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Departamento de Matemática
6 Derivadas parciais 26
6.1 Definição e interpretação geométrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6.2 Diferenciabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Terceira Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Primeira Prova . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
6.3 Vetor Gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Quarta Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
6.4 Regra da Cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
6.5 Derivação de funções definidas implicitamente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Quinta Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
6.6 Derivada Direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
6.7 Derivadas parciais de ordem superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Sexta Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
6.8 Generalização do Teorema do Valor Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
6.9 Fórmula de Taylor com resto de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
6.10 Extremos Locais: Máximos e Mı́nimos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Sétima Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
6.11 Multiplicadores de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Segunda Prova . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Revisão de Integrais de funções de uma variável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
7 Integral dupla 98
7.1 Definição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98
7.2 Propriedades da integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
7.3 Teorema de Fubini . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Oitava Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
7.4 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
ii
7.5 Mudança de Variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Nona Lista de Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
iii
Aula 1: 21/02/2013
1. Superfı́cies especiais.
(a) Planos
(b) Cilindros
(c) Quádricas
(a) Domı́nio
(b) Gráfico
(c) Curvas de nı́vel
(a) Domı́nio
(b) Superfı́cies de nı́vel
6. Derivadas parciais.
1
7. Integral dupla.
(a) Definição
(b) Propriedades
(c) Teorema de Fubini
(d) Mudança de variáveis
(e) Aplicações
8. Integral tripla.
(a) Definição
(b) Propriedades
(c) Mudança de variáveis
(d) Aplicações
9. Funções vetoriais.
(a) Definição
(b) Operações
(c) Limite e continuidade
(d) Derivada
(e) Curvas parametrizadas: vetores tangentes, comprimento de arco
Bibliografia
1. Guidorizzi, H. L. - Um curso de cálculo, Vol. 2 e 3, LTC, Rio de Janeiro, 2001.
2
4. Flemming, D. M. e Gonçalves, M. B. - Cálculo B, Pearson Prentice Hall, São Paulo,
2007.
Avaliação
Serão aplicadas 4 provas. A média final será obtida como uma média aritmética entre as
notas dos semestres. A matéria da primeira prova será tudo o que for visto até o dia da prova.
A matéria da segunda prova será toda a matéria vista entre a primeira e a segunda prova. A
matéria da terceira prova será a matéria que for vista do inı́cio do segundo semestre até o dia
da terceira prova. A matéria da quarta prova será toda a matéria vista entre a terceira e a
quarta prova.
Se a nota da segunda prova for maior que a nota da primeira prova, então a nota do
primeiro semestre será a nota da segunda prova. Se a nota da segunda prova for menor ou
igual a nota da primeira prova, então a nota do primeiro semestre será a média aritmética
das notas da primeira e segunda provas.
Se a nota da quarta prova for maior que a nota da terceira prova, então a nota do segundo
semestre será a nota da quarta prova. Se a nota da quarta prova for menor ou igual a nota
da terceira prova, então a nota do segundo semestre será a média aritmética das notas da
terceira e quarta provas.
Somente os alunos que perderem uma das 4 provas, por motivo justificado, poderão fazer
outra prova no dia 27/11.
Ao final do curso os alunos que obtiverem média igual ou superior a 5,0 (cinco) e pelo
menos 70% de frequência serão aprovados. Os alunos que tiverem média inferior a 5,0 (cinco)
e pelo menos 70% de frequência poderão fazer uma prova de recuperação. Nesse caso a média
final é obtida fazendo-se a média aritmética entre a média anterior com a nota da recuperação.
Se a média final for igual ou superior a 5,0 (cinco) o aluno será aprovado, caso contrário será
reprovado. Os alunos que tiverem frequência inferior a 70% serão reprovados por faltas.
As datas das provas:
Prova 1: Quinta, 18 de abril.
Prova 2: Segunda, 24 de junho.
Prova 3: Quarta, 18 de setembro.
Prova 4: Segunda, 25 de novembro.
Prova Perdida: Quarta, 27 de novembro.
Recuperação: Quarta, 04 de dezembro.
3
Aula 2: 25/02/2013
1 Superfı́cies especiais
1.1 Planos
Um plano no espaço fica completamente determinado por um ponto P0 (x0 , y0 , z0 ) do plano
e um vetor n que é ortogonal ao plano. Este vetor ortogonal n é chamado vetor normal.
Seja P (x, y, z) um ponto arbitrário do plano, e sejam r0 e r os vetores posição de P0 e P . O
vetor r − r0 é representado pelo segmento orientado com origem em P0 e extremidade em P .
O vetor n é perpendicular a r − r0 e também ortogonal a todos os vetores paralelos ao plano.
z
n
P (x, y, z)
r r − r0
0 P0 (x0 , y0 , z0 )
r0
x
y
Figura 1: Plano em R3 .
4
1.2 Cilindros
Um método muito eficiente de esboçar superfı́cies no espaço tridimensional é calcular as
intersecções da superfı́cie com planos. Nesta e na próxima seção usaremos esse método para
esboçar as superfı́cies.
Definição 1. Um cilindro é uma superfı́cie que consiste de retas paralelas a uma reta dada
(chamada geratriz) e que passam por uma curva plana dada (chamada diretriz).
x 0
y
Figura 2: Superfı́cie z = x2 .
z z
y
0 x
x y
(a) (b)
Figura 3: Superfı́cies x2 + y 2 = 1 e y 2 + z 2 = 1.
(a) Como z está ausente na equação, então a intersecção com planos da forma z = k representa
uma circunferência de raio 1, no plano z = k e centrado no ponto (0, 0, k).
(b) Como x está ausente na equação, então a intersecção com planos da forma x = k representa
uma circunferência de raio 1, no plano x = k e centrado no ponto (k, 0, 0).
5
1.3 Quádricas
Definição 2. Quádrica é o lugar geométrico dos pontos (x, y, z) de R3 que satisfazem uma
equação do segundo grau do tipo
Observamos que através de rotações e translações toda quádrica pode ser colocada em
uma das seguintes formas normais
Ax2 + By 2 + Cz 2 + J = 0 ou Ax2 + By 2 + Iz = 0.
y2 k2
x2 + = 1 − , z = k (se − 2 ≤ k ≤ 2),
9 4
y2 z2
+ = 1 − k 2 , x = k (se − 1 ≤ k ≤ 1),
9 4
z2 k2
x2 + = 1 − , y = k (se − 3 ≤ k ≤ 3).
4 9
A figura 4 mostra o esboço da quádrica que é chamada elipsóide pois a intersecção com os
planos coordenados são elipses.
z
(0, 0, 2)
0
(0, 3, 0)
y
x (1, 0, 0)
Figura 4: Elipsóide.
6
z
0 y
x
7
Aula 3: 28/02/2013
Exemplo: Esboce a superfı́cie z = y 2 − x2 .
Colocando x = k obtemos parábolas z = y 2 − k 2 com concavidade voltada para cima (veja
figura 6 (a) e (d)). Quando fatiamos por planos y = k obtemos parábolas z = −x2 + k 2 com
concavidade voltada para baixo (veja figura 6 (b) e (e)). Se colocamos z = k, com k 6= 0,
obtemos hipérboles y 2 − x2 = k. E se z = 0, obtemos retas y = ±x (ver figura 6 (c) e (f)).
z z ±2 y 0
1
0 ±1
−1 −1
y 0 x x
±1
±2 1
z z
z 1
0
y
y x −1
x
−1 y x
1 0
−1 0 1
(d) (e) (f)
0
x y
x2 z2
Exemplo: Esboce a superfı́cie + y2 − = 1.
4 4
A intersecção com planos da forma z = k obtemos a elipse
x2 k2
+ y2 = 1 + ,
4 4
8
e as intersecções com os planos coordenados xz e yz são as hipérboles
x2 z 2 z2
− = 1 e y2 − = 1.
4 4 4
A superfı́cie obtida é chamada hiperbolóide de uma folha e é apresentada na figura 8.
(0, 1, 0)
y
(2, 0, 0)
x
y R
D
(x, y)
f (x, y)
Observamos que se for apresentado apenas a lei de definição da função então fica suben-
tendido que o domı́nio é o maior conjunto possı́vel de pares de números reais onde aquela lei
pode ser aplicada. Veja o exemplo a seguir:
9
Exemplo: Encontre o domı́nio da função
xy − 5
f (x, y) = √ .
2 y−x
y>x
y
Para que a raiz quadrada do denominador esteja bem definida temos que ter y ≥ x, e
como está no denominador, não podemos ter y = x. Portanto o domı́nio de f é D = {(x, y) ∈
R2 : y > x}. Na Figura 10 está representado o domı́nio de f .
2.2 Gráfico
Definição 4. Sejam D ⊂ R2 e f : D → R. O gráfico de f é o conjunto
0
(0, 3, 0)
(3, 0, 0)
y
x
10
Aula 4: 04/03/2013
As curvas de nı́vel servem por exemplo para aplicações em topografia. Veja figura 12.
10m
4m
10m 4m 2m
2m
k=3
k=2
k=1
k=0
0 (3, 0)
11
k=1
k=2 k=0
k = −1
k = −2
z R
D
(x, y, z)
f (x, y, z)
Conforme no caso de duas variáveis, se for apresentado apenas a lei de definição da função
então fica subentendido que o o domı́nio é o maior conjunto possı́vel de triplas de números
reais onde aquela lei pode ser aplicada.
12
k=1
k=0
k = −1
k>0
k=0
k<0
13
Primeira Lista de Exercı́cios
14
Aula 5: 07/03/2013
Observe que na figura 18 a circunferência está tracejada pois seus pontos não pertencem
à bola aberta.
Definição 10 (Ponto Interior). Seja A um subconjunto não vazio de R2 . Dizemos que (x0 , y0)
é um ponto interior de A se existir uma bola aberta de centro (x0 , y0 ) contida em A.
15
Figura 19: Pontos interiores.
Exemplos:
• O conjunto A = {(x, y) ∈ R2 : x > 0 e y > 0} é aberto, pois todos os seus pontos são
pontos interiores.
y2
• O conjunto B = {(x, y) ∈ R2 : x2 + < 1} é aberto. Veja a figura 20.
2
16
Figura 21: Interior do cı́rculo.
Observamos que podem ocorrer casos em que um ponto (a, b) pertence ao conjunto A, mas
não é ponto de acumulação de A. Nesse caso, esses pontos são chamados de pontos isolados
de A. Por exemplo, em um conjunto com um número finito de pontos todos os pontos são
isolados. Para cada ponto (a, b), basta escolher uma bola aberta que tenha como raio um
número menor que a distância mı́nima de (a, b) aos outros pontos do conjunto.
17
Aula 6: 11/03/2013
se para todo ε > 0 dado, existe δ > 0 tal que todo (x, y) ∈ A com a propriedade
0 < k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ se tenha |f (x, y) − L| < ε.
Escrevendo de maneira mais resumida temos lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y) = L se :
∀ε > 0 ∃δ > 0 : (x, y) ∈ A e 0 < k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ ⇒ |f (x, y) − L| < ε.
δ
y0
x0
L−ε L L+ε
O limite de f (x, y), quando (x, y) tende a (x0 , y0 ) é L significa que se (x, y) está no domı́nio
de f e pertence à bola de centro (x0 , y0) e raio δ e (x, y) 6= (x0 , y0 ), então a imagem f (x, y)
pertence ao intervalo (L − ε, L + ε). Veja a figura 22.
Exemplo: Seja f (x, y) = k uma função constante. Mostre que lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y) = k.
De fato, dado ε > 0, basta tomar um δ > 0 qualquer. Daı́ se 0 < k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ
então temos |f (x, y) − L| = |k − k| = 0 < ε.
Exemplo: Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x. Mostre que lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y) = x0 .
p p
Inicialmente observe que |x − x0 | = (x − x0 )2 ≤ (x − x0 )2 + (y − y0 )2 = k(x, y) −
(x0 , y0 )k.
De posse da observação anterior, dado ε > 0 qualquer, temos que encontrar δ > 0 que
satisfaça a definição de limite. Muito bem, escolha δ igual ao ε > 0 dado. Nesse caso, temos
que para todo (x, y) ∈ R2 vale:
0 < k(x, y) − (x0 , y0 )k < δ =⇒ |f (x, y) − x0 | = |x − x0 | ≤ k(x, y) − (x0 , y0)k < δ = ε.
18
Ou seja, mostramos que
−x2 + y 2
Exemplo: A função f (x, y) = tem limite em (0, 0)?
x2 + y 2
A resposta dessa pergunta é não, pois quando calculamos f nos pontos da forma (x, 0)
temos f (x, 0) = −1 e em pontos da forma (0, y) temos f (0, y) = 1. Para provarmos de
maneira rigorosa, suponha que o limite exista e seja L. Se L ≤ 0, temos
|f (0, y) − L| = |1 − L| = 1 − L ≥ 1.
Se L > 0, temos
|f (x, 0) − L| = | − 1 − L| = 1 + L > 1.
Portanto, dado ε = 1, não é possı́vel encontrar δ > 0 de tal forma que todos os pontos (x, y),
com 0 < k(x, y)k < δ, satisfaçam |f (x, y) − L| < ε.
19
Aula 7: 14/03/2013
Para a próxima definição necessitaremos do conceito de função vetorial contı́nua, a ser
estudada em um capı́tulo posterior. Uma aplicação de um intervalo I ⊂ R em R2 é uma
correspondência α : I → R2 que a cada t ∈ I associa um α(t) = (α1 (t), α2 (t)) ∈ R2 . Dizer
que α é contı́nua, é o mesmo que dizer que α1 : I → R e α2 : I → R são contı́nuas.
Exemplo: A equação vetorial da reta α(t) = (x0 + at, y0 + bt) é um exemplo de caminho. É
a reta que passa pelo ponto (x0 , y0 ) e tem a direção do vetor (a, b). Veja figura 23-(a). Outro
exemplo de caminho é dado por β(t) = (t2 , t). Observe que esse caminho é a parábola x = y 2.
Veja figura 23-(b).
(x0 , y0 )
(a, b)
(a) (b)
lim f (α(t)).
t→t0
−x2 + y 2
Exemplo: Considere a função f (x, y) = 2 e (x0 , y0 ) = (0, 0). Considere ainda os
x + y2
caminhos α1 (t) = (t, 0) e α2 (t) = (0, t). Ambos caminhos passam pelo (0, 0) quando t = 0.
Temos
−t2
lim f (α1 (t)) = lim 2 = −1, e
t→0 t→0 t
t2
lim f (α2 (t)) = lim 2 = 1.
t→0 t→0 t
Proposição 1. Se existem pelo menos dois caminhos α1 e α2 , passando pelo ponto (x0 , y0),
tais que limt→t0 f (α1 (t)) 6= limt→t0 f (α2 (t)), então não existe lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y).
Proposição 2. Se para algum caminho α o limite limt→t0 f (α(t)) não existe, então não existe
lim(x,y)→(x0 ,y0 ) f (x, y).
20
x
Exemplo: Usando a proposição anterior temos que lim cos não existe. De fato,
(x,y)→(0,0) + y2 x2
1
se considerarmos o caminho α(t) = (t, 0), então o limite de uma variável real lim cos não
t→0 t
existe.
xy 2
Exemplo: Mostre que lim não existe. Para isso, considere os seguintes caminhos
(x,y)→(0,0) x2 − y 2
α1 (t) = (t + t2 , t) e α2 (t) = (t − t2 , t). Daı́ temos
t4 + t3 1+t 1
lim f (α1 (t)) = lim 4 3 2 2
= lim = , e
t→0 t→0 t + 2t + t − t t→0 2 + t 2
−t4 + t3 1−t 1
lim f (α2 (t)) = lim 4 3 2 2
= lim =− .
t→0 t→0 t − 2t + t − t t→0 −2 + t 2
Portanto não existe o limite.
21
Aula 8: 21/03/2013
Observação: Uma função g : D ⊂ R2 → R é limitada se existe M ∈ R tal que |g(x, y)| < M
para todo (x, y) ∈ D.
x3
Exemplo: Calcule lim .
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
x2
Inicialmente observe que x2 + y 2 ≥ x2 ≥ 0, portanto x2 +y 2
≤ 1. Então consideramos
x2 x3
f (x, y) = x e g(x, y) = x2 +y 2
. Dai f (x, y)g(x, y) = x2 +y 2
, g é limitada e lim f (x, y) = 0.
(x,y)→(0,0)
Portando usando a proposição anterior concluı́mos que o limite é zero.
f (x, y) L1
• lim = se L2 6= 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) g(x, y) L2
Observações:
22
• (x0 , y0) ∈ U.
• Existe lim f (x, y).
(x,y)→(x0 ,y0 )
Exemplos:
1. A função constante f : R2 → R dada por f (x, y) = k é contı́nua em todo ponto
(x0 , y0 ) ∈ R2 pois lim f (x, y) = k = f (x0 , y0 ).
(x,y)→(x0 ,y0 )
De maneira análoga, usando o fato que o limite da função g(x, y) = y quando (x, y)
tende a (x0 , y0 ) é y0 e o item (3) da Proposição 4, prova-se que
lim y 2 = 0.0 = 0.
(x,y)→(1,0)
Pelo fato de (1, 0) ser um ponto de acumulação de R2 e f (1, 0) = 1 = lim(x,y)→(1,0) f (x, y),
concluı́mos que f é contı́nua no ponto (1, 0).
23
Segunda Lista de Exercı́cios
2xy 2
4. Seja f (x, y) = .
x2 + y 4
(a) Considere a reta γ(t) = (at, bt), com a2 + b2 > 0; mostre que quaisquer que sejam
a e b,
lim f (γ(t)) = 0.
t→0
2xy 2
lim
(x,y)→(0,0) x2 + y 4
5. Calcule
f (x + h, y + k) − f (x, y) − 2xh − k
lim ,
(h,k)→(0,0) ||(h, k)||
onde f (x, y) = x2 + y.
24
Aula 9: 25/03/2013
Teorema 2. Sejam f : A ⊂ R2 → R e g : B ⊂ R → R duas funções tais que f (A) ⊂ B. Se
f é contı́nua em (x0 , y0 ) ∈ A e g é contı́nua em f (x0 , y0 ), então a composta h : A → R, dada
por h(x, y) = g(f (x, y)) é contı́nua em (x0 , y0 ).
f g
(x0 , y0)
g◦f
25
é contı́nua em todo ponto (x0 , y0 ) 6= (0, 0). A pergunta é: E no ponto (0, 0)? F é contı́nua?
Como f (0, 0) = 0 e (0, 0) é ponto de acumulação do domı́nio de F , devemos verificar se
3 2 2
lim(x,y)→(0,0) F (x, y) = 0. Observamos que x2x+y2 = x. x2x+y2 , onde x2x+y2 é limitada e x tende a
zero. Portanto F é contı́nua em todos os pontos de R2 .
6 Derivadas parciais
6.1 Definição e interpretação geométrica
Antes de estudarmos derivadas de funções reais de mais de uma variável real vamos recordar
a definição de derivabilidade de funções reais de uma única variável real. Seja I um intervalo
aberto de R e x0 ∈ I. Dizemos que uma função f : I → R é derivável em x0 se existe o
limite
f (x) − f (x0 )
lim .
x→x0 x − x0
Esse limite é denotado por f ′ (x0 ) e é chamado de derivada de f em x0 .
Geometricamente esse limite é interpretado como o coeficiente angular da reta tangente
ao gráfico de f no ponto (x0 , f (x0 )), isto é, se a reta tangente faz ângulo θ com o eixo x, então
f ′ (x0 ) = tan θ. Veja a figura 25.
f (x0 )
θ
x0
26
Aula 10: 28/03/2013
De maneira mais resumida temos:
Definição 17. Sejam f : U ⊂ R2 → R uma função definida no aberto U e (x0 , y0) ∈ U.
Definimos a derivada parcial de f, em relação a x, no ponto (x0 , y0) (quando existe) e
a derivada parcial de f, em relação a y, no ponto (x0 , y0 ) (quando existe) por
∂f f (x, y0 ) − f (x0 , y0 ) ∂f f (x0 , y) − f (x0 , y0 )
(x0 , y0 ) = lim e (x0 , y0) = lim .
∂x x→x0 x − x0 ∂y y→y0 y − y0
Se os limites da definição anterior existem para todo (x, y) ∈ U então podemos definir as
∂f ∂f ∂f
funções :U →Re : U → R. A função é chamada derivada parcial de primeira
∂x ∂y ∂x
∂f
ordem de f em relação a x e a função é chamada derivada parcial de primeira ordem de
∂y
f em relação a y.
∂f ∂f
Exemplo: Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x2 + 5y 3 + 3xy. Calcule (1, 2), (1, 2),
∂x ∂y
∂f ∂f
(x, y) e (x, y).
∂x ∂y
Considere g(x) = f (x, 2) = x2 +6x+40 e h(y) = f (1, y) = 5y 3 +3y +1. Logo g ′ (x) = 2x+6
e h (y) = 15y 2 + 3. Portanto
′
∂f ∂f
(1, 2) = g ′(1) = 8 e (1, 2) = h′ (2) = 63.
∂x ∂y
∂f ∂f
As funções ∂x
e ∂y
são dadas por
∂f ∂f
(x, y) = 2x + 3y e (x, y) = 15y 2 + 3x.
∂x ∂y
Exemplo: Considere agora f (x, y) = 2xy − 4y. Logo temos
∂f ∂f
(x, y) = 2y e (x, y) = 2x − 4.
∂x ∂y
Exemplo: Considere agora f (x, y) = exy . Logo temos
∂f ∂f
(x, y) = yexy e (x, y) = xexy .
∂x ∂y
∂f
Exemplo: Calcule a função ∂x
, onde a função f : R2 → R é dada por
3
x − y2
, se (x, y) 6= (0, 0),
2 2
f (x, y) = x + y
0, se (x, y) = (0, 0).
