si essa vontade de servir a uma comuni-
dade inteira sem esperar nada em troca além de gratidão e respeito.

Os Prisioneiros
Q uando um bruxo passa a linha do aceitável e comete um crime, ele pode ser preso e
interrogado pelos priores.
As penas impostas no Bàdiu vão de pagamento de multa para infrações comuns ou até mesmo
pena de morte para crimes graves como assassinatos.
Importante frisar que são raras as penas de morte após a guerra de 1998. No ano em questão
alguns bruxos foram diretamente responsabilizados pelo conflito.

3 passos para a condenação a morte


Passo I
Ser sentenciada pelo Tribunal de Execuções Penais
Passo II
Ter decisão mantida em um julgamento do Su-
premo Tribunal

Passo III
Ter autorização do presidente da
Federação Mágica do Bàdiu

87
INICIAÇÃO DE PRIORES

Somente depois desses três passos que


um condenado é levado para o terceiro an-
dar da fortaleza do Priorado dos Magos, onde é entregue as enforcárvores.
Caso o crime cometido não seja tão hediondo que mereça a pena de morte, ou
nem tão leve que gere apenas uma multa, os prisioneiros podem ser encaminhados para
as seguintes instituições:

Imperial Asylum
Instituição mantida pela Federação Mágica do Bàdiu para o confinamento de prisioneiros
considerados perigosos e insanos. Nesta instituição foram presos alguns membros da Brigada
Amaldiçoada, por exemplo.
A instituição possui alguns séculos, e visa confinar, tratar e estudar a mente
dos bruxos considerados loucos. Alguns teorizam que feitiços obscuros se-
riam testados em bruxos aprisionados naquele local, mas isto nunca
ficou comprovado, já que todo o perímetro da propriedade é
guardado por curupiras.

Sepulcrum
U m presídio construído em local não divulgado na Amazônia. O local ainda é
utilizado pelas autoridades para “sumir” com alguns dos prisioneiros mais perigo-
sos do Bàdiu. Naquele lugar eles estão proibidos de fazer contato com o mundo exterior.
O presídio foi construído num antigo cemitério subterrâneo e os sepulcros transfor-
mados em celas. Por isto o nome do lugar. É impossível saber seu tamanho, visto que
o complexo de túneis é vasto, com longos corredores e amplos salões esculpidos
na pedra.

88
INICIAÇÃO DE PRIORES

Os presos não
podem ver a luz do
sol, e devem dormir onde
antes ficavam os corpos de
uma cidade inteira dizimada
por uma praga. Este é um
lugar de completa escuridão.
O local é guardado por uma
complexa rede de túneis escava-
dos por boitatás da região.

Abismuto
É o local onde são encaminha-
dos os prisioneiros comuns e
com crimes menos violentos. Está
localizado num vale ao sul das de-
marcações de Austral.
Ali os detentos têm permis-
são de conversar com a família
através de papagaios do Posta
e a banhos de sol todos os
dias.
Foi construído na pa-
rede de um cânion, e é
guardado por bruxos bem
treinados.

Exércicio
Concluímos que é preciso deixar morrer dentro de nós uma série de arrogâncias de
nossa alma se quisermos viver em paz. Se partisse hoje, qual a herança que deixa para o
mundo e quais as últimas palavras que proferiria a todos aqueles que ama?

89
Anotações
__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

92
Poções e Antídotos
CONJURADOR
Vladimir Tristão
POÇÕES E ANTÍDOTOS

Prefácio
A prendemos anteriormente que poção é a nomenclatura usada para nos referir
aos líquidos mágicos oriundas da mistura de diversos ingredientes. Seu objetivo
é realizar encantamentos complexos que não podem ser realizados apenas com o recitar de uma
palavra e/ou movimento de varinha.
Neste adorável ano letivo estudaremos os antídotos, que são as substâncias ou misturas que
neutralizam o efeito do veneno, ou seja, é a poção neutralizadora capaz de reverter certos efeitos
provocados.
Para toda ação existe uma reação e para cada envenenamento existe um antídoto – ainda que
as vezes levamos um tempo para descobrir qual é.
Grosso modo nós podemos dizer que o antidoto funciona como um contrafeitiço, agindo de
forma libertadora no organismo.

“A diferença entre o remédio e o veneno está na dose”

Paracelso

A citação de Paracelso é tida como a mais importante da ciência boticária, sendo algo con-
temporâneo até hoje.

“Quando aprendermos o princípio da moderação, estaremos mais próximos


da dose certa, da medida exata e do conteúdo adequado. Há uma divisa
tênue entre a cura e morte, e entre remédio e veneno. Acerte a dose!”

Fernão Datto
Docente do Instituto Flamel e Mestre de vacinas e
immunis da Horta Boticários

Vladimiro
Tristã

95
POÇÕES E ANTÍDOTOS

Antídoto
1. que ou o que combate os efeitos de uma toxina ou veneno
(diz-se de substância, medicamento, soro)
2. substantivo masculino
POR EXTENSÃO
o que evita ou corrige (vício, defeito, estado de depressão psi-
cológica, paixão etc.); corretivo, remédio.

Dicionário do Bàdiu. Editora Uirapuru

Levando-se em conta a definição linguística desse poderoso “contrafeitiço laboratorial”, pode-


mos concluir que ele tem duas serventias; remediar ou evitar.
Ao mesmo tempo que cura, é capaz de agir como agente imunizador, a exemplo de soros e
vacinas.

Elaboração
P ara fabricar um bom antídoto é imprescindível que o mestre estude a fundo a causa que
pretende curar ou evitar.
O caminho é um só e não tem mistério: Apenas estudando a raiz do problema e conhecendo
a propriedade mágica dos ingredientes que se pode chegar a um resultado satisfatório.
Ao lado um exercício passado para alunos do primeiro ano de Botica do Instituto Flamel,
ministrado na disciplina Diagnose Boticária, professor Moacir Peri Porã.

Atente-se de que estudos já foram realizados neste sentido, e profissionais


da área já têm um diagnóstico pronto. Todavia, este exercício é uma situação
hipotética, onde o professor anseia acompanhar a lógica do aluno, não o
nome da poção que já é fabricada para esse mal.

96
POÇÕES E ANTÍDOTOS

97
POÇÕES E ANTÍDOTOS

98
POÇÕES E ANTÍDOTOS

Análise do Estudo
É importante salientar que essa aula é ministrada por um importante clínico bra-
sileiro a alunos do curso de Botica. Os alunos são instruídos a chegar nos mais
diversos diagnósticos.
São os clínicos que examinam, mas são os boticários que se tornam mestres e
produzem poções, elixires e antídotos para todo tipo de mal dos curandórios.
Conforme lei vigente e o os protocolos da CLB (Confraria Local de Boti-
cas), toda botica localizada em solo nacional, o que inclui todas as demarcações de
terra, precisam disponibilizar um boticário no local para que a loja tenha licença
de funcionamento.
Ainda que o boticário não possa clinicar, ele tem autorização para
dar diagnósticos mais simples e indicar poções que
não precisam de uma prescrição controlada.
Observe que um boticário não poderia
receber na botica um caso como este, onde
o paciente fora atacado gravemente por uma
criatura e encontra-se desacordado. Porém,
há muitos anos, foi um mestre de poções,
um boticário, quem descobriu como combater
queimaduras.
Quero com isto dizer que, a poção Flammae e tantas outras, são o resultado do empenho,
conhecimento e pesquisa desses profissionais.
Um boticário não precisa ser clínico e nem tem autorização para clinicar, mas ele precisa, sim,
ter amplo conhecimento sobre todos os males e patologias.

