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PRODUÇÃO DE CONTEÚDO
MIDIÁTICO: FORMATOS E
NOVAS TENDÊNCIAS
Jéssica de Amorim Barbosa

Produção de conteúdo midiático:


formatos e novas tendências

1ª edição

Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
2019

2
© 2019 POR EDITORA E DISTRIBUIDORA EDUCACIONAL S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida
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Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Haruze Manta
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Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Barbosa, Jéssica de Amorim


B238p  Produção de conteúdo midiático: formatos e novas
tendências / Jéssica de Amorim Barbosa, – Londrina:
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2019.
90 p.
ISBN 978-85-522-1573-8
1. Mídia social. 2. Programas sobre crimes I. Barbosa,
Jéssica de Amorim. II.Título.
CDD 300

Responsável pela ficha catalográfica: Thamiris Mantovani CRB-8/9491

2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/

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PRODUÇÃO DE CONTEÚDO MIDIÁTICO:
FORMATOS E NOVAS TENDÊNCIAS

SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5

Produções audiovisuais pioneiras na interação 6

Vídeo on demand: tendências da comunicação digital 23

Reality shows: temas e formatos 39

Produção de conteúdo para redes sociais 55

YouTube: tendências e monetização 71

Publicidade on-line: mercado em expansão 88

Realidade virtual: conteúdo e interação 105

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Apresentação da disciplina

Em um contexto de cibercultura e transformação digital, todas as


formas de comportamento, relacionamento, relações midiáticas
e comerciais também acompanham a onda de mudanças e se
restabelecem em outros formatos.

Para se ressignificarem em outras formas de apresentação, as mídias


e os veículos de comunicação investem em uma ferramenta poderosa,
que hoje é a principal fonte de informação e, também, principal
esteira para o sucesso de diversas empresas em segmentos mais
diversos: o conteúdo.

Produzir conteúdo de qualidade, relevante e que atraia a atenção


do consumidor é a cereja do bolo de estratégias de comunicação
de sucesso. Mas antes de iniciar o conteúdo, é preciso entender a
nossa nova realidade e como é possível adequar-se a esses novos
formatos de mídia.

Saber como funcionam as novas formas de se comunicar depende


muito da compreensão da linguagem dos novos coadjuvantes que
auxiliam nesse processo. Além disso, o comportamento do leitor/
consumidor também mudou e é preciso se ajustar a ele.

Esta disciplina é justamente para isso. Fazer um panorama geral


das especificidades das mídias, como elas surgiram e como hoje
se desenvolvem. E, também, entender como agregar o melhor
conteúdo a elas.

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Produções audiovisuais
pioneiras na interação
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Conhecer sucintamente a história do audiovisual e


da televisão no Brasil.

• Entender como se forma a programação de TV e


como ela impacta a audiência.

• Explicar a história dos primeiros programas


interativos na TV brasileira.

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1. Produções audiovisuais pioneiras na interação

Esta temática traz aspectos teóricos e históricos de como a televisão


brasileira, por meio de tentativas, erros e acertos, buscava seu lugar
ao sol enquanto um fenômeno de linguagem. Além disso, mostra
como, ao conseguir se estabelecer como um veículo de informação e
entretenimento, está sempre em busca de inovações para permanecer
como prioridade para o telespectador.

Para isso, ela não pode ficar estacionada em um lugar confortável em


que seja apenas a fornecedora direta de informação e diversão para o
público. A TV percebeu que, além de assistir, o telespectador busca fazer
parte da programação que ele acompanha.

Investir em inovações que tragam possibilidades interativas é a


grande pauta para os profissionais que trabalham com televisão hoje.
Afinal, após o advento da internet, é muito comum assistir a qualquer
programa e, ao mesmo tempo, interagir nas redes sociais, por exemplo.

As estratégias de interação na TV, porém, surgiram antes das


possibilidades trazidas pela banda larga. Por telefone, na década de 1980,
já era possível participar. Vamos ver como a televisão se desenvolveu e
como os primeiros programas de auditório, além de teledramaturgias,
foram fundamentais para a aplicação da interação da TV.

1.1 No início, o audiovisual

Quando Thomas Edison criou o cinetoscópio no final do século XIX


— e em seguida os irmãos Louis e August Lumière o aperfeiçoaram
e patentearam como um cinematógrafo — certamente eles não
tinham noção da grandeza desses inventos para a comunicação em
escala global.

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Foi a partir do estudo e da confecção desses equipamentos de captura e
transmissão de imagem — e da primeira exibição ao público de imagens
captadas pelo cinematógrafo, realizada em 28 de dezembro de 1895 —,
que se inicia a história do audiovisual no mundo.

Por meio de tentativa e erro, com o intuito de entender como essa nova
forma de comunicação funcionaria, levou-se cerca de 20 anos para que o
cinema finalmente se configurasse como linguagem.

Só para se ter uma ideia, aspectos técnicos que hoje são muito comuns
para nós, como planos, ângulos, movimentos de câmera, montagem,
entre outros, demoraram para fazer sentido. Mas não poderia ser
diferente, tendo em vista que o invento trazia algo novo.

Ver a própria imagem em movimento era um avanço considerável para


a época e entender seu mecanismo de difusão de comunicação, tanto
nas formas documental ou ficcional, levou tempo e vários testes para
estarem alinhados com uma estrutura que funcionasse.

No final dos anos 1920, enquanto o cinema já se encontrava como


linguagem, mas mesmo assim continuava a testar novas formas de
apresentação de seu conteúdo, os primeiros testes de TV estavam
acontecendo em várias partes do mundo.

1.2 A TV e seus primórdios

Em 1923, o russo Vladmir Zworykin, que vivia nos Estados Unidos, criou
o iconoscópio. Trata-se de um tubo que é a base da televisão, onde a
imagem óptica era captada e convertida em impulsos elétricos.

Na mesma década, em 1928, Ernst F. W. Alexanderson realizou a


primeira transmissão para três casas em Nova York. A partir daí, entre
vários testes e transmissões, a TV se popularizou no pós-guerra, e na
década de 1950, ela já estava presente em vários lares no mundo todo.

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Nesse mesmo ano, ela chegou ao Brasil por meio do jornalista e
empresário Assis Chateaubriand, prometendo a possibilidade de
entretenimento e informação para os lares brasileiros.

No início, quando os programas eram ao vivo, a TV enfrentou uma


gama de dificuldades para estabelecer sua linguagem e encaixar
os seus programas de maneira assertiva. Principalmente porque
o aparelho ainda era caro, um luxo para poucos. Segundo Ribeiro,
Sacramento e Roxo (2010, p. 39), no final da década de 1950, existiam
apenas 2 mil televisores em São Paulo.

Hoje, tanto o Brasil quanto os Estados Unidos são os países mais


televisivos do mundo. Assim cita Souza (2004, p. 68):

O Brasil é o terceiro maior mercado mundial de consumo de aparelhos de


TV, e em primeiro estão os Estados Unidos. Nos dois países, o meio existe
principalmente para o entretenimento. Essa categoria dá o perfil dos
gêneros de maior sucesso.

1.3 A estrutura em desenvolvimento

Em seus primeiros anos, a TV seguia o modelo do rádio e sobrevivia de


publicidade fazendo transmissões ao vivo de toda a sua programação.
Como nessa época ainda não havia o recurso do videoteipe, os
programas eram ao vivo, o que os deixava mais orgânicos, dando um
efeito de sentido de interatividade.

Porém, a interatividade que conhecemos hoje ainda não fazia parte do


escopo dos programas televisivos. No rádio era mais comum. O ouvinte
podia ligar, pedir sua música, assistir à transmissão ao vivo nos estúdios,
por exemplo. Na TV isso era algo ainda impensável, devido a sua
estrutura e sua linguagem em vias de desenvolvimento.

Em contrapartida, “desde os primórdios, a televisão procura a interação


com o público: envio de cartas aos programas, por exemplo, é uma das
tradições mais antigas entre telespectadores” (CANNITO, 2010, p. 144).

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Por isso, em 1960, a coisa muda de figura. O videoteipe chega,
permitindo a otimização da produção dos programas e sua ampla
divulgação. O número de aparelhos televisivos também cresce muito
nessa década. Só em 1966 foram registrados mais de 2,4 milhões de
aparelhos no país. É nessa década, também, que se entende um pouco
mais o que é fazer televisão e sua linguagem e, assim, o formato passa
a se estabelecer.

Novelas, programas de variedades, entrevistas e programas de auditório


já eram as preferências do público no que diz respeito a entretenimento.
Segundo Souza (2004, p. 39): “(...) qualquer que seja a categoria de
um programa de televisão, ele deve sempre entreter e pode também
informar”. O jornalismo também tinha seu espaço, porém, as notícias
ainda não chegavam de forma tão instantânea quanto no rádio. A TV
ainda tinha a seu favor o recurso das imagens.

PARA SABER MAIS


A televisão brasileira é praticamente um veículo voltado
para o entretenimento. Estudos apontam que para cada
dez horas de programas exibidos, oito se classificam
como entretenimento. Em contrapartida, ela dedica em
média uma hora a programas informativos e uma hora a
programas educativos (SOUZA, 2004, p. 39).

Um dos fatores marcantes para a estruturação e o entendimento da TV


brasileira foi a criação da grade de programação. Podemos dizer que
a grade de programação foi um marco para as emissoras entenderem
quem era o público, o que as pessoas queriam ver e qual o melhor
horário para exibir determinado programa.

A TV Excelsior foi a emissora que descobriu qual a melhor forma


de agradar ao telespectador e trouxe a sistematização da grade de

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programação. Ela criou o sistema que conhecemos até hoje, que
chamamos de grade vertical e horizontal da programação.

A grade vertical significa ordenar a programação diária, desde o primeiro


programa da manhã até o último programa da noite, de forma que
todos os dias, exceto aos finais de semana, a programação seja a
mesma. A grade horizontal é aquela em que um programa é organizado
para passar sempre no mesmo horário, todos os dias da semana.

Com essa organização, fica fácil o telespectador se programar para


acompanhar a programação e, também, criar hábitos e comportamentos
que estejam atrelados aos hábitos do brasileiro.

Figura 1 – Aparelho de televisão

Fonte: br.freepik.com. Acesso em: 31 maio 2019.

No livro A história da televisão no Brasil (2010), nos anos 1960 e 1970, a


televisão é conceituada como sendo de dois tipos distintos em décadas
diferentes: paleotelevisão e neotelevisão.

A paleotelevisão se enquadrava na vida do telespectador como


autoridade, sempre preocupada em transmitir um saber, os programas
eram direcionados e o público era específico.

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Já na neotelevisão, característica dos anos 1970, a TV já assumia um
padrão de interatividade, os programas não tinham gêneros específicos,
podendo atender a todos os tipos de público. O público tinha o papel
central e era sempre convidado a participar e ser parte do todo, não
apenas ouvir passivamente e incorporar as mensagens (p. 86).

ASSIMILE
É importante lembrar que a televisão brasileira só passou
a se encontrar como linguagem quando ela formatou sua
organização por meio da programação vertical e horizontal.
Antes disso, os programas não tinham padrão de tempo,
duração, horário e eram inseridos de forma aleatória, pois
ainda não se entendia o que o público buscava e de que
forma ele queria assistir à TV.

1.4 Programas de auditório

Além de telenovelas, os programas de auditório sempre estiveram


presentes nas grades de programação de todas as emissoras. Eles foram
os pioneiros na interação com a audiência.

Figura 2 – Principais emissoras de TV

Fonte: domínio público.

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A TV Globo, principalmente, em seu início, fez um alto investimento
em programas de auditório, além das telenovelas. Os programas de
auditório como O Céu é o Limite e Discoteca do Chacrinha fizeram muito
sucesso na década de 1950.

Porém, os programas de auditório foram perdendo força nas décadas


de 1960 e 1970, e o mercado publicitário entrou fortemente no
patrocínio desse tipo de programa e acabou por influenciar algumas
mudanças que precisavam ser feitas.

Por exemplo, na década de 1980, a publicidade foi a grande


responsável pela mudança nos tipos de atrações dos programas
de auditório. Passou-se a prezar mais pela qualidade, pois muitos
programas incluíam atrações que exploravam a dor e o sofrimento
alheio e colocavam pessoas participantes em situações de alta
exposição, em uma guerra pela audiência.

Na década de 1980, o SBT investia nesse tipo de programa e criou algo


mais sofisticado, como o Viva a Noite. O programa trazia um formato
diferente, com uma plataforma futurista, e propunha atividades e
jogos entre pseudocelebridades da época. Enquanto isso, a TV Globo
procurava elevar o padrão de qualidade de suas produções.

Os programas de auditório voltaram com força total na década de 1980


em todos os canais. O Chacrinha retornou para a TV Globo em 1982.
Além dele, a Globo investiu em programas que versavam o humor e
o deboche, como Os Trapalhões e o Balança mas não Cai; programa
musical, como o Globo de Ouro e o sensacionalista Caso Verdade (uma
série policialesca que era baseada em fatos reais).

A ideia com este último tipo de programa era chamar a atenção do


público por meio de relatos cada vez mais reais de crimes que poderiam
ter acontecido na vida de qualquer um. Esse tipo de programa sensibiliza
a audiência e faz com que ela queira saber o desfecho das histórias.

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Os programas de auditório são uma relação simbiótica entre o
animador, os convidados e o público. O mais interessante é que esse
formato de programa passa um efeito de sentido de instantaneidade,
talvez pelo seu formato mais espontâneo.

Nesse tipo de programa, geralmente não há scripts, somente fichas


com referências e direcionamentos para o telespectador. Por isso,
eles geralmente são pautados no improviso e na descontração,
ingredientes ideais para agradar ao público dentro do que chamamos
de cultura de massa.

A cultura de massa é um subproduto da indústria cultural, ou seja, são


todos os tipos de programas que são construídos para agradar à maior
parte da população, com o objetivo de incentivar o consumo.

Por isso, os programas precisam trazer atrações que agradem a toda


a família, que sejam de fácil entendimento e que façam com que as
pessoas consumam por meio das informações que elas recebem por
meio deles. E, principalmente, que comprem mais TVs para terem mais
acesso às informações e ao entretenimento.

Entre 1994 e 1998, mais de 31 milhões de aparelhos de televisão


foram vendidos no país, o que significa que muitos lares puderam se
conectar com tudo o que estava acontecendo no Brasil e no mundo.
E, consequentemente, mais pessoas passaram a se tornar
consumidoras dos produtos e serviços que eram anunciados na TV.

1.5 Jornalismo sensacionalista

Na década de 1990, acompanhamos o surgimento de um padrão de


telejornalismo mais popular e que apelava para o popularesco de
suas reportagens ao expor os envolvidos, ao mostrar brigas, entre
outras coisas.

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O Aqui Agora, do SBT, ficou muito famoso nessa época. O programa
não só exibia reportagens como ficava bastante tempo no mesmo
relato, expondo ao máximo os participantes. Ele não era como um
telejornal comum. Cada programa tinha quatro horas de duração,
o que possibilitava a exploração exaustiva dos assuntos que eram
abordados. O Aqui Agora ficou 17 anos no ar, de 4 de junho de 1979
até 6 de fevereiro de 1997.

Nessa mesma década de 1990, programas como o do Ratinho também


traziam o sensacionalismo e o popularesco, principalmente quando
ele tomava emprestado de outros programas um quadro em que
patrocinava exames de DNA para casais que não tinham certeza sobre
a paternidade do bebê. O show ficava mais excêntrico quando ele fazia
com que os casais e as famílias participassem do quadro fantasiados,
o que tornava o show mais pitoresco.

Esse tipo de programa visava o sensacionalismo, a espontaneidade e a


interação, pois as pessoas escreviam cartas e ligavam para saber o que
tinha acontecido com aquelas pessoas que apareciam nas reportagens.

Seguindo uma linha parecida, de telejornalismo com exploração ao


máximo das condições e situações do crime, surgiu, no final da década
de 1990, o programa Linha Direta, que trouxe inovações na forma
de contar esse tipo de história e que contribuiu para os aspectos
interativos da TV. Veremos como funcionava adiante.

1.6 A teledramaturgia interativa

Em 1992, a TV Globo decide testar um novo programa que une


dramaturgia e interatividade e muda de uma vez por todas o cenário da
televisão brasileira. O título do programa é bem sugestivo e indica o que
o telespectador terá que fazer: Você Decide.

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Figura 3 – Você Decide

Fonte: domínio público.

O grande sucesso do programa se deu, principalmente, por ter usado


o recurso da teledramaturgia durante todos os oito anos em que ficou
no ar. Por mais que o programa tenha inovado ao apresentar um novo
formato, ele só se sustentou porque, por trás de toda a inovação trazida
pela interação, havia a estrutura norteadora capaz de sustentar uma
produção por muitos anos: a narrativa.

A narrativa está presente em nossas vidas desde que adquirimos a


competência da fala. Histórias eram contadas no momento passado
para manter a audiência entretida ao redor da fogueira, como uma
forma de imprimir a nossa identidade no mundo e, ao mesmo tempo,
aprender e emocionar.

Inicialmente, essas narrativas eram divulgadas de forma oral e assim foi


por muitos anos. Quando o homem adquiriu a competência da escrita,
foi possível registrar essas narrativas. Após o advento do cinema e da
TV, contar histórias audiovisuais passou a ser uma estratégia certeira de
manutenção da audiência. Por isso o rádio tinha uma audiência cativa
por meio de suas radionovelas.

A TV, nos seus primeiros anos, tomou emprestada a forma de contar


história por meio do teleteatro para, em seguida, estabelecer um
formato narrativo com as telenovelas. Esse formato se tornou um
padrão seguido até hoje em todas a emissoras brasileiras.

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O Você Decide fez com que a forma de contar histórias na TV mudasse
para outro nível, até então nunca testado. O programa exibia uma vez
por semana uma narrativa que trazia algum tema polêmico, que mexia
com o imaginário das pessoas e com a opinião pública.

Durante o episódio, já era possível saber que tipo de decisão a


personagem principal deveria tomar. O programa já começava a pedir
a ajuda dos telespectadores para dar um desfecho satisfatório para
aquela história.

Com o bordão: “Telefone, participe, dê a sua opinião. Porque aqui, o


final, você decide”, milhares de telespectadores atendiam ao chamado e
ajudavam a decidir o final das histórias. A cada semana, havia um tema
diferente a ser abordado, entre eles traição, aborto, estupro, adultério,
incesto, segredos de confissão, condutas morais, entre outros.

O apresentador fazia o questionamento e o público tinha duas opções


de respostas: sim e não, e cada opção trazia um número de telefone
diferente. A emissora gravava dois finais diferentes e, ao final da
votação, exibia o desfecho escolhido pela maioria do público. Ao todo,
foram ao ar 323 episódios do Você Decide.

Os apresentadores mudavam de tempos em tempos. O primeiro foi


o ator Antônio Fagundes. Em seguida, vieram Walmor Chagas, Lima
Duarte, Carolina Ferraz, entre outros nomes. Até mesmo o jornalista
Celso Freitas.

