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SUMÁRIO

A Educação Infantil no Brasil  4

A Educação Infantil na BNCC 5

Os 6 direitos de aprendizagem e
desenvolvimento  7

Os 5 Campos de Experiências  9

Competências socioemocionais na
Educação Infantil 11

A intencionalidade educativa 11

A Educação Infantil e os caminhos


da aprendizagem 12
Introdução
A Educação Infantil é o início e o fundamento de toda a jornada
educacional. É nessa fase que acontece o primeiro contato da
criança com a escola e onde ela começa a interagir com pessoas
fora do seu círculo familiar e comunitário. Por isso, a importância
dessa etapa escolar é destacada pelos especialistas da educação,
podendo impactar toda a trajetória do aluno pela Educação Básica
e mesmo o percurso para a vida adulta.

Assegurada na Constituição brasileira, a Educação Infantil vem


passando por um longo processo de transformação. Indispensável
para desenvolvimento integral das crianças, as premissas do
processo educativo dessa etapa de escolarização devem
considerar a concepção que vincula educar e cuidar. Trata-se da
importância da ludicidade, da imaginação e do simbólico para essa
fase do processo de ensino e aprendizagem.

Para apresentar os conceitos essenciais que permeiam a primeira


etapa da Educação Básica, preparamos este guia completo. Nele,
você vai conhecer as normativas do segmento, a estruturação
curricular e as premissas da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) para a condução do trabalho pedagógico na Educação
Infantil. Boa leitura!
A Educação Infantil
no Brasil 
A partir de 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), a Educação Infantil foi constituída como primeira etapa da Educação
Básica, situando-se no mesmo patamar que o Ensino Fundamental e o
Ensino Médio. Com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil (DCNEI), normativas foram fixadas visando a organização de propostas
pedagógicas dessa etapa de escolar. Concebidas e fixadas pelo Conselho
Nacional de Educação (CNE), as DCNEI reúnem princípios, fundamentos e
procedimentos para orientar a elaboração, o planejamento, a execução
e a avaliação de propostas curriculares da Educação Infantil.  

Alinhado a essas diretrizes, em 2017, a homologação da Base Nacional


Comum Curricular (BNCC) fortaleceu ainda mais as orientações para
as práticas pedagógicas mediadoras de aprendizagens e do desenvolvimento
das crianças. A inclusão da Educação Infantil na BNCC foi mais um
importante passo no processo histórico de sua integração ao conjunto da
Educação Básica. 

Atendendo crianças na faixa etária de zero a 5 anos, e embora reconhecida


como direito de todas as crianças e dever do Estado, a Educação Infantil no
Brasil só é obrigatória para crianças de quatro e cinco anos, sendo facultativo o
ingresso escolar nos anos anteriores.  
A Educação Infantil
na BNCC
A estrutura da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a Educação
Infantil parte das dez competências gerais que devem ser trabalhadas ao
longo de toda a Educação Básica. É a partir dessas competências que os
objetivos de aprendizagem para esta etapa do ensino são definidos. 

COMPETÊNCIAS GERAIS DA
EDUCAÇÃO BÁSICA
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico,
social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar
para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo


a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e


também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita),


corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística,
matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e
sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma


crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para
se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas
e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos


e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e
fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar
e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos
humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional
e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do
planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se


na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e
capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se


respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e
valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades,
culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência


e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários.

- BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - 2018

Tendo as Diretrizes Curriculares Nacionais como alicerce, a BNCC traz


o detalhamento das habilidades e competências esperadas para uma formação
humana integral das crianças.  Segundo a Base, as práticas pedagógicas que
compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos
norteadores as interações e a brincadeira. 

Essas experiências permitem que as crianças construam e apropriem-se


de conhecimentos por meio de ações e interações com seus pares e com
os adultos. São elas que possibilitam as aprendizagens, o desenvolvimento


e a socialização. Segundo a BNCC,

“A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano


da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e
potenciais para o desenvolvimento integral das crianças.
Ao observar as interações e a brincadeira entre as
crianças e delas com os adultos, é possível identificar,
por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das
frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das
emoções.” (BNCC, p. 37, 2018)
Os 6 direitos de
aprendizagem
e desenvolvimento
Considerando os dois eixos estruturantes das práticas pedagógicas
mencionados acima, a BNCC determina seis direitos de aprendizagem e
desenvolvimento que devem ser assegurados às crianças. Na primeira
etapa da Educação Básica, são esses direitos que garantirão que os alunos
tenham condições de aprender e se desenvolver. São eles: conviver, brincar,
participar, explorar, expressar e conhecer-se. Confira a seguir o que diz a
BNCC sobre cada um desses direitos:

DIREITOS DE APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO


NA EDUCAÇÃO INFANTIL

1
Conviver com outras crianças e adultos, em
pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes
linguagens, ampliando o conhecimento de si e do
outro, o respeito em relação à cultura e às diferenças
entre as pessoas.

2
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes
espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças
e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação,
sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais,
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
3
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas
pelo educador quanto da realização das atividades da vida
cotidiana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais
e dos ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e
elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.