Como já foi mencionado, é apenas estudando a raiz do problema e co-


nhecendo a propriedade mágica dos ingredientes que se pode chegar a um
resultado satisfatório.

Dito isto e entendido o que pode ou o que não pode fazer um profissional de Botica
no exercício de sua profissão, vamos ao entendimento deste caso hipotético:
Foi fundamental entender o comportamento desta criatura para entender a real situação
clínica do paciente, que tivera uma demora perigosa em seu atendimento - algo que
poderia lhe custar a vida.
Poucas as pessoas são queimadas por
uma mula-sem-cabeça e sobrevivem, neste

99
POÇÕES E ANTÍDOTOS

caso, os esforços são para dar sobrevida


ao felizardo que ganhou uma chance.
Todo e qualquer profissional deve, obrigatoriamente, conhecer as leis per-
tinentes a sua área de atuação. No caso acima o aluno foi certeiro no procedimento,
enviando um comunicado ao Priorado dos Magos, como rege a constituição majurídica.
Examinou o paciente, limpou a ferida, aplicou um analgésico e receitou ampolas de
Flammae, uma poção para queimaduras muito graves.
Visando sobrevida, recorreu ao sangue de unicórnio, uma criatura muito pura, cujo
seus extratos são uma extensão de vitalidade. É importante salientar que esse insumo é muito
poderoso, porém muito raro, sendo indicado apenas em casos extremos.
O aluno recomendou que as ampolas fossem ministradas de 12 em 12 horas, tendo uma obser-
vação de 36 horas, o que é um tempo aceitável.
Honestamente, em um curandório, esse tempo poderia variar de acordo com a reação
do paciente ao tratamento. Caso não fosse positivo, não se esperaria mais 12
horas para agir. Ainda assim, o diagnostico do aluno de Botica está dentro
dos padrões acadêmicos.
Tratando-se de um aluno de Botica, ele fez questão de mostrar que
conhece todas as propriedades de Flammae, ou seja, está apto a fabricá-la.
Além de conhecer todos os insumos que a compõe, entende as propriedades
e porque elas são indicadas para curar aquele tipo de mal.
Por fim, entendendo que o tratamento indicado funcionou, o alu-
no não determinou um tempo, mas sugeriu que continuasse sendo
aplicado compressas e cataclismas, o que também é bom para o
alívio pós trauma.
É claro que cada ser humano reage de uma forma, e várias
outras implicações podem surgir no caminho, como uma alergia,
por exemplo, mas, de um modo geral e academicamente falando,
o trabalho do aluno foi exemplar.

100
POÇÕES E ANTÍDOTOS

101
POÇÕES E ANTÍDOTOS

Curiosidade
O time de argobol do curso de Botica, no Instituto Flamel, se chama “RX”

Laboratório Prático
A s histórias de homens com aspecto de lobo são bem sugestivas. Estes seres têm uma força
extraordinária e são capazes de gerar um medo surreal nas pessoas.
Faremos uma poção que impede a maldição de um lobisomem em caso de ataque.

Atenção!
A POÇÃO NÃO LHE TORNA INVULNERÁVEL AO ATAQUE
DE UM LOBISOMEM, ELA SERVE APENAS PARA DIMINUIR
AS CHANCES DE SER AMALDIÇOADO CASO SEJA MORDI-
DO POR UM LOBISOMEM. AINDA ASSIM, O EFEITO NÃO É
GARANTIDO.

Lupus Mordere
Ingredientes
- 30g Pó de dente de lobo
- 10 Cravos
- 100g Folha de acônito macerada
- 50ml Suco de limão
- Cristal
Observações importantes
A flor de acônito ou acónito é venenosa, pertencente à família Ranunculaceae muito
utilizada em fármacos homeopáticos. É o principal componente para a poção para
matar lobisomens (PROIBIDA PELOS DIREITOS HUMANOS), é por isso, que
nesta poção, se usa apenas a folha da planta, pretendendo repelir os efeitos.
Outro ingrediente interessante para evitar o efeito dessa criatura é o
suco de limão, pois esse insumo elimina

102
POÇÕES E ANTÍDOTOS

resíduos e toxinas do corpo.


O pó de dente de lobo, assim como da
criatura, tende a ajuda na suspensão do efeito da mordida.

Modo de Preparo
1 Preencha o caldeirão com 500 ml de água potável

2 Adicione o cristal

3 Adicione o cravo

4 Mexa 10x em sentido anti-horário com uma colher de metal

5 Deixe o líquido descansar por 60 segundos

6 Macere as folhas de acônito

7 Em outro recipiente coloque o pó de dente de lobo, suco de


limão e as folhas maceradas de acônito. Misture em colher de
metal até ficar uniforme

8 Adicione o conteúdo da tigela ao caldeirão e mexa mais 10 vezes


no sentido horário

9 Coloque a ponta da varinha no líquido e pronuncie “repellere”

10 Bata a ponta da varinha na borda do caldeirão 3 vezes, espaçados


5 segundos um do outro

11 Coe o líquido e deixe descansar por


36 horas.

103
Anotações
__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

104
Prática Antitrevas
CONJURADOR
Hector Saião
PRÁTICA ANTITREVAS

Licantropia
1. Em grego: λυκάνθρωπος; transl.: likán-
thropos, de lykos, lobo, ánthrōpos, homem, na junção,
homem lobo.
2. Licantropo é o indivíduo que é afetado pela
licantropia, ou seja, apela capacidade de se transformar
em um lobo, seja por causa de uma maldição ou por
fatores externos, como por exemplo, um
mordida de um outro lobisomem.

Dicionário do Bàdiu. Editora Uirapuru

Rei de Arcádia
O pai dos Lobisomens
L ycaon foi um rei da cidade de Arcádia, na
Grécia.
Filho do herói Pelasgo com Melibea, uma filha do
oceano, Lycaon sucedeu seu pai, sendo um bom rei
para o povo. Foi bondoso, justo e ajudou as pessoas
do reino a saírem da vida precária e selvagem que
levavam.
Muito religioso, o rei Lycaon chegou a criar um
templo em homenagem a Zeus, o pai dos deuses. Fer-
voroso, frequentemente realizava sacrifícios humanos
em honra. Até aí, tudo dentro de uma cultura. O
problema é que o tal rei, em nome da fé, cap-
turava os visitantes da cidade para sacrificar.
Era difícil visitar Arcádia e

107
PRÁTICA ANTITREVAS

sair vivo para contar a aventura.


Desta forma, infringindo a lei sagrada
da hospitalidade, Lycaon aborreceu Zeus, que logo resolveu checar pessoalmente
as informações: Disfarçando-se de peregrino, o pai dos deuses foi em persona para
Arcádia.
Os súditos do rei logo o alertaram sobre o comportamento estranho do visitante.
Alguns deles até chegaram a cogitar que se tratava de deus disfarçado, e não estavam
errados. Ainda assim, Lycaon resolveu checar a fofoca de um modo nada ortodoxo.
Cheio de cortesia, ofereceu um banquete ao visitante, misturando na refeição a carne de uma
de suas vítimas.
Quando Zeus percebeu o que havia ocorrido, ficou furioso, lançando a maldição e transfor-
mando Lycaon em lobisomem. Além disso, o deus incendiou o tal templo onde aconteciam aquelas
atrocidades.

Este é o motivo para licantropia ter esse nome. Esse foi o castigo que Zeus deu ao rei Ly-
caon por infringir a lei sagrada. É essa a raiz e a origem de todas as histórias que envolvem os
lobisomens.
Amaldiçoado para todo o sempre, Lycaon se transformava em um lobo furioso todas as noites
de lua cheia, mordendo outros homens e passando sua maldição como uma doença. É por isso que
o rei de Arcádia é conhecido como o pai dos lobisomens.

E o conselho é...
TRATE BEM AS
SUAS VISITAS!

108
PRÁTICA ANTITREVAS

Os T ipos de Lobisomen
E xistem cinco raças de lobisomens, e vamos defini-los através de sua aparência
física e suas características comportamentais.

TIPO I Lobisomen Humanoide


Q uando transformados, os indivíduos dessa raça mantêm a apa-
rência humana, porém, lhes surgem algumas particularidades.
Suas orelhas ficam mais pontudas. Crescem mais pelos pelo ros-
to. Suas unhas se transformam em garras, os dentes se alongam
e os olhos ficam amarelados.
A parte o aparecimento de pelos, essa raça asse-
melhasse a um vampiro.

ESCALA DE FÚRIA E
PERICULOSIDADE

109
PRÁTICA ANTITREVAS

TIPO II Lobisomen Fera


E ssa é a raça original de lobisomens, caracte-
rísticas idênticas a transformação do Rei de
Arcádia após a maldição do deus Zeus.
Apesar de manter a forma hominídea e bípede,
essa raça quando transformada apresenta mais caracterís-
ticas animalescas, ainda que não possua focinho.
O corpo fica todo coberto de pelos, as orelhas ficam ainda mais
pontudas e as garras mais afiadas.
Seus olhos podem ser vermelhos ou amarelados, podendo ser
brilhantes ou opacos . No caso de Lycaon, o primeiro da espécie,
os olhos eram amarelos e opacos.
Essa raça tem a musculatura bem desenvolvida e apa-
rente, mesmo em meio a uma grossa pelugem. Seus músculos
dos membros superiores costumam se destacar nos relatos, tal como o seu cheiro.
Essa raça tem os sentidos mais aguçados do que qualquer outra.

ESCALA DE FÚRIA E
PERICULOSIDADE

TIPO III Lobisomen Bestial


U m bestial mede entre 2 e 2,5 metros de altura e é totalmente coberto de pelo. Apesar
de serem bípedes, não é incomum vê-los andando
sob quatro patas.
Costuma ser identificado como “cabeça de lobo
e corpo de urso”, devido a sua pelugem. Suas
orelhas são compridas e pontudas, suas patas
dianteiras são semelhantes as humanas, tendo
polegares opositores, enquanto suas patas tra-
seiras – os pés são mais parecidos com as patas
de um lobo.
Neste estágio da espécie lobisomem, já temos o apareci-
mento de focinho e de uma mandíbula ainda mais poderosa,
equipada com uma arcada dentária extremamente resistente.
Tem o cheiro mais forte e incomum dentre todas as
raças de licantropos.
ESCALA DE FÚRIA E
PERICULOSIDADE

110
PRÁTICA ANTITREVAS

TIPO IV Lobisomen Selvagem


Q uadrupede, essa raça de lobisomem tem o
corpo totalmente coberto por pêlo e focinho
acompanhado por uma potente mordida, assim como
o bestial.
Tem o tamanho de um burro, pata de lobos –
ainda que maiores -, as orelhas são ainda mais pontudas,
e tem uma peculiaridade nesse estágio da espécie: conta
com uma cauda longa e peluda, algo próximo dos lobos
cinzentos.
ESCALA DE FÚRIA E
PERICULOSIDADE

TIPO V Lobisomen Lobo


I ndistinguível de um lobo
comum cinzento, com
acréscimo da consciência humana.
Consegue ser ainda mais pe-
rigoso do que as outras quatro
raças da espécie, pois é facilmente
confundido com um lobo juruá –
Ainda que um animal comum possa
matar alguém, não é passível de espa-
lhar uma maldição.
Com muita inteligência, é o mais traiço-
eiro de todos, mantendo-se silencioso,
já que não exala nenhum cheiro muito
característico. Normalmente dá o bote no
momento oportuno.

ESCALA DE FÚRIA E
PERICULOSIDADE

111
PRÁTICA ANTITREVAS

112
PRÁTICA ANTITREVAS

113
PRÁTICA ANTITREVAS

114
PRÁTICA ANTITREVAS

115
PRÁTICA ANTITREVAS

116
PRÁTICA ANTITREVAS

117
PRÁTICA ANTITREVAS

Em janeiro de 2008 a escola superior


de alquimia e laboratoriais, o Instituto Flamel, ganhou por vias legais o
direito de resposta ao jornal The Bruxo Times, da rede Nhanduti.
O jornal afirmou que a instituição havia descoberto a cura da licantropia, mas que não
divulgava por estar barganhando valores com o comércio internacional.
Segue abaixo nota de repúdio publicada três dias após a denúncia:

118
Runas Antigas
CONJURADORA
Alma Damas
RUNAS ANTIGAS

“ENCONTRARÁS AS RUNAS, SÍMBOLOS MÁGICOS


BONS, FORTES E PODEROSOS
COMO ASSIM OS QUIS O SENHOR DA MAGIA
COMO FIZERAM OS DEUSES PROPÍCIOS
COMO OS GRAVOU O PRÍNCIPE DOS SÁBIOS”.
- CANTO RÚNICO A Odin

121
RUNAS ANTIGAS

Runas Nórdicas
O presente de Odin
A s runas surgiram como inscrições alfabéticas em torno do ano 150, século II, pelas
mãos dos antigos povos do norte da Europa. Na língua germânica, “runa” signi-
fica “segredos” ou “mistérios”. Esses povos, como os germânicos e os vikings, as esculpiam
em ossos, metais ou madeira e as utilizavam em jogos de adivinhação para escrever poemas e
até mesmo como amuletos de proteção. As runas eram o único alfabeto dos povos nórdicos – no
entanto, elas nunca evoluíram para algo como uma escrita ideogramática.
Diversos povos da Antiguidade consideravam as árvores como portais para outra dimensão,
elos entre o mundo visível e o não-visível. É o ser vivo que une a terra e o céu, indicando o
caminho dos deuses
A árvore podia ser considerada como o eixo do mundo – “axis mundi“ – pois em torno dela
a vida da comunidade encontrava sua identidade sagrada. Exprimia ainda o ideal de juventude, a
imortalidade, a sabedoria. Por exemplo:
A oliveira era considerada sagrada na Grécia, carregando em si atributos como paz, fecun-
didade, beleza e dignidade, enquanto o carvalho era cultuado pelos velhos bruxos druidas. Esses
sacerdotes, os sábios do povo celta, consideravam as raízes dessa árvore um portal sagrado para o
“outro mundo”, o reino das fadas.