Para os
pontos
′ (x, y) 6= (0, 0), usamos a regra de derivação de funções de uma variável
f f ′g − f g′
dada por = e calculamos
g g2
∂f [3x2 ][x2 + y 2 ] − [x3 − y 2][2x] x4 + 3x2 y 2 + 2xy 2
(x, y) = = .
∂x [x2 + y 2]2 [x2 + y 2 ]2
27
Para o ponto (x, y) = (0, 0) temos que calcular usando a definição de derivada parcial.
x3 −02
∂f f (x, 0) − f (0, 0) −0
x2 +02 x
(0, 0) = lim = lim = lim = 1.
∂x x→0 x−0 x→0 x−0 x→0 x
tem derivadas parciais em (0, 0), mas não é contı́nua em (0, 0).
∂f
Inicialmente vamos calcular (0, 0) usando a definição
∂x
∂f f (x, 0) − f (0, 0) 0−0
(0, 0) = lim = lim = 0.
∂x x→0 x−0 x→0 x − 0
Analogamente temos
Para mostrar que f não é contı́nua em (0, 0), vamos mostrar que o limite lim f (x, y)
(x,y)→(0,0)
não existe. Para isso consideramos os caminhos α1 (t) = (t, t) e α2 (t) = (t, 0). Logo
t2 1 t.0
lim f (α1 (t)) = lim = e lim f (α2 (t)) = lim 2 = 0.
t→0 t→0 2t2 2 t→0 t→0 t + 02
28
Aula 11: 01/04/2013
Agora veremos a interpretação geométrica da derivada parcial. Observe que se f : U ⊂
2
R → R é uma função de duas variáveis e (x0 , y0) ∈ U, então o gráfico da função g(x) =
f (x, y0 ) é a intersecção do gráfico de f com o plano y = y0 . Portanto ∂f
∂x
(x0 , y0 ) = g ′ (x0 ) é o
coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de f contida no plano y = y0 e que passa pelo
ponto (x0 , y0, f (x0 , y0)). Veja a figura 26.
f (x0 , y0)
y0
x0
θ
Da mesma forma que definimos as derivadas parciais para funções de duas variáveis pode-
mos definir para funções de três variáveis da seguinte forma:
∂f f (x, y0 , z0 ) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim ,
∂x x→x0 x − x0
∂f f (x0 , y, z0) − f (x0 , y0 , z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim e
∂y y→y0 y − y0
∂f f (x0 , y0 , z) − f (x0 , y0, z0 )
(x0 , y0 , z0 ) = lim ;
∂z z→z0 z − z0
Exemplo: Calcule as derivadas parciais da função f (x, y, z, w) = exyz + w 2z. Temos
∂f ∂f
(x, y, z, w) = exyz yz, (x, y, z, w) = exyz xz,
∂x ∂y
∂f ∂f
(x, y, z, w) = exyz xy + w 2 e (x, y, z, w) = 2wz.
∂z ∂w
29
6.2 Diferenciabilidade
No curso de Cálculo I, dizemos que uma função f : A ⊂ R → R é diferenciável em x0 ∈ A se
existe o limite
f (x) − f (x0 ) f (x0 + h) − f (x0 )
lim = lim .
x→x0 x − x0 h→0 h
E como
f (x0 + h) − f (x0 ) f (x0 + h) − f (x0 ) − ah
lim = a ⇐⇒ lim = 0,
h→0 h h→0 h
podemos afirmar que f : A ⊂ R → R é diferenciável em x0 ∈ A se existe a ∈ R tal que
f (x0 + h) − f (x0 ) − ah
lim = 0.
h→0 |h|
Inspirado na observação anterior temos a seguinte definição de diferenciabilidade para
funções de duas variáveis.
Definição 19. Sejam A ⊂ R2 um aberto, f : A → R uma função e (x0 , y0 ) ∈ A. Dizemos
que f é diferenciável em (x0 , y0) se existem a, b ∈ R tais que
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0) − ah − bk
lim = 0.
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
Exemplo: Prove que a função f (x, y) = x2 y é diferenciável em todo ponto (x0 , y0) ∈ R2 .
Considere a = 2x0 y0 e b = x20 . Temos
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0) − ah − bk
lim =
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
2x0 hk + h2 y0 + h2 k
lim √ =
(h,k)→(0,0) h2 + k 2
h h h
lim 2x0 k √ + hy0 √ + hk √ = 0.
(h,k)→(0,0) h2 + k 2 h2 + k 2 h2 + k 2
h
Na última linha acima usamos o fato que a função √ é limitada e as funções 2x0 k,
h2 + k2
hy0 e hk tendem a zero quando (h, k) → (0, 0).
Teorema 3. Sejam A ⊂ R2 um aberto, f : A → R uma função e (x0 , y0) ∈ A. Se f é
diferenciável em (x0 , y0) então f é contı́nua em (x0 , y0).
E(h, k)
lim =0
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
30
E(h, k)
Observe que lim k(h, k)k = 0 e lim = 0 implica que lim E(h, k) =
(h,k)→(0,0) (h,k)→(0,0) k(h, k)k (h,k)→(0,0)
0.
Observamos ainda que lim [ah+bk] = 0. Portanto, passando o limite quando (h, k) →
(h,k)→(0,0)
(0, 0) na expressão f (x0 + h, y0 + k) = f (x0 , y0 ) + ah + bk + E(h, k), obtemos
Portanto
lim f (x, y) = f (x0 , y0 ),
(x,y)→(x0 ,y0 )
concluindo a demonstração.
31
Aula 12: 04/04/2013
∂f
ou seja, (x0 , y0 ) = a.
∂x
Analogamente, fazendo h = 0 temos
∂f
ou seja, (x0 , y0 ) = b.
∂y
∂f ∂f
E(h, k) = f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − (x0 , y0 ).h + (x0 , y0 ).k.
∂x ∂y
Observações:
1. Se uma das derivadas parciais não existir, então f não será diferenciável nesse ponto.
2. Se ambas derivadas parciais existirem em (x0 , y0 ), mas o limite do corolário anterior não
existir ou não for zero, então f não será diferenciável em (x0 , y0 ).
32
Exemplos:
p
1. A função f : R2 → R dada por f (x, y) = x2 + y 2 é contı́nua em (0, 0), mas não é
diferenciável nesse ponto.
De fato, as funções h(x, y) = x2 e m(x, y) = y 2 são contı́nuas logo a função n(x, y) =
2 2
(h + m)(x,
√ y) = x + y é contı́nua. Sabemos do curso de Cálculo I que a função
r(u) = u é contı́nua. E comop a composição de funções contı́nua é uma função contı́nua,
concluı́mos que f (x, y) = x2 + y 2 = r(n(x, y)) é contı́nua em qualquer ponto (x, y).
Em particular ela é contı́nua em (0, 0).
Para provar que f não é diferenciável em (0, 0) veremos que f não possui as derivadas
parciais em (0, 0). Observe que
√
∂f f (x, 0) − f (0, 0) x2
(0, 0) = lim = lim .
∂x x→0 x−0 x→0 x
√ √
x2 x2
Esse limite não existe pois para x > 0 temos = 1 e para x < 0 temos = −1.
x x
∂f
Isto é, os limites laterais são distintos. O mesmo ocorre para (0, 0).
∂y
2. A função
2xy 2
, se (x, y) 6= (0, 0),
x2 + y 4
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0),
3. A função
x3
, se (x, y) 6= (0, 0),
x2 + y 2
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0),
x2
lim x=0 e é limitada
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
Portanto
x3
lim = 0 = f (0, 0).
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
33
∂f ∂f
Agora vamos verificar se existem as derivadas parciais (0, 0) e (0, 0).
∂x ∂y
x3
∂f f (x, 0) − f (0, 0) −0
x2 +02 x3
(0, 0) = lim = lim = lim 3 = 1
∂x x→0 x−0 x→0 x−0 x→0 x
Resta verificar se
E(h, k)
lim = 0,
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
h3
onde E(h, k) = f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − 1.h − 0.k = − h. Chame
h2 + k 2
h 3
E(h, k) h2 +k 2
−h −hk 2
G(h, k) = = √ = √ .
k(h, k)k h2 + k 2 (h2 + k 2 ) h2 + k 2
−t3 −t
lim G(α(t)) = lim √ = lim √ ,
t→0 t→0 (t2 + t2 ) 2t2 t→0 2 2|t|
Portanto o limite
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − 1.h − 0.k
lim
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
34
Terceira Lista de Exercı́cios
xy 2 ∂z ∂z
2. Considere a função z = x2 +y 2
. Verifique que x +y = z.
∂x ∂y
∂z ∂z
3. Considere a função z = xsen xy . Verifique que x +y = z.
∂x ∂y
4. Seja φ : R → R uma função de uma variável real, diferenciável e tal que φ′ (1) = 4. Seja
g(x, y) = φ( xy ). Calcule
∂g
(a) ∂x
(1, 1).
∂g
(b) ∂y
(1, 1).
(
x+y 4
∂f ∂f x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
5. Determine ∂x
e ∂y
sendo f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
(a) f (x, y) = x2 + y 2 .
(b) f (x, y) = 2x + y 3 .
(c) f (x, y) = x2 − 2xy + 3y 2 + x − y.
(d) f (x, y) = x4 + 4xy + y 4 .
(a) f (x, y) = x2 y 2.
1
(b) f (x, y) = .
xy
1
(c) f (x, y) = .
x+y
8. A função f é diferenciável? Justifique com detalhes.
x2 − y 2
(a) f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
x2 + y 2
35
x2 y
(b) f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
x2 + y 2
x4
(c) f (x, y) = 2 se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0.
x + y2
(d) f (x, y) = x4 + y 3 .
(e) f (x, y) = ln(1 + x2 + y 2 ).
(f) f (x, y) = cos(x2 + y 2).
9. Determine o conjunto dos pontos em que a função dada é diferenciável. Justifique com
detalhes.
xy
x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
(a) f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
x3
x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
(b) f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
(
xy 3
x2 +y 2
se (x, y) 6= (0, 0)
(c) f (x, y) = .
0 se (x, y) = (0, 0)
36
Aula 13: 08/04/2013
Agora vamos discutir uma condição suficiente para diferenciabilidade. Vamos mostrar que
se as derivadas parciais existem em todo ponto de uma vizinhança de (x0 , y0) e são funções
contı́nuas em (x0 , y0 ), então a função é diferenciável em (x0 , y0 ).
Antes de enunciarmos o teorema que dá uma condição suficiente de diferenciabilidade,
vamos recordar um dos mais importantes teoremas do curso de Cálculo I.
f (b) − f (a)
= f ′ (c).
b−a
f (a + h) − f (a) = f ′ (c)h.
Demonstração: Como A é aberto e (x0 , y0) ∈ A, segue que existe uma bola aberta de
centro em (x0 , y0 ) contida em A. Sejam h e k números reais pequenos o suficiente para que
(x0 + h, y0 + k) ∈ B. Podemos escrever
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − (x0 , y0 )h − (x0 , y0)k =
∂x ∂y
∂f ∂f ∂f ∂f
(x̄, y0 + k) − (x0 , y0) h + (x0 , ȳ) − (x0 , y0) k.
∂x ∂x ∂y ∂y
37
√
Dividindo a expressão por k(h, k)k = h2 + k 2 temos
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ∂x
(x0 , y0 )h − ∂y
(x0 , y0 )k
=
k(h, k)k
∂f ∂f h ∂f ∂f k
(x̄, y0 + k) − (x0 , y0 ) √ + (x0 , ȳ) − (x0 , y0) √ .
∂x ∂x h2 + k 2 ∂y ∂y h2 + k 2
Agora fazemos o limite com (h, k) tendendo a (0, 0). Pelo fato das funções derivadas parciais
∂f
∂x
e ∂f
∂y
serem contı́nuas em (x0 , y0 ) segue que as expressões entre colchetes na equação anterior
tendem a zero. Por outro lado, as funções √h2h+k2 e √h2k+k2 são limitadas. Concluı́mos que
∂f ∂f
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ∂x
(x0 , y0)h − ∂y
(x0 , y0 )k
lim = 0.
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
38
Calculando agora
∂f ∂f
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − ∂x
(0, 0)h − ∂y
(0, 0)k
lim =
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
h2 + k 2 1 √ 1
lim √ sen 2 2
= lim h2 + k 2 sen 2 = 0,
(h,k)→(0,0) 2
h +k 2 h +k (h,k)→(0,0) h + k2
√ 1
pois h2 + k 2 tende a zero e sen h2 +k 2 é limitada.
Passamos agora a provar que as derivadas parciais não são contı́nuas em (0, 0). Vimos que
∂f
∂x
(0, 0) = 0. Nos pontos (x, y) 6= (0, 0) derivamos usando a regra do produto e obtemos
1 2x 1
2xsen 2 − 2 cos 2 , se (x, y) 6= (0, 0),
∂f
x +y 2 x +y 2 x + y2
(x, y) =
∂x
0, se (x, y) = (0, 0).
∂f
lim (α(t))
t→0 ∂x
∂f
não existe. Logo ∂x
não é contı́nua em (0, 0).
∂f
De modo análogo prova-se que ∂y
não é contı́nua em (0, 0).
39
Aula 14: 11/04/2013
Vimos que se uma função f : A ⊂ R2 → R, com A aberto, é diferenciável em (x0 , y0) ∈ A
temos
f (x0 + h, y0 + k) − f (x0 , y0 ) − ∂f
∂x
(x0 , y0)h − ∂f
∂y
(x0 , y0 )k
lim = 0.
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
Chamando x = x0 + h e y = y0 + k temos
∂f ∂f
f (x, y) − f (x0 , y0 ) − ∂x
(x0 , y0)(x − x0 ) − ∂y
(x0 , y0 )(y − y0 )
lim = 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) k(x, y) − (x0 , y0)k
Agora vamos chamar
Portanto temos
f (x, y) = T (x, y) + E(x, y) com
E(x, y)
lim = 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) k(x, y) − (x0 , y0 )k
Observações:
1. A função T (x, y) é a única função afim (isto é, uma função que tem como gráfico um
plano) que aproxima f (x, y) com um erro E(x, y) que tende a zero “mais rapidamente”
que k(x, y) − (x0 , y0 )k quando (x, y) tende a (x0 , y0).
40
Exemplo: Seja f (x, y) = 3x3 y − x2 . Determine as equações do plano tangente e da reta
normal ao gráfico de f pelo ponto (1, 1, f (1, 1)).
Calculando f (1, 1) obtemos f (1, 1) = 3.13 .1 − 12 = 2. As derivadas parciais são dadas
por ∂f
∂x
(x, y) = 9x2 y − 2x e ∂f
∂y
(x, y) = 3x3 . Calculando no ponto (1, 1) vem ∂f ∂x
(1, 1) = 7 e
∂f ∂f ∂f
∂y
(1, 1) = 3. Como a equação do plano tangente é z −f (1, 1) = ∂x (1, 1)(x−1)+ ∂y (1, 1)(y −1)
obtemos z − 2 = 7(x − 1) + 3(y − 1), ou seja, a equação do plano tangente é
7x + 3y − z = 8
e a reta normal é
(x, y, z) = (1, 1, 2) + λ(7, 3, −1), λ ∈ R.
2y − z = 1
Exemplo: Determine o plano que passa pelos pontos (1, 1, 2) e (−1, 1, 1) e que seja tangente
ao gráfico de f (x, y) = xy.
Seja (a, b, f (a, b)) o ponto em que o plano tangencia o gráfico de f . Esse plano é dado por
Como os pontos (1, 1, 2) e (−1, 1, 1) pertencem ao plano, basta substituir esses valores na
equação do plano e determinar os valores de a e b. Temos
b + a − 2 = ab,
−b + a − 1 = ab.
x + 6y − 2z = 3.
x3
Exemplo: Considere f (x, y) = . Mostre que todos os planos tangentes ao gráfico de
x2 + y 2
f passam pela origem.
Calculando as derivadas parciais temos
41
∂f −x3 (2y) −2x3 y
(x, y) = 2 = .
∂y (x + y 2 )2 (x2 + y 2 )2
Os planos tangentes ao gráfico de f pelo ponto (a, b, f (a, b)) são dados por
a3 a4 + 3a2 b2 −2a3 b
z− = (x − a) + (y − b).
a2 + b2 (a2 + b2 )2 (a2 + b2 )2
f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − ∂f
∂x
(0, 0)h − ∂f
∂y
(0, 0)k hk 2
G(h, k) = √ =√
h2 + k 2 h2 + k 2
e escolhendo o caminho α(t) = (t, t) temos
t3 1 t
lim G(α(t)) = lim √ = lim √
t→0 t→0 2t2 2t2 t→0 2 2 |t|
o qual não existe.
42
Aula 15: 15/04/2013
43
Aula 16: 18/04/2013
x
1. Esboce as curvas de nı́veis −1, 0 e 2 da função f (x, y) = .
3x + 5y
xy(x − y)
(b) lim .
(x,y)→(0,0) x4 + y 4
(
xy 2
x2 +y 2
, se (x, y) 6= (0, 0)
4. Considere a função f (x, y) = .
0, se (x, y) = (0, 0)
Boa Prova!
44
Resolução da Prova
c=0
c = −1
c=2
(b) Considere um ponto qualquer (x0 , y0 ) de A onde 0 < x0 < 1 e 0 < y0 < 1. Se
tomar ε < max{|x0 |, |1 − x0 |, |y0|, |1 − y0 |}, então a bola aberta de centro (x0 , y0)
e raio ε está contida em A. Por outro lado, para todo ponto (x0 , y0 ) de A, com
y0 = 1, não é possı́vel encontrar uma bola aberta centrada nesse ponto e contida
em A. Assim, o conjunto B formado pelos pontos interiores de A é:
(c) O conjunto A não é abertoporque ele possui pontos que não são pontos interiores.
Por exemplo o ponto 21 , 1 .
45
xy 2 y2
3. (a) A função pode ser escrita como x. . Usando o fato que a função
x2 + y 2 x2 + y 2
y2
é limitada e a função x tende a zero quando (x, y) tende a (0, 0). Con-
x2 + y 2
cluı́mos que
xy 2
lim = 0.
(x,y)→(0,0) x2 + y 2
(b) O limite não existe. Pois se considerarmos o caminho α(t) = (t, −t) teremos
−2t3 −1
lim f (α(t)) = lim 4
= lim .
t→0 t→0 2t t→0 t
(c) Do item anterior temos os valores das derivadas parciais em (0, 0). Assim, a função
erro é dada por
∂f ∂f hk 2
E(h, k) = f (0 + h, 0 + k) − f (0, 0) − (0, 0)h − (0, 0)k = 2 .
∂x ∂x h + k2
Para que f seja diferenciável em (0, 0) terı́amos que ter
E(h, k) h k2
lim √ = lim √ = 0.
(h,k)→(0,0) h2 + k 2 (h,k)→(0,0) h2 + k 2 h2 + k 2
Porém, escolhendo o caminho α(t) = (t, t) teremos o limite
1 t
√ lim ,
2 2 t→0 |t|
o qual não existe pois possui limites laterais distintos.
46
Aula 17: 22/04/2013
Sejam A ⊂ R2 um aberto e f : A → R uma função diferenciável em (x0 , y0) ∈ A. Considere
a transformação linear (função linear)
∂f ∂f
L : R2 → R dada por L(h, k) = (x0 , y0 )h + (x0 , y0)k.
∂x ∂y
E(h, k)
lim =0
(h,k)→(0,0) k(h, k)k
∆f ∼
= df.
47
Exemplo: Seja f : R2 → R dada por f (x, y) = x2 y.
1. Calcule a diferencial df .
2. Usando a diferencial, calcule um valor aproximado para ∆f , quando passa de x = 1 e
y = 2 para x = 1, 02 e y = 2, 01.
3. Qual é o erro cometido na aproximação.
Solução: Para o ı́tem 1., a diferencial é dada por
∂f ∂f
df = (x, y)dx + (x, y)dy.
∂x ∂y
Portanto
df = 2xydx + x2 dy.
Para o ı́tem 2., usamos o fato que ∆f ∼
= df . Daı́
∆f ∼
= df = 2xydx + x2 dy = 2.1.2.(0, 02) + 12 .(0, 01) = 0, 08 + 0, 01 = 0, 09.
Para o ı́tem 3., calculamos ∆f e depois comparamos com df .
∆f = f (1.02, 2.01) − f (1, 2) = (1.02)2 (2.01) − 2 = 0.091204
Portanto o erro é 0.001204.
Exemplo: Calcule um valor aproximado para a variação ∆A na área de um retângulo quando
os lados variam de x = 2 e y = 3 para x = 2.01 e y = 2.97.
Solução: Considere a função A(x, y) = xy. Logo
∂A ∂A
dA = (x, y)dx + (x, y)dy = ydx + xdy.
∂x ∂y
Logo
∆A ∼
= dA = 3(0.01) + 2(−0.03) = −0.03
Por curiosidade ∆A = (2.01)(2.97) − (2)(3) = 5.9697 − 6 = −0.0303, logo o erro cometido é
de 0.0003.
48
Quarta Lista de Exercı́cios
5. Seja β um plano que é tangente aos gráficos de f (x, y) = 2+x2 +y 2 e g(x, y) = −x2 −y 2 .
Mostre que a2 + b2 = 1, sendo (a, b, f (a, b) o ponto em que β tangencia o gráfico de f .
6. Calcule a diferencial.
(a) z = x3 y 2.
(b) z = sen(xy).
(c) T = ln(1 + p2 + v 2 ).
2 −y 2
7. Seja z = xex .
(a) f (x, y) = x2 y.
(b) f (x, y) = xy .
2 −y 2
(c) f (x, y) = ex .
49
Aula 18: 25/04/2013
α′ ( π2 )
(0, 2)
E(x, y)
com lim = 0.