Para tornar o programa ainda mais interativo, repórteres entravam ao


vivo no intervalo para dar sua opinião em um link que acontecia cada
dia em uma cidade diferente.

Em 2001, a TV Globo fez a reprise de alguns episódios, o que


proporcionou que o público pudesse votar novamente e descobrir,
talvez, um novo final.

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1.7 Linha Direta

Além do Você Decide, temos outro grande programa que fez muito
sucesso e, para isso, usou o recurso da interação para garantir a
audiência. Trata-se do programa Linha Direta.

A grande diferença entre os dois programas é que o Você Decide usava


o recurso da teledramaturgia para contar histórias ficcionais de temas
diversos para o público ajudar a decidir o final. Já o Linha Direta era
um programa híbrido, que ficava entre uma mistura de jornalismo
e dramaturgia, que investigava crimes que estavam sem solução na
justiça e pedia a ajuda da população para denunciar os criminosos por
meio de um telefone.

O grande recurso que o programa utilizou foi a narrativa. Por meio da


teledramaturgia, os casos eram dramatizados e conseguiam sensibilizar
a população. Com a experiência do programa, foi possível notar que
a dramatização tem o poder de manter a audiência e instigar sua
participação interativa.

Esses criminosos eram foragidos da polícia e, com a ajuda da população,


o programa conseguia ter informações sobre essas pessoas. No total,
400 criminosos foram presos ao longo dos oito anos de programa.

Figura 4 – Linha Direta

Fonte: domínio público.

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Sua estreia foi em 27 de maio de 1999, sob o comando de Marcelo
Rezende, e o seu sucesso já foi estrondoso desde o primeiro episódio.
Afinal, não poderia ser diferente, tratando-se de um misto de
dramaturgia e jornalismo e, ainda, com a interação direta do público.
A fórmula não poderia ter dado tão certo.
O último episódio do programa foi ao ar em 6 de dezembro de 2007 e,
durante todo esse tempo, a audiência se sentiu parte da programação,
cumprindo seu dever cívico ao ajudar o programa a prender os
criminosos que eram expostos.

1.8 Outras interações

Esses programas pioneiros fizeram com que a televisão deixasse de


ser passiva e se tornasse mais interativa. Falar diretamente com o
espectador e contar com a sua colaboração para mudar o rumo de uma
narrativa ou simplesmente pedir sua ajuda para localizar um foragido
da polícia fez com que a relação entre o telespectador e a TV avançasse
um degrau.

Esses métodos interativos cativam o público. Quando interagimos com


algo, é como se sentíssemos que fazemos parte de um todo, mesmo
que esse todo esteja muito distante de nós.

Após esses programas pioneiros, vieram muitos outros. Principalmente


depois do acesso massivo à internet e às redes sociais, a interação em
todos os tipos de programa, principalmente os jornalísticos e os de
entretenimento, já se tornou algo bastante comum. Hoje, os programas
já incluem os aspectos interativos em seu escopo de produção.

Há programas que dependem da interação, como os cases Big


Brother Brasil (TV Globo) e Casa dos Artistas (SBT). A premissa dos dois
programas é a mesma. Um grupo de pessoas compartilha a mesma
casa por alguns meses e, a cada semana, um ou dois participantes são
eliminados pelo público por meio de ligações. Sem o voto do público,
não há como saber quem fica e quem sai.

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2. Conclusão

Os processos interativos são muito comuns e já se espera que em


programas de auditório e/ou reality shows, por exemplo, haja alguma
forma de fazer com que o público interfira no resultado final.

As teledramaturgias ainda seguem o mesmo padrão de narrativa, um


formato em que elas são fortes e que já estão consolidadas. Porém,
foi usando os seus recursos que as primeiras estratégias de interação
fizeram um enorme sucesso com o público.

Agora que sabemos a história, é importante olhar o que está sendo


produzido atualmente e notar como as novas formas de interação
influenciam o desenvolvimento dos novos programas.

TEORIA EM PRÁTICA

Vamos supor que você trabalha em uma produtora de


televisão, uma agência de comunicação ou uma agência
de publicidade e propaganda. Você e uma equipe estão
produzindo um programa-piloto para um cliente. Esse
programa-piloto será veiculado na rede de televisão
aberta. O cliente exige que, no roteiro, você elabore um
tipo de quadro que tenha interação com o telespectador.
Essa interação tem que ser por telefone ou por meio de
redes sociais. Ele pede que você monte uma estratégia
e apresente a ele. Que tipo de programa seria e qual
seria a estratégia de interação que você usaria para ter a
participação do público?

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VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. Em qual época a TV, de fato, chegou ao Brasil e quem foi


o grande responsável por inseri-la nos lares brasileiros?

a. Em 1932, por Getúlio Vargas.

b. Em 1950, por Assis Chateubriand.

c. Em 1945, por Ernst F. W. Alexanderson.

d. Em 1951, por Abelardo Barbosa.

e. Em 1955, por Roberto Marinho.

2. Como podemos classificar o programa Linha Direta?

a. Um híbrido entre jornalismo e entretenimento.

b. Um programa sincrético que mistura linguagens.

c. Um jornalismo sensacionalista com referências


policialescas.

d. Um programa narrativo com inserções policialescas.

e. Um precursor do formato reality show.

3. O que deixa os programas de auditórios mais


espontâneos e próximos do público?

a. O recurso da participação de celebridades.

b. A inserção de casos-verdade na programação.

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c. A participação de cantores e artistas da atualidade.

d. O não uso de scritps e roteiros fechados e o improviso


do apresentador.

e. A troca constante de quadros que proporcionam a


participação do público.

Referências bibliográficas
CANNITO, N. A Televisão na era digital – Interatividade, convergência e novos
modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010.
KEMP, P. Tudo sobre cinema. São Paulo: Sextante, 2011.
RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da Televisão no Brasil:
do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010.
SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo:
Summus, 2004.

Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: em 1950, o jornalista e empresário Assis Chateubriand
trouxe 200 televisores para o Brasil.
Questão 2 – Resposta A
Resolução: o programa pode ser classificado como um híbrido entre
jornalismo e entretenimento, já que mistura crimes e fatos reais,
mas conta com a ajuda da teledramaturgia para captar a atenção
do público para incentivá-los a ajudar na resolução dos casos.
Questão 3 – Resposta D
Resolução: o não uso de scritps e roteiros fechados e o improviso
do apresentador fazem com que os programas de auditório sejam
mais leves e espontâneos e façam uma conexão com o público.

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Vídeo on demand: tendências
da comunicação digital
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Explorar como a comunicação digital é uma


realidade e que muda comportamentos na forma
que consumimos produtos midiáticos.

• Entender como o contexto digital propicia a


interação.

• Conhecer novas formas de consumir conteúdo,


como TV aberta, fechada e vídeos on demand.

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1. Vídeo on demand: tendências da
comunicação digital

A transformação digital dos últimos anos tem tomado todos os setores


sociais e comunicacionais. Com a TV digital, não foi só a qualidade da
imagem que mudou. Além de termos mais nitidez e melhor resolução, a
digitalização vem acompanhada de novos padrões de comportamento
no ato de assistir à TV.

Para entendermos melhor, o texto a seguir discorre sobre a


interatividade na TV proporcionada pela internet e sobre os tipos de TV e
seus usos, como TV aberta, fechada e sobre vídeos on demand.

É possível compreender como o homem interage nesse novo cenário


de hiperconexão, quais são as novas possibilidades de consumo de TV
e como a qualidade na produção audiovisual é fator primordial para os
novos profissionais do mercado.

2. A interação digital

Os processos de transformação da televisão em um suporte interativo


sempre estiveram presentes a partir do momento em que os grandes
magnatas perceberam que o público não quer apenas receber as
informações passivamente.

Mesmo que essa tenha sido a realidade por muitos anos, os programas
que, inicialmente, provocaram mais a participação do público — como
programas de auditório, o pioneiro Você Decide e o Linha Direta — foram
sempre enorme sucesso. Tudo porque atenderam ao anseio do público
de fazer parte da programação de alguma forma.

Quando há interação, há uma sensação de pertencimento.


E, consequentemente, a audiência fica no canal, afinal, o público fica

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onde ele se sente acolhido, onde passa a programação que ele quer
ver. Com o desenvolvimento das tecnologias digitais a partir dos anos
1990/2000, a TV brasileira passou por uma reconfiguração de seus
conteúdos. Foi preciso, a partir dessas décadas, repensar o modelo de
televisão conhecido até então.

E qual era o modelo vigente? De 1950 até 1992, na estreia do programa


Você Decide, a televisão trazia em sua grade de programação uma série
de atrações variadas, que atendia a todos os gostos de cada membro
da família com programas jornalísticos, de entretenimento, educativos,
entre outros. Porém, os programas não possuíam aberturas que
possibilitassem a interação direta com o público de casa.

O tipo de programa que mais conseguia chegar perto de alguma


intervenção interativa eram os programas de auditórios. Além da
participação da plateia, em alguns quadros dos programas, o público
de casa poderia fazer ligações, como o programa infantil do Bozo na
década de 1980.

Além disso, as pessoas mandavam cartas e, posteriormente, e-mails,


mas mesmo assim a interação não chegava perto do que as tecnologias
digitais nos proporcionaram.

As tecnologias digitais possibilitaram o acesso a uma nova forma de


criar e receber conteúdo, além de transformarem a maneira como nos
comportamos diante desse cenário de convergência midiática.

Não obstante, a convergência de mídias não envolve apenas redes, fios e


cabos. A tecnologia ajuda e faz conexão, mas, segundo Jenkins (2009), a
convergência é um processo cultural que parte da mente dos indivíduos.

É algo muito mais “simples” do que a nomenclatura supõe. Ele diz


que, quando vemos uma pessoa na rua e a consideramos parecida
com algum artista de TV, é um momento de convergência. Associamos
a imagem do artista com a da pessoa e fazemos essa conexão em
nossa mente.

 25
Com esse exemplo, ele resume que a convergência não precisa
necessariamente da tecnologia, mas é pela tecnologia que ela se
materializa. Pessoas que não se conhecem, mas compartilham de
mesmos conteúdos no ciberespaço e estão conectadas pelas mesmas
referências estão fazendo convergência midiática.

Porém, a tecnologia, assim como a televisão, serve como objeto-


suporte, termo da teoria semiótica do texto de Jacques Fontanille
para explicar o meio ou veículo em que o texto está inscrito. Ou seja,
usamos a tecnologias dos dispositivos eletrônicos para tornar possíveis
essas interações.

Assim, devemos lembrar que a convergência midiática foi proporcionada


pela possibilidade de trazer a interação por meio dos dispositivos
tecnológicos. Porém, trata-se mais de interação entre as pessoas com o
meio e a forma como essa interação impacta seus comportamentos.

Jenkins também é autor de uma teoria que ele intitula A Falácia da


Caixa Preta. Em seu livro Cultura da convergência (2009), ele diz que
somos rodeados de caixas pretas por todo o lado (televisão, câmeras,
telefones, celulares, computadores, DVDs, Blu-rays, entre outros).
No futuro, uma única caixa preta tomaria o lugar de todas as outras,
fazendo uma integração e uma superconvergência.

Se pararmos para pensar, ele estava prevendo o smartphone e a nossa


relação com a internet hoje. O smartphone agrega todas as tecnologias
de todas as caixas pretas. Ele é praticamente a extensão do nosso braço.

2.1 Cultura participativa

A hiperconectividade trouxe vários novos comportamentos. Por isso,


a televisão precisou acompanhar esse novo padrão de consumo
midiático e se adaptar à sua maneira. Com isso, surgem novas formas
de consumir produtos midiáticos e interagir com eles.

26
26
Vamos tomar como exemplo o programa Masterchef, veiculado pela
Band TV. Imagine que está em casa assistindo ao Masterchef e decide
abrir o Twitter. No aplicativo, usando a hashtag #Masterchef, você
consegue acessar todas as interações dos usuários até aquele momento.
O que você faz?

Lê os comentários, vê vídeos, memes, piadas, publica alguns


comentários sobre algum prato ou algum dos participantes, interage
com algum outro fã que fez um comentário, envia mensagens para
os próprios participantes, que têm perfil na rede social, “retuita”
comentários de outros usuários, entre outras ações.

É possível que você fique indignado com alguma injustiça em alguma


prova específica e acesse o Facebook para colocar o chamado “textão”,
para que a família e os amigos possam ter acesso à sua interação
nessa rede social.

Por fim, é possível que você publique um story no Instagram, mostrando


a TV ao fundo e, em primeiro plano, um balde de pipoca. Na imagem,
você usa a hashtag: #MasterChefnaBand.

O relato desse exemplo ilustra um comportamento comum com o qual


podemos nos identificar facilmente, como algo que faz parte do nosso
cotidiano, certo? Esse comportamento, que poderia vir dessa situação
hipotética, não é o de um mero receptor passivo de conteúdo, mas sim
de alguém que interage com o texto, cria e recria conteúdos a partir de
uma experiência com a mídia.

Essa é a verdadeira ressignificação dos meios de comunicação com


a interação proporcionada por dispositivos eletrônicos. Ela muda o
consumo e a interação da mídia com o olhar do espectador. É um
exemplo de convergência midiática em que o consumidor também
atua como produtor de conteúdo.

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Nesse sentido, conforme aponta Martino (2014, p. 37): “Uma das
premissas mais importantes do conceito de Cultura da Convergência
diz respeito à possibilidade de cada indivíduo ser potencialmente um
produtor de mensagens”.

A esse comportamento e a esse conceito de interação chamamos de


cultura participativa. O fã do conteúdo atua e interfere em sua estrutura
para se mostrar presente, como no exemplo do Masterchef. Além de
exemplos de interferências em redes sociais, os fãs vão além. Eles têm
contribuído para a manutenção e a extensão de inúmeras narrativas.
É muito comum, hoje, que muitas pessoas participem de grupos
chamados fans fictions (fãs de ficção).

Figura 5 – Cultura participativa

Fonte: Pixabay.

Nesses grupos, os fãs de narrativas costumam dar continuidade


às histórias, recriando novamente os cenários, os personagens e
as situações, de forma que as histórias se prolonguem e tenham
continuidade. É como se eles não aceitassem o final da narrativa ou
mesmo o destino dos personagens.

Esses fãs são apenas uma realidade nos dias de hoje? Nem sempre.
Muitos podem ter recriado narrativas no passado. O que muda hoje é
que os fãs fazem uso de tecnologias e têm inúmeros meios para divulgar
essas continuações dessas histórias.

28
28
Quando eles participam da narrativa, fazendo sua expansão, eles são
responsáveis por novas possibilidades. De acordo com Jenkins (2009),
é como se eles rejeitassem a ideia de uma versão definitiva produzida
pela indústria. Para eles, todos podem e devem participar da narrativa.
É como se fosse uma quebra de padrões dos grandes conglomerados
cinematográficos.

Além disso, eles tratam esse tipo de comportamento como um


shareware, que significa que algo ganha valor quando é inserido em
diversos contextos diferentes e agrega significados alternativos em
diversas plataformas de mídia.

Cooperar e participar faz parte do comportamento dessa geração e,


com um smartphone nas mãos, essa interação fica muito mais fluida.
E quando os fãs cooperam com a extensão da narrativa, eles estão
fazendo uma narrativa transmídia.

2.2 O exemplo da narrativa transmidiática

O ato de dar sequências a histórias já existentes nos ambientes virtuais


de produção e divulgação, como blogs, YouTube, redes sociais, entre
outros, é produzir narrativa transmídia, que são complementos de
narrativas espalhadas por diversas plataformas diferentes, cada uma
de acordo com sua linguagem.

Para que uma narrativa seja transmídia, ela tem que estar inserida em
um universo. Mas não pode ser um universo qualquer. O responsável
pela criação do universo deve pensar em uma história que tenha um
cenário amplo, fantástico e que tenha um forte apelo emocional.

O sucesso dessas narrativas depende do público. Portanto, criar um


universo que dê ao público uma história consistente para que ele se
sinta engajado é o papel do contador de histórias contemporâneo, que
está nas produções de cinema, TV, nas agências de publicidade, entre
outros lugares.

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PARA SABER MAIS
Para entender como funciona o conceito de narrativa
transmidiática, o livro Cultura da convergência, de Henry
Jenkins, é um dos livros que mais explicam esse conceito.
Outra dica é ler o livro e acompanhar o filme Matrix ou a
série Lost, que são boas amostras de como funciona uma
narrativa transmidiática.

2.3 A comunicação digital e os novos paradigmas da TV

As explicações anteriores sobre convergência midiática, cultura


participativa e narrativa transmídia ilustraram como a comunicação
digital, que permeia nossas relações interpessoais e profissionais, é
uma das grandes responsáveis por nosso comportamento focado
em interações.

Todo esse novo comportamento também fez com que a televisão


repensasse suas formas de interações e mudasse de perspectiva.
A partir dos anos 2000, a televisão passa a adotar uma estratégia de
comunicação cross media. Cross media significa fazer a publicação
da mesma narrativa em diversos formatos diferentes. Conceito que
se confunde com a narrativa transmídia, mas a diferença é que a
narrativa transmídia não é a mesma narrativa, mas sim uma extensão
e um desdobramento da narrativa que se pulveriza entre as diversas
plataformas de mídia.

A televisão já passava por mudanças em meados de 1990, quando


a digitalização, de uma forma geral, e as câmeras digitais invadiram
os estúdios para se adequar às novas tecnologias que possibilitavam
a melhora na resolução da imagem e nas formas de distribuição
do conteúdo.

30
30
Nessa mesma década, as emissoras de televisão começam a apostar mais
assumidamente na convergência entre televisão e internet, lançando
portais que integram sua programação tanto com conteúdos exclusivos
para a web quanto com a produção de outros meios (jornais, rádio).
(RIBEIRO; SACRAMENTO; ROXO, 2010, p. 282)

Como exemplos dessa distribuição, podemos citar o jornal Globo.com


e o Gshow. São novas formas de inserir a televisão em um contexto
comunicativo digital e fazer com que ela se torne mais interativa.

2.4 A televisão digital no Brasil

A transição da televisão analógica para a digital aconteceu a partir da


instituição do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD), por meio
do Decreto Presidencial nº 4.901, de 26 de novembro de 2003. O objetivo
era aprimorar a qualidade das transmissões televisivas, promovendo a
inclusão digital.

O SBTVD é também conhecido como Integrated System Digital


Broadcasting – Terrestrial Version B (ISDB-TB), um padrão que une a
base técnica japonesa a tecnologias desenvolvidas por pesquisas
brasileiras. Dentre os padrões digitais televisivos internacionais, três
se consolidaram: o europeu Digital Video Broadcasting – Terrestrial
(DVB-T), o americano Advanced Televison System Commitee (ATSC), e o
japonês ISDB-T.

Letícia Capanema e Renné França (2013) explicam que cada um deles


prioriza aspectos específicos da condição digital da televisão.