A árvore mais sagrada para os Druidas era o Carvalho,


chamado de “duir” no idioma gaélico, o que deu origem a
palavra “door”, que significa “porta” na língua inglesa.

Já na mitologia nórdica, a enorme árvore Yggdrasil estava


posicionada bem no centro do universo, suportando-o; Foi
assim, que, segundo a história, o poderoso Odin conquistou
as runas enquanto buscava iluminação, pendurado nessa
enorme árvore da vida. Após nove dias e nove noites,
os céus teriam atendido suas súplicas e se aberto,
deixando as runas caírem em suas mãos.
Pouco tempo depois o deus pôde desvendar os
símbolos mágicos das runas, usadas como escrita e como
oráculo.
PANTALÃO, Charles. Quem Adivinha. Vila Vareta: Editora Salamandra, 2015

122
RUNAS ANTIGAS

y ggd ras il

123
RUNAS ANTIGAS

Como usar as
Runas de Odin?
A lém do uso como alfabeto, guardando conteúdos em códigos, as runas nórdicas
podem ser utilizadas com fins adivinhatórios, ou seja, como um oráculo, todavia
existem outras aplicações. As runas são extremamente eficazes contra energias negativas, e
também, a depender da pedra escolhida, esse talismã pode atrair prosperidade.

Vamos ao jogo...
Jogo de Uma Runa
E ssa é a utilização mais simples do oráculo, e consiste na seleção de uma
única pedra de runa. Apesar de mostrar uma visão geral sobre determinada
questão, essa modalidade traz uma resposta clara para a situação

Jogo de Três Runas

A RESPOSTA
EXPLICAÇÃO CONCLUSÃO
OBJETIVA

124
RUNAS ANTIGAS

Jogo de Cinco Runas

PERSPECTIVA CURSO
GERAL DA DESAFIO DE AÇÃO
SITUAÇÃO REQUERIDO

SITUAÇÃO
SACRIFÍCIO DESENVOLVIDA

A seguir um guia detalhado para interpretação de


cada uma das 24 runas de Odin, além da runa
“Wird”, a chamada “runa do destino”, que não tem
representação, uma vez que deixa a mensagem de que o
homem é dono dos seus próprios caminhos.

125
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Feoh (Fehu)


DEUS REGENTE: Freyr
SIGNIFICADO: Gado
MENSAGEM: Enriquecimento
REPRESENTAÇÃO: F

POSIÇÃO NORMAL: Associada ao gado, que era o dinheiro dos antigos nórdicos, ela
sempre se relaciona com a matéria, dinheiro, prosperidade, enriquecimento mesmo nos as-
pectos não materiais, aumento dos senti mentos e amor, conclusão de projetos e recompensa
pelos esforços.
INVERTIDA: Significa pobreza material ou espiritual, problemas financeiros, encerra-
mento de projetos, frustração e instabilidade física e emocional.

RUNA: Ur (Uruz)
DEUS REGENTE: Tyr
SIGNIFICADO: Bisão
MENSAGEM: Passagem
REPRESENTAÇÃO: U

POSIÇÃO NORMAL: O bisão sempre foi um animal sagrado, relacionado aos testes
iniciáticos que traziam os meninos para a posição de guerreiros. Esta runa representa testes
(de força, de integridade, de coragem), responsabilidades e consciência, sucesso profissio-
nal, oportunidades que surgem em meio a dificuldades.
INVERTIDA: Gasto inútil de energia, estar imerso em batalhas perdidas, falta de
preparo para enfrentar uma situação, estar numa posição vulnerável.

126
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Thurisaz(Thor)
DEUS REGENTE: Thor
SIGNIFICADO: Deus Thor
MENSAGEM: Vencer dificuldades
REPRESENTAÇÃO: TH

POSIÇÃO NORMAL: Representando a própria pessoa do deus Thor, traz para a mesa
do oráculo um protetor invencível, que proporciona o conhecimento prévio do perigo,
ajuda a transpor obstáculos e anuncia sorte em todos os assuntos, temperamento explosivo e
atitudes impensadas (que, se for mal administrada, pode levar a perdas posteriores).
INVERTIDA: Egoísmo, dificuldade de ouvir conselhos e aceitar ajuda, teimosia, dificul-
dade de enxergar os riscos da situação em que se encontra.

RUNA: Ansuz
DEUS REGENTE: Bragi
SIGNIFICADO: Boca
MENSAGEM: Aprendizado
REPRESENTAÇÃO: A

POSIÇÃO NORMAL: Representando uma boca, ela se refere à fala, comunicação, trans-
missão de conhecimentos, estudos, trabalho mental e administrativo bem sucedido, interme-
diários, advogados e parceiros. Anuncia sucesso em exames, entrevistas, teses e reuniões,
ampliação da cultura e conhecimentos técnicos.
INVERTIDA: Anuncia o mau uso da palavra e do conhecimento: fofocas, mentiras, falta
de comunicação, discussões, falsificação de documentos, provas falsas, perda de documentos,
fracasso em entrevistas e trabalhos mentais.

RUNA: Raidho
DEUS REGENTE: Nornes
SIGNIFICADO: Roda
MENSAGEM: Mudança
REPRESENTAÇÃO: R

POSIÇÃO NORMAL: Representando uma roda, num contínuo movimento, ele impri-
me a característica de movimento ao assunto em questão, mudanças, evolução, mudanças
de local ou cidade, estações do ano, situações que, embora possam melhorar, podem ser
transitórias, pois a roda sobe, mas depois tem que descer para iniciar uma nova volta.
INVERTIDA: Podem ser mudanças infrutíferas, ou para pior; falta tempo para fina-
lizar o ciclo de instabilidade em que o consultante está vivendo, pode faltar obje-
tividade, mas o tempo todo existe a consciência de que a sorte vai mudar
brevemente.