(x,y)→(x0 ,y0 ) k(x, y) − (x0 , y0 )k
50
Substituindo x = γ1 (t) e y = γ2 (t) temos
∂f ∂f
f (γ(t)) − f (γ(t0 )) = (γ(t0 ))(γ1 (t) − γ1 (t0 )) + (γ(t0 ))(γ2 (t) − γ2 (t0 )) + E(γ(t)).
∂x ∂y
Em outras palavras
Dai a derivada é F ′ (t) = 5t4 . Agora vamos calcular usando a fórmula da Regra da Cadeia
F ′ (t) = h∇(γ(t)), γ ′(t)i. Observe que
∂f ∂f
(x, y) = y ⇒ (γ(t)) = t2 ,
∂x ∂x
∂f ∂f
(x, y) = x ⇒ (γ(t)) = t3 .
∂y ∂y
Dai temos
h∇(γ(t)), γ ′ (t)i = h(t2 , t3 ), (3t2 , 2t)i = 3t4 + 2t4 = 5t4 .
51
Aula 19: 29/04/2013
Agora veremos uma outra notação para a Regra da Cadeia. Fazendo γ(t) = (x(t), y(t))
temos
∂f ∂f ′ dx dy
∇f (γ(t)) = (x(t), y(t)), (x(t), y(t)) e γ (t) = (t), (t) .
∂x ∂y dt dt
Omitindo a variável t na fórmula F ′ (t) = h∇(γ(t)), γ ′ (t)i obtemos
dF ∂f dx ∂f dy
= + .
dt ∂x dt ∂y dt
2 dz
Exemplo: Sejam z = f (x, y) = x2 y, x = x(t) = et e y = y(t) = 2t + 1. Calcule .
dt
Utilizando a fórmula anterior temos
dz ∂f dx ∂f dy 2 2 2 2 2
= + = 2xy[2tet ] + x2 [2] = 2et (2t + 1)(2tet ) + [et ]2 2 = e2t [8t2 + 4t + 2].
dt ∂x dt ∂y dt
De uma outra forma, calculando a composta primeiro temos
2 dz 2 2 2
z = x2 y = e2t (2t + 1) ⇒ = 4te2t (2t + 1) + e2t 2 = e2t [8t2 + 4t + 2].
dt
2
Exemplo: Seja F (t) = f (et , sent) onde f (x, y) é uma função diferenciável.
1. Expresse F ′ (t) em termos das derivadas parciais de f .
∂f
2. Calcule F ′ (0) sabendo que (1, 0) = 5.
∂y
Solução: Para o ı́tem 1. temos
∂f t2 2 ∂f t2
F ′ (t) = (e , sent).2tet + (e , sent). cos t.
∂x ∂y
Para o ı́tem 2. temos
∂f ∂f ∂f
F ′ (0) = 2.0.e0 (1, 0) + 1 (1, 0) = (1, 0) = 5.
∂x ∂y ∂y
Exemplo: Suponha que f : R2 → R é diferenciável e que f (3x + 1, 3x − 1) = 4 para todo x.
Mostre que
∂f ∂f
(3x + 1, 3x − 1) = − (3x + 1, 3x − 1).
∂x ∂y
Solução: Chamando x = t e derivando vem
∂f dx ∂f dy ∂f ∂f
0= (3t + 1, 3t − 1) + (3t + 1, 3t − 1) = 3 (3t + 1, 3t − 1) + 3 (3t + 1, 3t − 1).
∂x dt ∂y dt ∂x ∂y
Daı́, dividindo por 3 e voltando a chamar t = x temos o requerido.
Sejam A ⊂ R2 e B ⊂ R2 conjuntos abertos, f : A → R e g, h : B → R funções
diferenciáveis tais que g(B) × h(B) ⊂ A. Considere a função F : B → R dada por F (u, v) =
f (g(u, v), h(u, v)). O objetivo agora é calcular
∂F ∂F
e .
∂u ∂v
52
∂F
Para calcular ∂u
, basta fazer v constante e aplicar a regra da cadeia. Portanto temos
∂F ∂f ∂g ∂f ∂h
= + .
∂u ∂x ∂u ∂y ∂u
∂F
Para calcular ∂v
, basta fazer u constante e aplicar a regra da cadeia. Portanto temos
∂F ∂f ∂g ∂f ∂h
= + .
∂v ∂x ∂v ∂y ∂v
∂F ∂F
Exemplo: Seja F (r, θ) = f (x, y), onde x = r cos θ e y = rsenθ, calcule e .
∂r ∂θ
Utilizando a fórmula anterior temos
∂F ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂f
(r, θ) = (x, y) (r, θ) + (x, y) (r, θ) = (x, y) cos θ + (x, y)senθ
∂r ∂x ∂r ∂y ∂r ∂x ∂y
e
∂F ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂f
(r, θ) = (x, y) (r, θ) + (x, y) (r, θ) = (x, y)(−rsenθ) + (x, y)r cos θ,
∂θ ∂x ∂θ ∂y ∂θ ∂x ∂y
portanto
∂F ∂f ∂f
(r, θ) = cos θ (r cos θ, rsenθ) + senθ (r cos θ, rsenθ)
∂r ∂x ∂y
e
∂F ∂f ∂f
(r, θ) = −rsenθ (r cos θ, rsenθ) + r cos θ (r cos θ, rsenθ).
∂θ ∂x ∂y
A idéia agora é calcular a derivada g ′(x) de uma função derivável y = g(x) definida
implicitamente por uma equação f (x, y) = 0, onde f é uma função diferenciável. Sabemos
que f (x, g(x)) = 0 para todo x. Então é só derivar e aplicar a regra da cadeia. Logo
∂f dx ∂f dg
(x, y) + (x, y) (x) = 0
∂x dx ∂y dx
isto é
∂f ∂f
(x, y) + (x, y)g ′(x) = 0,
∂x ∂y
portanto temos
∂f
(x, y)
g ′(x) = − ∂x ,
∂f
(x, y)
∂y
53
∂f
desde que (x, y) 6= 0.
∂y
No exemplo anterior temos f (x, y) = x2 + y 2 − 1, logo
∂f
(x, y) 2x x
g ′(x) = − ∂x =− = −√ .
∂f 2y 1 − x2
(x, y)
∂y
54
Aula 20: 02/05/2013
Analogamente, pode-se calcular a derivada h′ (y) de uma função derivável x = h(y) definida
implicitamente por uma equação f (x, y) = 0, onde f é uma função diferenciável. Sabemos
que f (h(y), y) = 0 para todo y. Então é só derivar e aplicar a regra da cadeia. Logo
∂f dh ∂f dy
(x, y) (y) + (x, y) = 0
∂x dy ∂y dy
isto é
∂f ∂f
(x, y)h′(y) + (x, y) = 0,
∂x ∂y
portanto temos
∂f
(x, y)
∂y
h′ (y) = − ,
∂f
(x, y)
∂x
∂f
desde que (x, y) 6= 0.
∂x
Exemplo: A função diferenciável y = y(x) é definida implicitamente pela equação y 3 + xy +
dy
x3 = 3. Expresse em termos de x e y.
dx
Solução 1 : Considere f (x, y) = y 3 + xy + x3 − 3. Daı́ temos
∂f
(x, y) 3x2 + y
y ′ (x) = − ∂x =− 2 .
∂f 3y + x
(x, y)
∂y
3x2 + y
y ′ (x)(3y 2 + x) + (3x2 + y) = 0 ⇒ y ′(x) = − .
3y 2 + x
Exemplo: Suponha que a função diferenciável z = g(x, y) é dada implicitamente pela equação
∂g ∂g
f (x, y, z) = 0, onde f é diferenciável. Calcule e .
∂x ∂y
∂z
Solução: Para obter , derivamos em relação a x a expressão
∂x
f (x, y, g(x, y)) = 0.
Logo
∂f ∂ ∂f ∂ ∂f ∂
(x, y, z) [x] + (x, y, z) [y] + (x, y, z) [g(x, y)] = 0.
∂x ∂x ∂y ∂x ∂z ∂x
55
∂ ∂
Usando o fato que ∂x
[x] =1e ∂x
[y] = 0 temos
∂f
∂g (x, y, z)
(x, y) = − ∂x .
∂x ∂f
(x, y, z)
∂z
56
Quinta Lista de Exercı́cios
1. Seja f (x, y) = x2 + y 2 e seja γ(t) = (x(t), y(t)) uma curva diferenciável cuja imagem
está contida na curva de nı́vel f (x, y) = 1. Seja γ(t0 ) = (x0 , y0). Prove que o produto
escalar de γ ′ (t0 ) com ∇f (x0 , y0 ) é zero. Interprete geometricamente.
dz
2. Calcule dt
nos casos abaixo.
(a) z = senxy, x = 3t e y = t2 .
(b) z = x2 + 3y 2, x = sent e y = cost.
(c) z = ln(1 + x2 + y 2 ), x = sen3t e y = cos3t.
∂f ∂f
4y (x, y) − x (x, y) = 2.
∂x ∂y
∂f ∂f
4y (x, y) − x (x, y) = 0.
∂x ∂y
x2
Prove que f é constante sobre a elipse 4
+ y 2 = 1.
7. A imagem da curva γ(t) = (2t, t2 , z(t)) está contida no gráfico de z = f (x, y). Sabe-se
que f (2, 1) = 3, ∂f
∂x
(2, 1) = 1 e ∂f
∂y
(2, 1) = −1 Determine a equação da reta tangente a γ
no ponto γ(1).
∂f ∂f
x (x, y) − y (x, y) = 0.
∂x ∂y
9. Sejam f = f (t) e g = g(x, y) funções diferenciáveis tais que g(t, f (t)) = 0, para todo
∂g ∂g
t. Suponha que f (0) = 1, ∂x (0, 1) = 2 e ∂y (0, 1) = 4. Determine a equação da reta
tangente a γ(t) = (t, f (t)), no ponto γ(0).
57
10. Sejam f = f (x, y, z) e g = g(x, y) funções diferenciáveis tais que para todo (x, y) no
domı́nio de g, f (x, y, g(x, y)) = 0. Suponha que g(1, 1) = 3, ∂f
∂x
(1, 1, 3) = 2, ∂f
∂y
(1, 1, 3) =
∂f
5 e ∂z (1, 1, 3) = 10. Determine a equação do plano tangente ao gráfico de g, no ponto
(1, 1, 3).
x y z
11. Seja F (x, y, z) = f y , z , x . Mostre que
∂F ∂F ∂F
x +y +z = 0.
∂x ∂y ∂z
58
Aula 21: 06/05/2013
∂F
Observação: No Teorema das Funções Implı́citas, se a hipótese (x0 , y0 ) 6= 0 for subs-
∂y
∂F
tituı́da por (x0 , y0 ) 6= 0, então existirão intervalos I e J, com x0 ∈ I e y0 ∈ J, tais que
∂x
para cada y ∈ J, existe um único h(y) ∈ I, com F (h(y), y) = 0. A função h : J → I é
diferenciável e
∂F
(h(y), y)
′ ∂y
h (y) = − .
∂F
(h(y), y)
∂x
∂F ∂F
(x, y, g(x, y)) (x, y, g(x, y))
∂g ∂x ∂f ∂y
(x, y) = − e (x, y) = − .
∂x ∂F ∂y ∂F
(x, y, g(x, y)) (x, y, g(x, y))
∂z ∂z
Exemplo: Mostre que a equação ex+y+z + xyz = 1 define implicitamente pelo menos uma
∂g ∂g
função diferenciável z = g(x, y) e expresse ∂x e ∂y em temos de x, y e z.
Solução: Considere a função de classe C 1 dada por F (x, y, z) = ex+y+z + xyz − 1. Temos que
∂F
(x, y, z) = ex+y+z + xy. Portanto fazendo (x0 , y0, z0 ) = (0, 0, 0) temos F (x0 , y0, z0 ) = 0 e
∂z
∂F
(x0 , y0, z0 ) = 1 6= 0. Portanto, pelo Teorema das Funções Implı́citas, segue que existe uma
∂z
59
função diferenciável z = g(x, y) que é definida implicitamente por ex+y+z + xyz = 1 e suas
derivadas parciais são dadas por
∂F
∂g (x, y, z) ex+y+z + yz
(x, y) = − ∂x = − x+y+z
∂x ∂F e + xy
(x, y, z)
∂z
e
∂F
(x, y, z)
∂g ∂y ex+y+z + xz
(x, y) = − = − x+y+z .
∂y ∂F e + xy
(x, y, z)
∂z
Observe na figura 30 que o vetor v é tangente à curva de nı́vel que passa por (1, 1).
(1, 1)
60
E quando tomamos o vetor u = (0, 1) e calculamos a derivada direcional, obtemos
∂f
(x0 , y0 ) = g ′ (0).
∂u
∂f
Portanto a derivada direcional ∂u (x0 , y0 ) é o coeficiente angular da reta tangente ao gráfico de
f , no ponto (x0 , y0 , f (x0 , y0 )), e que está contida no plano que passa pelo ponto (x0 , y0 , f (x0 , y0 ))
e possui vetores diretores (a, b, 0) e (0, 0, 1). Nesse caso, se β é o ângulo que essa reta tangente
∂f
faz com o plano z = 0, temos ∂u (x0 , y0 ) = tan β. Veja a figura 31.
u
β (x0 , y0)
61
Aula 22: 09/05/2013
A partir de agora veremos qual a relação que existe entre o vetor gradiente e as curvas de
nı́vel de uma função diferenciável.
Aproveitamos esse momento para recordar que um vetor u é perpendicular a um vetor w
se, e somente se,
hu, wi = 0.
Definição 28. Dizemos que um vetor v ∈ R2 é perpendicular a uma curva γ : I → R2 em
t = t0 se v é perpendicular ao vetor tangente à curva γ no ponto γ(t0 ), isto é, se
hv, γ ′ (t0 )i = 0.
√ √
Exemplo: Considere a curva γ : [0, 2π] → R2 dada por γ(t) = ( 2sent, 2 cos t). Mostre
que o vetor u = (3, 3) é perpendicular à curva γ no ponto t = π4 .
Solução: Inicialmente
√ observamos que o traço da√curva γ está √ contido na circunferência de
centro (0, 0) e raio 2. Para ver isso, chame x = 2sent e y = 2 cos t. Logo temos
√ √
x2 + y 2 = ( 2sent)2 + ( 2 cos t)2 = 2(cos2 t + sen2 t) = 2.
π ′
√ √
Agora provemos que u é perpendicular a γ em t = 4
. Como γ (t) = ( 2 cos t, − 2sent),
′ π
√ √2 √ √2
então γ ( 4 ) = ( 2 2 , − 2 2 ) = (1, −1). Portanto temos
62
Exemplo: Considere a função diferenciável f (x, y) = x3 y 3 − xy. Seja γ(t) uma curva diferen-
ciável que passa pelo ponto (1, 2) e que está contida na curva de nı́vel f (x, y) = 6. Determine
a equação da reta tangente à curva γ(t) passando pelo ponto (1, 2).
h(a, b), (x − x0 , y − y0 )i = 0.
Agora passamos a resolver o exercı́cio. Pelo teorema anterior sabemos que ∇f (1, 2) é perpen-
dicular a curva γ no ponto (1, 2). Temos que
∂f ∂f
∇f (1, 2) = (1, 2), (1, 2) .
∂x ∂y
∂f ∂f
E como g ′ (0) = ∂u
(x0 , y0 ) segue que (x0 , y0 ) = h∇f (x0 , y0 ), ui.
∂u
63
Aula 23: 13/05/2013
Antes de enunciarmos o próximo resultado, recordamos um resultado de Geometria Analı́tica
∇f (x0 , y0)
u= .
k∇f (x0 , y0)k
∂f
E nesse caso, o valor de (x0 , y0 ) é k∇f (x0 , y0 )k.
∂u
∂f
Demonstração: Pelo Teorema 10 temos ∂u
(x0 , y0 ) = h∇f (x0 , y0 ), ui, e pela observação
anterior ao Teorema 11 temos
4. Estando em (1, 1), que direção e sentido deve-se tomar para que f cresça mais rapida-
mente?
Solução: ∇f (x, y) = (2xy, x2) =⇒ ∇f (1, 1) = (2, 1).
√ √ √ √ √
∂f 2
1. ∂v
(1, 1) = h∇f (1, 1), ( 2
, 22 )i = h(2, 1), ( 2
2
, 22 )i = 3 2
2
.
64
∇f (1,1)
2. u = = = ( √25 , √15 ).
√1 (2, 1)
k∇f (1,1)k 5
√
3. O valor máximo é k∇f (1, 1)k = 5.
4. Deve-se tomar a direção e sentido de v = ( √25 , √15 ).
Exemplo: Admita que T (x, y) = x2 + 3y 2 represente a distribuição de temperatura no plano
xy, isto é, T (x, y) é a temperatura no ponto (x, y). Estando em (2, 21 ), qual é a direção e
sentido de maior crescimento da temperatura?
Solução: É a direção e sentido do vetor gradiente ∇T (2, 12 ). E como ∇T (x, y) = (2x, 6y),
então é a direção e sentido do vetor (4, 3).
∂2f
∂ ∂f ∂
12x3 y 5 − 12x2 y = 60x3 y 4 − 12x2 ,
(x, y) = (x, y) =
∂y∂x ∂y ∂x ∂y
∂2f
∂ ∂f ∂
15x4 y 4 − 4x3 = 60x4 y 2,
2
(x, y) = (x, y) =
∂y ∂y ∂y ∂y
∂2f
∂ ∂f ∂
15x4 y 4 − 4x3 = 60x3 y 4 − 12x2 .
(x, y) = (x, y) =
∂x∂y ∂x ∂y ∂x
65
Aula 24: 16/05/2013
Exemplo: Considere a função
xy 3
, se (x, y) 6= (0, 0),
x2 + y 2
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0).
∂2f ∂2f
Calcule (0, 0) e (0, 0).
∂x∂y ∂y∂x
∂f
Solução: Vamos calcular . Inicialmente para os pontos (x, y) 6= (0, 0).
∂y
∂f 3xy 2 (x2 + y 2) − xy 3 (2y) 3x3 y 2 + xy 4
(x, y) = = .
∂y (x2 + y 2 )2 (x2 + y 2)2
Agora para o ponto (0, 0)
∂f f (0, t) − f (0, 0)
(0, 0) = lim = 0.
∂y t→0 t
∂f
Portanto a função é dada por
∂y
3x3 y 2 + xy 4
, se (x, y) 6= (0, 0),
∂f
(x2 + y 2)2
(x, y) =
∂y
0, se (x, y) = (0, 0).
66
Agora podemos calcular a derivada de segunda ordem
∂f t5 −0
(0, t) − ∂f (0, 0) −0 t5
∂ ∂f ∂x ∂x t4
(0, 0) = lim = lim = lim = 1.
∂y ∂x t→0 t t→0 t t→0 t5
Considere
Logo
H(h, k) = ϕ(x0 + h) − ϕ(x0 ) = ρ(y0 + k) − ρ(y0 ).
Pelo Teorema do Valor Médio, existe um t1 entre x0 + h e x0 tal que
′ ∂f ∂f
ϕ(x0 + h) − ϕ(x0 ) = ϕ (t1 ).h = (t1 , y0 + k) − (t1 , y0 ) h.
∂x ∂x
∂f
Pelo Teorema do Valor Médio aplicado à função g(t) = (t1 , t) temos que existe um s1 entre
∂x
y0 e y0 + k tal que
∂f ∂f ∂2f
(t1 , y0 + k) − (t1 , y0 ) = g(y0 + k) − g(y0 ) = g ′(s1 )k = (t1 , s1 ).k.
∂x ∂x ∂y∂x
Portanto temos
∂2f
H(h, k) = ϕ(x0 + h) − ϕ(x0 ) = (t1 , s1 )hk.
∂y∂x
Analogamente prova-se que existem t2 entre x0 + h e x0 e s2 entre y0 + k e y0 tais que
∂2f
H(h, k) = ρ(y0 + k) − ρ(y0 ) = (t2 , s2 )hk.
∂x∂y
67
E portanto concluı́mos que
∂2f ∂2f
(t1 , s1 ) = (t2 , s2 ).
∂y∂x ∂x∂y
Fazendo-se h → 0 e k → 0 temos que t1 → x0 , t2 → x0 , s1 → y0 e s2 → y0 . E da continuidade
∂2f ∂2f
das funções ∂y∂x e ∂x∂y segue que
∂2f ∂2f
(x0 , y0 ) = (x0 , y0 ).
∂y∂x ∂x∂y
Exemplo: Seja f uma função de classe C 2 e seja ainda g(t) = f (3t, 2t + 1). Expresse g ′′ (t)
em termos das derivadas parciais de f .
Solução: Chame g(t) = f (x, y) com x = 3t e y = 2t + 1. Daı́ temos
d ∂f dx ∂f dy ∂f ∂f
g ′(t) = [f (x, y)] = + =3 +2 .
dt ∂x dt ∂y dt ∂x ∂y
Logo
′′ d ∂f d ∂f
g (t) = 3 (x, y) + 2 (x, y) .
dt ∂x dt ∂y
Mas
∂2f ∂2f
d ∂f ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy
(x, y) = (x, y) + (x, y) = 3 2 (x, y) + 2 (x, y)
dt ∂x ∂x ∂x dt ∂y ∂x dt ∂x ∂y∂x
e
∂2f ∂2f
d ∂f ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy
(x, y) = (x, y) + (x, y) = 3 (x, y) + 2 2 (x, y)
dt ∂y ∂x ∂y dt ∂y ∂y dt ∂x∂y ∂y
Portanto
2
∂2f
2
∂2f
′′ ∂ f ∂ f
g (t) = 3 3 2 (x, y) + 2 (x, y) + 2 3 (x, y) + 2 2 (x, y) ,
∂x ∂y∂x ∂x∂y ∂y
e usando o Teorema de Schwarz obtemos
∂2f ∂2f ∂2f
g ′′(t) = 9 (x, y) + 12 (x, y) + 4 (x, y),
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
onde x = 3t e y = 2t + 1.
