Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. CONCEPÇÃO DE CRIANÇA
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
3. CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL
4. METODOLOGIAS
5. BNCC
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro
Gráfico, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial
curricular nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à
Educação. Brasília: MEC/SEB, 2006.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente (1990). 6 ed. Brasília: Câmara dos Deputados,
Coordenação de Publicações, 2008, p.13.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei Federal n.º 9.394, de
26/12/1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010.
BRASIL. Resolução CNE/CEB 5/2009. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2009,
Seção 1, p. 18.
BUJES, M. I. E. Escola Infantil: Pra que te quero? In: CRAIDY, M.; KAERCHER, G. E. P. S.
Educação Infantil. Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001, p. 13-22
FARIA, Vitória; SALLES, Fátima. Currículo na Educação Infantil: Diálogo com os demais elementos
da Proposta Pedagógica. São Paulo, SP. Ed. Scipione, 2007.
RAU, Cristina Trois Dorneles. Educação Infantil: práticas pedagógicas de ensino e aprendizado.
Curitiba, Pr. Ed. IBPEX Dialógica, 2011.
SOUZA, Gisele. A criança em perspectiva: o olhar do mundo sobre o tempo infância. São Paulo:
Cortez, 2007.
TEXTO DE AULA
A CRIANÇA
As crianças possuem uma natureza singular, que as caracteriza como seres que sentem e
pensam o mundo de um jeito muito próprio. Nas interações que estabelecem desde cedo com as
pessoas que lhe são próximas e com o meio que as circunda, as crianças revelam seu esforço para
compreender o mundo em que vivem, as relações contraditórias que presenciam e, por meio das
brincadeiras, explicitam as condições de vida a que estão submetidas e seus anseios e desejos.
No processo de construção do conhecimento, as crianças se utilizam das mais diferentes
linguagens e exercem a capacidade que possuem de terem ideias e hipóteses originais sobre aquilo
que buscam desvendar. Nessa perspectiva as crianças constroem o conhecimento a partir das
interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento
não se constitui em cópia da realidade, mas sim, fruto de um intenso trabalho de criação,
significação e ressignificação.
Compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no
mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais. Embora os conhecimentos
derivados da psicologia, antropologia, sociologia, medicina etc. possam ser de grande valia para
desvelar o universo infantil, apontando algumas características comuns de ser das crianças, elas
permanecem únicas em suas individualidades e diferenças.
Considerando os fundamentos e princípios da educação infantil, vemos que as concepções
de criança, creche e pré-escola vão sendo modificadas ao longo do tempo. Se hoje as escolas de
educação infantil devem cumprir sua função sociopolítica e pedagógica, conforme determinam as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (Resolução n. 5, de 17 de dezembro de
2009), é porque estamos diante de uma concepção de criança como sujeito histórico e de
direitos.
Enfim, as creches e pré-escolas passaram a ser reconhecidas, não como um espaço para
amparar as crianças enquanto os pais trabalham, mas como âmbito de caráter educacional
pedagógico que atende a criança de 0 a 5 anos de idade, respeitando sua particularidade.
Além disto, houve reconhecimento sobre a criança possuir capacidades próprias de agir e
pensar o mundo de seu jeito, utilizando diferentes linguagens no processo de construção do
conhecimento.
Partindo do ponto de vista da construção do conhecimento, é importante ressaltar que na
Educação Infantil encontramos dois conceitos que apesar de serem diferentes são considerados
como prática indissociável, imprescindível e importante no desenvolvimento e aprendizagem da
criança: CUIDAR e EDUCAR.
Podemos afirmar, na atualidade, que a concepção de criança e infância está constituída de
forma ampla, em que a criança passou a ser considerada e inserida na sociedade como
pessoa cidadã de direitos que exerce sua cidadania na sociedade na qual está inserida.
EDUCAR
Educar significa, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas
de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de
relação interpessoal, de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e
confiança, e o acesso aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.
