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2. O que você compreende pela expressão “vir a ser” mencionada pela pedagoga e
mestre Beatriz Ferraz, quando se refere à criança, no vídeo assistido em aula?
R.: Esta expressão nos dá impressão que as crianças no período em que se encontram
não são consideradas como um ser, que possui conhecimentos, bagagens de vivências,
em qualquer idade, que não podem opinar sobre seu cotidiano, e que elas virão a ser
um indivíduo com opinião, com poder de fala, só em um futuro, provavelmente
quando estiver na fase adulta, onde já tenha sido construída e moldada para estar na
sociedade. Então a criança em seu presente não é vista, reconhecida, escutada, mas é
moldada para o que se tornará no seu futuro.
3. Kuhlmann (2010) contrapõe-se à concepção de criança na Idade Média, captada
pelo historiador Phillipe Ariés, quando conclui que, naquela época, a criança era
vista como adulto em miniatura. Qual ou quais diferença (s) você consegue
distinguir nas descobertas desses estudiosos?
R.: Na antiguidade clássica Platão conceitua a infância como um ser sem
características próprias, porém como um ser em potencial no futuro, onde a criança era
vista com possibilidade de vir a ser rei e governar a Pólis ou estado.
Philippe Áries aponta que na idade média a criança era vista como um adulto em
miniatura, quando a criança morria não havia sentimentos dignos de lembrança, os
pais tinham muitos filhos pois era comum as mortes e para que alguns sobrevivessem.
Kuhlmann acreditava que a criança era como eram ser inferior, desprezada. É a fase de
vida anterior a fase adulta, a infância terminava aos 7 anos quando a criança tinha
domínio da fala, ela era inserida no mundo do trabalho, vista como adulta.
No século XVI e XVII a paparicação surge, onde a criança é vista como objeto de
diversão. No final do século XVII surge no contexto de moralização, onde a igreja
entra em cena, contrariando a concepção do objeto de diversão, ela se preocupou em
disciplina lá nos princípios morais, aos cuidados da saúde e higiene. As famílias
associam-se a preocupação com a saúde física e higiene das crianças.
Ao contrapor Kuhlmann afirma que é necessário considerar a condição da criança, as
experiências vividas por ela em lugares diferenciados pela história, geografia e o
contexto social, a criança é muito mais que uma representação dos adultos. Sobre essa
fase é necessário conhecer as representações de infância e considerar as crianças
produtoras de história.
5. De acordo com o artigo lido, as autoras destacam trechos dos documentos oficiais
DCNEI e RCNEI. Em sua opinião qual a visão de infância é preconizada nesses
documentos?
R.: O DCNEI (Diretrizes Curriculares Nacional da Educação Infantil) descortina um
novo olhar mostrando as especificidades do ser criança, afirmando que são seres
humanos portadores das melhores potencialidades da espécie, este documento aponta
apenas adjetivos positivos da criança.
O RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil) a criança é um
sujeito social que possui natureza singular que as caracterizam como seres que sentem
e pensam o mundo de um jeito muito próprio. As interações estabelecidas com as
pessoas próximas e com meio desde cedo, revelam seu esforço para compreender o
mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam pelas brincadeiras
explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos.