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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL – UNINTER

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – SEGUNDA LICENCIATURA

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM EDUCAÇÃO INFANTIL -


MODALIDADE EXTENSÃO

DISCENTE: RAPHAELLA GONÇALVES TEIXEIRA


POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA:
EDUCAÇÃO INFANTIL E INTERSETORIALIDADE
 Apresentação da estudante Raphaella
 Apresentação do curso

 Atividade de extensão do estágio: “P olíticas públicas


para a primeira infância: educação infantil e
intersetorialidade”
 Público-alvo: estudantes de pedagogia e
profissionais da Educação Infantil
 Objetivos: (ver plano de ação)
POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A PRIMEIRA INFÂNCIA:
EDUCAÇÃO INFANTIL E INTERSETORIALIDADE
 Duração 4 horas de vídeos postados no YouTube divididas em
4 momentos:
1. Discutiremos o tema “A criança e a infância na perspectiva
da Antropologia da Criança”, a partir do livro “Antropologia da
Criança”, de Clarice Cohn (2005), com apresentação do vídeo
“A história da Infância”
2. Abordarei o tema: “O Marco Legal da Primeira Infância –
Avanços e Desafios”, a partir da apresentação da legislação e
dos vídeos: “O Começo da Vida” e “A Infância no Brasil”
3. Apresentarei o tema “BNCC Educação Infantil na Prática”,
com a contribuição da diretora Luliane
4. Entrevista com o psicólogo Herberth Mascarenhas com o
tema “Políticas públicas para a primeira infância: educação
infantil e intersetorialidade”
Vídeo “A História da Infância”
 Infância é socialmente construída
 Tendemos a NATURALIZAR as construções

sociais
 Sentimentos: amor materno e infância
 Infância negada séc. XV
 Infância industrializada XVI – XVIII
 Infância de Direitos – atualmente
Questões para reflexão
 Qual a concepção de infância que você educadora
ou educador compartilha?
 Como essa concepção se concretiza em sua prática

docente?
 Há permanências das concepções de infância do

período industrial nos dias atuais?


 Disciplina, vigilância, punições, memorização,

repetição ainda estão presentes nas práticas


escolares?
A criança e a infância na perspectiva da
Antropologia da Criança:
Sobre a autora
 Clarice Cohn é professora adjunta do Departamento de Ciências Sociais
e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da
Universidade Federal de São Carlos. Coordenou o Observatório da
Educação Escolar Indígena da UFSCar, com financiamento CAPES, e o
Laboratório de Estudos e Pesquisas em Antropologia da Criança
(LEPAC), tendo feito parte, nesta mesma universidade, da Comissão de
Ações Afirmativas e, posteriormente, do Grupo Gestor do Programa de
Ações Afirmativas. Possui graduação em Ciências Sociais (1994),
mestrado (2000) e doutorado em Antropologia Social (2006) pela
Universidade de São Paulo, e é Pós-Doutora pela Universidade Paris
Nanterre (2016). É associada da Associação Brasileira de Antropologia
(ABA) e membro do Public Issues and Action Committee “questões
públicas e comitê de ação” (PIAC) ligado à associação internacional de
antropologia Society for the Anthropology of Lowland South America
“Sociedade para a Antropologia das Terras Baixas da América do Sul”
(SALSA). Tem experiência de pesquisa, docência e orientação na área
de Antropologia, com ênfase em Etnologia Indígena. Pesquisa com os
Mebengokré-Xikrin, povo indígena de língua Jê que vive no Pará, e
atua principalmente nos seguintes temas: antropologia, etnologia
Livro “Antropologia da Criança”, de Clarice Cohn
(2005)