68
Sexta Lista de Exercı́cios
1. Mostre que cada uma das equações abaixo define implicitamente pelo menos uma função
dy
diferenciável y = y(x). Expresse dx em termos de x e y.
(a) x2 y + seny = x.
(b) y 4 + x2 y 2 + x4 = 3.
5. É dada uma curva γ que passa pelo ponto γ(t0 ) = (1, 3) e cuja imagem está contida na
curva de nı́vel x2 + y 2 = 10. Suponha que γ ′ (t0 ) 6= (0, 0).
7. Determine uma reta que seja tangente à elipse 2x2 + y 2 = 3 e paralela à reta 2x + y = 5.
9. Seja z = f (x, y) diferenciável em R2 e tal que ∇f (x, y) = g(x, y).(x, y), para todo (x, y)
em R2 , onde g(x, y) é uma função de R2 em R dada.
(a) Com argumentos geométricos, verifique que é razoável esperar que f seja constante
sobre cada circunferência de centro na origem.
69
(b) Prove que f é constante sobre cada circunferência de centro na origem.
Sugestão: g(t) = f (Rcost, Rsent) fornece os valores de f sobre a circunferência
x2 + y 2 = R2 .
∂f
10. Calcule (x0 , y0 ) sendo dados:
∂v
(a) f (x, y) = x2 − 3y 2, (x0 , y0 ) = (1, 2) e v o versor de (2, 1).
2 −y 2
(b) f (x, y) = ex , (x0 , y0) = (1, 1) e v = (3, 4).
x
(c) f (x, y) = arctg , (x0 , y0 ) = (3, 3) e v o versor de (1, 1).
y
x ∂f
11. Seja f (x, y) = x.arctg . Calcule (1, 1), onde u é unitário e aponta na direção e
y ∂u
sentido de maior crescimento de f no ponto (1, 1).
12. Uma função diferenciável f (x, y) tem, no ponto (1, 1), derivada direcional igual a 3 na
direção (3, 4) e igual a −1 na direção (4, −3). Calcule:
(a) ∇f (1, 1).
∂f
(b) (1, 1) onde v o versor de (1, 1).
∂v
13. Seja f (x, y) = xy. Determine a reta tangente ao gráfico de f no ponto (1, 2, f (1, 2)),
que forma com o plano xy ângulo máximo.
x3
14. Seja f (x, y) = se (x, y) 6= (0, 0) e f (0, 0) = 0. Mostre que
x2 + y 2
∂f
(0, 0) 6= ∇f (0, 0).u,
∂u
onde u = √1 , √1 . Explique.
2 2
∂2f ∂2f
15. Verifique que + = 0, onde f (x, y) = ln(x2 + y 2 ).
∂x2 ∂y 2
( 2 −y 2
xy xx2 +y 2 se (x, y) 6= (0, 0) ∂2f ∂2f
16. Seja f (x, y) = . Calcule (0, 0) e (0, 0).
0 se (x, y) = (0, 0) ∂x∂y ∂y∂x
17. Seja u = f (x − at) + g(x + at), onde f e g são duas funções quaisquer de uma variável
real e deriváveis até a segunda ordem. Verifique que
∂2u 2
2∂ u
= a .
∂t2 ∂x2
18. Expresse g ′′ (t) em termos de derivadas parciais de f , sendo g(t) = f (5t, 4t).
∂f
19. Considere a função z = x (2x, x3 ). Verifique que
∂x
2 2
dz ∂f 3 ∂ f 3 2∂ f 3
= (2x, x ) + x 2 (2x, x ) + 3x (2x, x ) .
dx ∂x ∂x∂y ∂y 2
70
Aula 25: 20/05/2013
Exemplo: Sejam f (x, y) = x5 y 4 , x = 3t e y = 2t + 1. Calcule g ′′ (t) sendo g(t) = f (3t, 2t + 1).
Solução: Pelo exemplo anterior temos
∂2f ∂2f ∂2f
g ′′(t) = 9 (x, y) + 12 (x, y) + 4 (x, y).
∂x2 ∂x∂y ∂y 2
Logo
∂f
Exemplo: Seja f (x, y) de classe C 2 e seja g dada por g(t) = t2 (x, y), onde x = t2 e y = t3 .
∂x
Expresse g ′(t) em termos das parciais de f .
Solução:
d ∂f 2 d ∂f
[g(t)] = 2t (x, y) + t (x, y) =
dt ∂x dt ∂x
∂f 2 ∂ ∂f dx ∂ ∂f dy
= 2t (x, y) + t (x, y) + (x, y) =
∂x ∂x ∂x dt ∂y ∂x dt
2
∂2f
∂f 2 ∂ f 2
= 2t (x, y) + t (x, y)2t + (x, y)3t
∂x ∂x2 ∂y∂x
Portanto
∂f ∂2f ∂2f
g ′ (t) = 2t (x, y) + 2t3 2 (x, y) + 3t4 (x, y),
∂x ∂x ∂y∂x
onde x = t2 e y = t3 .
P0 P1 = {P ∈ R2 : P = P0 + λ(P1 − P0 ) com 0 ≤ λ ≤ 1}
P0 P1 ∪ P1 P2 ∪ · · · ∪ Pn−1 Pn
71
3
1 2
P1
P4
P2
Demonstração: Considere g : [0, 1] → R dada por g(t) = f (P0 + t(P1 − P0 )). Como
f é diferenciável em A e P0 P1 ⊂ A, então g é contı́nua em [0, 1] e diferenciável em (0, 1).
Aplicando o Teorema do Valor Médio, existe t ∈ (0, 1) tal que
Pela Regra da Cadeia temos g ′ (t) = h∇f (γ(t)), γ ′(t)i, onde γ(t) = P0 + t(P1 − P0 ). Logo
γ ′ (t) = (P1 − P0 ). Portanto
72
P
Exemplos:
73
Aula 26: 23/05/2013
Observação: Pode ocorrer de uma função ter gradiente nulo em todos os pontos de um
aberto sem que seja constante nesse aberto. Por exemplo, considere o aberto A = {(x, y) ∈
R2 : 0 < x < 2, 0 < y < 1 e x 6= 1}, e f : A → R definida por
2, se 0 < x < 1 e 0 < y < 1,
f (x, y) =
1, se 1 < x < 2 e 0 < y < 1.
Demonstração: Seja P0 = (x0 , y0 ) um ponto de A. Vamos mostrar que para qualquer outro
ponto P = (x, y) ∈ A temos f (x, y) = f (x0 , y0 ). Como A é conexo por poligonais existem
pontos P1 , P2 , . . . , Pn = P em A tais que P0 P1 ∪ · · · ∪ Pn−1 Pn ⊂ A. Daı́, pela Generalização
do Teorema do Valor Médio, vale que para todo i = 1, 2, . . . , n, existe Pi interno a Pi−1 Pi tal
que
f (Pi ) − f (Pi−1 ) = h∇f (Pi ), (Pi − Pi−1 )i = h0, (Pi − Pi−1 )i = 0.
Portanto f (Pi ) = f (Pi−1) para todo i, e daı́ f (P ) = f (Pn−1 ) = · · · = f (P0 ), ou seja, f (x, y) =
f (x0 , y0 ).
Observações:
Demonstração: Considere h : A → R dada por h(x, y) = g(x, y) − f (x, y). Nesse caso
temos que h está definida em um conjunto aberto conexo por poligonais e
Daı́, usando o Teorema 14, temos que h é constante. Seja k tal que h(x, y) = k para todo
(x, y) em A. Logo g(x, y) − f (x, y) = k, ou seja, g(x, y) = f (x, y) + k.
74
Exemplo: F (x, y) = (xy, x2 − x3 y).
Definição 34. Um campo de vetores F : A → R2 dado por F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) é
conservativo se existe uma função ϕ : A → R diferenciável tal que ∇ϕ(x, y) = F (x, y) para
todo (x, y) de A. Nesse caso, a função ϕ é chamada função potencial de F .
Exemplo: Dado F (x, y) = (5x4 y 4 , 4x5 y 3), temos que a função ϕ(x, y) = x5 y 4 é uma função
potencial para F .
Uma pergunta natural que se pode fazer é a seguinte. Todos os campos de vetores são
conservativos? A resposta é que em geral não. Veremos a seguir uma condição necessária
para ser conservativo.
∂P ∂Q
= .
∂y ∂x
∂Q ∂2ϕ ∂2ϕ ∂P
= = = .
∂x ∂x∂y ∂y∂x ∂y
75
Aula 27: 27/05/2013
76
onde
∂f ∂f
P1 (x, y) = f (x0 , y0 ) +
(x0 , y0 )(x − x0 ) + (x0 , y0 )(y − y0 )
∂x ∂y
é chamado polinômio de Taylor de ordem 1 de f em (x0 , y0 ). E o erro
1 ∂2f ∂2f ∂2f
2 2
E1 (x, y) = (x, y)(x − x0 ) + 2 (x, y)(x − x0 )(y − y0 ) + 2 (x, y)(y − y0 )
2! ∂x2 ∂x∂y ∂y
é chamado resto de Lagrange de ordem 1.
∂3f ∂3f
2 3
+3 (x, y)(x − x0 )(y − y0 ) + 3 (x, y)(y − y0 ) .
∂x∂y 2 ∂y
77
De maneira análoga podemos calcular o polinômio de Taylor de ordem r
r
" i #
X 1 X i ∂if
Pr (x, y) = f (x0 , y0 ) + (x , y )(x − x0 )i−j (y − y0 )j
i! j ∂xi−j ∂y j 0 0
i=1 j=0
onde
i i!
= .
j j!(i − j)!
Exemplo: Calcule o polinômio de Taylor de ordem 3 da função f (x, y) = ex+5y no ponto
(x0 , y0 ) = (0, 0).
∂f
Solução: Inicialmente calculamos as derivadas parciais de ordem 1, 2 e 3. Temos (x, y) =
∂x
2 2 2
∂f ∂ f ∂ f ∂ f
ex+5y , (x, y) = 5ex+5y , 2
(x, y) = ex+5y , (x, y) = 5ex+5y , 2
(x, y) = 25ex+5y ,
∂y ∂x ∂x∂y ∂y
∂3f ∂ 3
f ∂ 3
f ∂ 3
f
(x, y) = ex+5y , (x, y) = 5ex+5y , (x, y) = 25ex+5y e (x, y) = 125ex+5y .
∂x3 ∂x2 ∂y ∂x∂y 2 ∂y 3
∂f ∂f ∂2f ∂2f ∂2f
Portanto temos (0, 0) = 1, (0, 0) = 5, 2 (0, 0) = 1, (0, 0) = 5, 2 (0, 0) = 25,
∂x ∂y ∂x ∂x∂y ∂y
∂3f ∂3f ∂3f ∂3f
(0, 0) = 1, (0, 0) = 5, (0, 0) = 25 e = 125.
∂x3 ∂x2 ∂y ∂x∂y 2 ∂y 3
Portanto o polinômio de Taylor é
1 1
P3 (x, y) = 1 + [1(x − 0) + 5(y − 0)] + [1(x − 0)2 + 2.5(x − 0)(y − 0) + 25(y − 0)2 ]
1! 2!
1
[1(x − 0) + 3.5(x − 0) (y − 0) + 3.25(x − 0)(y − 0)2 + 125(y − 0)3 ],
3 2
3!
e daı́
1 25 1 5 25 125 3
P3 (x, y) = 1 + x + 5y + x2 + 5xy + y 2 + x3 + x2 y + xy 2 + y .
2 2 6 2 2 6
78
Aula 28: 29/07/2013
nı́vel, e que intercepta o triângulo é a curva de nı́vel k = 3/2 e a de menor nı́vel é em k = −3.
Portanto o ponto de máximo global é (3/2, 3/2) e o ponto de mı́nimo global é (0, 3).
79
Figura 36: Gráfico de f .
O gráfico de f é dado na figura 36. Nesse caso, o ponto (0, 0) é um ponto de mı́nimo local,
(3, 0) é um ponto de máximo local e todos os pontos (x, y) que satisfazem x2 + y 2 = 4 são
pontos de máximo globais.
Demonstração: Se (x0 , y0 ) é um ponto de máximo local, então existe uma bola aberta B
de centro (x0 , y0 ) e raio ε > 0, tal que f (x, y) ≤ f (x0 , y0 ) para todo (x, y) ∈ B. Considere
g, h : (−ε, ε) → R dadas por g(t) = f (x0 + t, y0 ) e h(t) = f (x0 , y0 + t). Temos que h(t) ≤ h(0)
e g(t) ≤ g(0) para todo t ∈ (−ε, ε), ou seja, 0 é ponto de máximo para g e para h. Dai, por
∂f
resultado do Cálculo I, segue que g ′ (0) = 0 e h′ (0) = 0. Mas temos que g ′(0) = (x0 , y0 ) e
∂x
∂f
h′ (0) = (x0 , y0 ). Portanto (x0 , y0) é ponto singular de f .
∂y
Exemplo: A recı́proca do teorema anterior não é válida. Por exemplo, a função f (x, y) =
x2 −y 2 possui (0, 0) como ponto singular, mas (0, 0) não é nem ponto de máximo local e nem de
∂f ∂f
mı́nimo local. De fato, temos que (x, y) = 2x e (x, y) = −2y, ou seja, ∇f (0, 0) = (0, 0).
∂x ∂y
Porém f (0, 0) = 0 e existem pontos arbitrariamente próximos de (0, 0) nos quais f assume
valores positivos e pontos nos quais f assume valores negativos.
80
Aula 29: 01/08/2013
Teorema 18. Sejam f : A ⊂ R2 → R uma função de classe C 2 no aberto A e (x0 , y0) um
ponto de A, então
∂f ∂f
1. Se (x0 , y0 ) é um ponto de máximo local de f , então (x0 , y0 ) = 0, (x0 , y0) = 0,
∂x ∂y
∂2f ∂2f
(x ,
0 0y ) ≤ 0 e (x0 , y0) ≤ 0.
∂x2 ∂y 2
∂f ∂f
2. Se (x0 , y0) é um ponto de mı́nimo local de f , então (x0 , y0) = 0, (x0 , y0) = 0,
∂x ∂y
∂2f ∂2f
(x ,
0 0y ) ≥ 0 e (x0 , y0) ≥ 0.
∂x2 ∂y 2
Demonstração: A demonstração segue diretamente da demonstração do teorema anterior
∂2f ∂2f
simplesmente observando que g ′′ (0) = (x ,
0 0y ) e h′′
(0) = (x0 , y0).
∂x2 ∂y 2
Observação: Pelo que vimos nos dois últimos teoremas, se um ponto (x0 , y0 ) está o interior
do domı́nio da função e é um extremo local (isto é, um ponto de máximo local ou um ponto
de mı́nimo local), então ele necessariamente é um ponto singular. Portanto, quando queremos
encontrar pontos de máximo ou de mı́nimo, devemos procurar primeiro os pontos singulares.
Solução: Vejamos quem são os pontos singulares. Calculando as derivadas parciais e igualando
a zero temos o seguinte sistema de equações:
∂f
(x, y) = 3x2 + y = 0
∂x
∂f
(x, y) = −2y + x = 0
∂y
Pela segunda equação obtemos x = 2y e substituindo na primeira temos
3(2y)2 + y = 0,
ou seja, y = 0 ou y = −1/12. Portanto temos os seguintes pontos singulares
1 1
(0, 0) e − ,− .
6 12
∂2f ∂2f
Calculando agora as derivadas de segunda ordem temos (x, y) = 6x e (x, y) = −2.
∂x2 ∂y 2
Portanto temos
∂2f ∂2f
(0, 0) = 0 ≤ 0 e (0, 0) = −2 ≤ 0.
∂x2 ∂y 2
Então (0, 0) é candidato a ponto de máximo local.
Temos ainda
∂2f ∂2f
1 1 1 1
− ,− = −1 ≤ 0 e − ,− = −2 ≤ 0.
∂x2 6 12 ∂y 2 6 12
1 1
Então − , − também é candidato a ponto de máximo local.
6 12
81
Definição 37. Seja f : A ⊂ R2 → R uma função de classe C 2 definida no aberto A. A função
dada por 2
∂2f
∂ f
∂x2 (x, y) ∂x∂y (x, y)
H(x, y) = det
2
2
∂ f ∂ f
(x, y) (x, y)
∂x∂y ∂y 2
denomina-se hessiano de f .
O próximo resultado apresenta uma condição suficiente para um ponto singular ser extremo
local.
∂f ∂f 1
f (x0 + h, y0 + k) = f (x0 , y0 ) + (x0 , y0 )h + (x0 , y0 )k + Q(h, k),
∂x ∂y 2!
82
∂f ∂f a b
Das hipóteses temos (x0 , y0 ) = (x0 , y0) = 0, a > 0 e > 0. Pelo que vimos
∂x ∂y b c
no inı́cio da demonstração também temos Q(h, k) ≥ 0. Logo
1
f (x0 + h, y0 + k) = f (x0 , y0) + Q(h, k) ≥ f (x0 , y0).
2!
Portanto f (x, y) ≥ f (x0 , y0) para todo (x, y) na bola B, e daı́ (x0 , y0 ) é ponto de mı́nimo local
de f .
3x2 − 3 = 0,
3y 2 − 3 = 0,
2
Portanto H(1, 1) > 0, H(−1, −1) > 0, H(−1, 1) < 0 e H(1, −1) < 0, e também ∂∂xf2 (1, 1) =
2
6 > 0 e ∂∂xf2 (−1, −1) = −6 < 0. A conclusão é que (1, 1) é ponto de mı́nimo local, (−1, −1) é
ponto de máximo local e (−1, 1) e (1, −1) são pontos de sela.
Exemplo: Construir uma caixa sem tampa com a forma de um paralelepı́pedo retângulo
com 1m3 de volume conforme a figura 37. O material utilizado nas laterais custa o triplo
do material usado no fundo. Determine as dimensões da caixa que minimizam o custo do
material.
83
1
Solução: Sejam a, b e c as dimensões da caixa. Temos que abc = 1, logo c = ab . A área lateral
da caixa é 2ac + 2bc e a área do fundo da caixa é ab. Então a função que deve ser minimizada
é
f (a, b) = 3(2ac + 2bc) + ab,
1
onde c = ab
. Portanto temos
6 6
f (a, b) = + + ab.
b a
Calculando as derivadas parciais temos
∂f 1
=6 − 2 +b=0
∂a a
e
∂f 1
=6 − 2 +a=0
∂b b
√
Portanto temos ba2 = ab2 = 6, ou seja, a = b. Daı́ a3 = 6 implica que a = b = 3 6. Vamos
verificar agora o sinal da função hessiana e da derivada de segunda ordem em relação a a.
Temos
∂2f 12 ∂2f ∂2f 12
2
= 3
, = 1 e 2
= 3,
∂a a ∂a∂b ∂b b
logo
√3
√ 3 2 1 ∂2f √ 3
√3
H( 6, 6) = =4−1=3>0 e ( 6, 6) = 2 > 0
1 2 ∂a2
√
3
√
3
√
3
√
3
Portanto
√ ( 6, 6) é um ponto de mı́nimo e as dimensões da caixa devem ser a = 6, b = 6
3
6
ec= .
6
84
Aula 30: 05/08/2013
A partir de agora, estudaremos problemas de máximos e mı́nimos em conjuntos compactos.
Vejamos algumas definições.
Definição 38.
1. Um conjunto A ⊂ R2 é limitado se existe uma bola aberta B de centro (0, 0) e raio k
tal que A ⊂ B, isto é, k(x, y)k < k para todo (x, y) em A.
85
Solução: Calculando as derivadas parciais de f e igualando a zero vemos que o único ponto
singular de f é (0, 0). O hessiano nesse ponto é H(0, 0) = −1 < 0 e daı́ (0, 0) é um ponto de
sela.
Para os pontos da fronteira de A, usamos a parametrização (cos t, sent), com t variando
de 0 a 2π. Logo analisamos os pontos de máximo e mı́nimo da função g(t) = f (cos t, sent) =
sen(2t)
cos tsent = , com 0 ≤ t ≤ 2π. Temos
2
′ π 3π 5π 7π
g (t) = cos(2t) = 0 ⇐⇒ t ∈ , , , .
4 4 4 4
86
Sétima Lista de Exercı́cios
1. Determine o polinômio de Taylor de ordem 1 da função dada, em torno do ponto (x0 , y0)
dado.
2. Determine o polinômio de Taylor de ordem 2 da função dada, em torno do ponto (x0 , y0)
dado.
7. Determinada empresa produz dois produtos cujas quantidades são indicadas por x e
y. Tais produtos são oferecidos ao mercado consumidor a preços unitários p1 e p2 ,
respectivamente, que dependem de x e de y conforme equações: p1 = 120 − 2x e p2 =
200−y. O custo total da empresa para produzir e vender quantidades x e y dos produtos
é dado por C = x2 +2y 2 +2xy. Admitindo que toda produção da empresa seja absorvida
pelo mercado, determine a produção que maximiza o lucro.
8. Para produzir determinado produto cuja quantidade é representada por z, uma empresa
utiliza dois fatores de produção (insumos) cujas quantidades serão indicadas por x e y.
Os preços unitários dos fatores de produção são, respectivamente, 2 e 1. O produto será
oferecido ao mercado a um preço unitário 5. A função produção da empresa é dada por
z = 900 − x2 − y 2 + 32x + 41y. Determine a produção que maximiza o lucro.
87
9. Determine o ponto do plano 3x + 2y + z = 12 cuja soma dos quadrados das distâncias
a (0, 0, 0) e (1, 1, 1) seja mı́nima.
10. Seja f (x, y) = x2 (y 4 − x2 ) e considere, para cada vetor v = (h, k), a função gv (t) =
f (ht, kt). Verifique que t = 0 é ponto de máximo local de cada gv , mas que (0, 0) não é
ponto de máximo local de f .
