Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
&
*
!;.
,h
ALKMIN, T. Sociolinguística. In MUSSALIN, F; BENTES, A. C. (Orgs.). Introdução à Linguística: domínios e fronteiras. Vol. 2. 8ª ed. São Paulo: Cortez Editora, 2012
;r
s0cÍ0ríNGUrsïrcA
Pnnru
|
Tânia Maria Alknint
t. coNsrDERAçoes
lulctnts
a l í n g u aà r a ç ad e m a n e i r ai n d i s s o l ú v eAl .d v o g o uq u ea l í n g u aé o c r i t é r i om a i s
científico da tradiçãocultural em que estavaminseridos.Nessesentido,as teo-
adequado paraseprocederà classilicação racialda humanidader.
r i a sd e l i n g u a g e m ,d o p a s s a d o u a t u a i s s, e m p r er e f l e t e mc o n c e p ç õ e psarticula-
r e s d e f e n ô m e n ol i n g ú í s t i c oe c o m p r e e n s õ edsi s t i n t a s d o p a p e l d e s t en a v i d a
A o r i e n t a ç ã ob i o l o g i z a n t eq u e s c h l e i c h e ri m p r i m i u à L i n g ü í s t i c ad a s u a
social. Mais concretamente,em cada época,as teorias lingüísticasdefinem, a
épocaafastou,evidentemente,toda consideraçãode ordem social e cultural no
seu modo, a naturezae aScaracterísticas relevantesdo fenômenolingüístico.E,
trato do fenômeno lingüístico.
evidentemente,a maneirade descrevê-loe de analisá-lo.
A relaçãoentre linguageme sociedade,reconhecida,mas nem sempreas-
Alguns manuaisde históriada Lingüística nos oferecemum panoramade
sumida como determinante,erìcontra-se diretamenteligada à questãoda deter-
diversasabordagensno estudodo fenômeno lingüísticor.Observemos,a título
minação do objeto de estudo da Lingüística. Isto é, embora admira-seque a
ilustrativo, alguns comentáriosde Câmara Jr., em História cla Líttgíiística,a
relaçãolinguagem-sociedade sejaevidentepor si só, é possívelprivilegiar uma
respeitodo IingüistaalemãoAugusto Schleicher,cujos trabalhostiveram forte
determinadaóptica, e estadecisãorepercutena visão que se tem clo fenômeno
impacto no séculoXIX:
lingüístico,de sua naturezae caracterização.Nesse sentido, a Lingüística do
Schleichernãoera apenasum lingüistamastambémum estudioso dasciências séculoXX teve um papel decisivo na questãoda consideraçãoda relaçãolin-
naturaisdedicando-se Estefato dera-lheuma orientação
à botânica. a favor das guagem-sociedade: é estaque se encaÍregade excluir toda consideraçãode na-
ciênciasda natuieza.Ademais,de acordocom a filosofiade Hegel,quedominou turezasocial,históricae cultural na observação,descrição,análisee interpreta-
o pensamento alemãodessaépoca,asciênciashumanas, incluindoa história,são ção do fenômeno lingtiístico. Referimo-nos,aqui, à constituição da traclição
o produtodo livrepensamento do homeme nãopodemsercolocadas soba int-lu- estruturalista, iniciadapor Saussureem seuCursocleLingíiísticageral, em 19 16.
ênciade leisimutáveise geraistaiscomoo fenômenoda natureza. E Saussurequem define a língua, por oposiçãoà fala, como o objeto centralda
Ora, Schleicher,como todosos lingüistasanteíioresa ele' tinhaa ambiçãode Lingüística.Na visão do autor, a língua é o sistemasubjacenteà atividadeda
elevaro estudoda linguagem de umaciênciarigorosacomrigorosas
ao statLts leis fala, mais concretanìente,é o sistema invariante que pode ser abstraídodas
dedesenvolvimento2. múltiplas variaçõesobserváveisda fala. Da fala, se ocupará a Estilística,ou,
mais amplamente,a LingüísticaExterna.A Lingüística,propriamentedita, terá
É assim que Schleicherse propõe a colocar a Lingüística no campo das como tarefadescrevero sistemaforma[, a língua.Inaugura-se,assim,a chama-
ciênciasnaturais,dissociando-ada tradiçãofilológica, vista por ele como um da abordagemimanenteda língua,que, em termossaussureanos, significa afas-
ramo da História, ciênciahumana.Parao referido lingüistaalemão,o desenvo[- tar "tudo o que lhe sejaestranhoao organismo,ao seu sistema"a.
vimerÌto da linguagem era comparávelao de uma planta que llasce,crescee Interessantemente, para saussure,a língua é um fato social, no senticlocle
mone segundoleis físicas.A linguagemé vista como um organismonatural ao q u e é u m s i s t e m ac o n v e n c i o n aal d q u i r i d op e l o si n d i v í d u o sn o c o n v í v i o s o c i a l .
qual se aplica, portanto,o conceito de evolução,desenvolvidopor Darwin. A
Mais precisamente,ele apontaa linguagemcom a faculdadenaturalque pcrmi-
esserespeitocâmara Jr. reÌatao que se segue: te ao homem constituir uma língua.Em conseqüência,a língua se caracteriza
pol' ser "um produto social da faculdadeda Ìinguagem"5.