CUIDAR
Cuidar de uma criança em um contexto educativo demanda a integração de vários campos
de conhecimentos e a cooperação de profissionais de diferentes áreas.
Para cuidar é preciso antes de tudo estar comprometido com o outro, com sua singularidade,
ser solidário com suas necessidades, confiando em suas capacidades. Disso depende a construção
de um vínculo entre quem cuida e quem é cuidado.
BRINCAR
A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é
o “não brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação, isto implica que
aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica.
Seus conhecimentos decorrem da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma
experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de
cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livros etc.
APRENDER EM SITUAÇÕES ORIENTADAS
A organização de situações de aprendizagens orientadas ou que dependem de uma
intervenção direta do professor, permite que as crianças trabalhem com diversos conhecimentos.
Estas aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas dos professores,
mas, essencialmente, na escuta das crianças e na compreensão do papel que desempenham, a
experimentação e o erro na construção do conhecimento.
INTERAÇÃO
A interação social em situações diversas é uma das estratégias mais importantes do
professor para a promoção das aprendizagens pelas crianças.
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E CONHECIMENTOS PRÉVIOS
O processo que permite a construção de aprendizagens significativas pelas crianças requer
uma intensa atividade interna por parte delas. Esse processo possibilitará a elas modificarem seus
conhecimentos prévios, matizá-los, ampliá-los ou diferenciá-los em função de novas informações,
capacitando-as a realizar novas aprendizagens, tornando-as significativas.
EDUCAÇÃO INFANTIL
O ingresso na instituição de educação infantil deve alargar o universo inicial das crianças,
em vista da possibilidade de conviverem com outras crianças e com adultos de origens e hábitos
culturais diversos, de aprender novas brincadeiras, de adquirir conhecimentos sobre realidades
distantes.
PROCESSOS DE FUSÃO E DIFERENCIAÇÃO
Ao nascer, o bebê encontra-se em um estado que pode ser denominado como de fusão com
a mãe, não diferenciando o seu próprio corpo e os limites de seus desejos. Pode ficar frustrado e
raivoso quando a mãe, ou o adulto que dele cuida, não age conforme seus desejos, por exemplo,
não lhe dando de mamar quando está com fome.
É por meio dos primeiros cuidados que a criança percebe seu próprio corpo como separado
do corpo do outro, organiza suas emoções e amplia seus conhecimentos sobre o mundo. O outro
é, assim, elemento fundamental para o conhecimento de si.
Quanto menor a criança, mais as atitudes e procedimentos de cuidados do adulto são de
importância fundamental para o trabalho educativo que realiza com ela.
CONSTRUÇÃO DE VÍNCULOS
Desde o nascimento, as crianças se orientam prioritariamente para o outro, inicialmente para
os adultos próximos, que lhes garantem a sobrevivência, propiciando sua alimentação, higiene,
descanso etc.
O bebê já nasce imerso nessa cultura. Entre o bebê e as pessoas que cuidam, interagem e
brincam com ele se estabelece uma forte relação afetiva que envolve sentimentos complexos e
contraditórios como amor, carinho, encantamento, frustração, raiva, culpa etc..
1 - Movimento,
2 - Música,
3 - Artes visuais,
4 - Linguagem oral e escrita,
5 - Matemática,
6 - Natureza e sociedade.
1 - CONHECIMENTO
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,
social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para
a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.
3 - REPERTÓRIO CULTURAL
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4 - COMUNICAÇÃO
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),
corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática
e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5 - CULTURA DIGITAL
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma
crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se
comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
7 - ARGUMENTAÇÃO
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e
defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8 - AUTOCONHECIMENTO E AUTOCUIDADO
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na
diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade
para lidar com elas.
9 - EMPATIA E COOPERAÇÃO
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar
e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da
diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
10 - RESPONSADABILIDADE E CIDADANIA
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.