O padrão norte-americano, considerado o mais robusto, beneficia a


transmissão em alta definição, mas é o menos desenvolvido no quesito
mobilidade. O europeu caracteriza-se por ser mais versátil, facilitando
a transmissão de múltiplos canais na mesma freqüência. O japonês,
por sua vez, prioriza a alta definição da imagem e a portabilidade,
beneficiando a transmissão para celulares e computadores de mão.
(CAPANEMA; FRANÇA, 2013, p. 32)

 31
A primeira transmissão oficial do sinal digital brasileiro ocorreu em 2 de
dezembro de 2007, em São Paulo, sendo a RedeTV! a primeira emissora
de televisão aberta do país a exibir programação em formato digital.

Após essa estreia, cada emissora recebeu um canal a mais para que
fosse possível a transmissão do sinal digital de forma simultânea à do
analógico. Isso foi possível até 2016. Porém, a transição da TV analógica
para a digital ocorreu de forma gradativa, até o final do ano de 2018,
atingindo todas as cidades e regiões do país.

2.5 Tipos de TVs

A televisão pode ser dividida em duas:

• TV aberta, aquela que chega até a sua casa gratuitamente.

• TV paga, aquela em que é preciso pagar pelos canais.

A TV fechada se popularizou pelo termo TV a cabo, por ser o cabo o meio


de transmissão de sinal que mais se utiliza na TV paga. Outro termo que
conhecemos é o TV por assinatura, que aponta que é preciso assinar um
plano para ter acesso aos canais.

Figura 6 – Televisão

Fonte: Pixabay.

32
32
Já na TV aberta, não é necessário pagar. Ela é oferecida para a população
de forma gratuita, sem encargos e taxas, por emissoras de televisão
aberta, como Globo, Record, SBT, Band, RedeTV!, CNT, TV Aparecida,
Canção Nova, Record News, TV Brasil, Cultura, Gazeta, entre outros.

A diversidade de programação nas emissoras de TV é bem grande,


porém, ao pagar por um serviço de assinatura, o público tem uma
variedade muito maior. Além de emissoras nacionais, 80% da
programação da TV por assinatura são de canais estrangeiros.

Porém, mesmo pagando por esse serviço e tendo diversas opções na


programação, o público ainda fica sujeito a seguir o horário imposto
pelos canais de televisão.

Ou seja, é preciso estar naquele dia e naquele horário em frente à TV


para acompanhar o programa. As interações possíveis também são
feitas seguindo esse padrão.

Mas, em um contexto de era digital em que a televisão também se


enquadra, surge uma nova forma de consumir programas televisivos
que permite escolha e interação: VOD – Vídeo on Demand.

2.6 Vídeos on demand

Estamos passando por um momento muito delicado no âmbito das


comunicações, das interações e da forma como consumimos conteúdo
televisivo principalmente. Uma das grandes tendências que tem
roubado a atenção e o grande público da TV aberta é o VOD – vídeo on
demand. Vamos entender o conceito e como isso está acontecendo:

Vídeo on demand nada mais é que a nova forma de assistir à televisão


e consumir produtos audiovisuais em que o grande protagonista é
o público consumidor. Ou seja, é possível escolher o que assistir no
melhor horário que a rotina permitir.

 33
VOD é um serviço interativo, em que o assinante paga uma mensalidade
para ter acesso a uma variedade de produtos audiovisuais. Alguns
pacotes são mais específicos e incluem apenas filmes, mas, no geral,
os pacotes são compostos por uma espécie de biblioteca de conteúdos
com filmes, séries, shows, programas de televisão, documentários,
docudramas, musicais, entre outros.

Com o VOD, é possível ter acesso de duas formas:

• Streaming.

• Download.

No streaming, é possível assistir on-line onde e quando a pessoa puder


e a transmissão é proporcionada pela internet. Ou também o recurso
do download é muito viável, pois permite que o assinante baixe a obra
e assista quando puder, sem depender de estar conectado à internet no
momento de consumir o conteúdo do vídeo.

ASSIMILE

A Netflix é um grande exemplo de vídeo on demand.


O assinante paga um valor mensal por um pacote
de filmes, séries, programas de TV, documentários,
animações, entre outros. O assinante pode ver também
via streaming e, algumas produções, ele pode fazer o
download e assistir off-line quando quiser.

Dessa forma, consumir conteúdos quando puder, sem depender de


uma programação preestabelecida, com horários pautados, pode não
fazer mais sentido para essa nova geração. Ou seja, a transformação
digital traz mais mudanças de comportamento do que tecnológicos e
esse é um grande exemplo.

34
34
Figura 7 – Vídeo on demand

Fonte: Pixabay.

A linguagem da televisão, que se pautou e se estabeleceu por meio da


sua organização estrutural da grade de programação, hoje já não precisa
desse recurso para ter audiência. Assim, a briga pela audiência fica
concentrada na qualidade das produções, já que o padrão de consumo
por dia e horário “caiu por terra” para a geração digital.

Mesmo assim, com esse novo padrão de consumo audiovisual, a Pesquisa


Brasileira de Mídia de 2015 confirma que o hábito de consumir televisão
é predominante no Brasil. Segundo a pesquisa, 95% dos brasileiros veem
TV regularmente e gastam, em média, 4h30 em frente ao aparelho.

3. Conclusão

A preferência nacional pela TV continua firme, porém, os hábitos de


consumo ganharam novos coadjuvantes. A internet e a transformação
digital nos dão grandes possibilidades e é preciso estar sempre atento
às tendências.

Há espaço para todos os tipos de TV e seus usos, de acordo com o


perfil de cada público. A geração que já veio ao mundo conectada
traz consigo novas formas de ver TV e consumir produtos de mídia.
O grande desafio agora é produzir com qualidade para conquistar
esse novo telespectador.

 35
TEORIA EM PRÁTICA

Para manter a atenção do público hoje, é preciso investir


em produções de qualidade, já que há várias formas de
se acessar conteúdo televisivo e, para as novas gerações,
é muito mais fácil quando há uma plataforma que
disponibiliza uma seleção de conteúdos on-line em que é
possível assistir na hora em que elas puderem, no seu ritmo
e fazendo pausas se for preciso. Sabendo que isso é uma
tendência que tem aumentado a cada dia e tendo como
base essa afirmativa, que tipo de plataforma de conteúdo
VOD você criaria para atender a alguma demanda de um
nicho específico que você considera que teria público?
Explique o que seria e justifique sua resposta.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. Repensar o conteúdo televisivo foi uma iniciativa que


começou a ser desenvolvida a partir de qual década?

a. 1980.

b. 1990.

c. 2000.

d. 2010.

e. 1970.

36
36
2. Pagar para ter acesso às emissoras de TV é uma
tendência, mas existe há alguns anos. Há várias
nomenclaturas para esse serviço. Qual dessas
nomenclaturas está falando exatamente de pagar para
poder ter acesso aos vídeos e fazer download de alguns
deles quando necessário?

a. TV a cabo.

b. TV por assinatura.

c. Vídeo on demand.

d. TV aberta.

e. TV fechada.

3. Por que a narrativa transmidiática é uma estratégia


de sucesso?

a. Porque ela narra histórias que podem ser replicadas


em outras mídias digitais.

b. Porque suas histórias são publicadas iguais em


plataformas de mídias.

c. Porque ela não tem padrão e o público aprecia a


desconstrução narrativa.

d. Porque o público gosta de interagir e continuar


narrativas é uma forma de interação.

e. Porque ela possibilita que o público conheça


narrativas mais complexas.

 37
Referências bibliográficas
CANNITO, N. Televisão na era digital, a interatividade, convergência e novos
modelos de negócio. São Paulo, SP: Summus, 2010.
CAPANEMA, L.; FRANÇA, R. O. A televisão no ciberespaço: reformulações da
televisão na internet e na TV digital. Revista GEMInIS, São Carlos: UFSCar, ano 4,
n. 1, p. 20-36, jan./jun. 2013.
FONTANILLE, J. Semiótica do discurso. Tradução de Jean Cristtus Portela.
São Paulo: Contexto, 2007.
JENKINS, H. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes.
Petrópolis: Vozes, 2014.
MITTERMEYER, T. Narrativa transmídia: uma releitura conceitual. São Bernardo do
Campo: Editora Codes, 2017.
RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da Televisão no Brasil:
do início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010.

Gabarito

Questão 1 – Resposta B
Resolução: foi a partir de 1990 que a digitalização e novas formas
de interação fizeram com que a TV repensasse seus conteúdos.
Questão 2 – Resposta C
Resolução: no vídeo on demand é possível assistir às produções
on-line ou fazer download para ver off-line depois.
Questão 3 – Resposta D
Resolução: a interação é fundamental para que o público faça as
expansões da narrativa e ela se torne transmídia.

38
38
Reality shows: temas e formatos
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Explicar a diferença entre reality TV e reality show.

• Compreender quais elementos deste desse tipo de


programa conseguem a adesão do telespectador.

• Conhecer os principais formatos de reality show que


fazem sucesso com o público em geral.

 39
1. Reality shows: temas e formatos
A televisão, desde seu início, centrou suas produções nas narrativas
ficcionais. Ver e ouvir histórias estão sempre presentes no imaginário
brasileiro e, mesmo sendo ficcionais, a adesão sempre foi enorme.

Mesmo assim, programas que exploram o lado mais real das narrativas
também fazem grande sucesso. Nesse formato, o público consegue
sentir mais proximidade com os personagens, ocorre identificação e,
além disso, ele vê na telinha da TV pessoas com as quais ele interage ou
convive. Esses são alguns dos motivos que fazem os reality shows serem
tão apreciados pelo grande público.

Espiar o que se passa na vida alheia também é um hábito do ser


humano em geral. Quando um programa de TV chancela e proporciona
isso, o telespectador se sente completamente à vontade para espiar
sem se sentir julgado.

Na verdade, há uma inversão de papéis com essa nova forma de acessar


a vida do outro. Quem vê e julga é o público. Vamos entender como
são formados esses programas de realidade, ou reality shows, e por que
fazem tanto sucesso, se não de crítica, pelo menos de público.

1.1 A familiaridade da realidade

Com o processo de globalização das produções da TV entre os anos


1990/2000, um vasto campo de formatos e gêneros de produções se
abriu. Ficar preso apenas no mesmo padrão de produção de programas
já não era suficiente.

Mesmo porque o público é o grande termômetro do que funciona na


TV, e quando ele perde o interesse por determinado tipo de programa,
significa que é hora de renovar.

A TV por assinatura, por exemplo, trouxe uma nova forma de ver TV, além
de apresentar um novo modelo de negócios e mudanças nos padrões

40
40
técnicos e estéticos. Ela provocou, também, a desterritorialização das TVs,
fazendo com que ela saísse do âmbito local para se tornar global.

Para trazer novidades, os produtores de televisão precisam estar sempre


atentos e partir em busca do que a audiência gostaria de assistir. Mais
importante do que isso é saber identificar as tendências, ter o feeling
para decidir em qual tipo de programa investir.

Tendo em vista que tudo é extremamente caro na TV, é preciso dar o tiro
certo na hora de testar um novo formato ou mesmo um novo gênero.

Figura 8 – Telespectadores aguardam o reality show

Fonte: wundervisuals/iStock.com.

Derek Thompson, em seu livro “Hit Maker – como nascem as tendências”,


diz que, para que qualquer produto de mídia tenha sucesso e conquiste
o público, é preciso fazer com que o público se identifique com ele:
“(...) para vender algo familiar torne-o surpreendente. Para vender algo
surpreendente, torne-o familiar” (2017, p. 85).

Talvez seja por essa premissa básica que os programas de realidade


fazem tanto sucesso. Além de aguçar o voyeurismo e a sede do homem
em sempre querer saber o que se passa na vida alheia, esse tipo de
programa traz um efeito de sentido de realidade e de verossimilhança
que atraem a atenção. Vamos entender como esses programas
funcionam e quais os formatos que mais agradam.

 41
1.2 Reality TV

Os programas de realidade, os chamados realities, caíram no gosto


do público no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. Na verdade,
trata-se de uma grande estratégia de aproximação com um público que
já não estava mais tão ligado à programação da TV.

Não que a TV tenha perdido seu espaço nesses anos, mas ela
ganhou algumas concorrências relevantes, como os canais a cabo,
os videocassetes, DVDs e Blu-rays, além da ascensão dos jogos de
videogame. Todos esses novos dispositivos competem com a atenção
que, durante muitos anos, foi apenas da televisão, principalmente dos
canais abertos.

Por isso, a reality TV veio para capturar de volta a atenção desse público
que se dispersou muito. A premissa da reality TV não é seguir o modelo
vigente de apresentação e veiculação de conteúdo. Não basta apenas
reproduzir mimeticamente o cotidiano, como é feito nas novelas
ficcionais. Com a reality TV, a ideia é mostrar o cotidiano, mas de forma
real, ou o mais próximo possível do real.

Mas o que é reality TV?

A reality TV é como chamamos a diversidade de formatos de programas


que visam mostrar a realidade e o cotidiano de pessoas em algumas
situações pontuais. Trata-se da simulação entre a ficção e a realidade
que se pauta na curiosidade do homem em sempre querer ver o que se
passa do lado de fora do seu portão.

Há diversos tipos de programas de reality TVs ou quadros dentro de


programas, que podem ser classificados dessa forma. Por exemplo,
Faustão, Domingo Legal, Pânico na TV, Linha Direta, Casos de Família, o
quadro “Retrato Falado” do Fantástico, entre outros. O reality show é
apenas uma vertente da reality TV.

Todos esses programas trazem em comum a exposição de histórias


de pessoas reais, tanto contadas de forma ficcional quanto em
depoimentos e participação do público.

42
42
Esses programas trabalham com foco na interação. Alguns utilizam
câmeras escondidas, outros fazem entrevistas e colhem depoimentos
dos participantes. A participação de celebridades e famosos também
ajuda a alavancar a audiência. Afinal, segundo Freud (apud SOUZA,
2004), o voyeurismo faz parte do cotidiano das pessoas comuns e não
se caracteriza como algo anormal.

A palavra voyeur, que antes significava “pessoa que vê algo por


curiosidade”, mudou de sentido no século XIX para designar indivíduos
que obtêm o prazer sexual observando outras pessoas nuas ou na
intimidade. (SOUZA, 2004, p. 126)

É o caso desse tipo de programa. Ele instiga o prazer solitário da


observação da vida alheia. Por ser tão instigante e fazer tanto
sucesso, os programas da reality TV causaram um impacto televisivo
que afeta todos os sistemas e as plataformas de comunicação e,
também, acaba ultrapassando a linha tênue que move a televisão:
informação versus entretenimento.

PARA SABER MAIS


Uma boa dica de filme que ilustra bem o que seria um
reality show dentro da reality TV é o filme O Show de Truman
(1998), de Peter Weir.

1.3 Reality Show

Podemos dizer que o reality show foi o subgênero da reality TV que


mais rentabilizou e funcionou enquanto programa independente.
Ele funciona não só como um programa de realidade cotidiana,
mas também como um game show. Nesse formato, os participantes
participam de jogos e disputas que geralmente envolvem rapidez,
resistência, esperteza e inteligência.

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Em entrevista para a Isto é, em 2014, John De Mol, o holandês criador
de reality shows como Big Brother e The Voice, disse que as pessoas ainda
estão interessadas nesse tipo de programa porque os reality shows são
o espelho da sociedade e que os participantes são pessoas comuns, que
podemos encontrar nas ruas.

ASSIMILE

Para entender como pensa o criador de reality shows como


o Big Brother e o The Voice, leia essa reportagem e entrevista
com John De Mol, disponível em: https://istoe.com.
br/350102_OS+REALITY+SHOWS+SAO+O+ESPELHO+DA+
SOCIEDADE+/>. Acesso em: 25 jul. 2019.

O formato se popularizou tanto no Brasil e no mundo após o boom do


Big Brother e o pioneirismo do Survivor que hoje existem reality shows
em várias esferas. O sucesso foi tanto que vários setores quiserem ter
o seu próprio reality. Vamos conhecer os principais segmentos, seus
programas e características.

1.4 Aventura

1.4.1 Survivor

O Survivor foi o precursor da onda de reality shows no mundo. Mesmo


tendo sido criado no Reino Unido em 1992, a versão norte-americana
foi produzida apenas nos anos 2000. O reality ficou conhecido pelo seu
pioneirismo e por ter conquistado forte audiência nos Estados Unidos.

A série possui dezenas de temporadas e é transmitida pelo canal CBS.


O objetivo do reality é fazer com que seus participantes fiquem isolados

44
44
em um local remoto e devem prezar por sua sobrevivência. Eles devem
buscar água, comida, abrigo enquanto participam de provas e disputas
por recompensas e imunidade.

Figura 9 – Participantes do reality show Survivor

Fonte: domínio público/CBS. Acesso em: 25 jun. 2019.

A eliminação dos participantes do programa se dá pelos próprios


competidores, que votam para que um membro da equipe saia.
Até a confecção deste material, o programa estava em sua vigésima
temporada.

1.4.2 No Limite

No Limite foi o primeiro reality show brasileiro exibido pela Rede Globo
em quatro temporadas, com intervalos entre 2000 e 2009. A atração foi
baseada na pioneira Survivor, mesmo sem ter comprado os direitos de
exibição. A versão brasileira sempre foi exibida nas noites de domingo,
após o Fantástico.

A premissa do programa era a mesma do Survivor. Os competidores,


12 ao todo, participaram da primeira edição, gravada na fictícia Praia
dos Anjos, a cerca de cem quilômetros de Fortaleza, no Ceará. Eles
foram divididos em duas equipes: Sol e Lua, e a eliminação de um dos
integrantes dos times acontecia quando o time perdia em cada desafio.

 45
2. Vida real

2.1 Big Brother

Big Brother Brasil (BBB) é a versão brasileira do reality criado por John
de Mol e que está em 35 países do mundo. No Brasil, o programa é
produzido e exibido pela Rede Globo. Sua estreia foi em 29 de janeiro de
2002, com uma segunda temporada no mesmo ano. A partir da terceira
edição, passou a ser anual, sempre de janeiro a abril.

No programa, um número variável de participantes fica confinado em


uma casa cenográfica no Rio de Janeiro. Eles são vigiados por câmeras
24 horas por dia, sem conexão com o mundo exterior, e é vetada
qualquer comunicação externa com parentes e amigos. Não é possível
ter acesso a internet, ler jornais nem ver TV.

Eles disputam um prêmio em dinheiro no valor de 1 milhão de reais.


Porém, alguns participantes ganham outros prêmios menores durante
as provas realizadas.

Figura 10 – Logo do reality show Big Brother Brasil

Fonte: BBB Oficial/domínio público. Acesso em: 24 jun. 2019.

Os participantes são anônimos, pessoas comuns, e são escolhidos


pela produção do programa. A cada semana, dois ou três participantes
são indicados pelos companheiros para enfrentar o voto popular e sai
quem é o mais votado.

