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INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO

DESAFIO DA EDUCAÇÃO: Indisciplina Escolar

NICOLE MARTINS FÉLIX DE OLIVEIRA

Pós-Graduação em Docência na Educação Básica

São José dos Campos/2023


Folha de rosto – Assinado pela Banca
FICHA CATALOGRÁFICA
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, a Deus. A minha mãe, Suzana, que sempre me deu apoio para
seguir nessa estrada. Ao meu pai, Josemar, que me ensinou que todo trabalho deve ser bem feito
do começo ao fim. Ao meu irmão, Thiago, que me ajudou a chegar até aqui. Ao Instituto
Federal de São Paulo – Câmpus São José dos Campos, junto a todos os professores que
contribuíram para a minha formação (Luís, Mirella, Andrei, Kellem, Thainã e Maria). E em
especial, ao meu professor e orientador desse Trabalho de Conclusão de Curso Reginaldo
Coelho.
Resumo: O termo indisciplina é definido como experiência emocional não
tolerada que estão em busca de processamento mental. Concluindo que, cabe ao
adulto responsável tomar as medidas disciplinadoras. que servirão como guia
desta pesquisa.
A escola é reflexo da sociedade, pois sofre com o meio em que está inserida,
trazendo consigo a indisciplina que é frequente e decorrente dos conflitos
familiares e sociais, além de ser uma grande geradora de conflitos escolares,
implica principalmente, no desenvolvimento do próprio indivíduo que à pratica.
É fundamental para o desenvolvimento de uma pesquisa encontrar o problema
que se deseja solucionar, pois quando não há problema, não há investigação. No
entanto, as questões levantadas são desafiadoras para aqueles que tentam
entender sobre o assunto, todavia, esta pesquisa poderá nos levar a uma reflexão
profunda sobre o tema, pois conviver com a indisciplina, tanto na escola pública
como privada é uma realidade, que infelizmente, afeta na aprendizagem
significativa do aluno e na saúde dos professores que estão cada vez mais
precisado reforçar o papel da família, assumindo mais responsabilidades que o
normal, causando prejuízos ao ensino, de maneira que o professor não consegue
“dar conta” da sala, do currículo e a turma não conseguem realmente aprender,
nem mesmo, se relacionarem de maneira harmoniosa. Posto isso, destacamos
alguns conceitos e questões baseados nas ideias de Wilfred Bion.

Palavras-chave: Educação brasileira, Indisciplina escolar.

Abstract: The school is a reflection of society, as it suffers from the


environment in which it is inserted, bringing with it indiscipline, which is
frequent and the result of family and social conflicts. Finding the problem you
want to solve is fundamental to the development of a research project, because
when there is no problem, there is no research. However, the issues raised are
challenging for those trying to understand the subject, but this research could
lead us to an in-depth reflection on the topic, because living with indiscipline in
both public and private schools is a reality, which unfortunately, It affects
students' meaningful learning and the health of teachers who are increasingly
having to reinforce the role of the family, taking on more responsibilities than
normal, causing damage to teaching, so that the teacher can't "handle" the
classroom, the curriculum and the class can't really learn, or even relate to each
other in a harmonious way. Having said this, we would like to highlight some
issues that will serve as a guide for this research.

Key words: Brazilian education, School indiscipline.

SOBRE A AUTORA

Nicole, 24 anos, professora do Ensino Fundamental I, na Rede Pública, em Jacareí.

INTRODUÇÃO

Este título terá como foco principal uma pesquisa de como a falta da disciplina é um dos
grandes fatores que dificulta no ensino-aprendizagem e na relação professor-aluno, pois
se o aluno é indisciplinado e o profissional da educação não souber lidar com a questão,
a produtividade de ambos tende a ser mais baixa. A pesquisa buscará realizar uma
análise de comportamento, de uma possível teoria de indisciplina escolar presente entre
os autores estudados. Será na linha de pesquisa psicopedagógica que encontraremos
alguns escritores clássicos e contemporâneos que se preocuparam com o problema da
indisciplina escolar, de modo que até hoje, busca-se entender para encontrar possíveis
soluções para amenizar os casos.

A pesquisa partirá da obra Vygotsky, Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação,


escrita por Teresa Cristina R. Rego³, destacando a persistência de obter o conhecimento
sobre a Indisciplina no estudo de Vygotsky. Após a leitura do livro de Rego,
buscaremos problematizar o estudo sobre o tema. Assim, além de trazer o conceito e
suas causas sobre o assunto, se faz necessário a reflexão do estado da questão que é
agravante, pois qualquer pessoa ligada às práticas escolares contemporâneas tem uma
clareza que a indisciplina é uma “crise da educação”, pois há diagnósticos da sua
presença, mas ninguém a comprova, e há progressos já conquistados por seus
predecessores, mas a questão ainda é alarmante em muitos lugares, onde a falta de
respeito, ameaças e violência ainda são presentes no cotidiano escolar.

Como objeto investigativo, destacamos a seguinte obra: Teresa Rego: Vygotsky, Uma
Perspectiva Histórico-Cultural da Educação. Analisaremos a importância da Disciplina
nesses autores, sendo que a análise contará com livros e artigos. Portanto, este estudo
buscará mostrar ao docente brasileiro a relevância de pensar sobre a Indisciplina, com a
finalidade de fazê-lo refletir sobre as ações dos alunos e a sua própria atuação em sala
de aula, adquirindo uma base do assunto, buscando entender o porquê esse fato ocorrer
tão regularmente, através de estudos que falem sobre a falta de segurança nas escolas,
que o professor está indefeso, trabalha com ansiedade, medo, insegurança e estudaram
durante anos para atuarem na profissão desejada e descobrir que o que aprenderam é
vago e a educação brasileira é um vasto caminho a ser percorrido, pois antes de chegar
na aprendizagem é preciso construir afetos, dar atenção, “chamar a atenção”, para
depois, conseguir ministrar a aula e que o professor deve estar atento ao seu papel e
perceber que a família e a sociedade são os principais responsáveis pela indisciplina do
aluno.

JUSTIFICATIVA

O estudo é relevante porque em uma aula onde há muito barulho e movimentação,


claramente o educador não conseguirá desenvolver um bom trabalho, devido à
dificuldade enfrentada através de alguns alunos indisciplinados. E o problema da
indisciplina torna-se mais agravante em salas superlotadas, sem espaço físico em
condições desfavorecidas pedagogicamente falando. A verdade é que, o professor não
tem que dar conta, pois estaria fazendo papel dos responsáveis, não de professor, pois a
indisciplina se trata de um fenômeno escolar que ultrapassa fronteiras socioculturais e
também econômicas.

Um ponto de vista teórico para ampliar o horizonte é que não é possível a busca sem
esperança. Quem não tem esperança na educação deve procurar outro lugar para
trabalhar, pois se o optimismo é da natureza do tempo e a esperança é da natureza da
eternidade, sejamos esperançosos, saibamos resistir. Atrás de tempos sombrios, claros
hão-de-vir. - Rubem Alves.

Aprofundando sobre o assunto, exploramos um pouco a vida dos professores que


passam por problemas de indisciplina dos alunos em sala de aula e também dos pais por
não saberem educar da maneira correta, onde os profissionais da educação dão “toda a
corda à turma”, mas basta a desordem surgir que se revelam. Esse relato e outros estão
no livro Inclusão não rima com solidão, de José Pacheco, como o relato de uma aluna
que viveu em um bairro precário e violento, hóspede de um “quarto escuro” que era
castigada, mas começa a frequentar uma escola que a acolhe apesar dos pesares, de suas
atitudes e palavras agressivas, resultando que “a pedagogia do abraço vence a da
punição” e não, o “moço que não é castigado não será cortesão nem letrado”, pois “as
mãos são a guerra e são também a paz.

O alvo é o profissional da educação, então é necessário oferecer subsídios para a sua


melhor prática pedagógica, motivando e criando diferentes espaços de escuta, onde
possam colocar suas aflições e preocupações, sem ser julgado. As escolas lidam com
alunos que apresentam dificuldades emocionais e nem um tipo de suporte é dado a eles,
que lidam com tudo isso, não basta conselhos e diferentes encontros de equipe, é preciso
algo a mais.

