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Trabalho 1
A realidade dessa sociedade é atravessada por uma cultura com fortes traços
católicos e com um senso de comunidade aflorado. A infância, marcada pelas
manifestações cristãs tradicionais, carrega suas festividades, estruturas sociais,
figuras de autoridade comunitária, brincadeiras e divisões do espaço, como é
explicitado em duas passagens importantes. A primeira se refere à figura da
benzedeira. Carregando a expressividade mística da mulher, característica comum
de se observar em diversas culturas, a benzedeira é aquela que tem o poder de
limpar os males que geram disfunções na vida das pessoas. No caso das
comunidades observadas, e voltando nosso olhar novamente para a infância, vemos
as benzedeiras como referência a ser buscada para remediar o adoecimento das
crianças, bem como, ordenar o desenvolvimento dessas, quando julgado
insatisfatório. Outra passagem importante se refere ao espaço físico das crianças.
Reflexo do capitalismo, as famílias tendem a se privatizar, alimentando o mito do
amor fraternal e sua capacidade de completude na vida do indivíduo. Porém,
observa-se que as crianças têm seus lugares para viver o brincar. A praça da Igreja,
as festas religiosas, as brincadeiras tradicionais de rua. Essa espacialização da
criança é contraditória ao capitalismo. Nos grandes centros, em decorrência de
muitos fatores relativos à rotina liberal, não é mais uma prática comum o brincar na
rua. Porém, na comunidade observada, percebe-se a comunhão das proles das
classes sociais, unidas pelo brincar, pelo “ser criança”.
Conclusão