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As dimensões estética, política

e ética
A partir da definição das dimensões ética, estética e política nas quais a
educação brasileira está alicerçada, procurou-se traduzir, para o mundo infantil,
o que significaria, por exemplo, um direito político para bebês e crianças
pequenas. A partir das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Infantil
foram selecionados seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento que
todos os bebês e as crianças pequenas desse país devem ter garantidos pela
sociedade em sua formação para exercer sua humanidade e cidadania.

Dimensão estética
A dimensão estética da educação acolhe e direciona a uma importante ação
infantil, a aprendizagem de explorar o mundo. As crianças ao nascerem trazem
reflexos que as conduzem para as ações de olhar, pegar, mamar, recebidas
por aqueles que as amam como demandas por interação. Quanto mais
variadas são as suas interações, maior será seu repertório de ações,
sensorialidade e sensibilidades. Essa exploração do mundo configura a
dimensão estética da alegria, do entusiasmo, do maravilhamento, da
imaginação e da criatividade. Essa exploração inaugural vai engendrando as
possibilidades de construção de brincadeiras, jogos, canções, danças,
desenhos..., isto é, de atuação no mundo.  O brincar é uma atividade cultural
das crianças e precisa ser aprendido. A escola infantil é um espaço
fundamental para construção e reconstrução contínua pelas crianças da
diversidade das brincadeiras.

Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras,


emoções, transformações, relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em
suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos,
com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu
acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua
criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.

Dimensão política
A dimensão política da educação diz respeito ao direito de bebês e crianças
de serem escutadas em suas expressões. As crianças pequenas em seus
primeiros anos aprendem as linguagens expressivas, seja a linguagem oral,
dos gestos, do desenho. Assim, o trabalho pedagógico com este direito é a
inserção das crianças nas diferentes linguagens para que elas possam
qualificar seus modos de expressão. Ao mesmo tempo exige do adulto a
aprendizagem do escutá-las. Também é preciso constituir um ambiente
pedagógico democrático que inclua a participação que se inicia com as
pequenas escolhas dos bebês, e se sustenta até a argumentação sobre suas
decisões feitas pelas crianças de cinco anos. 

Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento


da gestão da escola e das atividades propostas pelo educador quanto da
realização das atividades da vida cotidiana, tais como a escolha das
brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades,
emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões,
questionamentos, por meio de diferentes linguagens.

Dimensão ética
A dimensão ética da vida nos leva a pensar na possibilidade da construção da
subjetividade relacionada com a experiência de vida em comum. A ética é
constituída na convivência, na convivialidade, na relação com o outro. Nas
instituições sociais existem normas, regras, mas a ética diz respeito a reflexão
sobre as situações onde apenas o atendimento da normativa, dos combinados,
não é suficiente. É importante questioná-los e ressignificá-los construindo a
autonomia moral e intelectual. Uma ética que ofereça espaço de liberdade para
aprender a conhecer-se. E constituir solidariedade em contato com às
diferentes culturas e empatia frente às singularidades pois é na relação com o
outro que cada um se constitui e se compreende.

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos,


utilizando diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o
respeito em relação à cultura e às diferenças entre as pessoas.
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo
uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas
experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

Ao respeitar e promover todos esses direitos configura-se uma educação


integral, pois eles incorporam elementos de socialização, cognição, emoção,
corporeidade, relações, todos fundamentais ao desenvolvimento infantil e que
devem ser vistos em sua interconexão e integralidade, sobretudo nos primeiros
anos.
SAIBA MAIS

Para dar continuidade aos conhecimentos construídos até aqui, assista aos
vídeos de Edgar Morin indicados a seguir:

 A complexidade do eu (Links para um site externo.)


 Os limites do conhecimento na globalização (Links para um site
externo.)
 Lições sobre a existência (Links para um site externo.) 

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