 O que é a criança? O que é ser criança? Como


vivem e pensam as crianças? O que significa
infância? Quando ela acaba?
 -Tábula rasa X paraíso perdido
 Inocência X cruéis: pequeno demônio a ser

domesticado
 Imagem em negativo da criança:criança como

contraponto para falar de outras coisas, falamos


menos das crianças e mais de outras coisas:
cisão MUNDO ADULTO x MUNDO DA CRIANÇA
 A antropologia estuda modos de viver em
sociedade; buscando entender o ponto de vista
daqueles sobre quem e com quem fala, seus
objetos de estudo;
 Entender um fenômeno em seu contexto social e
cultural
 Entender a criança e seu mundo a partir de seu
próprio ponto de vista
 Entender o lugar que ocupam dentro daquela
sociedade, como as pessoas entendem o que é
ser criança
 Como?
 A antropologia fornece um modelo analítico,

uma metdologia de coleta de dados: a


etnografia:
 Observação participante: método em que o

pesquisador participa ativamente da vida e do


mundo social que estuda;
 Ouve o que as pessoas que vivem nesse

mundo tem a dizer sobre ele; ponto de vista


do nativo
 Livro “Etnografia da Prática escolar”, de Marli
Elisa Dalmazo Afonso de André:  contribuição
dos estudos do tipo etnográfico voltados ao
cotidiano escolar oferecem para repensar e
reconstruir o saber didático; princípios da
pesquisa, questões éticas;
 Observar as crianças e ouvir o que elas têm a

dizer sobre o mundo;


 Criança vista como um sujeito social
Estudos pioneiros em
Antropologia
 Escola de Cultura e Personalidade, culturalista,
norte-americana, décadas de 1920 e 30;
 Margaret Mead – escola culturalista de Franz

Boas;
 Ruth Bendict – Sexo e Temperamento;
 Buscavam compreender no comportamento

humano o que era natural, inato, universal X


cultural, adquirido, particular;
 Sociedade norte-americana como contraponto: a

adolescência com dilemas e rebeldia era


universal desse momento do ciclo de vida?
 Ênfase na formação do tipo específico de
personalidade: Relação Indivíduo e Sociedade
em termos de sua formação;
 Como modos de ninar, de ensinar e de

disciplinar os comportamentos como


definidores de padrões culturais;
 Determinantes na formação da personalidade

adulta e ideal de suas sociedades;


 A experiência das crianças é cultural e só

pode ser compreendida em seu contexto


 Estudos focados em como a criança é formada e
adquire competências culturais esperadas para a vida
adulta;
 Foca na aquisição de cultura e competências;
 Cisão entre vida adulta e vida da criança;
 Supõem um fim último do processo de
desenvolvimento: a vida adulta;
 Escola funcional-estruturalista Radcliffe-Brown;
britânica:
 Se interessam pelas práticas e pelo processo de
socialização das crianças, não pela formação da
personalidade ideal da sociedade
 Buscam entender a delimitação dos papeis e das
relações sociais que estão na base das práticas e do
processo de socialização dos indivíduos;
 Sociedade como sistema de papeis e relações
sociais que podem ser observados, descritos e
analisados pelo pesquisador;
 Definem o lugar do indivíduo na sociedade e se
ligam a outros para a reproduzir a totalidade social;
 As gerações que se sucedem e vão assumindo um
papel social que lhes antecede e define seu status e
posição na sociedade;
 Crianças dos estudos estrutural-funcionalista:
protagonizam um papel que não definem;
 Suas ações e representações simbólicas não
precisam ser estudadas para definir seu lugar
no sistema: são dadas pelo próprio sistema;
 São estudados os grupos de mesma faixa
etária, as passagens de status e seu papel
funcional dentro da sociedade;
 Estudam-se apenas as relações entre agentes
de socialização;
 Aquisição de competências para realizar um
papel social;
 Crianças sem papel ativo: receptáculo de

papeis funcionais que desempenham ao


longo do processo de socialização nos
momentos apropriados;
Uma nova antropologia da criança

