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Oficinas para uso da mídia

Educação Midiática
Comunicação é direito humano?
Comunicação libertadora
EVELYN CAROLINA LIMA
PAULO ARAÚJO
RODRIGO ROCHA

VOL. 1
Midiatizando:
oficinas para uso da mídia
texto:
Evelyn Carolina Lima
Paulo Araújo
Rodrigo Rocha
revisão:
Profª Drª Sofia Zanforlin
arte e finalização:
Paulo Araújo
arte da capa:
Paulo Araújo

Equipe BICC
bolsista:
Rodrigo Gomes da Silva Rocha
voluntários:
Evelyn Carolina Lima de Santana
Paulo Roberto de Araújo Tenório

orientadora pedagógica:
Profª Drª Sofia Cavalcanti Zanforlin

coordenador técnico:
Jackson Carvalho

1º EDIÇÃO
2024

Este ebook é fruto da chamada 07/2023 do


BICC (Bolsas de Incentivo à Criação Cultural)
da Pró-reitoria de Extensão e Cultura da
Universidade Federal de Pernambuco.
ÍNDICE
5
APRESENTAÇÃO 48
POR UMA
COMUNICAÇÃO DINÂMICAS
LIBERTADORA
COMO IMPACTAR
A SOCIEDADE
7 VERDADE OU
CONSEQUÊNCIA
VOCABULÁRIO MIDIÁTICA
ABC DA MÍDIA
VOZES DOS
DIREITOS
HUMANOS
NARRATIVAS
24 RESSIGNIFICADAS
OFICINAS
JORNADA PELA
OFICINA DE COMUNICAÇÃO
EDUCAÇÃO DIGITAL
MIDIÁTICA
OFICINA DE MÍDIA
E DIREITOS
HUMANOS
OFICINA DE O PROJETO
59
COMUNICAÇÃO
ANTIRRACISTA

OFICINA DE
COMUNICAÇÃO E
SOBRE OS
60
MÍDIAS DIGITAIS
AUTORES
A P R E S E N T A Ç Ã O

POR UMA COMUNICAÇÃO


LIBERTADORA

Esse e-book é fruto da vontade de


pensar a comunicação como um direito
de todos de forma acessível. Na
contemporaneidade que nos
encontramos é fácil encontrar a
desinformação rondando desde as redes
sociais até a vida concreta das populações
e, para além disso, ela acaba por auxiliar a
manutenção de padrões dominadores
que existem na sociedade.
A comunicação, aos olhos dos
pesquisadores e de grande parte dos
profissionais dessa área deve ser formada a
partir da coletividade pensando na
ampliação de vozes e narrativas com as
iniciativas de bom uso dessa ferramenta e
na democratização dela.
Contudo, quais as maneiras de entender o
seu funcionamento, suas interfaces? A
maneira como os oligopólios de mídia agem
nesse meio? Como identificar ações de
desinformação e tantas outras questões que
são encontradas? Como combater as
violências reforçadas por meio das mídias?
Então, partindo dessa gama de
questionamentos e com o objetivo de realizar
uma comunicação e não uma extensão, assim
como Paulo Freire sugere na sua obra de
mesmo nome, que esse projeto surge para
ajudar a construir novos caminhos que
mudem a comunicação por meio da
educação midiática, que nada mais é que o
estudo da mídia e seu funcionamento para
que as atuais e futuras produções tenham
perspectivas diferentes a fim de abrir caminho
para novas vozes, novas narrativas e maneiras
de fazer comunicação.
Tendo como pilares os eixos temáticos da
Comunicação Antirracista, Mídias Digitais,
Direitos Humanos e a própria Educação
Midiática, esse e-book apresenta oficinas
voltadas para tais temáticas com o intuito de
formar mais e mais indivíduos que ponham
em prática essas questões nos grupos pelos
quais acabam transitando.

6
VOCABULÁRIO
VOCABULÁRIO
VOCABULÁRIO
VOCABULÁRIO
VOCABULÁRIO
A
AFILIADA
Emissora de rádio ou tv que tem uma cabeça
(também conhecida como geradora) da qual
maior parte do conteúdo é oriundo desta outra
empresa que tem uma outra administração e
normalmente está sediada no eixo rio-São Paulo.
As emissoras afiliadas produzem pouco conteúdo
relativo somente a sua região.

AGÊNCIA DE CHECAGEM
Veículo que tem como principal objetivo a não
propagação de notícias falsas agindo diretamente
na checagem de informações dentro e fora do
contexto da internet sendo abrangente para
notícias, discursos e outras maneiras de propagar
a informação.

ALGORITMO
Sequência de raciocínios que operado junto a
outros serviços tecnológicos permite a sites e
plataformas personalizar a experiência do usuário
durante a entrega do conteúdo fazendo com que
o indivíduo passe mais tempo fazendo uso.

8
ANSIEDADE ALGORÍTMICA
Referente a preocupação decorrente do uso
frequente e mal administrado de redes sociais que
causam preocupações acerca de que atividades
online, a exemplo de curtidas, compartilhamentos
e geração de conteúdo, sejam parâmetros para
uma boa imagem social e autoestima.

APLICATIVO
Programa de software geralmente criados para
dispositivos móveis como os smartphones com
diversas funcionalidades que vão desde listagem
prática de tarefas ao entretenimento e facilitam a
execução de atividades pelo usuário, reduzindo o
tempo para desenvolvimento.

AUDIÊNCIA
Público. Quantidade de pessoas que consome
determinado conteúdo.

A
a
A
9
B
BIG DATA
Traduzido em português como megadados ou
grandes dados, é uma área do conhecimento que
obtém informações a partir do processamento de
dados grandes e complexos. Essa ferramenta
auxilia na identificação de padrões de dados que
podem gerar relatórios com eficiência.

BIG TECHS
Gigantes da tecnologia que dominam o mercado
econômico a partir da operação da comunicação e
inovação. Enquanto entregam a população
internacional bens e serviços.

b
B B
10
C
CANCELAMENTO
Boicote a algo ou alguém motivado por uma ação
ou fala do indivíduo ou instituição. Gerando
consequências financeiras e psicológicas. Do
termo também surge a “Cultura do
Cancelamento” tratado nos artigos de opinião
deste material.

CENSURA
É a desaprovação de um conteúdo midiático
(jornalístico ou artístico) por parte de um órgão
seja público ou privado. Limitação das
liberdades de imprensa, expressão e
pensamento. Vale lembrar que a regulação não
é uma forma de censura.