1 - CONVIVER com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes
linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às
diferenças entre as pessoas.
6 - CONHECER-SE e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar
e comunitário.
1. Método Tradicional
2. Método Montessori
3. Método Sociointeracionista
4. Método Waldorf
5. Método Freinet
6. Método Ativo
7. Gamificação
8. Metodologia behaviorista ou comportamentalista
1. Método Tradicional
O ensino tradicional é uma metodologia vertical que coloca o professor no papel de
controlador do ambiente de aprendizagem.
O poder e a responsabilidade são exercidos pelo educador. Além disso, ele também tem a
função de instruir e tomar decisões no que diz respeito ao conteúdo do currículo e resultados
específicos.
Entre as metodologias de ensino vigentes nas escolas, a tradicional é a mais comum de se
encontrar. Surgiu na Europa do século XVIII quando o movimento iluminista pedia a universalização
e o acesso do indivíduo ao conhecimento. Nesse método, a transmissão de informações ocorre de
maneira hierárquica – do professor ao aluno – e o progresso do estudante é medido por avaliações
periódicas, às quais são atribuídas notas de desempenho. Quem não atinge os parâmetros
mínimos deve repetir o ano.
O objetivo é fornecer ao aluno uma base sólida de informações. A ele cabe absorver os
conhecimentos transmitidos de maneira passiva, memorizando-os.
Este método começou a ser visto como ultrapassado entre os anos 60 e 70, mas ainda hoje
é adotado por muitas escolas.
2. Método Montessori
O método montessoriano foi desenvolvido pela médica italiana Maria Montessori. Focado
em crianças, é adotado principalmente por escolas de ensino infantil. No conceito, parte-se do
pressuposto de que as crianças são capazes de aprender sozinhas e devem ser incentivadas a
exercer atividades com autonomia, iniciativa e independência. O professor exerce um papel de guia
nesse processo.
As salas de aula não seguem o formato tradicional. Alguns formatos utilizados, por exemplo,
são de U, de grupos ou com ambientes diversificados. As mesas, cadeiras e mobília em geral são
mais baixas, na altura dos alunos. O chão também é um elemento bastante utilizado, por isso é
comum o uso de tapetes ou tatames. Pelo ambiente são disponibilizados materiais próprios para o
método e que estimulem o aprendizado. As atividades são distribuídas pela sala e o estudante
escolhe o que fazer naquele dia. O ensino, de maneira geral, acontece com alto grau de liberdade.
3. Método Sociointeracionista
O método sociointeracionista é uma abordagem histórica e cultural do desenvolvimento
humano proposta pelo psicólogo russo Lev Semenov Vygotsky. Conforme suas ideias, o indivíduo
só desenvolve cultura, linguagem e raciocínio se estiver em contato com outras pessoas. Para ele,
as informações são intermediadas por aqueles que nos cercam e as trocas de experiências
resultam nas funções mentais superiores.
A metodologia sociointeracionista valoriza as interações sociais, por isso os trabalhos
em grupo ganham papel de destaque. A bagagem histórica que o aluno traz é valorizada, bem
como a curiosidade, a autonomia e a participação ativa.
4. Método Waldorf
Baseado na filosofia de Rudolf Steiner, o método Waldorf busca o aprimoramento físico e
espiritual do estudante. As aulas estimulam tanto o pensar quanto o sentir. O objetivo é que o aluno
seja preparado para a vida, desenvolvendo clareza de raciocínio, iniciativa para ação, equilíbrio
emocional e capacidade crítica.
A metodologia Waldorf considera que os primeiros sete anos de vida são fundamentais para
o desenvolvimento humano. Assim, durante esse período, que é chamado de primeiro septênio, a
aprendizagem deve ser incentivada conforme as características de cada criança.
