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PLANO DE ENSINO

DA UNIDADE
CURRICULAR
OBRIGATÓRIA
CULTURA DIGITAL
PROFESSOR(A):

CARGA HORÁRIA ANUAL: 80H Nº AULAS SEMANAIS: 2H

SÉRIE: 1ª
EMENTA
Todos os dias recebemos, produzimos e compartilhamos uma variedade gigantesca de
informações, nos mais diferentes formatos — dos impressos aos digitais, passando por memes,
posts em redes sociais, vídeos, podcasts e tantos outros. Vivemos um paradoxo: temos acesso a
mais informações do que em qualquer outro momento da história da humanidade, mas isso não
quer dizer, necessariamente, que todos tenham mais conhecimento.
Saber lidar com essa superabundância de informações é essencial para participar
plenamente da sociedade conectada. Para isso, precisamos aprender a filtrar e dar sentido ao
enorme fluxo de mensagens, dados, vídeos e áudios a que estamos expostos diariamente,
distinguindo conteúdos confiáveis de não confiáveis, bem como identificando e combatendo as
iniquidades presentes na internet.
Por essa razão, buscaremos trabalhar competências informacionais e midiáticas no
contexto digital em três eixos: ler, escrever e participar. No primeiro (ler), vamos discutir o
fenômeno da desinformação no contexto da cultura digital e suas consequências para a
sociedade, bem como o papel do jornalismo e outras vertentes da comunicação social para
promover o acesso à informação na sociedade.
No segundo eixo (escrever), que trata especificamente de possibilidades de autoexpressão
e desenvolvimento de fluência digital na criação e compartilhamento de conteúdos de mídia em
plataformas digitais, vamos dar ênfase ao planejamento da criação de mídias, que envolve a
reflexão da intencionalidade de autoria, delimitação de público e ideação de estratégias
narrativas.
Por fim, o terceiro eixo (participar), propõe a reflexão sobre nosso comportamento nas
redes sociais, sobretudo as práticas de curtir, comentar e compartilhar conteúdos, bem como
sobre a presença de discursos de ódio e preconceito nesses ambientes e a necessidade de
combatê-los individual e coletivamente.
OBJETIVO GERAL
Refletir sobre o fenômeno da desinformação e do discurso de ódio nas plataformas digitais
e planejar conteúdos midiáticos éticos, tendo em vista a intencionalidade dos estudantes
enquanto autores, a definição de públicos e de estratégias de comunicação em plataformas
digitais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Explorar fontes diversas de informações.
• Praticar diferentes técnicas de leitura para avaliar confiabilidade de mensagens e de fontes de
informação
• Identificar e combater desinformação e fake news.
• Explorar as características e intencionalidades do jornalismo, publicidade e propaganda.
• Analisar narrativas jornalísticas, publicitárias e de propaganda em texto, áudios, vídeos e
imagens de forma crítica.
• Planejar a produção e compartilhamento de conteúdos online.
• Refletir sobre o propósito da criação de mensagens midiáticas.
• Fazer escolhas técnicas e criativas segundo o propósito da mensagem.
• Tornar-se um usuário mais consciente e crítico das redes sociais.
• Consumir produtos pela internet com senso crítico.
• Combater e denunciar discursos de ódio e preconceito nas redes sociais.
• Produzir e compartilhar mensagens de mídia com ética e responsabilidade.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
LER: Letramento informacional
• O que é poluição informacional?
• O que são fontes confiáveis de informação?
• Avaliando o propósito e a confiabilidade da informação.
• O que são e o que não são fake news, e como podemos combatê-las.
• Muito além das fake news: as nuances da desinformação.
• Uso de inteligência artificial na produção de desinformação e fake news.
• Dieta informacional: a importância de recorrer a várias fontes de informação.
LER: Análise crítica da informação
• O direito à informação e à liberdade de expressão.
De onde vêm as informações que consumimos? A fusão de papéis entre consumidores e
produtores.
• Jornalismo: o que é e pra que serve?
• Fato e opinião: os gêneros do jornalismo.
• Persuadir para vender: o papel da publicidade.
• Persuadir para transformar: o papel da propaganda.
• Entreter e criticar: o papel da sátira e do humor.
• O que essa mensagem quer de mim?
ESCREVER: Autoexpressão e fluência digital
• O que queremos contar? Aprendendo a fazer perguntas.
• Planejando uma boa narrativa: em que formatos, digitais ou não, podemos apresentar ideias e
contar histórias? Como escolhemos entre eles?
• Recursos e plataformas de criação de mídias digitais.
• Passo a passo para organizar a produção de narrativas.
• Criação de protótipos midiáticos.
PARTICIPAR: Participação cidadã e cidadania digital:
• Como o uso das redes sociais afeta o nosso cotidiano?
• Discurso de ódio não é liberdade de expressão.
• Consumo nas redes sociais: estratégias de convencimento e publicidade.
• Controle ou seja controlado: tempo de telas e notificações.
METODOLOGIA DE ENSINO
A Unidade Curricular Obrigatória Cultura Digital, de carga horária total anual de 80 horas,
está organizada em 40 encontros presenciais de duas horas de duração, cada qual com uma
proposta de atividade que insere o estudante como um sujeito que acessa, analisa, cria e/ou
difunde conteúdos de mídia.