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46
Os participantes disputam provas que testam sua resistência, sorte,
inteligência e esperteza e têm como objetivo superar as eliminações e
permanecer na casa até o último dia.

O que atrai muito o público do BBB é que ele representa o voyeurismo


e o exibicionismo midiático em um grau elevado. Além disso, dentro da
casa acontecem situações pontuais, intrigas, surgem relacionamentos,
amizades se fazem e desfazem, uns conspiram contra os outros e
somente o público consegue ver os dois lados, como se acompanhasse
uma produção de ficção.

Enquanto observador, o público acompanha e julga as atitudes dos


participantes. Há uma preferência velada pela autenticidade e o público
preza por valores e bons costumes. Certamente, há torcida pelo
participante que se encaixe nesse filtro pessoal que o público cria a
partir dos valores morais da sociedade.

O público também julga a dicotomia entre bem e mal e, principalmente,


a veracidade versus encenação. Quem encena passa a impressão
de falsidade, o que é condenado pelo público, e certamente esse
participante será votado para sair. “Distinguir veracidade e encenação,
identificar quem é quem no programa passa a ser, portanto, uma
função primordial do jogo” (ROCHA, 2009, p. 13).

2.2 Casa dos Artistas

O programa Casa dos Artistas foi o reality show que seguiu a mesma
configuração do Big Brother Brasil. Porém, a série foi exibida pelo canal
SBT entre 2001 e 2004 e havia uma diferença entre as características dos
participantes: neste, era um grupo de celebridades e subcelebridades
que disputavam o prêmio principal em dinheiro.

O final da primeira temporada, exibido em 16 de dezembro de 2001,


rendeu a maior audiência da história do SBT, com média de 47 pontos e
picos de 55, contra 18 pontos da segunda colocada.

 47
O programa teve, ao todo, quatro temporadas. A temporada 3 trouxe
uma novidade: cada famoso poderia levar um fã para participar e
interagir na programação. A vencedora dessa edição foi a modelo
fitness Solange Frazão.

O que chamou a atenção neste reality como um todo foi o


relacionamento e as intrigas de pessoas conhecidas do público. Foi
possível observar mais de perto como era o cotidiano das celebridades.

2.3 Viagem

Há alguns reality shows de viagens, mas vamos destacar apenas dois.


A plataforma de streaming Netflix investiu em vários formatos de
conteúdo audiovisual. O Netflix Instant Hotel é um deles. O programa
é um reality show de pousadas e viagens. Na verdade, vence quem
tiver a melhor pousada.

Os competidores precisam dar notas entre si. Enquanto isso, o


telespectador assiste e conhece locais paradisíacos, o que instiga a
vontade de viajar.

Os casais participantes do show precisam conhecer e avaliar seus


concorrentes, e isso gera tensões engraçadas para quem está assistindo.
Fica difícil prever quem será o vencedor.

Figura 11 – Reality show de viagens

Fonte: hocus-focus/iStock.com.

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Outro reality de viagem interessante foi o Viagem sem Fim, exibido pelo
Multishow às quintas-feiras, ao longo de 2010. A ideia era que, com um
orçamento apertado e um roteiro desconhecido, oito jovens toparam
a aventura de participar. Eles não se conheciam antes da jornada e
percorreram parte do Chile e da Argentina a bordo de um motorhome.
Ao todo, foram 17 cidades e 34 dias de estrada.

O que garantiu a audiência, além de lindas paisagens da América do


Sul, foi os conflitos gerados pelas diferenças entre os participantes, que
dividiam um espaço minúsculo dentro do motorhome.

2.4 Culinária

2.4.1 Masterchef

MasterChef Brasil é um dos programas mais queridos e conhecidos do


país. É, também, um reality show de culinária exibido pela TV Band,
baseado no consagrado formato original de mesmo nome exibido
pela BBC, no Reino Unido. A primeira temporada estreou em 2 de
setembro de 2014 e, no momento da redação deste conteúdo, conta
com seis temporadas.

É apresentado pela jornalista Ana Paula Padrão e os jurados são os chefs


Henrique Fogaça, Érick Jacquin e Paola Carosella.

Os cozinheiros amadores são previamente selecionados por meio de


audições. Durante o programa, eles participam de provas de elaboração
de pratos selecionados e podem disputar tanto sozinhos quanto
em duplas e, às vezes, em grupos. Os chefs provam todos os pratos,
eliminam quem fez o pior prato naquela edição. Já quem fez o melhor
ganha vantagens e prêmios e continua na disputa.

A série gerou mais dois spin-offs: MasterChef Júnior, que conta com
crianças como concorrentes, e MasterChef Profissionais, que conta com
chefs profissionais como concorrentes.

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Em 2017, o MasterChef Brasil se consagrou como o maior canal da
franquia no YouTube, com os vídeos inéditos sendo postados na
plataforma logo após serem exibidos na TV Band.

PARA SABER MAIS

O canal fechado TLC tem um reality show de culinária bem


diferente chamado Cake Boss. Não é uma competição,
como os exemplos citados, mas sim a vida e os confeitos
produzidos por Buddy Valastro e sua família na padaria
Carlo’s Bakery. Vale a pena conferir.

2.5 Decoração

O canal da TV por assinatura GNT veicula um interessante reality show de


decoração. O programa é comandado pelo arquiteto Maurício Arruda.
Ele cria um projeto a partir de vídeos enviados pelo público pedindo a
reforma de algum local.

Ele redecora o ambiente usando criatividade, tendências e, antes, mostra


os detalhes da transformação usando efeitos de computação gráfica.

O “Lar Doce Lar” é um quadro que pertence ao programa Caldeirão do


Huck, na Globo. As pessoas de diversos locais do Brasil mandam e-mail e
até cartas contando sua história e por que querem participar do reality.

São histórias emocionantes, que mostram a realidade de famílias


simples que, na maioria dos casos, não têm condições financeiras para
reformar a casa. Cada episódio conta com uma família diferente. Além
de acompanharmos a reforma e a decoração, também acompanhamos
a história e rotina da família selecionada.

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O programa cuida do novo projeto, da reforma, dos profissionais,
dos móveis e, ao final, mostra o antes de depois da transformação
do ambiente.

3. Conclusão

Os programas de realidade sempre são sucesso na TV mundial desde


o início dos anos 2000, por mais que tenham sido criados bem antes
disso. Alguns programas já exibiam quadros que remetiam à realidade
das pessoas.

Ao perceber como esse tipo de inserção de realidade em meio ao mar


de produtos ficcionais chamava a atenção do público, o tiro certeiro veio
ao trazer programas exclusivos – os shows de realidade (reality shows).

Por meio desses shows, os telespectadores passam a conhecer a


realidade de pessoas comuns, que têm suas próprias histórias. Isso cria
empatia, identificação e faz com que a televisão seja algo cada vez mais
próximo do público.

A comunicação digital, por meio das redes sociais, proporciona uma


maior interação e aumenta a sensação de pertencimento. Parece que os
reality shows vieram para ficar. Só o tempo dirá.

TEORIA EM PRÁTICA
Tendo em vista todos os exemplos de reality shows citados
nesta unidade e sabendo da importância e aderência desse
formato junto ao público, imagine a seguinte situação: você,
como produtor de TV, recebe a incumbência de idealizar e
produzir um reality show para um público específico. Escolha
o público específico e desenvolva um miniprojeto contendo:

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• Nome do reality, público-alvo, forma de seleção
dos participantes, periodicidade, tipos de provas
de eliminação, prêmio final e estratégias de
entretenimento dentro do reality.
Opções de públicos:
• Tatuadores.
• Comunidade naturista.
• Ou circo.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. Onde aconteceram as primeiras interações de


realidade na TV?

a. Novelas.

b. Programas de auditório.

c. Jornalismo.

d. Programas educativos.

e. Programas esportivos.

2. Tendo em vista que os programas de reality TV estão


presentes em vários formatos, identifique o tipo que
não se enquadra nessa categoria:

a. Domingão do Faustão.

b. Caldeirão do Huck.

c. Domingo Legal.

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d. Linha Direta.

e. Avenida Brasil.

3. Quais foram os programas pioneiros de reality show nos


Estados Unidos e Brasil, respectivamente:

a. The Voice e BBB.

b. Survivor e BBB.

c. Survivor e No Limite.

d. MasterChef e No Limite.

e. The Voice e MasterChef.

Referências bibliográficas
CANNITO, N. Televisão na era digital, a interatividade, convergência e novos
modelos de negócio. São Paulo: Summus, 2010.
RIBEIRO, A. P. G; SACRAMENTO, I; ROXO, M. História da televisão no Brasil: do
início aos dias de hoje. São Paulo: Editora Contexto, 2010.
ROCHA, D. C. Reality TV e reality show: ficção e realidade na televisão. Revista
da Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação,
Brasília, v. 12, n. 3, set./dez. 2009.
SOUZA, J. C. A. Gêneros e formatos na televisão brasileira. São Paulo:
Summus, 2004.

Gabarito

Questão 1 – Resposta B
Resolução: os programas de auditório expressam a realidade
de pessoas comuns, por isso o formato teve uma boa aderência
em seguida.

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Questão 2 – Resposta E
Resolução: Avenida Brasil é o título de uma novela famosa
da TV Globo que é puramente ficcional, sem nenhum quadro
de realidade.
Questão 3 – Resposta C
Resolução: Survivor e No Limite estrearam em 2010 e foram os
reality shows pioneiros de ambos os países.

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Produção de conteúdo
para redes sociais
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Entender as particularidades de linguagem de


cada rede social.

• Descobrir como escrever para cada rede social.

• Aprender técnicas para produção de conteúdo.

 55
1. Produção de conteúdo para redes sociais

Produzir conteúdo pode parecer algo que conta apenas com a


capacidade criativa do produtor, algo simples, que aprendemos na
escola desde a educação básica. Mesmo que adquiramos a competência
da escrita desde cedo, isso não significa que todos dominam a arte de
construir um bom texto.

Saber escrever é primordial para nossa comunicação em sociedade e,


por meio da escrita, conseguimos produzir conteúdos para diversas
plataformas diferentes. Mas será que aprendemos a fazer um texto que
informe, entretenha e convença alguém, tudo ao mesmo tempo?

Vamos ver como é possível produzir conteúdos relevantes, por meio


de pesquisa aprimorada como um passo inicial e, na sequência,
vamos entender como é importante usar algumas estratégias e
quais realmente funcionam.

1.1 A importância da pesquisa

O conteúdo é a grande chave para engajamento, persuasão e vendas.


Todos os setores de comunicação estão focados e buscando aprender
como fazer para chamar a atenção do novo consumidor, esse chamado
de geração Y ou millennials. E, também, dos nativos digitais da geração Z.

Para produzir qualquer tipo de conteúdo para gerar engajamento,


é preciso entender que fazer uma boa pesquisa antes do início da
produção do material é uma etapa importante do processo e não deve
ser ignorada.

O sucesso da pesquisa depende, e muito, da curiosidade do redator.


Portanto, desenvolver a curiosidade é um aspecto fundamental para
aguçar a criatividade para pensar em pautas relevantes e envolventes,
que irão captar a atenção do receptor.

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56
O conteúdo de sucesso sempre passou por uma pesquisa mais
detalhada. Assim ele fica rico em detalhes e desperta a curiosidade e o
prazer da leitura. Portanto, não economizar tempo para fazer uma busca
minuciosa é fundamental para produzir um material relevante.

Antes de criar qualquer conteúdo, é preciso estruturar uma pauta com


os seguintes questionamentos:

• Por que esse assunto é importante?

• O meu público vai se interessar por esse assunto?

• Por que estão todos comentando sobre esse assunto?

• Eu deveria falar sobre esse assunto?

PARA SABER MAIS


Neste texto há várias dicas de como se fazer uma pesquisa
do Google de qualquer natureza, disponível em: https://
marketingdeconteudo.com/como-fazer-uma-pesquisa-no-
google/. Acesso em: 25 jul. 2019.

Se todas as respostas para esses questionamentos forem favoráveis, é


hora de começar a pesquisar para a criação desse conteúdo. Veja como
fazer sua pesquisa de forma eficaz.

1. Pesquise primeiro dentro de você. Isso mesmo. As suas


referências são importantes e devem ser consideradas.
Experiências, leituras e aprendizados do passado sobre o tema
do seu conteúdo são sempre bem-vindos e será a partir deles que
surgirão excelentes ideias. Suas vivências, contatos com outras
pessoas, experiências em lugares diferentes, viagens, relações
familiares também contam como ferramenta de busca pessoal.

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2. Pesquise em livros: livros físicos, livros digitais, plataformas digitais
de aprendizagem, e-books, entre outros. Não confie apenas em
pesquisas de sites e blogs, a leitura constante e o bom e velho
livro ainda são fontes inesgotáveis de conhecimento e são essas
ferramentas que auxiliam o produtor de conteúdo.

3. Pesquise em sites de referências e confiáveis do mesmo segmento


que o seu conteúdo. Para saber se o site é de confiança, veja como
ele está localizado no Google, veja quantas pessoas o conhecem e
confiam em seu conteúdo, veja quantas vezes ele é citado, procure
por palavras específicas e verifique se elas aparecem nesse local.

4. Pesquise em sites internacionais confiáveis, de universidades,


revistas científicas ou revistas de grande circulação. Para isso, é
importante que você tenha domínio do inglês ou espanhol, pois,
mesmo utilizando o recurso do Google Tradutor, a tradução é
literal e às vezes não dá o sentido que esperamos.

5. Pesquise na concorrência para ver como eles estão lidando com


o assunto. Sempre tenha a concorrência como referência, pois
você não vai querer ficar atrás. Saiba o que eles estão divulgando
e procure tratar dos assuntos correlatos, mas de forma que seu
conteúdo seja melhor desenvolvido e possua uma pesquisa mais
detalhada que a deles.

Acompanhe de perto cada ação do concorrente, pois ele será um


dos seus maiores termômetros do mercado. E aproveite para fazer
uma abordagem melhor e mais completa.

6. Monte uma pauta com todas as palavras relacionadas ao tema


que você quer tratar. Assim fica mais fácil fazer a pesquisa e
você também pode aproveitar os assuntos relacionados com
esse tema para pensar em outros temas para novas pautas no
futuro. Anote tudo, não jogue nada fora, pois grandes ideias
surgem desses rascunhos.

58
58
PARA SABER MAIS

Fazer uma boa pesquisa antes de desenvolver o conteúdo


faz parte do processo da produção de um bom material.
O site www.harvard.edu é uma ótima referência, pois traz
pesquisas em diversas áreas.

1.2 O conteúdo para redes sociais

Divulgar conteúdos por meio das redes sociais não é mais um


diferencial, mas sim primordial para a comunicação de qualquer
empresa, veículo ou pessoa física. Mas para isso, só agendar postagens
no Facebook não é suficiente. É preciso que você elabore uma estratégia
de conteúdo para que sua comunicação seja assertiva.

Existem hoje inúmeras redes, milhões de usuários ativos e a tendência


é aumentar. Cada usuário tem um comportamento e vai consumir o
conteúdo de acordo com seus interesses. O trabalho do redator, do
produtor de conteúdo, é saber como trabalhar o texto para agradar a
todos os públicos.

Figura 12 – Redes sociais

Fonte: tnrsmr/iStock.com.

 59
ASSIMILE

Muitos acreditam que fazer o mesmo texto e divulgar


em todas as redes sociais é efetivo. Ledo engano.
É preciso saber como funciona cada mídia e
adequar o texto para a linguagem.

As redes sociais e os veículos de comunicação possuem linguagem


própria e, para que o produtor de conteúdo seja certeiro, ele precisa
entender como funciona cada uma das redes, assim, ele poderá
trabalhar em cada abordagem de forma diferente. Vamos saber
quais são:

1.3 Blog

Diferentemente de um site, o blog possui uma abordagem mais


pessoal, afinal, ele fala direto com a pessoa. A estrutura do blog é muito
simples, pois ele geralmente se organiza com uma postagem por data.
Linguagem informal, mais próxima do leitor, mas nem por isso o texto
precisa ser coloquial.

Essa é uma linha muito tênue e o redator precisa saber dosar entre
o escrever na norma culta da língua, sem erros e sem exageros, e ao
mesmo tempo manter uma estrutura informal e descontraída, para que
seu leitor se sinta à vontade e se interesse pelo conteúdo.

O texto por si só é mais flexível e interativo, e permite que o leitor faça


comentários e até contribua para seu texto ou para futuras pautas.
Além disso, a sua estrutura é bem mais simples que a de um site ou um
portal e é possível encontrar templates prontos em plataformas de blogs
disponíveis de forma gratuita on-line.

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Todo começo de um texto, um artigo, uma entrevista, inicia-se pelo
título. Por isso o título deve ser o primeiro chamariz de um texto, pois é
ele que vai despertar o interesse do leitor e fazer com que ele entre na
sua página e leia.

Figura 13 – Blog

Fonte: scyther5/iStock.com.

Dedicar tempo e esforço para criar um bom título é uma etapa


necessária no processo de criação do conteúdo e, às vezes, encontrar
o título ideal pode demorar um tempo. O site www.upworthy.com, por
exemplo, antes de publicar qualquer conteúdo, realiza um controle
rigoroso dos títulos. Sua equipe cria 25 títulos diferentes para cada texto
e eles selecionam os melhores até chegarem a uma boa escolha.

Para saber como criar o melhor título, seguem algumas técnicas infalíveis:

• Use números e estatísticas. Pessoas adoram fatos! Exemplo: 8% da


população sofre de ansiedade.

• Ensine algo. Guias e tutoriais geram muito interesse e tráfego.


Se possível, use as palavras “como”, “manual” ou “guia”. Exemplo:
“O guia definitivo para estudar inglês em casa”.

• Desperte a curiosidade. Se seu título prometer saciar uma


curiosidade do leitor, ele provavelmente irá clicar! Exemplo:
“Ômega 9. Afinal, o que é e onde encontrar?”.

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• Use e abuse de listas. Exemplo: “7 dicas para montar um
currículo perfeito”.

• Crie polêmica. As pessoas amam se informar e tomar lados


em um artigo controverso. Use isso a seu favor! Exemplo:
“Afinal, o livro de papel morreu ou não morreu?”.

Com as técnicas acima, é possível criar um título que vai chamar a


atenção do leitor. Agora que ele já acessou o seu conteúdo, o próximo
desafio é mantê-lo na sua página. É importante saber que muitos
visitantes entram na sua página, mas não leem seu texto.

Em um primeiro momento, o leitor olha superficialmente o texto


para ver se ele é interessante. E mesmo que seu conteúdo seja bom,
ele precisa conquistar a atenção do leitor e, para isso, precisa estar
organizado em blocos pequenos.

Quando ele olhar o texto com calma, vai varrer o texto de forma geral
e escolher o que ler. A essa ação chamamos de “escanear” e, portanto,
o texto precisa ter escaneabilidade. Há algumas técnicas para construir
um texto atraente, que mantenha a atenção do seu leitor:

• Divida seu texto em partes, usando subtítulos.