 A partir da década 1960


 Avaliação e revisão dos conceitos da antropologia:
 O conceito de cultura, de sociedade, de agência, ou de
ação social;
 CULTURA: deixa de ser considerada como algo
empiricamente observável: costumes, crenças, valores;
 Não é mensurável ou detectável em algum lugar: é o
que faz com que as pessoas possam viver em
sociedade compartilhando sentidos;
 É um sistema simbólico acionado pelos atores sociais a
cada momento para dar sentido a suas experiências
 A cultura não está nos artefatos e nas frases,
mas na simbologia e nas relações sociais;
 Uma crença, um valor podem mudar, mas a

cultura continuará existindo enquanto


consistir um sistema simbólico, que está
sempre em transformação e mudança;
 O mesmo ocorre com a sociedade;
 Pra entender o lugar das crianças nos novos

estudos devemos compreender o contexto


cultural como sendo esse sistema simbólico.
 A cultura e a sociedade não são mais uma
totalidade a ser reproduzida, mas um
conjunto estruturado em constante produção
de relações e interações;
 Em vez de receptáculos de papéis e funções

sociais, os indivíduos passam a ser vistos


como ATORES SOCIAIS;
 Não atuam em um PAPEL, atuam na

SOCIEDADE, recriando-a a todo momento


 Não são intérpretes de um papel que não criaram,
mas criam seus papéis enquanto vivem em
sociedade;
 Revisados os conceitos-chave da antropologia, é
possível uma nova visão sobre as crianças;
 “De seres incompletos, treinando para a vida adulta,
encenando papeis sociais enquanto são socializados
ou adquirindo competências para sua personalidade
social, passam a ter um papel ativo na definição de
sua própria condição” (p.21)
 Seres sociais plenos com legitimidade de sujeitos nos
estudos que são feitos sobre elas
 Essas mudanças afetam os estudos
antropológicos em 3 aspectos:
 Criança como ator social;
 Criança como produtor de cultura;
 Definição da condição social da criança.
A criança e a infância
 Infância: modo de pensar a criança,
construção social e histórica;
 Até quando se é criança: Xikrin
 Até quando passar a ter uma criança que é

sua;
 Velhice: momento que não se tem mais

filhos; ou quando seus filhos passam a ter


filhos por eles;
A criança atuante
 Tem um papel ativo na constituição das relações
sociais em que se engaja;
 Não é passiva na incorporação dos papeis e

comportamentos sociais;
 Não é vista em termos de um devir: nem um adulto

em miniatura, nem está treinando para a vida adulta;


 Ela interage ativamente com os adultos, as outras

crianças e com o mundo, sendo parte das relações e


dos papéis sociais que assume e atuando em suas
configurações
 Uma autonomia relativa;
 Exemplo: “meninos de rua” de São Paulo – antes,
“menor abandonado, delinquente”, atualmente
“crianças em situação de rua”;
 Pesquisa etnográfica Maria Filomena Gregori: papel
ativo das crianças na constituição de laços e relações
sociais;
 O que define essas crianças não é necesariamente a
falta de família e de vínculo familiar: mas a circulação,
o não se fixar em lugar nenhum;
 Deve-se em vez de subentender que estão na rua por
falta de família, de vínvulo familiar, ou por a família
ser “desestruturada”, ver de perto e a partir da criança.
A criança produtora de cultura
 Cultura entendida como sistema simbólico permite
pensar em vez de como as crianças incorporam e
aprendem as coisas, em como a criança formula
sentido ao mundo;
 Nesse sentido, a criança não sabe menos que o

adulto, sabe coisas diferentes;


 Não são apenas produzidas pela cultura, mas

também produtoras de cultura;


 Crianças têm relativa autonomia cultural em relação

aos adultos, uma vez que elaboram seus sentidos a


partir do sistema simbólico compartilhado com os
adultos
Educação e aprendizagem
Uma palavras sobre interdisciplinaridade e
aplicação da pesquisa
Metodologias e técnicas de pesquisa
Conclusões: as crianças daqui e de lá
 Referências e fontes

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