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CHEGUEI!

VOU GARANTIR MEU ESPAÇO E


DESBRAVAR O MEU MUNDO.
Na Educação Infantil o sujeito precisa se reconhecer em toda a
sua potencialidade. É nessa fase que a criança constrói sua identi-
dade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre
a natureza e a sociedade. O pequeno sujeito produz cultura.

O pesquisador suíço Jean Piaget deu uma grande contribuição à


educação mostrando, entre outras coisas, que a inteligência não
consiste em armazenamento de informações, em associações de
conteúdo, mas construções cada vez mais complexas de raciocí-
nio. Cabe ao professor a tarefa de auxiliar a criança a estabelecer
relações entre aquilo que ela já construiu e as novidades que a
escola está lhe propondo.

De acordo com a Base Nacional Comum Curricular – BNCC -


seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento asseguram,
na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam:

Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e


grandes grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o
conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e
às diferenças entre as pessoas.

Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes


espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos),
ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais,
seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas,
cognitivas, sociais e relacionais.

Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do


planejamento da gestão da escola e das atividades propostas pelo
educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana,
tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas,
texturas, cores, palavras, emoções, transformações,
relacionamentos, histórias, objetos, elementos da
natureza, na escola e fora dela, ampliando seus saberes
sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a
escrita, a ciência e a tecnologia.

Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível,


suas necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipó-
teses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio
de diferentes linguagens.

Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social


e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de
seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências
de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens
vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto
familiar e comunitário.

Essa concepção de criança como ser que observa, questiona, levanta hipóteses, conclui, faz julgamentos e as-
simila valores e que constrói conhecimentos e se apropria do conhecimento sistematizado por meio da ação
e nas interações com o mundo físico e social não deve resultar no confinamento dessas aprendizagens a um
processo de desenvolvimento natural ou espontâneo. Ao contrário, impõe a necessidade de imprimir inten-
cionalidade educativa.

Tal intencionalidade consiste no trabalho dos educa-


dores, no refletir, selecionar, organizar, planejar, mediar
e monitorar o conjunto das práticas e interações, garan-
tindo a pluralidade de situações que promovam o de-
senvolvimento pleno das crianças.

Como educadores, percebemos que, desde bem pe-


quenas, as crianças apresentam atitudes de interesse
em descobrir o mundo que as cerca, elas são curiosas e
querem respostas a seus porquês e nossa missão é, sem
sombra de dúvida, estimular e orientar as experiências
por elas vividas e trazidas de casa, para que no seu dia-
-a-dia elas possam construir seu próprio conhecimento.

O primeiro bimestre na escola é crucial para gerar vínculos afetivos e multiplicar as relações interpessoais
que facilitarão o restante do processo.

Através do processo de adaptação, do trabalho de conhecimento e reconhecimento do EU, explorando a


própria identidade, aprendendo conhecer e a respeitar a identidade do outro, aprendendo a conviver em
grupo, dividindo as atenções e compartilhando materiais, o pequeno sujeito se firma e se fortalece.
NESTE PERÍODO É IMPORTANTE
EXPLORAR OS SEGUINTES TEMAS:

Adaptação - Uma escola preocupada em atender bem sabe que o período de adaptação merece muitos
cuidados. Uma escola nunca substituirá o lar, muito menos a professora poderá assumir o papel da mãe e
do pai. Por isso mesmo e por tudo mais, esse novo universo que recebe uma criança tão pequena tem de
transpirar qualidade, respeito e atenção.

Projeto Quem sou eu? Trabalhando identidade - A aprendizagem se dá pela interação das estruturas do
pensamento de cada pessoa e seu meio sociocultural.

A construção da identidade se dá por meio das


interações da criança com o seu meio social. A
escola é um universo social diferente do da famí-
lia, favorecendo novas interações, ampliando des-
ta maneira seus conhecimentos a respeito de si e
dos outros. A autoimagem também é construída
a partir das relações estabelecidas nos grupos em
que a criança convive. Um ambiente farto em in-
terações, que acolha as particularidades de cada
indivíduo, promova o reconhecimento das diver-
sidades, aceitando-as e respeitando-as, ao mesmo
tempo que contribui, para a construção da unida-
de coletiva, favorece a estruturação da identidade,
bem como de uma imagem positiva.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para


a Educação Infantil, a identidade “é um conceito
do qual faz parte a ideia de distinção, de uma mar-
ca de diferença entre as pessoas, a começar pelo
nome. Seguido de todas as características físicas,
de modo de agir e de pensar e da história pessoal”.

Portanto, é preciso propiciar atividades que possibilitem aos alunos o conhecimento de si mesmo, levan-
do-os a descobri-los, sentir que possuem um nome, uma identidade e que fazem parte de um conjunto de
pessoas em casa, na escola e na comunidade e que acima de tudo são muito importantes.
VOCÊ SABIA?

“Além do impacto na aprendizagem e no desenvolvimento, estudos ainda destacam o


ganho econômico dos investimentos em primeira infância. O economista norte-ameri-
cano James Heckman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2000, demonstrou
que a ausência de uma educação de qualidade nos primeiros anos de vida, entre outros
fatores, pode comprometer a tomada de decisões a partir dos 18 anos. Por outro lado,
crianças com boas condições de desenvolvimento durante esse período têm menos
chances de enfrentar problemas na vida social e econômica, já que podem se tornar
adultos mais motivados.”

AUTORIA: Profª Paty Fonte – Coordenadora Pedagógoca da Comunidade Brincar.


Consultora e conferencista educacional. Especialista em Educação Infantil e Pedagogia de
Projetos. Escritora – autora dos livros: Projetos Pedagógicos Dinâmicos; Pedagogia de pro-
jetos: ano letivo sem mesmice; Competências Socioemocionais na escola – todos publicados
pela WAK Editora. Idealizadora do site: www.ppd.net.br.
@patyfonte_ppd @PPD_PatyFonte

Fotos - Espaço Kids Creche Escola – RJ.


@espacokidscrecheescola

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