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ESPORTES COMPLEMENTARES

DAS RAÍZES À MODERNIDADE:


BEISEBOL, UM ESPORTE EM EVOLUÇÃO
Neste tópico, vamos explorar um pouco sobre a beisebol. Ocialmente, o beisebol surgiu com os
história do beisebol, sua criação, expansão e con- Knickerbocker Base Ball Club, na cidade de Nova
temporaneidade. Esperamos que esta unidade York, em meados de 1845, fundado por Alexander
possa proporcionar uma experiência animadora Cartwrigth. A partir de então, o jogo foi ganhando
nesse novo universo que nos reserva várias sur- espaço no coração dos novaiorquinos e dos ameri-
presas pelo caminho. canos de forma geral, vindo a tornar-se, hoje, uma
Não é possível datar exatamente quando o paixão nacional, capaz de reunir mais de cinquenta
beisebol nasceu, porém, há relatos de um certo mil pessoas em um estádio, para se divertir assis-
jogo, praticado na Inglaterra, chamado Rounders, tindo aos jogos, como é o caso do Dodger Stadium,
de onde pode ter surgido os primeiros traços do na cidade de Los Angeles.

Figura 1 - Equipe de beisebol da People’s Drug Store, membros das equipes amadoras de Washington 1921

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 2 - Dodger Stadium na cidade de Los Angeles, California.

Há relatos de que o Beisebol foi trazido para o Bra- 1920 e 1940. Em setembro de 1946, com o objetivo de
sil no Século XIX, por funcionários americanos da formalizar as competições que aconteciam no estado
empresa Light, companhia telefônica e Frigoríco de São Paulo, foi criada a Federação Paulista de Beise-
Armour, que praticavam o esporte onde hoje é o bol e Sobol (FPBS) e, neste mesmo ano, com 13 equi-
Parque Antártica, estádio do Palmeiras, mas não pes liadas, foi disputado o Campeonato Estadual de
se encontra relatos da continuidade dessa ativida- Beisebol. Surge, no ano de 1990, a Confederação Bra-
de dos americanos no Brasil. sileira de Beisebol e Sobol (CBBS, [2018], on-line)1,
Portanto, em 1908, desembarcou no Brasil, tra- fundada para regulamentar e promover as competi-
zendo os primeiros imigrantes japoneses, o Navio ções em âmbito nacional, desta forma, ampliando o es-
Kasato Maru, por meio dos quais o beisebol começa paço para a difusão do esporte em território nacional.
a deixar seu legado no país. Os imigrantes recém- Atualmente, são cerca de 25 clubes liados à CBBS, os
-chegados ao Brasil instalaram-se em sua grande quais disputam torneios regionais e nacionais.
maioria nos estados do Paraná e São Paulo, para Os atletas brasileiros, Ian Gomes, André Rienzo,
trabalhar na lavoura de café, contudo, em seus mo- Paulo Orlando, iago Vieira, entre outros, são as
mentos de descanso, com caráter recreativo e de re- estrelas brasileiras que brilham no beisebol ameri-
cordar suas origens, praticavam o beisebol. cano e carregam uma geração de novos jogadores
O beisebol foi levado nesse intuito durante mui- brasileiros com o mesmo sonho de desbravar cada
tos anos, ao se tornar mais competitivo em meados de vez mais o beisebol mundial.

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ESPORTES COMPLEMENTARES

EQUIPAMENTOS DO BEISEBOL

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Após nos entusiasmar com os aspectos históricos que


permeiam o beisebol, acredito que a vontade de seguir
em frente tenha aumentado ainda mais, não é mesmo?
Antes de conhecermos os aspectos táticos do jogo,
precisamos conhecer de que forma jogam, onde jo-
gam e como atuam os jogadores dentro do campo de
beisebol. Para isso, falaremos um pouco sobre o cam-
po e suas dimensões os equipamentos utilizados pelos
jogadores e a função de cada um deles dentro do jogo.