A metodologia Waldorf é ancorada em três princípios: pensar, querer e agir. Com isso,
objetiva formar indivíduos mais livres, conscientes e responsáveis, o que precisa ir além do
aprendizado puramente intelectual.
As aulas contam com a presença marcante das artes, do contato com a natureza e dos
trabalhos manuais. Nas aulas, parte-se do princípio de que cada ser humano é diferente e que
essas características devem ser levadas em conta na aprendizagem. Assim, um mesmo assunto
recebe várias abordagens diferentes.
Originalmente o método não prevê provas e nem repetências.
5. Método Freinet
Desenvolvido por Célestin Freinet, o método propõe que a escola seja menos teórica e
mais conectada com a vida. Segue-se a ideia de que a educação deve preparar o aluno para a
realização de um trabalho real. Assim, a experimentação é incentivada, pois entende-se que ela
permite avanços no processo de aprendizado. Já os materiais didáticos têm um papel secundário,
porque ao não se conectarem à realidade da criança, não fornecem grandes estímulos ao
aprendizado.
O contato com a realidade é considerado fundamental nessa abordagem, e por isso são
incentivadas práticas como jornais escolares, trabalhos em grupo, troca de informações entre os
estudantes e aulas-passeios.
O método também estimula o envolvimento com a comunidade, com o ambiente político e
social no entorno da escola e diversas formas de participação e colaboração.
6. Método Ativo
A metodologia ativa de aprendizagem é uma ruptura brusca com as concepções de ensino
mais comumente encontradas nas escolas. Nela, o lugar do aluno não é na plateia, assistindo
passivamente à própria educação acontecer. Aqui a participação do estudante é protagonista e o
aprendizado não acontece sem ela. O aluno não fica sentado ouvindo e anotando, ele debate,
critica, faz. Ele ajuda a construir o conhecimento junto com o professor e com os colegas.
As metodologias ativas na educação infantil têm o objetivo de garantir mais autonomia e
participação das crianças em seu próprio aprendizado. Nesse método a proposta é uma formação
integral do aluno, pois ele aprende fazendo, construindo e interagindo diretamente com o objeto
de ensino.
A forma como o aprendizado é processado pelo cérebro se altera completamente dessa
maneira. Aprendemos 80% a mais quando fazemos e 95% quando ensinamos. Já quando temos
papel passivo, o percentual é bem menor: 10% quando lemos, 20% quando escutamos, 30%
quando observamos e 50% quando vemos e ouvimos ao mesmo tempo.
A aprendizagem por meio das metodologias ativas acontece por meio de 3 movimentos
híbridos:
1. Construção individual: o estudante escolhe e percorre, parcialmente, seu caminho de
aprendizagem;
2. Construção grupal: a aprendizagem do estudante é ampliada com a ajuda de diferentes formas
de envolvimento, interação e compartilhamento de conhecimento com os pares, em diferentes
grupos;
3. Construção tutorial: o estudante aprende com pessoas mais experientes em diferentes campos
e atividades.
PROCESSO CONSTRUTIVISTA
O construtivismo é um processo criado por Piaget, usado como base para muitas outras
teorias e estratégias educacionais, porque o construtivismo é focado em como as pessoas
aprendem.
Piaget afirma que as pessoas aprendem com suas experiências. Elas aprendem melhor por
meio do aprendizado ativo, conectando-se ao conhecimento anterior e depois digerindo essas
informações do seu próprio jeito.
Essa teoria criou as ideias da aprendizagem centrada no aluno versus a aprendizagem
centrada no professor.
Esse referencial teórico sustenta que a aprendizagem sempre se baseia no conhecimento
que um aluno já traz consigo. O anterior conhecimento é chamado de pré-requisito.
Como todo o aprendizado é filtrado por esquemas preexistentes, os construtivistas sugerem
que a aprendizagem é mais eficaz quando um aluno está envolvido ativamente no processo de
aprendizagem, em vez de tentar receber passivamente o conhecimento.
