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I. Título
II. Introdução
Uma das limitações do ensino da mídia-educação é o fato de esse tema ser ainda
desconhecido para a maioria dos professores brasileiros e, consequentemente, para os alunos;
embora já estejam sendo implementadas ações significativas como as desenvolvidas pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de São Paulo (USP) e,
recentemente, Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).
Em 2008, teve início a criação, pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO), de um documento denominado Currículo de Alfabetização
Midiática e Informacional para Formação de Professores, que tem como um dos objetivos
ajudar os professores das mais diferentes partes do mundo neste processo de ensinar sobre as
mídias. O uso desse documento é uma possível solução para este problema, haja vista que
quanto mais se aprende sobre o assunto, melhor se conseguirá trabalhar em sala de aula e
melhores resultados serão obtidos.
Segundo a UNESCO o empoderamento das pessoas, através da alfabetização
midiática, provendo-lhes competências para acessar, avaliar e produzir conteúdos de mídia é
um pré-requisito necessário para promover o que estabelece o artigo 19 da Declaração
Universal dos Direitos Humanos:
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a
liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras
(WILSON, 2013, p. 16).
A reformulação curricular do Ensino Médio também está alinhada com a proposta da
UNESCO e está expressa na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9.394/96. Ela
propõe que, no Ensino Médio, “sejam desenvolvidas as capacidades de pesquisar, buscar
informações, analisá-las e selecioná-las; a capacidade de aprender, criar e formular”
(BRASIL, 2002).
Após participar de oficinas e cursos sobre o ensino de mídia-educação e, diante de
todas essas informações, surgiram os seguintes questionamentos: o que os jovens brasileiros
sabem sobre as mídias? Como se relacionam com elas, mais especificamente, com a
televisão? Como constroem o significado do que assistem na TV e sua identidade como
membro de grupos sociais?
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III. Objetivos
Geral:
• Organizar e testar atividades de mídia-educação que tenham a novela televisiva
como foco, a partir das páginas de novelas no site da TV Globo, para alunos do
Ensino Médio que integram o programa social “Projeto dos meninos e
meninas”.
Específico:
• Criar um ambiente de educação crítica para a televisão usando páginas
corporativas e aplicativos web.
• Analisar as representações de gênero nas novelas e de que modo estas
representações mostram a realidade.
• Analisar o potencial educativo de uma proposta que tenha a novela como
conteúdo de ensino de leitura crítica, atendendo aos princípios que orientaram
a reformulação curricular do Ensino Médio.
IV. Justificativa
Vivemos em um mundo onde as mídias estão por toda parte. Os novos meios de
comunicação não substituíram os antigos. A televisão continua sendo o principal meio de
acesso à informação e de entretimento dos brasileiros.
De acordo com o CGI.br (2012), no Brasil, 40% dos domicílios têm acesso à internet,
contra 98% que possuem aparelho de televisão.
A televisão utiliza-se de vários mecanismos para estabelecer uma relação com o
público e apesar de as pessoas conseguirem ser bem racionais a respeito do que assistem, em
alguns programas de entretenimento ainda podem ser emocionalmente afetadas por isso.
O modo como somos vistos define, parcialmente, como somos tratados. O modo como
tratamos as pessoas é baseado em como as vemos, e este modo de ver vem das representações
(WILSON ,2013).
A representação nas mídias pode assumir diferentes formas. Assim, dependendo do
que será contado, os meios poderão dar mais ênfase a algum aspecto e desprezar outro. Ao
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fazermos a análise do que ficou de fora, é possível constatarmos que o dado desprezado é,
muitas vezes, mais significativo do que aquilo que foi considerado ou enfatizado.
Logo, ao alfabetizar os jovens em mídia-educação, ensinando-os a examinar as
representações, não se detendo apenas às imagens e texto, mas, também, no contexto em torno
da imagem, poderemos equipá-los com habilidades de raciocínio crítico, que os ajudarão a
construir suas opiniões, e não, apenas, a repetir discursos transmitidos pelos meios.
V. Referencial teórico
Ainda que a mídia seja uma força poderosa entre os jovens, eles estão absorvendo
todos estes meios de comunicação sem que haja uma orientação e reflexão. Para serem
alfabetizados em mídia, os jovens precisam adquirir conhecimentos, habilidades e
competências que os ajude a entender o papel da mídia em uma democracia, em acessar,
avaliar criticamente e produzir conteúdo (WILSON, 2013).
Assim, o emprego de uma “forma coerente e sistemática de educação sobre os meios
de comunicação deve ser vista como um componente essencial - na verdade, um pré-requisito
- da cidadania moderna” (BUCKINGHAM, 2001).
VI. Metodologia
Com base em seus objetivos, esta pesquisa é um estudo de campo, uma vez que será
realizada por observação direta e entrevista com o grupo. Ainda que a pesquisa seja
qualitativa, será usada a entrevista fechada ou questionário, que servirá como complemento
em relação às técnicas de aprofundamento qualitativo (MINAYO, 2008).
É descritiva, pois visa “a descrição das características de determinada população ou,
então o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2009, p.4).
A amostragem desta pesquisa será formada por alunos de Ensino Médio, integrantes
do “Projeto dos meninos e meninas”.
O Projeto dos meninos e meninas existe em Uberaba desde 1993. É um programa para
a formação de crianças e adolescentes e, atualmente, é realizado em dois bairros na cidade de
Uberaba: Gameleira e Residencial 2000.
Para a execução dos objetivos da pesquisa, primeiramente, será feita uma leitura
exploratória sobre a origem da mídia-educação, os precursores, conceitos-chaves,
experiências em outros países e modelos de aprendizagem.
As informações obtidas a partir desta leitura servirão de fundamento para a coleta de
dados, organização, e teste das atividades de mídia-educação.
Para a criação da atividade será utilizado o material disponibilizado no site da TV
Globo, mais especificamente, cenas de novela. A partir destas cenas poderá ser escolhido um
personagem ou uma sequência de acontecimentos para análise.
Tanto o questionário quanto a atividade estarão disponíveis para acesso em um blog.
Deste modo estaremos utilizando as duas mídias mais utilizadas pelos jovens: televisão e
internet.
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VII. Cronograma
Período de Realização
Atividades previstas
1ºsem. 2015 2ºsem. 2015 1ºsem. 2016 2º sem. 2016
Levantamento bibliográfico ✓ ✓ ✓ ✓
Montagem dos instrumentos de ✓
coleta
Pré-teste dos instrumentos ✓
Aplicação dos instrumentos ✓
Análise dos dados ✓ ✓
Escrita da dissertação ✓ ✓ ✓
Exame de qualificação ✓
Defesa da dissertação ✓
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ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico. 10. ed.
São Paulo: Atlas, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Tv Escola / Salto para o futuro. Rio de Janeiro: s.ed.,
2013. Disponível em: <
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/15022720_MidiaEducacao.pdf>. Acesso em 30
nov. 2013.
________.Media education: a global strategy for development. [S.l], 2001. Disponível em:<
http://books.google.com.br/books?id=24HvrpE1bdMC&printsec=frontcover&hl=pt-
BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em 05 dez. 2013.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa 4.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LOPES, Maria Immacolata Vassallo de. Pesquisas de recepção e educação para os meios.
Revista Comunicação & Educação. São Paulo n.6, p. 41-46, maio/ago. 1996.