CHEAP FAKE
Vídeo tirado de contexto em editores de vídeo.
Normalmente têm falhas, o que o torna mais fácil
de identificar por ter alterações perceptíveis.De
maneira geral, os desinformadores alteram a
ordem do vídeo original, rostos ou falseiam as
vozes e gestos.

11
CONGLOMERADO DE MÍDIA
Empresa ou grupo que possui diversos meios de
comunicação de massa. São responsáveis por
controlar a mídia de uma região ou país. Tais
empresas comandam as indústrias
cinematográficas e jornalísticas colocando seu
editorial como verdade absoluta da repercussão
das notícias. Fazendo assim que o público tenha
seus ideais manipulados.

CONTEÚDO
Sendo aquele que geralmente toma as atenções
para si no mundo da comunicação, o conteúdo é
nada mais do que tudo aquilo que pode ser
comunicado. Na comunicação ele pode se
apresentar de diversas formas que podem ser
audiovisual, áudio, texto e imagens por exemplo.

CONTEÚDO PATROCINADO
É o mecanismo que empresas pagam para que seus
links sejam colocados em evidência. Normalmente

c
colocados entre os primeiros nas pesquisas.

CC 12
D
DEEP FAKE
Vídeo editado por algoritmo e inteligência artificial,
com troca de rosto, voz, ou criação de todo cenário
para utilizar uma pessoa notória e propagar
desinformação. Utilizando a imagem para que
parece que o indivíduo fez ou disse algo que não fez.

DESINFORMAÇÃO
Distribuição de maneira intencional e deliberada
informações falsas (fake news) e utiliza da boa fé
das pessoas para distribuir de forma massiva.

d
D D 13
E
EDITORIAL
É a maneira que um grupo ou empresa de mídia
expressa seu ideal e opinião sobre as causas e notícias.

ENTRETENIMENTO
Conteúdo que busca entreter, divertir e distrair o
público. Na TV são programas de variedade, filmes e
séries. Na internet podem ser identificados como
streaming de vídeo e música.

ESPECTADOR
Pessoa que assiste a um programa, filme ou outro
conteúdo na TV ou streaming de vídeo ou áudio.

e
EE 14
F
FAKE NEWS
Notícias falsas. Propagação de informações
inventadas; tiradas de contexto; distorcidas;
construídas como notícia para falsear a leitura.
Com foco em criar polêmica, gerar medo,
insegurança, incitar o ódio, ou simplesmente
manjar a imagem de alguém.

FATOS
Informação baseada em evidências concretas e
verificáveis, como dados científicos, registros
históricos ou testemunhos confiáveis.

f
FF 15
G
GAP DIGITAL
Do inglês “abismo digital”. Espaço do qual um
grupo de indivíduos não têm acesso aos meios de
comunicação. No Brasil, a internet é o meio menos
presente no cotidiano da população de baixa renda.

GEOFENCING
Segmentação de público-alvo segmentado por
sua localização geográfica. Busca demarcar
hábitos de costume.

GEOTAGGING
Publicações feitas nas redes sociais em que
marcam-se a localização de uma postagem ou

g
fotografia publicada.

GG
16
I
IMPRESSÕES
Quantidade de vezes que uma postagem é
visualizada. Cada rede social possui diferentes
mecanismos para medir tal visualização.

INFLUENCIADORES DIGITAIS
(INFLUENCERS)
Pessoas que possuem muitos seguidores nas
redes sociais explorando sua imagem
apresentando seu estilo de vida, cotidiano além de
eventos e produtos para venda.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Campo da área da tecnologia que de forma
multidisciplinar estuda várias áreas do
conhecimento para desenvolver mecanismos que
auxiliem profissionais a melhorar a qualidade de
vida das pessoas com suas experiências com
produtos e serviços.

I
i I
17
M
MASS MEDIA
m
M M

Mídia de massa. São os meios de comunicação que


distribuem informações para grupos grandes de
pessoas ao mesmo tempo. São exemplos de mídia
de massa: rádio, televisão, jornal, revista e internet.

MARKETING DE INFLUÊNCIA
É a utilização de pessoas com notoriedade na
sociedade seja por suas capacidades intelectuais ou
fama para fazer anúncio de produtos ou serviços.

MÍDIA
Conjunto de meios de comunicação. Canal em
que a comunicação é distribuída.

MÍDIA SINTÉTICA
Qualquer tipo de vídeo, imagens, objetos virtuais,
sons ou palavras produzidos por ou com a ajuda de
inteligência artificial (IA). Essa categoria inclui
conteúdo deepfake, “arte” gerada por IA com
prompt de texto, conteúdo virtual em ambientes
de realidade virtual (VR) e realidade aumentada
(AR) e outros novos tipos de conteúdo.

18
N
NEWSLETTER
Um tipo de boletim informativo que funciona
como uma publicação periódica de uma empresa.

NICHO
Grupo refinado do público que gosta de consumir
um tipo de conteúdo marcado por uma temática
específica e clara.

NOTÍCIA
Gênero textual informativo que significa
“notoriedade; conhecimento de alguém; noção”.
Deve ser inédita, rápida e apresentar informações
necessárias para informar o público, do qual
indica-se ser o mais abrangente possível, podendo
em alguns casos ser de nicho.

n
N N 19
P
PAUTA
Documento que orienta um repórter a
desenvolver a reportagem. Apresenta o tema, as
fontes e as apurações gerais daquele conteúdo
a ser desenvolvido. O texto aponta o caminho
da reportagem.

PLATAFORMAS DE STREAMING
Tecnologia instantânea que permite assistir a
vídeos e escutar música sem a necessidade de
download. Ou seja, a transmissão de dados de
áudio ou vídeo é feita em tempo real do servidor
para o dispositivo, como celular, notebook ou
smart TV.

PODCAST
Produção sonora advinda do rádio expandido,
podendo por isso ser veiculado ao vivo, mas
sobretudo ficar disponível para consumo no
momento mais oportuno para o ouvinte.
Normalmente seu consumo pode ser por
computador ou dispositivo móvel por meio de
plataformas de áudio ou sites.

20
PÓS-VERDADE
É quando a sociedade reage a questões públicas
levando como critério a emoção e não os fatos
objetivos. Vale, contudo, lembrar que o conceito
de pós-verdade não deve ser confundido com o
de “fake news”.