Características do ensino construtivista
Junto com John Dewey, Jean Piaget pesquisou o desenvolvimento e a educação infantil.
A teoria construtivista da aprendizagem diz que todo conhecimento é construído a partir de
uma base de conhecimento.
As crianças não são uma lousa em branco e o conhecimento não pode ser transmitido sem
que a criança compreenda isso de acordo com suas concepções. Portanto, os alunos aprendem
melhor quando eles têm permissão para construir um entendimento pessoal, baseado em
experimentar coisas e refletir sobre essas experiências.
Um dos principais objetivos do ensino construtivista é que os alunos aprendam a aprender,
dando a eles o treinamento para tomarem iniciativa de suas próprias experiências de aprendizado.
Desta forma, as principais características de uma sala de aula construtivista são as
seguintes: a) Os alunos estão ativamente envolvidos; b) O meio ambiente é democrático; c) As
atividades são interativas e centradas no aluno; d) O professor facilita o processo de aprendizado
no qual os alunos são incentivados a serem responsáveis e autônomos.
1. ESCOLHA O TEMA
Qual conteúdo será trabalhado na aula? Para definir o tema, você pode se basear na BNCC
e no plano pedagógico da instituição de ensino em que você atua.
2. ESTABELEÇA OBJETIVOS
O que os estudantes devem ser capazes de fazer após terem contato com o conteúdo? Qual
tipo de conhecimento e habilidade eles devem ter adquirido?
Depois de seguir este passo a passo, sistematize o seu plano de aula com metodologia ativa
em um documento. Ele será bastante útil caso a coordenação solicite o compartilhamento do
planejamento, além de servir como referência para práticas pedagógicas futuras.
Você pode usar o modelo abaixo como referência:
Disciplina
Turma
Tema
Objetivos
Conteúdos
Duração
Recursos didáticos
Metodologia
Avaliação
Referências
ESTRUTURA
EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
EDUCAÇÃO INFANTIL
Direitos de aprendizagem e desenvolvimento
seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, para que as crianças tenham condições de
aprender e se desenvolver.
Conviver.
Brincar.
Participar.
Explorar.
Expressar.
Conhecer-se.
Campos de experiências
Considerando os direitos de aprendizagem e desenvolvimento, a BNCC estabelece cinco
campos de experiências, nos quais as crianças podem aprender e se desenvolver.
• O eu, o outros e o nós
• Corpo, gestos e movimentos
• Traços, sons, cores e formas
• Oralidade e escrita
• Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
CAMPO DE EXPERIÊNCIAS
“TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS”
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
Crianças de zero a 1 ano e 6 meses
(EI01TS01). Explorar sons produzidos com o próprio corpo e com objetos do ambiente.
Crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses
(EI02TS01). Criar sons com materiais, objetos e instrumentos musicais, para acompanhar diversos
ritmos de música.
Crianças de 4 anos a 5 anos e 11 meses
(EI03TS01). Utilizar sons produzidos por materiais, objetos e instrumentos musicais durante
brincadeiras de faz de conta, encenações, criações musicais, festas.
Como é possível observar no exemplo apresentado, cada objetivo de aprendizagem e
desenvolvimento é identificado por um código alfanumérico cuja composição é explicada a seguir:
EI02TS01
O primeiro par de letras indica a etapa de Educação Infantil.
O primeiro par de números indica o grupo de faixa etária;
O último par de números indica a posição da habilidade na numeração sequencial do campo de
experiência para cada grupo/faixa etária.
01 = zero a 1 ano e 6 meses
02 = 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses
03 = 4 anos a 5 anos e 11 meses
O segundo par de letras indica o campo de experiências:
EO = O eu, o outro e o nós
CG = Corpo, gestos e movimentos
TS = Traços, sons, cores e formas
OE = Oralidade e escrita
ET = Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações
Segundo esse critério, o código EI02TS01 refere-se ao primeiro objetivo de aprendizagem e
desenvolvimento proposto no campo de experiências Traços, sons, cores e formas para as crianças
de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses.