De acordocom Schleicher, cadalínguaé o produtoda açãode um complexode
substâncias no cérebroe no aparelho
naturais fonador.Estudarumalínguaé, por- Saussureprivilegia o caráterformal e estruturaldo fenômeno lingüístico,
tanto,uma abordagem indiretaa estecomplexode matérias.Destamaneira,foi embora reconheçaa importânciade considerações de naturezaetnológica,his-
ele levadoa adiantarque a diversidadedas línguasdependeda diversidadedos tórica e política. segundo ele, "o estudodos fenômenoslingüísticosexternosé
cérebrose órgãosfonadores doshomens, de acordocom assuasraças.E associou muito frutífero; mas é falso dizer que sem estesnão seria Dossívelconhecero
I
S O C I O L I N G U I S ï IpCcÁr l;oÍ 25
?4 TNTRODUçÁO
Á LrNGÚiSTrCA
Em 1956,o francêsMarcel CohenpublicouPour u.nesociologiedu langage correspondertal estruturasocial a tal estruturalíngüísticaparecetrair uma vi-
- republicado,em I'971,com o novo título de Mutériau.xpour rurc sociologie s ã om u i t o s i m p l i s t ad a sc o i s a s " r TI s. t o p o r q u es o c i e d a d e l í n g u as ã og r a n d e z a s
du langage - em que advoga a necessidadede um diálogo entre as ciências d e o r d e m d i s t i n t a ,o u m e l h o r , t ê m o r g a n i z a ç õ eess t r u t u r a i sd i v e r s a s .A s s i m é
humanas,afirmando que 'líosfenômenoslingüísticosse realizam no contexto q u e a l í n g u a s e o r g a n i z ae m u n i d a d e sd i s t i n t a s ,q u e s ã o e m n ú m e r o f i n i t o ,
variáveldos acontecimentos sociais"r3.
Mas, ao assumiro postuladosaussureano combináveise hierarquizadas- o que não se observana organizaçãosocial.
de que é preciso separaraspectosinternose aspectosexternosno estudo das Mas, segundoo autor, algumas propriedadesaproximam língua e sociedade:
línguas,Cohen assumea questãodas relaçõesentre linguagem e sociedadea são realidadesinconscientes,representama natureza,são sempre herdadase
partir da consideraçãode fatoresexternos.Nessesentido,o referido auror esra- não podernser abolidaspela vontadedos homens.Há, no entanto,uma dimen-
belece um repertório de tópicos de interessepara um estudo sociológico da s ã op r i v a t i v ad a l í n g u a ,q u e a c o l o c an u m p l a n oe s p e c i a ls: e u p o d e rc o e r c i t i v o ,
linguagem,como, por exemplo,o estudodas relaçõesentre as divisõessociaise que transformaum agregadode indivíduosem uma comunidade,criandoa pos-
as variedadesde linguagem,que permiteabordartemascomo: a distinçãoentre , a r aB e n v e n i s t ea, q u e s t ã od a
s i b i l i d a d ed a p r o d u ç ã oe d a s u b s i s t ê n c icao l e t i v a P
variedadesrurais,urbanase de classessociais,os estilosde linguagem(varieda- relaçãoentre língua e sociedadese resolve pela consideraçãoda língua como
des formais e informais), as formas de tratamento,a linguagem de grupos segre- instrumentode análiseda sociedade.Ele afirma que a língua contérna socieda-
gados(argão de estudantes,de marginais,de profissionaisetc.). de e por isto é o interpretanteda sociedade.Essepapel de interpretanteé garan-
tido pelo fato de que a língua é "o instrurnentode comunicaçãoque é e deve ser
Finalmente,algunsrápidos comentáriossobreBenveniste,lingüista fran-
cês, cuja reflexão marcou profundamente a Lingüística francesa contemporâ- comum a todos os membrosda sociedade",possibilitando,assim, "a pr"odução
nea em geral e, particularmente,o campo da Análise do Discursota.Exporemos indefinidade mensagensem variedadesilimitadas"rs.Mais exatamente:"a lín-
aqui apenasalguns comentáriosque tematizama questãodas relaçõesentre
gua é necessariamente o instrumentopróprio paradescrever,paraconceitualìzar,
para interpretartanto a naturezaquanto a experiência"re. Além disso, a língua
linguageme sociedade.ParaBenveniste(1963),"é dentroda, e pela língua,que
indivíduo e sociedadese determinammutuamente"15, dá forma à sociedadeao exibir o semantismosocial, que consiste,principal-
dado que ambos só ga-
mente,de designações, de fatos de vocabulário.Particularmente,o vocabulário
nham existênciapela língua.É que a línguaé a manifestaçãoconcretada facul-
dade humana da linguagem,isto é, da faculdadehumanade simbolizar.sendo se apresentacomo uma fonte importantepara os estudiososda sociedadee da
assim,ó pelo exercícioda linguagem,peia utilizaçãoda língua, que o homem cultura, pois retém informaçõessobre as formas e as fasesda organizaçãosocial,
constróisua relaçãocom a naturezae com os outroslromens.Em outrostermos, sobre os regimes políticos etc. Essa linha de reflexão é exemplarmenterepre-
"a linguagem sempre se realiza dentro de uma língua, de uma estrutura lingüís- sentadana obra de Benveniste(1969/1970)Vocobuláriodas instituiçõesInclo'
tica definida e particular, inseparávelde uma sociedadedefinida e pafticular"16. européias.
Logo, língua e sociedadenão podem ser concebidasuma sem a outra. Finalmente,cabeassinalaruma outraconsideração relevantede Benveniste.