• Use listas sempre que for citar vários itens.

• O negrito atrai o olhar, use-o em palavras-chave.

• Mantenha seus parágrafos curtos.

• Insira imagens relevantes e chamativas no texto para


prender o leitor.

• Estruture seu texto para formar uma narrativa coerente.


Exemplo: introdução → argumentação → conclusão.

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1.4 Twitter

As redes sociais exigem um texto mais curto e condensado do que um


artigo para o blog. Mas nem por isso é mais fácil. Textos curtos precisam
dizer muito mais e com muito menos. Por isso, seguem algumas técnicas
para você produzir conteúdos para as redes sociais.

No Twitter, o usuário quer um texto dinâmico e direto, tendo em


vista que a rede oferece um espaço de apenas 280 caracteres para a
divulgação da sua mensagem. A rede foi criada em 2006 por três sócios:
Jack Dorsey, Eva Williams e Biz Stone e significa pia de pássaros ou
explosão de informações inconsequentes.

Como o Twitter foi criado inicialmente para ser uma espécie de


ferramenta de SMS, o número de caracteres ficou limitado por ter essa
característica. Enviar mensagens curtas, mas assertivas, é o principal
foco do Twitter.

A rede tem, hoje, a relevância que o rádio tinha em seu surgimento, a


premissa de mostrar e comentar o que está acontecendo em tempo
real. Na data da confecção deste material, o Twitter possuía 326 milhões
de usuários ativos ao redor do mundo.

Figura 14 – Twitter

Fonte: alexsl/iStock.com.

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A seguir, algumas técnicas para escrever para o Twitter:

• O texto precisa ser sucinto. O máximo de informações em


280 caracteres. É interessante usar, sempre que possível, os links
encurtados. O migre.me, por exemplo, é uma das ferramentas que
ajudam a encurtar os links para que você tenha mais espaço para
escrever a mensagem.

• Evite abreviaturas. Por mais que o espaço seja limitado, o leitor


do Twitter é dinâmico. Quanto mais você entregar a informação
completa, melhor ele vai decodificar e assim dará preferência para
seu conteúdo em detrimento de outros.

• Use [ ] para descrever o conteúdo do tweet. Por exemplo:


“[ÁUDIO]”. Principalmente se o conteúdo está escondido em uma
URL, o leitor saberá o que encontrar.

• Cite as fontes com Twitter pelo “@”. Exemplo: “Segundo @


uol... @oglobo”.

• O Twitter sistematizou as hashtags. Faça uso delas para


indexar assuntos.

• Use um tweet só para transmitir a mensagem. Evite usar dois ou


mais tweets para a mesma mensagem. O leitor acaba se perdendo,
pois enquanto você está escrevendo o complemento do tweet,
vários outros já entraram na timeline e seu complemento se perde.

• Usuários do Twitter requerem um texto mais estilizado, irônico,


direto. Visite perfis correlatos ao seu ou os que sejam referência
para ver como eles se posicionam.

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1.5 Facebook

O Facebook hoje é uma grande referência e uma das maiores redes


sociais da história, com mais de 2,13 bilhões de usuários ativos no
mundo. Foi criada por quatro estudantes de Harvard, Mark Zuckerberg,
Eduardo Savarin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes. Os brasileiros são
muito ativos nessa rede e ela é uma fonte de investimento de todos os
segmentos para divulgação de conteúdo.

Seguem algumas técnicas para ser assertivo com o seu conteúdo


no Facebook:

• Cada post deve ter apenas uma ideia. É preciso focar na


publicação, para que o leitor não fique confuso com vários
assuntos no mesmo post. Não se limite, faça outros posts com
outros assuntos depois.

• Faça um texto sucinto, porém atraente.

• Definir como tratará o público, se por plural ou singular. Escrever


de forma padronizada.

• Faça posts curtos. Pessoas têm pouca paciência para ler textos
longos sem imagens.

• Tamanho ideal: máximo quatro linhas (mas não é rígido).

• Postagem com regularidade de dias e horários.

• Usar hashtags somente quando necessário, para demarcar uma


notícia do dia, um assunto polêmico. Importante dizer que hashtag
não é pontuação. É um agregador de conteúdo que indexa os
assuntos em discussão na rede.

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1.6 Instagram

Como estamos na era da imagem, o Instagram tem se tornado a rede


social que mais cresce em todo o mundo. Há dois anos, a rede possuía
pouco mais de meio milhão de usuários. Hoje, a rede ultrapassa 1 bilhão
de usuários ativos.

A rede foi criada por Kevin Systrom e Mike Krieger em 2010 e logo se
popularizou. Hoje, além de fotos, é possível publicar vídeos, descrever
grandes textos nas legendas, publicar vídeos e imagens instantâneas
pelo recurso stories, na barra superior do aplicativo, fazer transmissões
ao vivo e vídeos maiores no formato IGTV.

Porém, para ter uma estratégia que funcione no Instagram, algumas


técnicas são fundamentais:

• Imagens bem editadas.

• Legendas criativas e que não podem ser enigmáticas.

• Texto claro, conciso e complementar à imagem.

• As legendas não podem ser longas. Duas ou três linhas


seriam o ideal.

• Use o recurso do stories para conversar diretamente e


informalmente com o público. Esse recurso é ideal para divulgar
produtos, eventos, entre outros.

O Instagram oferece uma gama de recursos para divulgação, como:


recurso de áudio e vídeo na timeline e no stories, publicações com
texto e imagens, álbum de fotos, entre outros. Somente não é possível
compartilhar em seu feed a foto de outro perfil com os recursos do
Instagram. Há outros aplicativos que fazem essa repostagem, porém,
tem sido pouco usada. Após a inserção da função stories, a maioria
das publicações e compartilhamentos está sendo feita por lá, pela
dinamicidade do recurso.

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1.7 Snapchat

Trata-se de um aplicativo de mensagens criado e desenvolvido por Evan


Spiegel, Bobby Murphy e Reggie Brown, estudantes da Universidade de
Stanford. A premissa do aplicativo é enviar mensagens de fotos, vídeos e
textos, com a possibilidade de adicionar textos nas imagens.

O diferencial é que os conteúdos se apagam em 24 horas. O aplicativo


foi pioneiro nesse tipo de mensagem, mas hoje o Facebook, o Instagram,
o Messenger e o WhatsApp também possuem esse recurso.

Figura 15 – Snapchat

Fonte: Wachiwit/iStock.com.

Técnicas para produção de conteúdo para Snapchat:

• Formatos: imagem com legenda muito curta e vídeos de


15 segundos. Seja sucinto.

• É o aplicativo social com menor espaço: saiba utilizá-lo.

• É efêmero, instantâneo, porém um bom veículo informativo.

• É possível gravar vários vídeos para construir a mensagem, mas,


a não ser que seja um assunto relevante, mantenha uma média
de dois a três vídeos de 15 segundos.

• As imagens precisam falar por si, as legendas precisam ser


mais breves.

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2. Conclusão
Em um contexto em que somos cerceados por redes sociais e
plataformas digitais de vários tipos, quem trabalha com comunicação
e produção de conteúdo deve desenvolver um olhar corporativo para
essas redes. Afinal, quem produz conteúdo profissional deixa de ser um
usuário comum.

O intuito, neste capítulo, foi expor como é preciso ser detalhista e fazer
uma boa pesquisa antes de produzir qualquer tipo de texto para redes
sociais. Além disso, abordamos como funciona cada rede digital, que
tipo de textos elas requerem e por que é importante saber adaptar o
conteúdo para a linguagem de cada uma.

O conteúdo relevante e bem-feito, que encante, informe e venda, é difícil


de ser construído. Exige pesquisa, construção, tempo de maturação
e arremate. É, na verdade, um processo. Cabe aos produtores de
conteúdo saber o tempo certo e o que fazer em cada processo.
Desenvolver a criatividade também é fundamental.

TEORIA EM PRÁTICA
Uma empresa de cosméticos é o novo cliente da agência em
que você trabalha. Ela precisa criar conteúdos relevantes
para se apresentar ao mercado por meio das redes sociais.
A empresa já possui um blog, que vem alimentando
semanalmente. Você é o conteudista responsável pelo
projeto e precisa criar perfis nas redes Facebook, Twitter e
Instagram para divulgar a empresa e, também, o conteúdo
que ela já vem produzindo no blog. Responda como você
articularia os desafios a seguir:
• Crie conteúdos para todas as redes sociais. O conteúdo
pode ser o mesmo, mas a linguagem precisa ser adaptada.
• Como divulgar o conteúdo do blog nas redes sociais?

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68
VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. A produção de conteúdo relevante possui alguns


processos. Qual a primeira etapa para começar a
produção de conteúdo?

a. Argumento.

b. Pauta.

c. Produção.

d. Pesquisa.

e. Redação.

2. Cada veículo de comunicação comporta um tipo


de texto diferente, de acordo com sua linguagem e
especificidade. Com base nessa afirmativa, selecione a
alternativa correta que explique como se caracteriza o
texto do blog.

a. Flexível, interativo e de fácil leitura.

b. Estrutura formal.

c. Norma culta da língua portuguesa.

d. Coloquial e flexível.

e. Acadêmico.

3. Qual o primeiro chamariz de um conteúdo que fará o


usuário ler o texto?

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a. A escaneabilidade.

b. O título.

c. Os intertítulos.

d. Os links.

e. A imagem.

Referências bibliográficas
ASSAD, N. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio
digital. São Paulo: Editora Atlas, 2016.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes.
Petrópolis: Vozes, 2014.
MARTINS, C. Geração digital, geração net, millennials, geração Y: refletindo sobre a
relação entre as juventudes e as tecnologias digitais. Diálogo, Canoas: Rio Grande
do Sul, n. 29, ago. 2015.
QUALMAN, E. Socialnomics: como as mídias sociais estão transformando a forma
como vivemos e fazemos negócios. São Paulo: Saraiva, 2011.

Gabarito

Questão 1 – Resposta B
Resolução: antes da produção de conteúdo, é necessário fazer uma
pauta para delimitar o assunto a ser tratado e a relevância dele.
Questão 2 – Resposta A
Resolução: importante destacar a flexibilidade e fácil leitura do blog,
bem como sua interatividade.
Questão 3 – Resposta B
Resolução: o título é o que primeiro prende a atenção em um texto.

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70
YouTube: tendências e
monetização
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Mostrar como funciona a produção audiovisual


contemporânea.

• Conhecer a plataforma YouTube, suas principais


referências, gêneros e estrutura.

• Aprender como produzir conteúdo para a


plataforma e monetizar.

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1. YouTube: tendências e monetização

Produzir conteúdo para as redes sociais parece algo fácil. Porém,


é preciso primeiro entender como funciona cada rede e suas
particularidades. Para isso, é preciso entender a estrutura, o
funcionamento, a história e como gêneros se recriam e se ressignificam
em novas tendências de plataformas.

O YouTube foi uma grande criação. A plataforma possibilita a


publicação de vídeos de todos os gêneros e também a criação, de
forma independente, de diversos tipos de conteúdos. Cada gênero
visa atender um nicho específico de público. Assim, todos acabam
encontrando sua tribo.

Além disso, youtuber hoje se tornou uma profissão, com altas


possibilidades de ganho. Basta saber o caminho para a produção de
conteúdo consistente. Mesmo que a plataforma tenha permitido e
democratizado a veiculação de conteúdos, isso não significa que eles
devam ser feitos de qualquer jeito. Afinal, o público é exigente e quer
receber informações de qualidade.

Figura 16 – YouTube

Fonte: v777999/iStock.com.

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Os brasileiros, de uma maneira geral, foram criados em frente à TV.
Possuem o hábito de receber informações mais em formato audiovisual
do que por meio da leitura, por exemplo.

Portanto, investir na criação de vídeos é uma excelente estratégia


de divulgação de conteúdo, pois é um meio de fácil penetração e
visualização, acessível por outros meios que não seja a TV, como os PCs,
tablets e smartphones.

Os conteúdos previamente criados em outras linguagens, como blog


e redes sociais, podem ser adaptados para o audiovisual. Mas por que
adaptar? Por três aspectos bem importantes, que fazem a diferença na
hora de divulgar as mensagens:

• Emocional: o vídeo é a estratégia mais certeira para criar


intimidade ou provocar emoções positivas nos leitores, pois os
recursos que a linguagem audiovisual utiliza para construir seus
textos são os mesmos que usam para emocionar.

Os vídeos usam os cortes, movimentos de câmera, conteúdo,


trilha sonora, imagem e som de uma forma que faz sentido e
emociona, estabelece uma relação de proximidade com o público.

• Humanização: torna a mensagem mais próxima do espectador.


Um recurso muito utilizado por empresas hoje é tornar a
instituição mais próxima do cliente contando a sua história
em vídeos institucionais por meio de storytelling, uma técnica
específica para contar histórias. Esse tipo de conteúdo afeta o
emocional e faz com que os leitores se sintam ligados à empresa.

• Reputação: com tanta produção de conteúdo de qualidade, a


empresa torna-se autoridade nessa área quando investe na
produção de tutoriais. O propósito desse tipo de vídeo é ajudar
a persona a entender ou a fazer alguma coisa, por meio de uma
linguagem instrucional. Assim, o produtor do vídeo demonstra seu
entendimento e certifica sua credibilidade em sua área de atuação.

 73
1.1. O YouTube

Durante muito tempo, para se fazer uma produção audiovisual de


qualidade, era preciso equipamentos de ponta que custam caro,
uma grande equipe, um estúdio, profissionais qualificados e um bom
orçamento para despesas.

Desde o advento do cinema e da televisão tem sido assim. Pouco


democrática, a produção audiovisual sempre esteve restrita a esses
meios, com quem tinha dinheiro ou que tinha o poder de agências,
produtoras de vídeo ou TV, ou mesmo produtoras de cinema.

Com a banda larga e o surgimento de plataformas digitais como


o YouTube, hoje não é preciso equipamentos caros e toda uma
infraestrutura para produzir vídeos. Com o celular/smartphone e poucos
recursos, é possível produzir conteúdo audiovisual de qualidade.

O YouTube é uma plataforma e um agregador de conteúdo, embora não


seja uma produtora do conteúdo em si. Cada pessoa ou empresa pode
fazer a produção de seus vídeos de forma independente, usando os
recursos que tiver em mãos, e fazer a veiculação pela plataforma.

Ela promove a democratização da distribuição do conteúdo, tendo


em vista que não é regulada por nenhuma empresa de mídia.
O YouTube proporcionou uma nova forma de consumir e
produzir conteúdos audiovisuais.

Tudo ficou muito mais fácil, a começar pelo cadastro. Para abrir uma
conta, basta estar conectado à internet e informar os dados básicos,
como e-mail, nome. Em seguida, podem-se enviar vídeos para exibição
de qualquer tema.

74
74
PARA SABER MAIS
Conheça quais os principais canais do YouTube no Brasil e
no mundo e veja como eles mantêm o sucesso. Disponível
em: https://rockcontent.com/blog/maiores-canais-do-
youtube/. Acesso em: 25 jul. 2019.

A plataforma de vídeos mais famosa do mundo foi criada por Chad


Hurley, então com 29 anos, e Steven Chen, com 27 anos, em 2005. Em
maio de 2006, o site atingiu a marca de 40 milhões de vídeos exibidos
diariamente. Em junho do mesmo ano, o site alcançou a média de 100
milhões de exibições/dia, com o total de 2,5 bilhões de vídeos exibidos.

Vale ressaltar que:

O YouTube não estabeleceu limites para o número de vídeos que cada


usuário poderia colocar on-line via upload, ofereceu funções básicas de
comunidade, tais como a possibilidade de se conectar a outros usuários
como amigos, e gerava URLs e códigos HTML que permitiam que os vídeos
pudessem ser facilmente incorporados em outros sites, um diferencial que
se aproveitava da recente introdução de tecnologias de blogging acessíveis
ao grande público. Exceto pelo limite de duração dos vídeos que podiam
ser transferidos para o servidor, o que o YouTube oferecia era similar a
outras iniciativas de vídeos on-line da época. (BURGESS, 2009, p. 17)

Em 2019, o YouTube já atingiu a marca de 4,5 bilhões de visualizações


por mês em todo o mundo. Assim, consolidou-se um novo espaço
alternativo e democrático, que atende às massas, que distribui conteúdo
audiovisual de qualquer espécie.

Documentários, videorreportagem, vídeos antigos, paródias, ficção,


videoaulas, propagandas, micronarrativas, tutoriais, entrevistas, DIY,
enfim, uma gama de vídeos pode ser publicada na rede.

 75
1.2 Gêneros de vídeos do YouTube

Como a rede possibilita a veiculação de vídeos de qualquer natureza,


há alguns gêneros que predominam e que se estabeleceram como os
principais tipos de vídeos que funcionam na plataforma. Vamos ver
quais são esses gêneros e suas características:

1.2.1 Gameplay

O gameplay ou tutorial de games é um dos gêneros mais difundidos


entre os jovens que gostam de jogar videogame. Nesse tipo de vídeo, o
dono do canal mostra um jogo e dá dicas sobre ele, geralmente com a
imagem do jogo na tela e a voz over do dono do canal ao fundo.

Os canais mais famosos do gênero foram os que mostravam Minecraft


ou League of Legends, os jogos preferidos. Um dos canais mais
conhecidos é o Authentic Games, totalmente voltado ao jogo Minecraft.
O canal tem mais de 16 mil inscritos e 6 bilhões de visualizações.

O Minecraft também tirou o youtuber Pedro Afonso Rezende do


anonimato. Ele criou o canal RezendeEvil, onde fala desse e outros
e também por meio de paródias e situações inusitadas sobre o seu
cotidiano. O canal tem mais de 22 milhões de inscritos e já alcançou
mais de 7 bilhões de visualizações.

1.2.2 Vlog

O termo vem da palavra videolog ou diário de rede. Faz uma analogia


com o blog, que são diários eletrônicos em que os seus administradores
postam textos, fotos de acontecimentos do dia a dia ou que tenha algum
conteúdo informativo. No YouTube, os vlogs são diários audiovisuais.

Nesse tipo de vídeo os apresentadores usam diálogo direto com o


telespectador e usam o recurso do jump cut para deixar a edição
mais dinâmica.

76
76
Exemplos: canal do Felipe Neto. Ele foi um dos primeiros youtubers a
fazer sucesso na plataforma pelo país. Com uma linguagem para público
jovem, seu canal está em constante crescimento e hoje passa do número
de 30 milhões de inscritos e 6 bilhões de visualizações.

O canal Lully de Verdade também é um bom exemplo. On-line


desde 2011, o blog, que começou falando de moda, mudou de
assunto e passou a abordar mais a sétima arte, pois é a formação da
apresentadora do canal. Além disso, ela traz questões do dia a dia e tem
um posicionamento feminista. O seu canal tem quase 400 mil inscritos e
acumula milhares de visualizações.