EDUCAÇÃO BÁSICA
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR ENSINO
FUNDAMENTAL
Anos Iniciais (1º ao 5º ano) / Anos Finais (6º ao 9º ano)
Áreas do conhecimento
Linguagens / Matemática / Ciências da Natureza / Ciências Humanas
Componentes curriculares
Língua Portuguesa / Arte / Educação Física / Língua Inglesa
Matemática
Ciências
Geografia / História
Na BNCC, o Ensino Fundamental está organizado em quatro áreas do conhecimento.
LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS: UNIDADES
TEMÁTICAS, OBJETOS DE CONHECIMENTO E HABILIDADES
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º ANO
UNIDADES TEMÁTICAS
OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
(EF06LP20) Produzir cartas, e-mails, posts para redes sociais ou blogues, em
situações/interlocuções mais ou menos formais, refletindo sobre o endereçamento dos textos e as
escolhas linguísticas adequadas à interlocução proposta.
(EF06LP21) Produzir relatos de experiência pessoal, utilizando os modos e tempos verbais
(pretérito perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito) adequados ao desenvolvimento de fatos passados
e articulando sequências de fatos, pessoas, tempos, espaços.
(EF06LP22) Produzir notícias sobre tema relevante, utilizando de forma adequada os elementos
do gênero textual (título, subtítulo, lide, corpo da notícia).
(EF06LP23) Utilizar, ao produzir texto, conhecimentos linguísticos e gramaticais: tempos verbais,
concordância nominal e verbal, regras ortográficas, pontuação etc.
(EF06LP24) Utilizar, ao produzir texto, recursos de coesão referencial (nome e pronomes), recursos
semânticos de sinonímia, antonímia e homonímia e mecanismos de representação de diferentes
vozes (discurso direto e indireto).
(EF69LP08) Planejar, com a ajuda do professor, o texto que será produzido, considerando a
situação comunicativa, os interlocutores (quem escreve/para quem escreve); a finalidade ou o
propósito (escrever para quê); a circulação (onde o texto vai circular); o suporte (qual é o portador
do texto); a linguagem, organização, estrutura, o tema e assunto do texto.
(EF69LP09) Buscar, em meios impressos ou digitais, informações necessárias à produção do texto
(leituras) e realizar entrevistas, organizando em roteiros os fatos, dados e fontes pesquisadas.
(EF69LP10) Organizar o texto em unidades de sentido, dividindo-o em parágrafos, tópicos e
subtópicos, segundo as regras gráficas e de acordo com o gênero textual.
(EF69LP11) Reler e revisar o texto produzido com a ajuda do professor e a colaboração dos
colegas, para corrigi-lo e aprimorá-lo, fazendo cortes, acréscimos, reformulações, correções de
ortografia e pontuação.
(EF69LP12) Reescrever o texto incorporando as alterações feitas na revisão e obedecendo as
convenções de disposição gráfica, inclusão de título, de autoria.
(EF69LP13) Utilizar softwares, inclusive programas de edição de texto, para editar e publicar os
textos produzidos, explorando os recursos multimídias disponíveis.
LÍNGUA PORTUGUESA – 6º ANO
UNIDADES TEMÁTICAS
OBJETOS DE CONHECIMENTO
HABILIDADES
(EF06LP25) Escrever palavras com correção ortográfica e pontuação adequada.
(EF06LP26) Analisar diferenças de sentido entre palavras de uma série sinonímica.
(EF06LP27) Formar antônimos com acréscimo de prefixos que expressam noção de negação: des-
, anti-, in-/im-/i-.
(EF06LP28) Distinguir entre palavras derivadas por acréscimo de afixos e palavras compostas.
(EF06LP29) Analisar a função e as flexões de substantivos e adjetivos e de verbos nos modos
Indicativo, Subjuntivo e Imperativo: afirmativo e negativo.
