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Escrita Reflexiva – Cultura Escrita Digital

Professora: Ana Paula Pedersoli Pereira / CMC – Ensino de Língua Portuguesa I


Integrantes: Ana Carolina de Souza; Ana Paula Barbosa; Carla Alexandra Alves;
Fernanda Cristina Nicácio; Lara Garcia Flauzino; Vanessa Esteves de Castro,
Rúbia Araújo Goulart.
5° Período, Pedagogia, Noite.

Reflexão Sobre a Cultura Escrita Digital

Texto reflexivo referente à roda de conversa com a temática “Cultura Escrita Digital e
Suas Implicações na Sala de Aula”, ocorrido no dia 18 de novembro de 2021, com a
participação de Julianna Silva Glória, que é graduada em Letras, doutora em Educação e faz
parte do Grupo de Pesquisa em Educação (CEALE –UFMG), mediado por Ana Paula
Pedersoli Pereira.

Julianna Silva chama atenção e nos leva a uma reflexão sobre a questão da cultura
escrita digital que foi se inovando e hoje é pertencente a nossa vida. Kerckhove (2009) diz
que devemos assumir novos papéis, o de exploradores, para vivenciarmos na íntegra o sentido
real da Cultura Digital. A cultura digital faz parte do universo da cultura escrita e nesse
contexto pandêmico com o isolamento social que forçou o ensino remoto e a utilização de
tecnologias digitais, docentes e estudantes tiveram que “reinventar” o ensino-aprendizado e
utilizar esse meio digital como forma de ensinar e de aprender. Com isso as escolas passaram
por um processo de inovações didáticas durante a pandemia, onde foi perceptível como os
professores possuem receio de utilizar as novas práticas tecnológicas digitais.

Julianna deixa claro em sua fala que ao invés de falar em letramento como Magda
Soares refletiu em 1990, hoje estamos na fase do multiletramento, os textos podem ser
manuscritos, impressos, digitais, em imagem, em áudio, os memes, a multiplicidade da escrita
digital é muito grande. 

“Não se pode ver a prática da leitura de maneira isolada e imaginar que ela
será incrementada somente com livros e textos impressos. O estudante é hoje um
cidadão integral, que vive imerso em uma realidade comunicacional complexa,
tomada em sua maior parte pelos meios digitais e audiovisuais. Se existe o propósito
de fomentar o letramento desses jovens, há que se trabalhar com o multiletramento.
Ensinar a entender como funciona um jornal, um site ou um programa de televisão.
Significa oferecer competências críticas sobre o entorno comunicacional e cultural,
que podem ajudar o estudante também na leitura do texto impresso, sobretudo
aquele encontrado na imprensa, uma vez que exige de maneira determinante
conhecimentos prévios sobre o entorno social, cultural e histórico.”(Caprino, 2012
p.06).  

Com a maior dependência dessas tecnologias uma questão importante é enfatizada, a


questão das informações acessadas no meio digital. O fato é que os textos digitais estão nas
redes para quem puder ter acesso, porém nem todas essas escritas são fontes confiáveis ou
fontes verdadeiras. Diante desse dilema, a pesquisadora propôs as seguintes questões: “como
a escola tem se apropriado dessa rede de textos?” e “É possível na atualidade práticas
pedagógicas que excluam os textos e recursos digitais... se fora da escola as crianças já estão
expostas a vários materiais digitais?”, a par desses questionamentos Julianna Silva
compartilhou algumas experiências práticas como jogos e atividades gamificadas, de
produção textual e de leitura através do suporte digital realizadas com crianças da Educação
Infantil e estudantes do Fundamental I.

Julianna enfatiza a importância da comunidade escolar inserir os recursos digitais nas


práticas pedagógicas, trazendo para o momento de ensino e aprendizagem propostas
inovadoras que possibilitem resultados positivos. Lembrando que essas ferramentas podem
ser utilizadas não só nas aulas de tecnologia, mas em todas as disciplinas obrigatórias.
Reafirmando que cada jogo ou atividade digital traz um aprendizado, e para se ter bons
resultados é necessário que o professor faça um planejamento, estruture suas aulas, avalie o
perfil da turma, elabore as ferramentas digitais de acordo com a demanda, faça mais de uma
atividade, tenha acesso a aparelhos tecnológicos e uma internet de boa qualidade.  Como
afirma Muller (2005, p. 19): 

[…]”a escola deve buscar inovação, pois está inserida em uma sociedade
em que a tecnologia avança rapidamente e a distância entre os que têm e os que não
têm acesso ao computador, com conexão à rede mundial, cresce a cada dia. No
mundo contemporâneo, onde as tecnologias de informação e comunicação ainda não
chegam à maior parte da população do planeta, em que pese o ritmo veloz de sua
disseminação, precisamos diminuir essa distância, entre os mais e os menos
favorecidos economicamente. Esse é um dos papéis da escola, que tem como
objetivo/meta, no seu Projeto Político Pedagógico, a formação de cidadãos
pensantes, críticos e criativos. ”

O enfoque dessas práticas é produzir conhecimento de maneira divertida e prazerosa.


Trazendo aos alunos todas as informações necessárias para que eles saibam utilizar esses
recursos de maneira consciente, pois infelizmente existem barreiras na cultura escrita digital,
cujo há uma quantidade grande de informações falsas, onde às vezes não trabalhadas nas
escolas com os alunos, podem trazer as falsas informações, a qual acarreta em consequências,
deixando assim de lado os vários benefícios que a mesma pode trazer. Problematizando o
desenvolvimento em cada um deles, uma leitura crítica reflexiva sobre as informações e
ferramentas tecnológicas que os mesmos têm acesso. 

Mediante o exposto, podemos perceber a importância do ensino da cultura escrita


digital no ambiente da escola e a responsabilidade que os professores carregam, em
desenvolver um bom trabalho. Compreender as escritas, desenvolver seus próprios textos e
opiniões, tendo consciência ao compartilhá-los com o mundo. A escola não deve se manter
fora do mundo digital, pois os estudantes estão expostos a ele diariamente, e se faz necessário
construir novos conhecimentos, de forma consciente acerca desse mundo de possibilidades
interativas.

Referências Bibliográficas

 CAPRINO, Mônica P.; PESSONI, Arquimedes; APARÍCIO, Ana S. M. Mídia e


Educação: A necessidade do Multiletramento Educação para a mídia: a
necessidade de multiletramentos. Artigo Científico, Comunicação & Inovação, São
Caetano do Sul, v. 14, n. 26: (13-19) jan-jun, 2012.
 DE KERCKHOVE, D. Inteligencias en conexión: hacia una sociedad de la web.
Barcelona: Gedisa.
 MULLER, Sílvia Ambrósio Pereira. Tese (Mestrado) Inclusão Digital e Escola
Pública: uma análise da ação pedagógica e da informática na educação. Porto
Alegre, 2005.

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