Você está na página 1de 4

RESENHA DO E-BOOK GUIA DA EDUCAÇÃO MIDIÁTICA

FERRARI, Ana Claudia; OCHS Mariana; MACHADO, Daniela. Guia da


Educação Midiática – 1. ed. – São Paulo: Instituto Palavra Aberta, 2020.
Emanuelly Nascimento Gomes

O e-book Guia da Educação Midiática é uma obra do EducaMídia –


programa de educação midiática desenvolvido pelo Instituto Palavra Aberta,
com apoio do Google.org. O livro conta também com o suporte do Instituto Itaú
Social, foi escrito pelas autoras Ana Claudia Ferrari, Mariana Ochs e Daniela
Machado no ano de 2020, em meio ao ano mais difícil dos últimos tempos, de
pandemia. O livro traz bibliografias, vídeos, podcasts, artigos, e imagens, entre
outros tipos de mídia, na sua plataforma digital como apoio à leitura.

O livro convida educadores e demais agentes ligados à educação a


refletir sobre a importância e a urgência de prepararmos crianças e jovens para
uma relação rica e fortalecedora com as mídias, desenvolvendo habilidades
para ler de maneira reflexiva, escrever de forma responsável e participar
plenamente da sociedade conectada. Além disso, é um Guia prático, repleto de
dicas e exemplos para ajudar os professores a incorporar a educação midiática
em suas aulas – seja professor de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências
Humanas ou Ciências da Natureza.

O Guia traz 4 capítulos muito bem formulados, no primeiro encontra-se


justificativas plausíveis do quanto importante é essa discussão, tão relevante
no mundo inteiro. Trata-se das várias pessoas que acabam por não fazerem
parte desse meio digital assim como menciona-se aqueles que já nascerem
nesse meio tecnológico e o quanto as pessoas são puxadas para dentro dele.
Na segunda parte, é oferecida uma visão de como a educação midiática está
na essência do processo de ensino e aprendizagem que faz sentido no século
21. Nessa, trata-se da importância de se pesquisar material e informações
confiáveis, para que não se propague as Fake News, informações falsas sobre
determinados assuntos.
A terceira parte trata de como o EducaMídia se moldou por referências
locais e práticas consolidadas no exterior. E na quarta parte se perpetua
conceitos na sala de aula, com inúmeras orientações de atividades, projetos,
debates que podem ser adaptadas e reformuladas para diversas disciplinas e
séries, tornando o aprendizado muito mais desenvolvido e atual, assim mais
perto do público alvo. Trata-se de um conjunto organizado e didático de
conceitos e exemplos para apoiar os docentes na missão de preparar os
alunos para as oportunidades e os desafios trazidos pela tecnologia.

A seguir apresentaremos um pouco do que é exposto em cada capítulo do


Guia de Educação Midiática. No capítulo em questão, o compilado de fatos
sobre a cultura que muitos julgam “novidade” – que não é novidade alguma,
apenas não se queria ver e seguir a linha de avanço das tecnologias e aliar ao
ensino em sala de aula -, traz muito sobre as portas que se abriram perante o
uso da internet e de todos seus meios de avanços.

As oportunidades que este novo mundo descortinou são conhecidas e


extraordinárias. Nesta rede, cujo acesso é direito humano fundamental
declarado pela ONU há quase uma década, caminhos levam a informações
úteis, relevantes e necessárias, à conexão e à colaboração entre pessoas, à
expressão criativa, a inúmeras chances de aprendizado e de comunicação, à
diversidade e à possibilidade de jovens encontrarem e terem voz em debates
sobre o que lhes é relevante e inquietador. No entanto, levam também a uma
infinidade de informações falsas, tendenciosas ou errôneas, a novas formas de
abuso, a discursos que incitam o ódio e aos preconceitos, à manipulação e
exploração infantil, ao “cancelamento” de seres humanos, ou seja, invalidar
falas, comportamentos de pessoas que pelos olhos dos internautas, erraram
feio e não têm perdão.

A dificuldade é universal: nem mesmo quem nasceu e cresceu neste


universo tão cheio de opções de informação e entretenimento tem as
habilidades para lê-lo corretamente, ainda que consiga acessar conteúdo
livremente. Os “nativos digitais” seriam mais bem definidos como “inocentes
digitais”.
Ler e entender o mundo, assim como dele participar de forma plena, ativa e
saudável, exige novos instrumentos adequados ao seu tempo. Enquanto
sociedade, precisa-se garantir que as crianças e os jovens desenvolvam
habilidades para enfrentar esta realidade já instalada e que os ajudem a
construir conhecimento por meio das informações ilimitadas às quais têm
acesso. O capítulo ainda afirma que é preciso dar às crianças e aos
jovens resiliência, informação e poder, oferecendo assim a eles a internet como
um lugar em que podem ser cidadãos, e não apenas usuários. Em linha com
essa constatação, a educação midiática não vem oferecer um assunto novo a
aprender dentro do currículo escolar, mas sim uma nova maneira de aprender,
construindo habilidades para acessar com confiança e autonomia o mundo da
informação e do conhecimento na sociedade digital e conectada. O redesenho
da aula ou atividade, agora com objetivos curriculares e objetivos midiáticos
claros, resultará em alunos muito mais conscientes da produção e do consumo
de informação – bem como na compreensão aprofundada do próprio conteúdo
estudado.

Seja qual for a disciplina ou a faixa etária, as habilidades midiáticas são


desenvolvidas ao trabalharmos os temas curriculares por meio da leitura crítica
e/ou produção de mídia. Esse enfoque nos dá a oportunidade de produzir aulas
ativas e engajadoras, com ênfase na investigação e criatividade. Para ajudar
professores a planejar esse tipo de atividade, o EducaMídia desenvolveu um
método baseado na combinação de quatro eixos: tema, ação, mídia e reflexão.
O método pode ser utilizado em qualquer conteúdo curricular.

Educar para a democracia é ensinar desde cedo o valor da liberdade de


expressão, da liberdade de imprensa, do respeito às diferenças, da pluralidade,
da tolerância, da empatia, da preservação dos direitos políticos, das liberdades
civis, da transparência, do livre acesso à informação e, principalmente, do
respeito às liberdades individuais para a construção da cidadania.

A relação entre o tema defendido com as competências da Base Nacional


Comum Curricular (BNCC) tornou fácil o entendimento do caminho a ser
trilhado. Afinal, ao educar para o acesso qualificado às mídias e para a
produção adequada de conteúdo, a escola estaria desenvolvendo o
protagonismo jovem, traçando dentro do indivíduo, a vontade de ser mais, de
aprender mais e de se soltar dentro das dependências escolares, assim,
desconstruindo o ideal de que o conteúdo aprendido na escola não serve para
nada na vida.

Via de regra, o guia de Educação midiática traz inovações, guias completos


de como manusear os debates sociais, de como aliar as vivências do agora
com os conteúdos presentes nos parâmetros curriculares. Além do mais, vários
projetos atuais, vários temas importantes de se levar para a sala de aula, pois,
somente assim será atendido a BNCC, formar o jovem crítica, social e
historicamente.

Você também pode gostar