CAMPO DE BEISEBOL

O Beisebol é jogado em campo misto de terra e gra-


ma (opcional), popularmente chamado de diaman-
te, em função do seu formato; sua área total é de,
aproximadamente, doze mil metros quadrados, di-
vididos com quatro bases de 27,432 m. O campo é
separado em território “foul” e território “fair” que
serve de limite entre a bola válida e não válida.
O território “foul” indicado pelas linhas brancas
e a parte de fora do campo pode ser chamada de “ba-
ckstop”, a barreira está situada a partir das linhas de
foul até o limite da arquibancada, podendo medir
18,795 m ou mais. O território fair é denido como
toda a extensão do campo que ca para dentro das
linhas brancas, partindo da “home plate” e seguindo
a extensão das linhas de foul, pode ter 97,536 m ou
mais. Da home plate ao “center eld” 121,92 m ou
mais. Há, também, uma divisão de campo interno e
campo externo chamado de ineld e outeld, respec-
tivamente, constituído pela parte inferior do campo,
composta por terra ou saibro e toda a parte superior
do campo gramado, onde atuam os jogadores aptos
a interceptar as bolas altas. Dentro de todo esse com-
plexo, movem-se os defensores, dos quais falaremos
adiante, com o objetivo de defender o “diamante”,
impedindo que os rebatedores conquistem as bases. Figura 3 - Materiais utilizados pelos jogadores

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ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 4 - Campo de beisebol e suas dimensões


Fonte: os autores.

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EDUCAÇÃO FÍSICA

EQUIPAMENTO DOS JOGADORES

A Luva

A luva ou glove, como é chamada, é utilizada pelos


jogadores que estão em ação defensiva. Feita em cou-
ro de alta durabilidade, pode variar entre 8 a 14 po-
legadas, dependendo da posição em que o jogador
estará atuando. As luvas dos jogadores de campo in-
terno são, geralmente, menores do resto dos jogado-
res e servem para aparar as bolas rebatidas na terra, e
as luvas de campo externo são maiores para auxiliar
os jogadores a interceptar bolas altas, porém os joga-
dores escolhem qual o melhor tamanho para sua mão
e com a qual ele se sente seguro para agarrar as bolas.
No campo interno, diferente de todas as ou-
tras luvas, encontra-se a luva para o jogador da
primeira base, chamada de “rst mitt”, feita em
acolchoado intermediário e de tamanho maior,
para agarrar as bolas lançadas para ele, no intuito
de eliminar os corredores intencionados em con-
quistar sua base correspondente.

Figura 5 - Luva de beisebol Figura 6 - Mitt para o jogador da primeira base

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ESPORTES COMPLEMENTARES

A luva do catcher (o receptor) é uma particularidade, O BASTÃO OU TACO


diferente da de todos os outros jogadores, chamada de
“Catcher´s Mitt”. É composta por um acolchoado mais O Bastão de beisebol é utilizado na ação ofensiva
resistente, que permite agarrar bolas lançadas acima dos times. Feito em formato cilíndrico, pode chegar
de 150 km/h, garantindo a segurança das mãos. a 1,09 m; porém, os mais utilizados têm em torno de
81,3 cm e 81,9 cm, pode ser produzido em carbo-
no, madeira ou alumínio. Entretanto, os mais usa-
dos pelos jogadores a partir dos 17 anos é feito em
madeira. Um bat pode pesar de 850 g a 1kg, com
uma particularidade para os tacos de madeira, que
se não forem utilizados da maneira correta, ou seja,
se o rebatedor golpear a bola com as extremidades
do taco e não no centro, ele poderá se romper, fato
que ocorre com frequência nos jogos prossionais.

Figura 8 - Bat ou Bastão

Figura 7 - Catcher´s Mitt

O Capacete
SAIBA MAIS

O Beisebol, originalmente, foi jogado a mãos


nuas; somente em meados de 1860 é que
surgiram as primeiras luvas, no intuito de
proteger as mãos dos defensores. Os primei-
ros jogadores a adotarem as luvas foram os
catchers, seguido pelos jogadores da primeira
base e depois todos os outros jogadores. To-
das as luvas são feitas em couro e preenchidas
com acolchoados menos ou mais resistentes,
como é o caso do catcher e do primeira base.
Para saber mais, acesse o link disponível em:
<https://www.britannica.com/sports/base-
ball/Analyzing-baseball#toc30444>.

Fonte: adaptado de Encyclopaedia ([2018], on-line)2.