127
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Kenaz (Kano)


DEUS REGENTE: Loki
SIGNIFICADO: Tocha
MENSAGEM: Criatividade
REPRESENTAÇÃO: C, K

POSIÇÃO NORMAL: Representando uma tocha, a doadora de luz e calor através do


fogo, traz mensagens de abertura, visualização, criatividade, convites, novas realidades
e situações ou a compreensão clara de situações que antes nos angustiavam. É uma runa
excelente nos casos em que se pergunta sobre saúde, pois sempre anuncia a cura e reinício
da vida normal. No caso de relacionamentos afetivos, pode representar uma nova pessoa
que ilumina os dias do consultante.
INVERTIDA: A chama apagada deixa apenas um rastro de fumaça indicando a direção,
torna difícil visualizar o problema com clareza, falsas oportunidades aparecem, relacionamen-
tos se esfriam e o vigor físico diminui.
RUNA: Gebo
DEUS REGENTE: Freyja
SIGNIFICADO: União
MENSAGEM: Amor
REPRESENTAÇÃO: G

POSIÇÃO NORMAL: Representa um nó que ata duas pessoas, união, sociedade, com-
panheirismo, partilha, relações amorosas, todas positivas e bem sucedidas. No entanto,
deve-se ter cuidado para ver se, na questão do consultante, existe algum assunto relativo
à dependência, pois esta runa indica coisas que as pessoas só conseguem fazer em parceria.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

RUNA: Is (Isa)
DEUS REGENTE: Mimir
SIGNIFICADO: Gelo
MENSAGEM: Atraso, espera
REPRESENTAÇÃO: I

POSIÇÃO NORMAL: Representa a neve, o gelo. Esta é uma runa neutra, que indica
atrasos e congelamento de planos, limitações de espaço, local, casa ou imóvel; se o assunto
é um relacionamento, esta runa significa que a outra pessoa não está interessada ou engajada
nesta relação. Períodos de inatividade, dormência, atrasos temporários e retardamento de
planos podem ocorrer.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

128
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Winn (Wunjo)


DEUS REGENTE: Weiland
SIGNIFICADO: Glórias
MENSAGEM: Alegria
REPRESENTAÇÃO: W

POSIÇÃO NORMAL: Representa a coroa da vitória, glórias, sucesso, fama e honra-


rias. Representa também sabedoria, discernimento e poder de decisão sobre suas próprias
questões. Para qualquer tipo de pergunta, uma resposta de sucesso, vitória e realização de
desejos, ganhos, situações em que se vence pelo raciocínio e sabedoria, e não pela intuição/
coração.
INVERTIDA: Sensação de impotência, situações sem solução, sentir-se preso ou res-
tringido, frustração e atraso, desfecho negativo para qualquer pergunta que o consultante
tenha feito.

RUNA: Ragalaz (Hegl)


DEUS REGENTE: Gigantes
SIGNIFICADO: Granizo
MENSAGEM: Interrupção
REPRESENTAÇÃO: H

POSIÇÃO NORMAL: Representa flocos de neve/granizo, traz a simbologia das restrições


que o inverno impõe no hemisfério norte, anuncia restrições, obstáculos, lutar contra forças
superiores, sofrer interrupções ou complicações legais. Em geral, são situações em que não se
tem qualquer domínio sobre a evolução das coisas, e se é forçado a resignar ou ter paciência
devido à demora.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

RUNA: Algiz
DEUS REGENTE: Thor
SIGNIFICADO: Alce
MENSAGEM: Espiritualização
REPRESENTAÇÃO: Z

POSIÇÃO NORMAL: Em geral, anuncia proteção divina ou um protetor que nos apa-
rece; as coisas se resolvem sozinhas num fluxo de energia positivo que nos envolve, mas
não está sob nosso controle.
INVERTIDA: Nossa proteção se retirou; se fizemos escolhas erradas, é hora de pagar
o seu preço; se trilhamos caminhos tortos, é hora de se redimir e voltar ao caminho
reto. Indica uma situação em que se está em desvantagem, vulnerável, ou seé
obrigado a fazer sacrifícios.

129
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Nauthiz
DEUS REGENTE: Hella
SIGNIFICADO: Necessidade
MENSAGEM: Pobreza
REPRESENTAÇÃO: N

POSIÇÃO NORMAL: Representa a pobreza, a necessidade. Esta, entre todas, é a runa


que mais atrasa qualquer projeto, ou mais indica dificuldades na solução de problemas, em-
bora ainda exista uma possibilidade remota de que o projeto do consultante se desenvolva
posteriormente; as maiores chances são de desistência total ou fracasso. No corpo físico,
anuncia baixa vitalidade e queda de resistência.
INVERTIDA: Esta é sua forma mais negativa, a mais negati va de todas as runas,
anuncia pobreza, carência, necessidade, falta, doenças crônicas, sofrimento e aprisionamento
em situações extremamente restritivas.

RUNA: Jara (Jera)


DEUS REGENTE: Martelo de Thor
SIGNIFICADO: Colheita
MENSAGEM: Justiça
REPRESENTAÇÃO: J, Y

POSIÇÃO NORMAL: Representa a colheita, abundância, o que se obteve através do


trabalho, o que se mereceu. Pode aparecer quando o assunto envolve justiça, juiz, karma,
mas note que nem sempre quer dizer que o consultante terá sucesso, ele terá justiça (se não
fez por merecer a recompensa, sairá perdendo de alguma forma). Anuncia o encerramento
de qualquer disputa, processo, pendência e divergência
INVERTIDA: Não há posição invertida.

RUNA: Perthro
DEUS REGENTE: Nornes
SIGNIFICADO: Revelação
MENSAGEM: Revelação
REPRESENTAÇÃO: P

POSIÇÃO NORMAL: Representa a revelação de mistérios ou segredos, o conteúdo


oculto das coisas, à essência das coisas, ao contrário das aparências. Pode significar notícias
agradáveis, ou “coincidências” que têm papel importante na resolução dos problemas do
consultante; ganhos e presentes, loterias, sorte. Notícias agradáveis.
INVERTIDA: Surpresas desagradáveis podem ocorrer, ou pessoas que tiveram
atitudes desonestas podem ser desmascaradas e expostas. Pode haver perdas
financeiras ou de reputação.

130
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Eihwaz
DEUS REGENTE: Sacrifício de Odin
SIGNIFICADO: Teixo
MENSAGEM: Reflexão, morte
REPRESENTAÇÃO: EI

POSIÇÃO NORMAL: Representa uma árvore, o teixo, sob a qual se alojavam os sábios
que iam lançar as runas, e cuja madeira era usada em rituais, armas, construções e objetos
artísticos. Esta runa tem o significado simbólico da reflexão, abnegação, sacrifícios por causas
importantes, ou o aparecimento de um sábio que irá nos instruir, orientar ou organizar
nosso trabalho para que os problemas sejam contornados. Toda vez que a pergunta envolve
questões espirituais, esta runa aparece, pois ela representa a sabedoria e a experiência.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

RUNA: Sowilo
DEUS REGENTE: Baldur
SIGNIFICADO: Sol
MENSAGEM: Vitória completa
REPRESENTAÇÃO: S

POSIÇÃO NORMAL: Representa o Sol, doador de luz, calor e vida. Em geral, anuncia
vitória, fama, reconhecimento, recompensas, sorte e saúde. Tudo é motivo de alegria: amor,
dinheiro, amigos e festas; pode ser o final de um ciclo de problemas, a solução que traz
alívio.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

RUNA: Tiwaz
DEUS REGENTE: Deus Tyr
SIGNIFICADO: Guerreiro
MENSAGEM: Coragem
REPRESENTAÇÃO: T

POSIÇÃO NORMAL: Em geral, aparece nos casos em que é necessário ter muita co-
ragem e ousadia para vencer problemas; em relacionamentos afetivos indica uma paixão
incontrolável e sensual, ou uma pessoa de caráter forte, personalidade que se impõe e
físico saudável.
INVERTIDA: Fraqueza física, ou de caráter; falta de empenho para resolver
problemas ou obter sucesso; personalidade auto indulgente.