Particularmente, em "Estrutura da língua e estrutura da sociedacle", Paraele, a língua permite que o homem se situe na naturezae na sociedade;o
Benveniste(1968) discute a questãoque nos interessaaqui. segundo ele, "a homem "se situanecessariamente em uma classe,sejauma classede autoridade
idéia de procurar entre estas duas entidades relações unívocas que fariam ou classeda produção"20. Em conseqüência, a língua,sendouma práticahuma-
na, "revela o uso partìcularque gruposou classesde homensfazem ldela] (...) e
as difelenciaçõesque daí resultamno interiorde uma língua comum"zr.Vemos,
1 3 .O t e x t oo r i g i n a ld e C o h e n( 1 9 5 6 )é o q u e s e s e g u e ": L e s p h é n o m è n elsi n g u i s t i q u esse r e a l i z e n t
dansle cadrechangeantdesévénements sociaux".In: Cohen,M. Malériauxpour unesrxktlogiedu langage.
P a r i s ,M a s p c r o ,1 9 5 6 ,v . 2 , p . 3 0 .
1 4 . C f . p a r t i c u l a r m e n toe f a m o s o a r t i g o d e B e n v e n i s t e",O a p a r e l h of o r m a l c l ae n u n c i a ç ã o "i,n 17. Benveniste,E. Problenm.çde Lingiií.tticaCeral II. São Paulo,Cia. Editora Nacional/EDUSP,
Benveniste,E., Problenus de lhgiií.ttica geral II, Sío Paulo,Cia. EditoraNacional/EDUSp,1989.(título 1 9 8 9 ,p . 9 5 . ( t í t u l oo r i g i n a l ,1 9 6 8 )
original,1974;. 1 8 .I b i d e m p, . 9 8 ,
l5' Benveniste,E. Proltlenasde Lhgüístk:aGerat..SãoPaulo,Cia. EclitoraNacional/EDUSp,1976. 1 9 . I b i d c m ,p . 9 9 .
D .Z t . 2 0 . I b i d e m p, . l 0 l .
1 6 .I b i d e mo. . 3 1 . 2l . lbidemp , .1 0 2 .
TNTRoDUçAo
À uNoúÍsrrce porteI
SOCIOLINGUiSTiCÂ:
a s s i m ,q u e B e n v e n i s t ea r t i c u l aa q u e s t ã od a r e l a ç ã oi í n g u ae s o c i e d a d e
no plano b) identidadesocialdo receptorou ouvinte- relevante,por exemplo,no
geral da construçãodo humano e, particularmente,no plano das relaçõescon- estudodas formas de tratamento,da baby taLk(fala utilizadapor adul-
cretase contingentesestabelecidas na vida social. tos para se dirigirem aos bebês);
O esboçofeito até aqui pode ser reduzidoa uma afirmaçãomuito simples: c ) o contexto social - relevante,por exemplo,no estudodas diferenças
a questãoda relaçãoé óbvia e complexa ao mesmo tempo. Sabemosque é ine- entre a forma e a função dos estilos formal e informal, existentesna
gável, mas também que a passagemdo social ao lingüístico- e do lingüístico grandemaioria das línguas;
ao social - não é feita com tranqüilidade.Não há consensosobre o modo de d ) o julgamento social distinto que os falantesfazem do próprio compor-
tratar e de explicitar a questãoda relaçãoentre linguageme sociedade:o fato é tamentolingüísticoe sobreo dos outros,isto é, as atitudeslingüísticas.
que o lugar reservadoa essaconsideraçãoconstitui um dos grandes"divisores
de águas"no campo da reflexão da Lingúística contemporânea. A p r o p ó s i t od o n a s c i m e n t od a S o c i o l i n g ü í s t i c aB,a c h m a n ne t a l . ( 1 9 8 1 )
tecem consideraçõesinteressantes. Segundoestesautores,o novo campo é o
lugar
2.A SOC|OttNcÜíSrrCA:
FIXAçÃO
DEUMCAMPO
DEEsÌUDOS
ondevão se encontraros herdeirosde tradições
antigascomoa da antropologia
O termo Sociolingüística,relativo a uma áreada Lingüística,fixou-se em - casode Hymes- ou dadialectologia
lingüÍstica social- comoLabov- e de
1964. Mais precisamente,surgiu em um congresso,organizadopor William especialistas
daexperimentaçãoou da intervençãosocial:psicólogos,
sociólogos,
Bright, na Universidadeda Califórnia emLos Angeles(UCLA), do qual partici- e mesmoplanificadores2a.
param vários estudiosos,que se constituíram,posteriormente,em referências
clássicasna tradiçãodos estudosvoltados para a questãoda relaçãoentre lin- Os referidosautoresobservam,tarnbém,que a Sociolingüísticase consti-
guageme sociedade:JohnGumperz,EinarHaugen,Wiliiam Labov, Dell Hymes, tui e floresceno momentoem que o formalismo,representado pela gramáticade
John Fisher, JoséPedro Rona. Ao organizare publicar, em 1966, os trabalhos Chornsky25, alcançaenorme repercussão, em rota parao seupercursovitorioso.