Figura 9 - Capacete com proteção para as duas orelhas

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EDUCAÇÃO FÍSICA

O capacete é utilizado pelo rebatedor para prote-


gê-lo de eventuais golpes contra a cabeça. Existem
vários modelos e tamanhos, podendo ter proteção
para as duas orelhas do rebatedor (Figura 9), pode
também ser encontrado somente com a proteção
para uma orelha (Figura 10) ou, ainda, com más-
cara protetora acoplada (Figura 11) (utilizado nas
categorias de base). Há, ainda, equipamentos não
obrigatório aos rebatedores que muitos fazem uso,
são eles: a cotoveleira e a caneleira.
A bola de beisebol é feita com uma bola de cor-
Figura 10 - Capacete com proteção para
uma orelha para rebatedores destros tiça no seu núcleo, revestida por três camadas de
barbante, recoberta com couro branco e arremata-
da com exatas 108 delicadas costuras feitas à mão.
Pode pesar entre 141 a 150 gramas e sua circunfe-
rência é de 240 milímetros. As costuras têm a fun-
ção de auxiliar os jogadores no agarre da bola para
obter efeitos especícos de rotação.

Figura 11- Capacete com proteção para o rosto Figura 12 - Bola de beisebol

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ESPORTES COMPLEMENTARES

POSIÇÃO E FUNÇÃO DOS


JOGADORES EM CAMPO

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EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 13 - Posição dos jogadores em campo


Fonte: os autores.

A DEFESA

Todos os jogadores que atuam na ação defensiva são área que compreende 5,486 m de diâmetro, cujo
distribuídos ao redor do campo de forma a garan- centro está a 17,983 m da parte traseira do home
tir que as bolas rebatidas serão capturadas, sem que plate, a base onde ca o receptor ou catcher. Sua
haja brechas na defesa. Ao longo do tempo, essas po- função dentro de campo é arremessar a bola de
sições foram sistematizadas e ganharam nomes para forma que os rebatedores sintam diculdade em
facilitar o posicionamento dos jogadores. rebatê-la, para isso, eles lançam bolas retas com
Iniciando pelo Pitcher ou Arremessador, (1) muita velocidade, podendo atingir cerca de 160
ocupa o centro do campo no lugar chamado Mon- km/h e, também, uma série de bolas curvas que
tículo do Arremessador ou “Pitching Mound” – dicultam a ação do rebatedor.

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ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 14 - O arremessador

Seguindo, vamos falar do Receptor ou Catcher, este


é o único jogador que tem a visão geral do campo
em um prisma que nenhum outro jogador pode
ter. O catcher observa todo o campo e os jogadores
em uma posição de frente, portanto, é de sua po-
sição que sai todas as jogadas táticas do time, tam-
bém é ele que deve dizer qual bola o arremessador
deverá jogar em determinado momento do jogo
ou em função do rebatedor etc. O catcher ainda
se utiliza de um equipamento de proteção forma-
do por duas caneleiras, uma proteção para o tórax
com duas ombreiras e um capacete com máscara,
além da luva resistente e bem acolchoada, como Figura 15 - O catcher
mencionado no capítulo anterior.