131
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Berkano
DEUS REGENTE: Frigg
SIGNIFICADO: Gestação
MENSAGEM: Fecundidade
REPRESENTAÇÃO: B

POSIÇÃO NORMAL: Representa a gravidez, a geração, a fecundidade. Anuncia au-


mento, crescimento, multiplicação, abundância, realização de desejos e projetos. Pode
representar uma mulher (mãe, irmã, esposa) ou um casamento.
INVERTIDA: Dificuldades relacionadas a gastos imprudentes, multiplicação de defeitos
ou problemas (como os juros bancários), aborto, esterilidade, mulheres dominadoras ou
tiranas, situações em que não se tem como ganhar.

RUNA: Othala
DEUS REGENTE: Heimdall
SIGNIFICADO: Velho
MENSAGEM: Tradição, herança
REPRESENTAÇÃO: O

POSIÇÃO NORMAL: Representa um homem velho, e traz a temática da autoridade, do


conservadorismo e da necessidade de soluções formais, legais, hierarquia ou aspectos legais.
Pode significar separações ou divisões, ou retorno de situações do passado mal resolvidas.
Pode significar cobranças por falta que cometemos: irresponsabilidade, falta de decoro ou
usar as pessoas, e seremos forçados a abandonar este tipo de atitude.
INVERTIDA: Pode significar pendências que não se consegue resolver, atrasos, ne-
cessidade de soluções urgentes que implicam em perdas, ou ciclos que não terminaram de
forma bem definida (relacionamentos que terminam sem uma finalização definida e geram
pendências).

RUNA: Ing (Inguz)


DEUS REGENTE: Freyr
SIGNIFICADO: Herói, lenda
MENSAGEM: Conclusão
REPRESENTAÇÃO: NG

POSIÇÃO NORMAL: Representa o herói lendário Inguz, e traz para a leitura a neces-
sidade de atitudes heroicas, corajosas e de franca generosidade altruísta. Em geral, anuncia
o fechamento de ciclos de problemas e um recomeço bem sucedido, acerto de pendências
antigas, ou desaparecimento de pessoas que nos incomodaram durante muito tempo; a
conotação em termos de sentimento é de alívio.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

132
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Laguz
DEUS REGENTE: Sacerdotistas
SIGNIFICADO: Água
MENSAGEM: Intuição
REPRESENTAÇÃO: L

POSIÇÃO NORMAL: Representa um lago, a água calma e profunda. Os lagos repre-


sentam o inconsciente, os aspectos psicológicos, os poderes de clarividência e magia. Nos
casos em que esta runa aparece, o melhor é se guiar pela intuição, pois existe uma corrente
espiritual em contato com o consultante. Pode representar uma figura feminina de grande
poder psíquico, uma sacerdoti sa ou bruxa, ou, simplesmente, uma mulher sábia e madura.
INVERTIDA: Perder-se em meio a mares confusos, ilusão, falsas imagens ou valorização
de aparências. Pessoas que canalizam forças negativas, ou prati cam cultos perigosos. Se
representar uma mulher, ela pode ser falsa, interesseira ou fraca de saúde.
RUNA: Mannaz
DEUS REGENTE: Homens
SIGNIFICADO: Humanidade
MENSAGEM: Ajuda, altruísmo
REPRESENTAÇÃO: M

POSIÇÃO NORMAL: Representa o homem, a espécie humana, a humanidade. Sempre


aparece nas questões que exigem racionalidade, superioridade de julgamento, altruísmo,
serviço social, ati tudes imparciais em prol do coletivo. Pode representar grupos dos quais
fazemos parte: raça, religião, nação, bairro, órgãos de classe. Indica que é necessário ter uma
ati tude superior e prati car a caridade para vencer o problema em questão.
INVERTIDA: Egoísmo, individualismo, boicotes, falsos amigos, greves, falta de cola-
boração por parte das pessoas do grupo, relacionamentos que não sobrevivem devido ao
egocentrismo.
RUNA: Ehwaz
DEUS REGENTE: Valkyrias
SIGNIFICADO: Cavalo
MENSAGEM: Viagem
REPRESENTAÇÃO: E

POSIÇÃO NORMAL: Representa um cavalo, a forma primária de mobilidade dos vi-


kings. Anuncia viagens, mudanças de local ou cidade, coisas que se movem ou nos levam
a mudanças de vida que ocorrem de forma rápida, e sem que possamos fazer nada. Pode
significar notícias, cartas, formas de comunicação ou mensageiros, ou envolvimento com
meios de comunicação.
INVERTIDA: Imobilidade, restrições, prisão ou laços sufocantes. Mudanças
para pior, ou de resultado neutro após muito trabalho.

133
RUNAS ANTIGAS

RUNA: Daeg (Dagaz)


DEUS REGENTE: Baldur
SIGNIFICADO: Dia
MENSAGEM: Esperança
REPRESENTAÇÃO: D

POSIÇÃO NORMAL: Representa o dia, o nascer do sol, a chegada da luz depois das
longas noites de inverno. Sempre que aparece, revela uma mensagem de esperança, fé,
ajuda, a certeza de que o tempo cura tudo e que um dia sempre nasce depois do outro.
Otimismo e confiança, situações que caminham seguramente para a solução.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

RUNA: Wird
DEUS REGENTE: Odin
SIGNIFICADO: Em branco
MENSAGEM: Precipitação do destino

POSIÇÃO NORMAL: Representa o nada, a runa ausente, sem símbolo, chamada a runa
do destino. Quando aparece, significa que o homem faz seu próprio destino, tem em suas
mãos o poder de decidir e agir, mas é sempre uma escolha delicada, uma situação de risco.
Em geral, quer dizer que as circunstâncias que afetam o projeto ainda estão em aberto, não
foram definidas. Pode-se relacioná-lo a situações cármicas, acontecimentos predestinados.
INVERTIDA: Não há posição invertida.

Considerações da conjuradora técnica


rios de sangue nao trazem a paz
mas trazem a obediencia
- DITATO VIKING

134
Trato das Criaturas Sereianas
CONJURADORA
Inaiê Sofie Walter
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

Se.re.ia
S er feminino, representado sob a forma de ave ou peixe,
com cabeça e/ou peito de mulher e, às vezes, empunhando
uma lira; sirena [Os primitivos navegadores diziam ter ela um canto
mavioso, com o qual atraía os marujos para o mar, onde pereciam
afogados.].
Dicionário do Bàdiu. Editora Uirapuru

Sereias ou Sirenas - A 0RIGEM

A o que conta a história, essas criaturas tiveram origem na Grécia.