1.2.3 Tutorial

São vídeos que ensinam a fazer algo específico. É possível aprender a


cozinhar, a consertar o chuveiro, a configurar o novo celular, manusear
ferramentas, fazer pequenos consertos. Geralmente, quem domina
algum tipo de assunto se dedica a ensinar os internautas a fazerem
o mesmo. Manual do Mundo é um bom exemplo e tem mais de 12
milhões de inscritos.

Além desses, os professores hoje estão produzindo vídeos curtos para


ensinar determinados conceitos, mas alguns deles ficam mais nos
aspectos teóricos.

1.2.4 Unboxing

“Desempacotar” ou “tirando da caixa”, em tradução livre, é um dos


gêneros mais populares, em que o youtuber recebe e abre o produto na
frente das câmeras e faz uma apresentação prévia e aprovação do que
recebeu. O gênero tem chamado a atenção e empresas investem nesse
formato para divulgar seus produtos.

É uma ótima estratégia para o mercado publicitário. Mesmo tendo


sido pautado por alguns estudiosos como um gênero, qualquer tipo

 77
de canal pode conter o unboxing como elemento do vídeo, tendo
em vista que diversas empresas enviam produtos para os youtubers
visando a divulgação.

O unboxing é uma ferramenta de disseminação e avaliação do produto.

1.2.5 Review

O intuito desse tipo de vídeo é fazer com que o apresentador do canal


faça uma revisão crítica de produtos, na maioria das vezes, ligados a
tecnologia. Geralmente, eles são especialistas em determinado assunto
ou produto, por isso recebem ou compram produtos para serem
avaliados quanto a sua eficácia e qualidade.

São conteúdos muito úteis, que chamam a atenção, pois servem de


termômetro e de avaliador para os internautas que estão pensando
em adquirir determinado serviço ou produto. Esses vídeos têm por
característica serem mais técnicos e formais. Exemplo: CanalTech, que
possui cerca de 2 milhões de inscritos.

1.2.6 DIY

Esse gênero nasceu da sigla do it yourself e significa: faça você mesmo.


Assemelha-se ao tutorial, porém possuem viés mais sustentável, prático
e de economia doméstica. Ensina a fazer trabalhos manuais, utilizar
material reciclável e dá dicas para facilitar o dia a dia. Por exemplo: o
canal da Maddu Magalhães, que tem quase 2 milhões de inscritos e
milhares de visualizações.

1.2.7 Time-lapse

“Salto no tempo”, em português, time-lapse é o tipo de vídeo que se


baseia no recurso com o mesmo nome, de adiantar as imagens, dando
o efeito de sentido de que tudo acontece muito rápido. Com uma trilha
agradável, é possível mostrar vários processos usando esse recurso,
como montagem de equipamento, reforma de casa, entre outros.

78
78
1.2.8 Paródia

Um dos gêneros mais comuns em que o dono do canal faz releituras


cômicas de outras obras audiovisuais ou de acontecimentos do
cotidiano. Os realizadores dominam a linguagem cênica, criam
narrativas, entre outros. O canal Porta dos Fundos pode ser um bom
exemplo. O canal existe desde 2012 e tem 15 milhões de inscritos. Seus
vídeos têm um média de 500 mil visualizações.

1.3 Como produzir para o YouTube

Produzir um vídeo de qualidade, que conte uma história, não é um


bicho de sete cabeças. Com os novos recursos tecnológicos e várias
formas de divulgar, hoje é muito mais fácil do que você pensa. Veja só
como é possível:

• Escolha o tema: saber qual público quer atingir, o que quer falar
e como abordar a audiência é o primeiro passo para começar a
criar conteúdo para o YouTube.

• Personalize o perfil e defina a estrutura dos vídeos. Outra definição


importante é adequar a periodicidade da veiculação dos vídeos.
Para ajudar, faça uma lista com uma programação de conteúdo
anual. Se você pretende postar um vídeo por semana, pense em
quatro temas para trabalhar no mês, e assim sucessivamente.

• Pense nos imprevistos. Esteja sempre à frente na sua produção


e deixe sempre um vídeo pronto na manga. Em algum momento,
pode acontecer um imprevisto, como ficar doente, participar de
um curso fora, entre outros, que podem impedi-lo de gravar o
vídeo da semana. Se já tiver um sobrando, pode ser de grande
valia para um momento assim.

• Tome cuidado com projetos muito complexos. Você não precisa de


um estúdio de Hollywood para produzir um vídeo bom. Um vídeo

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é basicamente imagem e som, portanto, garantir a qualidade
do som é primordial em detrimento de outros aspectos, como
figurino. Invista em um microfone antes de gastar dinheiro em
outra coisa.

• Conteúdo é o rei. É importante saber bem o que e com quem


você vai falar e, para isso, é necessária a criação de um roteiro
para organizar o vídeo. Como o vídeo pode estar dentro de uma
estratégia de marketing, ele precisa estar inserido na programação
de periodicidade de produção e divulgação, da mesma forma que
os textos de blog.

• Apenas faça. Com a prática, ganha-se mais confiança e, a cada


novo vídeo, você vai notar melhorias em relação ao primeiro.
Portanto, tire as ideias do papel, produza e publique. Além disso,
divulgue o vídeo com um texto chamativo e bem construído, pois
as pessoas querem saber uma prévia do que vão encontrar antes
de acessar o conteúdo.

1.4 Ranqueamento

Não basta produzir um conteúdo de qualidade. É preciso que


esse conteúdo seja visto e compartilhado. Em uma era digital, de
democratização do conteúdo, o que mais se encontra no ciberespaço
são conteúdos de todo o tipo, em diversas plataformas e linguagens.

Para instigar o interesse do público para consumir seu conteúdo,


algumas dicas podem ajudar. Usar o SEO – Search Engine Optimization, ou
otimizador dos mecanismos de busca, é uma das estratégias. Com ele é
possível melhorar a busca orgânica na plataforma e fazer com que o seu
conteúdo chegue a mais pessoas sem precisar pagar por isso.

Para um vídeo ter bom ranqueamento, ele precisa gerar visualizações,


comentários e compartilhamento. Além disso, o tempo médio que o
usuário fica no vídeo é primordial para medir o sucesso do conteúdo.

80
80
“Quanto mais tempo o público permanece assistindo, mais interessante
e relevante lhe parece o conteúdo” (MOLETTA, 2019).

Confira algumas técnicas para conseguir um bom ranqueamento para


vídeos no YouTube:

• Título do vídeo: faça títulos que contenham, no máximo, de 70 a


100 caracteres com espaço. O número 70 é ideal para que o título
completo apareça na plataforma e o usuário saiba exatamente o
que vai ver. Sempre que possível, posicione as palavras-chave no
início do título.

• Tags: use pelo menos dez tags para indicar ao YouTube qual é o
assunto do seu vídeo. Para descobrir quais são as melhores tags,
conte com a ajuda das ferramentas Google AdWords e SemRush.

Se o vídeo foi feito para divulgar um comércio local, também


use tags que englobam a localidade, como “churrascaria no Rio
de Janeiro”.

• Descrição do vídeo: faça pequenos textos que vão ajudar os


robôs do YouTube a identificar a relevância do seu vídeo para
certos assuntos. Os cem primeiros caracteres devem trazer uma
descrição geral do vídeo e pelo menos uma das palavras-chave.

O tamanho mínimo ideal de um texto de descrição é, em média,


de 300 palavras.

• Chamada para a ação (CTA): call-to-action, ou seja, estimular


o público a clicar nos links da descrição, deixar comentários,
compartilhar o vídeo e clicar em “gostei”. Fazer com que o público
dê o próximo passo e iniciar uma interação.

• Engaje o público: comentários, compartilhamentos e curtidas são


fatores que mostram ao YouTube que o seu público confia no seu
conteúdo. Engajar o público é a melhor forma de aumentar esse
tipo de resposta por parte da audiência.

 81
É importante dar atenção ao maior número de comentários
possível, principalmente nas primeiras 48 horas de publicação
do vídeo. O público deve sentir que o seu canal está ligado nos
comentários da audiência.

2. Monetização

Hoje, muitos youtubers ganham dinheiro apenas com seu canal na


plataforma. Para isso, é preciso aprender a monetizar o conteúdo.
No YouTube, o preço do canal se dá pelo custo por view, para cada
1 mil visualizações.

Os preços são cotados sobre o preço de cada mil views. Assim, o


ranqueamento e a quantidade de views influenciam diretamente no
preço de anúncios no canal. Ou seja, quanto mais o canal é assistido,
mais alto é seu custo por view e mais dinheiro o canal vai fazer.

ASSIMILE
Para ter sucesso no YouTube, é preciso: criar uma conta,
montar a página do canal com bom layout e conteúdo,
fazer um planejamento para a publicação dos vídeos,
definir tema, conteúdos, periodicidade, recursos
audiovisuais, ranquear e monetizar.

É possível, também, ser parceiro do YouTube e ganhar dinheiro por


meio dessa parceria. Mas a plataforma escolhe os parceiros por meio
de critérios rígidos. É preciso ter um número mínimo de assinantes,
pageviews (vídeos vistos), pelo menos 4 mil horas de exibição no último
ano e conteúdo de qualidade.

Para ativar a monetização dos vídeos no YouTube, você precisa:

82
82
1. Ler e concordar com os termos do programa de parcerias
do YouTube.

Após criar a sua conta no YouTube, leia e concorde com os termos do


programa de parcerias da plataforma. Para fazer isso:

• Faça login na sua conta do YouTube.

• Selecione o ícone da conta Estúdio de Criação, no canto


superior direito.

• Selecione Canal, Status e Recursos no menu à esquerda.

• Clique em Ativar em Monetização.

• Siga as instruções na tela para aceitar os termos do Programa de


Parcerias do YouTube.

2. Inscreva-se no Google AdSense:

Crie uma nova conta do Google AdSense ou vincule uma existente ao


canal da sua empresa. Tal acesso é necessário para gerar receita com
seus vídeos e receber pagamentos. Para criar uma conta do Google
AdSense, basta:

• Acessar https://www.google.com/adsense/start.

• Clicar em Inscreva-se Agora.

• Escolher uma Conta do Google a ser usada para se inscrever no


Google AdSense.

• Inserir o URL do site no qual você deseja exibir anúncios.

• Escolher se deseja que o Google AdSense envie sugestões


personalizadas de ajuda e desempenho. O recomendado é que
aceite o envio de sugestões.

 83
• Selecionar o país ou território de origem.

• Ler e aceitar os Termos e Condições do Google AdSense.

• Clicar em Criar Conta.

Agora, para receber os pagamentos referentes aos anúncios, é


necessário fazer login na conta do Google AdSense e garantir que
resolveu todas as retenções de pagamento.

3. Configure as preferências:

Com essa configuração feita, já é possível gerar lucro com o seu canal no
YouTube. Mas não se esqueça de que ele precisa ser aprovado primeiro.
Para fazer todas essas configurações:

• Confirme que quer gerar receita com todos os seus vídeos atuais
e futuros.

• Marque as caixas em Formatos de Anúncio para escolher quais


tipos de anúncio serão exibidos.

• Clique em Salvar.

Também é importante que você saiba que é possível alterar essas


configurações a qualquer momento.

3. Conclusão

O YouTube é uma grande tendência na criação audiovisual que veio


para ficar. Produzir conteúdos para essa plataforma deve fazer parte da
estratégia de comunicação de qualquer empresa.

84
84
Aqui, vimos como ela funciona e sob quais maneiras podemos pensar
em conteúdos de acordo com o público. Para produzir esse material,
bastam um bom roteiro, equipamentos e organização. Boas produções!

TEORIA EM PRÁTICA
Você está assessorando uma empresa que pretende
melhorar a produção de conteúdo na internet e quer criar
o canal no YouTube. Com os passos que você aprendeu
nesta unidade, faça um planejamento de produção de
conteúdo para o canal dessa empresa. Para isso, crie o
nome da empresa, tema, periodicidade dos vídeos, tempo
ideal para cada vídeo, uma sequência de dez assuntos a
serem trabalhados nos vídeos e descubra a palavra-chave
que vai ranquear os vídeos usando o Google AdWords.
Ao final, crie o canal com todos os procedimentos
explicados aqui e faça, com o celular, um vídeo de
um minuto para a apresentação do canal.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Qual o tamanho ideal da descrição de um vídeo
no YouTube?

a. 100 palavras.

b. 200 palavras.

c. 250 palavras.

d. 300 palavras.

e. 350 palavras.

 85
2. Qual gênero de vídeos do YouTube é mais parecido com
um diário eletrônico e pode englobar outros gêneros?

a. Unboxing.

b. Vlog.

c. Review.

d. Paródia.

e. DIY.

3. Qual o mínimo de horas produzidas por ano é preciso


para conseguir monetizar os vídeos em parceria com
o YouTube?

a. Mil horas.

b. 2 mil horas.

c. 3 mil horas.

d. 4 mil horas.

e. 5 mil horas.

Referências bibliográficas
MOLETTA, A. Você na tela: criação audiovisual para internet. São Paulo:
Summus, 2019.

86
86
Gabarito

Questão 1 – Resposta D
Resolução: o número ideal para transcrição de vídeos no YouTube é
300 palavras
Questão 2 – Resposta B
Resolução: vlog faz uma analogia à palavra blog e trata-se de um
diário eletrônico audiovisual.
Questão 3 – Resposta D
Resolução: é preciso pelo menos 4 mil horas de produção por ano
para conseguir parceria com o YouTube, além de outras exigências.

 87
Publicidade on-line:
mercado em expansão
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Apresentar os principais conceitos e tipos de


publicidade on-line.

• Enfatizar a importância de criar estratégias de


divulgação na internet e nas redes sociais.

• Explicar como funcionam os principais formatos.

88
88
1. Publicidade on-line: mercado em expansão

O mercado publicitário tem mudado de tempos em tempos. Essas


mudanças seguem as transformações tecnológicas e comportamentais.
Por exemplo, por muito tempo, a melhor forma de propaganda foi o
boca a boca. Após a criação dos veículos de comunicação, como o jornal,
os espaços para a publicidade de produtos e serviços era a garantia de
salários da equipe jornalística.

Com o advento da TV e do cinema, o audiovisual passou a exigir um


tipo de publicidade mais requintado, que precisava de uma grande
produção, como se fosse um minicurta-metragem.

A questão é que, hoje, nem o jornal nem a TV são mais as melhores


vitrines para quem quer expor e vender seus produtos, ideias, padrões
de vida e comportamento. Os nativos digitais já sabem muito bem que,
para vender hoje, é preciso fazer publicidade on-line.

Todo negócio tem algum tipo de presença na internet – eles podem ser
grandes ou pequenos, vender produtos e serviços, ser muito específicos
ou gerais. No final, todos querem a mesma coisa: alcançar o maior
número de pessoas enquanto investem a menor quantidade de recursos
e obter a maior quantidade de benefícios possíveis.

Existe um método muito eficiente para alcançar tudo isso e, ao mesmo


tempo, fazer com que todos os clientes em potencial conheçam a
empresa, a marca e o produto e se interessem por ela ao mesmo
tempo: publicidade na internet.

Ao contrário da publicidade tradicional, a publicidade na internet é cada


vez mais acessível para todos os negócios e permite alcançar o público-
alvo de maneira rápida, fácil, eficiente e econômica. É por isso que está
ganhando mais espaço entre essas empresas com presença on-line.

 89
A internet possibilitou novas modalidades de vendas, novos mercados
geográficos e novos modelos de trabalho, além da redução de custos
(FREGONEZE; PERINI, 2013).

Mesmo que ter um blog seja fundamental, ter uma presença nas
redes sociais é indispensável e ter uma estratégia de marketing
on-line é necessário. É preciso saber por que a publicidade na
internet é tão importante, que tipos de publicidade existem e quais
dicas para alcançar os melhores resultados.

As marcas buscam cada vez mais ações de envolvimento e relacionamento


com os seus consumidores, e a publicidade on-line ainda é das melhores
ferramentas para a divulgação de produtos e serviços. (FREGONEZE;
PERINI, 2013, p. 191)

PARA SABER MAIS

Siga e acompanhe as atualizações do blog da Rock Content,


maior empresa de marketing de conteúdo do país. No site,
você tem acesso a dicas de como oferecer conteúdo e fazer
publicidade com baixo orçamento.

2. Qual o maior benefício da publicidade


na internet?

Imagine que você tem uma loja atraente em uma das melhores ruas do
mundo, aberta 24 horas por dia, 365 dias por ano. Isso é mais ou menos
o que acontece quando você investe em publicidade na internet: você
fica automaticamente visível para milhares de pessoas que estiveram
procurando por você por toda a vida e nem sabiam que você existia.

90
90
Além disso, apostar em publicidade on-line é muito importante tanto
para grandes como para pequenas empresas, pois, com apenas alguns
poucos reais, é possível obter maior e melhor visibilidade

A publicidade na internet movimenta milhões de dólares em todo


o mundo a cada ano. De fato, ao lado de marketing de conteúdo e
marketing de vídeo, a publicidade on-line é uma das maiores áreas em
crescimento na internet.

ASSIMILE
Os gastos com publicidade na internet atingiram
137,53 bilhões de dólares apenas dois anos atrás e,
para o ano seguinte, a previsão é de que até superem
o custo da propaganda na TV.

A publicidade on-line é muito atraente e, além disso, permite uma


melhor segmentação de anúncios para alcançar qualquer tipo de
público-alvo desejado.

Tudo isso pode ser feito de maneira eficaz, simples, flexível, facilmente
mensurável e de baixo custo. É possível ver o desempenho dos anúncios
em tempo real e se eles estão funcionando ou não.

2.1 Como impulsionar a publicidade on-line?

2.1.1 Publicidade nos motores de busca

Um dos métodos de publicidade na internet mais utilizados é o


Search Engine Marketing (SEM), e o Google é o de maior destaque na
atualidade, pois tem um método para fazer propaganda patrocinada:
o Google AdWords.

 91
O principal benefício desse tipo de anúncio é que ele permite
melhorar o posicionamento do seu site por meio de publicidade paga.
Dessa forma, por exemplo, por meio de técnicas de SEM, você pode
anunciar produtos, serviços ou conteúdo por meio do serviço de
publicidade do Google, entre outros.

Os usuários vão encontrar a empresa com mais facilidade, pois anúncios


serão exibidos nos resultados de pesquisa relevantes do usuário.

Esse tipo de publicidade geralmente funciona por pay per click (PPC),
o que significa que você paga apenas por cada clique feito em seu
anúncio e, embora haja outras formas, ele continua sendo o mais usado.
É altamente personalizável e você escolhe a quantidade máxima de
cliques que deseja pagar por uma determinada palavra.

Em termos de formato, apenas quatro linhas de texto são suportadas


e são distribuídas da seguinte forma: 25 caracteres no título, 70 no
texto e 35 para o URL.

2.1.2 Publicidade na internet do Google

Quanto ao seu uso, a publicidade nos mecanismos de busca é mais


usada pelos anunciantes, cujo objetivo principal é obter tráfego
na Web e conversões, pois esse tipo de anúncio atinge os usuários
que pesquisam seus produtos. Além disso, é uma das técnicas de
publicidade mais simples e eficientes.