198
EDUCAÇÃO FÍSICA

Em seguida, falaremos do Primeira Base ou First O ATAQUE


Baseman: este jogador é responsável por apanhar as
bolas que os jogadores do campo interno lhe arre- Iniciando o ataque falaremos um pouco do rebate-
messam e pisam em sua respectiva base para elimi- dor, este é o jogador da equipe adversária que está
nar o corredor que tenha a intenção de conquistá-la. em ação ofensiva. É da competência do rebatedor
Falaremos, a seguir, do Segunda Base ou Second chegar a salvo em base, dessa forma, ele deve rebater
Baseman: ele compõe a defesa interna na parte direi- a bola lançada o mais longe possível, podendo re-
ta do campo junto com o primeira base. Sua função batê-la para fora dos limites do campo (Home run)
é defender a segunda base para que os corredores e percorrer as bases retornando a home plate, a m
não consigam conquistá-la e agarrar todas as bolas de marcar um ou mais pontos para sua equipe e/ou
que quem em sua zona defensiva. avançar um corredor que o precedeu em base, exe-
Seguindo o ineld, chegamos à posição do Ter- cutando uma jogada de sacrifício, por exemplo.
ceira Base ou ird Baseman: este jogador defende
a sua base correspondente, não permitindo que os
corredores a conquistem; assim como o primeira
base, ele defende toda a área da frente do campo e
Veja um exemplo de ataque,
o limite de sua posição termina quando começa a
assistindo ao vídeo. Para
zona de defesa do Inter Bases ou Short Stop, jogador acessar, use seu leitor de
do qual falaremos agora. QR Code.
O Interbases ou Short Stop é o jogador que
defende os limites centrais do campo interno jun-
tamente com o segunda base, ele tem a caracterís-
tica de ser um dos jogadores mais ágeis do time e
com uma competência incrível de defesa. Partin-
do para o Campo Externo ou Outeld, onde se en-
contram os Jardineiro Esquerdo ou Le Fielder, o
Jardineiro Central ou Center Fielder e o Jardineiro
Direito ou Rigth Fielder, esses três jogadores têm
a função de agarrar todas as bolas que vierem em
sua direção, pois atrás deles só há o muro, onde
não devem deixar a bola ir, pois, se assim o ze-
rem, certamente os corredores alcançarão a home
plate e marcarão ponto.
A partir daqui toda a defesa está composta e
já podemos nos aprofundar na dinâmica do jogo e
suas regras mais especícas. Figura 16- O rebatedor

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ESPORTES COMPLEMENTARES

O rebatedor deve permanecer na área chamada de


caixa do rebatedor, situada nos dois lados da home
plate, e obedecer à ordem dos rebatedores preestabe-
lecida pelo técnico, a m de executar sua ação; caso
contrário, poderá ser punido. Para garantir a rebati-
Figura 17 - Zona de Strike
Fonte: Gentil (2011, on-line)3. da, os rebatedores defendem uma área que chama-
mos de Zona de Strike ou Strike Zone e está constituí-
da da seguinte forma: todas as bolas que passarem no
ponto médio entre o topo dos ombros e a parte baixa
da rótula do rebatedor dentro das linhas da home
Veja um exemplo de reba- plate deve ser considerada strike, da mesma forma
tedor, assistindo ao vídeo. que as bolas que passarem fora deste limite são con-
Para acessar, use seu leitor sideradas ball. Em uma combinação de quatro balls
de QR Code.
e três strikes, o rebatedor deverá escolher uma bola
para executar sua ação ou ser eliminado.

200
EDUCAÇÃO FÍSICA

O “Home Run” acontece quando o rebatedor conse-


gue golpear a bola na parte ótima do taco e mandá-
-la para fora dos limites do estádio. Quando o reba-
tedor alcançar esse feito, ganha um ponto para sua
equipe automaticamente, portanto, se houver mais
corredores em base no momento da sua rebatida, to- Veja um exemplo de Home
dos eles também completam a corrida, marcando a Run, assistindo ao vídeo.
quantidade de pontos dos corredores existentes. Por Para acessar, use seu leitor
de QR Code.
esse motivo, o home run é uma das jogadas mais es-
peradas do beisebol, pelos jogadores e torcida.

Figura 18 - Home Run


Fonte: Beckham ([2018], on-line)4

201
ESPORTES COMPLEMENTARES

REGRAS DO BEISEBOL
E DINÂMICA DE JOGO
O Beisebol possui uma centena de regras que denem o jogo
e o faz ser um dos esportes mais interessantes no tocante à
estratégia. O objetivo do jogo constitui-se em rebater a bola
o mais longe possível e percorrer as bases até completar a
corrida, retornando ao ponto de partida, a “Home Plate”;
desta forma, conquista-se o ponto chamado “run”.

202
EDUCAÇÃO FÍSICA

OS TURNOS DE ATAQUE E DEFESA

Os jogadores se revezam em turnos de ataque e de- As eliminações podem acontecer de quatro for-
fesa a cada três eliminações durante o jogo, que per- mas principais, a saber:
corre nove entradas. • Eliminação por “Strikeout”, é quando o
Existe uma série de formas para a defesa eliminar rebatedor permite passar três strikes sem
os corredores, deste modo, neste capítulo, vamos apro- realizar o contato com a bola.
fundar como são feitas as eliminações no beisebol.