Esse gênero marinho inicialmente tinha cauda de peixe, busto humano e cabeça de
pássaro, e eram extremamente ferozes.
Depois de muita observação, Afrodite, a deusa grega do amor, entendeu que a perversidade
da espécie vinha da amargura de ter tão lindos corpos aprisionados em uma cabeça de pássaro com
longos bicos.
Foi assim que Afrodite presentou as sereias ou sirenas, como eram chamadas, substituindo a
face de ave e transformando-as em lindas donzelas.
Todavia, mesmo com longos cabelos sedosos, o humor das sereias não mudava, e elas continu-
avam a espalhar terror pelos mares.
Aborrecida por tamanha ingratidão, a deusa Afrodite as aprisionou em uma ilha como punição
por desprezarem os prazeres do amor.
Afrodite esperava, com isso, que as pobres sirenas, apesar de terem cauda de peixe,
se tornariam tão alegres como as nereidas, mas isso não aconteceu.
Nereidas eram as ninfas marinhas, filhas de Nereu, o ancião dos mares com Dóris.
Gentis e generosas, essas lindas moças, nuas e humanizadas, estavam sempre dispostas
a ajudar. Seu bonito canto acalmava o mar, facilitando a vida dos marinheiros
do mar Egeu.

137
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

Acontece que,
diferente da
conclusão da deusa, as sirenas
ganharam sim uma fatal sensua-
lidade feminina, e isso é algo que
persistiu e persiste até os dias de
hoje. Porém, diferente das
nereidas, essas criaturas
têm um ímpeto ofensi-
vo, e isso nem o poder de
Afrodite poderia mudar.
Ao perceber a mudança das sirenas, a deusa finalmente as libertou da ilha, e não demorou para
que encontrassem com o charmoso Tritão, filho de Poseidon, deus dos mares.
Ao contrário das sirenas, ainda que tivesse feição humana e cauda de peixe, o Tritão era um
pacífico mensageiro de seu pai, acalmando as águas do mar para que a carruagem de Poseidon
deslizasse com segurança. Para tal, ele fazia uso de búzios como instrumentos musicais, produzindo
uma música apaziguadora.
Tritão se reproduziu com muitas sirenas, dando origem a outras sirenas, machos e fêmeas.
Ainda que Tritão fosse nome próprio, acabou se tornando o nome da espécie masculina das sereias.
A partir de então, parte dessa espécie começou a deixar o mar Egeu, migrando para rios e
oceanos mundo afora, chegando, inclusive, ao Bàdiu.
Tritões continuam tendo o temperamento mais pacífico do que sereias. Ao que tudo indica, a
herança de Afrodite perdura nas sirenas, criaturas do gênero feminino, e toda essa sensualidade é
usada para seduzir suas vítimas.
Há centenas de anos as sereias são protetoras dos rios e mares do Bàdiu.

SEREIAN0S E A LENDA DA IARA

Quando Nhamandu fez os rios, lagos e mares, criou Iara para


protegê-los. Iara, que significa “mãe d’água”, é o espírito pro-
tetor presente em cada profundeza de água.
Essa deusa tem a devoção de muitos brasileiros. Principalmen-
te daqueles que dependem das águas para viver, a exemplo
dos pescadores.
Contudo, assim como acontece nas florestas, as águas
também têm criaturas que fazem a sua proteção, não dei-
xando que o homem faça o que bem entender e acabe com
o ecossistema.
Por exemplo, nas florestas temos o
boitatá, o Mapinguari e

138
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

tantas outras criaturas que a protegem. 0 mes-


mo ocorre debaixo d’água.
De acordo com a classificação estudada a fundo no
Liceu
de Ases, todas as criaturas marinhas humanizadas
e com
consciência, são chamadas de “criaturas sereianas”
Bem, nesta classificação excluímos os peixes e tanta
s es-
pécies mágicas e juruás que habitam as profundezas
, mas
identificamos as sereias, os tritões, os botos, yacuru
nas e
ipupiaras.
Mas quem é a Iara? Como eu disse, Iara é a deusa,
mãe
d’água. Porém, é comum os índios e os mais tradic
ionalistas
chamarem qualquer sereia de Iara. Explico:
Há milhares de anos, onde hoje fica a demarcação
de Sar-
ça, um índio de nome Jaguarari viu uma sereia pela
primeira
vez e se apaixonou pelo seu canto. Sendo a sereia
desconhecida
para ele e para a sua tribo, eles passaram séculos
pensando
que existisse apenas uma criatura como aquela, e que
ela era
Iara, a deusa enviada por Nhamandu para cuidar
das águas.
0u seja, por séculos qualquer sereia que era vista
em rios e
mares, era tida como Iara.
É importante salientar que a vida marinha, princip
almente
no Bàdiu, é bastante diversificada e conta com centen
as de
espécies, porém, a classificação sereiana limita-se
a criaturas
com características humanas que vivem no fundo
das águas,
seja ela doce ou salgada.

Criaturas Sereianas
Encontradas na fauna brasileira

Grau de Periculosidade
c Enfadonho
cc Domesticável
ccc Potencialmente perigoso
cccc Temerário
ccccc Indomável

139
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

Boto cor-de-rosa
Grau de Periculosidade: cc

B otos são criaturas que se assemelham aos golfinhos. Se alimentam de peixes


e vivem em rios. São facilmente encontrados ao norte de Sarça, mas também
podem ser vistos em outras regiões.
São classificados como criaturas sereianas graças a sua metamorfose. Esses animais têm
a capacidade de se transformar em homem em toda noite de lua cheia.
Dividem com os tritões o posto de criatura sereiana mais dócil.
Além de sua fama sedutora, eles também são populares por frequentemente salvar pessoas de
afogamento, o que lhes rendeu o apelido de “salva-vidas da água doce”

Age por consciência

Yacuruna
Grau de Periculosidade: ccccc

O Yacuruna é uma espécie de ser aquático humanoide que vive em rios e lagos da floresta
Amazônia, ao norte de Sarça.
São criaturas similares a seres humanos, porém apresentam
membranas nos pés, cabeça e mãos. Além disso, ostentam uma
grande nadadeira nas costa, o que lhes dá a aparência de peixe.
Esses seres moram em cidades submersas feitas de cris-
tal e usam conchas e escamas de peixe para se enfeitar.
Nos últimos anos pudemos acompanhar uma grande
migração para as águas tranquilas de Atroz, onde construí-
ram inúmeras cidades de cristal.
Yacurunas não atacam banhistas e navegadores, isto
é, a não ser que estejam com más intenções. Neste caso,
eles se mostram criaturas ferozes que rapidamente vão das
profundezas a superfície e levam suas vítimas para o fundo do
lago, deixando-as morrer afogadas.

