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DA REDE APAE
AUTISMO E MÓDULO 5
EDUCAÇÃO
INCLUSIVA: A
MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA
Mara Monteiro da Cruz
E-mail: secretariauniapae@apaebrasil.org.br
20 Fórum de debate
21 Referências Bibliográficas
PROFESSORES
IZABEL NEVES FERREIRA
MARA MONTEIRO DA CRUZ
A ESCOLARIZAÇÃO DE
CRIANÇAS COM AUTISMO.
ESTUDOS DE CASO
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dados SciELO, no período de 2005 a 2015. De 217 trabalhos, 22
se encaixaram nos critérios de análise estabelecidos pela pes-
quisa1. Destes, apenas seis abordavam as práticas pedagógicas
desenvolvidas para estudantes com TEA. Vamos analisar alguns
deles juntos?
1. O caso da professora
Sanini e Bosa (2015)2 investigaram as crenças sobre au-
tismo de uma professora de educação infantil da rede privada,
buscando saber como ela avaliava a eficácia de seu trabalho pe-
dagógico (senso de autoeficácia).
A professora, formada há dois anos quando a pesquisa
foi feita, relatou que não sabia nada sobre autismo, tentou ler
um livro, mas não gostou porque não conseguiu relacionar todas
as características descritas com as que observava em seu aluno
e desistiu da leitura. Destacamos aqui a importância da forma-
ção do professor. Sabemos que o TEA compreende uma enorme
gama de sintomas e por isso as pessoas que têm este transtorno
são bem diferentes entre si. Conhecer sobre a síndrome, porém,
favorece o desenvolvimento de uma prática que contemple as
necessidades deste aluno.
Talvez pelo fato de não ter conhecimento, inicialmente, a
professora teve medo e se sentiu impotente diante da responsa-
bilidade de ensinar a este aluno. Com o tempo, o medo foi sendo
1 os artigos deveriam conter um ou mais termos como: “educação”, “in-
clusão”, “autismo”, “transtorno do espectro do autismo”, “síndrome de asperger”,
“transtorno global do desenvolvimento”, citados no título ou no resumo do tra-
balho; os artigos deveriam contemplar a reflexão sobre a inclusão escolar e/ou es-
colarização desses sujeitos em ambientes educacionais formais.
2 para participar melhor da análise, leia o artigo em http://www.scielo.br/
pdf/epsic/v20n3/1413-294X-epsic-20-03-0173.pdf
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cadeador de desorganização. A negociação antecipa o que irá
ocorrer e dá a ela opções de escolha.
A professora relatou que o único apoio que recebeu da
escola foi a atenção da diretora, disponibilizando-se para con-
versar sobre o aluno, dando apoio emocional e conselhos, além
de oferecer material didático e sugerir novas tarefas e projetos.
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estranho, pode provocar um descontrole emocional inimaginá-
vel. Mais tarde um pouco, a professora perguntou se ele queria ir
à rua para entender o que aconteceu, O menino respondeu que
não precisava: “Eu entendi”.
Lendo esta história, vocês devem ter lembrado de algu-
ma situação em que presenciaram uma criança com autismo se
desorganizando, não é mesmo? Sabemos que nem sempre é pos-
sível descobrir o que causou esta reação, mas é muito importan-
te tentar descobrir, observando o que aconteceu imediatamente
antes, o que mudou no ambiente ou na rotina da criança. Tentar
reduzir a incidência destas situações na escola é a melhor forma
de evitar estes comportamentos.
Quando estas situações acontecem, porém, é necessário
cuidar para que a criança não se machuque e nem atinja ninguém
ou nenhum objeto da sala de aula. Deve-se levá-la para uma sala
tranquila, se possível vazia e com ambiente aconchegante, com
sofá ou almofadas, por exemplo, para que ela se acalme.
Nunca, nunca mesmo, devemos gritar com a criança ou
agir de forma dura nestas situações. É preciso lembrar que este
comportamento não é uma simples birra de criança, e por isso,
não deve ser tratado como tal.