Dessa forma, as estratégias previstas são sempre ativas, em que os estudantes refletem
sobre sua relação com as mídias digitais com seus pares, experimentando a produção de
mensagens midiáticas multimodais de forma coletiva e colaborativa.
RECURSOS DIDÁTICOS
• Sala ampla com projetor e acesso à internet.
• Computadores, tablets ou celulares com acesso à internet.
• Espaço adequado para trabalhos criativos em grupo.
AVALIAÇÃO
Os estudantes serão avaliados processualmente, de modo formativo, na concepção,
aplicação e reflexão acerca do conteúdo programático relacionado. Dessa forma, serão inseridos
em atividades em grupo, de discussão, prototipação e/ou síntese ao longo de todo o ano letivo.
Essas atividades subsidiarão a avaliação somativa dos participantes, que consiste na
criação de um artefato midiático acerca do tema “desinformação, preconceito e discurso de ódio”,
com o objetivo de informar e engajar pessoas no combate ao fenômeno nas plataformas digitais.
Nesse contexto, devem mobilizar os conhecimentos acerca de verificação da confiabilidade de
informações; jornalismo, sátira, publicidade e/ou propaganda; planejamento narrativo; e combate
ao discurso de ódio nas redes.
Dessa forma, a composição da nota final será assim definida:
• 70% de avaliação formativa: participação nas atividades coletivas de análise e criação de
mídias, bem como sínteses criativas individuais ou coletivas de conceitos abordados.
• 30% de avaliação somativa: culminância, que consiste na criação de um artefato
midiático acerca do tema “desinformação, preconceito e discurso de ódio”, com o objetivo
de informar e engajar pessoas no combate ao fenômeno nas plataformas digitais.
CRONOGRAMA
• Aulas de 1 a 10 - Letramento informacional.
• Aulas de 11 a 23 - Análise crítica da mídia.
• Aulas de 24 a 30 - Autoexpressão e fluência digital.
• Aulas de 31 a 34 - Participação cidadã e cidadania digital.
• Aulas de 35 a 40 - Culminância: criação de artefato midiático.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BUCKINGHAM, David. Manifesto pela educação midiática. São Paulo: Edições Sesc, 2022.

FERRARI, Ana Claudia; MACHADO, Daniela; OCHS, Mariana. Guia da Educação Midiática.
(https://educamidia.org.br/guia) Instituto Palavra Aberta, 2020.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
BARBOSA, Mariana (org.). Pós-verdade e fake news. Reflexões sobre a guerra de narrativas. Rio de
Janeiro: Cobogó, 2019.
CELOT, Paolo. Study on assessment criteria for media literacy levels. (http://gg.gg/Study-on-
-assessment-criteria-for-media-literacy-levels) A comprehensive view of the concept of media
literacy and an understanding of how media literacy levels in Europe should be assessed. Brussels:
European Association for Viewers Interests, 2020.
CHARAUDEAU, Patrick. A manipulação da verdade. Do triunfo da negação às sombras da
pós-verdade. São Paulo: Contexto, 2022.
FERREIRA, Bruno. 5 contribuições da educação midiática à liberdade de expressão.
São Paulo: EducaMídia / Instituto Palavra Aberta, 2022. Disponível em:
https://educamidia.org.br/recurso/e-book-educacao-midiatica-e-liberdade-de-expressao.
Acesso em 21.11.2023.
FERREIRA, Bruno. 5 contribuições da educação midiática à democracia. São Paulo:
EducaMídia / Instituto Palavra Aberta, 2022. Disponível em: https://educamidia.org.br/recurso/e-
-book-educacao-midiatica-e-democracia. Acesso em 21.11.2023.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 16 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.
HOBBS, Renee. Digital and media literacy (https://www.aspeninstitute.org/events/digital-me-
dia-literacy-plan-action/). A plan of action. Washington, DC: The Aspen Institute, 2010.
JOHNSON, Clay. A dieta da informação. São Paulo: Novatec, 2012.
MACHADO, Daniela; THOBIAS, Elisa. 5 contribuições da educação midiática à educação
antirracista. São Paulo: EducaMídia / Instituto Palavra Aberta, 2023. Disponível em:
https://educamidia.org.br/recurso/e-book-educacao-midiatica-e-educacao-antirracista.
Acesso em 21.11.2023.
MARTÍN-BARBERO, Jesús. A comunicação na educação. São Paulo: Contexto, 2014.
OCHS, Mariana; MACHADO, Daniela. 5 contribuições da educação midiática à convivência
à paz. São Paulo: EducaMídia / Instituto Palavra Aberta, 2023. Disponível em:
https://educamidia.org.br/recurso/e-book-educacao-midiatica-convivencia-e-paz. Acesso em
21.11.2023.
SETTON, Maria da Graça. Mídia e educação. São Paulo: Contexto, 2011.
VALDERRAMA, Carlos Eduardo. Cidadania e formação cidadã na sociedade da informação. Uma
abordagem a partir da comunicação-educação. In: APARICI, Roberto (org.). Educomunicação.
Para além do 2.0. São Paulo: Paulinas, 2014.
WARDLE, Claire. DERAKHSHAN, Hossein. Information disorder: toward an
interdisciplinary framework for research and policy making. Estrasburgo: Council of
Europe, 2017.(http://gg.gg/18wh8j)

WOLTON, Dominique. Informar não é comunicar. Porto Alegre: Sulina, 2011.

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