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Redes Sociais

Oportunidades e Riscos

Imagem de: Steve Cutts (stevecutts.com)

Sara Pereira | Universidade do Minho | Óbidos, 13 de outubro de 2023


Moderação: Gil Moura da Silva Ribeiro | Escola de Óbidos
Professora Sara Pereira
Professora do Instituto de Ciências
Sociais e investigadora do Centro de
Estudos de Comunicação e Sociedade
(CECS) da Universidade do Minho.

Doutorada em Estudos da Criança, com especialização em Educação para os Media

Investigadora Responsável do Projeto “byou”


Disponível Online em Formato PDF.
Oportunidades e riscos
das Redes Sociais
Na era das redes e plataformas digitais,
Estaremos a produzir e a participar mais?
E a comunicar melhor?
Somos hoje todos “produsers”?
O que significa “produser/prosumer”?
Foi Alvin Toffler quem, pela primeira vez,
introduziu o termo prosumer (prosumidor)
no início dos anos 80, caracterizando-o como:

"um esbatimento progressivo da linha que separa o produtor do consumidor"


(Toffler, 1980, p. 267).
Toffler aplica o conceito a três vagas:

● à Primeira Vaga (sociedade agrícola), quando a maior parte das pessoas consumia o que produzia – a
"produção para uso“;

● à Segunda Vaga (revolução industrial), quando a sociedade separou estas duas funções, criando a distinção
entre consumidor e produtor, o que conduziu a uma "produção para troca", alavancando o mercado;

● à Terceira Vaga (era da informação e da comunicação), em que se tornam “práticos os novos estilos de vida
baseados metade na produção para troca, metade na produção para uso“.
Produsage (Bruns, 2006)
Crianças e jovens de hoje,
são mais consumidores ou produtores?
Tens perfil em alguma rede social?
Estudo com alunos do 6.º, 9.º e 12.º ano
Atividades que realizam na Internet e redes sociais
Média por ano de escolaridade [Escala: 1= Nunca a 5= Sempre]
O que leva as crianças e jovens de hoje a
produzir conteúdo nas redes sociais?
Projeto Europeu (H2020)
(2015-2018)

● Adolescentes [de Portugal, Espanha e Itália] são mais consumidores do que produtores. Mesmo os que
produzem, é como consumidores que se reveem, sentindo-se confortáveis nesse papel;

● Produções mais regulares: fotos e vídeos curtos;

● Práticas mais comuns: partilhar conteúdos com os amigos, ver as publicações de outros, observar e seguir o
fluxo de conteúdos. Estas práticas são mais frequentes do que publicar conteúdos originais;

● As suas produções são "pequenos atos de envolvimento“ – são, na maioria, informais, espontâneas pouco
estruturadas, não planeadas e de curto alcance;
Projeto Europeu (H2020)
(2015-2018)

● Principais motivações por detrás das suas produções: entretenimento e diversão. Em Espanha, a popularidade
aparece como uma motivação forte das produções que são planeadas.

As minhas produções costumam ser uma comédia qualquer


(aluno português do ensino básico)

● Motivos apontados pelos adolescentes dos três países para as suas práticas residuais de produção: receio de
que não corresponderem às expectativas de uma audiência ‘imaginada’; julgamento crítico sobre a qualidade das suas
produções; interesse em preservar a sua privacidade e a sua imagem, evitando a exposição pública.
Será, a chamada “geração de nativos digitais”,
competente e com literacia para fazer um uso saudável,
seguro e crítico das redes sociais?
Que papéis/posições podem
as comunidades escolares adotar nesta matéria?
Apostar num conceito de Literacia Mediática capaz de abranger “as questões éticas da publicação no espaço público, os direitos
e deveres de cada cidadão no mundo digital, e, em geral, os conhecimentos, competências e atitudes para habitar de forma crítica,
criativa e responsável o ecossistema informativo e mediático, em que todos, de um modo ou de outro, temos de viver”
(Manuel Pinto, RR, 10/04/2017)

“Compreender hoje os media requer reconhecer a complexidade das formas modernas do 'capitalismo digital'– como
funcionam, como comunicam, como representam o mundo, como são produzidos e usados.”
(Buckingham, 2019)
Espírito crítico – "a nossa ferramenta mais valiosa para alcançar um
reconhecimento mais profundo sobre a realidade em que vivemos e
assim compreender a verdade (ou as várias verdades) que nos
acompanham ao longo da vida".

Apesar da panóplia de meios que temos à nossa disposição, de


estarmos constantemente ligados,
Estamos mais ligados ou desligados do mundo que nos rodeia?

Forma como nos relacionamos com o mundo – forma apressada,


desatenta, acrítica ou mais ponderada, atenta e crítica – a escolha é
nossa e importa sabermos as consequências de uma e de outra
postura.

O que sabemos – o conhecimento – influencia as nossas


decisões e as nossas escolhas
Levar os media para a escola;
usá-los não apenas como recurso,
mas torná-los objeto de estudo e de análise,
meio de expressão e de participação.
milobs.pt
byou.ics.uminho.pt
Questões para reflexão

1. Comente alguns dos principais riscos e oportunidades das redes sociais para a sociedade e em particular para as
crianças e jovens.

2. Quais são as práticas de uso dos media e das redes sociais dos seus/suas alunos/as?

3. Que estratégias poderá adotar na sua prática pedagógica que conduzam a uma reflexão crítica e a um uso mais
informado das redes sociais por parte dos/das alunos/as?
Obrigado!

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