POST-ROLL
Em tradução livre do inglês significa Anúncio Final.
No marketing é apresentado como o anúncio que
aparece após os vídeos assistidos.

PRE-ROLL
Em tradução livre do inglês significa Anúncio
Precedente. No marketing é apresentado como o
anúncio que aparece antes dos vídeos a serem
assistidos. Na internet são bem comuns e
dependendo da plataforma você tem a
possibilidade de pular após alguns segundos.

p
P P
21
R
RADIALISMO
Considerada arte por alguns, essa é a maneira
encontrada para se comunicar através das ondas
de rádio.

RÁDIO EXPANDIDO
Tendência de convergência no cenário radiofônico.
Meio de comunicação que vai além das
transmissões tradicionais em ondas hertzianas,
estendendo-se para as mídias sociais, dispositivos
móveis, TV por assinatura, portais de notícias e
plataformas de música.

REDE SOCIAL
Plataformas digitais que possibilitam a interação
com uma rede de usuários, possibilitando a
criação e compartilhamento de diversos tipos de
conteúdo, como fotos, vídeos e textos. Além disso,
servem como um meio para participar de uma

r
comunidade virtual.

RR 22
T
TRENDING TOPIC
Principais assuntos em uma plataforma de mídia
social durante um período específico. Podem ser
considerados hashtags e nomes.

TRIBUNAL DA INTERNET
Julgamento feito por pessoas aleatórias que
possuem usuários nas plataformas digitais e que
somam suas opiniões na decisão do mérito
quanto a um conteúdo, fala ou ação de uma
pessoa. Ficou conhecido como o responsável pela
cultura do cancelamento.

t
T T
23
V
VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO
Empresa que produz e distribui conteúdo de
comunicação para a população. São as emissoras de
rádio e televisão, como também os jornais e revistas.

VIRAL
Conteúdo que repercute amplamente sendo
comentado e compartilhado por muitos usuários
se espalhando rapidamente pela internet.

VV
V 24
OFICINAS
OFICINAS
OFICINAS
OFICINAS
OFICINAS
OFICINA DE EDUCAÇÃO MIDIÁTICA

POR QUE EDUCAR


PARA AS MÍDIAS?

PERGUNTA NORTEADORA
15 MIN | Faça a pergunta:

Por que educar para as mídias?


APRESENTAÇÃO DO TEMA
45 MIN | Apresente os objetivos da oficina, defina os
conceitos-chave sobre educação e mídia, o papel da
mídia na sociedade atual, e contextualize a
importância dessa interseção.

Como a Educação Midiática influencia nas


praticas de produção e difusão de conteúdos?

De que maneira essa prática auxilia as pessoas


a entenderem seu papel enquanto
consumidores da mídia?

Como essa educação pode ser instrumento de


mudança social e de construção de um
pensamento crítico?

Após pensar e debater sobre esses


questionamentos, utilize o vídeo EducaMídia:
cidadania para o mundo conectado para falar
sobre o tema de maneira introdutória.
A educação midiática capacita os indivíduos a
navegarem de forma consciente em um mundo
cada vez mais inundado por informações. Ao
entender como a mídia representa diferentes
grupos sociais, culturais e identidades, as
pessoas podem se tornar mais conscientes sobre
a importância da diversidade e inclusão na
sociedade. Com a crescente digitalização da
sociedade, a educação midiática também é
essencial para preparar os indivíduos para os
desafios e oportunidades do mundo online. Isso

27
inclui a proteção da privacidade, o combate à
desinformação, a promoção do respeito online e o
uso responsável das tecnologias de comunicação.

O cidadão educado midiaticamente, ou seja, que


sabe ler criticamente todas as informações que
recebe, que utiliza corretamente as ferramentas
de comunicação para fortalecer a sua
autoexpressão e que participa de maneira
consciente, ética e responsável do ambiente
informacional, terá condições de exercer o seu
direito fundamental à liberdade de expressão de
forma plena (Ferrari et al, 2020, p.7).

Ao compreenderem como a mídia opera e


impacta a sociedade, as pessoas se tornam mais
conscientes de seu papel como consumidores e
produtores de conteúdo. Isso permite que elas
exerçam maior controle sobre suas próprias
narrativas e contribuam para um ambiente
midiático mais ético, responsável e inclusivo.

É preciso criar, desde já, instrumentos para


fomentar a análise crítica sobre os meios de
comunicação tradicionais e novos junto ao
conjunto da população, em larga escala. A escola
é certamente um local privilegiado de formação,
mas não deve ser o único. Vale ressaltar que
qualquer formação para a mídia precisa ir além
da análise dos conteúdos e abordar também a
estrutura econômica dos meios no Brasil e no

28
mundo, bem como a regulação prevista no país e
em outras jurisprudências. Apenas assim será
possível formar cidadãos críticos quanto ao fluxo
de informações, considerando conteúdos e
também interesses políticos e econômicos das
empresas de comunicação, não necessariamente
observáveis na análise individualizada das
produções de texto, vídeo etc (Intervozes, 2021, p.6).

A educação midiática estimula o


desenvolvimento do pensamento crítico ao
questionar discursos dominantes, analisar
informações de forma imparcial e formar
opiniões fundamentadas. Isso é essencial para
que os cidadãos se tornem participantes ativos
na sociedade, capazes de discernir entre
informações válidas e manipulativas. Para auxiliar
a compreensão utilize Educação Midiática no
dia a dia: O universo da informação.

Concretamente, é preciso desenvolver, a partir da


participação multissetorial, a proposição de um
processo pedagógico amplo que envolva os meios
de comunicação e a escola; inserir a educação para
mídia no currículo escolar, partindo da premissa da
escola como exercício reflexivo do que acontece na
vida das pessoas; bem como apoiar, por meio de
políticas públicas, ações de educação midiática
desenvolvidas por organizações da sociedade civil
nos diversos territórios” (Intervozes, 2021, p.6).

29
PRODUÇÃO
30 MIN | Oriente cada grupo a produzir um conteúdo
midiático voltado para rádio, televisão ou internet
que aborde as questões discutidas pelo grupo. A
educação midiática é crucial para capacitar os
indivíduos a compreenderem e valorizarem a
diversidade de vozes e narrativas presentes na mídia.
Infelizmente, muitas vezes, a produção midiática não
reflete essa diversidade, negligenciando perspectivas
importantes e perpetuando estereótipos. Ao educar
para esses princípios de diversidade e inclusão na
mídia, é possível promover uma mudança
comportamental na sociedade.