11. Estude a função dada com relação a máximo e mı́nimo no conjunto dado.
12. Suponha que T (x, y) = 4−x2 −y 2 represente uma distribuição de temperatura no plano.
Seja A = {(x, y) ∈ R2 : x ≥ 0, y ≥ x, 2y + x ≤ 4}. Determine o ponto de A de menor
temperatura.
13. Estude com relação a máximos e mı́nimos a função dada com as restrições dadas.
88
Aula 31: 08/08/2013
Demonstração: Seja α(t) = (α1 (t), α2 (t)) uma parametrização de g(x, y) = 0 e suponha-
mos que α(t0 ) = (x0 , y0). Defina uma função de uma variável t por F (t) = f (α(t)). Como
f (x0 , y0 ) é um extremo, então F ′ (t0 ) = 0. Mas
F ′ (t) = h∇f (α(t)), α′(t)i.
Daı́ 0 = F ′ (t0 ) = h∇f (α(t0 )), α′ (t0 )i = h∇f (x0 , y0), α′ (t0 )i. Então o vetor ∇f (x0 , y0) é
ortogonal a α′ (t0 ). Mas α′ (t0 ) é tangente a curva g(x, y) = 0 e ∇g(x0 , y0 ) é ortogonal a
curva g(x, y) = 0. Portanto ∇f (x0 , y0) é paralelo a ∇g(x0 , y0), ou seja, existe λ ∈ R tal que
∇f (x0 , y0 ) = λ∇g(x0 , y0 ).
temos
y = λ8x,
x = λ2y,
2
4x + y 2 − 4 = 0.
89
Das duas primeiras equações temos y = 16λ2 y, ou seja, y = 0 ou λ = ± 14 . Claro que
se y = 0 então pela segunda equação temos x = 0 e a terceira equação não é satisfeita.
Para λ = 41 temos y = 2x e dai calculando
√ √ a intersecçãoda reta y = 2x com a elipse
√ √
4x2 + y 2 = 4 encontramos os pontos 22 , 2 e − 22 , − 2 . Para λ = − 41 temos y = −2x
2 2
e dai calculando a√ intersecção
√ √ da reta y = −2x com a elipse 4x +y = 4 encontramos os pontos
2 2
√ √ √
2
− 2 , 2 e 2 , − 2 . Calculando os valores de f nesses pontos temos f ( 2 , 2) = 1,
√ √ √ √ √ √
f ( 22 , − 2) = −1, f (− 22 , 2) = −1 e f (− 22 , − 2) = 1. Logo os pontos de máximo são
√ ! √ !
2 √ 2 √
, 2 e − ,− 2 ,
2 2
Exemplo: Ache o volume da maior caixa retangular de lados paralelos aos planos coordena-
dos, que possa ser inscrita no elipsóide 16x2 + 4y 2 + 9z 2 = 144.
Multiplicando a primeira equação por x, a segunda por y, a terceira por z e somando obtemos
24xyz = 2λ(16x2 + 4y 2 + 9z 2 ) = 288λ. Portanto xyz = 12λ.
Multiplicando a√primeira equação por x e substituindo xyz = 12λ, chegamos à conclusão
que λ = 0 ou x = 3. A solução λ = 0 tem que ser desprezada, senão terı́amos volume zero.
Multiplicando a segunda
√ equação por y e substituindo xyz = 12λ, chegamos à conclusão
que λ = 0 ou y = 2 3. Finalmente multiplicando a√terceira equação por z e substituindo
xyz = 12λ, chegamos à conclusão que λ = 0 ou z = 4 3. Portanto, o maior volume da caixa
inscrita é √ √ √ √
V ( 3, 2 3, 4 3) = 192 3 ≃ 333.
Observação: Algumas aplicações podem envolver mais de um vı́nculo. Por exemplo achar
os extremos de f (x, y, z) sujeita a dois vı́nculos g(x, y, z) = 0 e h(x, y, z) = 0. Nesse caso a
condição que tem que ser satisfeita é
90
Aula 32: 12/08/2013
91
Aula 33: 15/08/2013
∂f ∂g ∂g
2. Considere a função g(t, u) = t (2t + u, tu). Calcule (t, u) e (t, u).
∂x ∂t ∂u
∂f 2 2
3. Calcule (x0 , y0 ) onde f (x, y) = ex −y , (x0 , y0) = (1, 1) e v = (3, 4).
∂v
4. (a) Mostre que se γ(t) é uma curva diferenciável contida na curva de nı́vel f (x, y) = c,
onde f também é uma função diferenciável, então o vetor ∇f (γ(t)) é ortogonal ao
vetor γ ′ (t).
(b) Determine a equação da reta tangente à curva e2x−y + 2x + 2y = 4 no ponto ( 12 , 1).
Boa Prova!
92
Resolução da Prova
2 ∂f t2 ∂f 2
= 2tet (e , 2sen t) + 2cos t (et , 2sen t).
∂x ∂y
∂f
F ′ (0) = 2 (1, 0) = 2.5 = 10.
∂y
∂f
(1, 1) = h∇f (1, 1), vi = h(2, −2), (3, 4)i = 6 − 8 = −2.
∂v
93
4. (a) Como γ(t) está contida na curva de nı́vel c temos f (γ(t)) = c para todo t.
Derivando essa expressão com auxı́lio da Regra da Cadeia vem
Como ∇f (x, y) = (2e2x−y + 2, −e2x−y + 2), temos ∇f 21 , 1 = (4, 1). Assim, a reta
procurada é
1
(4, 1), x − , y − 1 = 0,
2
ou seja, 4x + y − 3 = 0.
Como esse ponto singular pertence ao interior do conjunto A, então devemos verificar se
ele é extremo local. Além disso, calculando a segunda derivada parcial de f em relação
a x e a função hessiana temos
∂2f ∂2f
∂2f ∂x2
(x, y) ∂x∂y
(x, y) 4 0
(x, y) = 4 > 0 e H(x, y) = ∂2f ∂2f = = 16 > 0.
∂x2 ∂x∂y
(x, y) ∂y 2
(x, y) 0 4
1 1
Portanto o ponto , é um ponto de mı́nimo local de f .
2 2
O próximo passo é analisar na fronteira do conjunto A, que é dado pelo vı́nculo x2 +
y 2 = 1. Existem duas soluções possı́veis: usando multiplicadores de Lagrange ou
parametrizando e transformando em um problema de máximos e mı́nimos de uma
função de uma variável. Uma parametrização é dada por (cos t, sen t). Considere g(t) =
f (cos t, sen t) = 3−2(cos t+sen t), com 0 ≤ t ≤ 2π. Nesse caso g ′ (t) = 2(sen t−cos t) =
0 se, e somente se, cos t = sen t. Entre
√ 0 e 2π ′′existem dois√valores de t em que isso ocorre
π 5π ′′ π 5π
t = 4 e t = 4 . Temos g ( ) = 2 2 > 0 e g ( 4 ) = −2 2 < 0. Assim,
√ √ 4
na fronteira, o
√ √ √ √
mı́nimo é g( 4 ) = f ( 2 , 2 ) =√3 − 2√ 2 e o máximo é g( 4 ) = f (− 2 , − 22 ) = 3√+ 2√ 2.
π 2 2 5π 2
√
Assim o máximo global é (− 22 , − 22 ). E como f 12 , 21 = 0 < 3 − 2 2 = f ( 22 , 22 ),
94
Aula 34: 19/08/2013
cos 2x = cos(x+x) = cos x cos x−senxsenx = cos2 x−sen2 x = cos2 x−(1−cos2 x) = 2 cos2 x−1.
cos 2x 1
Portanto temos cos2 x = + e daı́
2 2
Z
cos 2x 1 sen2x 1
Z
2
cos xdx = + dx = + x + k.
2 2 4 2
u = g(x) ⇒ du = g ′ (x)dx.
95
Exemplos:
Z √π
2
1. Calcule x cos x2 dx.
0
Solução: Fazendo a substituição u = x2 temos du = 2xdx. Logo xdx = 12 du. Portanto
temos
1 1 1
Z Z
2
x cos x dx = cos udu = senu + k = senx2 + k.
2 2 2
Daı́
Z √π √ π2
2 1 1 1
x cos x2 dx = senx2 = −0= .
0 2 0 2 2
x
Z
2. Calcule dx.
1 + x2
Solução: Fazemos a substituição u = x2 + 1. Daı́ du = 2xdx e daı́ vem
x 11 1 1
Z Z
2
dx = du = ln u + k = ln(1 + x2 ) + k.
1+x 2u 2 2
x
Z
3. Calcule dx.
1 + x4
Solução: A substituição u = 1 + x4 não dá certo, mas a substituição u = x2 leva a
du = 2xdx e
x 1 1 1 1
Z Z
4
dx = 2
du = arctan u + k = arctan(x2 ) + k.
1+x 21+u 2 2
Z √
4. Calcule x3 1 + x2 dx.
senx
Z
5. Calcule dx.
cos3 x
Solução: Fazemos a substituição u = cos x, logo du = −senxdx. Daı́
senx 1 1 1
Z Z
3
dx = − 3
du = 2 + k = + k.
cos x u 2u 2 cos2 x
Z
6. Calcule sen4 x cos3 xdx.
sen4 x cos3 x = sen4 x cos2 x cos x = sen4 x(1 − sen2 x) cos x = (−sen6 x + sen4 x) cos x.
96
Então, fazendo a substituição u = senx temos
Z Z Z
sen x cos xdx = (−sen x + sen x) cos xdx = (−u6 + u4 )du =
4 3 6 4
u7 u5 sen7 x sen5 x
− + +k =− + + k.
7 5 7 5
2
Z
7. Calcule dx.
3 + 2x2
Solução: Observe que podemos escrever
2 2 1 2 1
2
= 2 2 = 2 .
3 + 2x 3 1 + 3x 3
q
2
1+ 3
x
r r
2 2
Fazendo a substituição x = u, temos du = dx e daı́
3 3
r Z √ r !
2 3 2 1 6 2
Z
2
dx = 2
du = arctan x + k.
3 + 2x 2 31+u 3 3
97
Aula 35: 22/08/2013
7 Integral dupla
7.1 Definição
Inicialmente faremos a definição de somas de Riemann. Considere um retângulo R = {(x, y) ∈
R2 : a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d}. Sejam P1 = {a = x0 < x1 < x2 < · · · < xn = b} e
P2 = {c = y0 < y1 < y2 < · · · < ym = d}. O conjunto
P = {(xi , yj ) : i = 0, 1, 2, . . . , n e j = 0, 1, 2, . . . , m}
a b
∆yj
∆xi Xij
98
onde f (Xij ) = 0 se Xij 6∈ B, ∆xi = xi −xi−1 , ∆yj = yj −yj−1 , chama-se soma de Riemann
de f relacionada à partição P e aos Xij .
Observe que se f (Xij ) > 0, então f (Xij )∆xi ∆yj é o volume do paralelepı́pedo de altura
f (Xij ) e base Rij . Veja a figura 40.
Indicaremos por ∆ o maior dos ∆x1 , ∆x2 , . . . , ∆xn e ∆y1 , ∆y2 , . . . , ∆ym . Observe que se
∆ tende a zero, então todos os ∆xi e ∆yj tendem a zero.
n X
X m
Definição 40. Dizemos que o número f (Xij )∆xi ∆yj tende a L quando ∆ tende a
i=1 j=1
zero e escrevemos m
n X
X
lim f (Xij )∆xi ∆yj = L
∆→0
i=1 j=1
Observação 2.
RR
• A área de B é igual a B
dxdy.
• Se f : B ⊂ R2 → R é integrável em B com f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ B, então o
volume do conjunto A = {(x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ B e 0 ≤ z ≤ f (x, y)} é dado por
ZZ
Volume de A = f (x, y)dxdy.
B
99
Exemplo: Seja f (x, y) = kRRdefinida no retângulo R = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d}.
Prove que f é integrável e R f (x, y)dxdy = k(b − a)(d − c).
100
Aula 36: 26/08/2013
Portanto f + g é integrável e
ZZ ZZ ZZ
(f (x, y) + g(x, y))dxdy = f (x, y)dxdy + g(x, y)dxdy.
B B B
Proposição
RR 7. Se f : B ⊂ R2 → R é integrável em B e f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ B,
então B f (x, y)dxdy ≥ 0.
101
Demonstração: Como f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y) ∈ B, então dado qualquer partição
P = {(xi , yj ) : i = 0, 1, 2, . . . , n e j = 0, 1, 2, . . . , m} temos que
n X
X m
f (Xij )∆xi ∆yj ≥ 0.
i=1 j=1
Portanto ZZ
f (x, y)dxdy ≥ 0.
B
2
Proposição 8. SeRR f, g : B ⊂ R →RR R são integráveis em B e f (x, y) ≤ g(x, y) para todo
(x, y) ∈ B, então B f (x, y)dxdy ≤ B g(x, y)dxdy.
Demonstração: Como f (x, y) ≤ g(x, y) para todo (x, y) ∈ B, então g(x, y) − f (x, y) ≥ 0
para todo (x, y) ∈ B. Daı́, pela Proposição 7 segue que
ZZ
(g(x, y) − f (x, y))dxdy ≥ 0.
B
∆yj
Figura 41: Interpretação geométrica do Teorema de Fubini.
102
Seja R = {(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b e c ≤ y ≤ d} um retângulo e f : R ⊂ R2 → R uma
função integrável em R. Para cada y fixo em [c, d] podemos considerar a função x 7→ f (x, y).
Chamemos de fy (x) = f (x, y). Se para cada y a função fy é integrável em [a, b], então
podemos considerar a função Z b
α(y) = f (x, y)dx.
a
Observe que se f (x, y) ≥ 0 para todo (x, y), então α(y) é a área da figura hachurada na figura
41.
Em breve vamos enunciar o Teorema de Fubini que afirma que
ZZ Z d Z b
f (x, y)dxdy = f (x, y)dx dy.
R c a
Portanto teremos ZZ Z d
f (x, y)dxdy = α(y)dy.
R c
Observe que se tomamos uma partição P2 = {c = y0 < y1 < · · · < ym = d} de [c, d] então a
somas de Riemann da função α são da forma
m
X
α(ξj )∆yj .
j=1
E α(ξj )∆yj é o volume do sólido de base α(ξj ) (figura hachurada na figura 41) e altura ∆yj ,
ou seja, as somas de Riemann de α se aproximam das somas de Riemann de f .
103
Aula 37: 29/08/2013
Daı́ segue
n
X Z b n
X
mij ∆xi ≤ f (x, y)dx ≤ Mij ∆xi ,
i=1 a i=1
ou seja,
n
X n
X
mij ∆xi ≤ α(y) ≤ Mij ∆xi .
i=1 i=1
104
A partir de agora faremos diversas aplicações das propriedades das integrais duplas e do
Teorema de Fubini.
Exemplos:
RR
1. Calcule R
(x + y)dxdy, onde R = [0, 1] × [1, 2].
Solução: Usando o teorema de Fubini temos
Z 2 Z 1 " 1 #
2
x2
ZZ Z
(x + y)dxdy = (x + y)dx dy = + xy dy =
R 1 0 1 2 0
2 2
y y2
1 1 1
Z
+ y dy = + = 1 + 2 − − = 2.
1 2 2 2 1 2 2
Observe que invertendo a ordem de integração, também podemos resolver da seguinte
forma
Z 1 Z 2 Z 1 " 2 #
y2
ZZ
(x + y)dxdy = (x + y)dy dx = xy + dx =
R 0 1 0 2 1
Z 1 2 1
1 x 3x 1 3
2x + 2 − x − dy = + = + = 2.
0 2 2 2 0 2 2
R1 R2 R2R1
2. Calcule −1 0 xy 2 dxdy e 0 −1 xy 2 dydx.
Solução:
" 2 # 1
1 2 1 2 2 1
2y 3
xy 4
Z Z Z Z
2 2
xy dxdy = dy = 2y dy = = .
−1 0 −1 2 0 −1 3 −1 3
2Z 1 Z 2 " #
3 1 2 2
x2
xy 2x 4
Z Z
xy 2 dydx = dy = dy = = .
0 −1 0 3 −1 0 3 3 0 3
105
xydxdy, onde B = {(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 e 0 ≤ y ≤ x2 }.
RR
4. Calcule B
Solução: A região B é mostrada na figura 43. Seja R = [0, 1] × [0, 1]. E defina uma
1
Figura 43: Região B.
função F : R ⊂ R2 → R por
xy se (x, y) ∈ B,
F (x, y) =
0 se (x, y) 6∈ B.
Portanto 1
1
x5 x6
1
ZZ Z
xydxdy = dx = = .
B 0 2 12 0 12
106
Aula 38: 02/09/2013
Corolário 3. Sejam c, d : [a, b] → R duas funções contı́nuas em [a, b] tais que para todo
x ∈ [a, b], c(x) ≤ d(x). Seja B o conjunto de todos os pontos (x, y) tais que a ≤ x ≤ b e
c(x) ≤ y ≤ d(x). Conforme na figura 44. Se f for contı́nua em B, então
ZZ Z b "Z d(x) #
f (x, y)dxdy = f (x, y)dy dx.
B a c(x)
d(x)
c(x)
a b
Corolário 4. Sejam a, b : [c, d] → R duas funções contı́nuas em [c, d] tais que para todo
y ∈ [c, d], a(y) ≤ b(y). Seja B o conjunto de todos os pontos (x, y) tais que c ≤ y ≤ d e
a(y) ≤ x ≤ b(y). Conforme na figura 45. Se f for contı́nua em B, então
ZZ Z d "Z b(y) #
f (x, y)dxdy = f (x, y)dx dy.
B c a(y)
B b(y)
c
a(y)
107
1 √
1 − x2
√
− 1 − x2
−1
Para encontrar uma primitiva dessa última integral usamos integração por substituição
fazendo u = 1 − x2 , logo du = −2xdx. Daı́
3
Z √ Z
√ u2 2p
2
2x 1 − x dx = − udu = − 3 = − (1 − x2 )3 .
2
3
1
1 y2
Z p
= − − y 1 − y 2 dy =
−1 2 2
1
y y3 2 p
1 1 1 1 2
= − + (1 − y 2)3 = − + − = .
2 6 6 −1 2 6 2 6 3
V = {(x, y, z) ∈ R3 : x ≥ 0, y ≥ 0, x + y ≤ 1 e 0 ≤ z ≤ 1 − x2 }.
1
y = 1−x
108
Solução:
Z 1 Z 1−x Z 1 1−x
Z 1
2 2
V ol V = (1 − x )dydx = (1 − x )y 0
dx = (1 − x − x2 + x3 )dx =
0 0 0 0
1
x2 x3 x4
1 1 1 12 − 6 − 4 + 3 5
= x− − + =1− − + = = .
2 3 4 0 2 3 4 12 12
RR
3. Calcule B
xydxdy onde B é o triângulo de vértices (−1, 0), (0, 1) e (1, 0).
(0, 1)
y =x+1
y = −x + 1
(1, 0)
(−1, 0)
Solução: A reta que liga os pontos (−1, 0) e (0, 1) é y = x + 1 e a reta que liga os pontos
(0, 1) e (1, 0) é y = −x + 1. Portanto se usarmos o Corolário 4, colocamos y variando
no intervalo [0, 1] e x variando de y − 1 a −y + 1, portanto
1 −y+1 1 −y+1 1
x2 y (1 − y)2y (1 − y)2 y
Z Z Z Z
xydxdy = dy = − dy = 0.
0 y−1 0 2 y−1 0 2 2
109
Oitava Lista de Exercı́cios
RR
1. Seja A o retângulo 1 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 1. Calcule A
f (x, y)dxdy sendo f (x, y) igual a
2. Calcule
110
6. Inverta a ordem de integração
Z 1 Z x
(a) f (x, y)dy dx.
0 0
Z "Z √ 2
1 1−x
#
(b) √
f (x, y)dy dx.
−1 − 1−x2
Z 1 Z 1
(c) f (x, y)dy dx.
0 x2
"Z √ #
Z 1 2x
(d) √
f (x, y)dy dx.
0 x−x2
Z π Z cosx
4
(e) f (x, y)dy dx.
0 senx
"Z x+7
#
Z 2 3
(f) q f (x, y)dy dx.
7+5x2
−1 3
"Z √ #
Z 3 3x
(g) f (x, y)dy dx.
0 x2 −2x
111
Aula 39: 04/09/2013
Exemplos:
1. Inverta a ordem de integração e calcule
Z 1Z 1
√
sen(x3 )dxdy.
0 y
Solução: Inicialmente, devemos fazer a figura com a região de integração. Temos que y
√ √
varia no intervalo [0, 1] e x varia entre y e 1. A curva x = y é a mesma que y = x2 .
Veja a figura 49. Então invertendo temos
0 1
Z 1 Z x2 R1 x2 R1
sen(x3 )dydx = 0
(ysen(x3 ))0 dx = 0
x2 sen(x3 )dx =
0 0
1
1 1
= − cos(x3 ) = − (cos(1) − 1).
3 0 3
√
Z 1 Z 2−x2
2. Inverta a ordem de integração de f (x, y)dydx.
0 x
Solução: Da forma √como está definido, o x está variando no intervalo [0,
√1] e o y está
variando entre x e 2 − x2 . A curva y = x √ é uma reta e a curva y = 2 − x2 é um
arco de circunferência de centro (0, 0) e raio 2. Veja
√ a figura 50. Como podemos ver
na figura 50, teremos o y variando no intervalo [0, 2] e a variação de x vai depender
se y < 1 ou se y√> 1: para y entre 0 e 1 teremos x variandop de 0 até a reta x = y, e
para y entre 1 e 2 teremos x variando de 0 até a curva x = 2 − y 2 . Portanto
Z Z √
1 2−x2 Z Z Z √ Z √
1 y 2 2−y 2
f (x, y)dydx = f (x, y)dxdy + f (x, y)dxdy.