4 Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores,


palavras, emoções, transformações, relacionamentos,
histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora
dela, ampliando seus saberes sobre a cultura, em suas diversas
modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.

5 Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas


necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses,
descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de
diferentes linguagens.

6
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e
cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus
grupos de pertencimento, nas diversas experiências de
cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na
instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário.

- BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) - 2018

Tais direitos de aprendizagem e desenvolvimento permeiam esferas nas quais os alunos possam


construir significados sobre si, os outros e o mundo social e natural, incluindo cultura, arte
e tecnologia, e que possam desempenhar um papel ativo e autônomo na sociedade. 
Os 5 Campos
de Experiências 
Entendendo que as crianças aprendem e se desenvolvem a partir de
experiências cotidianas, a BNCC propõe a organização pedagógica e
curricular da Educação Infantil considerando Campos de Experiências. O
propósito desses campos é acolher as situações e as vivências concretas e
cotidianas das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos
que fazem parte do patrimônio cultural. 

Os 5 Campos de Experiência para a Educação Infantil estabelecidos pela


BNCC são: 

ESCUTA, FALA, PENSAMENTO


E IMAGINAÇÃO

TRAÇOS, SONS,
CORES E FORMAS ESPAÇOS, TEMPOS,
QUANTIDADES,
RELAÇÕES E
TRANSFORMAÇÕES

CAMPOS DE
EXPERIÊNCIAS

CORPO, GESTOS E O EU, O OUTRO


MOVIMENTOS E O NÓS
Dentro de cada um dos cinco Campos de Experiências, são
definidos objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Para isso, a
BNCC delineia três grupos etários para o segmento: 

Crianças bem Crianças pequenas


Bebês pequenas
(de zero a 1 ano (de 4 anos a 5 anos e
(de 1 ano e 7 meses a 3
e 6 meses) 11 meses)
anos e 11 meses)

Essa indicação da faixa etária serve como referência para as atividades


a serem realizadas, considerando que os interesses das crianças são
diferentes ao longo do crescimento e representam possibilidades distintas
de interação com o mundo.   

Para saber mais sobre os 5 Campos de Experiência


para a Educação Infantil, baixe o e-book
gratuito. Nele, você vai conhecer e traduzir cada
um dos campos, além de orientações gerais
quanto às atividades pedagógicas para 
colocá-los em prática.

BAIXAR E-BOOK
Competências
socioemocionais na
Educação Infantil
Com a implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as
competências socioemocionais devem cruzar todos os eixos do processo ensino-
aprendizado, inclusive da Educação Infantil. Essas competências - que ultrapassam
a dimensão cognitiva e envolvem de forma muito mais profunda o lado emocional
e psicológico do ser humano - precisam ser desenvolvidas ao longo da formação
dos estudantes. Dessa maneira, é fundamental que os educadores ofereceram
às crianças oportunidades de identificar, desenvolver e colocar em prática as
competências e habilidades socioemocionais.

Atividades como contação de histórias, desenho, música e atividades físicas podem


fazer parte do planejamento pedagógico da Educação Infantil, como ações cotidianas
indicadas para o trabalho com as competências socioemocionais. Uma sugestão é
apresentar para as crianças proposições de atividades que exploram o direito de
participação e a autonomia, com espaço para que elas evidenciem seus desejos por
meio da expressão oral, do registro escrito e dos desenhos.

A intencionalidade
educativa na
Educação Infantil
De maneira explícita, a BNCC afirma o seu compromisso com a educação
integral em todas as etapas e modalidades da Educação Básica, rompendo com
visões reducionistas que privilegiam a dimensão intelectual ou cognitiva frente
à dimensão afetiva. Na Educação Infantil, essa atribuição não é diferente. 

Nesse contexto, a primeira etapa da Educação Básica também deve


assegurar a construção intencional de processos educativos que promovam
aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses
dos alunos. Essa intencionalidade consiste no trabalho de planejamento, organização
e monitoramento por parte do educador de práticas, interações e experiências
plurais de situações que permitam às crianças o seu desenvolvimento pleno, dando
sentido às situações que vivenciam à medida que efetivam aprendizagens.
A Educação Infantil
e os caminhos
da aprendizagem
Esperamos que o conteúdo desse e-book lhe ofereça esclarecimentos e ideias para
assegurar práticas pedagógicas consistentes e eficazes para a Educação Infantil.
Para complementar este conteúdo, e com o objetivo de apoiar o planejamento
dos educadores do segmento, a SOMOS Educação preparou uma coletânea
de artigos que apresentam as especificidades do processo de ensino-
aprendizagem da primeira infância.

Destinados a professores, coordenadores pedagógicos e autores de


recursos didáticos, o material “Cadernos de Complementação Pedagógica:
Educação Infantil” apresenta um compilado de textos sobre as teorias
contemporâneas na Educação Infantil. Além disso, os artigos refletem sobre
os pressupostos da BNCC, as contribuições da neurociência para o segmento,
a importância da ludicidade nessa etapa escolar e a transição da criança da
Educação Infantil ao Ensino Fundamental. Baixe gratuitamente:

Cadernos de Complementação
Pedagógica: Educação Infantil

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socioemocional: pedagogia afetiva
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