Age por consciência

140
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

Ipupiara
Grau de Periculosidade: ccccc

O Ipupiara, também chamado de homem-marinho, é algo como


um homem-peixe que habita o litoral brasileiro, principalmente
entre as demarcações de Dédalo e Meão.
Muitos dos exploradores do velho mundo, a
Europa, descobriram que ele tinha o péssimo hábito
de matar as pessoas por estrangulamento. Depois de
estranguladas, suas vítimas tinham os olhos, dedos e
pés devoradas pela criatura.
Sádicos, matam suas vítimas apertando-as, abra-
çando-as e as beijando.
Já foram narrados como “bestial, faminto, repug-
nante, de ferocidade primitiva e brutal”.
Realmente são criaturas mais impacientes do que os yacurunas, po-
dendo atacar sem motivo aparente, já que apresentam humor instável.
Felizmente eles costumam viver em alto mar e um árduo trabalho é feito no Bàdiu para sina-
lizar onde se encontram as colônias de ipupiaras.

Age por instinto primitivo

Tritão
Grau de Periculosidade: cc

É considerado o gênero masculino das sereias.


Tritão, o primeiro da espécie, era grego, filho de
Anfitrite com Poseidon, o deus dos mares.
Tritão nasceu metade homem, metade peixe, assim como
as temerárias sereias, e logo que as duas classes cruzaram e se
reproduziram, se tornaram praticamente a mesma espécie,
sendo o tritão do gênero masculino e as sereias de
gênero feminino.
Assim como o primeiro Tritão, filho de
Poseidon, os tritões costumam apresentar um
comportamento tranquilo, atacando apenas para se de-
fender.
Age por consciência

141
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

Sereia
Grau de Periculosidade: DEPENDE DA ESPÉCIE

É impossível definir o local exato em que surgiram as sereias, mas estudos recentes
mostram que os primeiros relatos sobre tais criaturas apareceram na Grécia, e
depois da migração, na Assíria, isso há mais de 3 mil anos.
A partir de lá os registros de sua presença foram
feitos no litoral do Egito (Mar vermelho), Cartago, e
mais tarde no litoral de Portugal.
Estima-se que as sereias tenham buscado refúgio
em águas norte americanas há cerca de 700 anos,
quando a sociedade não-mágica passou a captu-
rá-las para exibi-las em público.
Milhares delas atravessaram o Atlântico pro-
curando por águas mais calmas e mornas, e
espalharam-se rapidamente por todo o litoral
brasileiro, o que inclui mares e rios.
Age por consciência

Comunidade
A s sereias vivem em pequenas comunidades, com cerca de 100 ou 200 indivíduos da
mesma espécie, o que nem sempre inclui os tritões. Suas vilas ainda são pouco conhecidas.
Isso se deve instabilidade no humor, o que afasta os pesquisadores. Todavia sabe-se que elas podem
construir abrigos de pedra no fundo de rios e mares, e que dividem suas funções em um modelo
similar as colmeia de abelhas. Trabalham como soldados, construtores e caçadores (conforme cada
habilidade).

Essas criaturas são extremamente agressivas e dissimuladas, vivendo em


constante estado de alerta. Apenas bruxos especializados devem se apro-
ximar.

Apesar de todas as sereias pertencerem a uma mesma espécie, a de sereias ou sirenas,


cada uma tem suas próprias características físicas e temperamentais, podendo uma ser mais
instável do que a outra.
Suas comunidades também dizem muito sobre o seu comportamento, e elas
podem ser mais dissimuladas ou arredias, de
acordo com a dinâmica de seu grupo.

142
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

C0NSIDERAÇÕES
Sereias pertencem a uma mesma espécie. Acontece que
cada individuo tem suas próprias características físicas
e psicológicas. Normalmente são arredias, mas sendo seres
únicos, cada uma se comporta de uma maneira, independente
do grupo.
É claro, que, assim como os seres humanos, elas tendem a
agir de acordo com o temperamento da comunidade em que
vivem, mas no geral, são traiçoeiras, sensuais e dissimuladas.
Usam de sedução para atrair suas vítimas e as levar para o
fundo dos águas, onde as deixam morrer por puro sadismo da
espécie.
Além disso, elas são as maiores protetoras de rios e mares,
sendo conhecidas como as representantes de Iara, a deusa do
panteão de Tupã, criada por Nhamandu para proteger rios e
mares.

Alimentação
A s sereias das águas brasileiras se alimentam
quase que exclusivamente de peixes ou frutas
que caem na água. Algumas algas e plantas também
podem ser ingeridas se apresentar a necessidade, mas
raramente fazem parte da dieta constante.

143
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

144
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

145
TRATO DAS CRIATURAS SEREIANAS

Arquipélago de Ilhota
A maior base oceânica do Bàdiu pertence a Dédalo, e está a mil quilômetros de
Parálio, o distrito brasileiro mais próximo.
Bem inóspito, um punhado de rochedos pontiagudos formam esse arquipélago no meio
do Atlântico, composto de dez pequenas ilhas e rico em diversidade marinha. Esse é o
pedaço do Bàdiu mais próximo da África, e é frequentemente chacoalhado pela fúria de
uma comunidade com mais de 3 mil sereias.
Menor do que dois campos de argobol, sem vegetação nem fonte de água doce, o espaço é
dividido entre pesquisadores, pássaros, caranguejos e sereianos.
A parte mais alta tem apenas 18 metros e a profundidade ao redor é de mais de 4 mil me-
tros. Essa é a única ilha oceânica no mundo formada pelo manto terrestre, uma das entranhas mais
profundas da terra.
São grandes os esforços para manter os juruás longe desse território depois da visita de um
pesquisador de nome Charles Darwin. Por décadas os não-mágicos se preocuparam com a região
e quiseram estudar seus “terremotos”, sem saber, claro, que se tratava apenas da fúria das sereias.
Tendo várias embarcações juruás naufragado na região, sempre foi difícil manter essa área
longe de seu interesse. Isso complicou ainda mais em 2009, quando esses rochedos viraram notícia
internacional depois da pane de um artefato juruá de voo, que acabou caindo na região.
Nos últimos cinquenta anos o arquipélago está sob a proteção do programa “Ilha sirena”, em
responsabilidade do Liceu de Ases. Semanalmente são enviados formandos e pesquisadores da
instituição.

Considerações da conjuradora técnica


Mais uma vez vimos a necessidade de conhecer uma criatura. É
assim, conhecendo seu comportamento e habitat, que coexisti-
mos melhor e de forma mais segura nessa terra.
O Liceu de Ases é uma escola séria onde as criaturas são
imensamente respeitadas e preservadas. É uma ótima institui-
ção para todos aqueles que se interessam por essas formas
de vida e suas aplicações.

Heko porãvako ojehayhu opárupi,


INAIÊ

146
Anotações
__________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________ ____________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
__________________________________________________
_____________________________________________
________________________

147
CONTEÚDO
APROVADO POR

Todos os direitos são reservados a Escola de Magia e Bruxaria do Brasil®


Inspirado no universo da escritora Vanessa Godoy

Você também pode gostar