2.1.3 Publicidade nas redes sociais

Seria tolice ignorar o poder que as redes sociais têm em ajudá-lo a


alcançar um negócio de sucesso. E não é apenas eficaz na sua estratégia
de marketing digital, mas a publicidade nas redes sociais está cada vez
mais ganhando adeptos graças à sua eficácia.

92
92
Figura 17 – Publicidade nas redes sociais

Fonte: ipopba/iStock.com.

Na verdade, a maioria das redes sociais oferece a possibilidade de


criar anúncios diretamente em suas plataformas, seja promovendo
mensagens e conteúdo ou criando anúncios específicos. Facebook,
Twitter, LinkedIn, Instagram e YouTube são apenas alguns deles.

Além disso, eles permitem segmentar seu público-alvo e, com isso, você
poderá escolher o grupo de pessoas que está tentando alcançar. Não
apenas com isso, mas com as mensagens promocionais, você poderá
alcançar mais pessoas, posicionar-se melhor e ter mais opções para
obter resultados de sucesso.

Se você quer maximizar sua presença nas redes sociais, ser conhecido e
direcionar o tráfego para seus perfis sociais e sites, é uma boa opção.

ASSIMILE
Call-to-action, “chamada para ação”, em tradução livre,
significa convidar o público para interagir com o seu
conteúdo. É uma das ferramentas de publicidade on-line
orgânica do marketing de conteúdo. Por exemplo, pedir
para o leitor curtir a página, compartilhar o conteúdo,
assinar a newsletter, etc.

 93
2.1.4 Banners

Banners são, provavelmente, a forma mais conhecida de publicidade


on-line e muito disso é porque eles foram os primeiros anúncios a
aparecer na internet.

Eles consistem em colocar estrategicamente propagandas com


diferentes formatos, tamanhos e designs dentro de uma página da
web. Os usuários que clicarem no anúncio serão direcionados para o
site que você escolher.

O problema, porém, é que, hoje em dia, estamos tão saturados de


anúncios que mal prestamos atenção neles, portanto, se você quiser
anunciar on-line, primeiro deve considerar as outras opções, como o
Google AdWords ou a publicidade nas redes sociais.

2.1.5 Pop-ups

Não há dúvidas de que você fechou muitos, talvez centenas ou milhares,


de anúncios pop-up enquanto usava a internet. Esse formato on-line
pode ser interpretado como invasivo e impertinente, mas também pode
trazer benefícios ao destacar um conteúdo que seja de interesse do
público enquanto você captura leads.

Pois bem, basicamente, pop-ups são janelas que surgem e levam você a
um site diferente do que você estava olhando.

Agora, essa estratégia não está relacionada ao recurso de marketing


on-line tão popular: inserir um pop-up em seu próprio site, mas
que tenha o objetivo de convidar os usuários a se registrarem, se
inscreverem ou simplesmente digitarem seus e-mails para receber
informações totalmente gratuitas.

2.1.6 Publicidade em blogs

Neste caso, não estamos nos referindo a anúncios que aparecem em


qualquer blog, pois isso acompanha banners ou anúncios do Google,

94
94
mas um tipo de publicidade indireta que geralmente é feita por meio
de histórias e conteúdo de marca, criando um anúncio sobre uma
experiência, história ou reflexão.

Esse é um método que chamamos de marketing de conteúdo. Segundo


Assad (2016), as empresas entendem que é preciso mudar e focar suas
estratégias em conteúdo para obter melhores resultados

[...] é preciso criar conteúdos para atrair os clientes visando construir


um relacionamento sólido baseado na credibilidade da empresa e na
relevância da informação. (ASSAD, 2016)

O marketing de conteúdo, que é uma das estratégias do marketing


digital, não trabalha a venda direta nem promoções. O seu objetivo é
atrair a audiência com a produção e entrega de conteúdos relevantes
que informem, encantem e convertam (transformem-na em
consumidores dos produtos da empresa).

Figura 18 – Marketing de conteúdo

Fonte: justisctock/iStock.com.

Para que esse conteúdo chegue ao público e alcance os resultados, é


preciso que a empresa faça um planejamento estratégico e vá testando
cada abordagem até descobrir uma que dê resultados.

 95
2.1.7 Publicidade em telefones celulares

Esta é, sem dúvida, uma das estratégias de publicidade na internet que


ganhou mais popularidade nos últimos anos, uma vez que praticamente
todo o mundo tem um smartphone ou outro tipo de dispositivo móvel
com o qual se conecta regularmente.

Isso faz com que mais e mais empresas optem por adaptar seus
anúncios ao meio de mais rápido crescimento. E, ao contrário do
que aconteceu há muito tempo, quando a maioria dos anúncios em
dispositivos móveis era apenas uma simples adaptação de anúncios de
computador, agora os anúncios destinam-se mais a serem visualizados
a partir de um smartphone sem serem incômodos, sejam eles texto,
vídeo ou imagens.

Hoje, praticamente todos os que possuem smartphones estão


conectados à internet e recebem conteúdo digital, propagandas em
diversos formatos. Fazer anúncios on-line é a forma mais rápida e
efetiva de alcançar todos os públicos.

Eles podem estar tanto nas redes sociais quanto no Google AdWords,
banners ou outras formas de publicidade. Os usuários não usam
smartphones e computadores da mesma maneira, por isso é importante
escolher um design responsivo, adaptar o design e verificar se a página
está adaptada para ser vista em um telefone celular.

E, acima de tudo, certificar-se de que o tempo de carregamento não seja


muito longo, os calls-to-action se destaquem e os botões sejam visíveis.

2.1.8 E-mail marketing

E-mail marketing tem as maiores taxas de conversão de qualquer


canal de marketing. Na verdade, 66% dos consumidores on-line
fizeram uma compra depois de receberem uma mensagem de e-mail
marketing – que é mais do que social e mala-direta, de acordo com a
Data & Marketing Association.

96
96
E as transações de e-mail são três vezes mais lucrativas do que as
feitas nas mídias sociais, informa a McKinsey & Company, empresa
global de consultoria em administração. Veja como rentabilizar o
marketing por e-mail.

1. Venda algo!

Já tem um produto ou serviço para vender? Pule esta seção. Se não, este
é seu primeiro passo. Encontre um produto ou serviço físico ou digital
para vender. Sem um produto para promover, será extremamente difícil
ganhar dinheiro com seus esforços de marketing por e-mail.

Não sabe o que vender? Aqui estão algumas ideias para você começar:

• E-books.

• Guias de treinamento.

• Cursos on-line.

• Sessões de coaching virtuais privadas.

• Aulas ou oficinas.

2. Vender produtos de outras pessoas.

Você nem sempre precisa ser proprietário dos produtos ou serviços


para gerar receita com marketing por e-mail. Em vez disso, você pode
ser um afiliado de produtos ou serviços de outras empresas. Como
afiliado, você recebe comissões de uma empresa para enviar tráfego
para o site e gerar vendas.

Veja um exemplo de uma ótima conexão de afiliado: um coach de


negócios on-line oferece consultoria de planejamento e operações
a seus clientes. Para ajudá-los a transformar seus conselhos em
realidade, ela recomenda ferramentas de afiliados, como serviços de
hospedagem de sites e provedores de páginas de destino, para atender
às necessidades de marketing e vendas de seus clientes.

 97
Uma observação importante: verifique se você tem um relacionamento
forte com seus inscritos e se recomenda produtos e serviços que se
alinhem claramente com seus interesses. Caso contrário, eles podem
cancelar a inscrição.

3. Vendas cruzadas.

Toda compra que um cliente faz lhe dá uma visão sobre seus gostos e
interesses. Você pode usar essa informação para atraí-los com outros
produtos de que eles também podem desfrutar.

Na verdade, você provavelmente tem um e-mail na sua caixa de entrada


que diz: “Como você comprou isso, talvez esteja interessado nisso”. Isso
porque os compradores on-line que recebem mensagens segmentadas
com base em decisões anteriores de compra podem, com maior
probabilidade, comprar novamente.

2.2 Como alcançar os melhores resultados?

Não importa o tipo de anúncio: todos têm a missão de fazer com que as
pessoas cliquem e direcioná-las para a página que você escolheu.

É por isso que você deve ter um bom site, carregá-lo rapidamente e com
um bom design. Assim, uma boa experiência do usuário é garantida.

Reserve o tempo necessário para definir as informações que o usuário


verá quando chegar à página e verifique se ele é útil e atrativo para
gerar conversões.

2.2.1 Investigue seu mercado

Você pode ter a melhor propaganda em todo o universo, mas se você


está confundindo as pessoas, isso não lhe trará nenhum benefício.
Portanto, investigue seu mercado, defina seu público-alvo, segmente-o
e deixe claro quem você está segmentando para poder criar anúncios
que causem impacto.

98
98
2.2.2 Defina os tipos de anúncios

Pense sobre onde seus clientes potenciais poderiam estar e, uma vez
que você saiba, escolha o tipo de anúncio que melhor lhes convier.
Seu público está no Facebook? Em seguida, opte por campanhas nos
anúncios do Facebook. Seus clientes em potencial assistem a vídeos?
Maximize suas campanhas no YouTube.

2.2.3 Pense no objetivo da publicidade na internet

Definir o que você deseja realizar com seus anúncios on-line é muito
importante para poder criar anúncios eficazes. Portanto, decida se
você deseja obter mais tráfego, mais leads, mais vendas, melhorar sua
imagem de marca ou o que você gostaria de realizar e, então, concentre
seus anúncios nessas metas.

2.2.4 Aproveite o tempo necessário para projetar seu anúncio

Você tem pouco espaço para usar o que deseja transmitir e como deseja
fazê-lo. Portanto, pense muito sobre as palavras que você usará, sobre
quais elementos visuais você enfatizará e quais chamadas para ações
serão maximizadas.

A quantidade de tempo que você investe na criação do seu anúncio


pode multiplicar e até triplicar seus resultados; não leve essa tarefa de
ânimo leve.

2.2.5 Seja muito claro e conciso

Ao contrário do que ocorre no marketing de conteúdo, com a


publicidade na internet, você não tem todo esse espaço para tentar
convencer seu público de que você é a melhor opção. Portanto, não use
dez palavras quando puder apenas dizer em três.

 99
A publicidade on-line gera um senso de urgência e isso inclui sua
capacidade de ser conciso e destacar apenas o que é importante.

Pense em por que seu público deve clicar em seu anúncio e será muito
mais fácil seguir em frente.

2.2.6 Utilize um bom apelo à ação

Para que seu público realize uma determinada ação, você deve avisá-lo.
E é aí que o call-to-action, ou CTAs, entram em ação. Por isso, inclua-os
sempre em seus anúncios para atrair o clique do público.

2.2.7 Preste atenção aos elementos visuais

Nós, como seres humanos, somos visuais, e isso inevitavelmente


significa que as primeiras impressões são tudo. Quanto aos anúncios
on-line, esse é um fator muito importante, sendo que, se o anúncio tiver
um design incorreto, erros ortográficos e/ou gramaticais, imagens com
pouca resolução ou elementos inadequados, você perderá uma enorme
oportunidade de gerar conversões.

2.2.8 Não se esqueça da imagem da marca

Sua imagem de marca é muito importante, portanto, certifique-se


de que seu logotipo esteja incluído em seus anúncios, que eles
coincidam com as cores de sua marca e sejam claros sobre o que
você deseja transmitir.

É muito importante retratar uma imagem de marca que transmita


confiança, otimismo e responsabilidade. E, claro, você também pode
conseguir tudo isso por meio de seus anúncios.

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Figura 19 – Métricas

Fonte: Jirapong Manustrong/iStock.com.

2.2.9 Meça absolutamente tudo

Por fim, e mais importante, medir o desempenho de seus anúncios


em tempo real, analisando suas campanhas detalhadamente para
maximizar o que funciona e mudar o que não funciona e, acima de
tudo, agir de acordo, pois o caminho da sua empresa pode ser alterado
graças a essas métricas.

3. Conclusão

A publicidade on-line é um caminho sem volta para os profissionais de


comunicação. Hoje, há inúmeras estratégias de criação de conteúdo,
métricas, formas de fazer planejamento, entre outros.

Diariamente, surgem novos modelos de produção, novas dicas,


novas formas de ranqueamento de conteúdo, novos elementos
para transformar o seu conteúdo em algo que realmente as pessoas
queiram ler.

Por isso, quem quiser investir nessa área, deve estar atento a tudo
que acontece a seu redor, assinar newsletters de empresas que
trabalham com esse segmento, participar de palestras, webinars,
entre outras interações.

 101
É uma área muito orgânica, em que diversas inovações são criadas e
testadas todos os dias no mercado. A literatura acadêmica não dá conta
de tantas inovações, por isso é importante que o profissional que se
engaje nessa área esteja atento a todas as tendências.

TEORIA EM PRÁTICA
Você é o profissional responsável pelo planejamento
publicitário de uma empresa que vende piscinas. A empresa
o contrata para desenvolver uma campanha de divulgação
dos novos produtos e lançamentos dessa empresa. Pense
em uma estratégia em que você pode usar os e-mails e o
marketing de conteúdo, além de um anúncio em uma rede
social. Crie peças para a rede em que você vai anunciar e
explique o que contém cada anúncio. O importante é que a
estratégia faça uma mescla entre vários anúncios pagos e
anúncios espontâneos, como o marketing de conteúdo.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. Qual a melhor forma de você propor uma publicidade


que contenha venda casada aos clientes?

a. Pop-up.

b. E-mail marketing.

c. Banner.

d. Blog.

e. Anúncio no Facebook.

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2. Após a publicação de anúncios on-line, qual a próxima
medida a ser tomada para garantir o sucesso da ação?

a. Fazer uma busca no Google AdWords.

b. Enviar um e-mail marketing.

c. Acompanhar métricas.

d. Fazer conteúdo para blogs.

e. Fazer outro anúncio para a mesma rede social.

3. Qual item não pode faltar no seu anúncio on-line?

a. O texto introdutório.

b. O call-to-action.

c. A imagem da empresa.

d. O telefone da empresa.

e. A marca da empresa.

Referências bibliográficas
ASSAD, N. Marketing de conteúdo: como fazer sua empresa decolar no meio
digital. São Paulo: Editora Atlas, 2016.
AZEVEDO, N. Q.; FERREIRA JR., A. B. Marketing digital: uma análise do mercado 3.0.
Curitiba: Editora Intersaberes, 2015.
FREGONEZE, G. B.; PREINI, L. C. Gestão de marketing no ambiente digital.
São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
GODIN, S. Marketing de permissão: transformando desconhecidos em amigos e
amigos em clientes. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
MARTINO, L. M. S. Teoria das mídias digitais: linguagens, ambientes e redes.
Petrópolis: Vozes, 2014.

 103
Gabarito

Questão 1 – Resposta B
Resolução: com o e-mail, é possível oferecer produtos aos clientes
com base em compras já feitas.
Questão 2 – Resposta C
Resolução: acompanhar as métricas, ajudam na avaliação dos
resultados da ação.
Questão 3 – Resposta E
Resolução: a marca da empresa deve aparecer nos anúncios
on-line para gerar identificação.

104
104
Realidade virtual:
conteúdo e interação
Autora: Jéssica Amorim

Objetivos

• Explicar o que é realidade virtual e como ela se


insere em nosso contexto.

• Mostrar como a produção de conteúdo pode se


valer da tecnologia para divulgação.

• Entender em quais áreas da comunicação a


realidade virtual vai se destacar nos próximos anos.

 105
1. Realidade virtual: conteúdo e interação

Um aspecto a que todo produtor de conteúdo deve se atentar é para


as novidades tecnológicas que despontam dia após dia. Estamos na era
tecnológica, da transformação digital. A Internet das Coisas, ou Internet
of Things (IoT) é uma delas.

Estamos falando de uma evolução tecnológica, social, cultural e digital


que mudará completamente a forma como consumimos e produzimos
conteúdo, além de outros aspectos de nossas vidas.

De maneira geral, pode ser entendido como um ambiente de objetos


físicos interconectados com a internet por meio de sensores pequenos e
embutidos, criando um ecossistema de computação onipresente (ubíqua),
voltado para a facilitação do cotidiano das pessoas, introduzindo soluções
funcionais nos processos do dia a dia. (MAGRINI, 2018, p. 20)

As máquinas que se conectam à internet diariamente têm uma enorme


capacidade de produção, armazenamento, compartilhamento de um
grande volume de dados. Esse volume de dados é mais conhecido
como Big Data.

Por meio do Big Data, é possível armazenar e estudar os dados coletados


e, por meio deles, produzir e oferecer o conteúdo ideal e personalizado
para cada nicho de público específico.

Estamos vivendo a era dos dados, em que damos a permissão para


aplicativos usarem nossos dados a cada informação que publicamos
on-line ou, ainda, a cada reação que permitimos ser capturada.

No mercado publicitário e de comunicação, a utilização desses dados


é apenas mais uma ferramenta para auxiliar o produtor de conteúdo
midiático na elaboração dos materiais de divulgação. Além desses,
a realidade virtual e a realidade aumentada são novas formas de

106
106
alcançar o público e promover interação de uma nova forma a qual
estamos nos adaptando.

1.1 Realidade virtual

Realidade virtual (RV) é usar a tecnologia de computador para criar


um ambiente de simulação. Ao contrário das interfaces de usuário
tradicionais, a realidade virtual coloca o usuário dentro de uma
experiência. Em vez de ver uma tela na frente deles, os usuários são
imersos e capazes de interagir com os mundos 3-D.

Ao simular o maior número possível de sentidos, como visão, audição,


tato e até mesmo o olfato, o computador é transformado em porteiro
para esse mundo artificial. Os únicos limites para experiências em
realidade virtual quase reais são a disponibilidade de conteúdo e poder
computacional barato.

1.2 Imersão na realidade virtual

A imersão total significa que a experiência sensorial parece tão real que
nos esquecemos de que é um ambiente virtual-artificial e começamos a
interagir com ela como se estivéssemos naturalmente no mundo real.

Em um ambiente de realidade virtual, um mundo completamente


sintético pode ou não imitar as propriedades de um ambiente do
mundo real. Isso significa que o ambiente de realidade virtual pode
simular um ambiente cotidiano (por exemplo, andar pelas ruas de
São Paulo), como faz o Google Earth.

Ou ele pode ultrapassar os limites da realidade física, criando um


mundo no qual as leis físicas que regem a gravidade, o tempo e as
propriedades do material não mais se sustentam (por exemplo, atirando
em alienígenas espaciais em um planeta estrangeiro sem gravidade).

 107
Figura 20 – Realidade virtual

Fonte: Nastasic/iStock.com.

Elementos-chave de uma experiência de realidade virtual

1. Mundo virtual

Um mundo virtual é um ambiente tridimensional que é frequentemente,


mas não necessariamente, realizado por meio de um meio (ou seja,
renderização, exibição, etc.) onde um pode interagir com os outros
e criar objetos como parte dessa interação. Em um mundo virtual,
as perspectivas visuais respondem às mudanças no movimento e as
interações imitam aquelas experimentadas no mundo real.