FINALIZAÇÃO
10 MIN | Após a finalização dos projetos e
compartilhamento dos resultados, é essencial refletir
com o grupo sobre como a educação midiática pode
ser um poderoso instrumento de mudança social ao
valorizar a diversidade de vozes e narrativas. Portanto,
ao refletir sobre como a educação midiática pode
contribuir para a manutenção do estado
democrático, reforçamos não apenas a importância
da diversidade de vozes e narrativas, mas também a
necessidade de uma comunicação ética, crítica e
responsável em todos os âmbitos da sociedade.

Referências bibliográficas
FERRARI, A. C.; OCHS, M.; MACHADO, D. Guia da Educação Midiática. 1. ed.
– São Paulo : Instituto Palavra Aberta, 2020.

INTERVOZES. 10 maneiras de combater a desinformação. 2021.


Disponível em: <https://intervozes.org.br/publicacoes/10-ways-to-combat-
disinformation/>. Acesso em: 25 de mai. 2022.

30
OFICINA DE MÍDIA E DIREITOS HUMANOS

COMO A MÍDIA DEVE


SE PORTAR PARA
GARANTIA DOS
DIREITOS HUMANOS?

PERGUNTA NORTEADORA
15 MIN | Faça a pergunta:

Acessar a mídia é um direito humano?


APRESENTAÇÃO DO TEMA
45 MIN | Apresente os objetivos da oficina, defina os
conceitos-chave de mídia e direitos humanos, e
contextualize a importância dessa interseção.

O que é a mídia?

Qual o seu papel na sociedade?

De que maneira a mídia serve como difusora


de informações?

O que são os direitos humanos?

Como eles são assegurados às populações?

A comunicação é um direito humano?

Como a mídia influencia na afirmação desses


direitos e como ela pode ser uma ferramenta
fundamental para conhecimento deles?

Procure integrar as duas temáticas de modo


indissociável para que seja possível compreender
que o respeito e a promoção dos Direitos Humanos
pela mídia é essencial para a amplitude de vozes e
diversidade. Como há uma necessidade da não
violação desses direitos e de que maneira essa
garantia pode ser auxiliada pela mídia. Valendo
sempre lembrar que a mídia é um direito humano e
por isso também precisa ser garantida, regulada e
oferecida pelo estado.

32
O que é mídia?
“A palavra mídia foi um termo que se
aportuguesou de ‘media’, plural de ‘medium’, que
em inglês significa meios, e refere-se
principalmente aos meios de comunicação. Foi
aparentemente retirada da expressão "mass
media", que se tornou muito popular ao longo do
século XX, e trata de meios de difusão de
informação massiva - como imprensa, televisão,
rádio, internet, etc. Entretanto, este termo pode
designar tanto as linguagens relacionadas a estes
meios quanto aos veículos de comunicação em si
que sustentam suas respectivas linguagens e
desencadeiam uma importante discussão de
como/quanto estes agem sobre a própria
mensagem comunicada (o meio é a
mensagem!?)” (Laurentiz, 2013).

Garantida pelo Artigo 19 da Declaração Universal dos


Direitos Humanos, a mídia, como a comunicação
são necessárias. Visto que a Onu diz que “todo o
indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de
expressão, o que implica o direito de não ser
inquietado pelas suas opiniões e o de procurar,
receber e difundir, sem consideração de fronteiras,
informações e idéias por qualquer meio de
expressão” (Organização das Nações Unidas, 1948).

Experimente mostrar mais sobre a temática


tratada a fim de ilustrar da melhor forma Direitos
Humanos.

33
É necessário pensar também na mídia como
uma ferramenta não só de manutenção desses
direitos, mas também de como ela é fundamental
na promoção da democracia para a existência
dessa garantia.

“Ninguém duvida da relevância do papel da


imprensa na erosão de regimes ditatoriais e na
denúncia de atrocidades cometidas. O
cerceamento da atividade jornalística em regimes
autoritários é uma prova da importância da mídia
no controle social do Estado como potencial
violador de Direitos Humanos. Nas democracias,
por sua vez, a imprensa, mais livre, é uma das
instituições centralmente envolvidas na promoção,
proteção e apontamento de violação dos Direitos
Humanos. Valendo-se do instrumental que os
jornalistas têm à sua disposição – a investigação, o
texto, a imagem e o áudio –, a mídia pode
contribuir para um agendamento contextualizado
do debate público” (Vivarta, 2006, p.29).

Para concluir os debates iniciais apresente o


vídeo Ivan Moraes - Mídia e Direitos Humanos, se
tiver tempo, desenvolva a rotina de pensamento
detalhada a seguir:
Discuta os princípios éticos que devem guiar
a cobertura jornalística dessas questões, utilizando
exemplos práticos e dilemas éticos para estimular
a reflexão.

34
“A sociedade brasileira só perceberá – e, mesmo
assim, gradualmente – a necessidade de
reconhecer, defender e promover os Direitos
Humanos quando estiver organizada e mobilizada.
O povo pode exigir do Estado a garantia real dos
direitos fundamentais: segurança, educação,
saúde, acesso à justiça e aos bens culturais,
moradia, emprego e salário justo, seguridade
social. Mas para isso é fundamental que os meios
de comunicação promovam uma campanha de
esclarecimento sobre os Direitos Humanos,
associados à justiça social e à democracia. E que as
escolas e outras instituições públicas assumam
um compromisso com a educação em Direitos
Humanos“ (Bevenides, 2006, p.58).

Explore como a mídia pode empoderar


grupos marginalizados, destacando exemplos
positivos e ferramentas que promovem a inclusão.
Vale lembrar que a comunicação é um
direito humano e por isso é importante refletir
sobre pluralidade de raça, gênero, sexualidade,
com participação de pessoas com deficiência e
de diferentes regiões geográficas. É importante
também garantir conteúdo para os diferentes
públicos, seguindo a classificação indicativa
postulada pelo Ministério da Justiça e
Segurança Pública.