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mais importantes desenvolvidas para Miguel no primeiro seg-
mento do Ensino Fundamental tinham os seguintes objetivos:
Despertar o interesse
Para que Miguel interagisse com os conteúdos curricula-
res, foram desenvolvidas estratégias a partir de suas atividades e
temas de interesse. As professoras, observando que ele se inte-
ressava por escrever no quadro branco com marcador, solicitou à
família um quadro do tamanho de sua carteira, onde ele inicial-
mente fazia desenhos e depois começou a escrever a história
dos desenhos, com incentivo. Ali foram desenvolvidas, também,
atividades de todas as demais matérias.
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prio estudante, como os mapas conceituais e esquemas.
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Orientar e manter o foco da atenção
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nalando com um V quando está era concluída. Para ele era muito
importante não deixar nenhum “confere” em branco.
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des para que Miguel interagisse com eles, como imitar caretas
para tirar fotos ou imitar desenhos, como o da figura a seguir, em
que Miguel fez um desenho e a colega imitou ao lado, por inicia-
tiva dela:
A avaliação
A avaliação de Miguel era feita a partir de seu Plano Edu-
cacional Individualizado (PEI), em uma ficha em que constavam
os conteúdos propostos para o ano de escolarização e o nível de
apoio de que precisava para realizar cada atividade, bem como a
descrição de como era feita a mediação em cada área de conhe-
cimento. Além da ficha, trimestral, era produzido um relatório
descritivo semestral.
Outras formas de avaliação se mostraram necessárias ao
longo do período. Miguel se desorganizava com frequência em
sala de aula. Eram observadas ocorrências frequentes de insta-
bilidade emocional. Houve situações em que o estudante rasgou
a agenda, o caderno ou materiais elaborados para ele em dife-
rentes disciplinas. Outras vezes em que se dirigiu aos gritos aos
professores (dizendo frases como “para com esta palhaçada!”)
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gundo segmento do Ensino Fundamental foram planejadas vá-
rias reuniões de estudo de caso com os professores do AEE e os
das disciplinas comuns. Com a chegada da adolescência, muitos
outros desafios foram surgindo. Mas é assim a prática pedagógi-
ca, uma eterna construção sempre inacabada visando atender a
todos os alunos, seres humanos também em construção.
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FORÚM DE DEBATE
Leia a letra da música “Brincar de viver”, de Guilherme Arantes” e
relate se algum trecho o fez lembrar de seu trabalho na escola com
alunos com TEA ou o fez pensar em suas expectativas em relação à
prática pedagógica do AEE. Poste no fórum e comente as postagens
de seus colegas.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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APA - American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Es-
tatístico de Transtornos Mentais – DSM-5. Porto Alegre: Artmed,
2013. Disponível em: http://c026204.cdn.sapo.io/1/c026204/
cldfile/1426522730/6d77c9965e17b15/b37dfc58aad8c-
d477904b9bb2ba8a75b/obaudoeducador/2015/DSM%20V.
pdf Acesso em: 13 ago. 2016.
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matizado de aprendizagem. Dissertação de mestrado. Universi-
dade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Educação. Rio
de Janeiro, 2004
JOBS, S. Steve Jobs em 250 frases. Organizado por Alan Kem Tho-
mas. Rio de Janeiro: Best Business, 2011.
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pectivas pedagógicas para alunos com transtorno do espectro
do autismo. Dissertação (Mestrado em Ensino de Educação Bási-
ca). Programa de Pós-Graduação de Ensino em Educação Básica.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2017
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Diagnóstico do autismo: relação entre fatores contextuais, fami-
liares e da criança. Psicol. teor. prat. [online]. 2017, vol.19, n.1,
pp. 152-163. ISSN 1516-3687. http://dx.doi.org/10.5935/1980-
6906/psicologia.v19n1p164-175.
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