Figura 19 - Eliminação por Strike Out.

203
ESPORTES COMPLEMENTARES

Figura 20 - Eliminação do corredor/batedor na primeira base

• Eliminação por jogada forçada, “Forced play”,


acontece quando o jogador, após conseguir a
rebatida, corre em direção à primeira base,
mas chega até ela depois da bola, em função
de uma jogada dos defensores internos (neste
caso para bolas rebatidas rasteiras).
• Eliminação por Flyout ou Popout, é quando
qualquer jogador da defesa intercepta a
bola antes que ela toque o solo. Essa jogada
acontece em rebatidas em forma de parábola
ou em forma de linha. Esse tipo de jogada é
mais frequente no outfield.
• Eliminação por Tag out acontece quando o
corredor, na tentativa de alcançar a base subse-
quente, é surpreendido pelo defensor que está
com a posse a bola e toca qualquer parte do
corpo do corredor antes que ele alcance a base.

Os jogadores da defensiva, após completarem as


três eliminações, poderão ter a chance de rebater. É
importante lembrar que somente na ação ofensiva é
Figura 21 - Jogada de eliminação por yout ou popout possível pontuar no beisebol.

204
EDUCAÇÃO FÍSICA

Figura 22 - Tag out

SAIBA MAIS

O Beisebol, no Brasil, em sua grande maioria, é ensinado por ex-atletas sem ormação prossional, ato
que ocorre com outras modalidades pouco conhecidas. Portanto, embora desenvolvam a difusão da
modalidade, nem sempre possuem conhecimento cientíco suciente para lidar com as questões bio-
mecânicas, siológicas e de condicionamento ísico. Talvez seja o momento de prossionais da educação
física assumirem também este espaço, não só no beisebol, mas em outras modalidades, manifestando
a beleza do repertório motor que os atletas podem alcançar. Arriscar-se em novos desaos az de nós
mais capazes e versáteis no mercado de trabalho.

Fonte: os autores.

205
ESPORTES COMPLEMENTARES

O “MINIBEISEBOL”: UMA
ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA

206
EDUCAÇÃO FÍSICA

O Minibeisebol é uma das estratégias que se pode


adotar para fazer a iniciação do beisebol em am-
biente escolar, associações esportivas e não somente
em clubes, como é a realidade do Brasil. Observa-se
que, nas escolas, encontra-se a maior concentração
de crianças em desenvolvimento motor e com uma
vitrine de oportunidades a sua volta. Para o ensino
do beisebol nas escolas, faz-se necessário uma adap-
tação do esporte para um ambiente muito menor do
que o usado para prática da modalidade.
Portanto, se o beisebol não fosse levado a essas 3m
crianças, quantas delas realmente poderiam conhe-
cer esse esporte fantástico a ponto de poder prati-
cá-lo em nível de competição? Foi por meio desta
motivação que se iniciou o ensino do beisebol de
maneira adaptada para que mais crianças tivessem
o contato com a modalidade e pudessem ser enca-
minhadas a instituições que o praticam. Seguem al-
gumas propostas de atividades pré-desportivas em
modelo segmentado, de forma a desenvolver a com-
preensão das competências separadamente 2m
37m

A QUADRA

A quadra do mini beisebol é composta no espaço de


uma quadra poliesportiva, com dimensões entre 30

m
2

2
m x 37 m. A 3 m da linha de fundo está a base do
m

triângulo equilátero de 20 m, que formará o ineld. ina de 3m


Na ponta do triângulo, deverá haver uma marcação
feita com cones ou desenhado com giz no chão, com
o intuito de marcar as bases.

ime A ime 

Figura 23 - Quadra de mini beisebol


Fonte: os autores.

207
ESPORTES COMPLEMENTARES

APRENDENDO A REBATER

3m
Objetivo: iniciar as atividades de rebatida desenvol-
vendo a coordenação óculo-motora antes mesmo do
contato com o jogo.

Materiais: para essa atividade, você irá precisar de


um cabo de vassoura cortado ao meio, 20 bolas de
plástico (no padrão de bolas de piscina de bolinhas)
ou de outro material leve.