apresentadosno referido congressosob o título Sociolinguisrics,Bright escreve Vemos, assim,que, de um lado, a preocupaçãocom as relaçõesentre linguagem
o texto introdutório "As dimensões da Sociolingüística"22,em que define e ca- e sociedadetinha raízeshistóricasno contexto acadêmiconofie-ameficano,e
racterizaa nova áreade estudo. A propostade Bright para a Sociolingüística é a também que a oposiçãoentre uma abordagemimanenteda língua versusa con-
de que ela deve "demonstrara covariaçãosistemáticadas variaçõesiingüística sideraçãodo contextosocial é postacom grandevitalidadeno campo dos estu-
e social. Ou seja,relacionaras variaçõeslingüísticasobserváveisem uma co- dos lingüísticos.De fato, a constituiçãoda Sociolingüísticase fez, cleramente,
munidadeàs diferenciaçõesexistentesna estruturasocialdestamesmasocieda- a partir da atividadede vários estudiosose pesquisadores que deram continui-
de"23.Segundo o referido autor, o objeto de estudoda Sociolingüísticaé a di- dade à tradição,inauguradano começodo séculoXX por F. Boas ( 191l) e seus
versidadelingüística.E, como que estabelecendo um roteiro paraatividadesde discípulosmais conhecidos- Edward Sapir(1921)e BenjaminL. Whorf ( l94l):
pesquisaa seremdesenvolvidasna áreada Sociolingüística,Bright, na mesma a chamadaAntropologiaLingüística.Nessavertente,em que linguagem,cultu-
obra, identifica um conjunto de fatoressocialmentedefinidos,com os quais se ra e sociedadesão consideradosfenômenosinseparáveis, lingüistase antropó-
supõeque a diversidadelingüísticaestejarelacionada,como: logos trabalhamlado a lado e, mesmo,de modo integlado.Nessesentido,o que
a) identidadesocial do emissorou falante- relevante,por exemplo, no há de novo é a definiçãode uma áreaexplicitamentevoltadapara o tratamento
estudodos dialetosde classessociaise dasdiferençasentrefalas femi- do fenômenolingüísticono contextosocial no interior da Lingüística,animada
n i n a se m a s c u l i n a s : pela atuaçãode lingüistase, particularmente,de estudiososformados em cam-
pos das ciências sociais. A Sociolingüísticanasce marcadapor uma origem
2 2 . V e r B r i g h t . W . A s d i m e n s õ e sd a S o c i o l i n g ü í s t i c Ian. F o n s e c aM
. . S . & N c v e s ,M . F . ( o r g s . )
Sot:hlüryliística.Rio de Janeiro,Eldorado,1974. 24. Bachmann,C. et al. Languageet cotrununü:atìorts striales. P:rrìs,Hatier, 1914,p.11.
2 3 . I b i d e m ,p . 3 4 . 2 5 . R e m e t e m oos l c i t o ra o c a p í t u l od e " S i n t a x e "n e s t em e s m ov o l u m e .
$
#
#
&
TNTRODUçAO
A LrNGUl5ÌrCA
# porie I
SOCIOLINGUISTICA:
"k5antisu", na variedadecoloquial dos brâmanese /cemsu/,"cemsu", to determinado"3r. Uma definíçãodessetipo possibilitadescreveros padrõesde
n a v a r i e d a d ec o l o q u i a ld o s n ã o b r â m a n e s( B r i g h t , i 9 6 0 ) . uma determinadasociedadecom respeito ao uso das variedadeslingüísticas.
Isto é, qual o comportamentolingüístico adequadoàs situaçõesem que se en-
b) Idade: contram os falantes.Consideremos,por exemplo. a situaçãode uma defesade
- o uso de léxico particular,como presenteem certasgírias ("maneiro", tesee a comemoraçãoque se segueà aprovaçãodestatese,que envolve as mes-
" e s p e r t o " ,c o m o s e n t i d od e a v a l i a ç ã op o s i t i v as o b r ec o i s a s ,p e s s o a se s n t r ea s d u a ss i t u a ç õ e s- t e m ad a sc o n -
m a sp e s s o a sA. s d i f e r e n ç a se x i s t e n t e e
versas,local etc. * podem fazer com que uma sociedadeconsidereadequado
situações),denotafaixa etáriajovem;
utilizar variedadeslingüísticasdiferentesou a mesma.Segue-se,então,que cada
- uso de pronome Írr em situaçõesde interaçãoentre iguais no Rio de grupo social estabeleceum contínuode situaçõescujos pólos extremose opos-
Janeiro, como em "Tu viu só?", tarnbém sugere que os falantes são tos são representados pelafonrrctlidadee irtfornnliclctde.Em nossasociedade,
jovens; conferências,entrevistaspara obtençãode emprego,solicitaçãode informação
- a pronúncia fechada da vogal tônica posterior da palavra "senhora" a um desconhecido,contato entre vendedorese clientes são, ern geral, vistos
de algunsfalantesmais
[seloce] , em lugar de [sclrrce], é característica como situaçõesformais. Já situaçõescomo passeatas,mesas redondassobre
velhos. esporte,bate-papoem bar, festasde Natal nas empresassão definidas como
informais. As variedadeslingüísticasutilizadaspelos participantesdas situa-
c) Sexo: ções devem corresponderàs expectativassociaisconvencionais:o falanteque
- a duraçãode vogaiscomo recursoexpressivo,como em "maaravilhoso", não atenderàs convençõespode receberalgum tipo de "punição", representada,
por exemplo, por um franzft de sobrancelhas.
costuma ocoÍrer na fala de mulheres(Camacho, 1978),assim como o
uso freqüentede diminutivos,como "bonitinho", "gostosinho","verme- Há um tipo de interaçãosocialparticularern que urn falantedecidemudar
lhinho"; de variedadelingüísticasem que tenha ocorrido mudançade situação:é o que
Fishman (L972) chama de mudança ntetafórica.Um bom exemplo é uma con-
- na língua Zuã| faladapor um grupo indígenada América do Norte, os
versa em que o pai interroga a filha nos seguintestermos: "Aonde a senhora
fones [ty] e lcl faladospor pessoasdo sexo feminino conespondema
pensaque vai?" - em que o uso da forma de tratamento"senhora"estáobvia-
Iky] na falamasculina; rnentecxrregadode ironia.