2. Imersão

A imersão da realidade virtual é a percepção de estar fisicamente


presente em um mundo não físico. Ela engloba o sentido de presença,
que é o ponto em que o cérebro humano acredita que está em algum
lugar que não é realmente, e é realizado por meio de meios puramente
mentais e/ou físicos. O estado de imersão total existe quando sentidos
suficientes são ativados para criar a percepção de estar presente em um
mundo não físico. Dois tipos comuns de imersão incluem:

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• Imersão mental: um estado mental profundo de engajamento,
com a suspensão da descrença de que se está em um
ambiente virtual.

• Imersão física: engajamento físico exposto em um ambiente


virtual, com suspensão da descrença de que se está em um
ambiente virtual.

3. Feedback sensorial

A realidade virtual exige que muitos dos nossos sentidos sejam


simulados. Esses sentidos incluem visão (visual), audição (aural), toque
(háptico) e muito mais. Estimular apropriadamente esse sentido requer
feedback sensorial, que é obtido por meio de hardware e software
integrados (também conhecidos como entradas).

4. Interatividade

O elemento de interação é crucial para que experiências de realidade


virtual forneçam aos usuários conforto suficiente para se envolver
naturalmente com o ambiente virtual. Se o ambiente virtual responder
à ação de um usuário de maneira natural, a excitação e os sentimentos
de imersão permanecerão.

Se o ambiente virtual não puder responder rápido o suficiente,


o cérebro humano notará rapidamente e a sensação de imersão
diminuirá. As respostas do ambiente virtual à interação podem incluir
a maneira como um participante se movimenta ou muda de ponto de
vista, geralmente, por meio de movimentos de sua cabeça.

1.3 Realidade simulada

Há três tipos básicos de simulações proporcionadas pela


realidade virtual:

 109
• Simulações não imersivas: são a implementação menos
imersiva da tecnologia de realidade virtual. Em uma simulação
não imersiva, apenas um subconjunto dos sentidos do usuário é
estimulado, permitindo a percepção periférica da realidade fora
da simulação da realidade virtual.

Os usuários entram nesses ambientes virtuais tridimensionais


por meio de um portal ou uma janela, utilizando monitores de
alta resolução padrão, alimentados pelo poder de processamento
normalmente encontrado em estações de trabalho convencionais.

• Simulações semi-imersivas: proporcionam uma experiência


mais imersiva, na qual o usuário está parcialmente, mas não
totalmente, imerso em um ambiente virtual. Simulações semi-
imersivas se assemelham e utilizam muitas das mesmas
tecnologias encontradas na simulação de voo.

As simulações semi-imersivas são alimentadas por sistemas de


computação gráfica de alto desempenho, que geralmente são
acoplados a sistemas de projetor de tela grande ou a múltiplos
sistemas de projeção de televisão para estimular adequadamente
os recursos visuais do usuário.

• Simulações totalmente imersivas: fornecem a implementação


mais imersiva da tecnologia de realidade virtual. Em uma
simulação totalmente imersiva, hardwares como monitores
montados na cabeça e dispositivos de detecção de movimento
são usados ​​para estimular todos os sentidos de um usuário.

Simulações totalmente imersivas são capazes de fornecer


experiências de usuário muito realistas, oferecendo um
amplo campo de visão, altas resoluções, taxas de atualização
aumentadas (também chamadas de taxa de atualização) e
altos níveis de contraste na exibição montada na cabeça do
usuário (HMD).

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Figura 21 – Óculos de realidade virtual

Fonte: Melpomenem/iStock.com.

1.4 Como funciona a tecnologia RV

Para que o cérebro humano aceite um ambiente virtual artificial como


real, ele deve não apenas só parecer real, mas também deve ser o mais
real possível. A aparência real pode ser obtida usando um monitor
montado na cabeça (HMD) que exibe um tamanho de vida recriado, ou
seja, a realidade virtual aumentada, um ambiente virtual 3-D sem os
limites normalmente vistos na TV ou na tela do computador.

O sentimento real pode ser alcançado por meio de dispositivos


portáteis de entrada, como rastreadores de movimento que baseiam a
interatividade nos movimentos do usuário.

Ao estimular muitos dos mesmos sentidos que se usariam para navegar


no mundo real, os ambientes de realidade virtual estão se sentindo cada
vez mais parecidos com o mundo natural. Em seguida, nós exploramos
alguns dos principais componentes por trás desse sistema.

1.5 Componente da realidade virtual

1. PC (computador pessoal)/console/smartphone

O conteúdo de realidade virtual, que é o que os usuários veem e ouvem


dentro de um fone de ouvido de realidade virtual, é tão importante
quanto o fone de ouvido em si.

 111
Para alimentar esses ambientes tridimensionais interativos, é necessário
um poder computacional significativo. É aí que o PC (computador
pessoal), os consoles e os smartphones entram. Eles atuam como o
mecanismo para alimentar o conteúdo produzido.

2. Monitor de cabeça

Visor montado na cabeça (também chamado de HMD, headset ou óculos)


é um tipo de dispositivo que contém um monitor montado na frente dos
olhos do usuário.

Essa exibição geralmente abrange o campo de visão completo do


usuário e exibe o conteúdo de realidade virtual. Alguns monitores,
montados na cabeça de realidade virtual, utilizam telas de smartphones,
incluindo o Google Cardboard e o Samsung Gear VR.

Os monitores montados na cabeça frequentemente também


são acompanhados por um fone de ouvido para fornecer
estimulação de áudio.

3. Dispositivos de entrada

Dispositivos de entrada são uma das duas categorias de componentes


que fornecem aos usuários uma sensação de imersão (ou seja,
convencer o cérebro humano a aceitar um ambiente artificial como real).
Eles fornecem aos usuários uma maneira mais natural de navegar e
interagir em um ambiente de realidade virtual.

1.6 Processamento

Os sistemas de realidade virtual exigem uma quantidade substancial de


energia, mesmo em comparação com sistemas de jogos notoriamente
sedentos de energia. A capacidade de processamento exigida pelos
sistemas de realidade virtual pode ser dividida em várias categorias:

112
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• Processador de entrada: controla os dispositivos usados para
​​
inserir informações no computador. Eles recuperam e distribuem
dados para o restante do sistema com o mínimo de atraso.
Os exemplos incluem teclados, mouses, rastreadores de posição
3-D e sistemas de reconhecimento de voz.

• Processador de simulação: leva as entradas do usuário junto com


quaisquer outras tarefas que são programadas do mundo natural
e determina as ações que acontecerão no mundo virtual. Este é
um componente central do sistema de RV.

• Processos de renderização: criam as sensações que são emitidas


para o usuário. Eles incluem sistemas visuais, auditivos, hápticos e
outros sistemas sensoriais. Processos de renderização separados
são usados ​​para cada sistema sensorial.

1.7 Realidade virtual e vida real

Um exemplo bem estabelecido de realidade virtual já em uso está no


campo do treinamento em aviação. De decolar um avião comercial de
um aeroporto internacional lotado até treinar para uma perigosa noite
de voo usando apenas visão noturna, a realidade virtual pode trazer
benefícios significativos aos pilotos aspirantes.

• Comercial: pilotar voos comerciais exige uma enorme


responsabilidade, pois há passageiros e, portanto,
estamos falando de muitas vidas. O treinamento para essa
responsabilidade requer treinamento conceitual e prático.
As mãos iniciais no treinamento, muitas vezes, podem ser
complementadas pelo uso de um simulador.
Esses simuladores, que empregam sofisticados modelos de
computador, usam a realidade virtual para recriar o que um piloto
deve esperar quando realmente voa. Exemplos de caso de uso de
realidade virtual em simuladores de aviação até usam a hidráulica
para recriar a sensação de decolagem e aterrissagem.

 113
O benefício de usar um simulador de voo de realidade virtual é
que tudo isso ocorre em um ambiente controlado, perdoando os
erros e sem representar praticamente nenhum risco.

• Militares: quase todos os voos de um piloto militar ativo podem


ser uma missão que ameaça a vida. Treinar para se tornar um
piloto militar requer habilidades únicas e conhecimento de como
reagir em situações de incerteza.
Quase todos os seus ramos militares, incluindo a Força Aérea, o
Exército e a Marinha, agora usam tecnologias de realidade virtual
para treinar pilotos.
Os soldados aprendem a voar em batalha, a lidar com
emergências e a se recuperar rapidamente, e a coordenar o
apoio aéreo com operações terrestres. Como os simuladores
geralmente têm acuidade visual em todo o campo de visão de
360 graus,
​​ esses simuladores proporcionam aos alunos níveis
muito profundos de imersão.

ASSIMILE
A Zion Market Research publicou um novo relatório
intitulado Mercado de Realidade Aumentada e Virtual 2018-
2025. Segundo o relatório, o mercado global de realidade
aumentada e virtual foi avaliado em cerca de US$ 26,7
bilhões em 2018 e deverá atingir aproximadamente
US$ 814,7 bilhões até 2025, com um CAGR (Compound
Annual Growth Rate, ou simplesmente taxa de crescimento
anual composta) de 63,01% entre 2019 e 2025.

A realidade virtual e realidade aumentada têm grande importância na


indústria de mídia e entretenimento, pois são utilizadas para inúmeras
aplicações e causaram uma revolução. Nos últimos anos, elas se
tornaram uma necessidade para a indústria cinematográfica.

114
114
Muitos players da indústria de mídia e entretenimento, seja Hollywood
ou qualquer outra indústria cinematográfica, estão adotando esses dois
tipos de tecnologia.

Nos últimos três a cinco anos, a evolução da produção de realidade


virtual e realidade aumentada foi rápida em todo o mundo. Espera-se
que a indústria de entretenimento e mídia contabilize mais de
US$ 2,201 bilhões até 2020.

Com o aumento dos avanços tecnológicos e a crescente demanda por


realidade virtual e aumentada no setor cinematográfico, a indústria
de mídia e entretenimento enfrenta a ameaça de escassez na
disponibilidade de artistas qualificados.

Outro fator que pode dificultar o crescimento desse mercado


é a exigência de um enorme investimento de capital para o
desenvolvimento desses dispositivos.

Além disso, estima-se que a crescente demanda por novas tecnologias


em toda a indústria de manufatura inteligente crie novas oportunidades
para o mercado global de realidade aumentada e virtual durante o
período de tempo previsto.

O segmento de aplicativos de consumidor é projetado para manter uma


participação de mercado substancial ao longo do cronograma estimado.
Da perspectiva vertical, o mercado inclui entretenimento e mídia, jogos,
saúde, aeroespacial e defesa, manufatura, varejo, educação e outros.

1.8 A indústria dos videogames

O mundo dos videogames continua a mudar e evoluir, mas uma


coisa permanece a mesma: os jogadores estão procurando a melhor
experiência de jogo possível. À medida que a realidade virtual faz o
seu esforço contínuo para o mundo dos jogos, os jogadores procuram
experimentar esse novo tipo de entretenimento, e muitos querem
fazê-lo a um preço acessível.

 115
Figura 22 – Realidade virtual nos videogames

Fonte: YakobchukOlena/iStock.com.

Realidade virtual está mais presente entre a comunidade de jogos.


Ela permite que os jogadores experimentem totalmente os jogos de
realidade virtual sem ter que comprar um fone de ouvido próprio.
Com o acessório de videogame VR (Virtual Reality), a indústria já
faturou US$ 286,7 milhões, mas pode crescer US$ 2,3 bilhões até 2020.

PARA SABER MAIS


Acesse este link para saber as tendências de mercado
da realidade virtual para os próximos anos, disponível
em: http://thefarm51.com/ripress/VR_market_
report_2015_The_Farm51.pdf. Acesso em: 25 jul. 2019.

Assim como os professores têm diferentes métodos de ensino, os alunos


têm diferentes métodos de aprendizagem. Os educadores perceberam
que os jogos interativos podem ser uma maneira muito eficaz de os
alunos absorverem o material em sala de aula.

Empresas do setor estão criando programas de instrução virtual


com equipamentos e aplicativos de sala de aula em realidade virtual.

116
116
Essas inovações mantêm os alunos engajados e interessados, além
de desenvolverem novos tipos de conteúdo de aula para professores.
As possibilidades são infinitas, limitadas apenas pela imaginação dos
criadores de conteúdo.

Ainda há um grande número de desafios que os desenvolvedores de


jogos da VR precisam superar, mas à medida que a popularidade e a
demanda crescem, a inovação seguirá.

Inicialmente, os aplicativos de RV foram feitos para entretenimento, com


foco em jogos. Em 2018, a realidade virtual expandiu-se para as áreas de
marketing, varejo, militar, educação, condicionamento físico e assistência
médica. Essa ampla cobertura traz vantagens tanto para consumidores
quanto para empresas.

Para os consumidores, a realidade virtual expande as bordas do mundo


e oferece novas opções em um ambiente de jogo tridimensional. Os
jogos de realidade virtual também apresentam:

• Experiência imersiva: nada se compara aos jogos de realidade


virtual, que não só permitiam observar o jogo, mas também entrar
nele. O conteúdo de 360 vídeos
​​ e gráficos densos proporcionam a
sensação de presença.

• Novo nível de interação: o lançamento de controladores fez a


virada crucial para a interação com os ambientes de RV. Agora
os jogadores podem controlar e modificar o ambiente do jogo
por vontade própria. Além disso, em breve, as experiências
finais de jogo de RV serão alcançadas por meio de todos os
sentidos humanos.

• Conteúdo: a tecnologia de RV está se tornando um novo fator


impulsionador na criação de conteúdo de jogos. Gêneros como
atiradores, aventuras ou simulações foram aprimorados graças
à realidade virtual. O papel habitual de um protagonista está
ganhando mais valor.

 117
A indústria de videogames vem mudando há anos e vem fazendo isso
de forma gradual. Os jogos de realidade virtual podem ter um futuro
brilhante nessa área.

Os criadores de jogos e produtores de hardware de realidade virtual,


que têm como alvo a realidade virtual nos jogos, trazem novos
benefícios potenciais dos jogos de RV para os negócios. Entre eles:

• Novas experiências para atrair clientes: os fones de ouvido


de realidade virtual continuam muito caros ainda. Para superar
isso, algumas empresas abriram clubes de jogos de RV ou áreas
especiais em shoppings e centros de negócios. Essa abordagem
permite que as pessoas se familiarizem e experimentem jogos
de realidade virtual e, como resultado final, potencialmente
levam a mais vendas.

• Consumidores fiéis: assim que uma pessoa faz a primeira


tentativa de experimentar uma realidade virtual, as chances
são boas para ela se tornar seu cliente de longo prazo. Imersão,
presença e novas sensações de RV certamente aumentam as
experiências de jogo.

• Nova ferramenta de marketing: nos últimos anos, muitas


histórias de videogames foram transferidas para grandes telas
de cinema (Tomb Raider, Mortal Kombat, etc.). E, como mostram
os exemplos da Disney e da Pixar, existe a possibilidade de
interação reversa.

2. Conclusão

A inovação e tecnologia andam juntas e mudam a todo instante. Por


isso, ficar atento às novidades do mercado é fundamental para fazer
uma projeção para o futuro da comunicação com Big Data, Internet das
Coisas, inteligência artificial e realidade virtual e aumentada. A tecnologia
pode auxiliar os produtores de conteúdo nos seguintes aspectos:

118
118
• Clientes: os dados dos clientes logo poderão ser reunidos em um
único dispositivo que os analisa em tempo real. Assim, o cliente
pode dar seu feedback no momento da compra.

• Autogestão: os dispositivos vão se tornar cada vez mais


independentes e autogerenciáveis, atuando de forma autônoma, o
que é ótimo para o profissional. Assim, você terá mais tempo para
pensar as estratégias e propor bons conteúdos e planos de ação.

• Mídias digitais: podem continuar em um crescimento, já que a


tendência é que mais ferramentas que auxiliam na gestão de
conteúdo sejam usadas nas estratégias. Com a análise de dados,
fica mais fácil saber qual estratégia é mais eficaz.

Mais inovações tecnológicas estão por vir. Prepare-se.

TEORIA EM PRÁTICA
A sua empresa está testando novas formas de interagir
com o público. Mesmo que já possua estratégias de
mídias sociais, ela precisa de algo mais inovador. A sua
sugestão seria fazer uma aplicação de realidade virtual?
De que forma você faria a inclusão da realidade virtual (e
aumentada, se você quiser) nas estratégias de comunicação
que sua empresa já vem trabalhando? Exemplifique com
alguma ação que você incluiria, porque você incluiria essa
ação e quais resultados você espera dessa nova estratégia.

VERIFICAÇÃO DE LEITURA

1. A realidade virtual nos permite interação direta


com o universo:

 119
a. 2-D.

b. 3-D.

c. 4-D.

d. 5-D.

e. 6-D.

2. A capacidade de processamento exigida pelos sistemas


de realidade virtual pode ser dividida em várias
categorias. Quais delas?

a. Processos de entrada, capacitação e simulação.

b. Processos de desenvolvimento, entrada e capacitação.

c. Processos de entrada, desenvolvimento e


renderização.

d. Processos de entrada, simulação e renderização.

e. Processos de simulação, entrada e fusão.

3. Quase todos os seus ramos militares, incluindo a Força


Aérea, o Exército e a Marinha, agora usam tecnologias de
realidade virtual para treinar pilotos. De que forma são
realizados esses treinamentos?

a. Simulação.

b. Teste.

120
120
c. In loco.

d. Na base de treinamento.

e. Curso.

Referências bibliográficas
MAGRINI, E. A Internet das Coisas. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2018.
REALITY 51. Report on the current state of the VR Market. Gliwice – Polônia:
The Farm 51 [s.d.]. Disponível em: http://thefarm51.com/ripress/VR_market_
report_2015_The_Farm51.pdf. Acesso em: 18 jul. 2019.
TAPSCOTT, D. A hora da geração digital. Rio de Janeiro: Agir Negócios, 2010.
THOMPSON, D. Hit makers: como nascem as tendências. Rio de Janeiro: Harper
Collins, 2017.
ZION MARKET RESEARCH. Global Augmented and Virtual Reality Market Will Reach
USD 814.7 Billion by 2025: Zion Market Research. 2019. Disponível em: https://www.
globenewswire.com/news-release/2019/02/21/1739121/0/en/Global-Augmented-
and-Virtual-Reality-Market-Will-Reach-USD-814-7-Billion-By-2025-Zion-Market-
Research.html. Acesso em: 19 jul. 2019.

Gabarito

Questão 1 – Resposta B
Resolução: a interação de realidade virtual e aumentada é com
universo 3-D.
Questão 2 – Resposta D
Resolução: processos de entrada, simulação e renderização.
Questão 3 – Resposta A
Resolução: por meio de simulações on-line, são realizados
treinamentos para as equipes do Exército, da Marinha e Aeronáutica.

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