0 x 0 0 1 0
√
3. Utilizando a integral dupla calcule a área de B, onde B = {(x, y) ∈ R2 : x3 ≤ y ≤ x.
√
Solução: As curvas y = x3 e y = x são dadas na figura 51.
√
Logo, a variação de x é de 0 a 1 e a variação de y é de x3 a x. Temos então
Z 1 Z √x 1
2 √ 3 x4
Z 1
√
3 2 1 5
Área B = dydx = ( x − x )dx = x − = − = .
0 x3 0 3 4 0 3 4 12
112
√
2
0 1
1
y = x3
7.4 Aplicações
Volume de um sólido de revolução
Vejamos um problema de calcular o volume de um sólido de revolução, obtido pela rotação
do gráfico de uma função f : [a, b] → R, com f (x) ≥ 0, em torno do eixo x. Veja a figura 52.
f (Mi )
f (mi )
∆xi
113
raio f (Mi ), ou seja, é o volume do cilindro maior. Portanto temos as seguintes desigualdades:
n
X n
X
2
π [f (mi )] ∆xi ≤ Volume B ≤ π [f (Mi )]2 ∆xi .
i=1 i=1
r3 r3 2r 3 4πr 3
3 3 3
=π r − − −r + = π 2r − = .
3 3 3 3
114
Aula 40: 09/09/2013
Área lateral de um sólido de revolução
Vejamos um problema de calcular a área lateral de um sólido de revolução, obtido pela
rotação do gráfico de uma função f : [a, b] → R, com f (x) ≥ 0, em torno do eixo x. Veja a
figura 52.
Solução: Inicialmente calculamos a área lateral de um cone de geratriz G e raio da base R.
Podemos “planificar” o cone conforme na figura 53.
R
2πR
A área total do cı́rculo πG2 está para o perı́metro 2πG assim como a área do cone está
para o arco 2πR. Portanto, resolvendo a regra de três temos que
x
r G
g
R
Podemos dizer que a área do tronco de cone é 2πg vezes o ponto médio dos raios.
115
Voltamos agora ao problema de se calcular a área lateral de um sólido de revolução, obtido
pela rotação do gráfico de uma função positiva f : [a, b] → R em torno do eixo x. Tomamos
uma partição P = {a = x0 < x1 < · · · < xn = b} do intervalo [a, b]. Aproximamos a área
lateral do sólido de revolução pela soma das áreas laterais dos n troncos de cone Ti mostrados
na figura 55.
θi
∆xi
xi−1 ti xi
Observe que se ti é o ponto médio do intervalo [xi−1 , xi ], então f (ti ) é o ponto médio dos
raios do tronco de cone Ti . Daı́, pelo que vimos acima, a área lateral do tronco de cone Ti é
2πgf (ti ). Ainda olhando para a figura 55 temos f ′ (ti ) = tan θi , logo
p p p 1 1 g
1 + (f ′ (ti ))2 = 1 + (tan θi )2 = sec2 θi = | sec θi | = = ∆xi = .
| cos θi | g
∆x i
p
Portanto g = 1 + (f ′ (ti ))2 ∆xi , ou seja,
p
Área lateral Ti = 2πf (ti ) 1 + (f ′(ti ))2 ∆xi .
Somando todas as áreas laterais do troncos de cone e passando ao limite quando a partição
tende a zero obtemos
n
X Z b
p p
Área lateral Sólido = lim ′ 2
2πf (ti ) 1 + (f (ti )) ∆xi = 2πf (x) 1 + (f ′ (x))2 dx.
∆→0 a
i=1
116
Aula 41: 11/09/2013
Coordenadas Polares
Fixado um semi-eixo Ox no plano, cada ponto P fica determinado por suas coordenadas
polares (θ, ρ), onde θ é o ângulo entre OP e Ox e ρ é a medida de OP . Veja a figura 56.
y P
ρ
θ
O x X
cos θ = xρ
p
x = ρ cos θ ρ = x2 + y 2
⇒ ⇒
senθ = yρ y = ρsenθ θ = arctan xy
Quando ρ < 0 interpretamos o ponto (θ, ρ) como o ponto simétrico, em relação à origem, do
ponto (θ, −ρ).
π
Exemplo: Marque o ponto , −2 em coordenadas polares.
4
Solução: Veja a figura 57.
(π/4, 2)
2
π/4
2
(π/4, −2)
π
Figura 57: Ponto , −2 em coordenadas polares.
4
Exemplo: Um ponto P desloca-se no plano de modo que a relação entre suas coordenadas
polares é ρ = θ, com 0 ≤ θ ≤ 2π. Desenhe o lugar geométrico descrito por P .
Solução: Um método prático para fazer um esboço da curva, consiste em montar uma tabela
colocando os valores conforme abaixo
θ 0 π/4 π/2 3π/4 π 5π/4 3π/2 7π/4 2π
ρ 0 π/4 π/2 3π/4 π 5π/4 3π/2 7π/4 2π
117
Figura 58: Curva ρ = θ em coordenadas polares.
118
Figura 60: Rosácea.
R2 ∆θ
Área Setor = .
2
Consideremos agora a função ρ = ρ(θ) com ρ(θ) ≥ 0 para todo θ ∈ [α, β]. Queremos
determinar a área da região
A = {(θ, ρ) : α ≤ θ ≤ β e 0 ≤ ρ ≤ ρ(θ)}.
θ
θi−1
α
β
Seja P = {α = θ0 < θ1 < · · · < θn = β} uma partição do intervalo [α, β]. Veja a figura 61.
Sejam θi′ o ponto de mı́nimo de ρ = ρ(θ) em [θi−1 , θi ], e θi′′ o ponto de máximo de ρ = ρ(θ)
em [θi−1 , θi ]. Vamos denotar por
Usando a fórmula de área de setor circular que vimos antes e a propriedade que θi′ e θi′′ são
pontos de mı́nimo e de máximo de ρ = ρ(θ) temos
119
Fazendo-se a soma vem
n n
X ρ(θ′ )2 ∆θi
i
X ρ(θ′′ )2 ∆θi
i
≤ Área A ≤ .
i=1
2 i=1
2
Passando ao limite quando o maior dos intervalos da partição tende a zero vem
n n
X ρ(θ′ )2 ∆θi
i
X ρ(θ′′ )2 ∆θi
i
lim ≤ Área A ≤ lim .
∆→0
i=1
2 ∆→0
i=1
2
E portanto
β β
ρ(θ)2 ρ(θ)2
Z Z
dθ ≤ Área A ≤ dθ,
α 2 α 2
ou seja,
β
1
Z
Área A = ρ(θ)2 dθ.
2 α
120
Aula 42: 16/09/2013
Exemplo: Calcule a área da região delimitada pela cardióide ρ = 1 − cos θ.
Solução: Para cobrir toda a região da cardióide temos que ter o θ variando de 0 a 2π. Temos
1 2π 1 2π
Z Z
2
Área da Cardióide = (1 − cos θ) dθ = (1 − 2 cos θ + cos2 θ)dθ.
2 0 2 0
1 cos 2θ 1 sen2θ
Recorde que cos2 θ = + . Então uma primitiva de cos2 θ é θ + . Daı́
2 2 2 4
2π
1 1 sen2θ 3π
Área da Cardióide = θ − 2senθ + θ + = .
2 2 4 0 2
Para cada i = 1, . . . , n, podemos usar o Teorema do Valor Médio para dizer que existe um ξi
entre si−1 e si tal que
||γ(si ) − γ(si−1 )|| = ||γ ′ (ξi )||∆si .
E portanto temos
n
X
L(γ, P ) = ||γ ′ (ξi )||∆si ,
i=0
e passando ao limite quando o maior dos intervalos da partição ∆ tende a zero temos por um
lado que L(γ, P ) tende ao comprimento de γ e por outro lado as somas de Riemann convergem
para a integral, então temos que
Z b
Comprimento de γ = ||γ ′(s)||ds.
a
Podemos definir a função s(t), que é o comprimento da curva γ de γ(a) até γ(t), por
Z t
s(t) = ||γ ′(s)||ds
a
121
e aplicando o Teorema Fundamental do Cálculo na expressão anterior temos
ds
= ||γ ′ (t)|| ⇒ ∆s ∼
= ||γ ′ (t)||∆t.
dt
Pela expressão acima pode-se perceber que a variação do comprimento da curva ∆s é apro-
ximadamente a variação de t, dado por ∆t, vezes o comprimento do vetor tangente ||γ ′ (t)||.
Nesse caso, ||γ ′ (t)|| funciona como um fator de ampliação ou contração do comprimento da
curva γ.
Considere agora um retângulo R = [u0 , u0 + ∆u] × [v0 , v0 + ∆v] e ϕ : Ω ⊂ R2 → R2 uma
aplicação de classe C 1 no aberto Ω tal que R ⊂ Ω. Veja a figura 62.
v y
Q
∂ϕ
v0 + ∆v ∂v P
ϕ
R ∂ϕ
∂u
v0
y0 M N
u
u0 u0 + ∆u x0 x
Sejam (x0 , y0) = ϕ(u0 , v0 ) e B = ϕ(R) = {ϕ(u, v) : (u, v) ∈ R}. A curva v 7→ ϕ(u0 , v)
desempenha o mesmo papel da curva γ(s) anterior, e o vetor ∂ϕ ∂v
(u0 , v) desempenha o mesmo
′
papel de γ (s). Então
∂ϕ
o comprimento de MQ é aproximadamente (u0 , v0 ) ∆v
∂v
e, analogamente
∂ϕ
o comprimento de MN é aproximadamente (u0 , v0 ) ∆u.
∂u
∂ϕ ∂ϕ
a área de B é aproximadamente (u0 , v0 ) ∧ (u0 , v0 ) ∆u∆v.
∂u ∂v
∂ϕ ∂ϕ
Observe que ∆u∆v é a área de R e (u0 , v0 ) ∧ (u0, v0 ) é um fator de contração ou
∂u ∂v
ampliação da área.
122
Aula 43: 18/09/2013
Agora veremos uma notação mais simples para esse fator de contração ou ampliação. Se
temos (x, y) = ϕ(u, v), então x = x(u, v) e y = y(u, v). Portanto temos
∂ϕ ∂ϕ1 ∂ϕ2 ∂x ∂y
(u, v) = (u, v), (u, v) = ,
∂u ∂u ∂u ∂u ∂u
∂ϕ ∂ϕ1 ∂ϕ2 ∂x ∂y
(u, v) = (u, v), (u, v) = ,
∂v ∂v ∂v ∂v ∂v
Portanto, calculando o produto vetorial temos
i j k
∂x ∂x
∂ϕ ∂ϕ ∂x ∂y ∂u ∂v
(u, v) ∧ (u, v) = 0 = k.
∂u ∂v ∂u ∂u
∂y ∂y
∂x ∂y ∂u ∂v
0
∂v ∂v
O último determinante é chamado determinante jacobiano da transformação (x, y) =
ϕ(u, v), e é denotado por
∂x ∂x
∂(x, y) ∂u ∂v
= .
∂(u, v) ∂y ∂y
∂u ∂v
∂ϕ ∂ϕ ∂(x, y)
Chegamos à conclusão que (u0 , v0 ) ∧ (u0 , v0 ) = , e portanto
∂u ∂v ∂(u, v)
∂(x, y)
a área de B é aproximadamente ∆u∆v.
∂(u, v)
Rij Bij
123
e passando ao limite vem
∂(x, y)
ZZ ZZ
f (x, y)dxdy = f (ϕ(u, v)) dudv.
B Buv ∂(u, v)
Toda essa discussão pode ser resumida com o próximo teorema.
Teorema 24 (Mudança de Variáveis na Integral Dupla). Seja ϕ : Ω ⊂ R2 → R2 , Ω aberto,
de classe C 1 , sendo ϕ dada por (x, y) = ϕ(u, v), com x = x(u, v), y = y(u, v). Seja Buv ⊂ Ω.
Seja B a imagem de Buv , isto é, B = ϕ(Buv ), então
∂(x, y)
ZZ ZZ
f (x, y)dxdy = f (ϕ(u, v)) dudv.
B Buv ∂(u, v)
Exemplos:
sen(x2 + y 2)dxdy, onde B = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1, y ≥ 0}.
RR
1. Calcule B
Solução: A idéia é usar as coordenadas polares
x = ρ cos θ,
y = ρsenθ.
π 1 π
1 1 1 π
Z Z
= − cos(ρ2 ) dθ = − cos(1) + dθ = (1 − cos(1)).
0 2 0 0 2 2 2
cos(x − y)
ZZ
2. Calcule dxdy, onde B é o trapézio 1 ≤ x + y ≤ 2, x ≥ 0 e y ≥ 0.
B sen(x + y)
Solução: Usaremos a seguinte mudança de coordenadas
x = u+v
u = x − y, 2
,
⇒ u−v
v = x + y. y= 2 .
1 2
Observamos que uma primitiva de sec3 θ é 21 [sec θ tan θ + ln | sec θ + tan θ|] + k. Daı́
1 √ √
1 2 2
ZZ p
2 2
x + y dxdy = √ + ln √ + 1 − ln |1| = ( 2 + ln(1 + 2)).
B 6 2 2 6
125
Nona Lista de Exercı́cios
1. Encontre o Volume e a Área Lateral do sólido obtido pela revolução do gráfico da função
y = f (x) em torno do eixo x em cada um dos casos abaixo.
(a) ρ = 1 − cosθ.
(b) ρ = 6 − 6senθ.
(c) ρ = sen(2θ).
(a) ρ = 2 e ρ = 4cosθ.
(b) ρ = 1 − senθ e ρ = 3senθ.
5. Calcule
(d) B sen(4x2 + y 2 )dxdy onde B é o conjunto de todos os (x, y) tais que 4x2 + y 2 ≤ 1
RR
e y ≥ 0.
√
RR 3
y−x 2
(e) B (x + 2y)dxdy onde B é o triângulo de vértices (0, 0), (1, 0) e (0, 1).
1+y+x
RR
(f) B xdxdy onde B é o conjunto, no plano xy, limitado pela cardióide ρ = 1 − cosθ.
126
ZZ
(d) xdxdy, onde B é a região, no plano xy, limitada pela curva (dada em coorde-
B
π π
nadas polares) ρ = cos3θ, − ≤ θ ≤ .
6 6
ZZ
(e) dxdy, onde B é a região, no plano xy, limitada pela curva (dada em coorde-
B
π π
nadas polares) ρ = cos2θ, − ≤ θ ≤ .
8 4
x2 y 2
7. Calcule a área da região delimitada pela elipse + 2 = 1 com (a > 0) e (b > 0).
a2 b
8. Sejam A = {(x, y) ∈ R2 : 1 + x2 ≤ y ≤ 2 + x2 , x ≥ 0 e y ≥ x + x2 } e B = (u, v) ∈ R2 :
1 ≤ v ≤ 2, v ≥ u e u ≥ 0}.
127
Aula 44: 23/09/2013
8 Integral tripla
8.1 Definição
Inicialmente faremos a definição de somas de Riemann. Considere um Bloco A = {(x, y, z) ∈
R3 : a ≤ x ≤ a1 , b ≤ y ≤ b1 e c ≤ z ≤ c1 }. Sejam P1 = {a = x0 < x1 < x2 < · · · < xm = a1 },
P2 = {b = y0 < y1 < y2 < · · · < yn = b1 } e P3 = {c = z0 < z1 < z2 < · · · < zp = c1 }. O
conjunto
P = {(xi , yj , zk ) : i = 0, 1, 2, . . . , m, j = 0, 1, 2, . . . , n e k = 0, 1, 2, . . . , p}
é chamado partição do bloco A. Uma partição determina mnp blocos Rijk = {(x, y, z) ∈
R3 : xi−1 ≤ x ≤ xi , yj−1 ≤ y ≤ yj e zk−1 ≤ z ≤ zk }. Veja a figura 65.
onde f (Xijk ) = 0 se Xijk 6∈ B, ∆xi = xi − xi−1 , ∆yj = yj − yj−1 , ∆zk = zk − zk−1 , chama-se
soma de Riemann de f relacionada à partição P e aos Xijk .
Indicaremos por ∆ o maior dos ∆x1 , ∆x2 , . . . , ∆xm , ∆y1 , ∆y2 , . . . , ∆yn e ∆z1 , ∆z2 , . . . , ∆zp .
Observe que se ∆ tende a zero, então todos os ∆xi , ∆yj e ∆zk tendem a zero.
128
m X p
n X
X
Definição 42. Dizemos que o número f (Xijk )∆xi ∆yj ∆zk tende a L quando ∆
i=1 j=1 k=1
tende a zero e escrevemos
m X p
n X
X
lim f (Xijk )∆xi ∆yj ∆zk = L
∆→0
i=1 j=1 k=1
RRR
Observação 3. O volume de B é igual a B
dxdydz.
: B ⊂ R3 → R são integráveis
Proposição 11. Se f, g RRR RRR em B e f (x, y, z) ≤ g(x, y, z) para
todo (x, y, z) ∈ B, então B f (x, y, z)dxdydz ≤ B g(x, y, z)dxdydz.
O Teorema de Fubini também é válido para integrais triplas e através dele pode-se demons-
trar os seguintes resultados. Considere K ⊂ R2 e g, h : K → R duas funções contı́nuas tais
que g(x, y) ≤ h(x, y) para todo (x, y) ∈ K. Considerando o conjunto
129
então Z Z "Z #
ZZZ h(x,y)
f (x, y, z)dxdydz = f (x, y, z)dz dxdy.
B K g(x,y)
De maneira análoga, podemos obter o mesmo resultado quando o conjunto B é dado por
então Z Z "Z #
ZZZ h(x,z)
f (x, y, z)dxdydz = f (x, y, z)dy dxdz,
B K g(x,z)
então Z Z "Z #
ZZZ h(y,z)
f (x, y, z)dxdydz = f (x, y, z)dx dydz.
B K g(y,z)
ZZZ
Exemplo: Calcule xdxdydz, onde
B
B = {(x, y, z) ∈ R3 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ x + y}.
Z 1 Z x Z x+y Z 1 Z x Z 1 Z x
xdzdydx = [xz]x+y
0 dydx = (x2 + xy)dydx =
0 0 0 0 0 0 0
1 x 1 4 1
xy 2 3x3
3x 3
Z Z
2
x y+ dx = dx = = .
0 2 0 0 2 8 0 8
130
Aula 45: 30/09/2013
Exemplo: Calcule o volume do conjunto B formado por todos os pontos (x, y, z) de R3 que
satisfazem x2 + y 2 ≤ z ≤ 2 − x2 − y 2 .
Solução: Inicialmente observamos que o gráfico de f (x, y) = x2 + y 2 é um parabolóide com
concavidade para cima e o gráfico de g(x, y) = 2 − x2 − y 2 é um parabolóide com concavidade
para baixo. Calculando a intersecção de z = x2 + y 2 com z = 2 − x2 − y 2 é dada por z = 1
e x2 + y 2 = 1. Seja K = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1}. O conjunto B do enunciado pode ser
escrito como
B = {(x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ K e x2 + y 2 ≤ z ≤ 2 − x2 − y 2 }.
Temos
ZZZ Z Z "Z 2−x2 −y 2
# ZZ
V ol B = dxdydz = dz dxdy = (2 − 2x2 − 2y 2 )dxdy.
B K x2 +y 2 K
Para resolver essa última integral, podemos usar uma mudança de coordenadas polares x =
ρ cos θ e y = ρsenθ. Como a região K é um cı́rculo de centro (0, 0) e raio 1, então a variação
é de ρ é de 0 a 1 e a variação de θ é de 0 a 2π. Portanto
Z 1 Z 2π Z 1 2 1
ρ ρ4
ZZ
2 2 2 3
(2 − 2x − 2y )dxdy = (2 − 2ρ )ρdθdρ = 4π (ρ − ρ )dρ = 4π − = π.
K 0 0 0 2 4 0
∂(x, y, z)
ZZZ ZZZ
f (x, y, z)dxdydz = f (ϕ(u, v, w)) dudvdw.
B Buvw ∂(u, v, w)
∂(x, y, z)
A notação denota o determinante Jacobiano
∂(u, v, w)
∂x ∂x ∂x
∂u ∂v ∂w
∂y ∂y ∂y
det
∂u ∂v ∂w .
∂z ∂z ∂z
∂u ∂v ∂w
sen(x + y − z)
ZZZ
Exemplo: Calcule dxdydz, onde
B x + 2y + z
n
3 π o
B = (x, y, z) ∈ R : 1 ≤ x + 2y + z ≤ 2, 0 ≤ x + y − z ≤ e 0 ≤ z ≤ 1 .
4
131
Considere a seguinte mudança de variáveis
u = x + y − z,
v = x + 2y + z,
w = z.
Daı́
∂x ∂x ∂x
∂u ∂v ∂w
2 −1 3
∂(x, y, z) ∂y ∂y ∂y
= det = det −1 1 −2 = 1.
∂(u, v, w) ∂u ∂v ∂w
0 0 1
∂z ∂z ∂z
∂u ∂v ∂w
Portanto temos
Z π Z 2Z 1 Z πZ 2
sen(x + y − z) senu senu
ZZZ
4 4
dxdydz = dwdvdu = dvdu =
B x + 2y + z 0 1 0 v 0 1 v
Z π Z π √ !
4 4 π 2
senu [ln v]21 du = ln 2senudu = ln 2 [− cos u]04 = 1 − ln 2.