- no japonês,para o pronolnede primeira pessoaeu, aIémde uma forma
Aprende-sea faìar na convivência. Mas, maís do que isso, aprendemos
utilizável por todos os falantes,existemas formas "atashi", usadaex-
quandodevemosfalar de um certo modo e quandodevemosfalar de outro. Os
cÌusivamentepor mulheres,e "boku", própria aos homens.
indivíduosque integramuma comunidadeprecisamsaberquandodevem mudar
d) Situaçãoou contexto social:é um fato muito conhecidoque qualquer de uma variedadepara outra. SegundoFishman (1,972),os membros de qual-
pessoamuda sua fala, de acordocom o(s) seu(s)interlocutor(es)- se quer comunidade"adquirem lenta e inconscientemente as cotnpetênciasconur-
este é mais velho ou hierarquicamentesuperior,por exemplo -, se- nicativa e sociolingiiísrica,com respeito ao uso apropriadoda língua"35.Em
gundo o lugar em que se encontra- em um bar, em uma conferência termos collcretos,é possívelafirmar que os falantesaprendemquandopodem
- e até mesmo segundoo tema da conversa- fofoca, assuntocientí- falar e quandodevem permanecerem silêncio,se podem utilizar a forma impe-
rativa para dar uma ordem ou se devem se valer de uma expressãomodalizada,
fico. Ou seja,todo falante varia sua faÍa segundoa sìtuaçãoem que se
como em "saiam daqui, já" ou "por favor, dirijam-se à saída"; se é oportuno
encontra.
3 7 . C n e r r e ,M . L h g u a g e t n e, s c r i t ae p o d e r . S r ' oP a u l o .M a r t i n sF o n t e s 1
, 9 8 5 ,p . 4 . ( c â p í t u l oI L i n -
36. Camacho,R. A variaçãolingüística.lt'. Subsídiosà propostacurrbular tle líttgua portusutsQ
guagem,podere discrimrnação)
para o sagundogrzrr. São PaLrlo,CENP, Secretariado Estadoda Educação,v. lV, I 978, p. | 7.
r
40 lNrRoDUçÂo
À LtlcÚÍsrtcr
$"
soclOtlNGÜÍSTICA:
porte| 4r
&
o que é consideradonão padrãopode ser estabelecidocomo padrão.A história
rtão prestigiadas nas sociedadesem geral. As sociedadesde tradiçãoocidental È da língua portuguesa,como a de tantasoutras,oferece-nosinumeráveisexem-
oferecem um caso particular de variedadeprestigiada:a variedadepaclrão. A g
,i
plos dessaordem de fatos. Consideremos,a propósito,os seguintesexemplos
variedadepadrão é a variedadelingüísticasocialmentemais valorizada,de re-
conhecidoprestígiodentrode uma comunidade,cujo uso é, normalmente,reque- fr d o s é c u l oX V I :
- as formas "dereito", "despois", "frecha", "frito", "premeìramente",hoje
rido em situaçõesde interaçãodeterminadas,deflinidaspela comunidadecomo It desabonadas, são encontradasno texto da carta de Pero Vaz de Cami-
próprias,em função da formalidadeda situação,do assuntotratado,da relação i
entre os interlocutoresetc. A questãoda língua padrãotem uma enoÍrneimpor-
tância em sociedadescomo a nossa.Algumas consideraçõesa seu respeitose
n -
n h a .d e 1 5 0 0 ;
as formas "frauta", "escuitar", "intonce", assim como as construções
impõem.
i sintáticasdo tipo "desejade comprar" (com a presençada preposição
I cle) e "se esta gente, cuja valia e obra tanto amaste/nãoqueres que
A variedadepadrão de uma comunidade- também chamadanorma culta, p a d e ç a m v i t u p ó r i o " ( c o n c o r d â n c i ad o s u j e i t o g e n t e c o m o v e r b o
i
ou língua culta - não é, como o sensocomum fazcrer, a línguapor excelência,
flexionado no plural) - hoje consideradasincorretas- são encontra-
a iíngua original, posta em circulação,da qual os falantesse apropriam como
podem ou são capazes.O que chamamosde variedadepadrãoé o resultadode
I"4 das em Os Lusíadas, de Camões (1572).
i
uma atitude social ante a língua,que se traduz,de um lado, pela seleçãode um como se vô, representações de pronúnciase construçõesgramaticaisates-
dos modos de falar entre os vários existentesna comunidadee, de outro, pelo tadasem textos legitimadosnão são mais consideradas como "bom uso". como
estabelecimentode um conjunto de normas que definem o modo "cometo" de i
entender,então,que ocorrênciasequivalentes,tão vivas em variedadesnão pa-
falar. Tradicionalmente, o melhor modo de falar e as regras do bom uso drõescontemporâneas, como por exemplo "Framengo","ele deve de sair, ago-
correspondemaos hábitoslingüísticosdos grupossocialmentedominantes.Em ra" e "a gente fomos lá", sejam consideradascomo "erradas", "flruto de ignorân-
nossas sociedadesde tradição ocidental, a variedade padrão, historicamente, cia"? A fala das classesaltas mudou e a de outros grupos sociaisreteveesses
coincide com a variedadefalada pelas classessociais altas, de determinadas usos:essefoi o "erro".