35
PRODUÇÃO
30 MIN | Oriente que cada grupo produza um
material voltado para rádio, televisão ou internet que
trate das questões refletidas pelo grupo. Nem
sempre os direitos humanos são priorizados no
cotidiano da população, mas educando para os
princípios dos direitos humanos é possível promover
uma mudança comportamental na sociedade. Essa
transformação é gradual e individual, por isso,
utilizar o poder da mídia para promover os ideais dos
direitos humanos amplifica a importância desse
debate. É fundamental não apenas ter presença na
mídia, mas também participar ativamente dos
grupos de comunicação, e quando retratado por ela,
ser representado de forma digna.

FINALIZAÇÃO
10 MIN | Após a finalização dos projetos e
compartilhamento dos resultados, reflita com o grupo
sobre a importância de uma atuação baseada nos
direitos humanos nas mídias e as possíveis mudanças
decorrentes de uma ação contínua nesse sentido.
Aborde também a questão da inclusão de outros
grupos sociais. É crucial considerar como a
comunicação baseada nos direitos humanos engloba
outras interseções e contribui para essas causas.

Referências bibliográficas

BENEVIDES, Maria Victória. O vínculo radical entre Direitos Humanos e


democracia. Mídia e Direitos Humanos. Tradução . Brasília: ANDI, 2006. p.58.

LAURENTIZ, Silvia. Mídia e Realidade. In: Dossiê O que é Mídia Afinal,


organizado pela Escola de Artes e Comunicação, Universidade de São Paulo,
2013, p. 309.

VIVARTA, Veet (Coord.). Mídia & Direitos Humanos. Pesquisa por Guilherme
Canela. Brasília: ANDI; Secretaria Especial dos Direitos Humanos; UNESCO,
2006.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Declaração universal dos direitos


humanos. 1998.

36
OFICINA DE COMUNICAÇÃO ANTIRRACISTA

COMO A MÍDIA PODE


DESENVOLVER UMA
COMUNIDADE
ANTIRRACISTA?

PERGUNTA NORTEADORA
15 MIN | Faça a pergunta:

Onde você guarda o seu racismo?


APRESENTAÇÃO DO TEMA
45 MIN | Inicie o encontro com uma conversa sobre o
processo de construção no Brasil, tendo foco o
escravismo e a construção usurpadora dos povos que
aqui foram traficados.

Quais foram as principais características do


sistema de escravidão no Brasil?

Quais eram as condições de vida e de trabalho


dos escravos nas construções?

Como as desigualdades históricas causadas


pelo escravismo e pela construção usurpadora
se refletem na sociedade brasileira
atualmente?

Quais são as iniciativas existentes para


valorizar a história e cultura dos povos afro-
brasileiros e indígenas na narrativa da
construção do Brasil?

Quais são as consequências do racismo


estrutural e como podemos enfrentá-las?

Busque entender o que é racismo e o que é o


antirracismo. E como uma sociedade racista
pode se transformar em uma sociedade
antirracista, pois não basta não ser racista, é
necessário ser antirracista.

Como identificar seu racismo?

38
O racismo pode ser identificado a partir do
momento que uma pessoa ou grupo de pessoas
passam por situações onde há constrangimentos,
discriminação e as vezes até agressão física, pelo
fato dela ser de uma raça, etnia, religião ou origem
diferente (Laurentino; Pedrosa, 2022, p.4).

O racismo é uma decorrência da própria estrutura


social, ou seja, do modo “normal” com que se
constituem as relações políticas, econômicas,
jurídicas e até familiares, não sendo uma patologia
social e nem um desarranjo institucional. O
racismo é estrutural. Comportamentos individuais
e processos institucionais são derivados de uma
sociedade cujo racismo é regra e não exceção. O
racismo é parte de um processo social que ocorre
“pelas costas dos indivíduos e lhes parece legado
pela tradição”. Nesse caso, além de medidas que
coíbam o racismo individual e institucionalmente,
torna-se imperativo refletir sobre mudanças
profundas nas relações sociais, políticas e
econômicas (Almeida, 2019).

Como o racismo se apresenta na mídia?

“A mídia funciona, no nível macro, como um


gênero discursivo capaz de catalisar expressões
políticas e institucionais sobre as relações inter-
raciais, (…) que, de uma maneira ou de outra,
legitima a desigualdade social pela cor da pele”
(Sodré, 1999, p.243).

39
O conceito de biosvirtual, também formulado por
Muniz Sodré, dá ênfase no espelhamento virtual
da realidade. Portanto há de fato uma defasagem
no que diz respeito à representação e valorização
das narrativas da negritude nos mais diversos
meios midiáticos, devido a grande ocupação da
dita classe dominante nesses meios.

Mas o que é o antirracismo?

Antirracismo é um conjunto de ações que auxiliam


no enfrentamento e combate ao racismo, seja
entre sua família, no cotidiano ou na escola. Uma
das ações do antirracismo é a mudança de
vocabulário, trocando o uso de palavras ofensivas,
por palavras que expressem melhor o pensamento
(Laurentino; Pedrosa, 2022, p.10).

Para concluir os debates iniciais apresente o vídeo


“Chimamanda Adichie: O perigo da história
única”, se tiver tempo, desenvolva a rotina de
pensamento detalhada a seguir.

PRODUÇÃO
30 MIN | Oriente que cada grupo produza um material
voltado para rádio, televisão ou internet que trate das
questões refletidas pelo grupo. Nem sempre o
antirracismo é a opção no cotidiano da população, mas
educando para as práticas antirracistas é possível mudar o
comportamento da sociedade. A mudança é lenta e
individual e por isso utilizar do poder da mídia para
desenvolver os ideais de luta antirracistas potencializam a
importância desse debate. Lembrando, que é
imprescindível não só se fazer presente no tempo de tela

40
como participe dos grupos de comunicação, mas
também quando retratado por ela ser colocada de
maneira decente.

Para melhor desenvolver as ideias aqui


pensadas colocamos a disposição a Cartilha
Antirracista: informação e proteção, que tem o
poder de empoderar a causa antirracista ao
apontar caminhos que convidam a sociedade, em
especial a juventude, a mudar as rotas.

FINALIZAÇÃO
10 MIN | Após a finalização dos projetos e
compartilhamento dos resultados, reflita com o
grupo a importância de uma atuação antirracista
nas mídias e as possiveis mudanças acarretadas
pela sua ação contínua. Traga também a questão
da inclusão de outros grupos sociais. É
imprescindível pensar na forma como a
comunicação antirracista abrange as demais
intersecções e colabora com tais causas. Portanto,
pensar esse artifício como forma de trazer a luz
essas outras temáticas a ela relacionada é uma
das formas de fortalecer uma produção inclusiva,
decolonial e interseccional para as mídias.

