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Universidade Federal Fluminense – UFF

Faculdade de Educação – Curso de Pedagogia


Disciplina: Orientação Educacional
Docente: Margareth
Discente: Isabela de Carvalho Alves

Resenha do livro: Dibs Em Busca De Si Mesmo.

AXLINE,Virginia. Dibs em busca de si mesmo. 22º edição. Rio de Janeiro:


Agir, 2003.

A autora Virginia Mae Axline é graduada em Psicologia pela Universidade


Estadual de Ohio e Doutorado na Universidade de Columbia, foi professora de
Medicina da Universidade de Nova York e Escola Superior de Educação.  Tornou-
se autoridade reconhecida internacionalmente, ao desenvolver a técnica de
Ludoterapia no tratamento de crianças com distúrbios emocionais.

A obra analisada, conta a história de Dibs, um menino de 5 anos que


apresenta grande dificuldade de se sociabilizar. Na escola apresenta um
comportamento que diverge dos demais alunos, ele é fechado, vive em seu
próprio mundo, não interage com docentes e alunos, e apresenta um
comportamento agressivo, o que traz tamanho estranhamento aos docentes,
psicólogo e pediatra da sua escola que por sua vez tentam entender o que está
acontecendo, se ele apresenta algum retardo mental ou autismo, mas não
conseguem solucionar o caso

A partir dele é possível compreender que o desenvolvimento humano,


sociabilização e o sucesso na escola não se constrói com a repetição das
narrativas. Se tornando uma leitura empolgante, que desperta a curiosidade e a
vontade de aprender, vivenciar descobertas e entender o que acontece com o
jovem menino.

Dessa maneira, depois de inúmeras tentativas, inclusive com sua mãe, que
o trata como caso perdido e receberem reclamações dos pais dos alunos, que
relatam que Dibs teve comportamento agressivo, como última tentativa antes de o
retirarem da escola, convidam a psicóloga Virginia, autora do livro para entrar em
cena para ao menos descobrir o que ele tinha, qual seu real problema.

Em primeiro momento os relatos foram que ele tinha alguma anormalidade


mental e, os seus pais não o aceitavam por ser “diferente” das demais crianças e
como não sabiam agir com Dibs, cogitaram o tratamento com a psicóloga
indicada pela escola. Com algumas sessões do longo processo, ele apresentou
melhora na escola e em sua casa em relação a comunicação, à medida que
avançavam as sessões, ele também avançava no desenvolvimento. Foi percebido
que a gravidez indesejada dos seus pais o afetou, levando a rejeição, a família
tinha um relacionamento conturbado e frio, o menino não tinha muito contato com
a sua própria irmã.

Nos relatos destacados podemos notar a importância do corpo docente


neste processo, o desafio que os professores carregavam diariamente na escola
e, algumas vezes levando para casa a angustia de não conseguir ajudar o
menino. Ainda assim, sem solução nunca a ponto de desistir, sempre buscavam
por caminhos, até conseguirem a ajuda da psicóloga e autora do livro.

O papel do pedagogo é uma função de extrema importância nas


instituições educacionais, ao qual está inteiramente integrado, como proporcionar
um espaço propício para trocas de experiências a qual valoriza o indivíduo, suas
trajetórias e formações enquanto sujeitos que aprendem e (re)aprendem, além de
trabalhar a sua comunidade e principalmente tecer um sentimento de
pertencimento ao grupo e a esfera educacional.

É preciso compreender que o professor lida com crianças que são


diferentes umas das outras. Logo, cada uma possui sua forma de aprender, suas
singularidades e realidades. Além disso, as crianças possuem sentimentos e é
necessário que o professor esteja disposto a estar ao lado dela e ajudá-la sempre
que possível, como cita Paulo Freire em seu livro Pedagogia da Autonomia
(2004):

E porque lido com gente, não posso, por mais que, inclusive, me dê prazer
entregar-me à reflexão teórica e crítica em torno da própria prática docente
e discente, recusar a minha atenção dedicada e amorosa à problemática
mais pessoal deste ou daquele aluno ou aluna. Desde que não prejudique o
tempo normal da docência, não posso fechar-me ao seu sofrimento ou à
sua inquietação porque não sou terapeuta ou assistente social.

Não importa a profissão, precisamos entender que são sujeitos que


carregam histórias, dores, alegrias, como qualquer ser humano, independente de
sua idade. E estar ali para ouvi-los, demonstrando que se importa, buscando
soluções, e mais que isso, não se cansando em tentar. A busca por si mesmo é
para a vida, em qual momento não nos perdermos nessa busca e precisamos de
pessoas que nos ajudam a reencontrar o nosso eu? Dibs precisou dessa
oportunidade para se descobrir, com pouca idade, não sei se teve tempo de se
perder, mais precisava buscar por si. O desconhecido que até o momento estava
inquieto em si com a terapia, teve muito para se desenvolver e se encontrar,
aprender a criar laços nos lugares que estava inserido.

BIBLIOGRAFIA

AXLINE,Virginia. Dibs em busca de si mesmo. 22º edição. Rio de Janeiro: Agir,


2003.

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