regiões geográficas.Ou melhor, coincide com a variedadelingüística falada A avaliação social das variedadeslingüísticasé um fato observávelem
pela nobreza,pela burguesia,pelo habitantede núcleosurbanos,que são cen- qualquercomunidadeda fala. Freqüentemente, ouvimos falar em línguas"sim-
tros do poder econômicoe do sistemacultural predominante. ples", "inferiores", "primitivas". Para a Lingi.iística,essetipo de afirmaçãoca-
Fishman (1970) define a padronização,isto é, o estabelecimentoda varie- rece de qualquerfundamentocientífico.Toda línguaé adequadaà comuniclade
dade padrão, como um tratamento social caracteístico da língua, que se verifi- que a utiliza, é um sistemacompÌetoque permitea um povo exprirnir o mundo
ca quando há diversidadesocial suficientee necessidade de elaboraçãosimbó- físico e simbólico em que vive. É absolutamente impróprio dizer que há línguas
lica. Em outras palavras,a definição de uma variedadepadrão representao ideal pobresem vocabulário.Não existemtambémsistemasgramaticaisimperfeitos.
da homogeneidadeem meio à realidadeconcretada variação lingüística - algo seria um contra-sensoimaginar sereshumanoscom uma "meia língua". A falta
que, por estaracimado corpo social,representao conjuntode suasdiversidades de léxico específicopara descrever,por exemplo,a astronomiana línguade urn
e contradições.A variedade alçada à condição de padrão não detém proprieda- povo correspondeao desinteresse por esteassunto:a sociedadenão tem neces-
des intrínsecasque garantem uma qualidade "naturalmente" superior às demais sidade de dominar este dado do real. caso a sociedadenecessite,basta fazer
variedades.Na verdade,a padronizaçãoé sempre historicamentedefinida. Isto empréstimoslingüísticos:o contatocuItural com outrospovos.o conhecimento
é, cada época determina o que consideracomo forma padrão: determinadaspro- de novos conteúdosou a descobertade realidadesatéentãodesconhecidas são o
núncias, construçõesgramaticaise expressõeslexicais. Segue-se,então, que motor da elaboraçãode novosconceitose da produçãode novaspalavras.euanto
certas formas podem ser consideradascomo pertencentesà variedade padrão ao aspectogramatica[,o estudodas mais distintaslínguastem reveladoque ele
em uma época e deixar de sê-lo em outra. As línguasmudam incessantemente,e se apresentasemprecomo um sistemaorganizadoe coerentede regras.As lín-
a definição do "certo", do "agradável" e do "adequado" também. Na prática, guas diferem entre si em numerososaspectos,e essasdiferençascorrespondem
podemos concordar com Fishman, o que é padrão pode tornar-senão padrão, e ao patrimônio expressivoda humanidade.
rNïRoDUçÃo S O C I O L I N G U I S TpI C
oaAe: | 43
42 À uNcüisrrce
a r a t i c a d an o m u n d o r o m â n i c o- D i t t m a r ,N . & s c h l i e b e n -
d a S o c i o l i n g u í s t i cp COFIEN,M. Maróriauxpour utrcsociologicdu langagc.Prris,Mrspero,v. 2, 1956.
Lange, B. (1982) (orgs.),La Sociolinguisticlu.e dans les pays de langue rou&tc COUPLAND, N. & JAWORSKI,A. (orgs.)Sociolürgrrlstlcs. New York, St. Martin
- e o número B9 do periódico Irúenmtiottctl Jottrnal of socíologv of Langttoge Press,1997.
( 1 9 8 9 ) ,d e d i c a d oà p r o d u ç ã ob r a s i l e i r a . CUNHA, C. & CINTRA, L. F. L. NovagrarríLticu tlo porluguêscr.trttottpnrâtreo. Ri<t
d e J a n e i r oN, o v aF r o n t e i r a1, 9 8 5 .
DIAS. A. E. S. Sirrlc-rc lústóricaportuguesa.4. ed.Lisboa,Clírssica, 1959.(títuloorigi-
5.BIBTIOGRAFIA n a l ,1 8 8 4 )
DITTMAR,N. & SCHLiEBEN-LANGE,B. (orgs.)La Sociolinguisíique dattslespays
BACHMANN, c. et al. Langageet coìrrtu,icationssocíales. paris,Hatier,1981. de larryueronruÌe.Tübingen,GunterNarr Verlag,1982.
BAKHTIN, M. tuíarxistrtoe fílosofiada lüryuagent5. ed. são pauro,Hucitec,1990. FASOLD,R. Sociolirtguistics of lattgLragc. Oxford,BlackwelÌ,1990,
(títuÌooriginal,1929) F E R G U S O NC , . A . D i r e c t i o n si n L i n g u i s t i c sr :e p o r to n a i n t e r d i s c i p l i n asrey m i n a r .
BAUMAN, R. & SFIERZER,J. (orgs.)Exploratiortsin the etlutograplryof speakittg. S.S.R.C.ITEM1 S9. ,n . 1 ,p p . 1 - Í 4 ,1 9 6 5 .
London,CambridgeUniversityPress,1974. FISHMAN,I. A. Lattguage artdrwcìottalísrtr. Tn,oüttegrative e,r.r..yr. Rowley,Mass.,
BENVENISTE,E.vocabttláriodas ittstituições indo-européia.s.
campinas,Editorada N e w b u r yH o u s eP u b l i s h e r s1 ,9 7 3 .