Referências bibliográficas
ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O Perigo de uma História Única. São Paulo:
Companhia das Letras, 2019.

ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. [s.l.] Pólen Produção Editorial LTDA, 2019.

LAURENTINO, Palloma; PEDROSA, Tulane (org.). Cartilha antirracista:


informação e proteção. Brasília, DF. 2022.

SODRÉ, Muniz. Claros e Escuros: Identidade, Povo e Mídia no Brasil.


Petrópolis, RJ : Vozes, 1999.

41
OFICINA DE COMUNICAÇÃO E
MÍDIAS DIGITAIS

COMO A CRIAÇÃO DE
CONTEÚDOS PODE
ACONTECER
RESPEITANDO A
DIVERSIDADE?

PERGUNTA NORTEADORA
15 MIN | Faça a pergunta:

É possível produzir conteúdo respeitando a


diversidade de vozes?
APRESENTAÇÃO DO TEMA
45 MIN | Contextualize sobre a importância da
comunicação e das mídias digitais no mundo
contemporâneo.

Como podemos utilizar as mídias digitais como


ferramenta para promover a inclusão?

De que maneira as mídias digitais podem ser


utilizadas para amplificar vozes marginalizadas
e promover a igualdade de oportunidades no
acesso à informação e à comunicação?

Quais são os desafios enfrentados por essas


vozes amplificadas nas mídias digitais, como o
risco de ataques virtuais, discurso de ódio e
manipulação de informações?

Como podemos incentivar e apoiar a produção


e disseminação de conteúdos midiáticos que
ampliem as vozes e experiências de grupos
sociais diversos, contribuindo para uma
representação mais justa e inclusiva na esfera
pública?

É importante discutir sobre o papel das mídias


digitais na disseminação de ideias e valores. Isso nos
faz refletir acerca de como as produções de
conteúdo através das mídias tecnológicas carregam
um papel emancipatório e condutor de novas
formas de produção. Para ilustrar melhor você pode
usar o material O que é Diversidade? que fala sobre
o conceito de diversidade.

43
O Marco Civil da Internet representa uma
importante contribuição brasileira para o debate
sobre a proteção e promoção da diversidade
cultural no ambiente digital, pois regulamenta a
neutralidade, privacidade, proteção e liberdade de
expressão na rede. Seus principais pontos são:
privacidade, vigilância na web, internet livre, dados
pessoais, fim do marketing dirigido, conteúdo
ilegal, armazenamento de dados e liberdade de
expressão (Observatório da Diversidade Cultural.
Diversidade Cultural no Ambiente Digital in
Boletim do Observatório da Diversidade Cultural,
2017, p.6.)

Com o advento da internet e das redes


sociais, as barreiras tradicionais de acesso à
produção e distribuição de conteúdo midiático
foram significativamente reduzidas. Isso permitiu
que indivíduos e comunidades antes excluídos dos
meios de comunicação convencionais pudessem
encontrar espaço para compartilhar suas histórias,
perspectivas e demandas diretamente com um
público global. No entanto, embora as mídias
digitais ofereçam oportunidades significativas para
amplificar vozes anteriormente silenciadas,
também apresentam desafios, como a
disseminação de discursos de ódio, a propagação
de informações falsas e a vigilância online.
Portanto, é crucial promover uma cultura digital
que valorize a diversidade, a inclusão, a veracidade
e o respeito aos direitos humanos.

44
Embora as minorias venham se articulando e
lutando de forma mais ativa nos últimos anos e,
por vezes, conseguido espaço para seus corpos
existirem, tanto de maneira política, quanto social
e econômica, a violência contra eles ainda é
presente e constante. (...) Nesse contexto,
podemos incluir os discursos de ódio publicados
em plataformas, como sites de redes sociais e
portais de notícias (na sessão de comentários) na
internet. Chama atenção em grande parte desses
comentários a utilização de dois mecanismos
como forma de defender e legitimar o argumento
preconceituoso: a convocação do direito à
liberdade de expressão e a experiência pessoal
como fundamento da verdade. Dois mecanismos
que, ao nosso ver, devem ser problematizados
para não se tornarem muletas discursivas e legais
a favor da opressão de minorias sociais.”
Observatório da Diversidade Cultural. Diversidade
Cultural no Ambiente Digital in Boletim do
Observatório da Diversidade Cultural. 2017 p.6

As mídias digitais têm sido especialmente


importantes para grupos étnicos minoritários,
comunidades LGBTQ+, mulheres, pessoas com
deficiência e outras minorias, fornecendo
plataformas para expressar suas identidades,
desafiar estereótipos, promover a igualdade de
direitos e lutar por justiça social.

O conceito de diversidade é elencado como


central por dois motivos. O primeiro é pelo fato de

45
serem elementos fundamentais para a garantia e
a promoção do direito humano à comunicação,
noção que orienta o conjunto das reflexões
desenvolvidas aqui (...) Esse preceito também
avança em relação às ideias de liberdade de
expressão e direito à informação ao combiná-las
sob uma perspectiva coletiva e compreendendo a
sua realização no conjunto da sociedade, e não
apenas sob um prisma individual. Ou seja, o
“direito à participação, em condições de igualdade
formal e material, na esfera pública mediada pelas
comunicações sociais e eletrônicas” (Intervozes,
2018, p.45).

A partir dos conceitos e questões discutidos


na primeira parte da oficina é importante pensar
novas formas de produção de conteúdo que
funcionam na atualidade a fim de entender suas
funcionalidades e diferenças das produções. Use
Educação Midiática no Dia a Dia Quem Tem Voz
Nas Redes? para ilustrar melhor o debate.

PRODUÇÃO
30 MIN | Oriente cada grupo a produzir um conteúdo
voltado para rádio, televisão ou internet que
abordem as questões discutidas pelo grupo. Nem
sempre uma produção baseada nas mídias digitais e
na diversidade de vozes e narrativas é priorizada no
cotidiano da população. No entanto, ao educar para
esses princípios, é possível promover uma mudança
comportamental na sociedade. Essa transformação
é gradual e individual. Portanto, utilizar o poder da
mídia para promover os ideais da diversidade de
vozes e narrativas amplifica a importância desse
debate. É fundamental não apenas ter presença na
mídia, mas também participar ativamente dos
grupos de comunicação e, quando retratado por ela,
ser representado de forma digna.
46
FINALIZAÇÃO
10 MIN | Após a finalização dos projetos e
compartilhamento dos resultados, é essencial refletir
com o grupo sobre a importância de uma atuação
baseada na diversidade de vozes e narrativas nas
mídias digitais e as possíveis mudanças decorrentes
de uma ação contínua nesse sentido. Aborde também
a questão da inclusão de outros grupos sociais. É
crucial considerar como a comunicação baseada na
diversidade engloba outras interseções e contribui
para essas causas.