2m
Desenvolvimento: separe duas equipes de número
iguais de participantes, e dena a equipe que co-
meçará a disputa no bastão. Cada rebatedor terá 3
37m

chances para rebater. A cada acerto na bola, soma


um ponto para a equipe. A troca entre defesa e
m
2

2

ataque deve acontecer somente depois de todos os


m

ina de competidores terem realizado as rebatidas.


3m

2 3 4 5 6 7 8 9 101112
(Ataque) - (Rebatedor) Veja um exemplo de apren-
dendo a Rebater, assistindo
ao vídeo. Para acessar, use
Figura 24 - Adaptação da quadra poliesportiva para iniciação de ativi-
dades de rebatida seu leitor de QR Code.
Fonte: os autores.

208
EDUCAÇÃO FÍSICA

APRENDENDO A RECEPCIONAR A BOLA


E ARREMESSAR

3m Objetivo: estimular o aprendizado da competência


de receber a bola com as duas mãos e, posteriormen-
te, com apenas uma das mãos.

Materiais: bolas com, no máximo, 30 cm de diâmetro.

Desenvolvimento: os alunos deverão ser separados


em duplas e posicionar-se na quadra um de frente
para o outro. A atividade deve começar em uma dis-
tância curta e aumentar progressivamente à medida
que a competência já consegue ser realizada de ma-
neira natural. Sugerimos a medida de 2 m. As duplas
devem estar posicionadas um de frente para o outro.
37m

Em uma atividade simples, os alunos deverão passar a


bola um para o outro para que desenvolvam a habili-
dade de recepção. Inicie com a recepção da bola com
as duas mãos e, posteriormente, gradue para uma.

Observação: a mão a qual o aluno deve ser ensinado


a recepcionar a bola é a mão não dominante (para
destros, a mão esquerda, por exemplo), desta forma,
quando tiverem o contato com as luvas, não terão
Figura 25 - Atividade de capacitação às habilidades de recepcionar e
diculdades de adaptação. Outro aspecto importan-
lançar a bola de beisebol te a ser observado é a forma do arremesso. Oriente
Fonte: os autores.
os alunos a realizar os arremessos com a bola acima
da linha cabeça e dos ombros.

Veja um exemplo de Apren-


dendo a recepcionar a bola
e arremessar, assistindo ao
vídeo. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.

209
ESPORTES COMPLEMENTARES

OS JOGADORES DA DEFESA E SUAS POSIÇÕES

3m Cada equipe conta com 6 jogadores divididos em zo-


ardineiro ardineiro nas de defesa.
esuerdo direito
5 6 1. O arremessador (pitcher) deverá se posicionar
ao centro do triângulo de 20 m e executar os
arremessos aos jogadores da equipe adversária.
2 base 1 base Após arremessar a bola, ele se torna um defensor
4 3 como qualquer outro jogador que atua na defesa,
2m
podendo fazer eliminações.
1 base
1 2. O receptor (catcher) posiciona-se atrás da linha
Arremessador de 3 m e deve cuidar para que nenhum jogador
37m

adversário pise a home plate, para isso, deverá


m
2

orientar seus companheiros de defesa nas jogadas.


2
m

3. O Primeira base (rst baseman), tal como no jogo


ocial, deve ser alguém com boa habilidade em re-
ina dos 3m
cepcionar as bolas, pois ele deverá eliminar os cor-
redores que tentarem conquistar a sua base. Este
2
jogador deve posicionar-se nos limites da primeira
ime A eceptor ime  base, um pouco atrás ou ao lado dela.
Figura 26 - Posicionamento dos jogadores na quadra do minibeisebol
Fonte: os autores.
4. O segunda base (second baseman) ocupa sua
respectiva base e, assim como o catcher e o pri-
meira base, defende seu território para que ne-
nhum rebatedor a conquiste.
Veja um exemplo de os joga-
dores da defesa e suas po- 5. e 6. O jardineiro esquerdo e o jardineiro direi-
sições, assistindo ao vídeo. to são os responsáveis por toda defesa do campo
Para acessar, use seu leitor externo (todo o território que ca atrás do triân-
de QR Code.
gulo de 20 m), eles devem ser capazes de pegar as
bolas altas, eliminando os rebatedores.