UNICAMP, 2 v., 1995.(títulooriginal,\9691t91-0) A S o c i o l o g idaa l i n g u a g e m I n. : F O N S E C AM , . S .V . & N E V E S M , . F .( o r g s . )
Estruturada línguae estruturada sociedade.
rn'.Problenmsde linguísticageral Rio de Janeiro,Eldorado, 1974 (título original, 1972)
Sociolittgí.iístlca.
1L SãoPaulo,Cia.EditoraNacional/EDUSp, 1989.(títulooriginal,1969) Sociolinguistics. A brief irúroductiort. Rowley, Mass., Newbury House
Vista d'olhos sobre o desenvolvimentoda Lingüística.In: problenns de lrn- Publishers.1970.
gi.iística geral.Sío Paulo,Cia. EditoraNacional/EDUSP, 1976.(títuloorieinal. etal. Bilütgualisnt ìrttlrc Barrio: tlte nrcasurerrtetÍatrcldescriptiort of Lattguage
I 963) dotrtitnttcein bìlittguals.Washington,D.C., Dept. of Health,Educationand
BOAS, F. Itxroductiouto the lnndbook of AntericanIndian langtmges.washington, Welfare,1968,
D. C., Georgerown UniversityPress,191l. et al. Lcutguage loyal.tyitt tlrc Utüted,SrdÍe.r. Mouton,The Hague,1966.
BoDINE, A. sexocentrismo e pesquísas lingüísticas In: AEBisGHER,v. & FOREI-, FONSECA,M. S. V. & NEVES,M. F. (orgs.)Sociolirtgiiísticn. Eldorado,
Rio deJaneiro,
C. (orgs.)FalasnasculürcsefaLasfenüninas?Sãopaulo,Brasiliense, 19g3. 1974.
B O L E O ,M . P . B r a s i l e i r i s m B o .r a s í l i av, . 3 , 1 9 4 3 , p p . 3 - 4 2 . GERALDI,J.-V'l . Litryuagent e ertsitto. Exercícios de nilitâttcìae divulgação.Campi-
B R I G H T , W . ( o r g . ) S o c i o l i n g u i s r c sI.n : P R O C E E D I N G O F T H E U C L A nas,Mercadode Letras,1996.
SOCIOLINGUISTICS CONFERENCE,1964.3.ed.Mouton,The Hague,l966. GIGLIOLI, P.P. LatryuageartdsociaLcotúert.Selected readings.GreatBritain,Penguin
D i a l e t os o c i ael h i s t ó r i a
d a l i n g u a g e m . I nF:O N S E C AM , . S . V . & N E V E S ,M . B o o k s ,1 9 7 4 .
F. (orgs.)sociolingtiística. Rio de Janeiro, Eldorado,1974.(rítulooriginal,1960) GNERRE,M. Littguagettr, escritae poder.SiroPaulo,MartinsFontes,1985.(capítulo
BAUMAN, R. verbalart asperfornrance. Rowley.Mass.,NewburyHousepublishers, I : L i n g u a g e mp,o d e re d i s c r i m i n a ç ã o )
t977. GUMPERZ,J. J. Discoursestrategies. New York, AcademicPress,1981.
CAMACHO, R' A variaçãolingüística.In: Subsíclios à propostacLrrictilar de líttgua Lartguageirt sociaLgroups.Essnysby J. J. Gutnperl..Stanford,Stantbrd
portuguesaparcro segundogrzu. São Paulo,cENp, secretariado Estadoda UniversitP y r e s s1, 9 7l .
Educação, v. IV, 1978. HOLMS, J. An itúroductiort ío Sociolittguistic.s. London,Longman,1992.
CÂNAARR,Jr.,J. M. Históriacla lingiiística. perrópolis, Vozes,1975. HYMES,D. Modeìsof theinteraction
of languageandsociaÌlife. In: GUMPERZ,J. J.
Línguaseuropéiasde ultramar:o portuguêsdo Brasil. rn'.Dispersos.Rio de & HYMES, D. (orgs.) Directiotrs itt SociolirtgLtistìcs.
Tlte etlrrtograpltyof
Janeiro,Fundação GetúlioVargas,1975.(títulooriginal,l963) New York, Holt,RinehartandWinston,1972.
connutúcatiorr.
CINTRA,L. F, L. origensdo sistemade formasde tratamento do português actual.In: Introduction:towardethnography of communication. In: GUMPERZ,J.J. &
sobre as 'fonnasde tratanrcnto'na Iíngtmportuguesct. Lisboa,Horizonte,1912. HYMES, D. (orgs.)The etnographyof communication.Atrrcrícettdtúltropologist
( t í t u l oo r i g i n a l ;1 9 6 5 ) ( s p e c i a lp u b t i c a t i o n ) 6, 6 , 6 . p a r t 2 , 1 9 6 1 .
rNÍRoDUçÁo
À ttNcÜistrce S 0 C l O L l N G U l S T lpCoAr l: eI
T h e c t h n o g r a p h yo f s p e a k i n e .I n : G L A D W I N , T . & S T U T E R V A N T , W . C . C u r . ç ot l e I i r t g u í s t i c ag e r a l . 3 . e d . S ã o P a u l o ,C u l t r i x , 1 9 8I ( t í t u l o o r i t i n a i
( o r g s . ) A t t t l t r o p o l o g y a t t d l t u t r t r u tb c h a t ' i o r . W a s h i n g t o n , D . C . , T h e l9 l6b)
Anthropological Society oí Washingron, 1964.(título original,1962)
S C H U Y ,R . ,W O L F R A N ,W . & R I L E Y ,W . K . A s t u d yo f s o c i adl i a l e c t s . I nD: e t r o i t .