Ressaltamos a tristeza da formação do professor que trabalha sem estar realmente


preparado, percebendo a realidade de colegas de curso que são vistos por seus mestres e
doutores como trapaceiros, pois muitos colam em testes e copiam trabalhos, uma pena,
porque serão estes os professores que serão formados para dar aulas amanhã. Intrigado,
os professores questionam o grande problema de uma carreira feita de indiferença e
quantos morrem na profissão aos 25 anos e só são enterrados aos 55. Muitos são
formados em seu curso com média baixa, mas a consciência tranquila, ironizando as
malditas notas, que nem sequer são musicais e afirmando a falência da formação inicial.

PROBLEMA:

Observou-se que a Escola é um espaço que não tem o hábito de escutar as pessoas que
ali convivem. Um exemplo disso, foi o tempo da pandemia, onde todos foram
negativamente afetados antes, durante e depois e quando se voltou presencialmente para
o espaço escolar, tudo continuou como se não houvesse acontecido nada. Poucos, ou
nenhum, foram os movimentos de escuta para saber como estavam se sentindo.

Depois de traçar os problemas e os objetivos, levantamos a seguinte hipótese: hoje um


dos assuntos que mais mobiliza e não é aprofundado nos ambientes educacionais
brasileiros, sendo públicos ou privado é a questão da indisciplina. Vista como uma
atitude de desrespeito e de não cumprimento a regras estabelecidas acaba implicando
nos valores e formas de conduta. A indisciplina escolar é a falta de disciplina, é a
desobediência, insubordinação, rebeldia, violação de regras ou ordens impostas, onde os
alunos indisciplinados apresentam uma enorme dificuldade tanto na aprendizagem
quanto no comportamento, trazendo malefícios aos profissionais e a si mesmo.
Sobretudo, a visão geral referente ao tema mostra ao profissional da educação dessa
geração que, estão sobrecarregados de tarefas, acarretando ao cansaço físico e mental,
não conseguindo desempenhar de uma boa maneira o seu papel. Por isso, forneceremos
nesse projeto as informações necessárias que levem o leitor a perceber a importância da
pesquisa.

A família, sociedade e escola devem caminhar juntas, se não do portão da escola para
dentro é feito um trabalho, mas do portão para fora é feito outro. Os alunos
indisciplinados acham que não precisam receber ou respeitar ordens, que tudo deve
estar ao seu alcance, então chega à escola, quer fazer o mesmo na sala de aula, grita e dá
ordens nos colegas.

A família e até mesmo a sociedade em que o aluno está inserido podem alternar no seu
comportamento dentro do ambiente educacional, fazendo com que sejam
indisciplinados, pois muitos familiares não possuem tempo para de envolver na vida do
aluno, por conta da sobrecarga de trabalhos fora e dentro de casa, como o trabalho da
mulher fora do lar, deixando a educação dos filhos bem antes dos 7 anos a cargo da
escola, isso foi um dos fatores decisivos de uma sobrecarga de responsabilidade para o
professor. E o pai? Pais ausentes, mãe trabalhadora, educação como? Esquecendo que a
escola complementa a educação quem vem sendo dada. Assim, os responsáveis e a
sociedade acabam cobrando da escola um dever que não cabe somente a ela, pois a
escola muda, os familiares são eternos, portanto, cabe a família e a sociedade a
educação primária, que consiste na formação do caráter, da autoestima, da
personalidade e dos valores.

Os professores da escola têm enfrentado essa situação e mostram-se preocupados e


muitas vezes não conseguem intervir ou fazer com que essa violência não aconteça na
sala de aula. Nesse momento é importante um aprofundamento teórico para auxiliar os
professores de maneira que isso surta efeito, e possa diminuir dentro da sala de aula, e
que os alunos tenham clareza que a violência não traz nenhum benefício, tanto para
quem faz quanto para quem recebe.

MOTIVAÇÃO:

A indisciplina escolar sempre foi um dos fatores que implica na aprendizagem do aluno
e, certamente é um dos maiores problemas enfrentados pela escola brasileira nos dias de
hoje, que dá ao Brasil um lugar bastante desconcertante e gera muitas discussões e
dúvidas entre os docentes para tentar amenizá-la. O resultado dessa pesquisa, não é
ajudar aos professores a eliminarem a indisciplina (pois isso seria um longo caminho a
ser percorrido), mas sim, aprender a conviver com ela de maneira que diminua seus
impactos dentro da sala de aula. Segundo Márcia Guedes da Silveira, “A indisciplina é a
falta de comportamento, de respeito ao próximo, como também a falta de limites que
levam determinados indivíduos a adotarem posturas inadequadas ao convívio social”. ¹
No entanto, como estudante da Pós Graduação em Docência na Educação Básica e
professora eventual em escola pública do Ensino Fundamental I, me deparei com
inúmeras dúvidas quanto a indisciplina: Os alunos indisciplinados estão realmente
aprendendo? Há apoio aos profissionais da educação para lidarem com o problema? A
escola cria momentos para reunir a família e dialogar sobre o assunto sem sentir medo?
Há uma boa interação destes alunos com os demais? Infelizmente, a resposta para todas
essas perguntas, na maioria das vezes, é não, mas vamos refletir com ajuda de escritores
sobre o assunto e tentar buscar uma solução para amenizar a questão. Penso que a
preocupação com o ensino e a relação harmoniosa em sala de aula são aspectos
fundamentais que devem ser refletidos na formação e atuação de docentes, por esse
motivo, a relevância do projeto de pesquisa.

OBJETIVO GERAL:

O objetivo é de maneira ampla entender os conceitos principais estudados pelo autor


Bion, aprofundar sobre o motivo da indisciplinar escolar e buscar oferecer subsídios
para a prática pedagógica do Ensino, auxiliar o professor (porque a indisciplina ainda é
um tema pouco relevante), o que permitirá analisar, discutir, comparar e até refutar
posições e teorias naquilo que tange à prática docente sobre esse fato. Para tanto,
dividimos o objetivo em duas partes.

Buscar basicamente, entender o motivo e auxiliar o profissional que lida com esse fator
pouco explorado e tentar alcançar os resultados pretendidos, esclarecendo dúvidas a
serem respondidas e criando ações que diminuam esse fato, pois a escola que deveria
ser espaço de interações múltiplas e de respeito são espaços de violência, indisciplina e
solidão, porque o trabalho do professor é um trabalho feito de solidão e a solidão do
professor é a mesma solidão do aluno, falta afeto, falta atenção, os professores e alunos
estão sozinhos nas escolas.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

1) Investigar os conceitos, características e quais as causas geradoras da


Indisciplina.
2) Contextualizar o tema em uma visão ampla, através do autor Bion.
3) Discutir os problemas e soluções alcançadas transpostos pelo autor.
4) Refletir a variedade de métodos possíveis para minimizar o foco
indisciplinar.
5) Comparar os resultados gerais do estudado.
6) Propor um método de afetividade para o docente contemporâneo.

METODOLOGIA:

Para melhor entendimento, esse projeto foi divido em 6 partes. Chegou-se aos
resultados através de pesquisas em artigos e livros. O método de coleta de material para
justificar a hipótese foi indutivo, pois não há comprovações científicas dos fatores
apresentados, apenas pesquisas e relatos vivenciados particulares e o caminho de
investigação que será percorrido terá prevalência teórica, através da realização de
leitura, avaliação, revisão e interpretação de textos, assim como da bibliografia
secundária pertinente aos autores investigados e ao assunto da Indisciplina. Assim,
construímos um plano provisório:

Agradecimentos
Resumo
Palavras-chave
Sobre a autora
Introdução
Justificativa
Problema
Motivação
Objetivo geral
Objetivos específicos
Metodologia
Cronograma de trabalho
Bibliografia

Cronograma de Trabalho:
Este trabalho teve a duração de 1 semestre, desta maneira, construímos um
cronograma provisório.
 1º Mês: Escolha do tema e levantamento bibliográfico.
 2º Mês: Leitura.
 3º Mês: Escrita dos primeiros capítulos.
 4º Mês: Escrita dos últimos capítulos.
 5º Mês: Finalização de escrita.
 6º Mês: Correção geral e envio.

BIBLIOGRAFIA:
Artigos de revistas

Boarini , Maria Lucia. Indisciplina escolar: uma construção coletiva. Revista Semestral
da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional de SP. 2013
Silveira, Márcia. Web Artigos. 2012
Groppa, Julio Aquino. R. A indisciplina e a escola atual. Faculdade Educacional de
São Paulo. 1988
Eccheli, Simone Deperon. A motivação como prevenção da indisciplina. Educar,
Curitiba. Editora UFPR. 2008
Rego, Teresa Cristina. A indisciplina e o processo educativo: uma análise na perspectiva
vygotskiana. Editora Vozes. 2001

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