Referências bibliográficas
Diversidade Cultural no Ambiente Digital in Boletim do Observatório da
Diversidade Cultural. 2017

Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social; Valente, J.; Pita, M..


Monopólios digitais: concentração e diversidade na Internet. São
Paulo: Intervozes, 2018. 45-50 p.

47
DINÂMICAS
DINÂMICAS
DINÂMICAS
DINÂMICAS
DINÂMICAS
COMO IMPACTAR
À SOCIEDADE

Durante as oficinas a prática consolida


os conceitos teóricos, permitindo aos
oficineiros internalizá-los de forma mais
profunda e significativa.
No para recordar enviamos dicas do que
deve ser refletido pelos oficineiros no
momento de sua produção. Já no para
produzir vão formatos de mídias que podem
ser realizados para conclusão da oficina.
O ideal seria sempre após a finalização
que os produtores conseguissem expor nas
próprias redes ou em murais seus produtos.
Uma atividade para preparar as turmas
que não tem o costume de debater a
sociedade pelo estudo da mídia são as
dinâmicas cultivando saberes.
Correspondendo aos 4 eixos das oficinas,
são potentes atividades para se fazer com
turmas que possuem menos tempo para o
debate sobre a mídia ou que gostaram
tanto da atividade que desejam passar mais
tempo imersos na atividade.

49
Conheça e respeite a diversidade;

PARA RECORDAR Seja sensível ao uso de linguagem;


Promova representatividade;
Questionar e desconstruir estereótipos;
Escute e dê espaço para as vozes
marginalizadas;
Promova a igualdade;
Evite apropriação cultural;
Combata o discurso de ódio;
Autoeducação contínua;
Assuma responsabilidade;
Incentive a mudança institucional;
Seja consciente de seus privilégios.

Vídeos ou spots educativos;


PARA PRODUZIR

POSTAGEM REDES SOCIAIS;


Quizzes;
Arte, desenhos e ilustrações;
Infográficos;
Panfletos e Folhetos;
Cartazes e postêrs;
Poesias e poemas;
Tirinhas e quadrinhos;
Guias de recursos;
Set list.
CULTIVANDO SABERES

VERDADE OU
CONSEQUÊNCIA
MIDIÁTICA

OBJETIVO
Promover a reflexão sobre a importância da
verificação de informações e o impacto das
notícias falsas ou tendenciosas.

PREPARAÇÃO
Divida os participantes em pequenos grupos.

Prepare uma lista de manchetes e notícias


(reais ou fictícias) que abordam diversos
assuntos, alguns verdadeiros e outros falsos.

Certifique-se de que as notícias sejam variadas


e pertinentes ao contexto dos participantes.
VERDADE OU CONSEQUÊNCIA MIDIÁTICA
Cada grupo recebe uma manchete ou notícia e
deve discutir se a informação é verdadeira ou
falsa. Eles devem explicar o raciocínio por trás de
sua decisão. Após isso, cada grupo revela sua
conclusão ao restante dos participantes. Em
seguida, apresente a veracidade da notícia e
discuta os sinais que poderiam ter indicado a
autenticidade ou falta dela.

ESTRATÉGIAS DE VERIFICAÇÃO
Depois de revelada a veracidade das notícias,
promova uma discussão sobre as estratégias que
poderiam ter sido utilizadas para verificar a
autenticidade da informação. Incentive os
participantes a compartilharem métodos, fontes
confiáveis e passos para verificar informações online.

CRIAÇÃO DE NOTÍCIAS CONFIÁVEIS


Peça aos grupos para criarem suas próprias
manchetes ou notícias, enfatizando a
importância de incluir informações verificadas e
fontes confiáveis. Eles devem apresentar suas
notícias ao final da dinâmica.

REFLEXÃO E COMPROMISSO
Encerre a dinâmica com uma reflexão coletiva sobre
a responsabilidade de cada um na disseminação de
informações confiáveis. Incentive os participantes a
fazerem um compromisso pessoal de verificar e
compartilhar apenas notícias verificadas.

52
CULTIVANDO SABERES

VOZES DOS
DIREITOS
HUMANOS

OBJETIVO
Explorar a relação entre comunicação e direitos
humanos, promovendo a conscientização e a
defesa desses direitos por meio da expressão
criativa.

PREPARAÇÃO
Inicie a dinâmica explicando a importância da
comunicação na promoção e proteção dos
direitos humanos.

Apresente exemplos de como a comunicação


pode ser usada como ferramenta para
defender direitos humanos, incluindo mídia,
artes, campanhas online, entre outros.
IDENTIFICAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
Divida os participantes em grupos e atribua a cada
grupo um direito humano específico (liberdade de
expressão, igualdade de gênero, direito à
educação, entre outros). Peça aos grupos para
discutirem e apresentarem criativamente seu
direito humano atribuído por meio de uma forma
de expressão (pode ser uma peça teatral curta,
uma música, um poema, uma pintura, etc.).

APRESENTAÇÃO DAS EXPRESSÕES


Cada grupo apresenta sua representação do direito
humano para os demais participantes. Durante as
apresentações, os grupos explicam como a
comunicação é fundamental na defesa e na
conscientização sobre o direito humano escolhido.

DISCUSSÃO E REFLEXÃO
Após todas as apresentações, promova uma
discussão aberta sobre a importância da
comunicação na proteção dos direitos humanos.
Incentive os participantes a compartilharem ideias
sobre como podem usar diferentes formas de
comunicação em suas vidas para defender e
promover os direitos humanos.

REFLEXÃO E PLANO DE AÇÃO


Conclua a dinâmica com uma atividade na qual
os participantes criam um compromisso pessoal
para promover os direitos humanos por meio da
comunicação em suas comunidades, escolas,
ambientes de trabalho, etc. Encoraje a
elaboração de um plano de ação para colocar
em prática esse compromisso.