0 0 2
8.4 Aplicações
Coordenadas Esféricas
Da mesma forma que conseguimos localizar um ponto do plano usando coordenadas po-
lares, podemos localizar um ponto do espaço usando coordenadas esféricas. Seja P = (x, y, z)
um ponto do espaço e considere P1 a projeção de P no plano xy, isto é, P1 = (x, y, 0). Veja a
figura 66. Sejam ρ = kOP k e w = kOP1 k. Sejam ainda θ a medida do ângulo entre OP1 e OX
e φ a medida do ângulo entre OP e OZ. O ponto P fica completamente determinado pelas
coordenadas esféricas (ρ, φ, θ). Podemos facilmente encontrar a relação entre as coordenadas
esféricas e as coordenadas cartesianas usando a trigonometria. Observe que
w
senφ =
ρ
w = ρsenφ
=⇒
z = ρ cos φ.
cos φ = z
ρ
132
z
P
φ ρ
y
θ w
x
P1
133
Aula 46: 02/10/2013
Calculando o determinante jacobiano vem
2π π 2π π 2π
r 3 senφ r 3 cos φ 2r 3 2r 3
4
Z Z Z Z
dφdθ = − dθ = dθ = 2π = πr 3 .
0 0 3 0 3 0 0 3 3 3
Coordenadas Cilı́ndricas
Da mesma forma que foi feito para as coordenadas esféricas, podemos identificar um
ponto P = (x, y, z) de R3 da seguinte forma. Seja P1 a projeção de P sobre o plano xy, isto é,
P1 = (x, y, 0). Consideramos θ a medida do ângulo entre OP1 e OX e consideramos ρ = kP1 k.
Dessa forma o ponto P fica completamente determinado pelas suas coordenadas cilı́ndricas
(ρ, θ, z). Veja a figura 67.
P
y
θ ρ
x
P1
cos θ −ρsenθ 0
∂(x, y, z)
= senθ ρ cos θ 0 = ρ.
∂(ρ, θ, z)
0 0 1
134
Exemplo: Calcule o volume do cilindro de raio r e altura h.
Solução: Aplicando a fórmula de mudança de variáveis temos
ZZZ Z r Z 2π Z h Z rZ 2π
V ol Cr,h = dxdydz = ρdzdθdρ = [ρz]h0 dθdρ =
Cr,h 0 0 0 0 0
Z rZ 2π r r r
ρ2
Z Z
ρhdθdρ = [ρhθ]2π
0 dρ = 2πρhdρ = 2πh = πr 2 h.
0 0 0 0 2 0
135
Décima Lista de Exercı́cios
1. Calcule
RRR √
(a) 1 − z 2 dxdydz onde B é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ z ≤ 1, 0 ≤ y ≤ z.
RRRB
(b) B
dxdydz onde B é o conjunto x2 + y 2 ≤ z ≤ 2x + 2y − 1.
RRR x2
(c) e dxdydz onde B é o conjunto 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ x e 0 ≤ z ≤ 1.
RRRB
(d) B
xdxdydz onde B é o conjunto x2 ≤ y ≤ x, 0 ≤ z ≤ x + y.
x2 y 2
+ + z 2 ≤ 1, x ≥ 0.
4 9
p
5. Calcule o volume do conjunto z ≥ x2 + y 2 e x2 + y 2 + z 2 ≤ 2ax, com a > 0.
136
Aula 47: 07/10/2013
137
Aula 48: 09/10/2013
2
2. Prove Zque
Z se f, g : B ⊂ R Z→
Z R são integráveis e f (x, y) ≤ g(x, y) para todo (x, y) ∈ B,
então f (x, y)dxdy ≤ g(x, y)dxdy.
B B
Z 1 Z √1−y2
3. Inverta a ordem de integração f (x, y)dxdy.
−1 0
ZZ
4. Calcule ydxdy onde B = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 4 e y ≥ 0}.
B
Boa Prova!
138
Resolução da Prova
2 1 2 1 2 2
xy 4 x2
ZZ Z Z Z Z hxi
3 3
(b) xy dxdy = xy dy dx = dx = dx = =
R 1 0 1 4 0 1 4 8 1
4 1 3
− = .
8 8 8
2. Como f (x, y) ≤ g(x, y) para todo (x, y) ∈ B, então g(x, y) − f (x, y) ≥ 0 para todo
(x, y) ∈ B. Daı́, pela Proposição 7 segue que
ZZ
(g(x, y) − f (x, y))dxdy ≥ 0.
B
3. Inicialmente, de acordo com a integral dupla que aparece no enunciado, observe que
a variação p
de y é −1 ≤ y ≤ 1. pE a variação de x está entre a curva x ≡ 0 e a
curva x = 1 − y 2 . A curva x = 1 − y 2 é uma semi-circunferência da circunferência
x2 + y 2 = 1. Veja a figura 68.
0 1
−1
139
4. Usando as coordenadas polares x = ρcos θ e y = ρsen θ temos que o conjunto B é dado
pelo conjunto dos pontos (ρ, θ) tais que 0 ≤ ρ ≤ 2 e 0 ≤ θ ≤ π. Logo
Z πZ 2 π 2 π
ρ3 8 8 16
ZZ Z Z
ydxdy = 2
ρ sen θdρdθ = sen θ dθ = sen θdθ = (−cos θ)|π0 = .
B 0 0 0 3 0 3 0 3 3
temos
z
p = cos φ.
x2 + y 2 + z 2
π
Além disso, nessas coordenadas, o conjunto B é dado por 1 ≤ ρ ≤ 2, 0 ≤ φ ≤ 2
e
π
2
≤ θ ≤ 3π2
. Logo
3π π
2
z
ZZZ Z Z Z
2 2
p dxdydz = ρ2 sen φcos φdρdφdθ =
2 2
x +y +z 2 π
B 2
0 1
3π Z π 3 Z 3π Z π Z 3π π
2
2 ρ sen 2φ 2 7 2 7 (−cos 2φ)
Z 2
2 2
dφdθ = sen 2φdφdθ = dθ =
π
2
0 3 2 1
π
2
0 6 π
2
6 2 0
3π
7 7π
Z
2
dθ = .
π
2
6 6
140
Aula 49: 21/10/2013
9 Funções Vetoriais
Nesta seção estudaremos as funções com valores vetoriais, introduziremos os conceitos de
limite e continuidade e de derivada.
9.1 Definição
Definição 43. Uma função cujo domı́nio é um conjunto de números reais e cuja imagem é
um conjunto de vetores é chamada uma função vetorial.
Uma função vetorial definida em um intervalo I ⊂ R, com valores em R3 , é denotada por
α(t) = (x(t), y(t), z(t)), t ∈ I,
onde x(t), y(t) e z(t) são funções reais definidas em I.
9.2 Operações
Definimos as operações de adição de duas funções vetoriais e multiplicação de uma cons-
tante por uma função vetorial, da mesma forma que para vetores. Logo, se k ∈ R e α, β : I ⊂
R → R3 são funções vetoriais dadas por α(t) = (x1 (t), y1 (t), z1 (t)) e β(t) = (x2 (t), y2 (t), z2 (t)),
então definimos a soma α + β e a multiplicação kα por:
(α + β)(t) = α(t) + β(t) = (x1 (t) + x2 (t), y1(t) + y2 (t), z1 (t) + z2 (t)),
141
9.4 Derivada
Definição 46. A derivada da função vetorial α : I ⊂ R → R3 é a função α′ : X ⊂ I → R3 ,
definida por
α(t + ∆t) − α(t)
α′ (t) = lim ,
∆t→0 ∆t
onde X é o conjunto dos pontos t ∈ I para os quais o limite acima existe.
Segue das definições 44, 46 e da definição de derivada de uma função real que
Exemplo: Esboce a curva parametrizada por α(t) = (cos 3t, sen3t, 4t), com 0 ≤ t ≤ 4π e
calcule o seu comprimento.
Solução: Inicialmente observamos que as duas primeiras componentes da curva satisfazem a
equação x2 +y 2 = 1. Logo a curva “vive” em um cilindro que possui como base a circunferência
142
de centro na origem e raio 1. Observe ainda que enquanto t varia de 0 a 4π, temos que 3t varia
de 0 a 12π, ou seja, a circunferência é percorrida 6 vezes. Portanto a curva é uma hélice que
vai do ponto (1, 0, 0) ao ponto (1, 0, 16π) dando 6 voltas em torno do eixo z. Veja o esboço
na figura 69.
Calculando o vetor tangente temos α′ (t) = (−3sen3t, 3 cos 3t, 4). Daı́
√
kα′ (t)k = 9sen2 3t + 9 cos2 3t + 16 = 5
e Z 4π Z 4π
′
Comprimento de α = kα (t)kdt = 5dt = 20π.
0 0
143
Aula 50: 30/10/2013
10 Integral de Linha
Agora definiremos os campos de vetores.
Exemplo: F (x, y) = (x, y) (veja Figura 70−(a)) e G(x, y) = (x, 0) (veja Figura 70−(b)).
(a) (b)
Observação 4. Recordemos que o trabalho τ realizado por uma força constante F para deslo-
car uma partı́cula de γ(a) até γ(b), onde a imagem de γ é um segmento de reta, é dado por
Usando o fato que F é contı́nua ao longo de C e γ é de classe C 1 , seque que hF (γ(t)), γ ′(t)i
é integrável e portanto
n
X Z b
′
τ = lim hF (γ(ξi )), γ (ξi )i∆ti = hF (γ(t)), γ ′(t)idt.
∆→0 a
i=1
144
γ(tn )
γ(t1 )
γ(t2 )
γ(t0 )
Definição 48. Consideremos uma curva C em R3 parametrizada por γ(t) = (x(t), y(t), z(t)),
com t ∈ [a, b], onde γ é de classe C 1 e F (x, y, z) = (F1 (x, y, z), F2 (x, y, z), F3 (x, y, z)) um
campo vetorial contı́nuo definido em C. Definimos a integral de linha de F ao longo de C por
Z Z b
F dγ = hF (γ(t)), γ ′(t)idt. (2)
C a
Quando a curva C é fechada, isto é, γ(a) = γ(b), então a integral de linha é denotada por
I
F dγ.
C
−y x
Z
Exemplo: Calcule F dγ onde F (x, y) = , 2 e C é parametrizada por
C x + y x + y2
2 2
145
Décima Primeira Lista de Exercı́cios
1. Para cada um dos seguintes pares de equações paramétricas, esboce a curva e determine
sua equação cartesiana.
(a) x = −1 + t, y = 2 − t, t ∈ R.
(b) x = cos2 t, y = sen2 t, t ∈ R.
(c) x = t2 − 4, y = 1 − t, t ∈ R.
(d) x = cos t, y = −3 + sent, t ∈ [0, 2π].
(a) a reta 2x − 3y = 6.
(b) a parábola x2 = 4ay.
(c) a circunferência (x − a)2 + (y − b)2 = r 2 .
x2 y 2
(d) a elipse + 2 = 1, x ≥ 0.
a2 b
3. Encontre o comprimento do caminho percorrido por uma partı́cula que se move ao longo
das curvas de equações dadas durante o intervalo de tempo especificado em cada um
dos casos abaixo:
→
− →
−
(a) F (x, y, z) = (x + y + z) k e γ(t) = (t, t, 1 − t2 ), com 0 ≤ t ≤ 1.
→
− →
−
(b) F (x, y) = x2 j e γ(t) = (t2 , 3), com −1 ≤ t ≤ 1.
→
− →
− →
−
(c) F (x, y) = x2 i + (x − y) j e γ(t) = (t, sent), com 0 ≤ t ≤ π.
→
− →
− →
− →
−
(d) F (x, y, z) = x2 i + y 2 j + z 2 k e γ(t) = (2cost, 3sent, t), com 0 ≤ t ≤ 2π.
Z
5. Calcule xdx − ydy, onde γ é o segmento de extremidades (1, 1) e (2, 3), percorrido no
γ
sentido de (1, 1) para (2, 3).
Z
6. Calcule xdx + dy + 2dz, onde γ é a interseção do parabolóide z = x2 + y 2 com o plano
γ
z = 2x + 2y − 1; o sentido de percurso deve ser escolhido de modo que a projeção de
γ(t), no plano xy, caminhe no sentido anti-horário.
Z
7. Calcule dx+dy +dz, onde γ é a interseção entre as superfı́cies y = x2 e z = 2−x2 −y 2 ,
γ
x ≥ 0, y ≥ 0 e z ≥ 0, sendo o sentido de percurso do ponto (1, 1, 0) para o ponto (0, 0, 2).
146
→
− →
− →
−
(a) F (x, y) = y i + x j .
→
− →
− →
− →
−
(b) F (x, y, z) = (x − y) i + (x + y + z) j + z 2 k .
→
− →
− →
− →
−
(c) F (x, y, z) = x i + y j + z k .
−
→ →
−
r
F (x, y, z) = f (r) ,
r
→
− →
− →
− →
−
onde −
→r = x i + y j + z k e r = ||−
→
r ||. Prove que F é conservativo.
→
− p
(Sugestão: Verifique que ∇ϕ = F onde ϕ(x, y, z) = g x2 + y 2 + z 2 , sendo g uma
primitiva de f .)
147
Aula 51: 04/11/2013
Z
Exemplo: Calcule xdx+(x2 +y+z)dy+xyzdz onde C é parametrizada por γ(t) = (t, 2t, 1)
C
para t ∈ [0, 1].
Solução: Nesse caso, o campo vetorial é F (x, y, z) = (x, x2 + y + z, xyz) e γ ′ (t) = (1, 2, 0).
Z Z b Z 1
′
F dγ = hF (γ(t), γ (t)idt = h(t, t2 + 2t + 1, 2t2 ), (1, 2, 0)idt =
C a 0
1 1
2t3 5t2
2 5 31
Z
2
(2t + 5t + 2)dt = + + 2t = + + 2 = .
0 3 2 0 3 2 6
x2 y2
Z
Exemplo: Calcule −ydx + xdy onde C é a elipse + = 1, orientada no sentido
C 4 9
anti-horário.
Solução: A elipse pode ser escrita como
x 2 y 2
+ = 1.
2 3
x y
Assim chamamos de cos t e de sent. Portanto uma parametrização da elipse orientada
2 3
no sentido anti-horário é dada por γ(t) = (2 cos t, 3sent), com t ∈ [0, 2π]. Dai temos
Z Z 2π Z 2π
F dγ = h(−3sent, 2 cos t), (−2sent, 3 cos t)idt = 6dt = 12π.
C 0 0
Z
Exemplo: Calcule xdx + xydy onde C é a curva parametrizada por γ(t) = (t, |t|), com
C
t ∈ [−1, 1].
Solução: Observe que a curva γ(t) é dada por (t, −t) para t variando de −1 a 0 e é dada por
(t, t) para t variando de 0 a 1. Veja a figura 72.
−1 1
148
Logo
Z Z 0 Z 1 Z 0 Z 1
2
F dγ = hF (t, −t), (1, −1)idt + hF (t, t), (1, 1)idt = (t + t )dt + (t + t2 )dt =
C −1 0 −1 0
1 1
t2 t3
1 1 1 1 2
Z
2
(t + t )dt = + = + − + = .
−1 2 3 −1 2 3 2 3 3
Z
Exemplo: Calcule xdx + ydy onde C é a curva cuja imagem é a poligonal de vértices
C
(0, 0), (2, 0) e (2, 1), orientada de (0, 0) para (2, 1).
Solução: Inicialmente desenhamos a curva conforme a figura 73.
(2, 1)
(0, 0) (2, 0)
Próximo passo é achar uma parametrização para a curva. Seja C1 o segmento de reta que
vai de (0, 0) a (2, 0) e C2 o segmento que vai de (2, 0) a (2, 1). Uma parametrização para C1
pode ser γ1 (t) = (t, 0), com t ∈ [0, 2]. E uma parametrização para C2 pode ser γ2 (t) = (2, t),
com t ∈ [0, 1]. Portanto temos
2 1 2 2 2 1
t t 1 5
Z Z Z Z Z
xdx+ydy = xdx+ydy + xdx+ydy = tdt+ tdt = + = 2+ = .
C C1 C2 0 0 2 0 2 0 2 2
Z
Exemplo: Calcule −ydx + xdy onde C é a curva cuja imagem é o triângulo de vértices
C
(0, 0), (1, 0) e (1, 1), orientado no sentido anti-horário.
Solução: Conforme no exemplo anterior, dividimos a curva C em três componentes C1 , C2 e C3
que são os lados do triângulo. As parametrizações para C1 , C2 e C3 são dadas respectivamente
por γ1 (t) = (t, 0), com t ∈ [0, 1], γ2 (t) = (1, t), com t ∈ [0, 1] e γ3 (t) = (−t, −t), com
t ∈ [−1, 0]. Portanto temos
Z Z Z Z
−ydx + xdy = −ydx + xdy + −ydx + xdy + −ydx + xdy =
C C1 C2 C3
Z 1 Z 1 Z 0
(0.1 − t.0)dt + (−t.0 + 1.1)dt + (t.(−1) + (−t).(−1))dt = 1.
0 0 −1
149
10.1 Função Potencial
Definição 50. Seja F : Ω ⊂ R3 → R3 um campo vetorial dado por F (x, y, z) = (P (x, y, z),
Q(x, y, z), R(x, y, z)), definimos o rotacional de F por
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P
RotF = − , − , − .
∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y
150
Aula 52: 06/11/2013
Demonstração: Por hipótese o campo F é conservativo, então existe uma função ϕ tal
que ∇ϕ = F . O fato de F ser de classe C 1 implica que ϕ é de classe C 2 . Portanto podemos
aplicar o Teorema de Schwarz nas componentes de F . Sejam P , Q e R as componentes de F .
Quando n = 2 admitimos R = 0. Portanto temos
∂ϕ ∂ϕ ∂ϕ
P = , Q= eR= .
∂x ∂y ∂z
Dai segue que
∂R ∂Q ∂2ϕ ∂2ϕ
− = − = 0,
∂y ∂z ∂y∂z ∂z∂y
∂P ∂R ∂2ϕ ∂2ϕ
− = − =0e
∂z ∂x ∂z∂x ∂x∂z
∂Q ∂P ∂2ϕ ∂2ϕ
− = − = 0.
∂x ∂y ∂x∂y ∂y∂x
Portanto RotF = 0.
i j k
∂ ∂ ∂
RotF = ∂x ∂y ∂z = (0, 0, 2) 6= (0, 0, 0).
−y x 0
i j k
∂ ∂ ∂
RotF = ∂x ∂y ∂z = (0, 0, 0).
x y 0
Portanto, usando o teorema anterior, não dá para decidir se o campo é ou não conser-
vativo. Vamos tentar encontrar uma função potencial para o campo.
∂ϕ
Se ϕ for uma função potencial para F , então = x. Logo
∂x
x2
ϕ(x, y) = + f (y).
2
∂ϕ y2
Derivando em relação a y obtemos = f ′ (y) = y. Portanto f (y) = + c e assim
∂y 2
uma função potencial para o campo F é dada por
x2 y 2
ϕ(x, y) = + +c
2 2
e assim F é conservativo.
151
10.2 Diferenciais Exatas
Vimos que se F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) é um campo de vetores, então uma notação para a
integral de linha de F ao longo de γ é
Z
P (x, y)dx + Q(x, y)dy.
γ
Definição 51. A expressão P (x, y)dx + Q(x, y)dy será chamada forma diferencial. Dize-
mos que uma forma diferencial P (x, y)dx + Q(x, y)dy é uma forma diferencial exata se
existe uma função diferenciável ϕ tal que
∂ϕ ∂ϕ
(x, y) = P (x, y) e (x, y) = Q(x, y).
∂x ∂y
Em outras palavras, uma forma diferencial P (x, y)dx + Q(x, y)dy é exata se o campo
F (x, y) = (P (x, y), Q(x, y)) é um campo conservativo. Daı́, temos o seguinte resultado
Proposição 12. Se P (x, y)dx+Q(x, y)dy é uma forma diferencial exata definida em Ω, então
então RotF = 0 em Ω.
Teorema 27. Se F é um campo conservativo em Ω, isto é, existe uma função diferenciável
ϕ : Ω → R tal que ∇ϕ = F e γ : [a, b] → Ω, então
Z
F dγ = ϕ(B) − ϕ(A),
γ
152
Z
Exemplo: Calcule xdx + ydy, onde C é parametrizada por γ(t) = (arctan t, sent3 ), com
C
t ∈ [0, 1].
Solução: Inicialmente, observamos que F (x, y) = (x, y) é um campo conservativo, que possui
x2 y 2
uma função potencial dada por ϕ(x, y) = + . Então, aplicando o teorema anterior temos
2 2
π π 2 sen(1)2
Z
xdx + ydy = ϕ(γ(1)) − ϕ(γ(0)) = ϕ , sen(1) − ϕ(0, 0) = − .
C 4 32 2
Exemplo: Daremos um exemplo agora de um campo não conservativo e que possui o rota-
cional zero. Considere
−y x
F (x, y) = , , com (x, y) 6= (0, 0).
x2 + y 2 x2 + y 2
(ii) Vamos mostrar que F não é conservativo argumentando por contradição. Suponhamos
que F seja conservativo, logo existe uma função potencial ϕ para F . Seja γ(t) = (cos t, sent).
Como γ(0) = γ(2π), aplicando o teorema anterior temos
Z
F dγ = ϕ(γ(2π)) − ϕ(γ(0)) = 0.
γ
153
Aula 53: 11/11/2013
d
K
c
a b
onde γ1 (t) = (t, c), com a ≤ t ≤ b, γ2 (t) = (b, t), com c ≤ t ≤ d, γ3 (t) = (b − t, d), com
0 ≤ t ≤ b − a, e γ4 (t) = (a, d − t), com 0 ≤ t ≤ d − c. Assim temos
Z Z b Z Z d
P dx + Qdy = P (t, c)dt, P dx + Qdy = Q(b, t)dt,
γ1 a γ2 c
Z Z b−a Z Z d−c
P dx + Qdy = −P (b − t, d)dt e P dx + Qdy = −Q(a, d − t)dt.
γ3 0 γ4 0
154
Portanto, substituindo estas expressões ficamos com
Z Z b Z d
P dx + Qdy = [P (t, c) − P (t, d)]dt + [Q(b, t) − Q(a, t)]dt.