(EF06LP30) Identificar os efeitos de sentido dos modos verbais, considerando o gênero textual e a
intenção comunicativa.
(EF06LP31) Empregar, adequadamente, as regras de concordância nominal (relações entre os
substantivos e seus determinantes) e as regras de concordância verbal (relações entre o verbo e o
sujeito simples e composto).
(EF06LP32) Identificar, em texto ou sequência textual, orações como unidades constituídas em
torno de um núcleo verbal e períodos como conjunto de orações conectadas.
(EF06LP33) Classificar, em texto ou sequência textual, os períodos em oracional simples (período
simples) e oracional complexo (período composto).
(EF06LP34) Identificar sintagmas nominais e verbais como constituintes imediatos da oração.
(EF06LP35) Identificar, em textos, períodos compostos por orações separadas por vírgula sem a
utilização de conectivos, nomeando-os como períodos compostos por coordenação.
EIXO EDUCAÇÃO LITERÁRIA – Práticas de leitura e reflexão para apreciar textos literários orais
e escritos.
Categorias do discurso literário
Elementos constitutivos do discurso narrativo ficcional em prosa e versos: estrutura da narrativa e
recursos expressivos
Elementos constitutivos do discurso poético em versos: estratos fônico, semântico e gráfico
Elementos constitutivos do discurso dramático em prosa e versos
Reconstrução do sentido do texto literário
Recursos de criação de efeitos de sentido
Intertextualidade
Experiências estéticas
Processos de criação
Habilidades comuns do 6º ao 9º ano
O texto literário no contexto sociocultural
Dimensão social e estética do texto literário
Interesse pela leitura literária
Apreciação de texto literário
HABILIDADES
(EF06LP36) Identificar, em texto narrativo ficcional, a estrutura da narração – cenário (espaço e
tempo), personagens, conflito, desenlace, foco narrativo –, os efeitos de sentido decorrentes do
uso dos tempos verbais – o pretérito perfeito, o pretérito imperfeito, o pretérito mais-que-perfeito –
e discurso direto e indireto (determinando o efeito de sentido de verbos de enunciação e explicando
o uso de variedades linguística no discurso direto, quando for o caso).
(EF06LP37) Identificar, em textos em versos, aspectos rítmicos e sonoros (rimas e organização em
estrofes), recursos expressivos semânticos (figuras de linguagem) e nível gráfico-espacial
(distribuição da mancha gráfica no papel).
(EF06LP38) Identificar, em texto dramático, personagem, enredo, ato, cena, fala e indicações
cênicas.
(EF06LP39) Inferir, em textos literários, o efeito de sentido decorrente do uso de pontuação
expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos (comparação e metáfora).
(EF06LP40) Analisar, em textos literários, referências, explícitas ou implícitas, a outros textos, no
nível temático.
(EF06LP41) Criar narrativas ficcionais que utilizem cenários e personagens realistas ou de fantasia,
observando os elementos da estrutura narrativa: enredo, personagens, tempo, espaço e narrador,
utilizando tempos verbais (pretérito perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito) adequados à narração
de fatos passados.
(EF06LP42) Criar poemas compostos por versos livres, utilizando recursos visuais, semânticos e
sonoros.
(EF06LP43) Representar cenas de textos dramáticos, reproduzindo as falas das personagens, de
acordo com as rubricas de interpretação e movimento indicadas pelo autor.
(EF69LP14) Inferir a presença de valores sociais, culturais e humanos e de diferentes visões de
mundo em textos literários.
(EF69LP15) Reconhecer, em textos literários, formas de estabelecer múltiplos olhares sobre as
identidades, sociedades e culturas, considerando o momento e o local de sua produção e autoria.
(EF69LP16) Ler, de forma autônoma, textos literários de diferentes gêneros, expressando
avaliação do texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.