54
CULTIVANDO SABERES

NARRATIVAS
RESSIGNIFICADAS

OBJETIVO
Promover reflexão sobre a importância das
narrativas e como a comunicação pode ser usada
para desafiar estereótipos e preconceitos raciais.

PREPARAÇÃO
Divida os participantes em pequenos grupos.

Forneça a cada grupo um conjunto de


notícias, artigos, imagens ou histórias que
abordem questões raciais de diferentes
perspectivas (positivas, negativas,
estereotipadas, inclusivas, etc.).
ANÁLISE DAS NARRATIVAS
Peça aos grupos para analisarem as histórias
atribuídas a eles, destacando elementos como
linguagem utilizada, estereótipos presentes, o
impacto das narrativas e quem são os
protagonistas ou vítimas nas histórias.

RESSIGNIFICAÇÃO DAS NARRATIVAS


Agora, peça a cada grupo para ressignificar a
narrativa que receberam, alterando a história de
forma a desafiar estereótipos, promover a
igualdade racial e incluir perspectivas mais
diversificadas e autênticas.

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO
Cada grupo apresenta a narrativa ressignificada ao
restante dos participantes. Após cada
apresentação, promova uma discussão sobre as
mudanças feitas, o impacto dessas alterações e
como uma abordagem antirracista pode
transformar as narrativas.

REFLEXÃO E PLANO DE AÇÃO


Finalize a dinâmica com uma reflexão coletiva
sobre como a comunicação pode ser usada para
desafiar o racismo e promover mudanças.
Incentive os participantes a desenvolverem um
plano de ação pessoal para aplicar princípios
antirracistas em suas comunicações diárias.

56
CULTIVANDO SABERES

JORNADA PELA
COMUNICAÇÃO
DIGITAL

OBJETIVO
Explorar as diferentes fases do uso da
comunicação digital e refletir sobre suas evoluções
e impactos.

PREPARAÇÃO
Divida a dinâmica em três etapas principais:
"Passado", "Presente" e "Futuro".

Explique que cada etapa representa uma fase


específica da comunicação digital: o início, as
tendências atuais e as projeções futuras.

Forme grupos e atribua a cada um uma fase da


comunicação digital (passado, presente ou futuro).
DISCUSSÃO E PESQUISA
Peça aos grupos para pesquisarem e discutirem as
características, tecnologias-chave, plataformas,
impactos sociais e mudanças significativas em
cada fase.

APRESENTAÇÃO DAS FASES


Cada grupo apresenta suas descobertas,
destacando elementos essenciais de cada fase
e como a comunicação digital evoluiu ao longo
do tempo.

DEBATE E REFLEXÃO COLETIVA


Após as apresentações, promova um debate
entre os participantes sobre as mudanças mais
significativas na comunicação digital ao longo
das diferentes fases. Incentive a reflexão sobre
como essas mudanças afetaram a sociedade, as
relações interpessoais, o acesso à informação,
entre outros aspectos.

OFICINA DE IDEIAS PARA O FUTURO


Finalize a dinâmica com uma atividade criativa,
onde os participantes imaginam e
compartilham suas ideias sobre o futuro da
comunicação digital. Eles podem considerar
inovações tecnológicas, impactos sociais,
desafios éticos, etc.

PLANO DE AÇÃO PESSOAL


Conclua a dinâmica com uma discussão sobre
como os participantes podem aplicar o
conhecimento adquirido em suas vidas diárias e
como podem contribuir para uma comunicação
digital mais ética, inclusiva e responsável.

58
O projeto
O Midiatizando: Educação Midiática busca
incluir no currículo de estudantes do ensino
médio a possibilidade de desenvolver o uso e
consumo da mídia. Fornecendo-os habilidades
integradas para a capacidade de explorar, avaliar,
gerar e envolver-se de forma crítica no cenário
informativo e midiático em todas as suas
manifestações, abrangendo desde mídias
impressas até as digitais.
A atividade se torna ainda mais importante
quando entendido que ao tempo em que a
educação escolar ainda não alcança sequer as
questões sociais, ambientais e antropológicas, tão
presentes na academia, quem dera a
comunicação, negada a grande parcela da
população brasileira pelo “gap digital”, pela
desigualdade e sobretudo pela falta de
letramento midiático.
Para o Midiatizando letrar midiaticamente um
jovem que vive na era da informação é garantir à
sociedade um espaço seguro, em que sabe-se
que não se vive “numa terra sem lei”. Visto que,
sendo letrados para mídia, o jovem tira melhor
proveito desse ambiente. Como também, não
aceite racismo, mortes, humor jocoso ou qualquer
forma de desrespeito aos direitos humanos sendo
disseminado por jornais, revistas, rádio, televisão,
internet, cinema, música ou qualquer outra
maneira de se comunicar pela mídia.
Sobre os
autores
Evelyn Carolina Lima

Graduanda de Rádio, Tv e Internet


(UFPE), Integrante do Laboratório de
Educação para as Relações
Étnico-raciais (Laberer)

Paulo Araújo

Graduando de Rádio, Tv e Internet


(UFPE), Designer gráfico, Produtor e
Repórter na TVU Recife

Rodrigo Gomes da Silva Rocha

Graduando de Rádio, TV e Internet


(UFPE), Repórter de Política na Folha
de Pernambuco
Midiatizando
A mídia está em todo lugar, do impresso
ao digital, da imagem ao som. Ela permeia
nosso cotidiano com marcas e vozes que
nos bombardeiam com conteú- do a todo
momento, tornando-nos consu- midores
ativos ou passivos a cada instante.
Nesse contexto, torna-se crucial a
alfabetização midiática. Essa ferramenta
fundamental permite que o público utilize
a mídia de forma consciente, buscando
um consumo mais crítico e proveitoso.
Afinal, como todo direito humano, a mídia
deve ser utilizada de forma responsável.
É comum observarmos que, em perí- odo
eleitoral, os políticos se concentram em
temas como mobilidade, saúde, edu-
cação e segurança pública. No entanto, a
mídia, um dos bens públicos mais presen-
tes no dia a dia da população, é deixada
de lado e ausente do debate político.
Essa lacuna gera vazios comunicacio-
nais nas cidades das Regiões Metropolita-
nas. Essas regiões, que diariamente são
receptoras de conteúdo da capital, só são
lembradas nos noticiários locais quando
vivenciam situações precárias relaciona-
das aos temas já mencionados.

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