γ a c
e
d Z b Z d Z d
∂Q ∂Q
ZZ Z
b
(x, y)dxdy = (x, y)dx dy = [Q(x, y)]a dy = [Q(b, y) − Q(a, y)]dy.
K ∂x c a ∂x c c
Z
Exemplo: Usando o Teorema de Green, transforme a integral de linha (x4 − y 3 )dx + (x3 +
γ
y 5 )dy numa integral dupla e calcule, sendo γ(t) = (cos t, sent) com t ∈ [0, 2π].
Solução: Inicialmente observamos que a região K delimitada pela curva é a região interior à
circunferência de raio 1 e centro (0, 0). Portanto, poderemos usar coordenadas polares com o
ρ variando de 0 a 1 e θ variando de 0 a 2π. Pela forma que foi dada a integral de linha temos
que P (x, y) = x4 − y 3 e Q(x, y) = x3 + y 5 . Portanto temos
∂Q ∂P
− = 3x2 + 3y 2.
∂x ∂y
E aplicando o Teorema de Green obtemos
1 2π 1
ρ4
3π
Z ZZ Z Z
4 3 3 5 2 2 3
(x − y )dx + (x + y )dy = (3x + 3y )dxdy = 3ρ dθdρ = 6π = .
γ K 0 0 4 0 2
−y x
onde γ(t) = (cos t, sent), com t ∈ [0, 2π]. De fato, as funções e 2 são de classe
+y 2 x + y2 x2
C 1 no aberto Ω = R2 \ {(0, 0)} e γ é a fronteira do cı́rculo K = {(x, y) ∈ R2 : x2 + y 2 ≤ 1}.
Porém, K 6⊂ Ω, pois (0, 0) ∈ K e (0, 0) 6∈ Ω.
155
Agora veremos uma outra versão do Teorema de Green em função do rotacional.
∂Q ∂P
e portanto o produto do Rotacional de F com o vetor k = (0, 0, 1) é − . Daı́ o resultado
∂x ∂y
segue direto do Teorema de Green.
156
Aula 54: 13/11/2013
Fluxo de um campo através de uma curva
Antes de definir o fluxo através de uma curva, vejamos uma definição de curva regular e
de campo de vetores normais unitários ao longo da curva.
Seja γ(t) = (x(t), y(t)) uma curva regular e injetora em [a, b]. Vamos considerar dois
campos de vetores ao longo de γ:
1
n1 (t) = ′
(y ′ (t), −x′ (t))
||γ (t)||
e
1
n2 (t) = (−y ′(t), x′ (t)) .
||γ ′ (t)||
Observe que n1 e n2 são vetores normais à curva γ, pois hn1 (t), γ ′ (t)i = 0 e hn2 (t), γ ′ (t)i = 0
para todo t ∈ [a, b]. E também são unitários, pois tem norma 1 para todo t ∈ [a, b].
Sejam F : Ω ⊂ R2 → R2 um campo contı́nuo, γ : [a, b] → Ω uma curva regular injetora e
n um dos campos vetoriais n1 ou n2 definidos logo acima. Considere Fn (t) : [a, b] → R dada
por Fn (t) = hF (γ(t)), n(t)i. Temos que Fn é a componente escalar de F ao longo de γ na
direção de n. Veja a figura 75.
Fn (t)
θ
γ(t) F (γ(t))
157
Recordamos aqui que um métodoprático para lembrar as definições de gradiente, diver-
∂ ∂ ∂
gente e rotacional é considerar ∇ = , , e daı́ o gradiente é o produto por escalar
∂x ∂y ∂z
entre ∇ e f , divergente é o produto escalar entre ∇ e F = (P, Q, R) e o rotacional é o produto
vetorial entre ∇ e F = (P, Q, R).
Para interpretar o divergente de um campo F = (P, Q) definido em um aberto de R2 ,
basta considerar R = 0 na definição anterior.
Demonstração: Antes de mais nada, observamos que nas condições das hipóteses do teo-
rema temos que a normal exterior a K é dada por n(t) = n1 (t). Logo temos
Z b Z b
(y ′(t), −x′ (t))
Z
′
hF, nidt = hF (γ(t)), n(t)i||γ (t)||dt = F (γ(t)), ′ (t)||
||γ ′(t)||dt =
γ a a ||γ
Z b
= h(P (γ(t)), Q(γ(t))), (y ′(t), −x′ (t))i dt =
a
b ZZ
∂P ∂Q
Z
Green
= −Qdx + P dy = + dxdy =
a K ∂x ∂y
ZZ
= divF dxdy.
K
x2 y 2
Exemplo: Usando o Teorema de Green, calcule a área da elipse + 2 = 1.
a2 b
∂Q ∂P
Solução: Inicialmente observamos que se Q(x, y) = x e P (x, y) = 0 então temos − = 1.
∂x ∂y
Para γ e K nas condições do Teorema de Green temos
Z ZZ
xdy = 1dxdy = Área de K.
γ K
Uma curva que parametriza a elipse no sentido anti-horário é γ(t) = (a cos t, bsent), com
t ∈ [0, 2π]. Logo
Z Z 2π Z 2π
Área de K = xdy = a cos tb cos tdt = ab cos2 tdt = abπ.
γ 0 0
158
Décima Segunda Lista de Exercı́cios
Z
1. Calcule F dγ, onde γ é uma curva fechada, simples, C 1 por partes, cuja imagem é a
γ
fronteira de um conjunto compacto B e F (x, y) = (2x + y, 3x − y).
Z
2. Calcule F dγ, onde F (x, y) = (4x3 y 3 , 3x4 y 2 + 5x) e γ é a fronteira do quadrado de
γ
vértices (−1, 0), (0, −1), (1, 0) e (0, 1).
Z
3. Calcule hF, nidt sendo dados
γ
(a) F (x, y) = (0, y), γ a fronteira do quadrado de vértices (0, 0), (1, 0), (1, 1), (0, 1) e n
a normal unitária que aponta para fora do quadrado, sendo γ orientada no sentido
anti-horário.
(b) F (x, y) = (x2 , 0), γ(t) = (2cost, sent), 0 ≤ t ≤ π, e n a normal unitária com
componente y ≥ 0.
(c) F (x, y) = (x, y), γ(t) = (t, t2 ), 0 ≤ t ≤ 1, e n a normal unitária com componente
y < 0.
159
Aula 55: 18/11/2013
11 Integral de Superfı́cies
11.1 Noções sobre superfı́cies e planos tangentes
Definição 55. Por superfı́cie parametrizada σ entendemos a imagem de uma aplicação
σ : A → R3 , onde A ⊂ R2 é aberto e as componentes de σ são diferenciáveis.
Im σ
z
σ(u, v)
v
A σ
(u, v) y
u
x
Portanto a imagem de σ é o plano que passa pelo ponto (0, 1, 2) e tem como vetores diretores
(1, 2, 1) e (2, −1, 1).
160
Exemplo: Considere a superfı́cie dada por σ : A ⊂ R2 → R3 , onde A = [0, 2π] × [0, 1] e
x = cos u,
σ: y = senu, (u, v) ∈ A.
z = v,
Esta superfı́cie é um cilindro que tem como base a circunferência contida no plano xy, centrada
na origem e de raio 1, e de altura 1. Veja a figura 77.
Plano Tangente
(u, v) y
u
x
161
Definição 56. O plano tangente à uma superfı́cie σ no ponto σ(u0, v0 ) é o plano que passa
∂σ ∂σ
por σ(u0 , v0 ) e possui vetores diretores (u0 , v0 ) e (u0 , v0 ). A equação vetorial do plano
∂u ∂v
é
∂σ ∂σ
π : (x, y, z) = σ(u0, v0 ) + s (u0 , v0 ) + t (u0 , v0 ),
∂u ∂v
e a equação geral é
∂σ ∂σ
(u0 , v0 ) ∧ (u0 , v0 ), [(x, y, z) − σ(u0 , v0 )] = 0.
∂u ∂v
i j k
∂σ ∂σ
(0, 1) ∧ (0, 1) = 1 0 0 = (0, −1, 2).
∂u ∂v
0 2 1
é
y − 2z + 1 = 0.
162
Aula 56: 25/11/2013
Antes de falarmos de integral de superfı́cies, vamos estudar um método para calcular a
área de uma superfı́cie. Considere a figura 80.
v z
D
v0 + ∆v
∂σ
∆v C
σ ∂v
R ∂σ
∂u
∆u
v0
A B
u
u0 u0 + ∆u y
Solução: Conforme vimos antes, uma parametrização para a esfera é dada por
∂σ ∂σ
∧ = r 2 senu.
∂u ∂v
Portanto temos
Z π Z 2π Z π
2
Área da Esfera = r senudvdu = 2πr 2 senudu = 2πr 2[1 + 1] = 4πr 2.
0 0 0
∂σ ∂σ
ZZ ZZ
f (x, y, z)dS = f (σ(u, v)) ∧ dudv.
σ A ∂u ∂v
Vamos calcular uma primitiva fazendo integração por substituição. Chamamos x = 4u2 + 2,
1 x−2 6−x
logo udu = dx. Observe que u2 = , e daı́ 1 − u2 = . Portanto a última integral
8 4 4
fica
6 − x 1√ 6 2√ 3 1 2√ 5 1p 2 1p 2
Z
xdx = x − x = (4u + 2)3 − (4u + 2)5 .
4 8 32 3 32 5 8 80
Dai aplicando em 1 e em 0 temos que a integral de superfı́cie é
1√ 3 1√ 5
√
1√ 5 1 √ √
1 3
6 − 6 − 2 − 2 = (3 6 − 2 2).
8 80 8 80 10
164
Aula 57: 27/11/2013
165
É suficiente mostrar as seguintes igualdades
∂M
ZZ ZZZ
(i) Mhi, nidS = dxdydz,
σ Q ∂x
∂N
ZZ ZZZ
(ii) Nhj, nidS = dxdydz,
σ Q ∂y
∂P
ZZ ZZZ
(iii) P hk, nidS = dxdydz.
σ Q ∂z
Vamos provar apenas a igualdade (iii) para o caso em que a região é dada como na figura
81, isto é, Q = {(x, y, z) ∈ R3 : (x, y) ∈ R e g(x, y) ≤ z ≤ f (x, y)}.
z
S1 z = f (x, y)
S3
Q
z = g(x, y)
S2
y
x R
A superfı́cie S1 é parametrizada por S1 (x, y) = (x, y, f (x, y)). Sabemos que a normal
exterior é dada por
∂S1 ∂S1
∧
∂x ∂y
n= .
∂S1 ∂S1
∧
∂x ∂y
∂S1 ∂f ∂S1 ∂f ∂S1 ∂S1 ∂f ∂f
Temos = 1, 0, , = 0, 1, e ∧ = − , − , 1 . Logo
∂x ∂x ∂y ∂y ∂x ∂y ∂x ∂y
∂f ∂f
− ,− ,1
∂x ∂y
n= .
∂S1 ∂S1
∧
∂x ∂y
166
E portanto
1
hk, ni = .
∂S1 ∂S1
∧
∂x ∂y
Calculando o fluxo sobre S1 temos
P
ZZ ZZ ZZ
P hk, nidS = dS = P dxdy.
S1 S1 ∂S1 ∂S1 R
∧
∂x ∂y
Portanto temos ZZ ZZ
P hk, nidS = P (x, y, f (x, y))dxdy. (4)
S1 R
Analogamente prova-se que
ZZ ZZ
P hk, nidS = −P (x, y, g(x, y))dxdy. (5)
S2 R
Z Z "Z f (x,y)
#
∂P ∂P
ZZZ
(x, y, z)dz dxdy = (x, y, z)dxdydz.
R g(x,y) ∂z Q ∂z
ZZ
Exemplo: Calcule hF, nidS, onde F = (x2 + senyz, y − xe−z , z 2 ) e σ é a superfı́cie de-
σ
limitada pelo cilindro x2 + y 2 = 4 e os planos x + z = 2 e z = 0.
ZZ ZZ
2
(2x(2 − x) + (2 − x) + (2 − x) )dxdy = (4x − 2x2 + 2 − x + 4 − 4x + x2 )dxdy =
C C
ZZ Z 2π Z 2
2
(−x − x + 6)dxdy = (−ρ3 cos2 θ − ρ2 cos θ + 6ρ)dρdθ =
C 0 0
2π 4 2 Z 2π
ρ3
ρ 8
Z
2 2 2
− cos θ − cos θ + 3ρ dθ = −4 cos θ − cos θ + 12 dθ =
0 4 3 0 0 3
2π
1 1 8
−4 θ + sen2θ − (senθ)2π 2π
0 + (12θ)0 = 20π.
2 4 0 3
167
Aula 58: 02/12/2013
z σ
D γ∗
x
∂g ∂g
dz = dx + dy.
∂x ∂y
Consideramos agora o campo F como F = (P, Q, R). Então a integral de linha fica
Z Z
F dγ = P dx + Qdy + Rdz =
γ γ
∂g ∂g
Z
P (x, y, g(x, y))dx + Q(x, y, g(x, y))dy + R(x, y, g(x, y)) dx + dy =
γ∗ ∂x ∂y
Z
∂g ∂g
P (x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y)) dx + Q(x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y)) dy.
γ∗ ∂x ∂y
Chamamos
∂g
P1 (x, y) = P (x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y)) ,
∂x
∂g
Q1 (x, y) = Q(x, y, g(x, y)) + R(x, y, g(x, y))
∂y
168
e aplicamos o Teorema de Green para concluir que a última integral de linha é igual a
∂2g
ZZ Z Z
∂Q1 ∂P1 ∂Q ∂Q ∂g ∂R ∂R ∂g ∂g
− dxdy = + + + +R
D ∂x ∂y D ∂x ∂z ∂x ∂x ∂z ∂x ∂y ∂x∂y
∂2g
∂P ∂P ∂g ∂R ∂R ∂g ∂g
− + − + −R dxdy =
∂y ∂z ∂y ∂y ∂z ∂y ∂x ∂x∂y
Z Z
∂Q ∂P ∂Q ∂R ∂g ∂R ∂P ∂g
− + − + − dxdy =
D ∂x ∂y ∂z ∂y ∂x ∂x ∂z ∂y
Z Z
∂R ∂Q ∂g ∂P ∂R ∂g ∂Q ∂P
− − + − − + − dxdy =
D ∂y ∂z ∂x ∂z ∂x ∂y ∂x ∂y
Z Z
∂R ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂P ∂g ∂g
− , − , − , − ,− ,1 dxdy =
D ∂y ∂z ∂z ∂x ∂x ∂y ∂x ∂y
ZZ
∂σ ∂σ ∂σ ∂σ
ZZ ZZ
rotF, n ∧ dxdy = hrotF, ni ∧ dxdy = hrotF, nidS.
D ∂x ∂y D ∂x ∂y σ
11.4 Aplicações
2 y 3
Exemplo: Z Seja F (x, y, z) = (3z − senx, x + e , y − cos z). Use do Teorema de Stokes para
calcular F dγ onde γ(t) = (cos t, sent, 1) com t ∈ [0, 2π].
γ
Solução: A curva γ é uma circunferência no plano z = 1, logo ela pode ser vista como o bordo
da superfı́cie σ(x, y) = (x, y, 1) com (x, y) ∈ K = {(x, y) : x2 + y 2 ≤ 1}.
Agora calculamos o rotacional do campo F
i j k
∂ ∂ ∂
rotF = ∂x ∂y ∂z = (3y 2 , −3, 2x)
3z − senx x2 + ey y 3 − cos z
e o vetor normal a σ
i j k
n= 1 0 0 = (0, 0, 1).
0 1 0
Portanto usando Stokes temos
Z ZZ ZZ ZZ Z 2π Z 1
F dγ = hrotF, nidS = 2xdS = 2x.1dxdy = 2ρ2 cos θdρdθ =
γ σ σ K 0 0
2π 1 2π
2ρ3 cos θ
2
Z Z
dθ = cos θdθ = 0.
0 3 0 3 0
169
Décima Terceira Lista de Exercı́cios
(c) (x, y, z) ∈ R3 : 2x + y + 4z = 5 .
170
9. Seja B o cilindro {(x, y, z) ∈ R3 |x2 + y 2 ≤ 1 e 0 ≤ z ≤ 1}, σ a fronteira de B. Mostre
que ZZ ZZZ
hF, nidS = divF dxdydz,
σ B
171
Aula 59: 04/12/2013
Exemplo: Verifique o Teorema de Stokes para F (x, y, z) = (z, x, y) e σ o hemisfério
p
z = a2 − x2 − y 2.
Solução: A fronteira da superfı́cie é a curva z = 0 e x2 + y 2 = a2 , e uma parametrização para
ela é γ(t) = (a cos t, asent, 0), com t ∈ [0, 2π]. Daı́ calculando diretamente a integral de linha
obtemos
Z 2π Z 2π 2π
2 1 1
Z
2 2 2 2
F dγ = 0 + a cos tdt + sent0 = a cos tdt = a t + sen2t = πa2 .
γ 0 0 2 4 0
Por outro lado, o rotacional do campo F é
i j k
∂ ∂ ∂
rotF = ∂x ∂y ∂z = (1, 1, 1).
z x y
Calculando as derivadas parciais de σ obtemos
! !
∂σ x ∂σ y
= 1, 0, − p e = 0, 1, − p .
∂x a2 − x2 − y 2 ∂y a2 − x2 − y 2
E portanto o produto vetorial é
!
∂σ ∂σ x y
∧ = p ,p ,1
∂x ∂y a2 − x2 − y 2 a2 − x2 − y 2
e sua norma é
s
∂σ ∂σ x2 y2 a
∧ = + + 1 = .
a2 − x2 − y 2 a2 − x2 − y 2
p
∂x ∂y a2 − x2 − y 2
Então sua normal unitária é
p !
x y a2 − − x2 y2
n= , , .
a a a
Temos
p !
x y a2 − x2 − y 2
ZZ ZZ
hRotF, nidS = + + dS =
σ σ a a a
p
x+y+ a2 − x2 − y 2 ∂σ ∂σ
ZZ
∧ dxdy =
K a ∂x ∂y
p
x+y+ a2 − x2 − y 2 a
ZZ
p dxdy =
K a a − x2 − y 2
2
a 2π
p Z a Z 2π " #
ρ(cos θ + senθ) a2 − ρ2 ρ2
Z Z
p ρdθdρ = p (cos θ + senθ) + ρ dθdρ =
0 0 a2 − ρ2 0 0 a2 − ρ2
" #2π
a a
ρ2
Z Z
p (senθ − cos θ) + ρθ dρ = 2πρdρ = π[ρ2 ]a0 = πa2 .
0 a2 − ρ2 0
0
172
ZZ
Exemplo: Calcule hF, nidS, onde σ é a fronteira do cubo 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1 e
σ
0 ≤ z ≤ 1, F é dado por F (x, y, z) = (x2 , −1, 1) e n é a normal unitária apontando para fora.
onde σ1 (u, v) = (u, v, 1), σ2 (u, v) = (u, 1, v), σ3 (u, v) = (1, u, v), σ4 (u, v) = (u, v, 0), σ5 (u, v) =
(u, 0, v) e σ6 (u, v) = (0, u, v), e os vetores normais respectivamente são n1 = (0, 0, 1), n2 =
(0, 1, 0), n3 = (1, 0, 0), n4 = (0, 0, −1), n5 = (0, −1, 0) e n6 = (−1, 0, 0). Temos
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n1 idS = h(u , −1, 1), (0, 0, 1)idudv = 1dudv = 1,
σ1 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n2 idS = h(u , −1, 1), (0, 1, 0)idudv = −1dudv = −1,
σ2 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
hF, n3 idS = h(1, −1, 1), (1, 0, 0)idudv = 1dudv = 1,
σ3 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n4 idS = h(u , −1, 1), (0, 0, −1)idudv = −1dudv = −1,
σ4 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
2
hF, n5 idS = h(u , −1, 1), (0, −1, 0)idudv = 1dudv = 1 e
σ5 0 0 0 0
ZZ Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
hF, n6 idS = h(0, −1, 1), (−1, 0, 0)idudv = 0dudv = 0.
σ6 0 0 0 0
Portanto ZZ
hF, nidS = 1 + (−1) + 1 + (−1) + 1 + 0 = 1.
σ
Solução 2 : Usando o Teorema da Divergência temos
ZZ ZZZ Z 1Z 1Z 1 Z 1 Z 1
hF, nidS = divF dxdydz = 2xdxdydz = [x2 ]10 dydz = 1.
σ K 0 0 0 0 0
173
Aula 60: 11/12/2013
numa integral dupla e calcule, onde γ(t) = (cost, sent), com 0 ≤ t ≤ 2π.
ZZ
5. Calcule f (x, y, z)dS, sendo f (x, y, z) = x2 + y 2 e σ(u, v) = (u, v, u2 + v 2 ) com
σ
u2 + v 2 ≤ 1.
Boa Prova!
174
Resolução da Prova
175
4. Pelo Teorema da Divergência de Gauss temos
ZZ ZZZ
hF, nidS = divF dxdydz.
σ Q
2π 1 2π 1 2π
3ρ2
3 3
ZZ Z Z Z Z
3dxdy = 3ρdρdθ = dθ = dθ = 2π = 3π.
C 0 0 0 2 0 0 2 2
z−1 dz
Chamando z = 4ρ2 + 1, temos ρ2 = e ρdρ = . Portanto
4 8
Z 3/2
z − 1√ 1 z 1/2 2 z 5/2 2 z 3/2
z
Z p Z
2 2
ρ 4ρ + 1ρdρ = z dz = − dz = − =
4 8 32 32 5 32 3 32
1p 2 1p 2
(4ρ + 1)5 − (4ρ + 1)3 .
80 48
√
1√ 3 √
1 5
1 1 π
Dai a integral de superfı́cies é 2π 5 − 5 − + = [25 5 + 1].
80 48 80 48 60
176