M A T O S , F . G . & B O R T O N I , S . M . ( o r g s . )S o c i o l i n g u i s t i cisn B r a z i l . I n : I r ú e r t t u t i o r m L P r o j e c6t - 1 3 4 7W. a s h i n g t o nD,. C . ,O l f i c eo f E d u c a t i o n , 1 9 6 7 .
jountctl of rlrc Sociology of kutgunge, n. 89, 1991.
S C H U Y , R . S o c i a ld i a l e c t sa n d l a n g u a g el e a r n i n g i.n : P R O C E E D I N GO F T H E
JAKOBSON, R. Relaçõesetúrc a ciôttckt cla littguctgertt
e as outras cíêrtcicts.Lisboa, B L O O M I N G T O NC O N F E R E N C EI,N D I A N A . C h a m p a i g nI l,l i n o i s ,N a t i o n a l
Bertrand, 1973. C o u n c iol f T e a c h e r s1,9 6 4 .
Lingüística e poética.In'.Lútguísticae corttttnicação.
São Paulo,Cultrix, 1970, SHERZER,J. VerbaLart üt SattBIa.s.Kutn culturcÍl,.rougltitsdiscourse.Cambridge,
( t í t u l oo r i g i n a l , 1 9 6 0 ) C a m b r i d gU e n iv e r s i t yP r e s sI ,9 9 0 .
LABOV, W. Tlrc stratificaÍiotto.fE,nglisltiu New Yot'kcit1,.Washington,D.C., Center TRUDGILL,P. Tltesocialclffirettciatiortof ütglÌslt of Nonriclt Cambridge, Cambridge
f o r A p p l i e d L i n g u i s t i c s ,1 9 6 6 . U n i v e r s i tP
y r e s s1, 9 7 4 .
T h e s o c i a l r n o t i v a t i o n o f a s o u n d c h a n g e . l n : S o c i o l i n e u i s t i c sp a t t e r r t s Sociolinguistics: att iníroclLLclion. New York,Penguin,l974.
P h i l a d e l p h iU a ,n i v e r s i t oy f P e n n s y l v a nPi ar e s sI ,9 6 3 . WARTBURG,W. von& ULMANN,S. Problennse rrútodosda Littgììísrica. SãoPau-
LEIRIS, M. La Lattgue secrètedes Dogorttle Sanga.Paris,Jean-Michel Place,1992. l o , D I F E L , 1 9 7 5 (. t í t u l oo r i g i n a l 1, 9 4 3 )
( t í t u l oo r i g i n a l1, 9 4 8 )
WOLFRAN,W . Lìttguistìccorrelatesof sociaLstratifrcatiort irtspeecltof Dett'oitttegroes.
LIEBERSON,S. (ed.)Explorations in Sociolinguistics. gicaLInquiry,36,n.2,
Sociolo Phd.thesis.HartfordSeminaryFoundation,l969.
1966. WHORF,B. L. Therelationof habitualthoughtandbehavior to language. In: CARROL,
LYONS,I. Itttroducrionto
theoreticctL
littguistics.
London,Cambridge
UniversityPress, J. B. (org.) Lartguage,tltouglÍ artd reaLitlt.Selectedu,ritittg.sof BeriatrúttLee
1974. Wlrctf.NewYork,CambridgeUniversityPress,1941.
Getterallütguístics. Cambridge,
CamblidgeUniversityPress,l968.
MAGALHÃES, M. I. The rezasandbenzeções: speech,symbolsandkinesicsin popu-
lar healingpractices.In: [ntenntional journal of the SocioLogy of Language,
n . 8 9 ,p p .6 l - 7 4 , 1 9 9 L
Tlrcrez.asand bettzeções:ltealitryspeecltactivitiesh Brazil.Tesede doutora-
do. Inglaterra,
Universityof Lancaster, 1985.
MALMBERG,8. Histoirede la lfuguistique. De Swnnrcrà Saussure.Paris,PUF, 1991.
MEILLET, A. Esquissed'une lústoirede Ia languelatüte.Paris,Klincksiek, 1977.
L'état actuelde la Linguistiquegénéral
e. In: Littguistiquehìstoriclueet
Lirtguistique
générale.Paris,HonoréChampion,1965.(títulooriginal,1906)
MILROY, L. Latryuage
and socialnetworks.2.ed.Oxford,Blackwell,J'992.
O'BARR, W. M. & O'BARR,J,F. Languageand Polirics.Mouron,The Hague,1976.
PRIDE,J. B. & HOLMS, J. (orgs.)Sociolínguìstlcs. New York, Penguin,lgjZ.
RIBEIRO' B. T. & GARCEZ, P. M. (orgs.)sociolütgüísticaInteraciottal.Antropolo-
gia e SociologiaemAtú.\ìsedo Discurso.Porto Alegre,AGE, 1998.
SAPIR,E. A lüryuagent.Unn introduçãoao estucloda fala.2. ed. Rio de Janeiro,
A c a d ê m i c a1,9 7 1 (. t í t u l oo r i g i n a l ,9 2 l )
SAUSSL'RE,F. de Coursde Lfuguistiquegénérale.Edition critiquepreparépar Tulio
d e M a u r o .P a r i sP
, a y o t ,1 9 8 1 .( t í t u l oo r i g i n a l l,9 l 6 a )