210
EDUCAÇÃO FÍSICA

O JOGO DE DUAS BASES

Objetivo: iniciar os alunos na dinâmica do mini-


beisebol.
eensores
Materiais: você irá precisar de um taco, uma bola
com, aproximadamente, 30 cm de diâmetro e dois
marcadores de base (cone ou giz).
1 base
Desenvolvimento: separe os alunos em duas equi-
pes e dena qual equipe iniciará o jogo no bastão.
Os alunos que atuam no ataque devem rebater a
bola o mais longe possível, a m de completarem
a corrida nas duas bases; porém, se não for pos-
25m

sível completar tal corrida, o rebatedor poderá se


utilizar da base como “pique” ou seja, se o rebate-
dor estiver na base após sua rebatida, não poderá
ser eliminado. Os jogadores que atuam no ataque
deverão completar a corrida nas duas bases para
pontuar. Os rebatedores deverão estabelecer uma
ordem para sua atuação e entregar a papeleta com
ome
late essa ordem ao professor, que atuará como juiz da
partida. Na ação defensiva, as eliminações devem
ebatedor ocorrer da forma do jogo ocial, tais como strike
out, forced out, popout e tag out.

Figura 27 - O jogo de duas bases


Fonte: os autores.
Veja um exemplo de o jogo
de duas bases, assistindo ao
vídeo. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.

211
ESPORTES COMPLEMENTARES

MINIBEISEBOL 3m

O minibeisebol nada mais é do que a junção de to-


das as etapas anteriores, portanto, nesta etapa, acres- 5 6
cente mais uma base e xe as regras principais: as ardineiro ardineiro
formas de eliminação, os turnos dos rebatedores, e esuerdo direito
lembre-se de que os turnos de ataque e defesa são
trocados após ter realizado as 3 eliminações. Divi- 2 base 1 base
da os alunos das salas em mais equipes e faça uma
4 3
disputa entre elas, com certeza seus alunos irão se
2 2m 1
divertir muito enquanto aprendem e se exercitam. base base

37m
REFLITA 1

m
Arremessador

2

2
m
É sabido que, para o ensino de qualquer mo- ina de 3m
dalidade esportiva, faz-se necessário respeitar
a evolução progressiva do processo peda-
gógico e esta é a proposta do Minibeisebol.
Portanto, quais outras atividades você poderia
2
eceptor
elaborar para o ensino desta modalidade?
ime A ime 
ome
late
Figura 28 - Minibeisebol
Fonte: os autores.

212
considerações fnais

Ao longo desta unidade, nos empenhamos em dar destaque aos aspectos que
permeiam o universo do Beisebol por meio da história, a forma com a qual o
esporte foi criado, como se desenvolveu em território americano e de que forma
chegou às terras brasileiras, ocupando, atualmente, cerca de seis estados liados
à Confederação Brasileira de Beisebol.
Exploramos, também, os aspectos táticos e técnico da modalidade, aprende-
mos de que forma age um jogador de beisebol em campo e quais as posições em
que os atletas atuam. Desta forma, acreditamos ter colaborado com a difusão da
modalidade, trazendo uma série de novidades aos leitores deste livro, os quais
tiverem contato com ele e/ou interessaram-se pelo assunto. Cabe, aqui, destacar
a importância da disciplina de esportes complementares, que possibilita a você,
futuro(a) prossional de educação física, ampliar seu repertório de ensino-apren-
dizagem, bem como descobrir novas formas de estimular as capacidades físicas e
cognitivas dos seus alunos na escola, transformando as aulas de educação física
em um verdadeiro lugar de descoberta.
Portanto, utilize-se do Beisebol com toda sua riqueza de detalhes para ensinar,
motivar, cativar e avaliar também. O beisebol possui, entre seus inúmeros benefí-
cios, a capacidade de ajudar a desenvolver a estratégia, a velocidade de raciocínio
lógico e o espírito de equipe. Siga em frente nesse processo de aprendizagem e en-
sino e, assim, esperamos que os praticantes de beisebol aumentem a cada ano por
meio do trabalho feito nas escolas. Siga em frente!

213

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